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ENOLOGIA

Introdução
PRÁTICAS ENOLÓGICAS A necessidade de regulamentar a produção de vinhos
espumantes é antiga no nosso país. Por exemplo, no
NA PRODUÇÃO século passado foi publicado em 1962 no Diário do Go-
verno, o Decreto-Lei n.º 44778 que, no seu preâmbulo,
DE VINHOS dizia que “O presente decreto-lei visa disciplinar, em
termos adequados, a produção e o comércio dos vinhos
ESPUMANTES À LUZ espumantes e dos vinhos espumosos gaseificados, cujo
crescente valor económico merece ser devidamente
DA REGULAMENTAÇÃO considerado e acautelado no quadro das nossas ativi-
dades vinícolas”.
EUROPEIA Este decreto-lei praticamente só focava aspetos pe-
nais, preocupando-se apenas vagamente com as prá-
ticas enológicas. Apenas distinguia duas categorias: a)
vinhos espumantes naturais (“preparados pelos mé-
A produção dos vinhos espumantes, dos todos clássicos de segunda fermentação em garrafa ou
vinhos espumantes de qualidade e dos vinhos outro recipiente fechado”) e b) vinhos espumosos ga-
espumantes de qualidade aromáticos exige, seificados (“quando na sua preparação, se tenha recor-
além das práticas enológicas autorizadas rido à incorporação de qualquer quantidade de ani-
para outras categorias de produtos drido carbónico sob pressão”). Regulamentava o grau
vitivinícolas, uma série de práticas específicas. alcoólico e outros parâmetros físico-químicos destes
Por razões de clareza, no Regulamento (UE) vinhos. Estabelecia que “a pressão mínima referida a
n.º 2019/934, essas práticas e restrições são 20 °C, deve ser de 4 atmosferas, quando lida no afró-
enunciadas em anexo separado.
metro, e de 3 atmosferas, quando lida no manómetro”.
A filosofia subjacente a este tipo de legislação perten-
ce a uma outra era, onde se fazia depender a qualidade
das produções vitícolas, por um lado, da idoneidade
das empresas produtoras e, por outro, de uma fisca-
lização férrea e subsequente repressão das fraudes e
outras não conformidades.
Por exemplo no seu artigo 9.º, relega a boa execução
das práticas enológicas necessárias à produção de um
bom espumante, para uma boa seleção das empresas
produtoras: “Só poderão dedicar-se à preparação dos
vinhos espumantes naturais e dos vinhos espumosos
gaseificados as empresas singulares ou colectivas que
possuam instalações apropriadas, reúnam as indis-
pensáveis condições técnicas de laboração a determi-
Paulo J.F. Cameira dos Santos1 e José Carvalheira2
nar em regulamento e sejam titulares do necessário
1
Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária
alvará”.
Por curiosidade transcrevemos o n.º 3 do artigo 15.º:
“Para efeitos de inscrição na conta corrente, a conta-
2
Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro
gem das garrafas terá de ser efectuada antes da adição
do licor de expedição, na presença dos serviços de fis-
calização”.

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Ontem, como hoje, estamos em presença de uma ati-


vidade muito regulamentada e fiscalizada, dado que
se trata de uma categoria de vinhos com um eleva-
do valor acrescentado (Figura 1), necessitando de ser
protegida contra fraudes, contrafações e diversas
outras não conformidades durante todas as fases de
produção.

Vinhos espumantes
definidos pelo Reg. (UE) 2019/934
As categorias de vinhos contendo gás carbónico pro-
veniente exclusivamente da fermentação alcoólica do
vinho de base a partir do qual foi produzido, segun-
do o Anexo II do Reg. 2019/934 [3], estão resumidas na Figura 1 – Desprendimento de gás carbónico em “flûtes”
Tabela 1. de champagne. A qualidade da espuma é avaliada pela
As diferenças entre estes vinhos são substanciais, co- sua finura, pela persistência do desprendimento e pela
mo se pode ver pela Tabela 2. consistência do cordão de bolhas na parede do copo.
As categorias A e B1, isto é, o “vinho espumante” e o
“vinho espumante de qualidade”, têm menos requisi-
tos que as categorias B2, C1 e C2. O que distingue es- porque a maioria dos produtos da tipologia A obtém-
tes últimos é o título alcoométrico total do vinho-base -se por fermentação em cuba fechada, pelo que ocor-
(8,5% para o A e 9% para os B1 e C1) e sobrepressão rem, por um lado, mais perdas de CO2 e, por outro,
em CO2 (3 bar para o A e 3,5 bar para os B1 e C1). São uma mais imperfeita integração do gás/espuma, pelo
diferenças significativas, já que a sobrepressão supe- que uma sobrepressão mais baixa torna o sabor menos
rior em 0,5 bar, em certos casos, implica uma tecno- cáustico.
logia de fabrico mais apurada (em termos de seleção Mas as diferenças continuam no caso dos vinhos B2,
da levedura para a segunda fermentação), com a con- C1 e C2. Por um lado, estes vinhos têm de cumprir to-
sequente melhoria na qualidade da bolha e da espuma das as características da categoria B, e ainda atender
produzida. ao facto de que as uvas utilizadas devem obrigatoria-
Em termos técnicos, estes limiares mínimos de sobre- mente ser provenientes de castas específicas, cons-
pressão diferenciados são também correlacionáveis e tantes de uma lista (exceto no vinho C1, sendo nesse
dependentes do processo de fabrico escolhido. Isto, caso as castas definidas por cada DO). Essa lista viria a

Tabela 1 – Categorias de vinhos espumantes


O vinho de base exige uvas O vinho-base
Tem qualificativo
Categoria Designação de castas que figuram na lista exige uvas aptas
“aromático”
do Apêndice do Anexo II a produzir vinho DOP

A Vinho espumante Não Não Não


B1 Vinho espumante de qualidade Não Não Não
B2 Vinho espumante de qualidade aromático Sim Sim Não
Vinho espumante de qualidade
C1 Não Não Sim
com denominação de origem protegida

Vinho espumante de qualidade aromático


C2 Sim Sim Sim
com denominação de origem protegida

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ser publicada em 2019 tendo o título “Lista das castas qualitativas mais elevadas do produto final: o aroma
que podem ser utilizadas na constituição de vinhos de varietal, o terroir, a capacidade de envelhecimento do
base destinados à elaboração de vinhos espumantes de vinho, etc.
qualidade aromáticos e de vinhos espumantes de quali- Segundo a filosofia “minimalista” que está na mente
dade aromáticos com denominação de origem protegi- do legislador, o ideal seria proibir qualquer adição exó-
da”, havendo algumas exceções assinaladas no Anexo gena ao vinho de base, seja ele o licor de tiragem, o
II do Regulamento[3]. licor de expedição ou qualquer outra.
O Reg. 2019/934 preocupa-se em que as categorias
Prescrições, regras e restrições superiores (B1, B2, C1 e C2) tenham um vinho de base
do Reg. 2019/934 da máxima qualidade, e que não possa ser desvirtuada
A razão de todos estes limites e restrições à produ- pelo licor de tiragem nem pelo licor de expedição que
ção de vinhos espumantes é óbvia, pois visa prevenir a lhe serão adicionados.
fraude e pugnar pelos mais altos padrões de qualida- Nos espumantes aromáticos, de forma a serem preser-
de, bem como, ainda, garantir a identidade dos vinhos vadas as características das castas aromáticas estabe-
espumantes com denominação de origem protegida. lecidas, o legislador impõe, como forma de o propiciar,
Convidamos o leitor a tomar conhecimento da totali- que o vinho-base seja constituído exclusivamente por
dade da Regulamentação no que aos vinhos espuman- mostos ou mostos parcialmente fermentados.
tes diz respeito, pela leitura atenta do Reg. 2019/934, A categoria A, de qualidade mais baixa, admite licor
em particular o seu Anexo II. de expedição. O mesmo se aplica às categorias B1 e C1.
Neste artigo, o nosso objetivo não é fazer uma análi-
se exaustiva de todas as prescrições, limites e restri- Facto: O Reg. 2019/934 não proíbe a adição de licor de
ções constantes no Regulamento, mas apenas ressal- tiragem, qualquer que seja a categoria de vinhos.
tar aqueles casos em que a razão da existência de uma Não podendo proibir a adição de licor de tiragem (pois
dada prescrição e/ou restrição pode parecer menos isso iria inviabilizar a prise de mousse), o legislador op-
óbvia e mais difícil de entender. E o que não se enten- tou apenas pela proibição do licor de expedição nas
de tem mais dificuldade em ser assimilado e levado à categorias em que se pretende que o produto final ex-
prática, concorrendo também para eventuais incum- presse fielmente as características das castas que os
primentos involuntários. originam, minimizando-se assim as adições exógenas,
Sendo assim, vamos, em primeiro lugar, identificar os potencialmente desvirtuadoras do sacrossanto vinho
principais requisitos técnicos que, em abstrato, con- de base.
tribuem para maximizar a qualidade e tipicidade de Por esta razão, as características do licor de tiragem
um dado vinho espumante. são mais restritivas nos vinhos B1, B2, C1 e C2 do que
no vinho A.
Requisito n.º 1: Boa qualidade do vinho de base
Requisito n.º 2: Garantir uma boa qualidade da prise
Facto: O Reg. 2019/934 proíbe a adição de licor de ex- de mousse (em larga medida dependente do período
pedição nos vinhos das categorias B2 e C2, como ga- de contacto do vinho com as leveduras que estiveram
rantia de que o produto final expresse as qualidades na base da segunda fermentação, e que devido à sua
intrínsecas dos vinhos-base. (Note-se que apenas em autólise cedem compostos ao vinho espumante, que
B1 e C1 é permitida a adição deste licor, exigindo-se concorrem para o incremento da sua qualidade)
ainda nalgumas DO, para o caso dos da categoria C1,
que o vinho usado na preparação desse licor seja ex- O Reg. 2019/934 prescreve tempos mínimos para o es-
clusivamente da mesma origem (DO) do vinho-base). tágio das garrafas, na fase de prise de mousse, no caso
Comentários: O vinho de base é a “alma” do espuman- do método clássico (Figura 2), ou de permanência na
te. Ele será o veículo que contém as características cuba (no caso do método da cuba fechada), para os es-

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Tabela 2 – Características físico-químicas e regras administrativas a que devem obedecer os vinhos espumantes

Características físico-químicas [2] [3]

Título Título Sobrepressão


Categoria Designação Definição Título
alcoométrico alcoométrico a 20 °C em recipiente
alcoométrico
adquirido total fechado, devida
total
do produto do produto ao dióxido de carbono
do vinho-base
acabado acabado em solução

a) Obtido por primeira


ou segunda fermentação alcoólica:
• de uvas frescas,
• de mosto de uvas, ou Não aplicável
Vinho Não inferior Não inferior Não inferior
A • de vinho; (ou não
espumante a 8,5% vol. a 9,5% vol. a 3 bar
b) Que liberta, quando se procede estabelecido)
à abertura do recipiente, dióxido
de carbono proveniente
exclusivamente da fermentação

a) Obtido por primeira


ou segunda fermentação alcoólica:
• de uvas frescas,
Vinho • de mosto de uvas, ou Não aplicável
Não inferior Não inferior Não inferior
B1 espumante • de vinho; (ou não
a 9% vol. a 10% vol. a 3,5 bar
de qualidade b) Que liberta, quando se procede estabelecido)
à abertura do recipiente, dióxido
de carbono proveniente
exclusivamente da fermentação

É a Categoria B1 e ainda:
c) Exclusivamente obtido utilizando,
Vinho para a constituição do vinho de base,
Não aplicável
espumante mostos de uvas ou mostos de uvas Não inferior Não inferior Não inferior
B2 (ou não
de qualidade parcialmente fermentados provenientes a 6% vol. a 10% vol. a 3 bar
estabelecido)
aromático de castas específicas de uva de vinho,
constantes da lista publicada como
Apêndice ao Anexo II do Reg. 2019/934

a) Obtido por primeira


Vinho ou segunda fermentação alcoólica:
espumante • de uvas frescas,
de qualidade • de mosto de uvas, ou Não aplicável
Não inferior Não inferior Não inferior
C1 com • de vinho; (ou não
a 9% vol. a 10% vol. a 3,5 bar
denominação b) Que liberta, quando se procede estabelecido)
de origem à abertura do recipiente, dióxido
protegida de carbono proveniente
exclusivamente da fermentação

É a Categoria B1 e ainda:
c) Exclusivamente obtido utilizando,
para a constituição do vinho de base,
Vinho mostos de uvas ou mostos de uvas
espumante parcialmente fermentados provenientes
de qualidade de castas específicas de uva de vinho,
Não aplicável
aromático constantes da lista publicada como Não inferior Não inferior Não inferior
C2 (ou não
com Apêndice ao Anexo II do Reg. 2019/934, a 6% vol. a 10% vol. a 3 bar
estabelecido)
denominação desde que essas castas sejam
de origem reconhecidas como aptas para
protegida a produção de vinhos espumantes
de qualidade com denominação
de origem protegida na região
que dá o nome a esses vinhos

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Regras administrativas[3]

É proibida Permissão
Restrições Permissão Duração
a adição de acidificação
ao licor de enriquecimento do processo
de licor e desacidificação
de expedição do vinho de base de elaboração
de expedição do vinho de base

Componentes admitidos:
• sacarose
• mosto de uvas
Sim, Sim,
Mosto de uvas parcialmente fermentado Não aplicável
Não no âmbito no âmbito
• mosto de uvas concentrado (ou não estabelecido)
do Regulamento[3] do Regulamento[3]
• mosto de uvas concentrado retificado
Vinho
• destilado de vinho

Componentes admitidos:
• sacarose
Não inferior a 6 ou 9 meses,
• mosto de uvas
Sim, Sim, dependendo da tipologia
Mosto de uvas parcialmente fermentado
Não no âmbito no âmbito de recipiente utilizado
• mosto de uvas concentrado
do Regulamento[3] do Regulamento[3] (Ver ponto 3 da sessão B
• mosto de uvas concentrado retificado
do Anexo II do Reg.[3])
Vinho
• destilado de vinho

Sim, Sim,
Não inferior a 30 dias
no âmbito no âmbito
Sim — (Ver ponto 4 da Secção B
do Regulamento[3] do Regulamento[3]
alínea d)
(Ver ponto 3 da secção B) (Ver ponto 3 da Secção B)

Componentes admitidos:
Sim, Sim,
• sacarose
no âmbito no âmbito
• mosto de uvas
do Regulamento[3], do Regulamento[3],
Mosto de uvas parcialmente fermentado Não inferior a 6 meses
podendo ser definidas podendo ser definidas
• mosto de uvas concentrado para cuba fechada
Não regras específicas regras específicas
• mosto de uvas concentrado retificado e 9 meses
por cada por cada
Vinho da mesma DO para método clássico
estado-membro estado-membro
do vinho-base
ou DO ou DO
• destilado de vinho
(Ver ponto 8 da Secção C) (Ver ponto 8 da Secção C)
(Ver ponto 8 da Secção C)

Sim, Sim,
no âmbito no âmbito
do Regulamento[3], do Regulamento[3],
podendo ser definidas podendo ser definidas
Sim — regras específicas regras específicas Não inferior a 30 dias
por cada por cada
estado-membro estado-membro
ou DO ou DO
(Ver ponto 8 da Secção C) (Ver ponto 8 da Secção C)

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Figura 2 – Garrafas de espumante, durante a fase da segunda fermentação, com vista à “prise de mousse” (método
clássico). Nesta fase, o Reg. 2019/932 impõe tempos mínimos de estágio, como forma de maximizar a qualidade que,
em parte, decorre do contacto do vinho com as leveduras em autólise.

pumantes de melhor qualidade: B1, B2, C1 e C2. vinho espumante for efetuada em cubas fechadas;
Para tal, impõe para a categoria B2: b) Nove meses, se a fermentação destinada a tornar o
“A duração do processo de elaboração dos vinhos espu- vinho espumante for efetuada em garrafas.
mantes de qualidade aromáticos não pode ser inferior A duração da fermentação destinada a tornar o vinho
a um mês.” de base espumante e a duração da presença do vinho de
E para a categoria C1: base sobre as borras não podem ser inferiores a:
“A duração do processo de elaboração dos vinhos es- – 90 dias,
pumantes de qualidade com denominação de origem – 30 dias, se a fermentação for efetuada em recipien-
protegida, incluindo o envelhecimento na empresa de tes providos de agitadores.”
produção, calculada a partir do início da fermentação E, não prescreve qualquer período mínimo para os es-
destinada a tornar o vinho espumante, não pode ser pumantes da categoria A.
inferior a: Comentários: Ao longo da história, a produção de vi-
a) Seis meses, se a fermentação destinada a tornar o nhos espumantes, em particular a fase de prise de

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mousse, tem sido alvo de inúmeras inovações e me- para uma melhoria de qualidade generalizada de todos
lhoramentos. Seria longo e pouco oportuno expô-las os vinhos espumantes. São elas:
aqui. Regra n.º 1: “Os Estados-Membros produtores podem
Em termos práticos, podemos dizer que, para além da definir características ou condições de produção e de
composição do licor de tiragem, influem na qualida- circulação complementares ou mais rigorosas para
de da prise de mousse a estirpe de levedura usada e o os vinhos espumantes de qualidade produzidos no seu
tempo de estágio sobre borras, a temperatura, a esta- território”.
bilidade térmica e a forma e modalidades do removi- Comentário: Faz todo o sentido esta regra, dado que
mento das garrafas e de, eventualmente, haver ressus- são os Estados-membros que melhor conhecem os
pensão de borras. seus terroirs e demais condições edafoclimáticas que
irão otimizar a qualidade e tipicidade destes vinhos.
Requisito n.º 3: Garantir uma boa qualidade das re-
gras administrativas Regra n.º 2: “O controlo do processo de fermentação,
antes e depois da constituição do vinho de base, para
O Reg. 2019/934 impõe algumas regras administrati-
vas que, em nosso entender, contribuem fortemente

Tabela 3 – Lista das castas que podem ser utilizadas


na constituição de vinhos de base destinados
à elaboração de vinhos espumantes de qualidade
aromáticos e de vinhos espumantes de qualidade
aromáticos com denominação de origem protegida
Albariño Malvasías (todas)
Aleatico N Malvoisies (todas)
Alvarinho Mauzac branco e rosado ou «rosé»
Ασύρτικο (Assyrtiko) Monica N
Bourboulenc B Moscateles (todas)
Brachetto N. Moscatéis (todas)
Busuioacă de Bohotin Μοσχοφίλερο (Moschofilero)
Clairette B Müller-Thurgau B
Colombard B Manzoni moscato
Csaba gyöngye B Nektár
Cserszegi fűszeres B Pálava B
Devín Parellada B
Fernão Pires Perle B
Freisa N Piquepoul B
Gamay N Poulsard
Gewürztraminer Rs Ροδίτης (Roditis)
Girò N Scheurebe
Glera Tămâioasă românească
Γλυκερύθρα (Glykerythra) Torbato
Huxelrebe Touriga Nacional
Figura 3 – Serviço de vinho espumante. A legislação
Irsai Olivér B Verdejo
europeia que regulamenta este produto de excelência
Macabeo B Zefír B tem como único objetivo prevenir a fraude e pugnar pelos
Macabeu B mais altos padrões de qualidade.

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tornar esse vinho espumante só pode ser efetuado por Referencias bibliográficas
refrigeração ou outros processos físicos”, isto para o Diário do Governo n.º 281/1962, Série I, de 07-12-1962.
[1]

caso dos vinhos espumantes aromáticos. [2] Regulamento (UE) N.º 1308/2013 do Parlamento Europeu e
Comentário: Faz todo o sentido esta regra, dado que o do Conselho, de 17 de Dezembro de 2013, estabelece uma
seu objetivo é diminuir o uso de aditivos, numa situa- organização Comum dos mercados Agrícolas e que revoga
ção em que claramente se pode substituir um aditivo os Regulamentos (CEE) n.º 922/72, (CEE) n.º 234/79, (CE) nº
por um processo físico, atingindo o mesmo objetivo. 103797/2001, (CE) n.º 1234/2007 do Conselho.
[3] Regulamento Delegado (UE) n.º 2019/934 da Comissão,
Regra n.º 3: “É proibida a edulcoração do vinho de base” que define as práticas enológicas autorizadas e as restri-
Comentário: Faz todo o sentido esta regra, dado que, ções aplicáveis à produção e conservação dos produtos vi-
se fosse permitida, ficaria comprometido o espírito tivinícolas, à percentagem mínima de álcool dos subprodu-
minimalista assumido pelo legislador, que se preocu- tos e à sua eliminação, bem como à publicação das fichas
pou na valorização da qualidade dos vinhos-base, mas da OIV.
também porquanto a harmonização do sabor poder
ser conseguida por recurso à adição de outros pro-
dutos vínicos de sabor doce, como seja mosto de uvas,
mosto de uvas concentrado, mosto de uvas concentra-
do retificado ou mosto de uvas parcialmente fermen-
tado, ou ainda mesmo de sacarose, como previsto no
regulamento, para as categorias A, B1 e C1.

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