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Setorial de FII
22/05/2020
Em nosso último relatório setorial publicado no final de março, a volatilidade do mercado Contato
fii@elevenfinancial.com
estava em patamar mais elevado e de estresse. Este nível de volatilidade já apresentou
redução, porém continua elevado, em nossa opinião, pois ainda é o dobro da média histórica
até fevereiro/20 (Figura 1), em torno de 5%.
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IBOV IFIX
Em 2020, o IFIX apresenta queda de ~19% reflexo das incertezas sobre os impactos da crise na
economia de uma forma geral e no mercado imobiliário especificamente. Em nossas
estimativas macroeconômicas atualizadas recentemente, esperamos uma queda de 8,3% no
PIB de 2020 (vs. previsão anterior de -4,4%) e uma taxa de desemprego de 17% (vs projeção
anterior de 14%), cenário este que se confirmar impactará diretamente a renda, capacidade
de consumo, confiança do consumidor e taxa de ocupação dos edifícios comerciais. Contudo,
com a taxa de juros em patamar baixo, estimativa de que fique em 2% ao final de 2020, e
assumindo que esta taxa permaneça em patamar baixo nos curto e médio prazos, torna o
investimento em FIIs de imóveis atrativos.
i. Edifícios comerciais: ainda está indefinido se a opção do home office pode substituir por
completo o ambiente dos escritórios e, por consequência, alterar a dinâmica de preços
que vinha sendo praticada nos edifícios comerciais, aumentando o risco de vacância e TIR
dos empreendimentos. Em termos práticos, em São Paulo, nas principais regiões (Faria
Lima, Vila Olimpia, Berrini e Paulista), a taxa de vacância já está em 1 dígito, de acordo
com os dados da Buildings. Em nossa visão, apesar de algumas companhias já terem
decretado a opção de continuar em home office até o final de 2020, não acreditamos que
isto seja uma nova tendência do mercado pois as interações interpessoais são de suma
importância para aumentar a eficiência e produtividade nas empresas. Assim, vemos que
o home office é uma alternativa viável para aumentar a taxa de ocupação de um escritório
antes da tomada de decisão de ampliação, tornando as estações de trabalho rotativas.
No longo prazo, entendemos que um edifício comercial de alto padrão e bem localizado
não perde tanto valor e sempre existirá demanda para bons ativos.
ii. Shopping Centers: no curto prazo vislumbramos um impacto significativo, pois, a maioria
dos empreendimentos estão fechados e há muitas restrições para os shoppings que já
abriram as portas. Atualmente, os shopping centers em operação estão com uma
performance entre 40%-50% em relação ao ano anterior (pré-pandemia), tanto em
termos de vendas quanto fluxo de pessoas e ocupação dos estacionamentos. Essa é a
tendência que estimamos para os outros empreendimentos quando abrirem (88 de 577
shopping centers no Brasil estão abertos até final de abril). Acreditamos que a vacina será
determinante para a retomada do fluxo e volta à normalidade, bem como recuperação
da economia e confiança do consumidor. Contudo, os shopping centers podem sofrer no
curto prazo e na geração de caixa de médio prazo, com a retomada dos patamares de
fluxo de vendas e faturamento pré-crise apenas em 3 anos. Ainda assim, acreditamos que
pode ser uma boa alternativa de ganho de capital nos médio e longo prazos.
iii. Galpões Logísticos e Industriais: neste segmento, há diversos setores que estão com
redução na produção e outros que se beneficiaram com um aumento de volume de
operações. Assim, alguns fundos anunciaram inadimplência de inquilinos mesmo com
contratos atípicos que deveriam trazer maior segurança jurídica. Em nosso
entendimento, o segmento de galpões logísticos deve avançar para melhorar o tempo de
entrega com o last mile.
A recuperação do IFIX desde o pior momento de 2020, no dia 16/março, foi de ~15%,
mostrando alguma recuperação quanto à queda. Atualmente, esperamos que dois
movimentos podem ser gatilhos de valorização dos FIIs: (i) fechamento da curva longa de juros
em ~1 p.p., que deve refletir em valorização de ~10% nos FIIs; (ii) redução do spread entre o
dividend yield do IFIX (~7,3%) e NTNB35 real (4,5%) de 2,8 p.p., que esperamos reduzir para
~1,5%, que consideramos justo dada as características de risco, o que sugere uma valorização
adicional de ~11% no IFIX.
Além disso, os fundos imobiliários, em sua maioria, tem pelo menos três características que
tornam esta classe de ativos interessante ao investidor no longo prazo: (i) ativos imobiliários
com contratos de médio e/ou longo prazo; (ii) imóveis bem localizados, principalmente nas
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro; (iii) alavancagem financeira, a maioria dos fundos tem
baixa (com caixa líquido) ou zero.
Segmentos de FIIs
FII’s Edifícios Comerciais
Em São Paulo, o aumento da vacância e diminuição dos valores nos últimos anos ainda
registrou diferenças entre as categorias dos edifícios comerciais. Nos imóveis de maior
qualidade, os AAA e AA, observamos aumento considerável na oferta desde 2011,
intensificando o incremento da área disponível e a queda dos preços, com a disputa por
localização e locatários. Essa contração dos preços de aluguel dos empreendimentos de alto
padrão impulsionou a migração de empresas em edifícios de padrão Classe B ou A para estes
classificados como AAA ou AA, que possuem melhor infraestrutura. Esta tendência foi
observada entre 2017 e 2019, quando os edifícios AAA e AA bem localizados começaram a ficar
com a taxa de ocupação alta e, como consequência, houve aumento da taxa de vacância em
imóveis de padrão inferior, o que é conhecido como flight to quality.
Apesar das previsões positivas para o ano de 2020, no início do ano, com crescimento do PIB e
melhora da taxa de ocupação dos imóveis, o atual momento que o Brasil e o mundo em geral
se encontram, na tentativa de conter a proliferação do coronavírus, causará uma retração no
crescimento da economia em âmbito mundial e poderá impactar os reajustes dos aluguéis com
revisão prevista para 2020. Em nossa visão, o mercado de escritórios que vinha em ritmo de
recuperação acompanhando a economia brasileira, visto a taxa de desemprego em queda e a
taxa de ocupação dos empreendimentos comerciais aumentando, poderá passar por um
momento de readequação ao ritmo de crescimento, principalmente, no Rio de Janeiro, onde o
mercado de óleo e gás ainda não recuperou.
FII’s Shoppings
O cenário de insegurança econômica e política que perdurou de 2015 a 2018, marcado por
falta de disponibilidade de crédito, alta taxa de desemprego impactando negativamente o
consumo, fizeram com que as vendas no varejo reduzissem significativamente. O período foi
marcado por alta taxa de inadimplência por parte dos lojistas e, consequentemente, alta taxa
de vacância. Fatores estes justificaram o baixo desempenho dos shopping centers no que
abrange a capacidade de geração de receita.
O cenário timidamente positivo de 2019, fez com que o olhar para 2020 fosse de crescimento
econômico e maior recuperação do varejo, com redução de taxa de desemprego e melhora da
confiança do consumidor. Porém, desde o começo de março este cenário vem sofrendo
intensas mudanças conforme os primeiros casos do novo coronavírus, COVID-19, surgiram no
Brasil. Assim, para conter a proliferação do vírus, uma das primeiras medidas nos diversos
estados, foi o fechamento dos shopping centers para evitar aglomerações. Atualmente há 577
shopping centers no Brasil e apenas 88 foram reabertos, com diversos protocolos e restrições,
como higienização, restrição da capacidade de estacionamento e praça de alimentação.
Cinemas, teatros e espaço kids permanecem fechados.
Assim, vemos muitos desafios no setor, com possível aumento na taxa de vacância e
inadimplência no curto prazo. Contudo, vale ressaltar que os shopping centers são, em sua
maioria, bem localizados e trazem um bom mix de lojas gerando maior conivência aos clientes.
Acreditamos que o avanço do e-commerce durante a pandemia foi benéfico ao segmento
logístico, mas pode tornar os shopping centers estratégicos funcionando como centros de
distribuição dos varejistas, pontos de pick and collect, ou pontos de troca e devolução. Ainda é
incerto os impactos na geração de receita, fluxo de pessoas e vendas, mas atualmente os
contratos de aluguel com os lojistas são 95% representados pelo aluguel fixo e apenas 5%
variável, o que torna os empreendimentos defensivos neste cenário de integração de vendas
físicas e online. Acreditamos que a retomada do fluxo de pessoas e vendas nos shopping
centers demore mais que 12 meses, tornando a capacidade de distribuição de dividendos
comprometida principalmente em 2020.
Desde o 2S17, com menor volatilidade devido à maior estabilidade dos rendimentos dos
fundos, esta classe de ativos ganhou notoriedade e crescimento significativo de emissões,
visando atingir o investidor que busca maior segurança em contratos. Com a maior demanda
por rendimentos consistentes e acima da taxa básica de juros, Fundos Imobiliários ajustaram
suas cotas a um dividend yield mais justo quando comparado com a NTN de longo prazo.
FII’s Educacionais
Em nossa visão, o cenário atual traz mudanças disruptivas em relação ao método de ensino,
com maior adesão em ensino à distância com aulas online. Contudo acreditamos que esta
tecnologia não substitua a necessidade de aulas presenciais e/ou um edifício para ministrar as
aulas. A expectativa de queda no volume de alunos, com a piora da economia pode preocupar
a saúde financeira de pequenos grupos educacionais, mas no caso dos locatários dos ativos dos
fundos imobiliários, não vemos riscos tão significativos. FCFL11 tem como locatário o Insper, o
FAED11 tem como locatário unidades importantes da Cogna, em SP, além de uma sede
administrativa e o RBED11 também possui faculdades da Cogna, em MG.
FII’s de Banco
Apesar do bom desempenho dos FII’s de agência bancária na baixa do ciclo, acreditamos que
o segmento não é atraente no momento. A vacância zero e a rigidez dos contratos de locação
contribuem para os resultados no curto prazo. No entanto, essas condições dificilmente se
manterão após a renovação dos contratos, em sua maioria previstas para o período entre 2022
e 2024, próximo o suficiente para impactar o valor desses papéis. Outro fator que pode reduzir
o desempenho é a tendência de adoção de serviços digitais pelos bancos, que buscam melhor
atender aos clientes e diminuir custos com infraestrutura física de muitas agências bancárias.
Apesar do elevado dividend yield no curto prazo (média 8,0% dos últimos 12 meses),
esperamos uma queda de 25% no valor médio do aluguel na renovação dos contratos, o que
reduz materialmente o retorno no longo prazo e o preço-alvo desses papéis. O único fundo
imobiliário que restou deste segmento que cobrimos foi o BBPO, que possui agencias do Banco
do Brasil e algumas de suas sedes, que é gerido pela Votorantim Asset. Os outros dois fundos
geridos pela Rio Bravo, SAAG e AGCX, foram transformados em um único fundo com alteração
no regulamento para ser possível investir em varejo, com foco em lojas de rua e, atualmente,
o fundo é conhecido por RBVA. Após a incorporação dos ativos do SAAG pelo RBVA antigo
(AGCX), a receita de agencias permanece relevante e representando 87% do total, mostrando-
se um risco ainda relacionado aos contratos que devem vencer nos próximos 2 a 4 anos.
EDGA NEUTRO R$ 50,00 R$ 31,83 57,1% 29,2% 6,5% 9,5% 7,3% 8,8%
FVBI NEUTRO R$ 149,00 R$ 139,90 6,5% 8,4% 4,3% 4,5% 6,2% 6,7%
GTWR COMPRA R$ 131,00 R$ 110,00 19,1% 0,0% 7,4% 9,6% 8,3% 8,8%
HGPO NEUTRO R$ 227,00 R$ 196,80 15,3% 1,7% 5,6% 8,0% 6,8% 7,2%
HGRE COMPRA R$ 202,00 R$ 137,05 47,4% 19,6% 7,4% 9,0% 8,7% 9,4%
KNRI COMPRA R$ 174,00 R$ 163,00 6,7% 5,1% 5,4% 5,9% 8,0% 9,0%
PATC COMPRA R$ 105,00 R$ 84,01 25,0% 0,0% 5,0% 5,5% 6,3% 6,9%
RBCO COMPRA R$ 100,00 R$ 85,50 17,0% 34,0% 6,5% 7,0% 8,5% 9,0%
RBRP COMPRA R$ 120,00 R$ 77,10 55,6% 10,7% 5,5% 7,5% 6,6% 7,4%
RECT NEUTRO R$ 100,00 R$ 88,50 13,0% 10,0% 9,7% 6,5% 10,2% 8,0%
RNGO COMPRA R$ 84,00 R$ 71,41 17,6% 20,3% 8,1% 7,0% 8,3% 8,4%
SPTW COMPRA R$ 90,00 R$ 65,52 37,4% 0,0% 13,7% 10,6% 14,4% 13,5%
VINO NEUTRO R$ 60,00 R$ 50,00 20,0% 1,0% 7,5% 7,8% 8,8% 8,0%
XPPR COMPRA R$ 105,00 R$ 76,50 37,3% 0,0% 7,1% 7,9% 8,5% 9,0%
Instituições Educacionais
FAED COMPRA R$ 296,00 R$ 198,35 49,2% 0,0% 9,5% 9,0% 10,0% 10,5%
FCFL COMPRA R$ 133,00 R$ 107,12 24,2% 0,0% 6,4% 7,1% 8,8% 9,2%
Logístico, Industrial e Varejo
ALZR COMPRA R$ 131,00 R$ 108,00 21,3% 0,0% 6,4% 7,0% 6,9% 7,5%
BRCO COMPRA R$ 130,00 R$ 118,55 9,7% 9,7% 0,0% 5,9% 7,0% 7,5%
GGRC COMPRA R$ 166,00 R$ 119,05 39,4% 0,0% 7,4% 8,3% 11,1% 11,7%
HGLG COMPRA R$ 198,00 R$ 176,98 11,9% 6,8% 5,7% 7,3% 6,3% 6,4%
LVBI COMPRA R$ 134,00 R$ 119,09 12,5% 1,4% 5,9% 7,5% 6,6% 6,8%
RBRD NEUTRO Sob Revi s ã o R$ 71,00 - - - - - -
VILG COMPRA R$ 125,00 R$ 110,99 12,6% 6,0% 6,5% 7,5% 8,2% 8,6%
XPLG COMPRA R$ 134,00 R$ 118,00 13,6% 4,0% 5,4% 7,9% 7,9% 8,0%
Shoppings
FIGS COMPRA R$ 90,00 R$ 57,50 56,5% 10,3% 4,7% 9,0% 7,5% 10,6%
HGBS COMPRA R$ 235,00 R$ 193,40 21,5% 4,8% 2,5% 6,9% 6,9% 10,9%
HSML COMPRA R$ 118,00 R$ 60,80 94,1% 2,9% 7,0% 11,0% 7,3% 10,3%
JRDM COMPRA R$ 90,00 R$ 73,00 23,3% 1,4% 5,5% 7,6% 8,3% 10,8%
MALL COMPRA R$ 127,00 R$ 77,95 62,9% 0,0% 4,6% 6,5% 7,1% 9,1%
PQDP COMPRA R$ 3.702,00 R$ 2.772,00 33,5% 1,0% 2,1% 8,2% 5,7% 7,8%
SHPH NEUTRO R$ 927,00 R$ 812,49 14,1% 2,1% 3,4% 7,1% 7,9% 11,4%
VISC COMPRA R$ 131,00 R$ 94,01 39,3% 5,4% 4,6% 9,1% 7,1% 10,3%
XPML COMPRA R$ 119,00 R$ 90,49 31,5% 3,7% 3,5% 7,7% 8,1% 11,2%
Varejo
RBVA NEUTRO R$ 149,00 R$ 120,65 23,5% 0,0% 9,2% 7,8% 9,9% 10,7%
ELEVEN FINANCIAL RESEARCH | 6
22-mai-20
Atualização de case
RBVA (Rio Bravo Renda Varejo, NEUTRO, upside 23,5%): Fundo sob administração da Rio
Bravo Investimento, que no 1S19 mudou seu segmento de atuação para a realização de
investimentos imobiliários por meio da aquisição e posterior gestão patrimonial de imóveis de
natureza comercial (varejo).
Em 31/03, o fundo comunicou ao mercado e aos cotistas, via fato relevante que, a proposta de
exclusividade assinada pelo fundo em 03/02 para aquisição de um imóvel localizado no bairro
de Perdizes, em São Paulo, com valor de R$ 54 milhões foi suspensa por tempo indeterminado,
tendo em vista o atual cenário de instabilidade e incertezas no mercado local e global, e
buscando gerir o caixa do Fundo de maneira cautelosa. Diante da suspensão da negociação,
não houve qualquer desembolso referente ao Imóvel até então.
120,00 0,8
Preço (R$) 120,7
100,00
Preço Alvo 2020 (R$) 147,0 0,6
80,00
Ups i de 21,8%
Di v. Yi el d 12m fwd 9,2% 60,00 0,4
ALZR (Alianza Trust Renda Imobiliária FII, COMPRA, upside 21,3%): O fundo imobiliário da
Alianza Trust tem por finalidade o investimento em ativos imobiliários de característica
monousuário. Possui atualmente em seu portfólio sete ativos imobiliários, dos quais quatro
são galpões logísticos/industriais e três edifícios comerciais.
50,00 0,0
Área Bruta Locá vel (m²) 53
Va câ nci a Fís i ca 0,0% Dividendos/Ação
Série2 Série1
Preço (R$)
VISC (Vinci Shopping Centers, COMPRA, upside 39,3%): o fundo de shoppings da gestora Vinci
Real Estate dispõe atualmente de um resultado acumulado não-distribuído, que somado ao
resultado caixa do mês de março, constituirá uma reserva que poderá ser utilizada para a
distribuição de rendimentos no momento mais agudo da crise. Além disso, o fundo apresenta
atualmente, uma situação confortável em termos de liquidez, por apresentar
aproximadamente R$ 389 milhões em aplicações financeiras e R$ 99,5 milhões em obrigações
a prazo, das quais apenas R$ 28 milhões apresentam vencimento em até 12 meses.
BRCO (Bresco Logística, COMPRA, upside 9,7%): O fundo investe seus recursos em
empreendimentos logísticos, construídos e locados em sua maioria na modalidade de
contratos atípicos, tendo como principais locatários grandes companhias como BRF, Natura,
B2W. O portfólio do fundo encontra-se com 100% de sua área logística locada e com uma
receita anual estabilizada de mais de R$100 milhões, sendo 40% da receita gerada em SP. Mais
de 80% dos inquilinos são classificados como grau de investimento AAA ou AA, pelas agências
de rating internacionais.
Em 24/04, o fundo informou aos cotistas e ao mercado via fato relevante, a respeito da rescisão
do contrato de locação não residencial por parte de sua locatária, BCube Logistics, o contrato
tem por objeto a locação do módulo 7 do Condomínio Logístico Bresco em Contagem,
localizado na cidade de Contagem, Minas Gerais. A referida locação possui um ABL de 3.323
m², representando 0,8% da receita mensal de locação do fundo.
Glossário
Área Bruta Locável (ABL): Área de um empreendimento imobiliário que está disponível para
locação medida em m².
Assembleia Geral: Órgão máximo de deliberação em um FII podendo ser convocada pelo
administrador, cotistas que detenham no mínimo 5% das cotas emitidas ou pelo representante
dos cotistas e no qual as decisões são tomadas de acordo com o voto da maioria dos cotistas
presentes. Reunião realizada ao menos uma vez por ano com os cotistas do fundo na qual
podem ser deliberadas alterações em sua política de investimentos, as demonstrações
contábeis apresentadas pelo administrador, alterações no regulamento do fundo, substituição
dos prestadores de serviço e modificações na política de cálculo das taxas de administração e
de performance.
Cap rate: Percentual correspondente ao lucro líquido anual do portfólio de imóveis sobre o
valor de mercado do fundo imobiliário.
Contrato atípico: Contrato de locação de longo prazo (maior que 5 anos), sem direito a
revisional e com multas em caso de rescisão que preveem pagamento total dos valores de
aluguel remanescentes.
Dividend yield: Percentual que representa a rentabilidade relativa dos dividendos pagos aos
cotistas. É calculado com base nos dividendos pagos por cota dividido pelo preço.
Fundo de tijolo: Fundos que obtêm renda através da compra integral ou parcial de
empreendimentos (prédio comercial, shopping center, centro logístico, hospital, instituição de
ensino, hotel) com o objetivo de gerar rendimentos mensais a partir de aluguel.
Gestor: Instituição qualificada responsável pela tarefa de decisão de compra e venda dos
ativos do fundo com o objetivo de conseguir mais rentabilidade, alinhada com os objetivos e
política de investimentos estabelecida no regulamento.
IGP-M: Índice Geral de Preços do Mercado - Medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)
mensalmente, registra a inflação de preços do mercado em geral e é referência para o reajuste
de boa parte dos aluguéis dos fundos imobiliários em caráter anual.
IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - Índice oficial de inflação do país.
Medido uma vez por mês pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), indica a
variação dos preços de uma determinada cesta de produtos. É utilizado para reajustar parte
dos aluguéis dos fundos imobiliários e como base para precificação de alguns títulos de crédito.
Índice dos Fundos de Investimento Imobiliários (IFIX): O IFIX é o índice utilizado como
indicador do desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários negociados e calculado
a partir de uma carteira teórica elaborada de acordo com critérios estabelecidos nesta
metodologia.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI): Título de renda fixa emitido por uma instituição financeira
e lastreado por empréstimos imobiliários. Podem ter rentabilidade pré ou pós-fixada, não pode
ser resgatada antes de seu vencimento, porém pode ser negociada no mercado secundário.
Letra Hipotecária (LH): Título de dívida garantido por créditos imobiliários de primeira
hipoteca e emitido por instituições financeiras.
Liquidez: Facilidade com que um ativo pode ser transformado em dinheiro sem perdas
significativas em seu valor. Ou seja, um ativo com alta liquidez pode ser facilmente vendido
caso haja necessidade imediata de dinheiro. A liquidez das cotas de um FII depende da
existência de outro investidor no mercado que deseje adquirir aquela cota, já que não é
possível solicitar o resgate das cotas junto ao administrador.
Patrimônio Líquido: É a soma do valor dos ativos do fundo e dos valores a receber deduzidas
as exigibilidades.
Preço Alvo (Target Price): O preço alvo de um fundo imobiliário é calculado usando
metodologia do dividendos descontados e é usado para definir o potencial de valorização, ou
P/VPA: Relação entre preço e valor patrimonial por ação. Indica quantas vezes o preço da cota
está acima ou abaixo do valor patrimonial do fundo imobiliário e também pode ser utilizado
como base comparativa entre os fundos imobiliários do mesmo segmento.
Rendimentos (Dividendos): Distribuições periódicas dos lucros auferidos pelo fundo, que
devem somar obrigatoriamente pelo menos 95% do lucro semestral. Podem ter como origem
o pagamento de aluguéis, negociações com os ativos do fundo, juros pagos pelos títulos em
sua propriedade ou rendimentos de cotas de outros FII.
Renda Mínima Garantida (RMG): Valor pago por período predeterminado aos cotistas
durante o período de maturação do empreendimento, de forma a complementar a receita
imobiliária gerada pelo imóvel no início de seu funcionamento. Os valores podem ter origem
em uma conta reserva ou serem pagos por outro participante do empreendimento.
Taxa de administração: Taxa paga pelo serviço prestado pela administradora do fundo dada
por um valor percentual anual do valor patrimonial do fundo, passando a ser incidente sobre
o valor de mercado caso o fundo faça parte do IFIX. Geralmente apresenta valor mínimo que
pode ser encontrado no regulamento do fundo.
Taxa Interna de Retorno (TIR): Taxa interna de retorno é uma medida relativa que
demonstra o quanto rende o investimento, considerando a periodicidade do fluxo de caixa ou
rendimentos do investimento.
Taxa de gestão: Taxa paga ao gestor pela prestação de seus serviços, pode já estar embutida
à taxa de administração a depender do fundo.
Taxa de performance: Taxa cobrada por alguns fundos, geralmente fundos de papéis e
fundos de fundos, em caso de a performance superar determinado benchmark pré-definido
(na maioria das vezes o IFIX).
Valor de Mercado: É basicamente uma multiplicação entre o valor das cotas e o número de
cotas emitidos.
Vendas mesmas lojas (SSS): Variação percentual nas vendas dos lojistas que foram
operacionais nos últimos 12 meses. Valores calculados pela ponderação da ABL própria do
portfólio.
DISCLAIMER
Este documento foi elaborado e distribuído pela Eleven Financial Research unicamente para uso do destinatário original, e tem como objetivo somente informar
os investidores, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário contido neste relatório. As decisões de investimentos e
estratégias financeiras devem ser realizadas pelo próprio leitor.
Nossos analistas elaboraram o presente relatório de forma independente, e o conteúdo do mesmo não pode ser copiado, reproduzido ou distribuído, no todo ou
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Conforme o artigo 20, parágrafo único da ICVM 598/2018, o analista Raul Grego Lemos declara-se inteiramente responsável pelas informações e afirmações
contidas neste relatório de análise. De acordo com a exigência regulatória do artigo 21 previsto na ICVM 598, de 18 de abril de 2018, o analista de valores
mobiliários, responsável principal por este relatório, declara:
(i) que as recomendações contidas neste relatório refletem única e exclusivamente sua opinião pessoal sobre a companhia analisada e seus valores
mobiliários e foram elaborados de forma independente e autônoma.
(ii) que as informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas às mudanças, não
implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança.
Para maiores informações, pode-se ler a Instrução CVM 598, de 2018, e também o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários.
Este relatório é destinado exclusivamente ao assinante da Eleven que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo
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