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UGB-FERP

História – 7° Período
Nome: Luiza da Silva Cruz
Matrícula: 2020101564

Como organizar e realizar uma pesquisa histórica

1. Escolha do tema e sua justificação

Os métodos que podem presidir a seleção de um tema de pesquisa histórica são


de vários tipos:
a) A originalidade: devem ser evitados temas já trabalhados por outros
pesquisadores; salvo se o fizermos com métodos renovados, ou para
rebater opiniões dantes admitidas;
b) Recursos disponíveis: a equipe humana e sua formação, o tempo, os
recursos materiais, etc. Este é um critério de seleção e, simultaneamente,
de limitação do projeto de pesquisa.
c) A importância do mesmo: os critérios relativos a isto variam com a própria
evolução da ciência histórica;

2. Colocação das hipóteses de trabalho, escolha da metodologia e das


técnicas

Não há pesquisa sem hipótese de trabalho, mas estas podem ser implícitas ou
explícitas: é óbvio que convém formulá-las claramente. No caso de uma
pesquisa quantificada, as hipóteses de trabalho têm de ser explícitas, pois é de
todo inútil construir curvas, gráficos, séries, etc., a não ser para responder a
questões bem precisas.
A hipótese de trabalho é uma proposição que dá uma resposta condicional a um
problema, na etapa da montagem da pesquisa. A escolha da metodologia e das
técnicas a empregar na pesquisa depende muito do tema escolhido – cada ramo
de estudos históricos apresenta peculiaridades técnico-metodológicas – e das
hipóteses de trabalho levantadas. Também depende do estado da
documentação acessível (por exemplo, da possibilidade ou não de construir
séries numéricas suficientemente completas, homogêneas e dignas de
confiança, com os dados apresentados pela referida documentação) e das
disponibilidades humanas (número e tipo de formação dos pesquisadores), de
recursos, de tempo, de equipamento, etc.

3. A fase de documentação: coleta de dados

Para começar, cumpre empregar todos os instrumentos de trabalho disponíveis:


listas bibliográficas, fichários de bibliotecas e arquivos, bibliografias de obras
anteriores sobre assuntos vinculados a pesquisa, catálogos de documentos
elaborados por arquivistas, etc.
Em uma pesquisa histórica há dois tipos de fontes: Fontes primárias e
secundárias. Em documentos manuscritos como no de diversos tipos de
documentos publicados, convém elaborar dois tipos de fichas:
a) Fichas bibliográficas ou documentais de identificação. Este tipo de fichas
permite elaborar facilmente as listas de fontes e a bibliografia geral do
trabalho.
b) Há também fichas analíticas ou de conteúdo, em folhas de pasta, móveis
– isto permite a fácil manipulação do material, mudando sua disposição,
se for preciso, etc.
Entre os grandes perigos que ameaçam o pesquisador avultam a dispersão – ou
perda de tempo – e a má organização do trabalho de coleta de dados, que o
levam a sentir-se "afogado" pela massa de fichas e papéis.
Outra questão é saber quando convém concluir a fase de coleta de dados.
Sempre é possível conseguir material adicional, porém, se os dados que temos
já permitem responder suficientemente às hipóteses de trabalho, deve ser
encerrada a fase de documentação para haver concentração no processamento
dos dados e na redação (embora, é claro, tais fases – logicamente posteriores à
primeira – já possam ter sido iniciadas paralelamente ao trabalho de
documentação).

4. O processamento dos dados e a redação


O processamento de dados com esta finalidade requer a aplicação de método
estatísticos gerais, além de técnicas especificas a cada setor da pesquisa
histórica. Ao chegar a etapa em que devemos apresentar por escrito os
resultados da pesquisa, o primeiro problema é a necessidade da elaboração de
um plano. Este poderá ser histórico-cronológico (o que permitirá percebermos a
simultaneidade dos fenômenos e sua sucessão) ou lógico-sistemático (o que
permitirá percebermos os grandes temas, entrosamentos e problemas); também
é possível conseguir uma combinação dos dois tipos de plano.
Um trabalho científico comporta sempre um aparato de erudição: o autor deve
comprovar suas afirmativas a cada passo, acrescentando as provas que as
apoiem, mediante a citação de manuscritos, fontes impressas e bibliografia.
Em muitos casos o texto é acompanhado por ilustrações, curvas, gráficos,
mapas, etc. Poderão ser inseridos no corpo do trabalho ou acrescentados no fim.
Tais elementos devem ser justificados por necessidades lógicas do trabalho –
não comparecendo como simples "adornos".
Finalmente, um trabalho bem construído terá diversos índices, um índice geral
de partes e capítulos, índices de nomes, de autores, de lugares e de temas
mencionados no texto, etc. Sem bons índices analíticos, uma obra pode chegar
a ser de utilização difícil.

Referência:
OS MÉTODOS DA HISTÓRIA - Introdução aos problemas, métodos e técnicas
da história demográfica, econômica e social. Ciro Flamarion S. Cardoso e Héctor
Pérez Brignoli, 6° edição.

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