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Métodos de Investigaçao em Psicologia 2

O conhecimento Científico e a metodologia de Investigação

1.1 Revisão: Processo de Investigação (Problema, Abordagem, Planos)


→ IV Fase da Publicação

o Processo de Investigação 4. Redação do Relatório de Investigação/Artigo

→ Etapas Fundamentais Científico (Normas de Publicação da APA)

o I – Fase Conceptual
o II – Fase Metodológica 1. Formulação de Problemas de Investigação
o III – Fase Empírica → Possui grande relevância já que:
o IV – Fase de Publicação o Permite centrar a investigação numa área ou
→ I – Fase conceptual domínio específico;
1. Formulação do Problema/Questão de o Confere a pertinência e direção ao projeto de
Investigação; investigação;
2. Revisão da Literatura e Formulação das o Delimita o estudo e clarifica o seu contributo;
Hipóteses de Investigação; o Orienta a revisão da literatura e a formulação
de hipóteses;
o Faculta informação importante para tomar
→ A execução destas fases possibilita, desde logo,
decisões acerca da perspetiva de investigação
eleger:
(qualitativa, quantitativa, mista) e o plano de investigação
o A Abordagem/Perspetiva/Design de
(Ex: Descritivo, experimental, não experimental) a
Investigação: Quantitativa (design fixo) Qualitativa
adotar, e naturalmente do tipo de dados necessário;
(design flexível), Mista;
o O plano ou método de investigação;
o Critérios de avaliação do problema de
investigação e da sua viabilidade
→ II Fase Metodológica
→ Segundo MacMilan e Schumaker (1997) os
3. Método (Metodologia de Investigação)
problemas de investigação deverão possuir:
3.1 Definição das Variáveis e Eleição das respetivas
o Exequibilidade (feasibility) : a sua resposta é
Medidas
concebível e alcançável através da recolha de dados
3.2 Amostra e Procedimento (de recolha de dados) da empíricos;
Investigação o Relevância: este deve revestir-se de
→ III Fase Empírica importância para o avanço do conhecimento científico

3.3 Recolha de dados (teórico/prático);

3.4 Análise dos dados (Estatística Descritiva e Inferencial)


o Clareza: Constitui uma interrogação inequívoca, → Adquirir conhecimento científico prévio relativo ao
sem ambiguidade, que mostra claramente o objetivo problema de investigação;
da investigação; → Contribuir para especificar e sofisticar, se
o Deverá permitir definir (depreender) o tipo de necessário, o problema de investigação;
investigação a realizar – A orientação metodológica do → Aprofundar o conhecimento a respeito do mesmo
estudo (abordagem, plano de investigação); e justificar a necessidade de realização do presente
o Deve efetuar menção à população/amostra estudo – identificação de uma lacuna na literatura
em estudo (contexto); (questão por explorar ou pouco explorada) ou de
o Deve aludir, num grau moderado de limitações prévias (conceptuais, metodológicas) dos
especificidade, aos conceitos/variáveis que serão estudos integram a mesma;
objeto de estudo; → Analisar os métodos de investigação utilizados e
Tipos de problemas de investigação identificação de possíveis imperfeições metodológicas;

o De existência; → Identificar possíveis resultados contraditórios;

o De compreensão; → Definir e eleger os quadros teórico-conceptuais

o De descrição e classificação; (teorias de base) que constituem o referencial de

o De medição e composição; investigação;

o De relação/associação; → Equacionar questões de investigação mais

o De comparação; específicas e poderá possibilitar a formulação de

o De causalidade; hipóteses (quando existe um desenvolvimento teórico


prévio suficiente);

Revisão da literatura (Fontes primárias e secundárias)


o Realização
o Uma vez equacionado um determinado
problema de investigação, o próximo passo do → Por natureza esta realiza-se seguindo um critério

processo de investigação consiste na revisão da histórico, permitindo assim conhecer as linhas de

literatura científica prévia a respeito do mesmo; investigação e os autores que partilham interesse e

o Este processo permite identificar e analisar o contribuíram para o conhecimento a respeito do

corpo de conhecimento teórico e empírico prévio problema em análise;

existe a respeito do problema de investigação;


o Objetivo: identificar, localizar e analisar → Assim, a revisão da literatura deve orientar-se numa
primeira fase pela consulta das designadas fontes
documentos que possuem informação relevante e
fidedigna a respeito do problema de investigação; secundárias (recolhem de modo resumido a

o Funções: investigação realizada por outros investigadores);

→ Esta permite situar o presente estudo no quadro → Estas fontes incluem os manuais (handbooks) e os

do conhecimento existe e clarificar os contributos do artigos de revisão de leitura que poderão ser

mesmo (de caráter teórico e aplicado); procurados utilizando o catálogo da biblioteca e nas
bases de dados (utilizando palavras-chave
sucessivamente mais específicas, tópico, autor e título);
→ Os designados estudos de meta-análise constituem
também artigos de revisão (quantitativa da investigação
empírica) da literatura e possuem relevância central na
realização da revisão dos estudos prévios;
→ Estas partem da integração e re-análise (meta-
análise) do conjunto dos artigos de natureza empírica
que incidem sobre uma determinada questão de
investigação específica;
→ Como múltiplos dos artigos encontrados numa
primeira busca não servem ao investigador, este deve
ler apenas a parte do abstract ou resumo por forma a
selecionar os mesmos de modo eficiente;
→ A consulta de fontes secundárias permite situar e
refinar o problema, se necessário equacionando
questões mais específicas;
→ Contudo, a localização das fontes primárias é
fundamental para que a revisão da literatura atinja o
seu objetivo;
→ Estas fontes representam os artigos e relatórios de
investigação escritos pelos autores originais, nos quais
se encontra informação detalhada sobre os objetivos
do estudo, enquadramento teórico, hipóteses,
metodologia, apresentação e discussão dos resultados;
→ Esta informação é crucial quer para a revisão
teórica da literatura, mas sobretudo para a sua revisão
empírica (estudos empíricos – baseados em dados)
(em particular quando existem estudos de meta-análise
prévios);
2.1 Perspetiva quantitativa e perspetiva qualitativa

2.2 Etapas do Processo de Investigação

2.3 Planos de Investigação


→ Perspetivas Quantitativa, Qualitativa e Mista o Planos de Investigação Experimental

o Perspetivas de Investigação VS Planos ou


→ Como vimos, as fontes de variabilidade ou fatores
Estratégias de Investigação
responsáveis pelas flutuações (diferenças) obtidas na
→ Se a designação das perspetivas (paradigmas de
VD podem agrupar-se em:
investigação) tende a seguir uma nomenclatura comum,
existem múltiplas designações e classificações das
metodologias de investigação (planos de investigação);
→ Estas múltiplas variantes decorrem da enfâse e dos
critérios específicos que um determinado autor tende a
adotar quando procede à sua classificação:

Perspetivas, Abordagens, Designs

Planos, Estratégias ou Métodos de Investigação o Planos (ou métodos) de Investigação


o Planos (ou métodos) de Investigação subjacentes à Investigação Quantitativa:
subjacentes à Investigação Quantitativa:
→ Investigação Experimental e Quasi-Experimental -
→ Planos de Investigação Experimental e Planos de
aplicável quando o problema em estudo visa o
Investigação Quase-Experimental;
estabelecimento de inferências causais, ou seja a
→ Planos de Investigação Não Experimental ou
examinar relações de causa-efeito entre variáveis –
Investigação por Inquérito (Survey)
remete para a investigação de tipo explicativo.
→ Investigação Não-Experimental ou Investigação por
o Estes são também designados de estratégias
Inquérito – aplicável quando o problema exige a
de validação empírica das hipóteses científicas;
o Existem ainda os planos descritivos, contudo recolha (sistemática e estandardizada) de informação
estes não tendem a partir de hipóteses e são incluídos acerca de indivíduos, famílias ou entidades organizadas,
por alguns autores nos planos não experimentais; realizadas através do questionamento de uma amostra,
o Plurideterminação do comportamento humano de modo a generalizar para a população – pode ser
usado na investigação descritiva, exploratória ou mesmo
explicativa;
o Planos de Investigação Experimental – o Esta possui o estatuto epistemológico de causa
Problema de Investigação e recebe também o nome de tratamento, fator ou
→ O nível de motivação dos alunos do ensino básico variável experimental;
determina (causa) o seu grau de êxito na resolução de
o Recebe ainda o nome de variável preditora ou
problemas de aritmética?
antecedente na investigação não experimental, quando
o Em rigor, estamos perante uma investigação
o investigador consegue garantir que esta antecede a
experimental (plano experimental quando:
ocorrência da variável dependente;
o Se varia sistematicamente (manipula) as
variáveis independentes ou fatores experimentais (as
o Constitui um critério de classificação que
presumíveis causas do fenómeno) – Isto é,
remete para a investigação de cariz quantitativo e mais
procedemos à realização empírica de diferentes níveis
precisamente aos planos de investigação experimental.
em que se expressa a VI.
Distingue:

Níveis da VI ou fator experimental: Ex: Motivação o Variável dependente (VD) → respeito à


(níveis) Alta, Média e Baixa. característica que aparece ou varia como consequência
o Se controla todas as outras causas (variáveis da manipulação (aplicação, supressão ou modificação)
externas ou parasitas) que podem concorrer a VI na da variável independente.
determinação dos efeitos medidos (ou seja, que podem
criar variação da Variável Dependente). Estas designam- o Esta possui o estatuto epistemológico de efeito;

se por:
o Recebe a designação de variável consequente
o Ex: Fatores classificatórios (ex: QI e
ou critério na investigação não experimental;
Personalidade) e Pseudofatores (variáveis situacionais,
ex: instruções da prova). o Variáveis estranhas ou parasitas → Variáveis
o VD = ex. Grau de Êxito na resolução de
que afetam a variável dependente para além da variável
problemas de Aritmética
independente, podendo contaminar assim os resultados;

o Classificação metodológica (Estatuto das o Como tal, como o investigador pretende

Variáveis de Investigação) conhecer o impacto individualizado da VI em estudo na


variável dependente, este deve proceder ao controlo
o Variável Independente (VI) → Dimensão ou das restantes variáveis parasitas ou estranhas;

característica manipulada deliberadamente pelo


o Ex: Estudo da relação entre a aptidão numérica
investigador para determinar o seu impacto na variável
e o desempenho em provas de aritmética.
dependente. Esta deve assumir no mínimo dois níveis,
de modo a permitir a sua variação (e portanto, exige a o Possíveis variáveis parasitas: Motivação,
comparação de diferentes níveis ou condições); personalidade dos sujeitos, formação prévia, condições
de iluminação da sala, efeitos de aprendizagem dos o Classificação Metodológica (Estatuto das
primeiros itens; Variáveis de Investigação)

o Variáveis estranhas ou parasitas → O → Variáveis Mediadoras e Moderadoras – Variáveis que

investigador deve antecipar todas as variáveis que intervêm na relação entre a VI e a VD, e que o

concorrem ou são concomitantes com a variável investigador pretende estudar no teste de hipóteses

independente (e que tendem a existir em múltiplas (modelos causais) a respeito de uma determinada

situações em virtude da plurideterminação do teoria;

comportamento humano);
→ Variável Mediadora – Configura o processo através
o Uma vez identificadas estas deverão ser objeto do qual a VI afeta ou tem impacto na VD. Por outros
de controlo metodológico (neutralizando-as, mantendo- termos, estas constituem os mecanismos (i.e.
as constantes) sempre que possível; psicológicos ou outros) através dos quais a VI detém
impacto na VD;
o Segundo Alferes podemos subdividir as
→ Responde à questão: Como é que a VI tem impacto
variáveis estranhas em:
na VD? Quais são os mecanismos/processos
→ Fatores classificatórios (Atributos individuais) – psicológicos, físicos e biológicos que estão subjacentes

variáveis organísmicas, de personalidade e a essa relação entre VI (x) e VD (y);

características sociodemográficas);
→ Pseudofatores – aspetos físicos, psicossociais e → Variável Moderadora – é uma variável que identifica

temporais inerentes à situação de investigação; sob que condições, situações, contextos ou


características das pessoas a relação entre VI e VD
pode mudar, isto é:
o Classificação pela possibilidade de
o Aumentar a sua magnitude;
manipulação
o Diminuir a sua magnitude;
→ Variáveis independentes ativas – variáveis
o Anular-se a relação entre X e Y
independentes (situacionais) que são suscetíveis de → Responde à questão: Quando/em que condições a
manipulação (no geral, são situacionais, ex: tipo de VI tem impacto na VD?
recompensa, tipo de método de ensino, técnica → Estatisticamente remete para o teste da interação
terapêutica, programa de desenvolvimento de entre a VI e a V. Moderadora e da análise da sua
competências ou outra qualquer forma de intervenção); influência na VD;
→ Variáveis independentes passivas – apesar de

constituírem causas da variável dependente, estas o Os estudos que testam modelos hipotéticos
correspondem geralmente a atributos individuais (idade, mais complexos tendem a examinar o conjunto dos
altura, sexo, inteligência, fatores de personalidade) e, efeitos da VI em simultâneo com as variáveis
portanto, não são suscetíveis de manipulação; mediadoras e moderadoras (que são pertinentes do
ponto de vista teórico), na VD. Em rigor, é assim que se
vão construindo as teorias explicativa dos fenómenos, à
medida que se avança os modelos tendem a incluir
mais variáveis e a complexificar-se.
o Imagina que um investigador se encontra a
realizar uma investigação do impacto causal da
quantidade de álcool ingerida pelos condutores nos
erros de condução que estes cometem numa tarefa
de condução estandardizada;
1.3 Estratégias de controlo das variáveis externas ou parasitas
pelas condições em estudo de modo a gerar grupos

→ Plano de Investigação Experimental equivalentes. Contudo, os elementos podem decorrer


de amostragem acidental ou por conveniência (contribui
o Em sentido estrito, uma investigação
para assegurar maior validade interna);
experimental exige a variação sistemática dos fatores
o Seleção aleatória (random selection) – Visa
experimentais (ou tratamentos) e o controlo dos
restantes fatores. Na maioria dos casos, o controlo é extrair (aleatoriamente) uma amostra representativa da

assegurado através do Princípio da Aleatorização de população (contribui para assegurar maior validade

Fisher (1935/1942); externa);

o Garantindo-se estes aspetos, o investigador


realiza a mensuração da variável dependente (ou o Planos Experimentais Puros – Pré e Pós-Testes
efeito) para verificar qual a oscilação que lhe é com Grupo de Controlo
provocada pela Variável Independente ou Causa;

o Controlo das variáveis estranhas ou parasitas –


→ Apesar de estarem representados apenas dois
Equivalência dos Grupos
grupos, este plano pode incluir mais grupos
experimentais caso tal seja necessário na manipulação
→ Para manipular a VI podemos então criar um grupo
da VI;
para cada nível dessa VI. Contudo, estes grupos devem
→ Tal como em todos os Planos Experimentais Puros,
ser homogéneos ou comparáveis. As formas de
os grupos são homogéneos ou equivalentes e,
garantir a obtenção de grupos
portanto, comparáveis (devido à assignação aleatória);
homogéneos/equivalentes passam pela:

o Planos Experimentais Puros – Apenas Pós-


1. Aleatorização
Teste com grupo de Controlo
→ Assignação aleatória dos sujeitos às condições
experimentais: Permite o controlo de todas as variáveis
conhecidas e desconhecidas pelo investigador que
podem determinar a variável dependente. Permite a
→ Apesar de não possuir um pré-teste, a assignação
obtenção de grupos homogéneos ou equivalentes (ou
aleatória inicial garante, à partida, a equalização dos
seja, comparáveis);
grupos em todas as variáveis (ou seja, torna os grupos
→ Importa não confundir seleção aleatória
equivalentes) antes da aplicação do tratamento no
(amostragem) com a assignação aleatória.
grupo experimental;
o Assignação aleatória – Visa distribuir ao acaso

(aleatoriamente) os elementos da amostra do estudo


o Planos Experimentais Puros – Plano de 4 4. Introduzir as variáveis parasitas no plano de

Grupos de Solomon investigação

→ Este plano foi desenvolvido devido à preocupação → Consiste introduzir estas variáveis (ex QI e Sexo)
de alguns investigadores com o intuito de controlar o como variáveis independentes adicionais e estudar o
efeito que o pré-teste pode ter no tratamento e no seu efeito;
pós-teste; Ex 1: Criar grupos de pessoas com QIs reduzidos, médio
e Elevado para cada uma das condições experimentais;
Ex 2: Criar grupos de Homens e também de Mulheres
para cada uma das condições experimentais;

o Planos Experimentais Puros – O plano Fatorial


2. Emparelhamento (Matching)

o Consiste no controlo de variáveis parasitas → Estes planos caracterizam-se, especificamente, por


conhecidas para formar os grupos e torná-los possuir mais do que uma variável independente (VI) ou
equivalentes nessas variáveis; fator, pelo que permitem estudar os seus efeitos de
Exemplo: Para controlar a influência do QI o investigador interação. A combinação dos níveis das variáveis
cria os grupos das suas condições experimentais com independentes gera as distintas condições
participantes com um mesmo nível intelectual (tendo experimentais ou tratamentos;
por base medidas de QI recolhidas previamente) – → Os dados recolhidos permitem a análise do efeito de
Plano de Blocos cada VI separadamente e também da sua interação;
→ Ou estudar o efeito causal do número de barras de

3. Manter as variáveis externas ou parasitas constantes chocolate e do sexo dos participantes na sintomatologia
depressiva;
→ Consiste em garantir que todos os sujeitos possuem
um mesmo nível neste tipo de variáveis;
5. Idealmente e sempre que possível, o controlo dos
Ex: Os grupos seriam constituídas apenas por
participantes com QI entre 120 e 125; fatores classificatórios deve realizar-se através da:

Ex: Caso a variável a controlar fosse o sexo, → Utilização dos mesmos sujeitos em todas as

estabelecer-se-ia todos os grupos com elementos condições experimentais – Planos de Medidas

apenas do sexo masculino ou do sexo feminino; Repetidas: Como estes são testados em todas as

→ Todavia, o recurso a esta estratégia limita a condições experimentais controla-se automaticamente

generalização dos resultados obtidos aos indivíduos que os efeitos das diferenças individuais (inteligência,

também possuem essas características; personalidade etc);


→ Contudo, por razões técnicas, muitas vezes tal não
é possível, pelo que temos de criar um grupo para
cada condição;
→ As cinco formas de descritas são formas de pode remover a variância obtida na variável
controlo metodológico; dependente que se deve ao QI (variável parasita em
apreço), assumindo que a restante variância decorre do
grau de motivação em estudo (a variável independente
o Planos Experimentais Puros – Os planos de
em estudo);
medidas repetidas

o Neste caso, o investigador poderá recorrer à


análise de co-variância para realizar o controlo
estatístico da variável QI, Sexo ou outra;

o Apesar de se tratar de uma forma de controlo,


o Neste caso existem múltiplas mensurações da o controlo estatístico é sempre inferior na sua eficácia
variável dependente para cada um dos sujeitos, já que ao controlo de tipo metodológico (planos de medidas
estes passam por todas as condições ou tratamentos repetidas, aleatorização ou emparelhamento);
experimentais – Também se designam planos intra-
sujeitos; o Planos de Investigação Experimental

o A ordem da administração de cada tratamento → Os planos experimentais, tal como os restantes tipos
aos sujeitos deve ser aleatória (isto é, deve utilizar-se o de planos, consistem na estratégia através da qual o
contrabalanceamento da ordem dos tratamentos, investigador submete as suas hipóteses de investigação
evitando assim a influência da ordem pela qual são ao teste empírico;
administrados; → Existem múltiplos planos experimentais que diferem
o Exemplo estudar o efeito do tipo de no grau que possibilitam o controlo das variáveis
explicações (Niveis da VI: explicações em grupo, estranhas, externas ou parasitas (Fatores classificatórios
explicações individuais, explicações em pares) na Pseudofatores);
resolução de problemas matemática, sendo que todos → Na sua representação são utilizadas diferentes
os sujeitos receberiam os 3 tipos de explicação, notações:
medindo-se os seus acertos e erros nos problemas o X – Variável independente ou tratamento
(VD) depois de cada tipo de explicação; o O – Observação (Medição da variável
dependente)

o Controlo das variáveis estranhas ou parasitas – o RA – Random Assignation (Assignação aleatória


dos sujeitos às condições experimentais)
Equivalência dos Grupos
o RS – Random Sampling (Amostra Aleatória) /
(RS) – Amostra não aleatória
6. Controlo Estatístico

o Quando não é possível a assignação aleatória


o Planos Experimentais Puros ou Verdadeiros –
dos sujeitos aos grupos, (já que estes integram grupos
Permitem a maximização da validade interna já que
naturais ou previamente constituídos), o investigador
garantem o controlo das variáveis externas, permitindo
testar relações de causalidade. Logo, permitem a consegue garantir em absoluto que a oscilação na VD
manipulação das VI,s e o Controlo das Variáveis (registada no pós-teste no grupo experimental) se deve
Estranhas ou Parasitas; apenas à VI ou tratamento (ameaças à validade interna);

o Assim, independentemente das suas variantes,


o Planos de séries temporais interrompidas (time
estes:
series)
o Incluem a assignação aleatória dos sujeitos aos
grupos experimentais;
o Este plano baseia-se na premissa de que se o
o Possuem um grupo de controlo; comportamento dos sujeitos (mensuração da VD) é
estável antes da introdução do tratamento experimental
→ Planos Quasi-Experimentais
(O1, 02,03, 04, 05) e se modifica depois
o Os planos quasi-experimentais não permitem a (06,07,08,09,010), esta mudança deve-se ao tratamento,
assignação aleatória dos sujeitos aos grupos ou seja, à VI.
experimentais, ainda que exista a manipulação das o Estes planos são particularmente úteis para se
variáveis independentes; verificar se uma mudança decorrente da intervenção
o Tal decorre do facto dos grupos que interessa (manipulação) perdura no tempo, já que este inclui
estudar já se encontrarem previamente instituídos (são múltiplos pré e pós testes);
grupos naturais, ex. turmas, equipas de trabalho,
pacientes) ou não podem ser constituídos ao acaso por o Planos de sujeito único (Incluem o plano A-B e
constrangimentos de ordem prática;
o Plano A-B-A)
o Logo, existe manipulação da VI mas não se
garante o total controlo das variáveis externas,
estranhas, ou parasitas; o No plano A-B observa-se em A o
o Plano com pré e pós teste e grupo de controlo comportamento (VD) até este estabilizar (baseline, ex:
(Plano e comparação de grupos não equivalentes) números de acertos, comportamentos agressivos),
depois aplica-se o tratamento (ex: intervenção) e
observa-se as alterações no comportamento (VD);
o Se as múltiplas medições forem realizadas com
rigor; podemos assumir que se houver mudanças
comportamentais (após B) estas devem-se ao
o Devido à ausência de assignação aleatória aos
tratamento ou intervenção;
grupos experimentais, não há garantia de que o grupo
de controlo seja equivalente ao grupo experimental;
o Tal significa, que estes podem ser diferentes
o Importa distinguir estes planos quasi-
em outras variáveis que também afetam a VD (ou seja,
experimentais e não os equiparar ao estudo de caso
nas variáveis externas), pelo que o investigador não
(que é um plano de investigação qualitativo). No estudo 2. Um grupo com pré e pós-teste
de caso estuda-se um ou vários casos (pode ser um o O pré-teste permite saber os níveis da VD
sujeito, uma escola, um acontecimento) mas a antes do tratamento, sendo que neste caso o efeito
abordagem de investigação é qualitativa; (oscilação na VD) é mensurado pela diferença entre O1
o Contrariamente, os planos de sujeito único e O2;
estudam um sujeito singular manipulando variáveis (Vis) o Contudo, este não controla para as variáveis
e controlo de variáveis estranhas, porque o sujeito estranhas ou parasitas, pelo que o investigador não
serve como controlo de si próprio; pode assumir que a oscilação na VD, quando obtida, se
deve ao tratamento (manipulação da VI);
o Planos Pré-Experimentais (Fraco Controlo)

o Apesar de existir a manipulação das Vis, estes


planos não garantem o controlo da influência das
variáveis estranhas ou parasitas. Alguns autores
designam os mesmos de non designs (porque possuem
garantias muito reduzidas de validade interna);
3. Pós-Teste com Grupo de Comparação não Equivalente

o Estes tendem a incluir variantes que:

→ Possuem um único grupo (sem grupo de


comparação ou controlo);
→ Possuem dois grupos (sendo um de controlo),
o O grupo experimental recebe tratamento que
porém trata-se de grupos não equivalentes ou
por sua vez está ausente no grupo de controlo;
homogéneos já que não se realiza assignação aleatória
o Contudo, como os sujeitos não são assignados
dos participantes aos grupos e não se tende a incluir
aleatoriamente aos grupos, não há garantia que estes
um ou vários pré-testes e pós-testes;
sejam homogéneas ou equivalentes e, portanto,
comparáveis;
1. Um grupo com pós-teste apenas

o Impossível determinar se as oscilações na VD


o Planos Pré-Experimentais VS Planos Quasi
(medida no pós-teste) se devem ao tratamento (VI), já
Experimentais
que não se possui nem um grupo de controlo, nem
um pré-teste, para servir de comparação;
→ Contrariamente aos planos pré-experimentais (que
o Impossível saber se, e em que grau, as
ora não possuem grupo de controlo ou não possuem
variáveis parasitas ou estranhas influíram na VD;
pré-testes), os designs quasi-experimentais possuem ou
um grupo de controlo, com pré-teste e pós-teste; ou
múltiplos pré e pós-testes. Por este motivo os planos
quasi experimentais conferem maiores garantias de
validade interna;

o Apesar dos planos quasi-experimentais


incluírem grupos previamente estabelecidos (turmas
escolares, grupos de pacientes, equipas de trabalho;
sendo impossível a assignação aleatória das pessoas aos
grupos experimentais), estes facultam maiores garantias
de validade interna comparativamente aos planos pré-
experimentais porque possuem ou um grupo de
controlo, com pré-teste e pós-teste; ou múltiplos pré e
pós-testes;

→ Determinação no tamanho da amostra

o O tamanho da amostra depende do nível de


significância estatística assumido pelo investigador, do
poder da investigação e da magnitude do efeito
experimental esperada;
o Alguns autores advogam a consideração destes
fatores na determinação do n amostral. Contudo,
deixam algumas regras a título meramente ilustrativo:
→ Utilizar 18 sujeitos por condição quando o plano inclui
2 condições experimentais;
→ Utilizar 16 sujeitos por condição quando o plano inclui
3 condições experimentais;
→ Utilizar 14 sujeitos por condição quando o plano inclui
4 condições experimentais;
→ Não utilizar menos de 10 sujeitos por condição, em
nenhum caso;

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