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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU

CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA CIÊNCIA E PROFISSÃO

AVALIAÇÃO 2

Aluna:

Matrícula:

Turno:

Turma:
1. “O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre
iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando.
Afinam e desafinam”. (Guimarães Rosa). Tendo por base esta citação da obra
Grande Sertões Veredas, explique o conceito de subjetividade e o porquê dele
ser considerado por Ana Bock como objeto de estudo da Psicologia.

A subjetividade pode ser entendida como o “mundo interno” do indivíduo,


que é dinâmico e construído a partir da constituição biológica do ser, da interação
com a realidade objetiva e das suas relações sociais; portanto, diz respeito aos
significados atribuídos a tudo com o que se depara dentro e fora de si durante a sua
existência, culminando em diferentes manifestações afetivas, comportamentais e
visões de mundo. Logo, a subjetividade é algo que nos torna únicos e ao mesmo
tempo semelhantes, pois todos possuem esse aspecto subjetivo, que vai se
modificando e se expressando ao longo da vida. Devido a isso, Ana Bock afirma que
o objeto de estudo da Psicologia deve ser a subjetividade, pois esta concentra em si
uma diversidade de aspectos a seres pesquisados pela Psicologia, contemplando
investigações sobre o comportamento, a personalidade, o inconsciente, o
desenvolvimento humano, entre outros.

2. “A prática do psicólogo como profissional de saúde irá caracterizar-se pela


aplicação dos conhecimentos psicológicos no sentido de uma intervenção
específica junto a indivíduos, grupos e instituições, com o objetivo de
autoconhecimento, desenvolvimento pessoal, grupal e institucional, numa
postura de promoção de saúde.” (BOCK, 1999, p. 157). O que significa dizer
que o psicólogo deve trabalhar numa postura de promoção da saúde?

Trabalhar numa postura de promoção da saúde significa dizer que as


ações do psicólogo devem estar focadas em proporcionar o bem-estar emocional e
a saúde mental nos âmbitos individual e coletivo, não com base em modelos de
conduta e comportamentos a serem impostos, mas respeitando a individualidade de
cada um e auxiliando o indivíduo a se empoderar, a ter autonomia e a realizar o que
julgar ser bom para si, promovendo assim, a saúde individual e coletiva, sempre
respeitando os pacientes e o código de ética da profissão.
3. O Conselho Federal de Psicologia e os Conselhos Regionais formam o
Sistema Conselhos. Comente sobre este Sistema apresentando suas
principais funções e também os seus limites institucionais.

A Lei nº 5.766 de 20 de dezembro de 1971 cria o Conselho Federal e os


Conselhos Regionais de Psicologia. Através dessa lei, temos os Conselhos como
órgãos de personalidade jurídica, ou seja, que possuem direitos e deveres na
sociedade, com autonomia administrativa e financeira, destinados a orientar,
disciplinas e fiscalizar o exercício da profissão de psicólogo no Brasil, zelando pelo
respeito aos princípios éticos da profissão (Art. 1º).

Para diferenciar os papéis dos Sistemas, irei apresentar as atribuições


dos Conselhos Regionais conforme o Art. 9º da Lei e contrastar com as do Conselho
Federal de Psicologia (CFP) de acordo com o Art. 6º, portanto, seguem as principais
atribuições dos Conselhos Regionais: organizar regimentos regionais e submetê-los
à aprovação do CFP, pois o CFP é responsável por elaborar o seu regimento e
aprovar os regimentos dos demais Conselhos Regionais; orientar, disciplinas e
fiscalizar o exercício da profissão em sua região de atuação, garantindo que o CFP
cumpra seu propósito de acordo com a Lei citada acima; garantir o cumprimento do
Código de Ética Profissional, impondo punições se houver violação do mesmo
(Código este elaborado pelo CFP); funcionar como um tribunal regional de ética
profissional, fazendo com que o CFP opere como um tribunal de instância superior,
também julgando em última instância os recursos e decisões dos Conselhos
Regionais; sugerir ao Conselho Federal ações para orientar e fiscalizar o exercício
da profissão, ao passo que o CFP fica encarregado de expedir resoluções para o
cumprimento das leis relativas à profissão e por definir os limites de competência do
exercício profissional de acordo as formações realizadas pelo indivíduo; redigir ao
CFP um relatório anual com a relação atualizada dos profissionais que estão
inscritos, cancelados ou suspensos em sua região de atuação, dessa forma o CFP
fica incumbido de publicar anualmente a relação geral com todos os psicólogos
registrados.

Além das especificações citadas, os Conselhos Regionais também


necessitam eleger dois delegados-eleitores para a Assembleia dos Delegados
Regionais, elaborar proposta de orçamento anual para aprovação do CFP e
encaminhar a prestação de contas ao Conselho Federal.

Quanto ao Conselho Federal, além das atribuições destacadas acima,


existem outras de também importantes, como: servir de órgão consultivo quando o
assunto é psicologia, devendo os profissionais seguir sempre as orientações deste
órgão; aprovar as anuidades e outras contribuições pagas pelos psicólogos; elaborar
propostas para os Poderes Competentes sobre alterações da legislação que dizem
respeito ao exercício da profissão; decidir sobre a quantidade e composição dos
Conselhos Regionais; elaborar instruções sobre o funcionamento adequado dos
Conselhos, até mesmo sobre o seu processo eleitoral.

Por fim, conclui-se que as ações dos Conselhos Regionais se situam


majoritariamente no âmbito local no qual cada instituição está inserida, necessitando
sempre obedecer às regras aprovadas pelo CFP, exercendo importante papel na
fiscalização, no controle de profissionais inscritos, na proposição de sugestões de
melhoria quanto à orientação do exercício da profissão e através dos seus
delegados-eleitores, compõem a Assembleia dos Delegados Regionais, importante
para a análise de alguns documentos, como propostas orçamentárias, e para a
realização da eleição dos membros do CFP, evidenciando assim os limites
institucionais destes Sistemas Conselho.

4. João buscou a psicóloga de sua escola para desabafar sobre sentimentos


de desesperança e tristeza que o acompanham com forte intensidade faz 6
meses. A psicóloga o acolheu e fez um atendimento individual para conhecer o
máximo possível o que estava acontecendo com João. A partir deste
atendimento, combinou com João de marcar um encontro com os pais do
adolescente. No atendimento conjunto, a família chegou à compreensão
consensual da necessidade de João iniciar um acompanhamento
psicoterápico com um profissional que trabalhe na área clínica, sendo feito o
devido encaminhamento. Com base neste relato responda: quais as
atribuições do psicólogo escolar? Por que a psicóloga da escola encaminhou
João para outro profissional se ele é aluno da escola?
Porque o acompanhamento psicoterapêutico não é uma atribuição do
psicólogo escolar, pois seria inviável para o mesmo acompanhar individualmente
cada aluno da escola. As ações do psicólogo escolar dizem respeito mais ao âmbito
coletivo do que ao âmbito individual, podendo ter ações individuais em alguns casos,
agindo da maneira mencionada na questão, fornecendo acolhimento e atendimento
ao aluno, não com o objetivo de tratá-lo com a psicoterapia, mas de encaminhá-lo
para um profissional que possa se concentrar em prosseguir com o tratamento.
Dessa forma, o psicólogo escolar pode se concentrar em: realizar ações junto aos
alunos, educadores, pais e equipe da escola, objetivando tornar mais saudáveis as
relações nesse contexto, que envolvem aspectos culturais, sociais, econômicos e
políticos; participar da elaboração e revisão dos planos e políticas do sistema
educacional; trabalhar na melhoraria do processo de ensino e aprendizagem; e
realizar intervenções psicopedagógicas individuais ou em grupo, além de pesquisas
e diagnósticos quando necessário, sempre respeitando o código de ética da
profissão.

Portanto, ao contrário do que se pode pensar no senso comum, o


psicólogo escolar possui uma atuação muito maior nas relações coletivas do que
nas questões individuais dos alunos, pois o trabalho desse profissional consiste em
desenvolver projetos, ferramentas e conteúdos para que o ambiente escolar seja
mais harmonioso e proporcione maior bem-estar para todos os envolvidos, tratando
de questões relativas às temáticas que a escola apresentar maior necessidade, por
exemplo, como prevenir o bullying, compreender e respeitar as questões de gênero
e orientação sexual, como entender e proporcionar um ambiente mais adequado ao
desenvolvimento de crianças autistas, entre outros.

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