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Gil Manuel Filipe

Percepção da Gestão do Saneamento do Meio pelos Moradores do Bairro Torrone-Velho-


cidade de Quelimane

Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Gestão de Laboratórios

Universidade Licungo

Quelimane

2019
Gil Manuel Filipe

Percepção da Gestão do Saneamento do Meio pelos Moradores do Bairro Torrone-Velho-


cidade de Quelimane

Monografia Apresentada ao Curso de Biologia,


Departamento de Ciências Naturais e Matemática,
na UL-Sede, para a Obtenção do Grau Académico
de Licenciatura em Ensino de Biologia com
Habilitações em Gestão de Laboratórios.

Supervisor
MSc. Amândio Bacião Mutumula

Universidade Licungo

Quelimane

2019
Índice

Lista de tabelas ........................................................................................................................... v

Lista de gráficos......................................................................................................................... vi

Lista de abreviaturas e símbolos............................................................................................... vii

Lista de abreviatura ..................................................................................................................vii

Lista de símbolos ......................................................................................................................vii

Declaração ...............................................................................................................................viii

Dedicatória................................................................................................................................. ix

Agradecimentos .......................................................................................................................... x

Resumo ...................................................................................................................................... xi

Abstract .....................................................................................................................................xii

CAPITULO I

1. Introdução ............................................................................................................................. 13

1.1. Problematização................................................................................................................. 14

1.2. Justificativa ........................................................................................................................ 15

1.3. Objectivos .......................................................................................................................... 15

1.3.1. Objectivo geral ............................................................................................................... 15

1.3.2. Objectivos específicos .................................................................................................... 15

1.4. Procedimentos metodológicos ........................................................................................... 16

1.4.1. Tipo de pesquisa ............................................................................................................. 16

1.4.2. Local de estudo ............................................................................................................... 16

1.4.3. Técnicas de recolha de dados ......................................................................................... 17

1.4.3.1. Observação directa ...................................................................................................... 17

1.4.3.2. Inquérito ...................................................................................................................... 17

1.4.3.3. Universo populacional e amostragem ......................................................................... 17

CAPITULO II
2. Marco teórico ........................................................................................................................ 19

2.1. Conceitos básicos .............................................................................................................. 19

2.2. Tipos de esgotos ................................................................................................................ 21

2.3. Esgoto comum ou doméstico............................................................................................. 21

2.3.1. Esgotos sanitários ........................................................................................................... 21

2.3.2. Esgotos industriais .......................................................................................................... 21

2.3.3. Esgotos pluvial ............................................................................................................... 21

2.4. Principais problemas que afectam o saneamento do meio ................................................ 22

2.5. Situação do saneamento do meio do bairro Torrone – velho ............................................ 24

2.6. Importância do saneamento do meio ................................................................................. 26

2.7. Gestão do saneamento do meio ......................................................................................... 27

2.7.1. Etapas da gestão do saneamento do meio ...................................................................... 28

2.7.2. Gestão de acondicionamento .......................................................................................... 28

2.7.3. Recolha e transporte ....................................................................................................... 28

2.7.4. Lixão ............................................................................................................................... 28

2.7.5. Aterro controlado ............................................................................................................ 29

2.7.6. Aterro sanitário ............................................................................................................... 29

2.7.7. Incineração...................................................................................................................... 29

2.8. Doenças infecciosas relacionadas com a água .................................................................. 31

2.8.1. Doenças infecciosas relacionadas com excretas (esgotos) ............................................. 33

2.9. Os impactos da ausência de saneamento básico na saúde da população e


consequentemente na qualidade de vida ................................................................................... 34

CAPITULO III

3. Análise e interpretação dos dados ........................................................................................ 37

3.1. Dados da entrevista feita aos moradores do Bairro Torrone-velho ................................... 37

3.2. Dados da observação directa feita no bairro Torrone-velho ............................................. 40


3.3. Discussão dos dados da entrevista feita aos moradores do Bairro Torrone -velho ........... 41

3.4. Conclusões, Sugestões e Bibliografia ................................................................................ 44

3.4.1. Conclusões ...................................................................................................................... 44

3.4.2. Sugestões ........................................................................................................................ 44

3.4.3. Bibliografia ..................................................................................................................... 45

Apêndices ................................................................................................................................. 47

Anexos ...................................................................................................................................... 60
v

Lista de tabelas

Pág .

Tabela 1: Doenças infecciosas relacionadas com a água…………………………….31

Tabela 2: Doenças infecciosas relacionadas com os resíduos sólidos………………..33


vi

Lista de gráficos

Pág.

Gráfico 1: Que tipo de depósito de resíduos sólidos utiliza na sua residência.........................37

Gráfico 2: Qual foi a fonte de aquisição do caixote.................................................................37

Gráfico 3: Após a queda das chuvas a água fica estagnada na sua residência e nos recintos
públicos....................................................................................................................................38

Gráfico 4: Como e que escoas a água acumulada na sua residência e nos recintos públicos
após aqueda das chuvas............................................................................................................38

Gráfico 5: A sua residência possui latrina................................................................................39

Gráfico 6: De que forma tens contribuído para o melhoramento do saneamento do meio......39


vii

Lista de abreviaturas e símbolos

Lista de abreviatura

Abreviatura Significado

RS Residuos solidos

AC Aterro controlado

AS Aterro sanitário

ES Esgoto sanitário

IBGE Instituto brasileiro de geografia e estatística

INE Instituto nacional de estatística

OMS Organização mundial de saúde

ONG Organização não-governamental

CMCQ Conselho municipal cidade de Quelimane

SSMA Secretaria da saúde e meio ambiente

Lista de símbolos

Abreviatura ou simbolo Significado

o
C Graus celsius

KG Quilograma
viii

Declaração

Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do
meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Quelimane aos_____ de ___________________ de 2019

________________________________________

(Gil Manuel Filipe)


ix

Dedicatória

Dedico aos meus pais Manuel Filipe Francisco e Monisa Damião Dinis.
x

Agradecimentos

 À Deus pelo dom da vida e por ter abençoado durante todo o meu percurso académico

 Ao meu supervisor, MSc Amândio Bacião Mutumula, pelas correcções, sugestões e


críticas enriquecedoras de forma abnegada me orientou na elaboração deste trabalho,
pelo apoio e paciência;

 Meus Agradecimento vão para Isac morador do Bairro Torrone-velho, pela facilitação
na recolha de dados, que serviu com um guião;

 Aos meus docentes que tive durante a minha formação na faculdade, em especial os do
Departamento de Ciências Naturais e Matemática, que de forma sabia muniram-me de
conhecimentos científicos;

 Agradeço aos meus pais, Filipe Francisco e Monisa Damião, as pessoas que mais
confiaram em mim, mesmo quando minhas decisões pareciam “loucas”, “sem
sentido”;

 Agradeço aos meus irmãos Guido, Bendita, Hélio, Filipe, e a mais velha Anastácia
estes que me apoiaram financeiramente e moralmente para que este sonho torna-se
realidade;

 Agradeço ao Meu primo Carlos, pelo seu apoio no uso da máquina fotográfica digital
que serviu para fotografar as imagens referente ao saneamento do meio do Bairro em
estudo;

 Agradeço ao Meu primo Baruque, pelo seu apoio no uso maquina impressora;

 Agradeço ao professor Filipe da escola secundaria geral de Jagamo na província de


Inhambane, pelo seu apoio na correcção linguística;

 Agradeço aos colegas e amigos Agostinho, Tarcísio, Elídio, Bimo, Mussa Jobe,
Carimo, que deram sempre o apoio moral para a realização desse estudo que
caminharam comigo nessa jornada, o meu muito obrigado;

 Ao terminar, agradeço à todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram


para que este trabalho fosse concretizado.
xi

Resumo

O presente trabalho com o tema percepção da Gestão do Saneamento do Meio pelos


Moradores do Bairro Torrone-Velho-cidade de Quelimane. O mesmo teve como objectivo
principal, perceber a gestão do saneamento do meio pelos moradores do bairro Torrone-velho,
na cidade de Quelimane, tendo sido realizado entre Maio de 2018 a Junho de 2019. A
pesquisa é do tipo exploratório-descritiva porque visou perceber e descrever as práticas
actuais dos moradores e seu contributo na melhoria do saneamento do meio no bairro em
estudo. Foram usadas como técnicas de recolha de dados a observação directa, que consistiu
em verificar o comportamento das águas após a queda das chuvas assim como os tipos de
depósitos de resíduos sólidos utilizados pelos moradores, a revisão bibliográfica que consistiu
na consulta da literatura relacionada com a temática em estudo e o inquérito que consistiu na
obtenção de informações relacionadas com a gestão do saneamento do meio a partir dos
moradores. De um universo de 6237 habitantes do bairro em estudo, foram inquiridos 624
indivíduos de ambos sexos e idades que variam entre 16 a 60 anos, dentre eles moradores e
líderes comunitários. Os resultados do inquérito feito aos moradores mostram que a maioria
contribui para o melhoramento do saneamento do meio participando nas jornadas de limpeza
pública, assim como utilizam caixotes adquiridos através de recursos próprios para a
deposição de resíduos sólidos. Conclui-se também que após a queda das chuvas a água fica
estagnada nos recintos das residências e nos recintos públicos, entretanto, os moradores
escoam a água através de pequenas valas de drenagem caseiras. Sugere-se que haja
construção de valas de drenagem convenientes para o escoamento das águas, assim como a
melhoria do ordenamento territorial. Sugere-se também o aumento de silos para a deposição
de resíduos sólidos de modo a reduzir a distância percorrida pelos moradores.

Palavras-chaveː Moradores, Gestão, Saneamento.


xii

Abstract

This paper deals with the perception of Environment Sanitation Management by the Residents
of the Torrone-Velho-Quelimane Town. The main objective was to understand the
management of sanitation by residents of the Torrone-Velho neighborhood, in the city of
Quelimane, from May 2018 to June 2019. The research is exploratory-descriptive because it
aimed to understand and describe the current practices of the residents and their contribution
to improving sanitation in the neighborhood under study. Direct observation was used as data
collection techniques, which consisted of verifying the behavior of the waters after the rain
fall as well as the types of solid waste deposits used by the residents. The literature review
consisted of consulting the literature related to theme under study and the survey that
consisted in obtaining information related to the management of sanitation from the residents.
From a universe of 6237 inhabitants of the neighborhood under study, 624 individuals of both
sexes and ages ranging from 16 to 60 years were surveyed, including residents and
community leaders. The results of the survey conducted with the residents show that most
contribute to improving the sanitation of the environment by participating in public cleaning
days, as well as using crates acquired through their own resources for solid waste disposal. It
is also concluded that after the rain falls, the water is stagnant in the residential and public
enclosures, however, the residents drain the water through small homemade drainage ditches.
It is suggested that convenient drainage ditches be constructed for water runoff, as well as the
improvement of territorial planning. It is also suggested to increase silos for solid waste
disposal in order to reduce the distance traveled by residents.
Key wordsː Residents, Management, Sanitation.
13

CAPITULO I

1. Introdução

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controlo de todos os


factores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o
bem-estar físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o
conjunto de acções socioeconómicas que têm por objectivo alcançar salubridade ambiental.

O cenário actual da cidade de Quelimane é caracterizado por vários montes de lixo espalhados
pelos cantos da cidade. A acumulação de lixo não se verifica apenas nas ruas e avenidas, mas
também nos principais mercados da cidade. O Mercado Central e o do Chabeco são exemplo
disso e a recolha quando acontece faz-se com muita deficiência.

De acordo com jornal notícias publicado (19 de Julho de 2015:3), das poucas vezes em que os
resíduos sólidos são removidos, os trabalhadores afectos ao sector de recolha de lixo fazem-
no de forma despachada, ou seja, os montes de resíduos sólidos urbanos que inundam as ruas
não são bem removidos, ficando ainda muito material inútil. Do local de remoção à lixeira
municipal, enquanto os camiões e tractores circulam vão deixando cair parte desses resíduos
sólidos.

Segundo SOUSA (2001:188), o deficiente saneamento do meio deve-se à falta de um plano de


ordenamento territorial, o que dificulta a movimentação de viaturas destinadas à remoção de
resíduos sólidos. Todos os munícipes devem melhorar a gestão do seu lixo doméstico,
cumprindo com os horários e os locais indicados para a sua colocação. Tratando-se de locais
de compra e venda de produtos alimentares e não só, os riscos contra a saúde pública são
maiores.

De acordo com jornal notícias publicado (19 de Julho de 2015:9), a problemática de gestão de
saneamento do meio não é apenas uma questão administrativa, mas também política social e
cultural. O munícipe deve perceber que ele próprio tem responsabilidade de gerir o seu
próprio lixo doméstico, depositando-o nos locais e horários indicados pela edilidade. Em
quase todos os bairros, o Conselho Municipal construiu silos para depósito de lixo, mas há
alguns munícipes que deitam os seus resíduos sólidos em locais não indicados.

Sendo assim, a pesquisa com o tema percepção da Gestão do Saneamento do Meio pelos
Moradores do Bairro Torrone-Velho-cidade de Quelimane resulta da necessidade de se fazer
14

um levantamento sobre o mesmo, de modo a obter informações a partir dos moradores deste
bairro referentes à situação da gestão do saneamento do meio.

O estudo tomou como base a cidade de Quelimane mais concretamente no bairro Torrone -
Velho cuja finalidade é de perceber a Gestão do Saneamento do Meio pelos Moradores do
Bairro Torrone-Velho-cidade de Quelimane.

O trabalho está subdividido em três capítulos, sendo o primeiro o da introdução, o segundo a


fundamentação teórica e o último, apresentação, análise e discussão dos dados, conclusões e
sugestões.

1.1. Problematização

Os problemas ambientais ligados à deficiência de saneamento do meio no bairro Torrone-


velho na cidade de Quelimane são antigos e podem estar associados à elevada densidade
populacional.

Dados do INE (2017) indicam que o bairro Torrone-velho apresenta uma população estimada
em 6237 habitantes. Essa densidade populacional, aliada à construção desordenada de
residências pode ter contribuído para um saneamento precário do meio. Dessa forma, era
notório que os sistemas caseiros de esgoto não tinham destino adequado, verificando-se
frequentemente águas estagnadas em locais públicos como por exemplo os mercados. Quando
essas águas entram em contacto com os alimentos podem causar diversas doenças. Para além
de águas estagnadas, os moradores depositavam resíduos sólidos de forma inadequada, o que
podia favorecer o desenvolvimento e proliferação de microrganismos patogénicos
contribuindo para a degradação do ambiente e consequentemente elevando também o risco de
contracção de doenças. Com base em todas essas constatações levanta-se a seguinte questão:

De que forma os moradores do Bairro Torrone-velho fazem a gestão do saneamento do


meio?
15

1.2. Justificativa

Torrone-velho é um dos bairros da cidade de Quelimane com elevada densidade populacional


e com problemas de urbanização, cenário que faz com que o saneamento do meio seja
precário.

A escolha deste tema deve-se ao facto de o autor ter vivido nesse bairro durante alguns anos e
ter constatado que a chuva caísse, a água ficava estagnada por longos períodos nos recintos
das residências assim como em alguns locais públicos como é o caso dos mercados.

Para agravar a situação, os moradores depositavam os resíduos sólidos em locais impróprios,


não indicados pelas autoridades municipais, assim como era notória a prática do fecalismo a
céu aberto tornando o bairro imundo e um ambiente desagradável para quem se fizesse passar
pelas suas ruas.

Tomando em consideração que o bairro Torrone velho consta da lista dos que ciclicamente
são mais assolados pelas doenças resultantes do deficiente saneamento do meio e consumo de
água imprópria na cidade de Quelimane, espera-se que com este tema se contribua para o
despertar da consciência dos moradores para a necessidade de viver e conviver num ambiente
agradável.

Espera-se também que para além do tema poder vir a contribuir para a minimização da
eclosão de doenças hídricas e doenças adquiridas pela ingestão de alimentos contaminados,
possa ser útil como fonte bibliográfica para futuros investigadores interessados em matérias
de gestão ambiental.

1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo geral

 Perceber a gestão do saneamento do meio pelos moradores do bairro Torrone-velho na


cidade de Quelimane.

1.3.2. Objectivos específicos

 Aferir o contributo dos moradores do bairro Torrone-velho na gestão do saneamento


do meio;
16

 Identificar os tipos de depósito de resíduos sólidos utilizados pelos moradores do


bairro Torrone-velho;
 Verificar o comportamento das águas após a queda das chuvas no bairro Torrone-
velho;

1.4. Procedimentos metodológicos

1.4.1. Tipo de pesquisa

A pesquisa é de natureza básica porque busca o saber da situação em que os moradores do


bairro Torrone-Velho fazem a gestão dos resíduos sólidos, para satisfazer necessidades
intelectuais a contribuir para o melhoramento do saneamento do meio, com vista a minimizar
os problemas que esta comunidade enfrenta desde os tempos passados, (OLIVEIRA,1997).

De acordo com GIL (1991:15) citado por CASSANDRA (2004), esta pesquisa e do tipo
exploratório – descritiva porque visou perceber e descrever as práticas actuais dos moradores
e seu contributo na melhoria do saneamento do meio no bairro em estudo. Foram usadas
como técnicas de recolha de dados a observação directa, que consistiu em verificar o
comportamento das águas após a queda das chuvas assim como os tipos de depósitos de
resíduos sólidos utilizados pelos moradores, a revisão bibliográfica que consistiu na consulta
da literatura relacionada com a temática em estudo e o inquérito que consistiu na obtenção de
informações relacionadas com a gestão do saneamento do meio a partir dos moradores.

E de acordo com a forma de abordagem do tema em estudo a pesquisa é mista, na


componente qualitativa consistiu em colher percepções dos moradores do bairro Torrone-
Velho, sobre a gestão de saneamento do meio. E a parte quantitativa cingiu- se em traduzir em
números as opiniões dadas, e informações sobre a noção dos impactos que causam os resíduos
sólidos descartados a céu aberto ao meio ambiente, para depois e analisá-las com base no
pacote estatístico EXCEL, (GIL, 1991).

1.4.2. Local de estudo

O trabalho realizou-se no bairro Torrone-velho no Município de Quelimane, a área em estudo


foi delimitada de acordo com a localização geográfica dos maiores problemas de saneamento
do meio, a partir de um conhecimento prévio do bairro. De acordo com os dados fornecidos
17

pelo instituto nacional de estatística, do censo realizado em 2017, o bairro Torrone-Velho,


conta actualmente com 6237 habitantes. Que corresponde 2999 mulheres e 3238 homens.

1.4.3. Técnicas de recolha de dados

De acordo com os métodos desenvolvidos para a concretização deste trabalho, utilizaram-se


as seguintes técnicas:

1.4.3.1. Observação directa

RICHARDSON (1989:213/14) considerou a observação como a base de qualquer


investigação podendo ser utilizada em trabalho científico de qualquer nível e ainda acrescenta
que tradicionalmente, a observação é considerada como um método qualitativo de
investigação.

O autor usou este método com intuito de observar e em verificar o comportamento das águas
após a queda das chuvas assim como os tipos de depósitos de resíduos sólidos utilizados pelos
moradores na área de estudo, como factor que possibilita a compreender a gestão de
saneamento do meio é feita de forma adequada.

1.4.3.2. Inquérito

Com a técnica acima, a colecta de dados foi feita a partir de perguntas mistas (abertas e
fechadas) às famílias da unidade residencial de Torrone-Velho para obter-se informações
relacionadas com a gestão do saneamento do meio a partir dos moradores. As perguntas
abertas e fechadas tinham em vista, obter dos inquiridos, respostas às mesmas perguntas. E
para maior êxito do inquérito fez-se um contacto inicial com as autoridades locais de modo a
explicar a finalidade da pesquisa, ressaltando a necessidade da sua colaboração. A ficha do
inquérito foi preenchida pelo próprio pesquisador para permitir que as famílias analfabetas
aderissem ao inquérito.

1.4.3.3. Universo populacional e amostragem

Segundo CUNHA & CAIXETA FILHO (2002:143), a população a ser pesquisada ou o


universo da pesquisa, é definida como o conjunto de indivíduos que partilham de, pelo menos,
uma característica comum. Assim sendo o nosso universo é de 6237 habitantes do bairro
Torrone- Velho conforme os dados estatísticos do Censo realizado pelo Instituto Nacional de
18

Estatística em 2017. A nossa amostra é de 624 Indivíduos de ambos os sexos e idades que
variam entre 16 a 60 anos, obtidos em sete (7) quarteirões nomeadamente: A-76, B-89, C-124,
D-107, E-83, F-78, G-67, dentre eles moradores e líderes comunitários.

Para este estudo usou-se a amostragem probabilística aleatório simples que consistiu em
seleccionar o número de indivíduos do bairro em estudo porque todos tiveram a mesma
chance, de participar no inquérito, 32.2% do sexo masculino que corresponde a 201
moradores, e 67.8% do sexo feminino que equivale a 423 moradores. E como refere
OLIVEIRA (2003:38), a amostragem probabilística é aquela em que cada elemento da
população tem uma chance conhecida e diferente de zero de ser seleccionado para representar
a amostra.

O trabalho incluiu quase todas as fachas etárias, isso faz com que haja diferentes
contribuições em torno da idade no assunto que se trata no presente trabalho, deste modo
acaba-se entendendo que a pesquisa cria uma profunda inclusão de várias idades na medida
em que as informações sejam de várias fachas etárias.
19

CAPITULO II

2. Marco teórico

2.1. Conceitos básicos

Saneamento: é o conjunto de acções, obras e serviços que têm por objectivo alcançar níveis
crescentes e sustentáveis de salubridade ambiental.

Saneamento básico: consiste em um processo complexo que se inicia com a captação ou


derivação da água, seu tratamento em estações apropriadas, adopção e distribuição, incluindo
o transporte da água desde o local de retirada até o de consumo final, culminando com o
esgotamento sanitário, isto é, todo o procedimento de colecta e purificação nas estações de
tratamento de esgotos; (DEMOLINER, KARINE SILVA, 2008).

Salubridade ambiental: é o estado de higidez (estado de saúde normal) em que vive a


população urbana e rural, tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou
impedir a ocorrência de epidemias veiculadas pelo meio ambiente, de modo a promover o
aperfeiçoamento de condições (que diz respeito ao clima e/ou ambiente) favoráveis ao pleno
gozo de saúde e bem-estar.

Meio ambiente: é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,


química e biológica, que permite, a vida em todas as suas formas.

Nesta ordem de ideias SOUZA (2001:188) sustenta que:

[…] todas as acções humanas alteram o ambiente natural e a civilização actual não
seria possível sem a ocupação e uso intensivo dos mesmos, mas há risco de seu
esgotamento ou de que seja alterado de tal forma que não se possa mais utilizá-lo. O
objectivo dos cuidados com o ambiente deve ser de conservação dos seus recursos
bióticos e abióticos, procurando evitar que os mesmos se esgotem ou que sejam
alterados de forma a se tornarem inúteis ou prejudiciais. Os recursos naturais são
essenciais à civilização humana. Um ambiente saudável para o ser humano é aquele
que permite que viva com saúde e recursos suficientes para sua sobrevivência.

Lixo: chama-se lixo todo e qualquer resíduo proveniente das actividades humanas, ou gerados
pela natureza em aglomerações urbanas. Os dicionários de língua portuguesa definem a
palavra como sendo: coisas inúteis, imprestáveis, velhas, sem valor, aquilo que se varre para
20

tornar limpa uma casa ou uma cidade; entulho; qualquer material produzido pelo homem que
perde a utilidade e é descartado, (FORMIGA, et al. 2007).

De acordo com CUNHA & FILHOS (2002:67), o lixo descartado pela sociedade é uma
mistura muito complexa e muito diversa e tendo como principais constituintes o material
orgânico (resto de alimentos e de material vegetal), papel, vidro, metais e plásticos.

A água: é um recurso natural indispensável à vida do homem. Quando privado de água, o


mesmo não pode sobreviver mais do que algumas horas ou poucos dias, pois todas as
manifestações vitais são inibidas. Dada a sua importância, exige-se um abastecimento da
mesma em condições higiénicas convenientes pelo que a preservação da qualidade da água
constitui um dos principais desafios da humanidade, (FERREIRA, 1990:192).

Portanto, como aponta FORMIGA, et al (2007:602):

O consumo de água potável é vital para a saúde humana. Devido à limitada


capacidade dos sistemas de abastecimento de água tratada, parte significativa da
população está dependente de fontes alternativas, muitas das vezes impróprias para o
consumo. Esta situação requere que as comunidades adoptem formas adequadas de
tratamento e conservação de água para consumo, que incluem, entre outras opções, o
uso de cloro, ou então ferver a água, e armazená-la sempre em recipientes limpos e
tratados.

Esgotos: são todos os resíduos líquidos provenientes de indústrias e domicílios e que


necessitam de tratamento adequado para que sejam removidas as impurezas e assim possam
ser devolvidos à natureza sem causar danos ambientais e à saúde humana, (SPERLING,
2005:11).

Para ANDREOLI (2001:29):

Os esgotos contêm inúmeros organismos vivos, tais como bactérias, vírus, vermes e
protozoários que na sua maioria são depositados junto com os dejectos humanos.
Alguns sendo muito importante no tratamento de águas residuárias, pois degradam a
matéria orgânica composta em compostos orgânicos mais simples e estáveis; outros
são denominados organismos patogénicos, ou seja, que transmitem doenças.

Limpeza urbana e gestão de resíduos sólidos: conjunto de actividades, infra-estruturas e


instalações operacionais de colecta, transporte, tratamento e destino final do lixo doméstico e
do lixo originado da limpeza e vias pública e, sistemas de drenagem de águas pluviais.
21

2.2. Tipos de esgotos

2.3. Esgoto comum ou doméstico

Provem da actividade doméstica, é composto pela água utilizada em lavagens de roupa,


louças, no banho, em bacias sanitárias, cozinhas.

2.3.1. Esgotos sanitários

São essencialmente compostos por água, com uma percentagem de 99,9%. O restante é
sólidos suspensos e dissolvidos, e podem ser orgânicos ou inorgânicos. Suas características
dependem de acordo com alguns da sociedade que utilizou a água e seus fins, bem como o
clima da região.

2.3.2. Esgotos industriais

Provem de processos industriais. É função do trabalho da indústria, o que geralmente o torna


intermitente e com grande volume de contribuição. Pode ser orgânico ou mineral, dependendo
do tipo de indústria.

2.3.3. Esgotos pluvial

Decorrente da colecta da precipitação atmosférica e da lavagem das ruas. Sua composição


varia de acordo com a frequência de chuvas, sendo mais semelhante ao sanitário por lavar a
atmosfera, telhados, calçadas, pisos, (KLOETZEL,1998:220).

As águas pluviais: são as águas procedentes das chuvas e que acabam se estagnando em certos
habitats e que posteriormente por causa da falta de drenagem acabam criando o odor estranho
e assim podendo provocar alguns prejuízos para as pessoas que acabam pisando ou usando;
(ANDREOLI, 2001:290).

Para DACACH (1984:12), preservar a qualidade dos espaços e/ou qualificá-los deverá ser
uma atitude permanente, não só da equipa que dirige o Município, mas de todos os que nela
vivem e convivem. Um dos aspectos a considerar para uma maior dedicação de todos na
preservação do espaço é a necessidade que cada utente tem da sua apropriação. Um espaço
22

que é de quase todos e de ninguém em particular será sempre mais degradado porque
ninguém, se sente particularmente responsável em preservar ou qualificar. É mais fácil e
correcto responsabilizar os utentes pelos espaços por si utilizados do que por espaços
utilizados por outrem.

Segundo ARAÚJO (1997:81), a participação de todos na preservação e qualificação dos


espaços é uma atitude necessária e permanente. Os espaços estão ao serviço e ao dispor dos
utentes, adaptando-se às necessidades reais das pessoas. Lembremos igualmente que terá
menos custos a manutenção dos espaços em qualidade aceitável do que deixar degradar para
depois arranjar. Nesse sentido as autoridades Municipais deverão considerar todas as medidas
necessárias de carácter preventivo, para a responsabilização dos utentes na preservação e
embelezamento dos espaços.

De acordo com BOTELHO (1985:35), uma forma de envolver os utentes dos espaços na sua
manutenção é espalhar impressos próprios para enumeração dos pequenos ou grandes estragos
das instalações. Nos lugares públicos, em cada esquina, espaço e ao alcance de cada cidadão
deverá existir uma folha própria onde cada um pode chamar a atenção sobre o tratamento do
lixo. Isto fará despertar a atenção de todos para o que deve ser reparado e, inconscientemente,
assimilar – se – á a necessidade de preservação e tratamento do meio ambiente.

Uma das estratégias que os gestores Municipais deverão considerar para a contenção da
degradação dos espaços é a imediata recuperação das pequenas anomalias. Se não se recolher
ou retirar imediatamente uma lata deitada ou um objecto qualquer, teremos, forçosamente,
muitos objectos na rua e de qualquer maneira. Se na parede branca aparecer um risco de
carvão ou uma marca com lama e não for feita a imediata limpeza, outros riscos e marcas de
lama surgirão em breve. Sujidade atrai sujidade e é bom que os munícipes cresçam num
ambiente que não lhes transmita o gosto ou a conformação pela degradação, ou pela falta de
hábito de preservação dos espaços, (KLOETZEL, 1998:282).

2.4. Principais problemas que afectam o saneamento do meio

Para SAGRETI & BITO (2006), o governo deve criar projectos de legislações rigorosas
voltados na obrigação dos países em reduzir a produção de gases e como a falta de
saneamento também propicia a produção de gases, consequentemente haverá uma melhoria
nas condições de saneamento.
23

Nos últimos anos bairro Torrone - Velho tem enfrentado imensos problemas do saneamento
do meio devido a poluição ambiental. Tal facto, aumentou a necessidade de se procurarem
mecanismos para se superar a situação

No intender de SAGRETI & BITO (2006:208):

A realidade do saneamento do meio na maioria dos munícipes é evidenciada pela


falta de plano efectivo, de controlo e regulação dos serviços de abastecimento de
água potável e de esgotamento sanitário, de gestão dos resíduos sólidos e de
drenagem urbana. Essa prática resulta em graves problemas de contaminação do ar,
do solo, das águas superficiais e subterrâneas, de criação de focos de contaminação
de doenças de veiculação hídrica e de vectores de transmissão de doenças com sérios
impactos na saúde pública.

Segundo ARAÚJO at all (1997:81), principais problemas do saneamento do meio estão


relacionados com a problemática da urbanização e o plano de ordenamento territorial. A falta
de saneamento básico pode gerar inúmeros problemas de saúde. Portanto, o conjunto de
factores que reúnem o saneamento leva a uma melhoria de vida na população na medida que
controla e previne doenças, combatendo muitos vectores.

De acordo com RIBEIRO & ROOKE (2010), as doenças que podem estar relacionadas com a
falta de saneamento básico são:

 Disenteria
 Giardíase
 Amebíase
 Gastroenterite
 Leptospirose
 Cólera
 Poliomielite
 Hepatite infecciosa
 Febre tifóide
 Malária
 Ébola
 Sarampo
24

De acordo com FUNASA (2009) citados por GALVÃO & PAGANINI (2009:88):

O problema do saneamento não é só do governo, a comunidade pode, e deve,


participar desta tarefa. O lixo é fonte de sustento para diversas famílias. De
problema a solução, o lixo passa por uma simples mudança de ponto de vista.
Encontramos pessoa, que recolhe o lixo, nas cidades. Elas separam garrafas de
vidros, embalagens de plástico e papel para vender. Assim como os que recolhe o
papel, elas conseguem o dinheiro necessário à sua sobrevivência.

2.5. Situação do saneamento do meio do bairro Torrone – velho

Os sistemas de drenagem urbana, de abastecimento de água, de colecta e tratamento dos


esgotos e de resíduos sólidos contribuem para a melhoria da qualidade ambiental, também da
qualidade de vida e saúde nas áreas urbanas e rurais. A insuficiência desses serviços ocasiona
impactos ambientais negativos como a contaminação de corpos de água pelo lançamento de
esgoto sanitário (sem tratamento), e dos resíduos sólidos através da disposição inadequada.
Assim como, a do lençol freático quando é imprópria a localização dos aterros. E as condições
inadequadas dos serviços de saneamento possuem tendência há gerar índices significativos de
morbidade causada por doença infecciosa. Como exemplo, as ocasionadas por vectores que
poderá ser provocada pela carência dos serviços destinados à drenagem urbana, (CUNHA,
2011).

A qualidade e a quantidade de água servida à população podem ter impactos diferenciados


sobre a saúde, e estão muitas vezes relacionadas uma com a outra. Em uma determinada área
urbana, a presença de agentes patogénicos estão relacionadas com alguns factores, tais como:
a irregularidade do abastecimento de água, a falta de manutenção na infra-estrutura da rede e
nas residências, assim como a falta de higiene no manejo da água, sendo que estes agentes
estão correlacionados à existência de doenças por veiculação hídrica (são definidas como
sendo aquelas em que a água actua como veículo de agentes infecciosos). Sendo assim, a falta
de saneamento e o não cuidado com a higiene pessoal dos consumidores podem ser
considerados como factores de risco à saúde pública, (SOARES et al, 2002).

O saneamento do meio no bairro Torrone - Velho é caracterizado por uma situação de


precariedade onde, nas ruas é frequente o acumulo do lixo de qualquer maneira com um
cheiro nauseabundo, trata-se de um lixo com bastante tempo e até chaga a fazer quatro a cinco
semanas no mesmo local sem ser recolhido pelos moradores. As ruas são caracterizadas pela
abundância do lixo doméstico o que contribuem para a poluição do meio ambiente.
25

Numa tentativa de tratar os resíduos sólidos, o lixo que não pode ser reduzido, reutilizado ou
reciclado, deve ser tratado de outra forma. Nesta perspectiva existem dois métodos principais
de tratar o lixo : o método de incineração (queima) e aterros sanitários. Ambos métodos
podem criar severos danos ambientais, portanto, devem ser muito bem controlados. Este
último método e o modo mais comum de se livrar do lixo dado que a principal vantagem é a
redução do volume dos resíduos, uma vez que as cinzas resultantes do processo de combustão
apresentam cerca de 25% do total incinerado, mas também tem as suas desvantagens dado que
os custos operacionais são bastante altos, se formos a fazer uma comparação com o sistema de
aterros sanitários sem contar ainda que a operação de incineração exige mão-de-obra
qualificada, e tratamento específico de gazes emitidos durante o processo para evitar danos,
ao meio ambiente. É importante fazer com que estes materiais porem de escapar do lixo em
decomposição, (CUNHA, 2011).

Resíduos sólidos são os resíduos no estado sólido e semi-sólido, que resultam de


actividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de variação. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controlo de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou
exijam para isso soluções técnica, (MALUF, MENEZES & MARQUES, 2006).

De acordo com a OMS (2007:12), a necessidade de tratamento do lixo surge nas grandes
metrópoles como uma possível resposta ao que fazer com os resíduos nos próximos anos já
que as administrações municipais têm-se defrontado com : Escassez de áreas para a
destinação final do lixo ; disputa pelo uso das áreas remanescentes com as populações da
periferia ; necessidade de ampliar a vida útil dos aterros em operação ; disposição inadequada
de resíduos sépticos. Além destas questões mais imediatas e pontuais, a discussão mundial
sobre a saúde do planeta tem apontado a valorização dos componentes do lixo como uma das
formas de promover a conservação de recursos. Assim, o tratamento do lixo deve:

 Reduzir: quer dizer economizar de todas as formas possíveis: Procurar sempre


produtos mais duráveis; Comprar o suficiente para consumo, evitando desperdício de
produtos e alimentos; Por no prato só o que realmente for comer; Reformar e
conservas as coisas, no lugar de substitui-las por outras; Doar os objectos e roupas que
não são mais necessários para quem precisa. Procure produtos que tenham menos
embalagens ou utilize aqueles que tenham embalagem reciclável.
26

 Reutilizar: é uma forma de evitar que vá para o lixo a quilo que não é coisa inútil. É
ser criativo, inovador, usar um produto de várias maneiras. Por exemplo: Reaproveitar
vidros de geleia, maionese, massa de tomate, que podem servir para armazenar
alimentos ou outros objectos. Utilizar a frente e o verso do papel para escrever; Os
garrafões de vinho podem ser enviados para as cooperativas e sucateiros, que os
encaminharão para as vinícolas, onde serão lavados e reaproveitados.

 Reciclar: separar o lixo reciclável (plástico, metais, vidro, papel) do lixo orgânico. O
reciclável deve ser encaminhado para empresas ou cooperativas de trabalhadores de
reciclagem, pois serão transformados novamente em matéria-prima para voltar ao
ciclo produtivo.

Segundo LUZ (2005:123):

Os 3 R’s referem-se às palavras Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Essas palavras


sintetizam as atitudes práticas que podemos ter no nosso dia-a-dia para preservar o
planeta. É possível gerar menos lixo e provocar um impacto ambiental menor
reduzindo o consumo de produtos desnecessários, reutilizando sempre que possível
e separando os materiais recicláveis.

2.6. Importância do saneamento do meio

Saneamento do meio e indispensável à qualidade de vida. Sanear é controlar os factores do


meio físico do homem, que exerçam ou passa a exercer efeito prejudicial ao seu bem-estar
físico, mental ou social. E os reflexos das acções de saneamento ou de sua carência são
notório sobre o meio ambiente em particular os recursos hídricos, sendo essencial a vida
humana e desempenhando um papel fundamental de substrato à vida em diferentes
ecossistemas, por meio do ciclo hídrico e da circulação atmosférica global, é fundamental
para a regulação térmica do planeta, (LOPES, 2014).

Antes de se falar da importância do saneamento do meio primeiro torna-se necessário


abordar-se acerca da definição de saúde e alguns princípios básicos de saúde. Então, de
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) aceita pela maioria dos países, saúde é o
estado e o completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou
qualquer enfermidade. Neste contexto muitas podem ser as causas das doenças. O meio físico
através dos seus agentes (frio, calor, electricidade, produtos tóxicos e químicos, etc.) altera o
equilíbrio do corpo humano, causando doenças. O meio biológico através dos seus agentes
27

(vermes e micróbios) pode chegar directamente por veículos animados (moscas, mosquitos,
ratos, baratas, etc.) ou por veículos inanimados (ar, água, objectos, utensílios).

De acordo com LOPES (2014:12), talvez seja necessário um trabalho de redução alimentar. O
consumidor precisa estar consciente de suas escolhas, e quais os benefícios e malefícios sobre
sua saúde, o meio ambiente e a repartição social da riqueza.

Segundo LUZ (2005:535), o saneamento do meio é de suma importância para a vida humana,
posto que controla diversas doenças que podem prejudicar a saúde através de um conjunto de
medidas que melhora a vida do cidadão. Uma importante medida adoptada por programas de
saneamento ambiental é a consciencialização e educação da população em geral com o intuito
de alertar para a importância da conservação ambiental.

Em questões práticas, a importância do saneamento básico está ligada a implantação de


sistemas e modelos públicos que promovam o abastecimento de água, esgoto sanitário e
destinação correta de lixo, com o objectivo de prevenção e controlo de doenças, promoção de
hábitos higiénicos e saudáveis, melhorias da limpeza pública básica e, consequentemente, da
qualidade de vida da população. Além disso, ele garante a preservação do meio ambiente, e
indispensável para a saúde humana, o saneamento do meio pode ser compreendido como o
controle e a manutenção de todos os meios físicos do homem que possam afectar
prejudicialmente a sua saúde.

2.7. Gestão do saneamento do meio

Em virtude da problemática do bairro Torrone - Velho, há necessidade da adopção de medidas


para o controlo destes resíduos sólidos, desde a geração até ao seu destino final. A gestão
compreende todas as acções adoptadas no sistema de limpeza urbana, sendo assim, integrada
pelas etapas de geração, acondicionamento, colecta, transporte, transferência, tratamento e
destinação final do lixo urbano, além da limpeza de logradouros públicos, (PHILIPPI JR,
1992:60).
28

2.7.1. Etapas da gestão do saneamento do meio

2.7.2. Gestão de acondicionamento

A quantidade de resíduos produzida por uma população e bastante variável e depende de uma
série de factores, como renda, natureza das actividades económicas, época do ano, hábitos de
consumo de alimento, movimento da população nos períodos de férias e fins-de-semana. Os
métodos de acondicionamento de resíduos utilizados incluem a utilização de tambores
metálicos ou plásticos contendo o lixo solto, caixas de papelão e o predominante descarte em
receptáculos plásticos, como sacolas de supermercado e sacos de lixo. Alguns resíduos
requerem métodos especiais de acondicionamento, como os oriundos de serviços de saúde, e
aqueles de carácter perfuro cortante, devido ao seu potencial risco de prejuízo á saúde dos
colectores e cantadores de lixo, (CUNHA & FILHOS, 2002).

2.7.3. Recolha e transporte

A colecta e disposição final do lixo urbano são de competência dos municípios. Segundo
dados do IBGE (2002), aproximadamente 60% colectados são dispostos em lixões nos países.
A organização de administrar o processo de colecta deve objectivar a colecta de 100% do lixo
gerado, ou seja, a universalização da colecta, CUNHA & CAIXETA FILHO (2002), relatam
que a colecta engloba desde a partida do veículo da garagem, compreendendo todo o percurso
gasto na viagem para remoção dos resíduos dos locais onde foram acondicionados aos locais
de descarga, até o retorno do veículo ao ponto de partida.

2.7.4. Lixão

Geralmente e um lugar afastado do centro das cidades no qual são depositados no solo, a céu
aberto, todos os tipos de resíduos colectados. Constituem uma forma inadequada de descarga
final, podendo levar à contaminação dos solos e dos corpos hídricos (superficiais e
subterrâneos) pela extracção de líquidos poluentes. Vinculado a isso, há impactos
económicos, como a desvalorização das áreas próximas aos lixões, e impactos sociais, como
prática de separação de resíduos recicláveis ou para o próprio consumo, incluindo-se aí a
alimentação. Apesar de todas essas considerações, é a alternativa mais comum na grande
maioria das cidades dos países em desenvolvimento, pois constitui um procedimento de baixo
custo, (ALMEIDA, 2000).
29

2.7.5. Aterro controlado

A destinação em aterros controlados e menos prejudicial do que em lixões pelo facto de que
os resíduos dispostos no solo são recobertos com terra ao final da jornada diária, o que acaba
por reduzir a poluição do local. Trata-se, porém, de solução primária para a resolução do
problema do descarte do lixo urbano e não deve ser priorizado por não ser a técnica mais
adequada para evitar danos ambientais, uma vez que a decomposição dos resíduos aterrados
sem qualquer segregação acarreta a contaminação do solo e de corpos hídricos circunvizinhos.
(IBGE, 2007).

2.7.6. Aterro sanitário

Aterro sanitário consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem
causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais,
método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor
área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de
terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos menores se for necessário,
(PHILIPPI JR, 1992:88).

2.7.7. Incineração

A incineração consiste na queima dos detritos em incinerador ou usina de incineração, a


temperaturas superiores a 900º C. Como vantagens do método podem-se citar a redução
significativa do volume dos dejectos municipais, a diminuição do potencial tóxico dos
dejectos e a possibilidade de utilização da energia libertada com a queima. Como
desvantagem tem-se a potencial transferência da poluição do resíduo incinerado à atmosfera,
com a emissão de gases e partículas muito finas sólidos ou então líquidos no suspenso no ar,
devido à inadequação dos sistemas de controlo e monitoramento do próprio incinerador,
(IBGE, 2007).

No entanto quando se fala da gestão do saneamento do meio não significa que toda a
responsabilidade do saneamento do meio cabe aos moradores da àquele bairro mas também
das entidades competentes como e o caso do conselho municipal. Mas também os moradores
30

têm este papel de observância das normas básicas de saúde abrindo aterros sanitários,
enterrando o lixo ao seu redor. As pessoas com economia mais baixa, estão sujeitas a
considerar tais dejectos como fonte de matéria-prima. No caso concreto desta urbe, as pessoas
usam o lixo para entulhar em locais muito baixos no sentido de elevar aquele local.

De um modo geral o saneamento do meio constitui um dos factores ambientais que devem ser
da responsabilidade de todos, de maneira a somar e corrigir a probabilidade de transmissão de
doenças. Implica, porém que seja um trabalho que proporcione um serviço de prevenção,
promoção de saúde pública. (ALMEIDA, 2000).

Segundo GALVÃO & PAGANINI (2009:234), os serviços públicos de saneamento básico


são prestados com base nos seguintes princípios fundamentais:

 Universalização do acesso;

 Integralidade, compreendida como o conjunto de todas as actividades e componentes


de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o
acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das acções e
resultados;

 Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos


sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à protecção do meio
ambiente;

 Disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e manejo das


águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes, adequados à
saúde pública e à segurança da vida e do património público e privado.

 Adopção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e


regionais;

 Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de


combate à pobreza e de sua erradicação, de protecção ambiental, de promoção da
saúde e outras de relevante interesse social voltada para a melhoria da qualidade de
vida, para as quais o saneamento básico seja factor determinante;

 Eficiência e sustentabilidade económica;

 Utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos


usuários e a adopção de soluções graduais e progressivas;
31

 Controle social;

 Segurança, qualidade e regularidade;

 Integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.

2.8. Doenças infecciosas relacionadas com a água

RIBEIRO & ROOKE (2010:36), destacam que as doenças infecciosas relacionadas com a
água podem ser causadas por agentes microbianos e agentes químicos e de acordo com o
mecanismo de transmissão destas doenças, podem ser classificadas em quatro grupos.

Tabela 1: Doenças infecciosas relacionadas com a água.

Formas de transmissão Principais doenças Formas de prevenção

1oGRUPO Doenças adquiridas pela Diarreias; Infecções de Fornecer água com


escassez de água, para a pele e olhos: sarnas, quantidade e qualidade
higiene. A falta de água fungos de pele, tracoma adequada e promover a
afecta directamente a (infecção nos olhos), higiene pessoal e
higiene pessoal e etc. Infecções causadas doméstica;
doméstica propiciando por piolhos, como a
principalmente a febre tifóide. Diarreias;
disseminação de doenças
tais como:
32

2oGRUPO Doenças propagadas por Malária (vírus) Combater os insectos


insectos que nascem na transmitida por transmissores; eliminar
água; mosquitos do género os criadouros; utilizar
Anopheles, Febre- meios de protecção
amarela e dengue individual;
(vírus) transmitidas
pelo mosquito Aedes
aegypti.

3ºGRUPO Doenças cujos agentes Cólera (agente Fornecer água com


infecciosos são etiológico: Vibrio quantidade e qualidade
transportados pela água Choleras) Febre tifóide adequada e promover a
ou alimento (agente etiológico: higiene pessoal e
contaminados por Salmonela Typhi) doméstica;
organismos patogénicos, Disenteria bacilar
como por exemplo; (agente etiológico:
Shigella Spp) Hepatite
infecciosa (agente
etiológico: Vírus)

4ºGRUPO Doenças adquiridas pelo Esquistossomose; Evitar o contacto de


contacto com a água que pessoas com águas
contém hospedeiros infectadas; proteger
aquáticos. São aqueles mananciais; adoptar
em que o patogénico medidas adequadas para
passa parte do seu ciclo a deposição de esgotos;
de vida na água, em um combater o hospedeiro
hospedeiro aquático intermediário;
(caramujo, crustáceo e
outros).

Fonte: (BARROS, 199:221).


33

2.8.1. Doenças infecciosas relacionadas com excretas (esgotos)

São aquelas causadas por patogénicos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) existentes
em excretas humanas, normalmente nas fezes, (RIBEIRO & ROOKE, 2010).

Os autores enfatizam que muitas doenças relacionadas com as excretas também estão
relacionadas à água. Podem ser transmitidas de várias formas como, por exemplo:

 Ingestão de alimento e água contaminada com material fecal (salmonelose, cólera,


febre tifóide e outras);
 Transmissão através de insectos vectores que se reproduzem em locais onde há fezes
expostas ou águas altamente poluídas em tanques sépticos, latrinas e outros (filariose).
Estes mosquitos se reproduzem em águas poluídas, lagos e mangues. A presença
desses mosquitos está associada à falta de sistemas de drenagem e a carência de
disposição adequada dos esgotos.

Tabela 2: Doenças infecciosas relacionadas com os resíduos sólidos

Transmissão Doenças

Baratas Assim como a mosca, se alimenta de Além de doenças como a febre


qualquer tipo de alimento do homem e de tifóide, cólera e giardíase as baratas
animais domésticos, de cadáveres de podem transmitir conjuntivite, alergia,
animais, ou de fezes, depois os dermatite, pneumonia, intoxicação
expulsa/vomita. Ao fazer isto ela vomita alimentar, hepatite, poliomielite e
o que ingeriu e defeca podendo verminose.
contaminar utensílios e alimentos.

Moscas Transportam os agentes etiológicos pelas Podem transmitir febre tifóide, cólera,
patas ou de outras partes do corpo, ou no amebíase, disenteria, giardíase,
trato digestivo. Contaminam os ascaridíase.
alimentos, os utensílios e a própria pele As intoxicações alimentares,
do homem por meio de contacto directo. conjuntivites, tracoma, lepra, difteria
cutânea.

Mosquitos Proliferação de mosquitos ocorre quando Leishmaniose, febre-amarela, dengue,


existe um ambiente favorável como a malária.
34

água acumulada em recipientes jogados


no lixo, tais como: latas, pneus velhos,
vasos, garrafas e outros.

Ratos Pela mordida, fezes e/ou urina os ratos As doenças mais comuns transmitidas
podem transmitir doenças. pelo contacto directo ou indirecto do
homem com as fezes e a urina destes
animais são leptospirose,

Peste bubónica,

Salmonelose (tipo de intoxicação


alimentar).

Fonte: (BARROS, 199:221).

2.9. Os impactos da ausência de saneamento básico na saúde da população e


consequentemente na qualidade de vida

Buscar-se-á apresentar conceitos relevantes para o entendimento da expressão qualidade de


vida, assim como identificar os impactos causados pela ausência de saneamento básico na
saúde como consequência na vida qualitativa de todos os cidadãos, uma vez que o saneamento
tem por objectivo garantir uma melhor qualidade de vida para a população.

Segundo PHILIPPI JR & SILVA (2009), a qualidade de vida pode ser entendida como um
método na qual torna-se possível mensurar as condições de vida dos indivíduos, analisando
aspectos físicos, mentais, psicológicos e emocionais, incluindo também relacionamentos
sociais, além de direitos fundamentais como saúde e educação, podendo-se citar também o
saneamento básico.

Sendo assim, observa-se que a expressão qualidade de vida vem se destacando actualmente de
forma nunca vista antes, principalmente em decorrência do seu uso no que se refere a medição
das condições de bem-estar dos indivíduos.

No entanto, observa-se que não existe uma definição abordada universalmente para referida
expressão, por se tratar de um termo variável entre as diversas áreas do conhecimento.
Observa-se, portanto, que o termo qualidade de vida encontra-se presente em todas as esferas
35

da sociedade, e acabou tornando-se um ideal a ser alcançado no mundo em que se vive, pois,
melhorar a qualidade de vida configura-se como requisito fundamental para que se possa
viver melhor e alcançar maior longevidade, (SOARES & BERNARDES, 2013).

De acordo com MARTINS (2012) citado por SALZANO (2013), destaca que a qualidade de
vida deve ser analisada em suas múltiplas dimensões, pois abrange diversos aspectos e
campos do conhecimento. E ressalta ainda, que a qualidade de vida pode ser entendida como
as satisfações das necessidades humanas, e que essas necessidades se quantificam em itens
básicos, como por exemplo, o saneamento. A falta de acesso à colecta e tratamento de esgoto
e a água não tratada pode provocar inúmeros prejuízos à saúde, além de influenciar
negativamente o bem-estar e a qualidade de vida de toda a sociedade, contribuindo também
com a degradação ambiental.

Sendo assim, torna-se notória a percepção de que o saneamento apesar de ser considerado
como item básico compreende algo bastante significativo para o alcance de uma melhor
qualidade de vida e que sua ausência se torna capaz de impactar de forma totalmente negativa
uma vida saudável e qualitativa de todos os cidadãos.

Nessa perspectiva, VIEIRA et al (1994) citado por ZOUAIN (2015), afirma que o saneamento
básico se encontra intimamente ligado a questões de saúde pública, sendo que sua ausência ou
existência ineficiente restringe o acesso a água potável que é um bem essencial à vida
humana, contribuindo, dessa forma, para que diversas patologias como a diarreia, cólera,
leptospirose, esquistossomose, dengue, doenças intestinais, dentre outras se disseminem com
grande facilidade.

Ao falar sobre tal entendimento a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA (2004) corrobora
com essa ideia ao dizer que a ausência ou existência inadequada de saneamento contribui
directamente para o aumento do quadro de epidemias, principalmente nas áreas pobres, onde
males como cólera, dengue, esquistossomose e leptospirose insistem em assolar a saúde das
pessoas e consequentemente sua qualidade de vida.

Ainda de acordo com a FUNASA (2004), grande parte dos problemas sanitários existentes em
todo o mundo estão intimamente relacionados com o meio ambiente. E cita ainda a diarreia
como a doença que martiriza a humanidade, registando mais de quatro milhões de casos por
ano, sendo que, dentre as principais causas dessa epidemia destacam-se as condições
inadequadas de saneamento.
36

Nesse sentido, nota-se a importância do saneamento básico para a efectiva promoção da


qualidade de vida, sendo a universalização desses serviços essencialmente necessária. No
entanto, sabe-se que actualmente essa universalização não passa de uma mera e agradável
utopia, pois apesar de ser essencial o saneamento básico não se configura como uma realidade
para todos.

De acordo com MARTINS (1993) citado por SALZANO (2013), a qualidade de vida é
rotineiramente confundida com o acesso a todos os bens que a simbolizam, pois ela é vista
como sinónimo de consumo para muitos indivíduos. Porém, torna-se importante salientar que
o consumo não se tornou capaz de reduzir a desigualdade social, pelo contrário, agravou ainda
mais este problema. Afinal, a fome, a violência e a falta de saneamento básico são alguns dos
problemas que insistem em existir.

Assim sendo, convém ressaltar que para caminhar objectivando a busca de uma amenização
ou até mesmo resolução dos problemas anteriormente citados tornasse necessário que a
espécie humana compreenda que a busca pela qualidade de vida alcança paradigmas que vão
muito além de apenas utilizar os recursos naturais oferecidos, uma vez que recursos
financeiros nunca conseguirão trazer de volta o meio ambiente ecologicamente equilibrado,
muito menos a qualidade de vida perdida.
37

CAPITULO III

3. Análise e interpretação dos dados

Neste capítulo, estão apresentados os resultados da entrevista feita aos moradores do Bairro
Torrone-velho, assim como os resultados da observação directa nessa área de estudo.

Os dados da entrevista são apresentados sob forma de gráficos e os da observação em forma


de descrição de imagens que se encontram nos apêndices.

3.1. Dados da entrevista feita aos moradores do Bairro Torrone-velho

Gráfico 1: Que tipo de depósito de resíduos sólidos utiliza na sua residência

50
40 53%
30
20 26%
21%
10
0
Caixote Buraco Outros

Fonteː Autor, ﴾2018 ﴿

O gráfico 1 mostra o tipo de depósito de resíduos sólidos utilizados pelos moradores do bairro
em estudo, onde 53% responderam que usam caixote, 26% usam aterro sanitário ou buraco e
21% indicam outra forma de depósito.

Gráfico 2: Qual foi a fonte de aquisição do caixote

120
100
53%
80
60
40
20
0 0% 0%
ONGs Entidade Municipal Individual

Fonteː Autor, ﴾2018 ﴿


38

O gráfico 2 da página anterior relaciona-se com a fonte de aquisição de caixotes por partes
dos moradores de Torrone-velho. Nota-se que todos os inquiridos, o equivalente a 53% dos
que usam caixotes afirmaram que é de aquisição individual.

Gráfico 3: Após a queda das chuvas a água fica estagnada na sua residência e nos
recintos público
70
62%
60
50
40
30
21%
20 17%

10
0
Fica estagnada Um pouco Não fica estagnada

Fonteː Autor, ﴾2018 ﴿

O gráfico 3 é referente ao comportamento da água das chuvas nos recintos das residências. A
partir do mesmo, pode-se constatar que 62% das famílias responderam que após a queda das
chuva a água fica estagnada no pátio e nos recintos públicos, 21% duma forma regular não
lastimosa e cerca de 17% afirmaram que a água não fica estagnada nos seus recintos.

Gráfico 4: Como e que escoas a água acumulada na sua residência e nos recintos
públicos após aqueda das chuvas

100
90
94%
80
70
60
50
40
30
20
10 6%
0
Através de valas Seca naturalmente

Fonteː Autor, ﴾2018 ﴿


39

O gráfico 4 representa a forma como se escoa água negra ou estagnada que acumula nos
recintos ao longo do período chuvoso nas residências dos moradores em que cerca de 94% é
drenada voluntariamente pelas valas de drenagem e os restantes 6% seca naturalmente pela
evaporação.

Gráfico 5: A sua residência possui latrina

80
70
60 69%
50
40
30
31%
20
10
0
Não possui Possui

Fonteː Autor, ﴾2018 ﴿

O gráfico 5 representa as famílias que usam latrinas ou não para a não proliferação de
consequentes doenças diarreicas em particular, assim subdividem-se em 69% das que não
possuem e cerca de 31% possuem latrinas para o fecalismo nas suas residências.

Gráfico 6: De que forma tens contribuído para o melhoramento do saneamento do meio

50 47%

40
32%
30
21%
20
10
0
À participação nas jornadas Deposito dos resíduos Abertura de buraco em
de limpeza publicas sólidos em locais frente da sua residência
apropriado

Fonteː Autor, ﴾2018 ﴿

O gráfico número 6 da página anterior é referente a respostas dadas pelos residentes


inquiridos sobre o melhoramento do saneamento do meio, sendo cerca de 47% dos quais que
40

participam activamente nas jornadas de limpeza públicas, cerca de 32% depositam em locais
indicados pelas autoridades municipais, cerca de 21% pautam pela abertura de covas nos seus
pátios residências na mitigação deste problema.

3.2. Dados da observação directa feita no bairro Torrone-velho

Observa-se a concentração de grande quantidade de resíduos sólidos após a sua disposição


final, no bairro Torrone-velho como mostra as imagens (Apêndice 2 Página 50), o
gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos geram impactos, tanto ambientais quanto na
saúde da população.

Segundo os dados da IBGE (2002), o manejo adequado dos resíduos sólidos é uma importante
estratégia de preservação do meio ambiente, assim como de promoção e protecção da saúde
pública. Uma vez acondicionados em aterros, os resíduos sólidos podem comprometer a
qualidade do solo, da água e do ar. Os locais de armazenamento e de disposição final tornam-
se ambientes propícios para a proliferação de vectores e de outros agentes transmissores de
doenças. De modo geral, os impactos dessa degradação estendem-se para além das áreas de
disposição final dos resíduos sólidos, afectando toda a população.

Com forme as imagens (Apêndice 3 Página 51), a disposição inadequada de lixo exposta a
céu aberto. Estas condições inadequadas, dos resíduos sólidos, e a má deposição de dejectos,
o que podia favorecer o desenvolvimento e proliferação de microrganismo patogénicos
contribuindo para degradação do ambiente e consequentemente elevado também o risco de
contracção de doenças, tais como como diarreias, cólera e a malária essas que têm sido
associadas ao acumulo do lixo e água estagnada em locais públicos como por exemplos os
mercados, contraídas quando há consumo de água alimentos contaminados e a picada pelo
mosquito.

Como mostra as imagens (Apêndice 4 Página 52), verifica-se as condições sanitárias precárias
das residências dos moradores do bairro Torrone-velho. As condições das valas de drenagem
e o sistema caseiro de esgotos sanitários correndo a céu aberto não tinham destino adequado
(Apêndice 5 Página 55).

De acordo com SPERLING (2005), os esgotos domésticos são constituídos aproximadamente


de 99,9% de líquido e o restante 0,1% de material sólido, contêm basicamente matéria
orgânica e mineral, assim como alta quantidade de bactérias e outros organismos patogénicos
41

e não patogénicos. Os esgotos bem tratados, Preveni a propagação de doenças transmissíveis


causados por microrganismos patogénicos, e conservando a fonte de abastecimento de água
para seu uso doméstico, realizando a manutenção das águas para o banho e outros processos
recreativos.

As condições de água banhando nas vias públicas, no bairro Torrone-velho como mostra as
imagens (Apêndice 6 Página 57), dificultando a movimentação das pessoas e dos meios de
transportes. O que representam sérios prejuízos ao ambiente envolvido à saúde dos
moradores.

Como mostra as imagens (Apêndice 7 Página 58), a situação actual em que os moradores do
Bairro Torrone-velho vendem os seus produtos alimentares mais próxima as lixeiras, quando
entra em contacto com os alimentos podem causar diversas doenças. O cenário actual do
mercado do Bairro Torrone-velho, em que os moradores vendem os seus produtos
alimentares, não oferecendo as condições propícias como mostra as imagens (Apêndice 8
Página 51).

3.3. Discussão dos dados da entrevista feita aos moradores do Bairro Torrone -velho

Relativamente às respostas colhidas dos entrevistados, conclui-se que do total dos residentes
cerca de 53% utiliza meios adequados como o uso de caixote para a gestão do lixo em
residências como ilustra no (gráfico em 1, na página 37), e a percentagem posterior representa
o uso de varias técnicas, culturais, alternativas que duma forma cíclica são aplicadas com
vista a erradicar ou minimizar os efeitos nocivos destes resíduos que constituem um enigma à
saúde pública.

Segundo SILVA (1990:234), o acondicionamento do lixo em casa é muito importante que o


lixo doméstico, antes de ser evacuado, seja conservado de forma higiénica. Para tal, deve
utilizar-se recipientes próprios, feitos de material resistente (por exemplo, de chapa de ferro
ou de plástico) e de fácil limpeza e que possuam tampa para não permitir a entrada de moscas
ou ratos. O recipiente deve estar sempre tapado enquanto estiver a ser usado e ser aberto
somente para o lançamento de novo lixo, esvaziamento ou limpeza. Em casa, o recipiente
deve ser colocado próximo dos locais onde se produz mais lixo, como seja a cozinha.

De acordo com o (gráfico 2 página 37), todos os moradores inquiridos afirmaram que a fonte
de a aquisição do caixote para o depósito de lixo nas suas residências e proveniente de forma
individual.
42

Os moradores disseram que quando chovesse a água penetrava dentro de algumas casas e não
demora muito tempo, porque eles abrem umas pequenas valas que permite a passagem directa
para o mangal, logo depois de algum tempo a água seca, ficando lamacento o terreno,
impedido assim a circulação dos meios de transporte (gráfico 3 página 38), outras famílias
inquiridas dizem que não sofriam na época chuvosa devido ao entulho de lixo assim como de
areia fazendo com que o terreno fique elevado não permitindo a paragem de água
provenientes das chuvas.

O alagamento urbano tem suas causas naturais advindas do alto índice de chuvas, o qual pode
ser mitigado pela urbanização. Isto decorre de diversos factores, como: a impermeabilidade
do solo, acúmulo de resíduos, drenagem ineficiente. A impermeabilidade do solo é um dos
principais factores que agrava o alagamento nas cidades e provoca muitos transtornos para a
população que reside e trabalha nestes locais, afectando assim, directamente na qualidade de
vida destes, (RIBEIRO & ROOKE, 2010).

Dos moradores inquiridos afirmaram que a água provenientes nas suas residências seca
naturalmente, podendo demorar uma média de uma (1) semana, (gráfico 4 página 38).

Das 125 famílias, que equivale a 50% dos inquiridos recorrem o fecalismo a céu aberto, nesse
caso no mangal para satisfazer suas necessidades biológicas (gráfico 5 página 39), alguns
moradores lamentavam da situação de saneamento, quando chove, o que já é difícil de
suportar torna-se pior o cheiro nauseabundo das fezes lhes tira o sossego. Aliás, muitas vezes,
os dejectos eram trazidos até aos quintais pelas águas da chuva.

De acordo com DACACH (1984:161), uma latrina melhorada é uma instalação no qual o
utente obtém um nível elevado de privacidade através da existência de uma estrutura montada
sobre a fossa de armazenamento. Dentro da estrutura existe uma abertura para a fossa, com
uma área suficiente para permitir a passagem dos dejectos mas impedir que crianças caiam no
interior da fossa. Os materiais de construção da estrutura são variáveis, podendo ser de
madeira ou de palha, entre outros, consoante os materiais existentes no local. Desta forma
possibilita-se uma adopção mais alargada destas latrinas. Dentro da fossa ocorre a
decomposição da matéria orgânica, ao passo que a parte liquida escoa para o subsolo.

A maior parte das famílias inquiridos disseram que participavam nas jornadas de limpezas
públicas como na limpeza da cidade (gráfico 6 página 39), e outros moradores inquiridos
afirmaram que depositam os resíduos sólidos em locais apropriados, e abrem buraco enfrente
43

da sua residências, a minoria disseram que é através das mudanças de atitude em que vai
contribuir para o melhoramento do saneamento do meio.

Segundo BOTELHO (1985:96), a participação dos munícipes nas jornadas de limpeza a


diversos locais públicos torna-se pertinente para a melhoria das condições do município. A
ausência do seu envolvimento tem trazido repercussões para o desempenho para um
determinado município, uma vez que mesmo se verificando a abertura de um buraco em
frente da sua residência o munícipe fica indiferente. Portanto torna-se pertinente que estes
sejam mais activos tanto na participação nas jornadas de limpeza assim como na mudança de
atitude.
44

3.4. Conclusões, Sugestões e Bibliografia

3.4.1. Conclusões

Com base em resultados obtidos neste estudo, conclui-se que:

 A maioria dos moradores contribuem para o melhoramento do saneamento do meio


participando nas jornadas de limpeza pública.

 A maior parte da população usa caixotes para depósito de lixo nas suas residências.

 Após a queda das chuvas a água fica estagnada nos recintos das residências e nos
recintos públicos.

 Os moradores escoam a água através de pequenas valas de drenagem caseiras.

3.4.2. Sugestões

Como forma de solucionar esta problemática do saneamento básico do meio no bairro


Torrone-velho, Cidade de Quelimane, sugere-se ao Concelho Municipal em parceria com as
autoridades de saúde e outras entidades desta urbe que façam:

 Haja construção de valas de drenagem convenientes para o escoamento das águas.

 A melhoria do ordenamento territorial.

 O aumento de silos para a deposição de resíduos sólidos de modo a reduzir a distância


percorrida pelos moradores.
45

3.4.3. Bibliografia

1. ANDREOLI, Lodo de esgotos: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental;


Belo Horizonte, 2001;
2. ARAÚJO,G.MENDES. Geografia dos povoamentos: assentamentos humanos rurais e
urbanos. Maputo, Livraria Universitária, UEM, 1997.

3. BARROS, R. T. de V. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG,


1995. 221p.
4. BOTELHO, M. H. Águas de chuva – Engenharia das Águas pluviais nas cidades.
Editora Guanabara; S.A, RJ, 1985.
5. CUNHA, V. CAIXETA FILHO, J. V. Gerenciamento da colecta de resíduos sólidos
urbanos: estruturação e aplicação de modelo não-linear de programação por metas.
Gestão e Produção. V.9, n.2, p.143-161, Ago. 2002.
6. DACACH, N. G. Sistemas Urbanos de Esgoto. Editora Guanabara, S.A, RJ, 1984.

7. FERREIRA, W.F.C & SOUSA, J.C.F. DE. Microbiologia. Lisboa, edit. Lidel, vol. 3,
1990.
8. FORMIGA, Ana Emília et al. Uma contribuição na minimização de resíduo sólido
produzido pelo CEFET-UNED cajazeiras; enfatizando o papel. 2007:
9. FUNASA, Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. Brasília, 3ª
edição,2ª reimpressão, 2007. 407.
10. GALVÃO JUNIOR, A.C.; PAGANINI, W.S. Aspecto que conceituam da regulação
dos serviços de água e esgoto no Brasil. Revista Engenharia Sanitária Ambiental.
Fortaleza, Ceará, v.14, n.1, p.79-88, jan/mar, 2009.

11. GIL, António Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. 3º ed. São Paulo: Atlas,
1996. 159p

12. IBGE – instituto brasileiro de geografia e estatística. Pesquisa Nacional de


Saneamento Básico: 2002. Rio de Janeiro:
13. KLOETZEL, Kut. Temas de saúde: higiene física e da saúde. Ed. Pedagógica e
Universidade Ltda. SP. 1998.

14. LAKATOS, Eva Maria & MARCONI. Marina de Andrade. Metodologias de


Trabalhos Científicos. Editoras Atlas S.A. 4ª Edição. São Paulo. 1992
15. LOPES, Denise Maria dos Santos. Saneamento do Meio. GeFM/DVS/SES, fev.,2014.
46

16. LUZ, Luís Augusto Rodrigues A. Reutilização da água: Maia uma chance para nos.
RJ: Quality Mark, 2005.

17. MARTINS, H; Manual de educação para a saúde. Maputo. 2008

18. OLIVEIRA, Sílvio Luiz. Tratado de metodologia científica: Projectos de pesquisas,


TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1997. 320p,
19. OMS e UNICEF. Informe sobre la evaluación mundial delabastecimiento de água en
2000

20. PHILIPPI JR, A. Saneamento do meio. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da
USP, 1992. p. 3-60. Apostila.

21. RIBEIRO, J. W; ROOKE, J. M. S. Saneamento Básico e sua realidade com meio


ambiente e saúde pública. Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Juiz
de Fora, 2010.
22. RICHARDSON, R.J. et al. Pesquisa Social - Métodos e Técnicas. 2ª ed. Atlas S.A,
1989.

23. SILVA, Alice - “Manual de Pesquisa Social” - Ed. INPF/Projecto


HABITAT,Maputo,1990
24. SOARES, S.R.A.; Bernardes, R.S.; Netto, O.M.C. Relação entre saneamento, saúde
pública e meio ambiente. Caderno de Saúde Publica, v. 18 n. 6, Rio de Janeiro,2002.
25. SOUZA, Cezarina Maria Nobre. Relação saneamento-saúde-ambiente: os discursos
preventivista e da Promoção da Saúde. Saúde e Sociedade, vol. 16, n. 3, 2007.

26. SOUZA, Hélcio. O Grupo Banco Mundial e as estratégias de gestão ambiental global
para o Brasil. Brasília: INESC, 2001.188p.
27. SPERLING, M. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias:
Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos, v. 1. 3. ed.
Universidade Federal de Minas Gerais, 2005.

28. VIEIRA, M. M. F. e ZOUAIN, D. M. Pesquisa qualitativa em administração: teoria e


prática. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.

Websites:

http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/provincia-em-foco/15806-zambezia-quelimane-
lixo-periga-saude-publica.html. Acesso no dia 03/09/2018, pelas 13h48min.
47

Apêndices
48

Apêndice 1: Inquérito sobre Análise da Actual Situação de Gestão do Saneamento do Meio


pelos Moradores do Bairro Torrone-Velho-cidade de Quelimane.

Universidade Licungo de Moçambique

Departamento de Ciências Naturais e Matemática

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Gestão de Laboratórios

Inquérito sobre Análise da Actual Situação de Gestão do Saneamento do Meio pelos


Moradores do Bairro Torrone-Velho-cidade de Quelimane.

O presente inquérito tem um carácter académico e destina-se a recolher dados para


elaboração do trabalho de conclusão do curso de Licenciatura em Ensino de Biologia.
Com este trabalho pretende-se analisar o papel dos moradores do bairro Torrone-Velho
na gestão do saneamento do meio e sensibilizar a mesma a optar pelo uso adequado do
serviço do saneamento básico para a prevenção de saúde pública. Todas informações
que irá fornecer serão confidenciais, a sua honestidade e sinceridade nas respostas é de
grande importância, agradecemos a boa colaboração.

Dados do inquerido:

Número do inquérito: ____________

Data de realização do inquérito: ______/______/______

Local de realização do inquérito (Bairro Torrone-Velho): _____________


1. Nome do Inquerido: ______________________ Sexo: F ( ) M ()
Idade_______

1. Que tipo de depósito de resíduos sólidos utiliza na sua residência

A) No caixote ( ) B) No buraco ( ) C) Outro ( )


49

2. Qual foi a fonte de aquisição do caixote

A) Individual ( ) B) Entidade municipal ( ) C) ONG ( )

3. Após a queda das chuvas a água fica estagnada na sua residência e nos recintos
públicos

A) Fica estagnada ( ) B) Um pouco ( ) C) Não fica estagnada ( )

4. Como e que escoas a água acumulada na sua residência e nos recintos públicos após
aqueda das chuvas?

A) Através de valas ( ) B) Seca naturalmente ( ) C) Outra ( )

5. A sua residência possui latrina

A) Não possui ( ) B) Possui ( )

6. De que forma tens contribuído para o melhoramento do saneamento do meio

A) À participação nas jornadas de limpeza publicas ( )

B) Deposito dos resíduos sólidos em locais apropriado ( )

C) Abertura de buraco em frente da sua residência ( )

D) Mudanças de atitudes ( )

Muito Obrigado pela sua Colaboração!

Assinatura do supervisor Assinatura do Estudante

________________________ ________________________

MSc. Amândio Bacião Mutumula Gil Manuel Filipe


50

Apêndice no 2: Concentração de grande quantidade dos resíduos sólidos após a disposito


final, no bairro Torrone-velho, Cidade de Quelimane.
51

Fonte: (Autor, 2018/09/07).

Apêndice no 3: Disposição inadequada de lixo exposta a céu aberto, no bairro Torrone-Velho,


Cidade de Quelimane.
52

Fonte: (Autor, 2018/09/07).

Apêndice no 4: As valas de drenagem e os esgotos sanitários correndo a céu aberto, no bairro


Torrone-Velho, Cidade de Quelimane.

Fonte: (Autor, 2018/09/07).


53
54
55

Fonte: (Autor, 2018/09/07).

Apêndice no 5: As Condições das águas banhando nas vias públicas, no bairro Torrone-velho,
Cidade de Quelimane.
56
57

Fonte: (Autor, 2018/09/07).

Apêndice no 6: Situação em que os moradores vendem produtos alimentar próxima as


lixeiras, no bairro Torrone-velho, Cidade de Quelimane.
58

Fonte: (Autor, 2018/09/07).

Apêndice no 7: Situação actual do mercado em que os moradores vendem os seus produtos


alimentar, no bairro Torrone-velho, Cidade de Quelimane.
59

Fonte: (Autor, 2018/09/07).


60

Anexos

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