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Introdução
As leguminosas forrageiras têm importante função no aumento de produção e
produtividade das pastagens, e conseqüentemente na obtenção de mais carne e leite por unidade
de área com menor custo.
Destacam-se três principais funções das leguminosas no sistema de produção das
pastagens:
1 – Fixação simbiótica do nitrogênio atmosférico, através das bactérias (rhizobium), que
estão localizadas nos nódulos de suas raízes. Esse mecanismo biológico de retorno de nitrogênio
atmosférico para o complexo solo-planta é de grande importância para os sistemas de produção
com pastagens.
2 – Deposição de folhas na superfície do solo, aumentando a matéria orgânica, um
componente importante da fertilidade, que exerce múltiplos efeitos sobre as propriedades física,
química e biológica do solo.
3 – A presença da leguminosa em proporções adequadas em uma pastagem consorciada
(gramínea + leguminosa) ou em plantio de culturas puras (banco de proteína) contribui para uma
dieta de melhor qualidade, principalmente durante o período da “seca”.
Uma das maiores dificuldades para produção de carne a pasto nas condições tropicais e
subtropicais é a ocorrência da estacionalidade da produção da matéria seca das plantas
forrageiras, e como alternativa para amenizar o período crítico é sugerida a utilização de
leguminosas para pastejo.
Diversas leguminosas vêm sendo estudadas para avaliar o potencial forrageiro, e ser
empregada na alimentação de bovinos em pastejo ou mesmo como fonte de nitrogênio. Entre
essas leguminosas forrageiras tropicais destaca-se o guandu.
Define-se como banco de proteína uma área adjacente com planta forrageira de qualidade
superior, sob condições de manejo especifico com objetivo de produzir suplemento alimentar à
bovinos em pastejo.
GUANDU
O guandu é uma leguminosa arbustiva, semi-perene, apresentando caule lenhoso e raiz
principal pivotante profunda.. As raízes secundárias são mais finas, apresentando nódulos que
contém bactérias do gênero Rhizobium, que fixam simbioticamente o nitrogênio atmosférico.
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Em outro trabalho, LOURENÇO & DELISTANOV (1993) avaliaram por dois anos o
desempenho de bovinos em pastagens de capim-colonião com livre acesso ao banco de proteína
de guandu. Os dados mostram que os ganhos médios anuais e diários de peso vivo dos bovinos
com acesso ao banco de proteína foram melhores do que os mantidos em pasto exclusivo de
capim-colonião.
10. Ano 20. Ano
Pasto Kg animal /dia
Colonião exclusivo 0,455 0,335
Colonião + guandu 0,482 0,381
FAVORETTO et al. (1989) estudaram o desempenho de novilhos com peso vivo inicial de
200 kg, pastejando colonião com acesso ao guandu durante a estação seca, colonião adubado
com 100 kg N/ha e colonião consorciado com soja perene empregando o sistema put-and-take
com o ajuste da carga animal em função da disponibilidade de forragem. Os ganhos de peso vivo
na estação seca foram 356 g/animal/dia e 104 kg/ha para o pasto de colonião com acesso ao
guandu, 262 g/animal/dia e 55 kg/ah para o pasto de colonião adubado com nitrogênio e 199
g/animal/dia e 41 kg/ha para o pasto de colonião consorciado com soja perene. Os autores do
trabalho afirmam que os ganhos de peso vivo diário dos animais no capim-colonião, foi mais
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elevado devido o livre acesso ao guandu, enquanto que os ganhos registrados no pasto
consorciado foi menor em razão da baixa percentagem de soja perene no pasto.
Uma das formas de utilização do guandu na alimentação animal, é o seu fornecimento no
cocho como volumoso, que também contribui com uma fração na suplementação protéica.
MANZANO, et al. (1988) conduziram um trabalho com objetivo de estudar a viabilidade da
utilização do guandu na engorda de novilhos da raça canchim em confinamento. Entre os
tratamentos estudados o guandu participou com 55 e 65% da matéria seca das rações. Os
autores concluíram que o guandu picado fornecido no cocho proporcionou custos de produção
mais baixo por quilo de ganho de peso vivo com animais mantidos em confinamento.
DIETA SELECIONADA
É muito comum entre os pecuaristas ou mesmo técnicos de zootecnia questionar a
respeito da aceitabilidade da leguminosa quanto a participação na dieta do total da matéria seca
disponível no pasto.
Aplicando-se a teoria do fracionamento isotópico com a variação natural do carbono
determinado nas fezes dos bovinos presentes em pasto de gramínea (grupo fotossintético C-4) e
leguminosas (grupo fotossintético C-3) é possível obter o percentual de uma das espécies que
participam da dieta ingerida.
Vários trabalhos de pesquisa têm demonstrado que a leguminosa participa da dieta em
proporções variadas durante o ano quando disponível no pasto.
Os resultados demonstram que o guandu participa da dieta dos bovinos em proporções
elevadas no inicio do livre acesso ao banco de proteína no período da seca, e decrescendo depois,
a medida que o tempo decorre. Nesse período (seca), o valor nutritivo das gramíneas decresce
acentuadamente, e a presença da leguminosa na dieta dos bovinos em pastejo contribui para uma
melhor qualidade da forragem consumida.
Trabalhos de pesquisa com bovinos em pastejo confirmam a expressiva participação do
guandu na dieta durante o período das “secas” (LOURENÇO, et al., 1984, FAVORETTO, et al.,
1988 e LOURENÇO et al., 1992)
A participação do guandu na dieta selecionada pelos bovinos com livre acesso ao banco
de proteína, onde a leguminosa foi estabelecida em plantio direto, foi de 58% do total da matéria
seca ingerida, demonstrando sua aceitabilidade no período das “secas”.
PLANTIO DIRETO
A formação do banco de proteína com guandu através do plantio direto com aplicação de
herbicida glyphosate (roundup - 1,0 litro/0,6 há) sobre pastagem degradada é uma pratica viável, e
que proporciona redução de custos na recuperação do pasto como ficou demonstrado para
implantação de projeto de pesquisa para avaliação de desempenho animal a pasto. As ilustrações
mostram a seqüência da formação do banco de proteína com o guandu em plantio direto em pasto
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Banco de
proteína
Guandu
Após
pastejo
BIBLIOGRAFIA
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