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REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM CRIANÇAS

COM TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM SOB A


PERSPECTIVA DO MODELO DE REUVEN FEUERSTEIN
Thaís Quaranta; Daniel Fuentes
Laboratórios Integrados de Neuropsicologia – LINEU-USP
Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Email: thaisquaranta@gmail.com

INTRODUÇÃO
Aprendizagem é um fenômeno psicobiológico dentro de um a sobreposição dos princípios capazes de promover nos
contexto social facilitador. Os transtornos da aprendizagem indivíduos a habilidade de reorganizar e potencializar suas
na infância são diagnosticados quando os achados do funções cognitivas e de desenvolver novos recursos de
indivíduo em testes padronizados de leitura, matemática ou linguagem, o que possibilita operacionalizar com diversas
expressão escrita apresentam-se abaixo do esperado para fontes de informação e redimensionar formas de convívio
sua idade, escolaridade e nível de inteligência, interferindo social, cultural e afetivo. Entretanto, evidenciou-se a
significativamente no rendimento escolar e repercutindo na complementariedade destes dois modelos teóricos no que
vida diária. Dentre as abordagens de intervenção para esses tange o uso de materiais estruturados e padronizados pelo
transtornos, destacam-se como eficazes a Reabilitação PEI, que podem permitir maior controle das técnicas
Neuropsicológica, que tem por objetivo corrigir e maximizar empregadas e poder de verificação da eficiência terapêutica.
as capacidades cognitivas e possibilita ao paciente encontrar Ao mediar o indivíduo com transtorno de aprendizagem, que
maneiras adequadas e alternativas para alcançar metas geralmente traz consigo uma bagagem de experiências
funcionais específicas, priorizando a qualidade de vida como frustradas e, mesmo utilizando suas melhores ferramentas
um todo, e o Programa de Enriquecimento Instrumental-PEI, cognitivas, não pode obter sucesso. A metodologia de
teoria de Feuerstein que apresenta o processo de Feuerstein pretende trabalhar não somente direcionado ao
desenvolvimento e aprendizagem compreendendo desenvolvimento das funções cognitivas deficitárias, mas sim,
necessariamente a presença do outro como representante da a toda a complexidade que leva o indivíduo a minimizar a
cultura e mediador de sua apropriação. qualidade de vida.

OBJETIVO CONSIDERAÇÕES FINAIS


Realizar uma revisão crítica das duas abordagens de A dificuldade de utilização de instrumentos padronizados torna
intervenção (Reabilitação Neuropsicológica e PEI), visando a o trabalho do reabilitador mais complexo e arriscado quanto à
identificação de pontos sobrepostos e complementares entre eficiência. O PEI, enquanto programa estruturado, ajuda a criar
elas. modelos explicativos de experiências anteriores, para testar a
RESULTADOS aplicabilidade dessas estratégias numa variedade de situações
do dia a dia. Assim, a utilização do PEI e a mediação feita por
A partir da análise comparativa das propostas de intervenção
um reabilitador podem ser grandemente aproveitados em um
através de técnicas neuropsicológicas e do PEI, observou-se
programa de reabilitação neuropsicológica na infância.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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-CORRÊA, R.C.R. Uma proposta de Reabilitação Neuropsicológica através do Programa de enriquecimento instrumental (PEI). IN: Ciências & Cognição. Vol 14 (2): 047-058; http://www.cienciasecognicao.org.
Publicado online em 31 de julho de 2009.
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-ROCCA, C.C.A.; MONTEIRO, L.C.; RODRIGUES, C.L. Reabilitação Neuropsicológica e Treino de Habilidades Sociais em Crianças e Adolescentes com Transtornos Psiquiátricos. IN: Clínica Psiquiátrica. Barueri, SP:
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-WILSON, B. Reabilitação das Deficiências Cognitivas. IN: Neuropsicologia: das Bases Anatômicas à Reabilitação. 1ª Edição. São Paulo: HCFMUSP, 2003.

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