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(Isomeria Óptica)

Prof. Xuxu
SEMIEXTENSIVO
Isomeria Óptica Isômeros ópticos
A isomeria óptica é um caso particular da isomeria Existem duas classes de isômeros ópticos:
espacial que só ocorre em moléculas quirais. O termo quiral
se refere a ausência de simetria (assimétrico). Um objeto Enantiômeros = estereoisômeros que são imagens especulares
quiral não é idêntico a sua imagem especular, a imagem e o um do outro, que não se superpõem.
objeto não são superponíveis. Existem vários exemplos de Diastereômeros = estereoisômeros que não são imagens
objetos e de organismos quirais em nosso cotidiano e na especulares um do outro e que não se superpõem.
natureza. Um exemplo comum é as mãos.

O termo quiral vem da palavra grega cheir, que significa O termo enantiômeros às vezes é substituído por
‘mão’. antípodas ópticos ou enantiomorfos e diastereômeros por
A ausência de quiralidade também se manifesta em diastereoisômeros.
nível molecular. Uma molécula quiral não é idêntica a sua
imagem no espelho. As moléculas quirais não possuem plano Enantiômeros
de simetria. Somente moléculas quirais podem apresentar enantiômeros.

Os enantiômeros possuem propriedades físicas ( PE,


Para ocorrer a quiralidade em uma molécula ela deve PF, densidade, índice de refração etc.) idênticas. Por isso uma
ter um ou mais carbonos assimétricos ou possuir assimetria mistura de enantiômeros é muito difícil de ser separada. A
molecular devido a algum fator estrutural. separação (resolução) pode ser feita por métodos químicos ou
biológicos.

Apesar de muito parecidos os enantiômeros podem


O carbono assimétrico também pode ser denominado de apresentar várias propriedades, como cheiro, sabor,
quiral, estereocentro ou estereogênio. propriedades biológicas e químicas, completamente
diferentes.
Exercício
01 – Qual o número de carbonos quirais em cada composto
abaixo? Justifique indicando os carbonos assimétricos com um
asterisco.

* *

Os enantiômeros só exibem comportamento


diferente quando interagem com outras substâncias quirais
ou com a luz polarizada.

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A luz pode ser polarizada por várias substâncias,
tanto naturais quanto sintéticas, que são denominadas
polarizadores.

Uma das principais características de uma molécula


Diastereômeros quiral é a capacidade de desviar o plano de propagação da luz
Os diastereômeros possuem propriedades físicas e polarizada. Substâncias com essa característica são
químicas diferentes, portanto podem ser facilmente opticamente ativas.
separados por métodos físicos tradicionais.

Os enantiômeros desviam o plano da luz polarizada


com o mesmo desvio angular, mas em sentidos opostos. O
isômero que produz o desvio para a direita é denominado de
Para facilitar a representação dos isômeros ópticos é dextrogiro (d ou +), enquanto o outro, que provoca o desvio
comum a utilização das projeções de Fischer. Nas projeções de para a esquerda, é denominado de levogiro ( l ou -).
Fischer linhas verticais representam ligações que são
projetadas para trás do plano do papel e linhas horizontais
representam ligações que são projetadas para fora do papel.

Luz Polarizada O uso da letra d em vez de (+) e de l em vez de (-)


A luz natural é uma onda eletromagnética que possui deve ser abandonado de acordo com a IUPAC.
infinitos planos de vibração, e a luz polarizada possui um único
plano de vibração.

L ou (-) – Ácido Lático D ou (+) – Ácido Lático

Para se verificar o desvio do plano da luz polarizada


deve-se utilizar um aparelho denominado de polarímetro.

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O isômero meso só existe em moléculas que possuem pares
de carbonos assimétricos iguais.

Isomeria óptica sem carbono assimétrico (assimetria


molecular)
A mistura equimolar de um par de enantiômeros O aleno (C3H4) é o mais simples dos alcadienos. Alguns
(50% dextrogiro + 50% levogiro) é denominada de mistura derivados do aleno apresentam isomeria óptica por não
racêmica ou racemato. Uma mistura racêmica é opticamente apresentarem plano de simetria molecular. Isso ocorre
inativa por compensação externa. quando a seguinte condição é obedecida:

Cálculo do número de isômeros ópticos e racêmicos


O cálculo do número de isômeros ópticos e racêmicos
pode ser feito utilizando-se as seguintes equações:

IOA = 2n
IOI = 2n-1

n = Número de carbonos assimétricos diferentes


2n = Número de isômeros opticamente ativos (IOA)
2n-1 = Número de racêmicos e número de pares de
enantiômeros (IOI)
Nessa situação teremos duas moléculas
espacialmente diferentes, podendo formar um par de
Exemplo:
enantiômeros (d e l) e uma mistura racêmica.

Exemplo:
O composto 1,3-dicloropropadieno possui dois isômeros
opticamente ativos.

Sistema  de nomenclatura R/S


A especificação da configuração absoluta de um centro quiral
Substâncias com carbonos assimétricos iguais
pode ser feita sem ambiguidade utilizando o sistema de Cahn-
Quando um composto possui carbonos assimétricos
Ingold-Prelog.
com ligantes iguais, as relações matemáticas citadas no tópico
No sistema R/S, atribui-se a cada substituinte de um centro
anterior não podem ser aplicadas. Nesse caso o composto irá
quiral uma prioridade de acordo com as regras:
apresentar um estereoisômero inativo denominado de meso.
O isômero meso é um caso particular no qual a molécula
• Átomos de maior número atômico tem maior prioridade.
possui carbonos assimétricos e plano de simetria (aquiral).
• Quando os dois átomos ligados são iguais, amplia-se a
comparação aos átomos ligados a estes até se poder
tomar uma decisão. Por exemplo, CCl 3 tem prioridade
sobre CH3 pois Cl tem número atômico Z=17, superior a H
O ácido tartárico é o principal exemplo de composto
(Z=1). 
orgânico que possui isômero meso.
O passo seguinte é orientar a molécula de forma a que o
substituinte de menor prioridade aponte no sentido oposto ao
observador.
Se os outros três substituintes estiverem distribuídos de forma
a que o percurso do substituinte de maior prioridade para o
Em compostos como o ácido tartárico com dois de menor prioridade for no sentido dos ponteiros do relógio a
carbonos quirais com ligantes iguais, o número máximo de configuração denomina-se R (do latim rectus, que significa
estereoisômeros é três: um par de enantiômeros e um "direita"). Se eles estiverem dispostos no sentido oposto ao
composto meso. dos ponteiros do relógio a configuração denomina-se S (do
latim sinister, que significa "esquerda").

Como só temos um par de enantiômeros só é possível


a existência de uma mistura racêmica.
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