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SEFAZ-DF

SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DO DISTRITO FEDERAL

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA - PARTE I

Pós-edital

Livro Eletrônico
ADRIEL SÁ

Professor de Direito Administrativo, Administra-


ção Geral e Administração Pública em diversos
cursos presenciais e telepresenciais. Servidor
público federal da área administrativa desde
1999 e, atualmente, atuando no Ministério Pú-
blico Federal. Formado em Administração de
Empresas pela Universidade Federal de Santa
Catarina, com especialização em Gestão Públi-
ca. Foi militar das Forças Armadas por 11 anos,
sempre atuando nas áreas administrativas. É
coautor da obra “Direito Administrativo Facili-
tado” e autor da obra “Administração Geral e
Pública - Teoria Contextualizada em Questões”,
ambas publicadas pela Editora Juspodivm.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Organização do Estado e da Administração Pública - Parte I
Prof. Adriel Sá

Administração Pública e Governo...................................................................9


1. Introdução..............................................................................................9
2. Sentido Subjetivo e Sentido Objetivo........................................................ 10
3. Função Administrativa............................................................................ 15
4. Princípios da Administração Pública.......................................................... 18
4.1. Princípios Expressos............................................................................ 19
4.2. Princípios Implícitos ou Reconhecidos..................................................... 25
4.3. Princípios Expressos no Decreto-Lei n. 200/1967..................................... 34
Resumo.................................................................................................... 40
Mapa Mental............................................................................................. 45
Questões de Concurso................................................................................ 46
Gabarito................................................................................................... 55
Gabarito Comentado................................................................................ 55e

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Prof. Adriel Sá

Apresentação

Olá, querido(a) e prezado(a) aluno(a), tudo bem? Seja muito bem-vindo(a)!

É um privilégio estar aqui com você para tratarmos e esmiuçarmos o conteúdo

programático da disciplina de Administração Pública parao concurso da SEFAZ-DF.

O certame será organizado e realizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em

Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), com provas previstas

para a data provável de 2 de fevereiro de 2020. Note que temos um tempo bem

razoável para estudarmos nosso conteúdo, com calma e perseverança!

Nossa jornada de estudos irá contemplar os seguintes assuntos do edital:

Administração Pública: 1 Organização do Estado e da Administração Pública. 2

Modelos

teóricos de Administração Pública. 2.1 Patrimonialista,

burocrático e gerencial. 3 Processos de modernização da

Administração Pública. 4 A nova gestão pública. 4.1

Governabilidade, governança e accountability. 4.2 Compliance

na Administração Pública. 5 Governo eletrônico, transparência,

comunicação e redes organizacionais. 6 Tecnologias gerenciais

e organizacionais aplicáveis na Administração Pública. 7 Ética

na função pública.

Metodologia de Estudo

A disciplina de Administração é, sem dúvidas, um dos estudos mais “indiges-

tos” para efeito de concursos públicos. Assumimos isso! Mas, por quais motivos?

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Primeiro, em razão de sua pouca praticidade: nós, estudantes, muitas vezes

enxergamos os conceitos relacionados a essa disciplina de forma bastante abstrata.

Segundo, porque não temos uma codificação da disciplina, o que sugere diversos

pensamentos e posicionamentos. A diversidade de autores abre a possibilidade das

mais variadas posições doutrinárias, o que torna o estudo “penoso”, especialmente

em razão da falta de indicação bibliográfica nos editais de concursos públicos.

Diante desse cenário, buscando ajudar você a trilhar um caminho certeiro rumo

à sua aprovação, formulamos esse material. Você irá notar, no decorrer de nos-

sos estudos, muitas citações doutrinárias. Infelizmente, não há como fugir disso,

tratando-se de uma característica dessa disciplina. No entanto, você também irá

perceber que os assuntos são tratados ponto a ponto, com abordagem completa

da matéria, linguagem acessível e estimulante, exposição das posições doutrinárias

adotadas pela banca, suporte de diversos gráficos e tabelas que indicam os pontos

que merecem maior atenção, além, é claro, de questões comentadas após a expli-

cação de temas importantes, para permitir a melhor fixação do conteúdo.

Enfatizamos, sempre, que a resolução de questões é uma das técnicas mais

eficazes para absorção do conhecimento e uma importante ferramenta para sua

preparação, pois além de você entender a parte teórica, você aprende a fazer a

prova. Assim, vamos trazer a maior quantidade possível de questões da banca

examinadora; no entanto, quando esse número não for suficiente para assimilação

dos conteúdos, apresentaremos, também, questões de outras bancas. Isso porque,

quanto mais questões você fizer, melhor será o seu índice de acertos.

E o motivo é muito simples: quando falamos em provas de concurso, todo es-

tudante deve ter em mente que o seu objetivo é aprender a resolver questões da

forma como elas são elaboradas e cobradas pelas bancas. Assim, você não deve,

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por exemplo, discutir com a banca, ponderar o gabarito, mas entender como a ban-

ca pensa e “dançar conforme a música”.

Nosso intuito, portanto, é transformamos “verso em prosa”! Essa é uma ma-

neira excelente de tornar o estudo mais agradável.

Também, destacamos que há assuntos que não valem a pena o aprofundamen-

to. Nesses tópicos, passaremos de maneira mais rápida, para que possamos nos

aprofundar nos assuntos mais importantes e com maior incidência e probabilidade

de cair na sua prova, ok?

Por fim, nosso estudo não se limita apenas à apresentação das aulas ao longo

do curso; é natural surgirem dúvidas. Por isso, estaremos sempre à disposição para

responder aos seus questionamentos no fórum do curso.

A Preparação

A seguir, gostaria de tecer breves considerações a respeito da experiência como

professor de cursos preparatórios, somada à própria trajetória como estudante.

Não há um método único para a aprovação em concurso. Não existe uma “re-

ceita de bolo” infalível que possa ser utilizada por todas as pessoas. Também não

há como predeterminar, de forma generalizada, um número de horas mínimo ou

máximo por dia que o aluno deve se dedicar aos estudos, como se fosse a “chave

do sucesso”. Não se pode dizer, ainda, que está certo ou errado estudar somente

uma matéria (ou mais de uma) numa semana. Em síntese, o segredo é: crie a sua

própria estratégia.

Claro que, a partir de experiência própria, como estudante e, sobretudo, como

colaborador na preparação de alunos para concursos, chegamos a algumas conclu-

sões:

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1. PLANEJAMENTO: é preciso que se estabeleça um ciclo de estudos. No ciclo,

independentemente do número de horas de estudo que for definido para cada dia

da semana, o importante é estudar todos os dias, ainda que apenas meia hora. Aqui

vale o ditado de que o “hábito faz o monge”. Pode ser uma matéria de cada vez,

mais de uma, ou todas numa semana. No entanto, é preciso, fundamentalmente,

uma rotina, um método, algo padronizado. Costumamos dizer aos candidatos que,

independentemente do concurso, são sempre três os requisitos para a aprovação:

planejamento (a tal da rotina), disciplina (cumprir o planejado) e disposição

(cumprir o planejado, com todo afinco possível);

2. Seu projeto pode durar seis meses, um ano, ou mais anos. De todo modo, o

caminho será mais curto se você não perder o FOCO no concurso desejado. Habi-

tualmente, afirmamos aos colegas que não esmoreçam, continuem entusiasmados,

avançando sobre a matéria, pois, como dizia um velho companheiro de farda, “um

corpo que não vibra é um esqueleto que se arrasta”, ou seja, se você não quer ser

um esqueleto se arrastando sobre a disciplina, vibre com cada tópico novo que você

aprende de cada matéria que irá cair na sua prova;

3. Tenha FÉ! O candidato a concurso público deve acreditar que no “dia D” fará

a sua melhor prova, deve crer que durante a sua preparação não medirá esforços

para estudar todos os itens do edital e, principalmente, deve confiar que é capaz

de ocupar aquele tão sonhado cargo público.

4. Por fim, jamais acredite nas “lendas” que são contadas por aí, de que “Fu-

lano de tal” foi aprovado no concurso sem estudar porque é muito inteligente. Não

caia nessa! Passar em concurso exige disciplina e dedicação! Não há glória sem

sofrimento, mesmo para o “Fulano de tal” (“o Sr. Inteligência”).

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Assim, temos a certeza de que imbuído desse ânimo de confiança ficará mais

fácil para você assimilar os conceitos constantes dos tópicos de Administração que

adiante serão apresentados.

Seu amigo, Prof. Adriel Sá

“E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se


não desanimarmos”.

Bíblia Sagrada. Gálatas 6.9.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO


1. Introdução
A expressão Administração Pública pode assumir sentidos diversos, conforme o

contexto em que esteja inserida. Vejamos:

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SENTIDO AMPLO RESTRITO
Subjetivo, Orgânico ou Órgãos governamentais e Apenas órgãos
Formal administrativo administrativos
Objetivo, Material ou Funções políticas e Apenas funções
Funcional administrativas administrativa

Perceba que o termo “Administração Pública” envolve, em sentido amplo, além

dos órgãos e das funções administrativas, os órgãos e funções políticas. Desde

logo, vamos separar as funções administrativas das funções políticas (de Governo)1.

As funções administrativas são complementares às leis. São realizadas basi-

camente de forma vinculada, visando ao atendimento concreto, direto e imediato

do interesse da coletividade. O “concreto” é ponto distintivo da função legislativa,

tipicamente abstrata. O “direto” tem como contraponto a função judicante, em que

o exercício se dá por provocação do particular (princípio da inércia ou demanda). E

o “imediato” é para contrapor com o caráter mediato da Ciência da Administração.

Já as funções políticas (de governo) são aquelas realizadas pela alta cúpu-

la da Administração. São de extração constitucional, como o ato de declaração de

guerra pelo chefe do Executivo Federal. Possuem como traços marcantes a coorde-

1
Não confundir o conceito de Administração Pública com o de Fazenda Pública. Este é utilizado para denomi-
nar o Estado em juízo, quer dizer, enquanto pessoa jurídica de Direito Público, o Estado é acionado no polo
passivo e atua no polo ativo das ações judiciais.

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nação, a direção e o planejamento. São os núcleos do Estado, marcados pela maior

discricionariedade, definidores das políticas públicas.

Acrescente-se que as funções políticas ou de governo concentram-se, primaria-

mente, nos Poderes Executivo e Legislativo. Isso mesmo, “primariamente”. Afinal,

no Brasil, segundo o STF (ADPF n. 45/DF, por exemplo), o Judiciário, ainda que

indiretamente, pode contribuir para a concretização de políticas públicas.

Governo Administração

Natureza Política Administrativa

Conduta Independente Hierarquizada

Constitucional e
Responsabilidade Técnica e legal
política

Discricionária Vinculada ou neutra


Atividade
(atos de Governo) (atos de execução)

2. Sentido Subjetivo e Sentido Objetivo


Retomando o nosso quadro-resumo, perceba que a Administração Pública pode

assumir o sentido subjetivo e o objetivo.

Em um primeiro sentido, o subjetivo, orgânico ou formal, a expressão diz

respeito aos sujeitos, aos entes que exercem a atividade administrativa (pessoas

jurídicas, órgãos e agentes públicos). Para identificar o aspecto orgânico, seria su-

ficiente a seguinte pergunta: quem exerce a atividade?

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Já o sentido objetivo, material ou funcional designa a natureza da atividade,

as funções desempenhadas pelos entes, caracterizando, portanto, a própria função

administrativa, exercida predominantemente pelo Poder Executivo. Pergunta-chave

para identificação do sentido: qual a atividade (função) exercida?

No Brasil, se levássemos em consideração apenas o critério subjetivo, incidirí-

amos na escola do Poder Executivo ou italiano, ou seja, na corrente que defende

que apenas o Executivo é quem administra. Com o critério objetivo ou funcional,

supera-se o aspecto meramente formal, levando-se em conta o conteúdo do ato,

de tal sorte a abranger, inclusive, os atos praticados por particulares que façam as

vezes do Estado, como as concessionárias de serviços públicos.

Apesar de ser óbvio, vale reforçar: não é somente o Poder Executivo que edita

atos administrativos. Todos os Poderes editam atos administrativos quando, por

exemplo, abrem sindicância, efetuam aquisição de bens, nomeiam um funcionário

ou concedem férias. A diferença básica é que compete tipicamente ao Poder Exe-

cutivo administrar, ao passo que os outros Poderes, ao exercerem atividades admi-

nistrativas, encontram-se no desempenho de atribuições atípicas.

Registre-se, ainda, que o Poder Executivo exerce, além da sua típica função

administrativa, as funções de governo, que não constituem objeto de estudo do

Direito Administrativo.

O Direito Administrativo rege toda e qualquer atividade de administração, pro-

venha esta do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário. Isso porque o ato adminis-

trativo não se desnatura pelo fato só de ser aplicado no âmbito do Legislativo ou do

Judiciário, desde que seus órgãos estejam atuando como administradores de seus

serviços, de seus bens ou de seu pessoal.

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Assim, no sentido subjetivo (ou formal, ou orgânico, que são vocábulos sinô-

nimos), a expressão Administração Pública abrange órgãos, entidades ou agentes

que tenham por papel desempenhar tarefas administrativas do Estado.

Em reforço, para encontrarmos o sentido subjetivo de Administração

Pública, basta perguntar: quem exerce a função? Já para o sentido mate-

rial, vale a pergunta: quais são as atividades exercidas?

Administração Pública

Aspecto

Orgânico/Subjetivo/Formal Material/Objetivo/Funcional

Quem exerce? O que se pratica?

Serviços Poder de Interven-


Órgãos Pessoas Agentes Fomento
públicos polícia ção

Energia Placas de Termos de Agências


Ministérios Autarquias Servidores
elétrica sinalização parceria reguladoras

Exemplos Exemplos

Analisemos o sentido assumido pela expressão Administração Pública, quando

vista de maneira objetiva (ou material ou funcional).

Na visão objetiva, a administração pública consiste nas atividades levadas a

efeito pelos órgãos e agentes incumbidos de atender às necessidades da coletivi-

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dade. Nesse contexto, a expressão deve ser grafada com iniciais minúsculas, por

se tratar efetivamente da atividade administrativa, a qual, ao lado da legislativa e

da judiciária, forma uma das funções tripartites do Estado. Agora, ao se referir à

estrutura formal propriamente dita (o sentido subjetivo), prefira o uso de iniciais

maiúsculas.

Sob o ponto de vista material, a administração pública envolve as seguintes

atividades finalísticas: fomento, polícia administrativa, serviço público e

intervenção. A seguir, breves explicações:

I. fomento: refere-se à atividade administrativa de incentivo à iniciativa priva-

da de utilidade ou interesse público, tais como o financiamento em condições espe-

ciais, as desapropriações que beneficiem entidades privadas desprovidas do intuito

do lucro e que executem atividades úteis à coletividade.

II. Polícia administrativa: abrange as atividades administrativas restritivas ao

exercício de direitos individuais, tendo em vista o interesse de toda a coletividade

ou do Estado. Não se trata, aqui, das polícias civil, federal e militar, que são órgãos

da Administração Pública, e por consequência, compõem a Administração Pública,

mas no sentido subjetivo (ainda que exerçam atividades de polícia administrativa).

Um bom exemplo é a fiscalização exercida pelas Prefeituras para a concessão de

“certidão de habite-se”.

III. Serviço público: diz respeito às atividades executadas direta ou indire-

tamente pela Administração Pública e em regime predominantemente de direito

público, em atendimento às necessidades coletivas.

É exemplo do serviço de transporte urbano coletivo prestado por concessionárias

de serviços públicos.

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IV. Intervenção: é entendida como a regulamentação e a fiscalização da ati-

vidade econômica de natureza privada (art. 174 da CF/1988), a interferência do

Estado na propriedade privada (exemplos da desapropriação e do tombamento),

bem como a atuação do Estado diretamente na ordem econômica (art. 173 da

CF/1988). Como regra, essa atuação ocorre por intermédio de empresas públicas e

de sociedades de economia mista, instituídas e mantidas pelo Estado.

Quanto à intervenção, há crítica doutrinária acerca do alcance da função admi-

nistrativa. Como sobredito, a intervenção pode ser indireta ou direta.

A forma indireta de intervenção é a realizada, por exemplo, pelo Banco Central

(pessoa jurídica de Direito Público), em atividade tipicamente regulatória, marcada

predominantemente por normas de Direito Público. É o que prevê o art. 174 da

CF/1988 (atividades de regulamentação e fiscalização do setor econômico, como

as tendentes ao combate da formação de cartéis e trustes).

A direta, por sua vez, efetua-se por entidades empresariais do Estado, em

concorrência com outras empresas do setor, regidas, portanto, predominan-

temente por normas de Direito Privado. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, por

exemplo, a atividade que o Estado exerce a título de intervenção direta na ordem

econômica não é assumida pelo Estado como atividade pública e, por isso, não de-

veria ser considerada função administrativa.

As atividades anteriormente listadas são atividades finalísticas (vistas de

dentro para fora – Administração Extroversa). No entanto, não podemos es-

quecer que nem todo o Direito Administrativo é o que enxergamos ou sentimos,

pois há também outras atividades, sobremaneira importantes, que ocorrem no

interior do Estado, como as atividades-meio (Administração Introversa ou

Instrumental).

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Exemplos de função instrumental (função-meio, interna à Administração) são as

finanças públicas e a nomeação de um servidor público, aprovado em virtude de

concurso público.

Por outro lado, se as relações administrativas são firmadas entre o Estado e os

particulares, a Administração é extroversa, a exemplo do Poder de Polícia. Já se

os atos são praticados no interior da estrutura administrativa, a Administração é

Instrumental, é introversa, como a criação de novos órgãos ou pessoas jurídicas.

Para Diogo de Figueiredo Moreira Neto, enquanto a Administração Pública

Extroversa é finalística, dado que ela é atribuída especificamente a cada ente polí-

tico, obedecendo a uma partilha constitucional de competências, a Administração

Pública Introversa é instrumental, visto que é atribuída genericamente a todos

os entes, para que possam atingir aqueles objetivos.

3. Função Administrativa

Um conceito válido para a função administrativa é o que a define como a fun-

ção que o Estado, ou aquele que lhe faça as vezes, exerce na intimidade de uma

estrutura e regimes hierárquicos e que, no sistema constitucional brasileiro, se

caracteriza pelo fato de ser desempenhada mediante comportamentos infralegais

ou, excepcionalmente, infraconstitucionais vinculados, submissos ao controle de

legalidade pelo Poder Judiciário.

Esse conceito – de Celso Antônio Bandeira de Mello – descreve bem a função

administrativa do Estado, com alguns destaques. Vejamos.

I. A função administrativa é levada a efeito pelo Estado ou por aquele

que lhe faça as vezes.

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Nem todas as atividades de administração pública serão, necessariamente, re-

alizadas pelo Estado.

Exemplo disso é a prestação de serviços públicos, muitas vezes desempenhados

por particulares (concessionários, permissionários e autorizatários, por exemplo),

que fazem as vezes do Estado, uma vez que, ao fim, seria incumbência do poder

público a prestação de tais serviços, em razão do disposto no art. 175 da CF/1988.

II. Há toda uma hierarquia posta no desempenho da atividade adminis-

trativa.

De fato, há chefes e subordinados responsáveis pelo desempenho da atividade

administrativa. A presença da hierarquia é traço inerente à Administração. Sem

hierarquia, não teríamos administração, mas desorganização.

Antecipe-se de que não há hierarquia (no sentido de subordinação) no exercício

de atividades tipicamente legislativas (produzir as leis) ou judiciais (julgar). Na vi-

são da doutrina majoritária, só há hierarquia, em sentido estrito, no desempenho

de atividades tipicamente administrativas.

III. A atividade administrativa pública é infralegal/infraconstitucional

(excepcionalmente, no último caso).

Tem razão o autor quando diz que, de regra, a atividade de administração pú-

blica é infralegal, ou seja, abaixo e conforme a lei.

Com efeito, a Administração Pública deve dar cumprimento à intenção contida

na lei (mens legis), a qual é o instrumento estabelecedor do interesse público. Se

tivéssemos que posicionar a atividade administrativa normativa dentro da clássica

“Pirâmide de Kelsen”, seria no terceiro patamar, ou seja, dos atos secundários, tão

somente complementar às leis, pois não criam direitos e obrigações, apenas des-

trincham o comando das normas primárias.

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Por exceção, a Administração Pública dá cumprimento direto à Constituição. É

que, em nossa ordem normativa, temos as leis que “materializam” a vontade con-

tida na Constituição.

Todavia, por vezes, a própria Constituição estabelece, de forma expressa, a base

normativa da conduta a ser adotada pela Administração. Embora seja fato raro,

pode ocorrer, como é o caso da autorização para a edição dos chamados decretos

autônomos, editados com base no inc. VI, do art. 84, da Constituição Federal.

Esse assunto, a conduta a ser observada pela Administração, merece um cui-

dado maior. Por conta disso, em várias passagens desta aula falaremos das carac-

terísticas principais inerentes a tais condutas, que podem ser resumidas a duas

palavras: vinculação ou discricionariedade, que indicarão maior ou menor grau de

liberdade no que será feito pela Administração. Para parte da doutrina, a vincula-

ção significa completa ausência de liberdade da Administração, a qual deve agir em

estrita conformidade com a lei. Já discricionariedade importaria relativa liberdade,

com limites da lei, dada à Administração.

IV. Os atos da Administração Pública estão sujeitos a controle judicial.

Isso é decorrência do princípio da inafastabilidade de jurisdição ou da jurisdição

única, contido no inc. XXXV, do art. 5º, da CF/1988:

a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Note que sequer a lei exclui da apreciação judicial atos que importem lesão,

efetiva ou potencial, de direitos. Não é porque um ato provém da Administração

que será excluído da apreciação do Judiciário. É claro que, para o Judiciário se pro-

nunciar, haverá de ser cumprido o rito necessário.

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Explico: em regra, para um tribunal ou juiz apreciar e pronunciar-se sobre algu-

ma questão, haverá de ocorrer a necessária provocação, ou seja, o órgão judicial

deverá ser demandado. Isso é o que se conhece no processo civil por “inércia pro-

cessual” (princípio da inércia ou da demanda): para que o Judiciário se “movimen-

te”, é necessário que alguém provoque sua atuação.

Todavia, a própria Administração pode fazer controle de seus atos, em razão do

princípio da autotutela. Nesse último caso, é desnecessária a provocação, dado que

a atuação pode ocorrer de ofício.

4. Princípios da Administração Pública


Os princípios são os vetores fundamentais que alicerçam o edifício jurídico das

regras. Se os princípios são normas que antecedem as regras, é de perceber que

são dotados de carga normativa mais perene do que as leis, principalmente porque

não há hierarquia material entre princípios. Por exemplo, o princípio da eficiência é

o mais recente dos princípios expressos, porém não afasta a aplicação da legalida-

de. Tais postulados convivem de forma harmônica.

Imagine a construção de um prédio. Começamos por onde? Pela sua base, claro,

seus alicerces, que devem estar nivelados, para que o prédio não corra risco de

desmoronar. Se tivéssemos uma parte do alicerce mais elevada que as demais,

nosso prédio, certamente, tombaria.

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Regras quebradas,
mantem-se o
prédio
Regras

Princípios
expressos

Princípios derrubados
Princípios
podem ruir todo o
implícitos
prédio

Pois bem! Nosso “prédio”, daqui por diante, é a Administração Pública. Seus pila-

res são os princípios, que dão suporte a toda a atividade da Administração. Suas

janelas são as regras (leis). Quebrar a janela é menos grave que derrubar um dos

alicerces, concorda?

Alguns desses “pilares” são explícitos na Constituição e constam, por exemplo,

do caput, do art. 37, da CF/1988. Outros são encontrados implicitamente no texto

constitucional, ou seja, são depreendidos do sistema jurídico-administrativo cons-

titucional, ou expressos em textos legais (no campo infraconstitucional), ou, ainda,

construídos pela doutrina pátria a partir da interpretação da ordem jurídica.

4.1. Princípios Expressos

É a Constituição de 1988 a responsável por consagrar as normas e os princí-

pios básicos regentes da Administração Pública direta e indireta de qualquer dos

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Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. São princípios

constitucionais expressos no caput, do art. 37, da CF: Legalidade, Impessoalidade,

Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Esquematizando

Administração Direta Administração Indireta


Conjunto de órgãos Somatório de novas pessoas jurídicas

L egalidade

I mpessoalidade
Decorrentes do Poder
Princípios Constituinte Originário
expressos ou 1º GRAU
explícitos M oralidade
(CF/88, art. 37)

P ublicidade

Decorrentes da
E ficiência EC 18/99
(Reforma Administrativa)
2º GRAU

Tais princípios valem para todos os Poderes, de todos os entes integrantes da Fe-

deração brasileira (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e respectivas Admi-

nistrações Direta e Indireta. Façamos a leitura do referido dispositivo constitucional:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...).

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Nos termos da CF/1988, os princípios se dirigem a toda a Administração Direta

e, também, a toda a Administração Indireta, independentemente da natureza jurí-

dica da entidade. Assim, mesmo entidades da Administração Pública que explorem

atividades econômicas, como o Banco do Brasil e a Petrobras, submetem-se aos

princípios constitucionais da Administração Pública.

4.1.1. Legalidade

O princípio da legalidade significa dizer que a Administração Pública só pode

atuar quando autorizada ou permitida pela lei.

Destaca-se que o princípio da legalidade não é restrito à Administração. Também

é válido para os particulares, mas com outro enfoque (legalidade constitucional):

se uma norma não proibir, o particular, dispondo de forma livre de sua vontade,

pode agir da maneira que melhor entender.

Pode-se concluir, então, que a Administração Pública só pode agir da maneira

que a lei determinar ou autorizar, enquanto o particular age do modo que julgue

mais conveniente, desde que a lei (não apenas a Constituição) não o proíba.

Portanto, o agente público, responsável por tornar concreta a missão da Admi-

nistração Pública, não pode fazer tudo o que não seja proibido em lei, mas apenas

o que a norma autoriza ou determina. Para o particular, o princípio da legalidade

terá caráter mais restritivo que impositivo: não sendo proibido em norma, é pos-

sível ao particular fazer. Parafraseando o autor Hely Lopes Meirelles2, o princípio

da legalidade para o administrador significa “deve fazer assim”, enquanto para os

particulares, “pode fazer assim”.

2
MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo brasileiro. 40ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Esquematizando

Aos particulares

Podem fazer tudo aquilo


Constitucional
que a lei permite e tudo
(CF/88, art. 5º, II)
que a lei não proíbe

Podem fazer assim

Legalidade

Aos administradores

Só fazer ou não fazer o


Administrativo
que a lei permite
(CF/88, art. 37, caput)
(indisponibilidade)

Devem fazer assim

4.1.2. Impessoalidade, Finalidade ou Isonomia

O princípio da impessoalidade estabelece um dever de imparcialidade na defesa

do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevidamente dispen-

sados a particulares no exercício da função administrativa.

Segundo esclarece Lucas Rocha Furtado3, o princípio da impessoalidade admite

seu exame sob os seguintes aspectos:

1. dever de isonomia por parte da Administração Pública;

2. dever de conformidade ao interesse público;

3. imputação dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente às pesso-

as jurídicas em que atuam.

3
FURTADO, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.

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Nesse contexto, pode-se dizer que o princípio da impessoalidade, expresso na

CF/1988 e implícito na Lei Federal n. 9.784/1999, tem uma “tripla formulação”,

“três faces”.

Numa primeira visão, para parte da doutrina, a impessoalidade como princípio

significa que o administrador público só deve praticar atos voltados à consecução

do interesse público.

Numa segunda visão, os atos e provimentos administrativos são imputáveis

não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou à entidade administrativa em

nome da qual age o funcionário. Por essa linha, a Administração Pública responde

pelos atos dos agentes públicos, em razão da impessoalidade de sua atuação.

Uma terceira visão da impessoalidade se destaca na impossibilidade de a Ad-

ministração criar discriminações benéficas ou detrimentosas.

4.1.3. Moralidade

Pelo princípio da moralidade, diz-se que a conduta da Administração deve ser

mais exigente do que simples cumprimento da frieza das leis. Deve-se distinguir

o justo do injusto, o lícito do ilícito, o honorável do desonorável, o conveniente do

inconveniente. A moralidade passa a ser pressuposto de validade dos atos do Es-

tado. Em toda a atuação estatal deverão estar presentes princípios da lealdade, da

boa-fé, da fidelidade funcional, entre outros, atinentes à moralidade.

É interessante registrarmos a distinção entre a legalidade e a moralidade, en-

quanto princípios que, por razões óbvias, não podem ser entendidos como sinôni-

mos perfeitos.

Pelo princípio da legalidade, a Administração Pública só pode atuar de acordo

com o que a lei estabelece ou autoriza. Já a moralidade é um dos conceitos que

conta com um dos maiores graus de abstração no mundo jurídico, como visto.

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Esquematizando

Moralidade Legalidade

Remoção de
servidor visando
Atos só Atos morais Atos só outros fins que
morais e Legais legais não o interesse
público. É legal
mais não é moral.

4.1.4. Publicidade

Pelo princípio da publicidade, a Administração Pública deve tornar públicos seus

atos, na forma prevista na norma. A publicidade é um princípio democrático, repu-

blicano, por assim dizer, que faz com que se possibilite o controle da Administração,

por razões que são dotadas de obviedade: sem se dar transparência aos atos da

Administração, é inviável pensar no controle desta.

Apesar de não ser elemento de formação dos atos, a publicidade constitui requi-

sito de sua moralidade e eficácia, entendida essa última como aptidão do ato para

produção dos seus efeitos.

4.1.5. Eficiência

O princípio da eficiência envolve a procura de produtividade e economicidade e,

o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público.

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Esse princípio também é chamado de princípio da qualidade dos serviços pú-


blicos, sendo inserido no texto da CF/1988 por meio da Emenda Constitucional n.
19/1998, responsável pela Reforma Administrativa do Estado.
De pronto, esclareço que a eficiência não é eficácia ou efetividade. Ação admi-
nistrativa eficaz é aquela que alcançou a meta prevista. Por sua vez, na efetividade,
dá-se relevo aos resultados sociais planejados. E, por fim, na eficiência, atém-se
à relação custo versus benefício, isto é, menor volume de recursos públicos para o
alcance dos resultados previstos.

Esclarecendo:
O governo do Estado “X” propõe a inclusão na Lei Orçamentária Anual de R$ 10
milhões de reais para a construção de 30 escolas públicas. O Legislativo aprova o
crédito orçamentário. As receitas previstas para amparar as despesas fixadas são
realizadas. O governo executa a construção de 30 escolas, dentro da vigência do
crédito orçamentário, utilizando-se de R$ 9 milhões de reais. As escolas, no entan-
to, ficam abandonadas, porque não se planejou a contratação de novos professores
e pessoal administrativo. No caso, a ação foi eficaz (alcançou a meta prevista), foi
eficiente (os recursos foram suficientes para o resultado pretendido), porém não
foi efetiva (o resultado social talvez não tenha sido alcançado).

4.2. Princípios Implícitos ou Reconhecidos

Nem todos os princípios aplicáveis à Administração Pública se acham explícitos


no texto constitucional. Vejamos alguns desses princípios implícitos.

4.2.1. Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado

Esse princípio é chamado também de princípio da finalidade pública, presente

tanto no momento da elaboração da lei quanto no momento da sua execução em

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concreto pela Administração Pública. Ele inspira o legislador e vincula a autoridade

administrativa em toda a sua atuação, ensina a autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro4.

Como expressão dessa supremacia, a Administração, por representar o interes-

se público (e não propriamente da maioria, já que o interesse desta pode não ser

público!), tem a possibilidade, nos termos da lei, de constituir terceiros em obriga-

ções mediante atos unilaterais. Tais atos são imperativos.

Por exemplo, a lei confere à Administração os poderes de desapropriar, de requisi-

tar, de intervir, de policiar, de punir, de encampar, sempre com o objetivo de aten-

der ao interesse geral, que não pode ceder diante do interesse individual.

4.2.2. Indisponibilidade do Interesse Público

José dos Santos Carvalho Filho5 ensina que os bens e interesses públicos não

pertencem estritamente à Administração ou a seus agentes. Cabe a eles apenas

geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade. Esta, sim, é a ver-

dadeira titular dos direitos e interesses públicos. Enfim, a Administração não tem

liberdade para dispor dos bens e interesses públicos, porque age na defesa alheia.

Esclarecendo:

O Estado “X” enfrenta histórica crise econômica. E, para suprir os cofres públicos de

novos recursos, decide alienar bens públicos imóveis. Então, o administrador pode

ou não vender os bens estatais?

Sim, pode! Porém, o procedimento para a alienação deve seguir o rito das leis,

fazendo com que o agente público atue não de acordo com aquilo que conside-

re o “melhor caminho”, e sim conforme a norma. É a lei que torna indisponível a

4
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
5
CARVALHO FILHO, J. dos S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.

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ação (o interesse público, na realidade). Note que a indisponibilidade guarda uma

estreita ligação com o princípio da legalidade, este que abrange toda a atividade

administrativa.

4.2.3. Finalidade Pública

Como já registrado, há quem equipare o princípio da impessoalidade ao da fina-

lidade, dado que a atuação finalística deve ser impessoal. No entanto, outra parte

da doutrina aproxima a finalidade pública da teoria do abuso de poder, desdobran-

do-a em: desvio de finalidade e excesso de poder. Na primeira hipótese, o ato seria

praticado visando a fim diverso do interesse público e, por isso, deveria ser anu-

lado, ante a gravidade do vício. Essa visão, contudo, voltará a ser examinada no

capítulo de poderes da Administração para que analisemos outras peculiaridades.

Na visão de Celso Antônio Bandeira de Mello6, o princípio da finalidade impõe

ao administrador que sua atuação vise sempre ao objetivo da norma, cingindo-se

a ela, para concluir que a finalidade, em verdade, não é uma decorrência da lega-

lidade, mas é inerente a esta, integrando-as.

4.2.4. Responsabilidade Civil do Estado

Por força do disposto no § 6º, do art. 37, da Constituição Federal, as pessoas

jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos

responderão por danos causados a terceiros por seus agentes.

A responsabilidade civil do Estado aplica-se a qualquer das funções públicas, e

não somente aos danos provenientes dos atos administrativos, independendo da

existência de dolo ou culpa do agente público causador direto do dano.

6
BANDEIRA DE MELLO, C. A. Curso de Direito Administrativo. 31ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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A Constituição Federal consagrou a responsabilidade objetiva do Estado (teoria

do risco administrativo), segundo a qual, diante das inúmeras e variadas atividades

da administração, existe a probabilidade de serem causados danos a particulares e,

assim sendo, como toda a coletividade se beneficia das atividades administrativas,

deve-se também repartir o ônus do ressarcimento do dano causado.

4.2.5. Autotutela

O princípio da autotutela é reconhecido expressamente na Súmula n. 473 do

STF. Vejamos:

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Pelo princípio da autotutela, a Administração tem a prerrogativa de policiar seus

próprios atos, revogando aqueles inconvenientes e anulando aqueles ilegais.

Contudo, o art. 54 da Lei n. 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Fede-

ral) estabelece um limite temporal para a correção, ao dispor que o direito de a

Administração anular atos administrativos que tenham produzido efeitos favoráveis

para os destinatários decai em cinco anos a partir da data em que foram praticados,

salvo comprovada má-fé.

4.2.6. Igualdade

O princípio da igualdade decorre dos princípios da legalidade e da impessoalida-

de, fundamentando-se no art. 5º da CF/1988. De acordo com esse princípio, todos

os cidadãos devem receber igual tratamento da Administração, sendo vedado que

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se estabeleça de modo desarrazoado qualquer privilégio, favoritismo ou desvalia


entre os administrados.

4.2.7. Especialidade ou Descentralização

O princípio da especialidade é ligado à ideia de descentralização administrati-


va, na busca de maior eficiência. Assim, ao criar pessoas jurídicas administrativas
(autarquias, por exemplo), como forma de descentralizar a prestação de serviços
públicos, o Estado visa à especialização de funções. Retira-se determinada tarefa
do centro da Administração, em que há um amontoado de competências, e esta é
redistribuída para a periferia (entidades administrativas descentralizadas), confe-
rindo mais dinamismo na ação administrativa.

4.2.8. Presunção de Legitimidade ou de Veracidade

Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro7, a presunção de legitimidade engloba dois as-
pectos: de um lado, a presunção de verdade (veracidade), que diz respeito à certeza
dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a Administração Pública
se submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que todos os seus atos sejam
verdadeiros e praticados com observância das normas legais pertinentes.
Uma aplicação do referido princípio pode ser encontrada no inc. II, do art. 19,
da CF/1988, o qual veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
recusar fé aos documentos públicos.

4.2.9. Probidade Administrativa

A probidade é um aspecto constitucionalizado do princípio da moralidade. A


probidade diz respeito à integridade de caráter, honradez, ou seja, conceito estrei-

tamente relacionado com o de moralidade administrativa.


7
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.

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4.2.10. Segurança Jurídica

À semelhança da motivação, da razoabilidade e da proporcionalidade, o princípio

da segurança jurídica foi catalogado de forma expressa pela Lei Federal n. 9.784/1999.

Percebe-se sua presença no inc. XIII, do parágrafo único, do art. 2º da lei, quando

impõe a interpretação da norma administrativa de forma a garantir o atendimento do

fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

A segurança jurídica é um princípio geral do direito, não se restringindo ao Direi-

to Administrativo. Com base nele, em determinado momento, as relações jurídicas

devem se estabilizar, não sendo mais alteráveis na via administrativa.

4.2.11. Princípio da Confiança e Boa-Fé

Relativamente ao princípio da confiança, implícito no ordenamento jurídico, o

princípio está atrelado à segurança jurídica, mas com ela não se confunde, reme-

tendo-nos à ideia de que os atos praticados pelo poder público são legítimos (pre-

sumem-se legais e verdadeiros), de tal sorte que os atos devem ser preservados

em nome da boa-fé, sobrepondo-se, no caso concreto, ao princípio da legalidade.

Enquanto o princípio da confiança protege a boa-fé do administrado, a boa-fé é

princípio que tanto se aplica aos administrados (protegendo-os e impondo-os pro-

ceder com lealdade e honestidade) como à Administração Pública, quando determi-

na que se atue com correção.

4.2.12. Motivação

Pelo princípio da motivação, a Administração tem o dever de motivar seus atos,

sejam eles discricionários, sejam vinculados. Assim, em regra, a validade do ato

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administrativo depende do caráter prévio ou da concomitância da motivação pela

autoridade que o proferiu com relação ao momento da prática do próprio ato.

O princípio da motivação é o elo entre os princípios constitucionais, porque é ini-

maginável um Estado de direito e democrático em que os cidadãos não conheçam

os motivos pelos quais são adotadas as decisões administrativas.

Portanto, as decisões administrativas, provenientes de quaisquer dos Poderes,

devem ser precedidas dos pressupostos de fato e de direito que fundamentaram a

prática dos atos discricionários e vinculados.

Entretanto, há certos atos que dispensarão motivação para sua prática. Nesse

contexto, observemos o art. 50 da Lei n. 9.784/1999, o qual determina ser neces-

sária a motivação dos atos administrativos, como os que:

I – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções,


II – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de parece-
res, laudos, propostas e relatórios oficiais, e
III – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

A conclusão lógica decorrente é a de que, se a lei determina que, nessas hipó-

teses, os atos administrativos deverão ser motivados, em outras, evidentemente,

poderão deixar de sê-lo.

Conclui-se que nem sempre a motivação prévia ou concomitante dos atos é

obrigatória. Ainda que desejável, poderá não ser expressamente exigida. Com efei-

to, cito a possibilidade de exoneração ad nutum (a qualquer tempo) de um servi-

dor ocupante de cargo em comissão (de chefia ou assessoramento) (assessores

de Ministros de Estado, por exemplo), para os quais a Administração é eximida de

apresentar motivação expressa.

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4.2.13. Razoabilidade

Pelo princípio da razoabilidade, as atitudes desprovidas de razão, desproposita-

das, não podem ser acolhidas pelo Direito. A discricionariedade oferecida ao admi-

nistrador não significa arbitrariedade, enfim, o administrador deve sempre adotar

as providências mais adequadas aos casos concretos apresentados.

4.2.14. Proporcionalidade

A proporcionalidade pode ser traduzida como a adequabilidade entre os meios

utilizados e os fins pretendidos (princípio da vedação de excesso). Se a conduta do

Administrador não respeita tal relação, será excessiva, portanto, desproporcional.

A ideia central da proporcionalidade é de que todos só são obrigados a suportar

restrições em sua liberdade ou propriedade, por iniciativa da Administração Públi-

ca, se imprescindíveis ao atendimento do interesse público.

4.2.15. Continuidade do Serviço Público

O princípio da continuidade dos serviços públicos é assim enunciado por José

Cretella Júnior8: a atividade da Administração é ininterrupta, não se admitindo a

paralisação dos serviços públicos. Com outras palavras, os serviços públicos não

podem sofrer solução de continuidade. Dentre outros veículos normativos, há re-

gistro da continuidade no art. 22 do Código do Consumidor, ao se impor que os

prestadores de serviços públicos assegurem serviços adequados, eficientes, segu-

ros e, quanto aos essenciais, contínuos.

8
CRETELLA Júnior, J. Manual de Direito Administrativo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

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4.2.16. Sindicabilidade

A expressão sindicabilidade, por si só, revela-nos o conteúdo do princípio: ser

sindicável é ser controlável. Enfim, é a faculdade de os órgãos estatais fiscalizarem

os atos lesivos ao interesse público, por ilegais, ilegítimos ou ilícitos.

Perceba que o referido princípio, em um só tempo, engloba o princípio da auto-

tutela (prerrogativa de atuação de ofício por parte da Administração), como tam-

bém o princípio do controle judicial dos atos (sistema de jurisdição una ou única,

previsto no inc. XXXV, do art. 5º, da CF/1988).

4.2.17. Juridicidade

Conforme o princípio da legalidade administrativa, as ações do Estado são pre-

cedidas de leis. As leis são os veículos normativos que permitem ou autorizam à

Administração atuar ou deixar de atuar. No entanto, ao lado das leis, subsiste toda

uma gama de princípios, os quais gozam de força vinculante na condução da coi-

sa pública. Nesse contexto, em que a Administração deve conjugar as regras e os

princípios, é que surge o princípio da juridicidade.

É fácil concluir, portanto, que a juridicidade, além de englobar a conformidade

dos atos com as leis (princípio da legalidade), requer que a produção dos atos esta-

tais esteja em consonância com os princípios constitucionais expressos e implícitos.

4.2.18. Intranscendência Subjetiva das Sanções

No inc. XLV da CF/1988, previu-se que nenhuma pena passará da pessoa do

condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento

de bens ser, nos termos da lei, estendidos aos sucessores, até o limite do valor do

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patrimônio transferido. Decorre do dispositivo o princípio da intranscendência sub-

jetiva das sanções, que impede que penalidades personalíssimas alcancem terceiros

que não participaram da conduta ou que, ao menos, tinham como evitar o ilícito.

4.3. Princípios Expressos no Decreto-Lei n. 200/1967

Segundo Bresser-Pereira (1998)9, no governo Goulart, em fevereiro de 1963, o

deputado Amaral Peixoto foi nomeado Ministro Extraordinário para a Reforma Ad-

ministrativa, com a incumbência de dirigir diversos grupos de estudos, encarrega-

dos da formulação de projetos de reforma, ou seja, para propor um novo desenho

para a administração pública brasileira.

No fim daquele ano, a Comissão de Estudos Técnicos para a Reforma Adminis-

trativa (COMESTRA) apresentou quatro projetos importantes, tendo em vista:

1. uma reorganização ampla e geral da estrutura e das atividades do governo;

2. a expansão e o fortalecimento do sistema do mérito;

3. novas formas de aquisição e fornecimento de material no serviço público; e

4. a organização administrativa do Distrito Federal (Brasília).

Os quatro projetos foram encaminhados pelo Presidente Goulart ao Congresso

no início de 1964, mas nenhum deles foi convertido em lei. No entanto, serviram

mais tarde como informação básica para estudos do Poder Executivo que deram

origem ao Decreto-Lei n. 200, de 1967.

O Decreto-Lei n. 200/1967, apesar de estar no contexto da gestão burocrática,

é considerado a primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública

brasileira, ou seja, um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática. De

9
BRESSER-PEREIRA, L. C. Reforma do Estado para a cidadania: a reforma gerencial brasileira na perspectiva
internacional. São Paulo: Editora 34; Brasília: ENAP, 1998.

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fato, a principal característica da reforma administrativa proposta pelo Decreto-Lei

n. 200/1967 foi a descentralização e flexibilização administrativa proporcio-

nada por intermédio das entidades da Administração Indireta.

A norma previa uma reestruturação radical na administração pública federal,

baseada em alguns princípios fundamentais:

Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes prin-

cípios fundamentais:

I – Planejamento.

II – Coordenação.

III – Descentralização.

IV – Delegação de Competência.

V – Controle.

CAPÍTULO I

DO PLANEJAMENTO

Art. 7º A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover

o desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional, norteando-se

segundo planos e programas elaborados, na forma do Título III, e compreenderá a

elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos:

a) plano geral de governo;

b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual;

c) orçamento-programa anual;

d) programação financeira de desembolso.

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CAPÍTULO II

DA COORDENAÇÃO

Art. 8º As atividades da Administração Federal e, especialmente, a execução

dos planos e programas de governo, serão objeto de permanente coordenação.

§ 1º A coordenação será exercida em todos os níveis da administração, median-

te a atuação das chefias individuais, a realização sistemática de reuniões com a

participação das chefias subordinadas e a instituição e funcionamento de comissões

de coordenação em cada nível administrativo.

§ 2º No nível superior da Administração Federal, a coordenação será assegurada

através de reuniões do Ministério, reuniões de Ministros de Estado responsáveis por

áreas afins, atribuição de incumbência coordenadora a um dos Ministros de Estado

(art. 36), funcionamento das Secretarias Gerais (art. 23, § 1º) e coordenação cen-

tral dos sistemas de atividades auxiliares (art. 31).

§ 3º Quando submetidos ao Presidente da República, os assuntos deverão ter

sido previamente coordenados com todos os setores neles interessados, inclusive

no que respeita aos aspectos administrativos pertinentes, através de consultas e

entendimentos, de modo a sempre compreenderem soluções integradas e que se

harmonizem com a política geral e setorial do Governo. Idêntico procedimento será

adotado nos demais níveis da Administração Federal, antes da submissão dos as-

suntos à decisão da autoridade competente.

Art. 9º Os órgãos que operam na mesma área geográfica serão submetidos à

coordenação com o objetivo de assegurar a programação e execução integrada dos

serviços federais.

Parágrafo único. Quando ficar demonstrada a inviabilidade de celebração de

convênio (alínea b do § 1º do art. 10) com os órgãos estaduais e municipais que

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exerçam atividades idênticas, os órgãos federais buscarão com eles coordenar-se,

para evitar dispersão de esforços e de investimentos na mesma área geográfica.

CAPÍTULO III

DA DESCENTRALIZAÇÃO

Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser ampla-

mente descentralizada.

§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:

a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o

nível de direção do de execução;

b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam

devidamente aparelhadas e mediante convênio;

c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou con-

cessões.

§ 2° Em cada órgão da Administração Federal, os serviços que compõem a es-

trutura central de direção devem permanecer liberados das rotinas de execução e

das tarefas de mera formalização de atos administrativos, para que possam con-

centrar-se nas atividades de planejamento, supervisão, coordenação e controle.

§ 3º A Administração casuística, assim entendida a decisão de casos individuais,

compete, em princípio, ao nível de execução, especialmente aos serviços de natu-

reza local, que estão em contato com os fatos e com o público.

§ 4º Compete à estrutura central de direção o estabelecimento das normas,

critérios, programas e princípios, que os serviços responsáveis pela execução são

obrigados a respeitar na solução dos casos individuais e no desempenho de suas

atribuições.

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§ 5º Ressalvados os casos de manifesta impraticabilidade ou inconveniência, a

execução de programas federais de caráter nitidamente local deverá ser delegada,

no todo ou em parte, mediante convênio, aos órgãos estaduais ou municipais in-

cumbidos de serviços correspondentes.

§ 6º Os órgãos federais responsáveis pelos programas conservarão a autoridade

normativa e exercerão controle e fiscalização indispensáveis sobre a execução lo-

cal, condicionando-se a liberação dos recursos ao fiel cumprimento dos programas

e convênios.

§ 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação,

supervisão e controle e com o objetivo de impedir o crescimento desmesurado

da máquina administrativa, a Administração procurará desobrigar-se da realização

material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que possível, à execução indi-

reta, mediante contrato, desde que exista, na área, iniciativa privada suficiente-

mente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos de execução.

§ 8º A aplicação desse critério está condicionada, em qualquer caso, aos dita-

mes do interesse público e às conveniências da segurança nacional.

CAPÍTULO IV

DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA

(Vide Decreto n. 83.937, de 1979)

Art. 11. A delegação de competência será utilizada como instrumento de des-

centralização administrativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetivi-

dade às decisões, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a

atender.

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Art. 12. É facultado ao Presidente da República, aos Ministros de Estado e, em

geral, às autoridades da Administração Federal delegar competência para a prática

de atos administrativos, conforme se dispuser em regulamento.

Parágrafo único. O ato de delegação indicará com precisão a autoridade dele-

gante, a autoridade delegada e as atribuições objeto de delegação.

CAPÍTULO V

DO CONTROLE

Art. 13 O controle das atividades da Administração Federal deverá exercer-se

em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo, particularmente:

a) o controle, pela chefia competente, da execução dos programas e da obser-

vância das normas que governam a atividade específica do órgão controlado;

b) o controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das nor-

mas gerais que regulam o exercício das atividades auxiliares;

c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União

pelos órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria.

Art. 14. O trabalho administrativo será racionalizado mediante simplificação de

processos e supressão de controles que se evidenciarem como puramente formais

ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco.

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RESUMO
• Administração pública e governo: conceitos e objetivos

− funções administrativas: são complementares às leis. São realizadas

basicamente de forma vinculada, visando ao atendimento concreto, direto

e imediato do interesse da coletividade.

− Funções políticas (de governo): são aquelas realizadas pela alta cúpula

da Administração. São os núcleos do Estado, marcados pela maior discri-

cionariedade, definidores das políticas públicas.

Governo Administração

Natureza Política Administrativa

Conduta Independente Hierarquizada

Constitucional e
Responsabilidade Técnica e legal
política

Discricionária Vinculada ou neutra


Atividade
(atos de Governo) (atos de execução)

− Administração Pública em sentido subjetivo, orgânico ou formal: a

expressão diz respeito aos sujeitos, aos entes que exercem a atividade ad-

ministrativa (pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos). Quem exerce

a atividade?

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− Administração Pública em sentido objetivo, material ou funcional:

designa a natureza da atividade, as funções desempenhadas pelos entes.

Qual a atividade (função) exercida?

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SENTIDO AMPLO RESTRITO
Subjetivo, Orgânico ou Órgãos governamentais e Apenas órgãos
Formal administrativo administrativos
Objetivo, Material ou Funções políticas e Apenas funções
Funcional administrativas administrativa

Administração Pública

Aspecto

Orgânico/Subjetivo/Formal Material/Objetivo/Funcional

Quem exerce? O que se pratica?

Serviços Poder de Interven-


Órgãos Pessoas Agentes Fomento
públicos polícia ção

Energia Placas de Termos de Agências


Ministérios Autarquias Servidores
elétrica sinalização parceria reguladoras

Exemplos Exemplos

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− Sob o ponto de vista material, são atividades finalísticas da admi-

nistração pública: fomento, polícia administrativa, serviço público e

intervenção.

• Princípios expressos da Administração Pública

− Legalidade: significa dizer que a Administração Pública só pode atuar

quando autorizada ou permitida pela lei.

− Impessoalidade, finalidade ou isonomia: dever de imparcialidade na

defesa do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevi-

damente dispensados a particulares no exercício da função administrativa.

− Moralidade: a conduta da Administração deve ser mais exigente do que

simples cumprimento da frieza das leis.

− Publicidade: a Administração Pública deve tornar públicos seus atos, na

forma prevista na norma.

− Eficiência: envolve a procura de produtividade e economicidade e, o que é

mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público.

• Princípios implícitos ou reconhecidos da Administração Pública

− Supremacia do interesse público sobre o interesse privado: a Admi-

nistração, por representar o interesse público, tem a possibilidade, nos ter-

mos da lei, de constituir terceiros em obrigações mediante atos unilaterais.

− Indisponibilidade do interesse público: a Administração não tem liberda-

de para dispor dos bens e interesses públicos, porque age na defesa alheia.

− Finalidade pública: impõe ao administrador que sua atuação vise sempre

ao objetivo da norma.

− Responsabilidade civil do Estado: as pessoas jurídicas de direito público

e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão por

danos causados a terceiros por seus agentes.

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− Autotutela: a Administração tem a prerrogativa de policiar seus próprios

atos, revogando aqueles inconvenientes e anulando aqueles ilegais.

− Igualdade: todos os cidadãos devem receber igual tratamento da Admi-

nistração, sendo vedado que se estabeleça de modo desarrazoado qualquer

privilégio, favoritismo ou desvalia entre os administrados.

− Especialidade ou descentralização: ligado à ideia de descentralização

administrativa, na busca de maior eficiência.

− Presunção de legitimidade ou de veracidade: engloba dois aspectos:

de um lado, a presunção de verdade (veracidade), que diz respeito à certe-

za dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a Adminis-

tração Pública se submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que

todos os seus atos sejam verdadeiros e praticados com observância das

normas legais pertinentes.

− Probidade administrativa: diz respeito à integridade de caráter, hon-

radez, ou seja, conceito estreitamente relacionado com o de moralidade

administrativa.

− Segurança jurídica: as relações jurídicas devem se estabilizar, não sendo

mais alteráveis na via administrativa.

− Princípio da confiança e boa-fé: os atos praticados pelo poder público

são legítimos (presumem-se legais e verdadeiros), de tal sorte que os atos

devem ser preservados em nome da boa-fé, sobrepondo-se, no caso con-

creto, ao princípio da legalidade.

− Motivação: a Administração tem o dever de motivar seus atos, sejam eles

discricionários, sejam vinculados.

− Razoabilidade: o administrador deve sempre adotar as providências mais

adequadas aos casos concretos apresentados.

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− Proporcionalidade: adequabilidade entre os meios utilizados e os fins

pretendidos (princípio da vedação de excesso).

− Continuidade do serviço público: a atividade da Administração é inin-

terrupta, não se admitindo a paralisação dos serviços públicos.

− Sindicabilidade: é a faculdade de os órgãos estatais fiscalizarem os atos

lesivos ao interesse público, por ilegais, ilegítimos ou ilícitos.

− Juridicidade: requer que a produção dos atos estatais esteja em conso-

nância com os princípios constitucionais expressos e implícitos.

− Intranscendência subjetiva das sanções: impede que penalidades per-

sonalíssimas alcancem terceiros que não participaram da conduta ou que,

ao menos, tinham como evitar o ilícito.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL
Noções de Administração Pública: Princípios
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MAPA MENTAL
Supremacia do interesse público sobre o interesse privado: a Administração, por representar o interesse Legalidade: significa dizer que a Admi-
público, tem a possibilidade, nos termos da lei, de constituir terceiros em obrigações mediate atos unila- nistração Pública só pode atuar quando
terais autorizada ou permitida pela lei

Indisponibilidade do interesse público: a Administração não tem liberdade para dispor dos bens e interesses Impessoalidade, finalidade ou isono-
públicos, porque age na defesa alheia mia: dever de imparcialidade na defesa
do interesse público, impedindo discri-
Finalidade pública: impões ao administrador que sua atuação vise sempre ao objetivo da norma minações e privilégios indevidamente
Responsabilidade civil do Estado: as pessoas jurídicas de direito público e as direito privado prestadoras de dispensados a particulares no exercício
serviços públicos responderão por danos causados a terceiros por seus agentes da função administrativa
Autotutela: a Administração tem a prerrogativa de policiar sus próprios atos, revogando aqueles inconve- Moralidade: a conduta da Administra-
Princípios expressos da
nientes e anulando aqueles ilegais ção deve ser mais exigente do que sim-
Administração
Igualdade: todos os cidadãos deve receber igual tratamento da Administração, sendo vedado que se estabe- ples cumprimento da frieza das leis
leça de modo desarrazoado qualquer privilégio, favoritismo ou desvalia entre os administrados Publicidade: a Administração Pública
Especialidade ou descentralização: ligado à ideia de descentralização administração, na busca de maior deve tornar públicos seus atos, na
eficiência forma prevista na norma

Presunção de legitimidade ou de veracidade: engloba dois aspectos: de um lado, a presunção de verdade


(veracidade), que diz respeito à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a Eficiência: envolve a procura de produ-
Administração Pública se submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que todos os seus atos sejam Administração Pública tividade e economicidade e, o que é ,as
verdadeiros e praticados com observância das normas legais pertinentes importante, a exigência de reduzir os
e Governo desperdícios de dinheiro público
Probidade administrativa: diz respeito à integridade de caráter, honradez, ou seja, conceito estreitamente
relacionado com o de moralidade administrativa
Funções São complementares às leis; realizadas
Segurança jurídica: as relações jurídicas devem se estabilizar, não sendo mais alteráveis na via adminis- basicamente de forma vinculada, visando
administrativas
trativa ao atendimento concreto, direto e ime-
Princípios implícitos ou
Princípio da confiança e boa-fé: os atos praticados pelo Poder Público são legítimos (presumem-se legais e diato do interesse da coletividade
reconhecidos da
verdadeiros), de tal sorte que os atos devem ser preservados em nome da boa-fé, sobrepondo-se, no caso
Administração Pública
concreto, ao princípio da legalidade Funções políticas São aqueles realizadas pela alta cúpula
Motivação: a Administração tem o dever de motivar seus atos, sejam eles discricionários, sejam vinculados (de Governo) da Administração: são núcleos do Estado,
marcados pela maior discricionariedade,
Razoabilidade: o administrador deve sempre adotar as providências mais adequadas aos casos concretos
definidores das políticas públicas
apresentados
Proporcionalidade: adequabilidade entre aos meios utilizados e os fins pretendidos (princípio da vedação Administração
de excesso) Pública em sentido Quem exerce a atividade?
subjetivo, orgânico
Continuidade do serviço público: a atividade da Administração é ininterrupta, não se admitindo a paralisação
ou formal Diz respeito aos sujeitos, aos entes que
dos serviços públicos
exercem a atividade administrativa (pes-
Sindicabilidade: é a faculdade de os órgãos estatais fiscalizarem os atos lesivos ao interesse público cons- soas jurídicas, órgãos e agentes públicos)
titucionais expressos e implícitos Administração
Juridicidade: requer que a produção dos atos estatais estejam em consonância com os princípios constitu- Pública em sentido Qual atividade (função) exercida?
cionais expressos e implícitos objetivo, material
ou funcional Designa a natureza da atividade, as fun-
Intranscendência subjetiva das sanções: impede que penalidade personalíssimas alcancem terceiros que
ções desempenhadas pelos entes
não participam da conduta ou que, ao menos, tinham como evitar o ilícito.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (CESPE/SEDF/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA ATIVIDADES/2017)

Acerca de administração pública, organização do Estado e agentes públicos, julgue

o item a seguir.

Não há exclusividade no exercício de suas funções típicas pelos poderes de Estado.

Questão 2    (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO JULGAMENTO/2017) Conside-

rando os conceitos da administração pública, o direito administrativo brasileiro e o

regime jurídico de direito público, julgue o seguinte item.

Em sentido subjetivo, a administração pública compreende órgãos e agentes pú-

blicos e pessoas jurídicas públicas e privadas encarregadas de exercer a função

administrativa da atividade estatal.

Questão 3    (CESPE/TRF-1/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) No que se refere à teoria

do direito administrativo, julgue o item a seguir, considerando o posicionamento

majoritário da doutrina.

A administração pública, em seu sentido material, compreende as pessoas jurídi-

cas, os órgãos e os agentes que exercem função administrativa. Por outro lado, em

seu sentido formal, designa a natureza da atividade exercida por esses entes.

Questão 4    (CESPE/TRF-1/ANALISTA JUDICIÁRIO OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-

DOR FEDERAL/2017) Tendo como referência a doutrina jurídica majoritária, julgue

o item a seguir, a respeito de conceitos, princípios e classificações do direito admi-

nistrativo.

O conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa a própria

função administrativa que é exercida pelo Poder Executivo.

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Questão 5    (CESPE/TRF-1/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2017) No que

diz respeito a organização administrativa, julgue o item que se segue.

A administração pública, em seu sentido subjetivo, compreende o conjunto de

agentes, órgãos e pessoas jurídicas incumbidos de executar as atividades adminis-

trativas, distinguindo-se de seu sentido objetivo, que se relaciona ao exercício da

própria atividade administrativa.

Questão 6    (CESPE/IFF/ADMINISTRADOR/2018) Considerando que a administra-

ção pública é um conjunto de órgãos instituídos para cumprir os objetivos do go-

verno, assinale a opção correta.

a) A administração pública pratica atos de governo com maior ou menor autono-

mia.

b) A descentralização da administração pública corresponde à distribuição de com-

petências dentro de uma mesma pessoa jurídica, em razão da sua organização

hierárquica.

c) O governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas de que o Estado

dispõe para colocar em prática as políticas públicas.

d) A administração pública tem função exclusivamente administrativa.

e) No conceito de administração pública, em sentido formal, estão compreendidos

os órgãos e as entidades que executam atividades administrativas.

Questão 7    (CESPE/PC-MA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2018) A conduta do agente pú-

blico que busca o melhor desempenho possível, com a finalidade de obter o melhor

resultado, atende ao princípio da

a) eficiência.

b) legalidade.

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c) impessoalidade.

d) moralidade.

e) publicidade.

Questão 8    (CESPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) A respei-

to dos princípios da administração pública, de noções de organização administrati-

va e da administração direta e indireta, julgue o item que se segue.

O princípio da impessoalidade está diretamente relacionado à obrigação de que a

autoridade pública não dispense os preceitos éticos, os quais devem estar presen-

tes em sua conduta.

Questão 9    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR

FEDERAL/2018) Acerca dos princípios e dos poderes da administração pública, da

organização administrativa, dos atos e do controle administrativo, julgue o item a

seguir, considerando a legislação, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais supe-

riores.

Situação hipotética: O prefeito de determinado município promoveu campanha pu-

blicitária para combate ao mosquito da dengue. Nos panfletos, constava sua ima-

gem, além do símbolo da sua campanha eleitoral. Assertiva: No caso, não há ofen-

sa ao princípio da impessoalidade.

Questão 10    (CESPE/IFF/ADMINISTRADOR/2018) Os atos da administração públi-

ca devem obedecer não somente à lei jurídica, mas também a padrões éticos.

Tal característica se refere ao princípio da

a) finalidade, uma vez que o administrador não pode praticar um ato em interesse

próprio.

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b) moralidade, sendo esta pressuposto de validade de todo ato da administração

pública.

c) legalidade, pois a ação do administrador público está condicionada aos manda-

mentos legais e às exigências do bem comum.

d) eficiência, conforme o qual a atividade administrativa deve apresentar resulta-

dos positivos para o serviço público e satisfatório para a coletividade.

e) indisponibilidade do interesse público, pois o funcionário público deve cuidar dos

interesses da coletividade com ética e em obediência à lei.

Questão 11    (CESPE/IPHAN/AUXILIAR INSTITUCIONAL ÁREA 1/2018) Julgue o

item seguinte, a respeito da organização do Estado e da administração pública.

No serviço público, o princípio da moralidade refere-se ao elemento ético de con-

duta, o que exige do servidor, entre outros aspectos, decidir entre o conveniente

e o inconveniente, enquanto o princípio da eficiência exige o direcionamento da

atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem comum.

Questão 12    (CESPE/CGM JOÃO PESSOA/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE IN-

TERNO AUDITORIA, FISCALIZAÇÃO, OUVIDORIA E TRANSPARÊNCIA GERAL/2018)

Com relação aos princípios aplicáveis à administração pública e ao enriquecimento

ilícito por agente público, julgue o item a seguir.

Decorre do princípio de autotutela o poder da administração pública de rever os

seus atos ilegais, independentemente de provocação.

Questão 13    (CESPE/TCE-PB/AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS DEMAIS ÁRE-

AS/2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos, indepen-

dentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado

na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a administração pública pode declarar

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a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a

administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os

tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade.

O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da

a) moralidade administrativa.

b) supremacia do interesse público.

c) autotutela.

d) especialidade.

e) legalidade.

Questão 14    (CESPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) Acerca

do direito administrativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos, julgue o

item a seguir.

Em razão do princípio da tipicidade, é vedado à administração celebrar contratos

inominados.

Questão 15    (CESPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) A res-

peito dos princípios da administração pública, de noções de organização adminis-

trativa e da administração direta e indireta, julgue o item que se segue.

Embora não estejam previstos expressamente na Constituição vigente, os princí-

pios da indisponibilidade, da razoabilidade e da segurança jurídica devem orientar

a atividade da administração pública.

Questão 16    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) De acor-

do com os conceitos, valores e princípios éticos e morais, bem como com as dispo-

sições da Lei n.º 8.429/1992, julgue o item a seguir.

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A ideia de probidade administrativa equivale à de moralidade, na medida em que

ambas se relacionam à honestidade na administração pública, sendo, por isso,

exigidas do agente público a observância dos princípios éticos e a consciência dos

valores morais.

Questão 17    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) Em rela-

ção aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o item.

Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibido que nova interpreta-

ção de norma administrativa tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der

para atender o interesse público.

Questão 18    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) Em rela-

ção aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o item.

O princípio da proporcionalidade, que determina a adequação entre os meios e os

fins, deve ser obrigatoriamente observado no processo administrativo, sendo ve-

dada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas

estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

Questão 19    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Considerando a doutrina e

a jurisprudência dos tribunais superiores no tocante aos princípios administrativos

e a licitação, julgue o item que se segue.

Embora sem previsão expressa no ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da

confiança relaciona-se à crença do administrado de que os atos administrativos

serão lícitos e, portanto, seus efeitos serão mantidos e respeitados pela própria

administração pública.

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Questão 20    (CESPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRA-

ÇÃO/2018) O tribunal de contas de um estado, ao analisar as contas de determi-

nado prefeito, verificou que houve gasto de recursos públicos com a elaboração de

cartilhas escolares com nomes, símbolos e imagens que caracterizavam a promo-

ção pessoal de autoridades públicas do município.

Nessa situação, a conduta do prefeito afrontou especialmente o princípio da

a) razoabilidade.

b) impessoalidade.

c) economicidade.

d) eficiência.

e) boa-fé.

Questão 21    (CESPE/PM-AL/SOLDADO POLICIAL MILITAR COMBATENTE/2018)

Acerca da administração pública e de suas funções, julgue o item a seguir.

Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de órgãos públicos devem ser

realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação social, não podendo

nelas constar imagens que possam configurar promoção pessoal de autoridades ou

de servidores públicos, sob pena de violação do princípio da impessoalidade.

Questão 22    (CESPE/IPHAN/ANALISTA I ÁREA 1/2018) Maria tomou posse recen-

temente no IPHAN e ficou responsável por desenvolver um projeto cujo objetivo

era restaurar um acervo de pinturas pertencentes ao município do Rio de Janeiro e

reformar uma área específica de um museu municipal, para a exposição das pintu-

ras restauradas. Essas pinturas possuem grande valor histórico, artístico e cultural,

consideradas peças de grande raridade pelo estilo e método de pintura utilizado.

Essa restauração é uma tarefa que somente pode ser realizada por técnico especia-

lizado, e há no país somente uma profissional habilitada para o trabalho.

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Em relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Dado o princípio da legalidade, Maria, como funcionária do IPHAN responsável pelo

projeto, só pode fazer o que lhe é permitido de forma expressa por legislação per-

tinente.

Questão 23    (CESPE/IPHAN/AUXILIAR INSTITUCIONAL ÁREA 1/2018) Consideran-

do os ditames constitucionais da administração pública, julgue o item que se segue.

Mesmo pertencendo ao quadro da administração indireta, o IPHAN deve obedecer

aos preceitos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da

eficiência.

Questão 24    (CESPE/PM-AL/SOLDADO POLICIAL MILITAR COMBATENTE/2018)

Acerca da administração pública e de suas funções, julgue o item a seguir.

A supremacia do interesse público sobre o particular pode ser verificada por meio

tanto das prerrogativas associadas ao regime jurídico administrativo quanto da

inexistência de restrições à atuação da administração pública.

Questão 25    (CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL ENGENHARIA CIVIL/2018)

Julgue o item subsequente, relativo a controle da administração pública, regime

jurídico administrativo, processo administrativo federal e improbidade administra-

tiva.

Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do

interesse público sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios

não concedidos a particulares.

Questão 26    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO/2018) Acerca da administração

direta e indireta, julgue o item que se segue.

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Decorrem do princípio da reserva legal a exigência de que as entidades da admi-

nistração indireta sejam criadas ou autorizadas por leis específicas e a de que, no

caso das fundações, leis complementares definam suas áreas de atuação.

Questão 27    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO/2018) Um servidor público fe-

deral determinou a nomeação de seu irmão para ocupar cargo de confiança no

órgão público onde trabalha. Questionado por outros servidores, o departamento

jurídico do órgão emitiu parecer indicando que o ato de nomeação é ilegal.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para apreciar

atos administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades.

Questão 28    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE/2018) A administração pública,

além de estar sujeita ao controle dos Poderes Legislativo e Judiciário, exerce con-

trole sobre seus próprios atos. Tendo como referência inicial essas informações,

julgue o item a seguir, acerca do controle da administração pública.

O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos princípios da

legalidade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício

quando a autoridade competente verificar ilegalidade em ato da própria adminis-

tração.

Questão 29    (CESPE/EBSERH/ENGENHEIRO ELÉTRICO/2018) Acerca dos princí-

pios do processo licitatório, julgue o item que se segue.

Ao conceder uma dilação do prazo de execução sem justificativa prevista em lei,

a fiscalização contraria, entre outros, o princípio da isonomia.

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Questão 30    (CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/2019)

Com relação à origem e às fontes do direito administrativo, aos sistemas adminis-

trativos e à administração pública em geral, julgue o item que se segue.

Em sentido objetivo, administração pública designa os entes que exercem a ativi-

dade administrativa de forma a balizar a execução da função administrativa.

GABARITO
1. C 11. C 21. C

2. C 12. C 22. C

3. E 13. c 23. C

4. E 14. E 24. E

5. C 15. C 25. E

6. e 16. C 26. C

7. a 17. E 27. E

8. E 18. C 28. C

9. E 19. C 29. C

10. b 20. b 30. E

GABARITO COMENTADO
Questão 1    (CESPE/SEDF/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA ATIVIDADES/2017)

Acerca de administração pública, organização do Estado e agentes públicos, julgue

o item a seguir.

Não há exclusividade no exercício de suas funções típicas pelos poderes de Estado.

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Certo.

Na sua clássica obra “O Espírito das Leis”, Montesquieu registrou que as missões

fundamentais do Estado de legislar (função legislativa: criar o direito novo), de

julgar (função judicial ou jurisdicional: aplicar o direito aos casos conflituosos, so-

lucionando-os em definitivo) e de administrar (função administrativa ou executiva:

usar a norma jurídica criada, para, aplicando-a, dar atendimento às demandas

concretas da coletividade) deveriam ser exercidas por órgãos diferentes, indepen-

dentes entre si.

Desse modo, quem julgasse, não administraria; quem administrasse, não legislaria,

e assim sucessivamente. Essa ideia rodeia quase todo o direito ocidental moderno, tal

como no Brasil, que consagra essa “tripartição” de poderes no art. 2º da CF/1988.

Acontece que, tecnicamente, a abordagem inicial de Montesquieu não falava de

“poderes”, mas sim de órgãos distintos, exercentes do poder. Decorre daí o enten-

dimento de que o poder é uno, havendo apenas uma distribuição funcional de seu

exercício – aquilo que os constitucionalistas chamam de princípio da especialização.

De fato, o poder do Estado, que é um só, indivisível, é exercido em diversas fren-

tes. A divisão do poder entre órgãos diferentes possibilita a esses efetuarem um

controle recíproco, constituindo o que se reconhece na doutrina constitucionalista

como sistema de “freios e contrapesos” (checks and balances).


Todavia, diferentemente da tripartição de Montesquieu (considerada mais rígida),
o exercício dos poderes no Brasil dá-se por precipuidade (preponderância, especia-
lização) de função, enfim, não há exclusividade. A seguir, vejamos a representação
gráfica da tripartição brasileira:

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Questão 2    (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO JULGAMENTO/2017) Conside-


rando os conceitos da administração pública, o direito administrativo brasileiro e o
regime jurídico de direito público, julgue o seguinte item.
Em sentido subjetivo, a administração pública compreende órgãos e agentes pú-
blicos e pessoas jurídicas públicas e privadas encarregadas de exercer a função
administrativa da atividade estatal.

Certo.
Em sentido subjetivo, orgânico ou formal, a expressão diz respeito aos sujei-

tos, aos entes que exercem a atividade administrativa (pessoas jurídicas, órgãos

e agentes públicos). Para identificar o aspecto orgânico, suficiente a seguinte per-

gunta: quem exerce a atividade?


Apesar de ser óbvio, vale reforçar: não é só o poder executivo que edita atos ad-
ministrativos. Todos os poderes editam atos administrativos quando, por exemplo,
abrem sindicância, efetuam aquisição de bens, nomeiam um funcionário ou conce-

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dem férias. A diferença básica é que compete tipicamente ao poder executivo admi-
nistrar, ao passo que os outros Poderes, ao exercerem atividades administrativas,
encontram-se no desempenho de atribuições atípicas.
Assim, no sentido subjetivo (ou formal ou orgânico, que são vocábulos sinônimos),
a expressão administração pública abrange órgãos, entidades ou agentes,
que tenham por papel desempenhar tarefas administrativas do Estado.

Questão 3    (CESPE/TRF-1/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) No que se refere à teoria


do direito administrativo, julgue o item a seguir, considerando o posicionamento
majoritário da doutrina.
A administração pública, em seu sentido material, compreende as pessoas jurídi-
cas, os órgãos e os agentes que exercem função administrativa. Por outro lado, em
seu sentido formal, designa a natureza da atividade exercida por esses entes.

Errado.
Houve inversão de conceitos.

Em sentido subjetivo, orgânico ou formal, a expressão diz respeito aos sujei-

tos, aos entes que exercem a atividade administrativa (pessoas jurídicas, órgãos

e agentes públicos). Para identificar o aspecto orgânico, suficiente a seguinte per-

gunta: quem exerce a atividade?

Já o sentido objetivo, material ou funcional designa a natureza da atividade,

as funções desempenhadas pelos entes, caracterizando, portanto, a própria função

administrativa, exercida predominantemente pelo poder executivo. Pergunta-chave

para identificação do sentido: qual a atividade (função) exercida?

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Questão 4    (CESPE/TRF-1/ANALISTA JUDICIÁRIO OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-

DOR FEDERAL/2017) Tendo como referência a doutrina jurídica majoritária, julgue

o item a seguir, a respeito de conceitos, princípios e classificações do direito admi-

nistrativo.

O conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa a própria

função administrativa que é exercida pelo Poder Executivo.

Errado.

Em suma, temos:

Administração Pública

Aspectos

Orgânico/Subjetivo/Formal Material/Objetivo/Funcional

Quem exerce? O que se pratica?

Serviços Poder
Órgãos Pessoas Agentes Fomento Intervenção
públicos de polícia

Energia Placas de Termos Agências


Ministérios Autarquias Servidores
elétrica sinalização de parceria reguladoras

Exemplos Exemplos

Assim, o conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa os

órgãos que exercem a função administrativa.

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Questão 5    (CESPE/TRF-1/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2017) No que

diz respeito a organização administrativa, julgue o item que se segue.

A administração pública, em seu sentido subjetivo, compreende o conjunto de

agentes, órgãos e pessoas jurídicas incumbidos de executar as atividades adminis-

trativas, distinguindo-se de seu sentido objetivo, que se relaciona ao exercício da

própria atividade administrativa.

Certo.

Pelo sentido o subjetivo, orgânico ou formal, a expressão diz respeito aos sujei-

tos, aos entes que exercem a atividade administrativa (pessoas jurídicas,

órgãos e agentes públicos).

Questão 6    (CESPE/IFF/ADMINISTRADOR/2018) Considerando que a administra-

ção pública é um conjunto de órgãos instituídos para cumprir os objetivos do go-

verno, assinale a opção correta.

a) A administração pública pratica atos de governo com maior ou menor autono-

mia.

b) A descentralização da administração pública corresponde à distribuição de com-

petências dentro de uma mesma pessoa jurídica, em razão da sua organização

hierárquica.

c) O governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas de que o Estado

dispõe para colocar em prática as políticas públicas.

d) A administração pública tem função exclusivamente administrativa.

e) No conceito de administração pública, em sentido formal, estão compreendidos

os órgãos e as entidades que executam atividades administrativas.

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Letra e.

Em sentido subjetivo (formal ou orgânico), a expressão “administração pública”

designa os entes que exercem as funções administrativas, compreendendo as pes-

soas jurídicas, os órgãos e os agentes incumbidos dessas funções.

a) Errada. Na verdade, a administração pública não pratica atos de governo, mas

atos de execução.

b) Errada. O item descreveu o conceito de desconcentração, e não de descentrali-

zação. Na descentralização administrativa, em vez de desenvolver suas atividades

administrativas por si mesmo, o Estado transfere a execução dessas atividades a

particulares ou a outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado.

c) Errada. A alternativa apresenta o conceito de administração pública em sentido

subjetivo, e não de governo.

d) Errada. A administração pública poderá exercer outras funções que não apenas

a administrativa.

Questão 7    (CESPE/PC-MA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2018) A conduta do agente pú-

blico que busca o melhor desempenho possível, com a finalidade de obter o melhor

resultado, atende ao princípio da

a) eficiência.

b) legalidade.

c) impessoalidade.

d) moralidade.

e) publicidade.

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Letra a.

De acordo com Alexandre e Deus (2015)1, o conteúdo do princípio da eficiência diz

respeito a uma administração pública que prime pela produtividade elevada, pela

economicidade, pela qualidade e celeridade dos serviços prestados, pela redução

dos desperdícios, pela desburocratização e pelo elevado rendimento funcional.

b) Errada. O princípio da legalidade significa dizer que a administração pública só

pode atuar quando autorizada ou permitida pela lei.

c) Errada. O princípio da impessoalidade estabelece um dever de imparcialidade

na defesa do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevida-

mente dispensados a particulares no exercício da função administrativa.

d) Errada. Pelo princípio da moralidade, se diz que a conduta da administração

deve ser mais exigente do que simples cumprimento da frieza das leis.

e) Errada. Pelo princípio da publicidade, a administração pública deve tornar pú-

blicos seus atos, na forma prevista na norma.

Questão 8    (CESPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) A respei-

to dos princípios da administração pública, de noções de organização administrati-

va e da administração direta e indireta, julgue o item que se segue.

O princípio da impessoalidade está diretamente relacionado à obrigação de que a

autoridade pública não dispense os preceitos éticos, os quais devem estar presen-

tes em sua conduta.

Errado.

Temos, no item, uma confusão com o princípio da moralidade administrativa. Não

quero dizer que, pela impessoalidade, não há ofensa a preceitos éticos. Pois há! O

1
ALEXANDRE, R.; DEUS, J. de. Direito Administrativo Esquematizado. 1.ed. São Paulo: Método, 2015.

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problema é que o quesito nos afirma “está diretamente relacionado”. O “direta-

mente relacionado” é a moralidade e, indiretamente, o da impessoalidade.

Pelo princípio da moralidade, a conduta da administração deve ser mais exigente

do que simples cumprimento da frieza das leis. Deve-se distinguir o justo do injus-

to, o lícito do ilícito, o honorável do desonorável, o conveniente do inconveniente.

A moralidade passa a ser pressuposto de validade dos atos do Estado. Em

toda a atuação estatal deverão estar presentes princípios da lealdade, da boa-fé,

da fidelidade funcional, entre outros, atinentes à moralidade.

Lealdade, boa-fé, honestidade são preceitos éticos desejados pela sociedade que

remunera os agentes públicos direta ou indiretamente. Por isso, o princípio da mo-

ralidade pode ser considerado, a um só tempo, dever do administrador e direito

público subjetivo dos cidadãos.

Questão 9    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FE-

DERAL/2018) Acerca dos princípios e dos poderes da administração pública, da orga-

nização administrativa, dos atos e do controle administrativo, julgue o item a seguir,

considerando a legislação, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores.

Situação hipotética: O prefeito de determinado município promoveu campanha pu-

blicitária para combate ao mosquito da dengue. Nos panfletos, constava sua ima-

gem, além do símbolo da sua campanha eleitoral. Assertiva: No caso, não há ofen-

sa ao princípio da impessoalidade.

Errado.

O princípio da impessoalidade não permite ao administrador atuar para favorecer

determinados indivíduos ou grupo de indivíduos, desviando-se, assim, da sua fina-

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lidade pública. Assim, qualquer ato praticado com objetivo diverso da satisfação do

interesse público será nulo por desvio de finalidade.

Pelo enunciado, nos panfletos distribuídos, constava a imagem do prefeito, além do

símbolo da sua campanha eleitoral, em clara proposta de se beneficiar com a cam-

panha contra o mosquito da dengue, ferindo o princípio da impessoalidade.

Além disso, a própria Constituição Federal tratou de vedar essa prática, conforme

o seu art. 37:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públi-
cos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não poden-
do constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.

Questão 10    (CESPE/IFF/ADMINISTRADOR/2018) Os atos da administração públi-

ca devem obedecer não somente à lei jurídica, mas também a padrões éticos.

Tal característica se refere ao princípio da

a) finalidade, uma vez que o administrador não pode praticar um ato em interesse

próprio.

b) moralidade, sendo esta pressuposto de validade de todo ato da administração

pública.

c) legalidade, pois a ação do administrador público está condicionada aos manda-

mentos legais e às exigências do bem comum.

d) eficiência, conforme o qual a atividade administrativa deve apresentar resulta-

dos positivos para o serviço público e satisfatório para a coletividade.

e) indisponibilidade do interesse público, pois o funcionário público deve cuidar dos

interesses da coletividade com ética e em obediência à lei.

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Letra b.
De fato, o princípio que afirma que os padrões éticos, além dos legais, devem ser
observados pelos atos editados pela administração pública, é o da moralidade.
Pelo princípio da moralidade, se diz que a conduta da administração deve ser mais
exigente do que simples cumprimento da frieza das leis. Deve-se distinguir o justo
do injusto, o lícito do ilícito, o honorável do desonorável, o conveniente do inconve-
niente. A moralidade passa a ser pressuposto de validade dos atos do Estado. Em
toda a atuação estatal deverão estar presentes princípios da lealdade, da boa-fé,
da fidelidade funcional, entre outros, atinentes à moralidade.

Questão 11    (CESPE/IPHAN/AUXILIAR INSTITUCIONAL ÁREA 1/2018) Julgue o


item seguinte, a respeito da organização do Estado e da administração pública.
No serviço público, o princípio da moralidade refere-se ao elemento ético de con-
duta, o que exige do servidor, entre outros aspectos, decidir entre o conveniente
e o inconveniente, enquanto o princípio da eficiência exige o direcionamento da
atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem comum.

Certo.
Sobre o princípio da moralidade, importante destacar a lição de Maurice Hau-
riou, citado por Maria Sylvia Di Pietro2:

(...) ter sido Maurice Hauriou o primeiro a cuidar do assunto, tendo feito a sua colocação
definitiva na 10ª edição do Précis de Droit Administratif, onde define a moralidade admi-
nistrativa como o ‘conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Admi-
nistração’; implica saber distinguir não só o bem e o mal, o legal e o ilegal, o justo e
o injusto, o conveniente e o inconveniente, mas também entre o honesto e o de-
sonesto; há uma moral institucional, contida na lei, imposta pelo Poder Legislativo,
e há a moral administrativa, que ‘é imposta de dentro e vigora no próprio ambiente ins-
titucional e condiciona a utilização de qualquer poder jurídico, mesmo o discricionário’.

2
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 27.ed. São Paulo: Atlas, 2013.

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Questão 12    (CESPE/CGM JOÃO PESSOA/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE IN-

TERNO AUDITORIA, FISCALIZAÇÃO, OUVIDORIA E TRANSPARÊNCIA GERAL/2018)

Com relação aos princípios aplicáveis à administração pública e ao enriquecimento

ilícito por agente público, julgue o item a seguir.

Decorre do princípio de autotutela o poder da administração pública de rever os

seus atos ilegais, independentemente de provocação.

Certo.

De acordo com a Súmula n. 473 do STF, temos que:

Súmula n. 473 do STF


A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Por essa Súmula, a administração não precisa de provocação para desfazer seus

atos. Com outras palavras, pode ser feito de ofício, distintamente do poder judici-

ário, o qual só atua mediante provocação.

Questão 13    (CESPE/TCE-PB/AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS DEMAIS ÁRE-

AS/2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos, indepen-

dentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado

na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a administração pública pode declarar

a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a

administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os

tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade.

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O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da

a) moralidade administrativa.

b) supremacia do interesse público.

c) autotutela.

d) especialidade.

e) legalidade.

Letra c.

Como vimos, o princípio da autotutela é reconhecido expressamente na Súmula

473 do STF. Vejamos:

Súmula n. 473 do STF


A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

A administração tem a prerrogativa de policiar seus próprios atos, revogando aque-

les inconvenientes e anulando aqueles ilegais.

Contudo, o art. 54 da Lei n. 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal)

estabelece um limite temporal para a correção, ao dispor que o direito de a admi-

nistração anular atos administrativos que tenham produzido efeitos favoráveis para

os destinatários decaem cinco anosa partir da data em que foram praticados, salvo

comprovada má-fé.

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Questão 14    (CESPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) Acerca

do direito administrativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos, julgue o

item a seguir.

Em razão do princípio da tipicidade, é vedado à administração celebrar contratos

inominados.

Errado.

Por este princípio, afasta-se a possibilidade de produzir atos administrativos (e

não contratos) unilaterais inominados (sem nomes), especialmente em consequ-

ência direta do princípio da legalidade: para cada finalidade pretendida pela admi-

nistração existe um ato definido em lei.

Questão 15    (CESPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) A res-

peito dos princípios da administração pública, de noções de organização adminis-

trativa e da administração direta e indireta, julgue o item que se segue.

Embora não estejam previstos expressamente na Constituição vigente, os princí-

pios da indisponibilidade, da razoabilidade e da segurança jurídica devem orientar

a atividade da administração pública.

Certo.

Nem todos os princípios da administração pública são expressos. Veja o exemplo

do caput do art. 37 da CF, que nos prevê o “LIMPE”: legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência.

Pelo princípio da indisponibilidade, os bens e interesses públicos não pertencem

estritamente à administração ou a seus agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, con-

servá-los e por eles velar em prol da coletividade, esta sim, a verdadeira titular dos

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direitos e interesses públicos. Enfim, a administração não tem liberdade para dispor
dos bens e interesses públicos, porque age na defesa alheia.
Pelo princípio da razoabilidade, as atitudes desprovidas de razão, desproposita-
das, não podem ser acolhidas pelo direito.
A segurança jurídica é um princípio geral do direito, não se restringindo ao direi-
to administrativo. Com base nele, em determinado momento, as relações jurídicas
devem se estabilizar, não sendo mais alteráveis na via administrativa.

Questão 16    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) De acor-


do com os conceitos, valores e princípios éticos e morais, bem como com as dispo-
sições da Lei n.º 8.429/1992, julgue o item a seguir.
A ideia de probidade administrativa equivale à de moralidade, na medida em que
ambas se relacionam à honestidade na administração pública, sendo, por isso,
exigidas do agente público a observância dos princípios éticos e a consciência dos
valores morais.

Certo.
Conforme ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro3, não é fácil estabelecer distinção
entre moralidade administrativa e probidade administrativa. A rigor, pode-se di-
zer que são expressões que significam a mesma coisa, tendo em vista que
ambas se relacionam com a ideia de honestidade na Administração Pública.
Quando se exige probidade ou moralidade administrativa, isso significa que não
basta a legalidade formal, restrita, da atuação administrativa, com observância da
lei; é preciso também a observância de princípios éticos, de lealdade, de boa-

-fé, de regras que assegurem a boa administração e a disciplina interna na

administração pública.

3
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 27.ed. São Paulo: Atlas, 2014.

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Questão 17    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) Em rela-

ção aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o item.

Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibido que nova interpreta-

ção de norma administrativa tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der

para atender o interesse público.

Errado.

O princípio da segurança jurídica busca conferir segurança às relações jurídicas da

administração com os seus administrados, impedindo a mudança de interpretação

de uma norma jurídica, mesmo que para atender o interesse público.

Ainda, esse princípio está positivado no art. 2º, inciso XIII, da Lei n. 9.784/1999,

e não na Constituição Federal, como destaca a questão. Vejamos:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,


finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, con-
traditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
(...)
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendi-
mento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova inter-
pretação.

Questão 18    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA/2018) Em rela-

ção aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o item.

O princípio da proporcionalidade, que determina a adequação entre os meios e os

fins, deve ser obrigatoriamente observado no processo administrativo, sendo ve-

dada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas

estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

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Certo.

A adequação entre meios e fins, ou seja, a proporcionalidade, afirma que o meio

deverá ser proporcional ao fim e, ainda, que a medida a ser tomada deve ser sufi-

ciente e necessária para a consecução do interesse público.

O princípio da proporcionalidade está presente no art. 2º, parágrafo único, in-

ciso VI, da Lei n. 9.784/1999:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,


finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, con-
traditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os cri-
térios de:
(...)
VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restri-
ções e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao aten-
dimento do interesse público;

Questão 19    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Considerando a doutrina e

a jurisprudência dos tribunais superiores no tocante aos princípios administrativos

e a licitação, julgue o item que se segue.

Embora sem previsão expressa no ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da

confiança relaciona-se à crença do administrado de que os atos administrativos

serão lícitos e, portanto, seus efeitos serão mantidos e respeitados pela própria

administração pública.

Certo.

Relativamente ao princípio da confiança, implícito no ordenamento jurídico, o prin-

cípio está atrelado à segurança jurídica, mas com ela não se confunde, remetendo-

-nos à ideia de que os atos praticados pelo poder público são legítimos (presumem-

-se legais e verdadeiros), de tal sorte que os atos devem ser preservados em nome

da boa-fé, sobrepondo-se, no caso concreto, ao princípio da legalidade.

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Questão 20    (CESPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO ADMINISTRA-

ÇÃO/2018) O tribunal de contas de um estado, ao analisar as contas de determi-

nado prefeito, verificou que houve gasto de recursos públicos com a elaboração de

cartilhas escolares com nomes, símbolos e imagens que caracterizavam a promo-

ção pessoal de autoridades públicas do município.

Nessa situação, a conduta do prefeito afrontou especialmente o princípio da

a) razoabilidade.

b) impessoalidade.

c) economicidade.

d) eficiência.

e) boa-fé.

Letra b.

A impessoalidade como princípio significa que o administrador público só deve

praticar atos voltados à consecução do interesse público. Assim, o princípio da

impessoalidade estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse

público, impedindo discriminações (perseguições) e privilégios (favoritismo) in-

devidamente dispensados a particulares no exercício da função administrativa.

Questão 21    (CESPE/PM-AL/SOLDADO POLICIAL MILITAR COMBATENTE/2018)

Acerca da administração pública e de suas funções, julgue o item a seguir.

Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de órgãos públicos devem ser

realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação social, não podendo

nelas constar imagens que possam configurar promoção pessoal de autoridades ou

de servidores públicos, sob pena de violação do princípio da impessoalidade.

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Certo.

Conforme preconiza o art. 37, § 1º, da CF/1988:

Art. 37. (...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públi-
cos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autorida-
des ou servidores públicos.

Questão 22    (CESPE/IPHAN/ANALISTA I ÁREA 1/2018) Maria tomou posse recen-

temente no IPHAN e ficou responsável por desenvolver um projeto cujo objetivo

era restaurar um acervo de pinturas pertencentes ao município do Rio de Janeiro e

reformar uma área específica de um museu municipal, para a exposição das pintu-

ras restauradas. Essas pinturas possuem grande valor histórico, artístico e cultural,

consideradas peças de grande raridade pelo estilo e método de pintura utilizado.

Essa restauração é uma tarefa que somente pode ser realizada por técnico especia-

lizado, e há no país somente uma profissional habilitada para o trabalho.

Em relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Dado o princípio da legalidade, Maria, como funcionária do IPHAN responsável pelo pro-

jeto, só pode fazer o que lhe é permitido de forma expressa por legislação pertinente.

Certo.

Por força do princípio da legalidade, não há liberdade nem vontade pessoal do

agente. A lei define o modo de operação da conduta e o agente público deve se-

gui-la fielmente, diversamente do particular, que se não há proibição na lei, poderá

fazê-lo a seu modo.

Desse modo, Maria, na qualidade de agente público, só pode fazer o que lhe é per-

mitido de forma expressa por legislação pertinente.

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Questão 23    (CESPE/IPHAN/AUXILIAR INSTITUCIONAL ÁREA 1/2018) Consideran-

do os ditames constitucionais da administração pública, julgue o item que se segue.

Mesmo pertencendo ao quadro da administração indireta, o IPHAN deve obedecer

aos preceitos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da

eficiência.

Certo.

Os princípios explícitos da administração pública encontram-se listados no

art. 37, caput, da CF/1988, sendo que tal preceito destina-se a toda a administra-

ção pública, vale dizer, tanto à direta quanto à indireta.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguin-
te: (...)

Questão 24    (CESPE/PM-AL/SOLDADO POLICIAL MILITAR COMBATENTE/2018)

Acerca da administração pública e de suas funções, julgue o item a seguir.

A supremacia do interesse público sobre o particular pode ser verificada por meio

tanto das prerrogativas associadas ao regime jurídico administrativo quanto da

inexistência de restrições à atuação da administração pública.

Errado.

De fato, o regime jurídico administrativo permite que o poder público submeta o

interesse particular, por meio de prerrogativas e privilégios jurídicos exclusivos a

ele conferidos.

No entanto, em contrapartida, o princípio da indisponibilidade do interesse público

serve para restringir e frear o poder e as prerrogativas do Estado em relação aos

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particulares, pois a administração, embora detentora de certas prerrogativas, não

é proprietária da coisa pública, devendo atuar para atender o interesse público pri-

mário, e não o seu próprio interesse.

Questão 25    (CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL ENGENHARIA CIVIL/2018)

Julgue o item subsequente, relativo a controle da administração pública, regime

jurídico administrativo, processo administrativo federal e improbidade administra-

tiva.

Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do

interesse público sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios

não concedidos a particulares.

Errado.

A razão de ser do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é,

justamente, conceder, à administração pública, privilégios não concedidos a par-

ticulares. Ou seja, o regime jurídico administrativo permite que o poder público

submeta o interesse particular, por meio de prerrogativas e privilégios jurídicos

exclusivos a ele conferidos.

Questão 26    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO/2018) Acerca da administração

direta e indireta, julgue o item que se segue.

Decorrem do princípio da reserva legal a exigência de que as entidades da admi-

nistração indireta sejam criadas ou autorizadas por leis específicas e a de que, no

caso das fundações, leis complementares definam suas áreas de atuação.

Certo.

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Aqui é suficiente a leitura do inc. XIX do art. 37 da CF/1988. Nos termos da CF/1988,

para a criação de pessoas de direito público, há a necessidade de lei específica, e,

para as de direito privado, uma mera autorização específica.

Qual a diferença? É que, com a lei específica, as  pessoas de direito público são

criadas diretamente pela lei. Já, se de direito privado, a lei não cria diretamente,

apenas autorizando a criação. É que, sendo de direito privado, a criação obedecerá

às normas privadas, ou seja, a pessoa do Estado deve levar seu ato constitutivo a

registro e, a partir daí, a personalidade jurídica é criada.

E, em relação às fundações, a área de atuação é definida em leis complementares.

A seguir, a referência constitucional (inc. XIX do art. 37):

Art. 37 (...)
(...)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;  (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Questão 27    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO/2018) Um servidor público fe-

deral determinou a nomeação de seu irmão para ocupar cargo de confiança no

órgão público onde trabalha. Questionado por outros servidores, o departamento

jurídico do órgão emitiu parecer indicando que o ato de nomeação é ilegal.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para apreciar

atos administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades.

Errado.

O princípio da autotutela é reconhecido expressamente na Súmula n. 473 do STF.

Vejamos:

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Súmula n. 473 do STF


A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

A administração tem a prerrogativa de policiar seus próprios atos, revogando aque-

les inconvenientes e anulando aqueles ilegais. Ou seja, não precisa do poder

judiciário para controlar seus próprios atos, como informa equivocadamente a

sentença.

Questão 28    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE/2018) A administração pública,

além de estar sujeita ao controle dos Poderes Legislativo e Judiciário, exerce con-

trole sobre seus próprios atos. Tendo como referência inicial essas informações,

julgue o item a seguir, acerca do controle da administração pública.

O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos princípios da

legalidade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício

quando a autoridade competente verificar ilegalidade em ato da própria adminis-

tração.

Certo.

Mais uma vez, vejamos o teor da Súmula n. 473 do STF:

Súmula n. 473 do STF


A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

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Note que a administração não precisa de ninguém, de nenhuma provocação, para


que cancele seu próprio ato. Se há ilegalidade, temos a anulação, operando-se
efeitos ex tunc. Se não é mais conveniente e oportuno, o ato pode ser objeto de
revogação, com efeitos ex nunc.

Questão 29    (CESPE/EBSERH/ENGENHEIRO ELÉTRICO/2018) Acerca dos princí-


pios do processo licitatório, julgue o item que se segue.
Ao conceder uma dilação do prazo de execução sem justificativa prevista em lei,
a fiscalização contraria, entre outros, o princípio da isonomia.

Certo.
Ao conceder uma dilação do prazo de execução, deve haver uma justificativa dife-
renciando a situação das demais, caso contrário, estaríamos diante de uma flagran-
te violação ao princípio da isonomia.
Uma das visões do princípio da isonomia (impessoalidade) se destaca na impossi-
bilidade de a administração criar discriminações benéficas ou detrimentosas.

Questão 30    (CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/2019)


Com relação à origem e às fontes do direito administrativo, aos sistemas adminis-
trativos e à administração pública em geral, julgue o item que se segue.
Em sentido objetivo, administração pública designa os entes que exercem a ativi-
dade administrativa de forma a balizar a execução da função administrativa.

Errado.

Em sentido subjetivo, e não objetivo, administração pública designa os entes

que exercem a atividade administrativa de forma a balizar a execução da função

administrativa.

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No sentido subjetivo, a administração é vista a partir de suas partes componentes,

correspondendo aos seus órgãos, entidades e agentes públicos.

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