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Antero de Quental

- Síntese -
Síntese - Antero de Quental

O autor: Configurações do
Antero de Quental ideal

Obra poética Angústia existencial

Linguagem, estilo e
A Questão Coimbrã
estrutura
Síntese - Antero de Quental
Antero de Quental:
Columbano Bordalo Pinheiro,
Antero de Quental, 1889.
vida e obra
▪ 1842 – Antero de Quental nasce em Ponta Delgada, São Miguel, Açores.
▪ 1864 – Forma-se em Direito em Coimbra.
▪ 1865 – Publica Odes modernas, que estarão na origem da Questão Coimbrã.
▪ 1866 – Parte para Paris.
▪ 1868 – Regressa a Portugal.
▪ 1870 – Adepto do socialismo e do republicanismo, cria o ramo português da
Associação Internacional dos Trabalhadores.
▪ 1871 – Promove as Conferências Democráticas do Casino.
▪ 1874 – Adoece gravemente, atravessando largos períodos de depressão.
▪ 1881 – Fixa residência em Vila do Conde, aí colige o Tesouro poético da infância.
▪ 1886 – Publica os Sonetos completos.
▪ 1890 – Regressa a Ponta Delgada.
▪ 1891 – Suicida-se num banco de jardim na sua cidade-natal.
Síntese - Antero de Quental

O autor: Antero de Quental

• Mentor da Geração de 70, que marcou o


panorama cultural do país nas últimas décadas
do século XIX.

• Participou em dois momentos determinantes da


viragem estética modernizadora: a Questão
Coimbrã (1865) e as Conferências do Casino
(1871).
Columbano Bordalo

• Fundou e dirigiu a A República (1870), O Pinheiro,


Antero de Quental, 1889.
Pensamento Social (1872) e a Revista Ocidental
(1875).

• O Ultimato Inglês leva-o a aceitar a presidência


da liga patriótica do Norte (1890).
Síntese - Antero de Quental

O autor: Antero de Quental

• Para além de poeta, é um dos mais importantes prosadores


portugueses.

• A sua obra não poética aborda vários assuntos, desde literários,


sociais e políticos, que reflete a evolução do seu pensamento e
atividade política.

• Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos três últimos


séculos, é o seu escrito em prosa mais conhecido.

• Na sua poesia está patente uma dualidade entre dois perfis: um, o
Antero revolucionário, racional e idealista; o outro, um ser
pessimista, noturno e romântico. Esta dualidade resulta da
angústia existencial do poeta, da sua busca por um ideal.
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Obra poética
• OdesAntero
Modernas (1865)
preconiza uma poesia nova que dê
voz aos anseios dos povos pela liberdade.

• Primaveras Românticas (1872)


Versos da juventude: poesias de
amor, publicadas tardiamente.

• Os Sonetos Completos (1886)


Integram sonetos dispersos noutras obras do autor
e em jornais e revistas, assim como alguns inéditos.
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A Questão Coimbrã
▪ Com as Conferências do Casino nasce a «Geração de 70», dando origem à
«Questão Coimbrã», em 1865.

▪ Começou como resposta ao ultrarromântico António Feliciano de Castilho,


preconizando uma prosa «nova» e «moderna».

▪ Antero de Quental é o autor dos textos principais desta polémica, salientando-se


Bom senso e bom gosto, carta dirigida a Castilho, onde critica o pensamento de
tacanhez nacionalista e exalta o grande espírito filosófico do tempo.

▪ Simboliza o conflito entre dois romantismos: um, complexo, idealista, utópico e


historicista; o outro, oficial, feito de tradição versificatória e melancolia amorosa
convencional.

▪ Teve como foco principal a importação de ideias e modelos intelectuais


estrangeiros.

▪ Fez despontar uma geração nova, com personalidades e problemas que foram
referência durante muito tempo.

▪ Pode-se considerar a polémica mais importante da história da literatura


portuguesa entre os que apoiavam um patriotismo e um lirismo provinciais e
aqueles que defendiam uma prosa “nova”, “moderna”, como Antero.
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Sonetos
Completos
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Os «dois Anteros»
Poesia anteriana


Poemas que são expressão Poemas que são expressão de
de um ativista defensor de uma ideia pessimista e
ideais de renovação e negativa, revestidos, no
revolução. entanto, de uma aspiração
positiva e libertadora.

APOLÍNEO NOTURNO
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Configurações do ideal

Procura de uma finalidade para


a existência humana

▪ Busca do ideal ▪ Libertação na noite


▪ Ânsia de absoluto ▪ Transcendência
▪ Desejo de sonhar religiosa

Realização Luz rompe as trevas


plena e perfeita para alcançar o Bem
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Configurações do ideal

Projeta a imagem
Um sujeito Um real sonhada de um
insatisfeito. demasiado sujeito que busca
frustrante ou um ideal num
limitado. universo onde
tudo se realizaria
na perfeição.
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Angústia existencial

Consciência da Vida terrena sem


imperfeição humana alegria

• Tristeza • Frustração
• Pessimismo • Deceção
• Desencanto • Desistência
• Cansaço

Ausência de Triunfo da dor e do


Morte
esperança mal
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Angústia existencial

Deteta-se na É nos sonetos que se percebe É o triunfo da dor e


necessidade de uma incessante inquietação da Morte, aliado ao
encontrar um sentido espiritual, uma infinita Nada – ao «Não-ser»
para o Universo, para a procura de qualquer coisa –, que predomina nos
Vida, para a História, capaz de conceder um sonetos de Antero de
para a Sociedade, para sentido ou uma finalidade à Quental.
si próprio e para os existência humana, que pode
outros. ser um Deus, no qual
encontre esperança.
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Linguagem, estilo e estrutura

Soneto

•Influência de Camões e de Bocage.


•Constituem uma autobiografia, daí terem sido
apresentados por ordem cronológica.
•Estilo clássico:
- unidade de conteúdo;
- simplicidade na forma;
- coerência entre quadras e tercetos;
- aspetos formais (estrofes, rima, métrica).
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Linguagem, estilo e estrutura

Discurso conceptual
•Poesia como complemento do pensamento filosófico.
•Materialização da palavra em conceito (muitas vezes
maíusculada).
•Interrogação retórica.
•Complexidade e abstração de conceitos.
•Discurso dialogado com personagens alegóricas: Ideia,
Razão, Noite, Morte.
•Eixo horizontal (relação Eu/Mundo) e vertical (relação
Eu/Deus).
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Linguagem, estilo e estrutura


Linguagem e estilo
•Cenários fantasmagóricos de terror crepuscular ou noturno.
•Multiplicidade de personificações, ou mitificações, de maiúscula
inicial.
•Elementos personificados que figuram como verdadeiras
personagens: o (meu) coração, a (minha) alma, o vento, as nuvens, o
mar, a tristeza, a desilusão, etc.
•Emparelhamentos temáticos contrastivos: predomínio de vocabulário
sugestivo da polaridade claro-escuro ou da gradação entre o negro e o
pardacento (emparelhamento de nomes, com preferência pelo termo
negativo; matizes adjetivais a instalar um claro-escuro mais escuro do
que claro).
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Linguagem, estilo e estrutura


Linguagem e estilo

•Número reduzido de imagens sensoriais.


•Adjetivação de cunho classicizante (latinismos): gélido, rudo,
mesto, ingente, inulto, etc.
•Recursos expressivos: alegoria, personificação, apóstrofe,
metáfora.
•Meios de magnificação retórica: diálogo, interrogações,
reticências, interjeições, superlativos alatinados, etc.

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