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Sinopse

Uma breve história do hinduísmo, é um pequeno


livro para aqueles que querem ampliar seu conheci-
mento sobre essa maravilhosa religião.
O hinduísmo é uma das religiões mais antigas do
mundo, das 5 grandes, é a mais antiga.
Alguns de seus ensinamentos, influenciaram dire-
tamente religiões como o budismo e o espiritismo.
Fiz aqui somente um breve resumo para que possa-
mos entender um pouco das crenças e mitos sobre o
hinduísmo.
A ideia de um Deus fora do espaço tempo, criador
do espaço tempo, também influenciou religiões
como o judaísmo que por sua vez fez nascer o cristi-
anismo e o islamismo.
Acredito que o hinduísmo seja o berço das ideias
religiosas de todo mundo.
Usei aqui uma boa parte de um texto chamado Sín-
tese do Hinduísmo cujo autor não consegui encon-
trar, assim como alguns trechos do Bhagavad Gita.
Vamos conhecer as crenças e costumes dessa reli-
gião milenar que conquista o mundo até hoje.
O autor

Fausto Luiz Pizani é um estudante de teologia, fi-


losofia, religiões e ciências naturais. Seu objetivo
como ser humano é levar conhecimento ao maior
número de pessoas possíveis através de seus peque-
nos escritos e contos, desenvolvendo assim, um
maior entendimento sobre a vida por parte de seus
leitores.

Seus livros digitais são de fácil acesso a todos


aqueles que queiram aumentar seu conhecimento so-
bre Deus, o universo e a vida.

Misturando filosofia, teologia, ciência, religiões e


autoajuda, Fausto tenta despertar em seus leitores a
curiosidade de sempre se questionarem e refletirem
sobre a existência e qual o nosso papel como seres
humanos nessa jornada.

Fausto acredita que o amor é a maior força pre-


sente no universo e que devemos sempre espalhar
esse sentimento por toda parte e para todas as pes-
soas e seres viventes que habitam conosco neste pe-
queno planeta chamado Terra.

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e


abrir-se-vos-á. – Jesus Cristo.
Sumário

01-Introdução
02-As escrituras
03-O conceito de deus
04-Shiva
05-Vishnu
06-Brama
07-Krishna
08-A crença no Karma
09-Vida após a morte
10-Trechos do Bhagavad Gita
11-Considerações finais
12-Fim
Uma breve história do
Hinduísmo

Introdução

O hinduísmo é uma das mais antigas e mais impor-


tantes religiões do mundo. É difícil dizer uma data
certa do início dessa religião. Alguns historiadores
acreditam que o Zoroastrismo, que também é uma re-
ligião muito antiga, tenha se originado a partir das es-
crituras hindus.
Diferentes de todas as demais religiões que surgi-
ram após o hinduísmo, o hinduísmo não tem um fun-
dador (Como Moisés no judaísmo, Buda no budismo,
Jesus no cristianismo e Maomé no islamismo).
Hinduísmo, significa basicamente indiano, acre-
dita-se que a palavra hinduísmo tenha se originado
dos persas, que não conseguiam pronunciar de forma
correta o termo Sindhu, que era atribuído ao rio Indus.
Eles pronunciavam hindu, que também se atribuía aos
arianos que viviam do outro lado nas margens do rio
Indus, daí o surgimento da palavra hinduísmo.
O hinduísmo aborda as principais perguntas que
surgiram desde o início da humanidade tais como:
De onde veio o universo?
Se existe um criador, como é ele? Qual o relaciona-
mento entre a criação e o criador?
O que acontece quando morremos?
Existe vida após a morte?
Será que existíamos antes do nosso nascimento?

Essas perguntas têm desafiado a humanidade desde


o seu nascimento. Os hindus acreditam que somente
uma alma purificada poderia chegar a tais respostas e
conclusões. Essas respostas foram colocadas nas es-
crituras hindus, acredita-se que os grandes mestres
hindus chegavam a essas verdades através da medita-
ção.
Como citamos no início da leitura, o hinduísmo não
tem fundador, pois os mestres que transmitiam os en-
sinamentos de geração a geração, acreditavam que as
verdades contidas nas escrituras já estavam presen-
tem em todo o universo e eles não achavam justo le-
varem créditos por elas.
As escrituras

O hinduísmo é também uma das religiões com o


maior número de escrituras do mundo, os livros mais
conhecidos são os Vedas, Vedas significa conheci-
mento. Por muitos anos, os mestres hindus só passa-
vam esse conhecimento por via oral, devido a acredi-
tarem que essa sabedoria era sagrada.
Existem muitas outras escrituras hindus como os
Upanishads, os Purãnas, o Rãmayana, o Mahabha-
rata, e o Bhagavad Gita que faz parte de um trecho do
Mahabharata e é considerada a alma do hinduísmo ou
a sublime canção.
Os hinduístas, assim como todas as demais religi-
ões, também possuem leis morais sobre casamento,
alimentação, sacrifícios e funerais. Quando falamos
em hinduísmo, logo nos vem à mente os animais sa-
grados como a vaca por exemplo. Essa conexão não
esta correta, os hinduístas acreditam que Deus esta
presente em todas as formas de vida na Terra.
Na antiga e nômade cultura indo-ariana, as vacas ti-
nham um papel muito útil, pois o seu leite nutria os
arianos. A manteiga clarificada, a principal fonte de
óleo comestível para os arianos, era também usada
nas lâmpadas à óleo. Os sapatos e outros bens essen-
ciais eram feitos com o couro da vaca, e o esterco seco
era usado como combustível. Assim, partindo prova-
velmente de um ponto de vista utilitário, os arianos
desenvolveram um sentimento especial de predileção
em relação as vacas. Em países ocidentais, tais senti-
mentos ganham voz em afirmações tal qual: “O ca-
valo é um animal nobre”. Mas tal afirmação não deve
ser interpretada literalmente. Assim como um cavalo
é admirado como sendo um ótimo e extremamente
valioso animal, da mesma forma, os antigos indo-ari-
anos devem ter tido um sentimento de admiração pe-
las vacas, e nada além disso.

O conceito de Deus

O hinduísmo é visto como uma religião politeísta,


ou seja, idolatra muitos deuses, mas seu princípio é
monoteísta, pois tudo vem de Brâman, a alma univer-
sal. Acredita-se que existam mais de milhões de deu-
ses hindus, isso é devido ao fato de que cada família
deveria ter um deus pessoal que os protegesse.
Desde o início, o hinduísmo vem evoluindo. Acre-
ditasse que num estágio inicial, os ancestrais dos hin-
dus tenham sido politeístas. A terra, a água, o fogo, o
vento, o céu, o sol, o amanhecer, a noite e a tempes-
tade eram todos deificados e adorados como deuses.
Mas enquanto eram glorificados pelos hinos védi-
cos, as pessoas dirigiam-se e referiam-se a cada um
desses deuses como sendo o Deus Supremo, o Senhor
de todos os deuses, e o criador deste universo que é
Brâman.
Se perguntarmos, “Quem existia antes da criação?”,
a resposta lógica será “apenas o criador existia, ou
Deus”. Mas se perguntarmos, “Como era Deus antes
da criação?”, então a resposta do hinduísmo será que
Deus, antes da criação, estava em seu estado de exis-
tência transcendental. Aqui, a palavra “transcenden-
tal” significa que a existência de Deus estava além do
nosso tempo, espaço e causalidade. O hinduísmo sus-
tenta que quando Deus criou o mundo, ele também
criou o tempo e o espaço. Portanto, a existência pré-
criação deve estar além do tempo e do espaço, pois
esses pertencem exclusivamente a este mundo. Por-
tanto, a ideia de um Deus fora do espaço tempo e cri-
ador de tudo, surgiu primeiramente no hinduísmo.
Quando uma pessoa, com a sua mente finita, tenta
pensar no infinito Brâman, sem saber, projeta as limi-
tações de sua mente finita em Brâman. Resultando
disso, Brâman parece tornar-se finito para ela, pois a
mente humana só pode pensar em termos humanos, e
sem saber projeta caraterísticas, ou qualidades em
Brâman, que assim adquire uma personalidade que
lembra muito uma personalidade humana, não
importa o quão glorificada. Brâman impessoal parece
tornar-se o Brâman pessoal, ou Deus pessoal. Na rea-
lidade, Brâman não sofre qualquer mudança ou mo-
dificação, e o Deus pessoal não é diferente do Deus
impessoal, ou Brâman, só que experienciado através
do véu do tempo, do espaço e da causalidade. É o
mesmo que uma pessoa olhando para o céu azul atra-
vés de três pares de óculos, um vermelho, um verde e
um cor de rosa. Quando ele usa os óculos vermelhos,
o céu parece avermelhado, quando ele usa os óculos
verdes, o céu parece esverdeado, e quando ele olha
através dos óculos cor de rosa, o céu parece cor de
rosa. Na realidade, essas cores são projetadas no céu
pelos óculos coloridos daquele que olha. O céu não
muda de cor. Similarmente, as mentes finitas das pes-
soas, como os óculos coloridos, projetam suas limita-
ções em Brâman. O imutável e infinito Brâman pa-
rece adquirir as limitações de uma personalidade, em-
bora na realidade não mude absolutamente. Do ponto
de vista de Brâman, Brâman permanece imutável.
Portanto, de acordo com o hinduísmo, a ideia de um
Deus pessoal não é a verdade última. Esse é, relativa-
mente falando, um conceito inferior de Deus. Não
obstante, um Deus pessoal e um Deus impessoal, não
são essencialmente diferentes um do outro. Da
mesma maneira que o céu avermelhado e o céu esver-
deado são na verdade o mesmo céu, assim também, o
Deus pessoal não é outro que não o Deus impessoal.
São essencialmente uma e mesma coisa.
Existem muitas divindades no hinduísmo, vamos
expor aqui somente a trindade e Krishna que seria a
encarnação do deus Vishnu em um avatar humano.
Uma das características dos principais deuses do
hinduísmo, é sua conexão com as forças presentes no
universo, principalmente os deuses da trindade hindu
conhecida como Trimúrti que são Shiva, Vishnu e
Brama. Trimúrti é a parte manifesta tripla da divin-
dade suprema, além das representações do Brâman,
fazendo-se tripla no intuito de liderar os diferentes es-
tados do universo. A Trimúrti é composta pelos três
principais deuses do hinduísmo, Brahma, Vishnu e
Shiva, que simbolizam respectivamente a criação, a
conservação e a destruição.

Shiva

Um dos deuses mais cultuados em toda a Índia,


Shiva representa o aspecto cíclico da criação, é co-
nhecido como o destruidor ou transformador e tam-
bém é visto como o auspicioso, o propício, amável, o
benigno e o benevolente. Diversas são as representa-
ções de Shiva dançando em um círculo de fogo que
representa a destruição que das cinzas faz nascer o
novo. A naja em volta do pescoço, significa que Shiva
venceu a morte e tornou-se imortal. O rio que flui de
sua cabeça é o rio Ganges. O Tambor representa o
som da criação do universo. O tridente que aparece
nas ilustrações de Shiva é o Trishula. É com essa
arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos.
Suas três pontas representam as três qualidades dos
fenômenos: tamas (a inércia), rajas (o movimento)
e sattva (o equilíbrio).

Vishnu

Vishnu é o deus responsável pela manutenção do


universo, faz parte da trindade junto com Brama e
Shiva.
A concha que carrega se chama Pantchdjanya e pos-
sui todos os cinco elementos da criação, ar, fogo,
água, terra e éter. Quando se assopra nessa concha,
pode se ouvir o som que deu origem à todo o universo,
o Om.
O disco ou roda de energia de Vishnu se chama Su-
darshana e representa o controle dos seis sentimentos,
servindo de arma para cortar a cabeça de qualquer de-
mônio.
O lótus de Vishnu se chama Padma. É o símbolo da
pureza e representa a verdade por trás da ilusão.
O cajado de Vishnu se chama Kaumodaki e repre-
senta a força da qual toda a força física e mental do
universo são derivadas.

Brama

Brama é o primeiro deus da Trimúrti, a trindade


do hinduísmo (os outros deuses são Vishnu e Shiva).
Brama é o deus da música e das canções, com imagem
representada como um ser de muitas faces. Além
disso é considerado pelos hindus, a representação da
força criadora ativa no universo. A visão do universo
pelos hindus é cíclica. Depois que um universo é des-
truído por Shiva, Vishnu se encontra dormindo e flu-
tuando no oceano primordial. Quando o próximo uni-
verso está para ser criado, Brama aparece montado
numa flor de lótus brotada do umbigo de Vishnu e re-
cria todo o universo.
Como primeiro membro da Trimúrti hindu, Brama
representa a força de Criação, enquanto Vishnu e
Shiva representam, respectivamente, as forças de
conservação e da destruição (que deve ser entendida
como força de renovação e de transformação).
Krishna

Krishna é visto como a suprema verdade no hindu-


ísmo e a encarnação do Deus Vishnu. Krishna é facil-
mente reconhecido por suas representações artísticas.
Sua pele é retratada na cor preta ou azul escura, con-
forme descrito nas escrituras, embora em representa-
ções modernas ele geralmente seja mostrado com pele
azul.
A cena no campo de batalha de Kurukshetra, nome-
adamente quando se dirige a Arjuna no Bhagavad
Gita, é outro tema comum para sua representação.
Nessas cenas, ele é mostrado como um homem de
dois braços atuando como cocheiro, ou com as típicas
características da arte religiosa hindu (tais como bra-
ços ou cabeças múltiplas) e com atributos de Vishnu,
como o chakra. De acordo com o Bhagavata Purana,
Krishna nasceu sem uma união sexual, mas por meio
da "transmissão mental" ióguica da mente de Vasu-
deva no ventre de Devaki. Baseado em dados das es-
crituras e cálculos astrológicos, a data de nascimento
de Krishna, conhecida como Janmastami, é o dia 18
de julho de 3228 a.C.
A crença no Karma

O hinduísmo acredita na doutrina da causa e efeito,


que em sânscrito chama-se Karmavada, a teoria ou
doutrina do karma. A palavra karma significa ação, e
às vezes é usada para determinar o efeito de uma ação.
De acordo com essa doutrina, boas ações produzem
bons efeitos, e más ações, efeitos ruins. Geralmente,
os efeitos ou frutos da ação chamam-se, em sânscrito,
Karmaphala. Os frutos das boas ações trazem prazer
e desfrute àquele que as praticou, enquanto que os
frutos das más ações causam sofrimento e dor.

A física conta-nos a respeito da conservação da


energia, e de acordo com tal teoria, energia nunca é
destruída, ao invés disso, um certo tipo de energia se
transforma num outro tipo de energia. Usando essa
idéia como uma analogia, podemos dizer que a ener-
gia despendida através de qualquer ação, apenas
muda de forma e torna-se força karmica, ou Karma-
phala. Essa força, como um bumerangue, inevitavel-
mente, mais cedo ou mais tarde, retorna a quem pra-
ticou a ação. Ao retornar ao agente, a forca karmica
começa a agir em sua mente e corpo, causando prazer
ou dor. Nenhum agente pode escapar de tal força kar-
mica, que se exaure depois de trabalhar na mente e no
corpo daquele que praticou a ação. Depois disso, essa
energia torna-se parte do vasto reservatório de energia
cósmica.
De acordo com tal doutrina, Deus não é responsável
pelo prazer e dor de suas criaturas. São as criaturas
que são responsáveis pelo próprio desfrute e sofri-
mento, e sofrem ou desfrutam graças às consequên-
cias dos seus próprios atos ruins ou bons. De acordo
com o hinduísmo, Deus é Karmaphaladata, o doador
dos frutos das ações. Ele é o derradeiro distribuidor
da justiça, e garante que todos recebam os seus pró-
prios Karmaphalas, e não uma outra pessoa.
Durante um período médio de vida, o agente pratica
inumeráveis ações, e igualmente incontáveis são os
efeitos. Nem todos os efeitos das ações retornam ime-
diatamente ao agente, embora alguns o façam. Por
exemplo, se uma pessoa planta uma macieira em seu
jardim, em alguns anos ela poderá colher os frutos,
mas se essa pessoa coloca a mão no fogo, isso terá um
efeito imediato, sua mão estará queimada.
Algumas ações, devido a sua natureza inerente, tem
os seus efeitos mais tarde. Algumas delas são como
títulos de longo prazo, que dão retorno somente em
alguns anos. Similarmente, os resultados de algumas
ações podem não vir durante a vida daquele que as
praticou. Tais frutos de ações, ou karmaphala, perma-
necerão guardados até o momento apropriado, e tal-
vez apresentem seus efeitos numa das vidas futuras
daquele que praticou tais ações. Assim, no
hinduísmo, a doutrina do karma está ligada à doutrina
da reencarnacão.
Qualquer ação feita nesta vida, ou o seu efeito, cha-
mam-se em sânscrito kriyamana karma ou agami-
karma. As escrituras hindus nos dizem que tipo de
kriyamana karma, ou ação executada nesta vida, irá
surtir efeito imediato. Uma pessoa que cometeu al-
gum crime horrendo, como matar uma pessoa santa
ou uma mulher, sofrerá os efeitos ruins de tal ação
nesta vida mesmo. Outras ações, boas ou ruins, que
são relativamente triviais, talvez não tenham efeitos
imediatos. Tais ações vão sendo acumuladas durante
a vida de uma pessoa, kriyamana karma, finalmente
formando o vasto reservatório de sanchita karma, ou
karma acumulado.
À luz da doutrina do karma, talvez o homem pareça
ser responsável por tudo que acontece a ele nesta
vida, seja na forma de prazer ou dor. Porque Deus é
apenas o doador do karmaphala do homem, o seu pa-
pel não é diferente do de um banco. O banco não pode
entregar nenhum dinheiro ao depositante, que não
seja o capital de investimento e o seu rendimento. En-
tão, onde então há escopo para a graça de Deus no
hinduísmo?
Em resposta, o hinduísmo diz que a graça de Deus
não pode ser condicional, e qualquer dádiva condici-
onal não pode ser chamada de graça de Deus. Assim,
a graça de Deus deve ser incondicional e imparcial.
Da mesma forma que o sol brilha nos bons e nos
maus, Deus banha a todos com a Sua graça imparcial.
As pessoas boas usam a graça de Deus para o bem, e
as ruins usam-na para o mal.
Sri Ramakrishna nos explica isso com uma bela
analogia. Uma vela está acesa num pequeno quarto, e
à luz de vela, alguém está lendo um livro santo, en-
quanto uma outra pessoa no mesmo quarto está falsi-
ficando dólares. Nessa analogia, a luz da vela repre-
senta a graça de Deus. A graça é imparcial e brilha
igualmente em ambos. As duas pessoas estão usando
a graça de Deus com propósitos totalmente diferentes,
um bom, e o outro mal. Talvez um deles eventual-
mente torne-se um santo, enquanto o outro vai acabar
na prisão.
De acordo com Sri Ramakrishna, a brisa da graça
de Deus está sempre soprando, e todos neste mundo
são como donos de barcos à vela, enquanto as velas
não estiverem desfraldadas, a pessoa não pode apro-
veitar a brisa, a pessoa não pode beneficiar-se da
graça de Deus. Mas assim que as velas estiverem des-
fraldadas, a brisa da graça divina começará a mover o
barco. Nessa analogia, o ato de desfraldar as velas não
é outro que não o de esforçar-se. Sem o esforço pró-
prio, a pessoa não será capaz de beneficiar-se da graça
de Deus.
Vida após a morte

No épico Bhagavad Gita, Krishna estimula o jovem


Arjuna a lutar contra seus inimigos, visto que seus ini-
migos eram seus familiares que usurparam seu pró-
prio reino, Arjuna se recusa a lutar, mas Krishna o en-
sina que a morte física do corpo não é nada, pois todos
nós possuímos um eu eterno.
A principal crença do hinduísmo, é a de que deve-
mos nos afastar de tudo o que esta preso a esse mundo
material. O ego é o mal do homem e é através do ego
que toda maldade e realizada no mundo.
O homem quando esta preso ao ego, vai continuar a
nascer nesse mundo até mesmo sobe outras formas de
vida.
Para se libertar do Samsara, ciclo de nascimento e
morte, o hindu precisa abandonar todo o que provem
do ego e atingir o Moksha, que seria a libertação final
e união com Brâman.
Vou deixar aqui algumas das melhores passagens
do Bhagavad Gita, um livro que me ajudou muito a
evoluir espiritualmente e que sempre aconselho todos
a lerem.
Trechos do Bhagavad Gita

Andas triste por algo que tristeza não merece, e tuas


palavras carecem de sabedoria. O sábio, porém, não
se entristece com nada, nem por causa dos mortos
nem por causa dos vivos.
Nunca houve tempo em que eu não existisse, nem
tu, nem algum desses príncipes, nem jamais haverá
tempo em que algum de nós deixe de existir em seu
Ser real.
O verdadeiro ser vive sempre. Assim como a alma
incorporada experimenta infância, maturidade e ve-
lhice dentro do mesmo corpo, assim passa também de
corpo a corpo, sabem os iluminados e não se entriste-
cem.
Quando os sentidos estão identificados com objetos
sensórios, experimentam sensações de calor e de frio,
de prazer e de sofrimento, estas coisas vêm e vão; são
temporárias por sua própria natureza. Suporta-as com
paciência!
Mas quem permanece sereno e imperturbável no
meio do prazer e do sofrimento, somente esse é que
atinge a imortalidade.
O que é irreal não existe, e o que é real nunca deixa
de existir. Os videntes da Verdade compreendem a
íntima natureza tanto disto como daquilo, a diferença
entre o ser e o parecer.
Perecíveis são os corpos, esses templos do espírito,
eterna, indestrutível, infinita é a alma que neles ha-
bita. Por isto, ó Arjuna, luta!
Quem pensa que a Alma, o Eu, que mata, ou o Eu
que morre, não conhece a Verdade. O Eu não pode
matar nem morrer.
O Eu nunca nasceu nem jamais morrerá. E uma vez
que existe, nunca deixará de existir. Sem nascimento,
sem morte, imutável, eterno, sempre ele mesmo é o
Eu, a alma. Não é destruído com a destruição do corpo
(material).
Quem sabe que a alma de tudo é indestrutível e
eterna, sem nascimento nem morte, sabe que a essên-
cia não pode morrer, ainda que as formas pereçam.
Assim como o homem se despoja de uma roupa
gasta e veste roupa nova, assim também a alma incor-
porada se despoja de corpos gastos e veste corpos no-
vos.
Armas não ferem o Eu, fogo não o queima, águas
não o molham, ventos não o ressecam.
O Eu não pode ser ferido nem queimado; não pode
ser molhado nem ressecado, ele é imortal; não se
move nem é movido, e permeia todas as coisas, o Eu
é eterno.
Inevitável é a morte para os que nascem; todo mor-
rer é um nascer pelo que, não deves entristecer-te por
causa do inevitável.
Imanifesto é o princípio dos sêres; manifesto o seu
estado intermediário; e imanifesto é também o seu es-
tado final. Por isto, ó Arjuna, que motivo há para a
tristeza?
Alguns conhecem o Eu como glorioso; alguns fa-
lam dele como glorioso; outros ouvem falar dele
como glorioso; e outros, embora ouçam, nada com-
preendem.

Considerações finais

Com essa pequena parte do livro, dá para perceber o


conhecimento que o hinduísmo nos trouxe. Pratica-
mente o budismo, o espiritismo e outras crenças que
acreditam na imortalidade da alma, na reencarnação e
no karma, devem tudo ao hinduísmo a mais antiga e
uma das mais belas religiões do nosso planeta.
Basicamente a crença hindu é esta, vivemos em um
ciclo de nascimento e morte sem fim chamado
Samsara. Estamos presos a esse ciclo devido nosso
apego ao mundo físico e ao nosso ego. Para atingir o
Moksha ou libertação, precisamos renunciar ao ego e
praticar serviço devocional a humanidade, ajudar a
humanidade a prosperar. O karma é a crença de que
tudo o que fazemos nesse mundo retorna a nós. O
deus criador de tudo é Brâman, a alma cósmica uni-
versal a qual nos unimos quando atingimos a liberta-
ção do Samsara.
Há também uma hipótese de que quando atingimos
o Moksha, vamos para um reino chamado reino Vé-
dico ou morada dos deuses. A crença diz que quando
as almas chegam lá, se maravilham com a perfeição
do lugar, seria como o paraíso para o cristianismo, é
perfeito e eterno, no princípio as almas alegram-se
por estar lá, mas após um tempo, elas começam a sen-
tir tédio e pedem para voltar como humanos nova-
mente, pois essa perfeição e eternidade tira o sentido
da existência.
Um outro aspecto importante do hinduísmo, é sua
ligação com a física. Essa visão hinduísta de um uni-
verso cíclico é hoje a principal teoria da ciência sobre
nosso universo. Existem também muitas outras teo-
rias da física que já estavam escritas nos livros sagra-
dos hindus a mais de 4 mil anos.
Fiz aqui um breve resumo do hinduísmo que da para
ter uma ideia de como essa religião milenar surgiu e
se desenvolveu ao longo do tempo permanecendo
viva até hoje e influenciando basicamente quase todas
as grandes religiões do mundo.

Fim

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