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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO XXX

ARIOSVALDO DE JESUS, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão diretor da empresa PPP,
portador do RG nº xxx e do CPF n° xxx, endereço eletrônico xxx, residente e domiciliado xxx,
nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa xxx, com
escritório xxx, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento no art.
5º, LXVIII, da CRFB/88 e no art. 647e s.s.do CPP, vem impetrar a presente ordem de
HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em favor da própria
liberdade, que está cerceada por decisão judicial, pelos motivos que a seguir expõe:

I —DOS FATOS

Em razão de fatos escandalosos envolvendo corrupção em contratos celebrados com a


empresa PPP divulgados pela imprensa nos últimos dias, foi instalada uma Comissão
Parlamentar de Inquérito pelo Congresso Nacional. Buscando dar respostas rápidas para a
sociedade, e em razão de já estarem previstos diversos protestos e passeatas pelas ruas do
país, a CPI decidiu, por maioria absoluta dos seus membros, expedir diversos mandados
de prisão preventiva contra diretores e membros da empresa PPP. Ariosvaldo de Jesus, um
dos diretores da PPP, pede um HABEAS CORPUS PREVENTIVO.

II —DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

De acordo com o art. 5º, LXVIII, da CRFB/88 será concedido habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder. O remédio também é respaldado pela legislação
processual penal, a partir do art. 647.Além disso, em 2008, o STF decidiu que o Pacto de
San Jose da Costa Rica possui natureza supralegal e que revogou a legislação ordinária que
versava sobre a prisão civil do depositário infiel. Sendo assim, a prisão de Ariosvaldo de
Jesus estaria de forma clara e inequívoca pautada na ilegalidade da lei, conforme se extrai do
conteúdo da Súmula Vinculante 25 que proíbe expressamente que o ordenamento jurídico
brasileiro utilize a prisão civil do depositário infiel. Cumpre ressaltar que o Tribunal de Justiça
do Estado xxx é o competente para julgar o presente remédio constitucional, tendo em
vista a prisão ilegal querer ser conferida pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito pelo
Congresso Nacional) que só pode conferir prisão se for em flagrante, o que não aconteceu.

III —DA TUTELA DE URGÊNCIA

O fundamento da tutela de urgência em sede de Habeas Corpus é extraído dos artigos 649 e
660, § 2º do CPP e possui natureza cautelar. O fumus boni iuris é comprovado de acordo com
os fatos e provas que instruem o presente remédio. Já o periculum in mora encontra respaldo
na violação ao direito fundamental de ir e vir de Ariosvaldo de Jesus diante da ameaça de
prisão manifestamente ilegal.

IV —DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer a V.Exa. que:

a) determine a notificação da autoridade coatora;

b) conceda o pedido liminar para determinar a expedição do alvará preventivo,


confirmando posteriormente a concessão do presente remédio;

c) ajuntada de documentos;

d) a intimação do representante do Ministério Público.

e) procedência da presente ação com a concessão do habeas corpus preventivo.

Dá-se à causa o valor de acordo com o art. 319 do CPC.

Termos em que, pede deferimento.

Local xxx e data xxx

Advogado xxx

OAB n.º xxx

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