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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro(a),

[Nome completo], brasileiro(a), [estado civil], [profissão], portador(a) do RG [número


do RG] e CPF [número do CPF], residente e domiciliado(a) na [endereço completo],
por meio de seus advogados, vem impetrar o presente habeas corpus, com fulcro no
artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, combinado com os artigos 647 a 667
do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

I - DOS FATOS

O paciente encontra-se preso desde [data da prisão], em razão da suposta prática do


crime de [nome e dispositivo legal do crime], conforme auto de prisão em flagrante
anexado a esta petição.

Todavia, até o momento, não foi realizada a audiência de custódia, prevista no artigo
310, parágrafo único, do Código de Processo Penal, o que configura uma grave
violação de direitos fundamentais do paciente.

II - DO DIREITO

A audiência de custódia é uma garantia constitucional e internacional prevista para


evitar abusos e ilegalidades na prisão cautelar, bem como assegurar os direitos
fundamentais do preso, como a integridade física e psicológica.

O não cumprimento do prazo de 24 horas para a realização da audiência de custódia,


conforme estabelecido pela Súmula Vinculante nº 56 do Supremo Tribunal Federal,
torna a prisão ilegal, devendo ser relaxada.

Além disso, a jurisprudência dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Justiça do


Estado do Paraná é pacífica no sentido de reconhecer a ilegalidade da prisão em razão
da não realização da audiência de custódia no prazo legal, como pode ser visto nos
seguintes julgados:

STF, Habeas Corpus nº 143.641/SP, Relator Ministro Ricardo Lewandowski;

STJ, Habeas Corpus nº 462.190/SP, Relator Ministro Sebastião Reis Júnior;


TJPR, Habeas Corpus nº 0003396-03.2020.8.16.0000, Relator Desembargador
Clayton Camargo.

III -DA CONCESSÃO DA LIMINAR

Devido à coação ilegal sofrida pelo paciente ao seu direito de locomoção é que se
fundamenta a necessidade da concessão liminar do pedido, configurando o  fumus
boni iuris, sendo o prejuízo nítido.

O periculum in mora, por sua vez, consiste no fato de o paciente se encontrar


privado desnecessariamente de sua liberdade, pois não há nenhuma decisão judicial
ou requisito legal que justifique a sua permanência preso.

IV - DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:

A) seja o presente habeas corpus processado e concedido liminarmente,


expedindo-se alvará de soltura em favor do paciente [Nome], em razão da
ilegalidade de sua prisão em decorrência da falta de realização da audiência de
custódia no prazo legal;
B) A determinação para que se realize, de forma imediata, a audiência de
custódia, com a devida observância do prazo de 24 horas, para análise da
necessidade da prisão cautelar, sob pena de nulidade da prisão;
C) A intimação do Ministério Público para manifestar-se sobre o presente pedido
de Habeas Corpus;
D) A produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a juntada
de documentos e a oitiva de testemunhas, se necessário.

Termos em que pede deferimento.

Curitiba, 19 de April de 2023.


(assinado digitalmente)

LUCAS VINÍCIUS BECKER LIMA

OAB/PR 114.693

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