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Portuguesa
(pressupostos
teóricos)
Conceitos
Estilo de época: são concepções de mundo e o tipo de linguagem utilizada
pelos poetas representativos de um modo de pensar de uma geração de
artistas;
Estilos literários: costuma-se dividir a literatura em
Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Barroco, Arcadismo,
Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo Simbolismo, Pré-
modernismo e Modernismo.
Essa divisão aplica-se mais precisamente à literatura portuguesa, pois a
divisão regular acontece mais precisamente no Romantismo.
Divisão dos estilos literários
Mapa da Península
Ibérica em 1096.
Trovadorismo (século XII ao XIV)
Principais autores:
Dom Afonso X (1221-1284) — Espanha.
•Dom Dinis (1261-1325) — Portugal.
•Fernão Rodrigues de Calheiros (século XIII) — Portugal.
•João Garcia de Guilhade (século XIII) — Portugal.
•Martim Codax (século XIII) — Galiza.
Trovadorismo (século XII ao XIV)
Cantigas de Amor
A temática é o amor não correspondido. Assim, o trovador sofre pelo
desinteresse da dama, uma mulher idealizada, integrante da nobreza. Ela
é vista como “dona” e “senhora” do eu lírico, e seu nome nunca é
mencionado. Já o trovador se autodenomina um “coitado” e “sofredor”.
Nesse tipo de cantiga, portanto, ocorre a vassalagem amorosa, isto é, uma
relação de poder da dama (suserana) sobre o trovador (vassalo).
Normalmente, os verbos são de sete sílabas (redondilha maior). É comum
que as cantigas de amor apresentem refrão, o que demonstra seu caráter
popular.
Trovadorismo (século XII ao XIV)
Trovadorismo (século XII ao XIV)
Cantigas de Amor
Observe este exemplo de cantiga de amor, escrita por Bernal de Bonaval:
A Bonaval quer’eu, mia senhor, ir A
e des quand’eu ora de vós partir A
os meus olhos nom dormirám. B
Cantigas de Amigo
A temática é a saudade. Nesse caso, ocorre a sugestão de que os amantes
já tiveram relações sexuais. O eu lírico é uma mulher do campo, que
manifesta a saudade pela ausência do “amigo”. A mulher saudosa, além
do “amigo”, pode ter outros interlocutores, como uma amiga ou irmã.
Esse tipo de cantiga apresenta refrão, e os versos costumam ser de cinco
sílabas (redondilha menor).
Trovadorismo (século XII ao XIV)
Cantigas de Amigo
Veja um exemplo de cantiga de amigo, da autoria de João de Requeixo:
A Faro um dia irei, madre, se vos prouguer,
rogar se verria meu amigo, que mi bem quer,
e direi-lh’eu entom
a coita do meu coraçom.
Cantigas de Maldizer
Agora, um exemplo de cantiga de maldizer, também composta por Lopo
Lias:
A Dona Maria há soidade...
a Dona Maria há soidade...
ca perdeu aquel jograr [...]
dizendo del bem; e el nom achou
que nẽum preito del fosse mover,
nem bem nem mal, e triste se tornou.|4|
Trovadorismo (século XII ao XIV)
Cantigas de Maldizer
Esse fragmento é a única coisa que sobrou dessa cantiga. Porém, é sabido
que a tal “Dona Maria” era uma mulher adúltera e amante de um tal
Franco. O trecho diz que ela perdeu certo jogral, provavelmente seu
amante Franco. Ela entendeu que não conseguiria nada dele, e ficou
triste.
Classicismo (século XV)
Contexto histórico:
- as Grandes Navegações;
- a Reforma Protestante (que levou a uma crise religiosa) encabeçada por
Martinho Lutero;
- a invenção da Imprensa pelo alemão Gutenberg;
- o fim do sistema feudal (início do capitalismo);
- o cientificismo de Copérnico e Galileu.
Classicismo (século XV)
Camões
Luís Vaz de Camões é considerado um dos mais
importantes autores da literatura portuguesa. Ele
nasceu no ano de 1524, na cidade de Lisboa. Muito
do que se sabe de sua vida não passa de especulação
e lenda. No entanto, estudiosos afirmam que ele foi
soldado, perdeu um olho no Marrocos, e viveu
alguns anos na Índia, em Macau e em Moçambique.
Classicismo (século XV)
Camões
Características:
Uso de metáforas, antíteses, paradoxos
A poesia camoniana é caracterizada pelo uso da medida nova, isto é,
versos decassílabos (10 sílabas). No entanto, alguns de seus poemas
dialogam com o trovadorismo (poesia medieval), portanto, apresentam
redondilhas, que são versos de cinco ou sete sílabas. Além disso, o
poeta demonstra uma visão filosófica do amor.
Classicismo (século XV)
Camões
Temática:
•o desconcerto do mundo;
•a inconstância; e
•o sofrimento amoroso.
Camões vivia em uma época em que a racionalidade era extremamente
valorizada, em oposição à fé religiosa, que marcara o período histórico
anterior, ou seja, a Idade Média. Portanto, apontar o desconcerto (o
desequilíbrio) da realidade era uma forma de tirar dela o véu das ilusões.
Assim, a constatação de que tudo na vida é transitório eliminava a
importância das coisas mundanas.
Classicismo (século XV)
Camões
Obras:
•Os Lusíadas (1572) — epopeia
•Anfitriões (1587) — teatro
•Filodemo (1587) — teatro
•Rimas (1595) — poesia lírica
•El rei Seleuco (1645)|1| — teatro
Classicismo (século XV)