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Era Medieval

 Trovadorismo
 Humanismo

Trovadorismo (Em Portugal de 1189-1350)

Contexto histórico

Trovadorismo é o primeiro período da literatura portuguesa. Compreende o conjunto das manifestações


literárias contemporâneas que marcaram a primeira dinastia portuguesa. Ao falar em trovadorismo
somos remetidos à poesia lírica, aos trovadores e suas trovas (cantigas) e às demais manifestações
literárias e culturais da Era Medieval. Esta escola surge entre a Idade Média Clássica e a Baixa Idade
Média. O feudalismo (sistema econômico baseado em feudos, isto é, grandes extensões de terra das
quais duques, condes a barões eram donos) estava em declínio. Dividido entre senhores feudais,
vassalos, servos e camponeses, com a Igreja no topo da pirâmide social, esse sistema já não satisfazia à
estratégia econômica em ascendência: o comércio. Isso foi possibilitado pelas Grandes Navegações da
Expansão Comercial e Marítima, o que levou a burguesia, a classe comerciante, a entrar em ascensão. O
feudalismo começou a perder espaço na sociedade. Nesse período a corte dos reis e dos senhores
feudais eram os alvos dos poetas da época.

Poesia no Trovadorismo:

Nossa concepção de poesia é algo escrito, destinado a ser lido de maneira solitária e silenciosa. Já para
os trovadores era diferente. O trovador era aquele que levava a poesia de forma cantada. As cantigas
por ele apresentadas eram conhecidas como “trovas”. A poesia canta era acompanhada por um coro e
instrumentos musicais, e um público de diversos ouvintes. Os temas principais eram a corte e
sofrimento amoroso, e havia repetição de palavras, versos e estrofes inteiras, ajudando a dar ritmo e
serem memorizadas. Três volumes chamados cancioneiros, contêm 1680 cantigas que foram escritas, no
fim do século dezoito. Os trovadores eram os autores das cantigas, e cantavam para reis e nobres sem
remuneração (pagamento) em troca de seu trabalho. Eram em geral nobres e cultos, e suas cantigas
eram interpretadas por um menestrel ou jogral.

Novelas de cavalaria:

As novelas de cavalaria, também chamadas de romances de cavalaria, eram longas narrativas escritas
em prosa, focadas em heróis, os cavaleiros, sendo eles personagens fictícios ou reais, contando sobre
seus grandes feitos. Esse estilo literário ganhou destaque e popularidade na Espanha, Inglaterra, França,
Itália e Portugal. No enredo dessas novelas os acontecimentos tinham mais importância do que os
personagens em si. Um tema comum era a batalha entre cristãos e muçulmanos, retratando várias
vezes as Cruzadas. Os enlaces de amor entre o cavaleiro e sua dama eram idealizados (amor cortês) e
quase sempre impossíveis, o que leva essas novelas a ter como mais um ponto em comum os finais
trágicos e nada felizes.

As cantigas do gênero lírico são aquelas que possuem lirismo, isso é, falam sobre sentimentos, sobre o
que se passa com o eu lírico. São uma mistura de poesia e música, apresentadas de forma oral. São as
de amigo e de amor.
Cantigas de amigo: Voz lírica feminina, narradas por mulheres. A narradora, não é autora, pois os
autores eram sempre homens, mas o eu lírico é feminino. Reflete a vida no campo e na cidade, suas
diferenças e problemas. O namorado é chamado de amigo (dai cantigas de amigo, na verdade o “amigo”
é um amante ou namorado, mas não se diz explicitamente). A trama se desenvolve em fatos comuns da
vida cotidiana, no qual a narradora sofre por um amor realizado ou esperado. Os textos são simples, e
possuem paralelismo (estrutura repetitiva) e refrãos. Sua origem é popular e própria da Península
Ibérica.

Cantigas de amor: Voz lírica masculina, sempre narrada por homens. Reflete a vida nos palácios, por
pessoas cultas e nobres, num estilo aristocrático. Há as convenções do amor cortês (as formas do amor
platônico), que se dividem em idealização (onde eles louvam a mulher perfeita); a vassalagem amorosa
(um amor impossível entre o vassalo o sua senhora, hierarquia presente no feudalismo, época em que
se narram as cantigas); e a coita (o sofrimento causado por amor incorrespondido, platônico; quase o
único tema das cantigas de amor). As cantigas de amor se originam na Provença, região sul da França,
onde se irradiou a poesia trovadoresca.

As cantigas de gênero satírico são as que fazem críticas, ou seja, sátiras, de forma direta e indireta. São
as de escárnio e de maldizer.

Cantiga de escárnio: Possuem linguagem simples e indireta. O trovador usa essas cantigas para fazer
uma estatística irônica (com duplos sentidos) de algo ou alguém em particular; escreve uma crítica
indireta a alguém usando trocadilhos e ambiguidades, para que o remetente não perceba.

Cantiga de maldizer: São criticas diretas do trovador, que possuem xingamentos e nas quais se
menciona o nome da pessoa a quem se dirige. Não possuem duplos sentidos, porque sua intenção é que
o remetente capte a mensagem direcionada a ele. Uso de agressão verbal, para atingir a pessoa.

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