UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

TEORIA DOS ERROS APLICADA NA DETERMINAÇÃO DAS

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS FLUIDOS

Igor Barreto Silva

Mayra Betânia Cardoso
Milena Freitas de Faria

CAMPO MOURÃO
2023
 1. INTRODUÇÃO:

De acordo com o Laboratório de Física da USP (ANO) , ao realizar a medição

de uma grandeza física, encontra-se um número que a caracteriza, para que esse
número possa representar tal grandeza é necessário fornecer o nível de confiança
que ele apresenta.
O ato de medir é, em essência, um ato de comparar, e essa comparação
envolve erros de diversas origens seja dos instrumentos, do operador, do processo
de medida, entre outros. Quando se pretende medir o valor de uma grandeza, pode-
se realizar apenas uma ou várias medidas repetidas, dependendo das condições
experimentais.
O Laboratório de física da UNIVASF (2006), com a finalidade de tornar a
exposição mais clara, e em conformidade com a Legislação Brasileira, apresentou as
definições e alguns comentários sobre termos mais usuais em Teoria dos Erros.

• Medição: conjunto de operações que têm por objetivo determinar o

valor de uma grandeza.
• Valor Verdadeiro: Valor consistente com a definição de uma dada
grandeza específica. O valor verdadeiro de uma grandeza é o valor
que seria obtido de uma medição perfeita e a determinação do mesmo
pode ser entendida como o objetivo final da medição. Entretanto, deve
ser observado que o valor verdadeiro é, por natureza, indeterminado.
• Resultado de uma medição: valor atribuído ao mensurando, obtido por
medição.
• Mensurando: grandeza específica submetida à medição.
• Erro: resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do
mensurando. Isto é, é a diferença entre o resultado de uma medição e
o valor verdadeiro desta grandeza. Uma vez que o valor verdadeiro é
uma quantidade desconhecida, resulta que o erro também o é, ao
menos em princípio.
• Exatidão ou Acurácia: exatidão é o grau de concordância entre o
resultado de uma medição e o valor verdadeiro do mensurando.
• Precisão: precisão é um conceito qualitativo para indicar o grau de
concordância entre os diversos resultados experimentais obtidos em
condições de repetitividade. Assim, boa precisão significa erro
estatístico pequeno, de forma que os resultados apresentam boa
repetitividade. Note, entretanto, que mesmo com boa precisão a
exatidão ou acurácia pode ser ruim caso exista erro sistemático
grande.
• Incerteza padrão: é a incerteza em resultado final dada na forma de
um desvio padrão.
• Intervalo de confiança: considerando um intervalo entre a e b, pode-se
fazer a seguinte afirmativa em relação a uma quantidade
desconhecida y: a ≤ y ≤ b Se a afirmativa tem probabilidade P de ser
correta, o intervalo definido pelos valores a e b é um intervalo de
confiança P para y.
• Nível de confiança: o coeficiente de confiança, nível de confiança ou
confiança é a probabilidade P de para um determinado intervalo de
 confiança. Por exemplo, se v y é o valor verdadeiro de uma grandeza,
y é um resultado experimental e σ é a incerteza padrão: y −σ ≤ yv ≤ y
+σ (com P ∼ 68%) define intervalo com confiança de P ∼ 68%, para
distribuição normal de erros e incerteza σ obtida a partir de número de
graus de liberdade (número de medições) razoavelmente grande.

Neste experimento faremos uso da Teoria dos Erros para determinação de

resultados mais precisos, de massa específica e peso específico, utilizando as
fórmulas fornecidas pelo método, a fim de diminuir as chances de falhas grosseiras,
por meio de várias repetições do processo de medição e pesagem.
 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo o Grupo IBS (2022), James Reason, o criador da teoria, propôs a

imagem de um “queijo suíço” para demonstrar como cada elemento da Organização
ou etapa de um processo pode atuar como uma das fatias, e suas respectivas
fragilidades seriam como os buracos do queijo. Ainda de acordo com o grupo esse
método figurativo permitiu organizar as falhas e evitar catástrofes no ambiente médico.
A teoria sobre o erro humano, produto da extensa pesquisa realizada sobre o
tema, foi apresentada em livro editado no ano 1990 – Human error. Nele, James
Reason tem como proposta apresentar uma teoria que se volte para uma análise mais
profunda da questão, ultrapassando a mera descrição de princípios gerais sobre a
ocorrência e tipos de erros. Reason tem como público-alvo não só os psicólogos
cognitivos, mas também os engenheiros, profissionais na área de segurança e
estudantes.
O Instituto de Física (UFBA, 2008) afirma que, nada é preciso dentro da ciência
experimental, no passado era acreditado que toda teoria física estava formulada e
seus resultados por meio de aparelhos eram exatos, porém com o surgimento da física
moderna e principalmente da física de partículas elementares ficou claro como essa
crença era errônea.
De acordo com Manfredo H. Tabacniks (2009), uma medição tem imperfeições
que dão origem aos erros nos resultados, podendo ser classificados em dois
componentes: erros sistemáticos e aleatórios. Ainda de acordo com o autor, erros
aleatórios têm origem em variações imprevisíveis também chamadas de efeitos
imprevisíveis, tendendo a ser reduzido através de repetições. E o erro sistemático em
geral não pode ser eliminado, mas, eventualmente pode ser diminuído e caso
identificado deve ser corrigido.
O objetivo da teoria dos erros pode ser resumido em obter o melhor valor para
o experimento, mensurando a partir dos dados disponíveis. (UNIVASF, 2016), ou
seja, determinar em termos estatísticos a melhor aproximação possível para o valor
verdadeiro.
 3. METODOLOGIA

Para a realização do experimento foi utilizado os seguintes materiais:

1. Balão
2. Pipeta
3. Balança
4. Água
5. Álcool
Cada grupo, formado por 3 pessoas, foi responsável por pesar 100ml de água
e 100ml de álcool 10 vezes respectivamente. Nosso grupo começou pelo álcool,
intercalando entre os integrantes cada um usou a pipeta para colocar
aproximadamente 100ml de álcool dentro do balão, após isso o pesou e anotou o
valor, na bancada já havia o peso da vidraçaria do grupo para ser descontado nos
cálculos a frente. Esse processo foi repetido até que tivesse sido feito 10 pesagens
do álcool, em seguida, todo o procedimento foi repetido, mas agora com água.
Com todos os dados necessários anotados foram feitas duas tabelas, uma para
a água e outra para o álcool, contendo o número de pesagens, peso do balão, peso
do fluido, volume, massa específica, peso específico, média, desvio padrão e o erro.
A seguir estão as fórmulas usadas:
𝑀
• Massa Específica: 𝜌 = 𝑉
𝐺 𝑀∗𝑔
• Peso Específico: 𝛾 = 𝑉 = 𝑉

𝑛
√∑𝑥𝑖 |𝑥𝑖 −𝜇|²
• Desvio Padrão: 𝜎 = 𝑁

Onde:
N = número de pesagem.
𝑥𝑖 = valor de cada pesagem.
𝜇 = média das pesagens.
𝜎
• Erro: 10

Por fim foram plotados dois gráficos, um do peso específico e outro da massa
específica, tanto para a água quanto para o álcool.
 4. RESULTADOS

Utilizando os dados obtidos em laboratório obtivemos os seguintes resultados

para a água:

MASSA ESPECÍFICA/PESO ESPECÍFICO DA ÁGUA

Massa Peso
N° de Peso do Peso do Volume
específica específico
pesagem balão(kg) liquido (Kg) (L)
(Kg/M³) (N/M³)
1 0,0688 0,1681 0,1000 0,9930 9,7415
2 0,0688 0,1681 0,1000 0,9933 9,7442
3 0,0688 0,1680 0,1000 0,9927 9,7380
4 0,0688 0,1683 0,1000 0,9949 9,7603
5 0,0688 0,1681 0,1000 0,9935 9,7464
6 0,0688 0,1682 0,1000 0,9942 9,7532
7 0,0688 0,1690 0,1000 1,0022 9,8318
8 0,0688 0,1681 0,1000 0,9935 9,7466
9 0,0688 0,1681 0,1000 0,9933 9,7441
10 0,0688 0,1684 0,1000 0,9961 9,7718
Média 0,9945 9,7578
Desvio Padrão 0,2839 0,0279
Erro 0,0028

Massa específica da água

1,0040
1,0020
MASSA ESPECIFICA KG/M³

1,0000
0,9980
0,9960
0,9940
0,9920
0,9900
0,9880
0,9860
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
N° DE PESAGEM
 Peso específico da água
9,8400
9,8200
PESO ESPECIFICA N/M³

9,8000
9,7800
9,7600
9,7400
9,7200
9,7000
9,6800
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
N° DE PESAGEM

Para analise do álcool, os seguintes resultados foram apresentados:

MASSA ESPECÍFICA/PESO ESPECÍFICO DO ÁLCOOL

N° de Peso do Peso do Volume Massa Peso

pesagem balão(kg) liquido(Kg) (L) específica específico

1 0,0601 0,1453 0,1000 0,8518 8,3563

2 0,0601 0,1453 0,1000 0,8516 8,3541
3 0,0601 0,1453 0,1000 0,8517 8,3550
4 0,0601 0,1454 0,1000 0,8522 8,3605
5 0,0601 0,1454 0,1000 0,8523 8,3611
6 0,0601 0,1454 0,1000 0,8527 8,3649
7 0,0601 0,1453 0,1000 0,8514 8,3519
8 0,0601 0,1453 0,1000 0,8518 8,3563
9 0,0601 0,1453 0,1000 0,8518 8,3559
10 0,0601 0,1454 0,1000 0,8526 8,3640
Média 0,8520 8,3580
Desvio Padrão 0,0444 0,0044
Erro 0,0004
 Massa específica do álcool
MASSA ESPECIFICA KG/M³ 0,8530

0,8525

0,8520

0,8515

0,8510

0,8505
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
N° DE PESAGEM

Peso específico do álcool

8,3700
PESO ESPECIFICO N/M³

8,3650

8,3600

8,3550

8,3500

8,3450
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
N° DE PESAGEM
 5. CONCLUSÃO

Conclui-se, pelo meio da teoria dos erros, do ensaio realizado em laboratório e

das tabelas e gráficos citados nos resultados, onde obtivemos os valores necessários
para a descoberta do erro. Através de cálculos realizados sabemos que nosso desvio
padrão é de 0,283927 para massa especifica e 0,027853 para o peso especifico,
sendo o erro encontrado de 0,027%, isso tudo para a água.

Além disso, obtivemos também os resultados para o álcool, onde encontramos

o desvio padrão da massa especifica sendo de 0,044400 e o desvio padrão do peso
especifico 0,004356, além de adquirirmos um erro de 0,00436%.

Enfim, conseguimos valores de erro consideravelmente baixos pela quantia de

10 repetições que foram realizadas, sendo assim, o ensaio é considerado efetivo e
com uma chance quase mínima de erro na massa e peso especifico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
UNIVASF. Disponível
em:http://www.univasf.edu.br/~militao.figueredo/fis1Lab/Erros.pdf
Acesso em: 20/03/2023.
Unesp. Disponível em:
http://wwwp.fc.unesp.br/~malvezzi/downloads/Ensino/Disciplinas/LabFisI_Eng/Aposti
laTeoriaDosErros.pdf
Acesso em: 19/03/2023.
MANFREDO H. TABACNIKS. Disponível em:
http://macbeth.if.usp.br/~gusev/ApostilaErros.pdf
Acesso em: 22/03/2023.
BOMFIM N. NADIA. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/physis/a/tfsBNKSzDCp75xwgJpcjQ8Q/?format=pdf&lang=pt
Acesso em 24/03/2023.
GRUPO IBES. Disponível em: https://www.ibes.med.br/teoria-do-queijo-suico-como-isso-se-
relaciona-com-a-seguranca-do-paciente/#:~:text=James%20 Reason%2C%20o%20
criador%20da,afetam%20a%20seguran%C3%A7a%20 do%20paciente%3F
Acesso em: 24/03/2023.