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Foi contemporâneo de 

Tomás Antônio Gonzaga, outro grande nome


do arcadismo brasileiro em seus tempos de magistrado em Vila Rica
(hoje Ouro Preto), Cláudio Manuel da Costa (1729-1789). O poeta era
muito respeitado por seu incrível talento de poeta e de sua
sensibilidade. Mineiro de Mariana, este admirador de Pombal estudou
no colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro e fez Direito em Coimbra, a
segunda maior cidade de Portugal.

Em Vila Rica dedicou-se à advocacia e às terras deixadas por sua


família. Foi um dos acusados pela Inconfidência Mineira. Preso e
interrogado, teve que revelar alguns nomes, o que provocou a prisão e o
degredo de alguns de seus amigos. O fato deixou o poeta neoclássico
deprimido, levando-o ao suicídio no cárcere.
 

Críticas a ele mesmo


Ainda em Coimbra, entre os anos de 1751-1753, escreveu: "Munúsculo
Métrico", romance heroico, "Epicédio em Memória de Frei Gaspar da
Encarnação", "Labirinto de Amor", "Culto ao Métrico" e "Números
Harmônicos" - todas obras menores, criticadas, inclusive, pelo próprio
poeta devido ao excesso de metáforas, no "Prólogo ao Leitor", de sua
mais importante composição, "Obras" (1768).

Escreveu ainda, a poesia narrativa "Fábula ao Ribeirão do Carmo" e o


poema épico "Vila Rica". Mesmo seguindo as regras do arcadismo, são
obras de pouca qualidade em relação aos poemas bucólicos. Há ainda a
peça musical "O Parnaso Obsequioso" e também algumas traduções da
obra do árcade italiano Metastasio.
 

Glauceste Satúrnio
O poeta árcade usava o pseudônimo de Glauceste Satúrnio em seus
poemas bucólicos: sonetos, cantatas, romances e écoglas, que
compõem "Obras". Várias são as pastoras a quem o eu lírico se refere,
sem, no entanto, jamais alcançá-las. Com uma cultura humanística
evidente, escrevia ao estilo petrarquiano, ou seja, por meio de fórmulas
de composição que se valem de organizações sistemáticas de frases e
ritmos, sempre tendo a natureza como testemunha ou aliada.

Sua poesia é rica e elegante, sem banalidades e ostentações. É


considerado o nosso poeta neoclássico mais completo, pois ainda que
nem sempre tenha realizado a melhor poesia, tinha clareza de como
deveria ser feita, como revela no Prólogo já citado: "É infelicidade que
haja de confessar que vejo e aprovo o melhor, mas sigo o contrário na
execução".
Cláudio Manuel da Costa foi um dos mais importantes poetas do Arcadismo no
Brasil. A publicação de “Obras Poéticas” (1768) representa o marco inicial do
movimento no País.
Além de escritor, ele foi advogado, jurista brasileiro e participou do movimento
da Inconfidência Mineira.
Cláudio Manuel da Costa é patrono da cadeira n.º 8, na Academia Brasileira de
Letras (ABL).

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