Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dissertação de Mestrado em
História Moderna e dos Descobrimentos
Outubro, 2015
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção
do grau de Mestre em História Moderna e dos Descobrimentos, realizada sob a
orientação científica do Professor Doutor Jorge Pedreira
Declaro que esta Dissertação é o resultado da minha investigação pessoal e
independente. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia.
O Candidato,
Declaro que esta Dissertação se encontra em condições de ser apreciada pelo júri a
designar.
O Orientador,
À avó
Ag r a d e c i m e n t o s
- §-
À minha família - em especial à mãe - o meu mais sincero agradecimento pela presença
constante em todos os momentos da minha vida!
À Maria Guedes - a quem se deve, em muito, a apresentação deste trabalho - pelo apoio,
disponibilidade, paciência e graça, o meu muito obrigado!
Aos meus amigos, principalmente àqueles que mais saíram prejudicados com as minhas
ausências e afastamentos, agradeço o facto de serem os melhores do mundo e de não
terem desistido de mim, mesmo quando começaram a acreditar que eu já tinha desistido
deles (ou quando estavam simplesmente fartos de me ouvir falar dos Puritanos)!
Aos professores doutores Ana Isabel Buescu, Alexandra Pelúcia, Jorge Pedreira e Pedro
Cardim, o meu muito obrigado por tudo o que aprendi - e pela generosidade com que
foram partilhando o seu conhecimento comigo - nos seminários no âmbito do Mestrado
em História Moderna e dos Descobrimentos.
Last but not least (and again...), ao orientador do presente trabalho, o Professor Doutor
Jorge Pedreira, que me apresentou os Puritanos e aceitou acompanhar-me neste grande e
desafiante projecto, deixo o meu mais profundo agradecimento.
OS PURITANOS
Origem, identificação, reprodução social e declínio de um grupo
da Aristocracia Portuguesa do Antigo Regime (1630-1800)
RESUMO
A presente dissertação tem como objectivo a produção de uma base historiográfica sobre
o grupo dos Puritanos em Portugal, capaz de explicar o enquadramento da sua origem na
sociedade do Antigo Regime, identificar os seus membros e a sua forma de reprodução
social e, por fim, o seu declínio, tanto enquanto grupo social, como ao nível do seu
discurso, apresentando como exemplo a Casa aristocrática, reputada como puritana, dos
marqueses de Alegrete, condes de Vilar Maior.
O período de análise sobre o qual incidirá esta dissertação está compreendido entre o ano
de criação da Confraria (de Nobreza) dos Escravos do Santíssimo Sacramento da
Freguesia de Santa Engrácia, 1630, e o ano de 1800, último ano do século XVIII.
This dissertation aims to create an historiographical basis to the study of the Portuguese
Puritans’ group, in order to explain its origins in the Portuguese Ancien Régime society,
who were its members and its social reproduction model, and, finally, its decline, not only
at a social group level but also in terms of discourse, presenting as an example the
Portuguese aristocratic house of the marquises of Alegrete, counts of Vilar Maior.
The period of analysis is comprehended between the year of the creation of Santa
Engrácia Parish’s Brotherhood (of nobility) of the Slaves of the Blesses Sacrament
(1630), and 1800, the last year of the 18th century.
- §-
In t r o d u ç ã o ............................................................................................................................1
Preâmbulo............................................................................................................................1
Abordagem metodológica.................................................................................................. 4
Fontes................................................................................................................................... 8
Estado da Arte................................................................................................................... 12
P a r t e 1 - Co m p o s iç ã o do Lu g a r .....................................................................................17
1. O Rei: o epicentro do poder.......................................................................................17
2. Os cortesãos: os títulos e os ofícios maiores da Casa R eal.................................... 22
3. Os puritanismos: o sangue e as nobrezas................................................................ 29
4. A classe provável dos Puritanos.............................................................................. 36
Pa r t e 2 - O s P URITANOS..................................................................................................... 43
1. O Alvará Puritano..................................................................................................... 43
2. O Relatório do Monsieur de Torcy...........................................................................49
3. A dignidade real..........................................................................................................54
4. Proposta de identificação de um grupo................................................................... 62
5. O Modelo de reprodução social................................................................................ 71
6. As inconsistências e incoerências............................................................................ 79
7. O Processo dos Távoras ou o engano puritano....................................................... 86
8. Alguns contributos..................................................................................................... 92
P a r t e 3 - Um a f a m í l i a PURITANA: o s M o u r a r ia s ............................................................ 99
1. A Casa “imaginada” dos Mourarias.........................................................................99
2. A Mouraria dos Cunhas..........................................................................................104
3. A Mouraria dos Alegretes.......................................................................................108
4. A reprodução social dos Mourarias....................................................................... 114
Co n c l u s õ e s e D e s a f io s ....................................................................................................119
Fo n t e s e B i b l i o g r a f i a .....................................................................................................125
ANEXOS.............................................................................................................................. 139
Li s t a de Ab r e v i a t u r a s
- §-
- §-
Preâmbulo
Num dos raros retratos da família real que saem fora da propaganda política que
marcou o período do Antigo Regime em Portugal - intimamente ligada à consolidação
do poder real, numa primeira fase relacionada com a legitimação da dinastia brigantina e
numa segunda com a necessidade de afirmação do poder da coroa face aos demais poderes
da sociedade portuguesa - podemos observar o rei D. João V a ser servido de uma chávena
de chocolate quente pelo infante D. Miguel, seu meio-irmão e 1.° marquês de Arronches,
numa composição onde se identificam mais cinco personagens, incluindo o próprio
pintor2 . Transformada numa fonte de grande interesse histórico pela recente historiografia
que reclama a inexistência de retratos artísticos sobre cenas de costumes de época com
personagens reais, tão importantes ao recente ramo da história que se centra,
precisamente, no estudo do quotidiano e da vida privada, versando sobre assuntos tão
vastos e diferentes como a sociabilização, a infância ou a alimentação, esta miniatura
1 Alexandre de Gusmão, Collecção de varios escritos ineditos politicos e literários. Porto: Na Typografya
de Faria Guimarães, 1841, p. 83.
2 Veja-se o Anexo 1 à presente Dissertação.
Pág. 1
Os Puritanos
Não será assim de estranhar que tenhamos querido começar esta dissertação com
esta imagem que é tão rara como, no que respeita ao estudo dos Puritanos, provocadora,
uma vez que as Casas de Lafões/ Arronches, Angeja e Alegrete se encontravam no restrito
grupo da aristocracia reputado por puritano, aumentando assim o interesse, como
referido, de os encontrarmos também no restrito grupo que privava com o rei, um facto
que longe de representar uma coincidência, vem confirmar o interesse do estudo deste
grupo enquanto detentor de influência junto do rei e, através dele, das principais estruturas
do aparelho governativo do reino.
Mas como tantas outras histórias de que se compõe a História, também a realidade
dos Puritanos portugueses, adjectivo que importa introduzir para que a confusão com os
seus homónimos ingleses seja evitada, não foi pública o suficiente para ficar perpetuada
nos anais da história, contribuindo mais para o seu estudo a sua extinção do que a sua
criação.
Pág. 2
Introdução
a pessoa alguma, que não seja das que nelle se achão declaradas»3, cujo objectivo era pôr
fim à pretensão puritana de algumas famílias da nobreza portuguesa materializada num
esquema de reprodução social exclusivo e sectário que, na opinião do monarca, criava no
seio da sua nobreza «sedições, e discordias»4, algo que, enquanto «Protector da mesma
Nobreza»5, não considerava ser aceitável.
3 António Delgado da Delgado (org.), Supplemento á Collecção de Legislação Portugueza (Anno de 1763
a 1790). Lisboa: Typ. de Luiz Correa da Cunha, 1844, p. 184.
4 Ibidem, p. 181.
5 Ibidem, p. 183.
6 Avaliado, entre outros, pelas numerosas obras de cariz anti-judaico publicadas em Portugal nesse tempo,
cf. Jorge Martins, O Senhor Roubado. A Inquisição e a Questão Judaica. Lisboa: Europress, 2002, pp. 33
34.
7 Ibidem, p. 189.
8 Vejam-se os exemplos descritos no Estado da Arte da presente dissertação.
Pág. 3
Os Puritanos
perspectiva de análise das estruturas sociais do Antigo Regime que assentam, em grande
parte, no pressuposto da afirmação de uma aristocracia sólida e cristalizada9 , que a
identificação do grupo dos Puritanos pode vir questionar, sugerindo antes a existência de
uma aristocracia dividida, muito susceptível a rumores capazes de produzir, no seu seio,
distinções não oficiais, mas fracturantes.
A presente dissertação tem como obj ectivo a produção de uma base historiográfica
sobre o grupo dos Puritanos católicos em Portugal, capaz de explicar o enquadramento
da sua origem na sociedade do Antigo Regime, identificar os seus membros e a sua forma
de reprodução social e, por fim, o seu declínio, tanto enquanto grupo social como ao nível
do seu discurso. O período de análise sobre o qual incidirá esta dissertação está
compreendido entre o ano de criação da Confraria (de Nobreza) dos Escravos do
Santíssimo Sacramento da Freguesia de Santa Engrácia, 1630, e o ano de 1800, último
ano do século XVIII.
Abordagem metodológica
9 Termo utilizado por Nuno Gonçalo Monteiro para justificar, no período em análise, a manutenção do
número de casas titulares na ordem da meia centena, in Elites e Poder: entre o Antigo Regime e o
Liberalismo. Lisboa: ICS - Imprensa de Ciências Sociais, 2012, pp. 86.
10 Pierre Bourdieu, O Poder Simbólico. Lisboa: Edições 70, 2011, p. 136.
Pág. 4
Introdução
pertença que encontramos nas fontes coevas, bem como nos casamentos que o mesmo
realiza e na forma como estes confirmam, ou não, a existência de um ideal puritano; e,
finalmente, uma terceira parte que incidirá sobre estudo de uma das mais reputadas casas
puritanas, os Mourarias - a Casa dos marqueses de Alegrete, condes de Vilar Maior -,
por forma a tentar comprovar, para uma casa aristocrática portuguesa específica, o reflexo
de uma realidade puritana no discurso dos seus membros e, se possível, no seu acesso
aos mais elevados cargos e ofício de governo do reino.
Pág. 5
Os Puritanos
já não como um primus inter pares, mas antes como um senhor dos senhores12.
Assumimos igualmente que o clima de desconfiança vivido na sociedade portuguesa,
assente em rumores, provocado por um processo ineficaz de conversão dos judeus
baptizados, acabou por possibilitar a introdução de um critério eficaz de distinção entre
as antigas linhagens (fidalguia), que ganham um novo fôlego depois da Restauração, e a
nobreza titular nascida dos serviços prestados no primeiro grande momento dos
Descobrimentos Portugueses, permitindo-nos questionar se uma consciência puritana13
não poderia também ser considerada uma consciência identitária portuguesa, por
oposição a uma estrangeira, como é sugerido por, entre outros, Alexandre de Gusmão14.
12 José Adelino Maltez, «O Estado e as Instituições». In João José Alves Dias (coord.), «Do Renascimento
à Crise Dinástica», vol. V da Nova História de Portugal (dir. Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques).
Lisboa: Editorial Presença, 1998, p. 386.
13 Termo também sugerido por Nuno Gonçalo Monteiro, in O Crepúsculo dos Grandes: A casa e o
património da aristocracia em Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003, p. 141.
14In Collecção..., «Juízo, e calculo em geral sobre a Genealogia dos que erão tidos por Puritanos; pelo qual
fica destruida a errada opinião, que elles concebião da absoluta desinfectação de parentesco dos seus
ascendentes com os Judeos», pp. 81-85.
15 Referimo-nos ao Relatório do Monsieur de Torcy, de 1684. Joaquim Veríssimo Serrão, Uma Relação do
reino de Portugal em 1684. Coimbra: [s.n.], 1960.
16 Tanto pela transmissão, como pela dignidade que conferia. Refira-se, a título de exemplo, o esforço
encetado pelo duque de Cadaval D. Nuno para que o seu filho, D. Jaime, fosse nomeado estribeiro-mor e a
forma como este ofício palatino foi incorporado na própria designação do duque novo que passou,
nomeadamente, a assinar duque estribeiro-mor.
Pág. 6
Introdução
Importa ainda, por fim, referir um conceito ao qual faremos inúmeras e recorrentes
menções ao longo desta dissertação: o conceito de Casa, sempre escrita com letra
maiúscula para que seja entendida na sua dimensão nobiliárquica, ou seja, enquanto
habitat de uma família19, identificável «pela posse de certos bens vinculados, de uma
comenda, de um senhorio, de um ofício palatino e/ ou de um título nobiliárquico»20, que
surge, no Antigo Regime, «como uma entidade institucional e simbolicamente
consagrada, cuja reprodução repousava em mecanismos de autoridade e em noções de
dever»21, conceito essencial na tentativa de perscrutar um ideal subjacente a uma
dimensão puritana das políticas de reprodução social das Casas aristocráticas
portuguesas.
17 No já citado compêndio legislativo referente aos Puritanos, o único nome referido como estando por
detrás da formação do grupo é o do jesuíta Nuno da Cunha que «governava a casa da Mouraria [...] e tinha
ao mesmo tempo na Corte, e no Santo Ofício a influencia que lhe dava seu irmão o Inquizidor Manoel da
Cunha, Bispo, Capellão Mór, e Arcebispo Eleito de Lisboa», sendo ainda irmão de D. Mariana de
Mendonça, casada com o primeiro conde de Vilar Maior, e «um dos padres que mais autorizaram por êsse
tempo a Companhia de Jesus em Portugal». Assim, parece-nos razoável assumir o peso que a Mouraria
assume na própria definição simbólica do grupo, uma casa incluída no dote de D. Mariana de Mendonça
aquando do seu casamento, que passou a ser a residência dos marqueses de Alegrete, motivo pelo qual
passaram a ser conhecidos como os “Mourarias”, in António Delgado da Silva (org.), Supplemento..., p.
188.
18 Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., p. 141.
19 Norbert Elias, A Sociedade de Corte. Lisboa: Editorial Estampa, 1995, pp. 19-40.
20 Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., p. 86.
21 Ibidem, p. 99.
Pág. 7
Os Puritanos
Fontes
22 BNP, Arquivo Tarouca, 163, Carta de 11 de Setembro de 1730 do 2.° marquês de Alegrete, Fernando
Teles da Silva, ao seu irmão João Gomes da Silva, 4.° conde de Tarouca por casamento.
23 O próprio compêndio de legislação relativo ao tema refere que «impuzerão o nome de Puritanismo», in
António Delgado da Silva (org.), Supplem ento., p. 187.
24 A referência a «Puritânio», no entanto, existe como sendo «o nome de certos Calviniitas de Inglaterra, os
quaes pretendem que a doutrina que profeiiaõ he a verdadeyra, & pura doutrina. Os Puritânos saõ inimigos
mortaes dos Catholicos», in Raphael Bluteau, Vocabulario portuguez e latino, áulico, anatomico, comico,
critico, chimico, dogmatico, dialetico,., & Autorizado com exemplos dos melhores excriptores
portuguezes, e latinos; e offerecido a elrey de Portugal D. João V. Lisboa: Na Officina de Pascoal da Sylva,
1720, p. 834.
25 António Delgado da Silva (org.), Supplem ento., pp. 182 e 187.
26 D. Luís da Cunha, Instruções Inéditas de D. Luís da Cunha e Marco António de Azevedo Coutinho
(prefácio de António Baião). Coimbra: Imprensa da Universidade, 1930, p. 198.
Pág. 8
Introdução
No entanto, a mais completa fonte documental que nos apresenta este grupo, ainda
apenas enquanto «maisons que n’ont point de desfauts et qui’ls appellent limpas»29, é
Uma Relação do reino de Portugal em 1684, cuja autoria foi inicialmente atribuída ao
conde de La Vauguyon, sendo posteriormente proposto, por Joaquim Veríssimo Serrão,
Jean-Baptiste Colbert (1665-1746), marquês de Torcy - de apenas 20 anos e sobrinho do
seu homónimo e promotor da doutrina mercantilista - como seu verdadeiro autor. A este
documento dedicaremos um ponto da presente Dissertação (Parte 2 - Ponto 2),
cumprindo-nos salientar apenas a inexistência de uma referência ao nome Puritanos, que
julgamos ser posterior.
Este facto é também confirmado pelos relatos de estrangeiros que passaram por
Portugal, que assumem uma importância preponderante na prossecução do objectivo
desta dissertação dado que possibilitam perceber a imagem que o ideal, aqui também
materializado num ideário, puritano, deixou nestes homens e mulheres habituados a
outros credos e culturas30.
27 E também de referência, como encontramos menção em Diogo Ramada Curto, «As Práticas de Escrita».
In Francisco Bethencourt e Kirti Chaudhuri (dir.), História da Expansão Portuguesa, Volume 3, O Brasil
na Balança do Império (1697-1808). Lisboa: Circulo de Leitores, 1998, p. 458.
28 Referimo-nos às seguintes fontes: D. Luís da Cunha, Instruções Inéditas.; Alexandre de Gusmão,
C ollecção.; e Camilo Castelo Branco (introdução e notas), Memorias de Fr. João de S. Joseph Queiroz.
Porto: Typographia da Livraria Nacional, 1868.
29 SERRÃO, Joaquim Veríssimo (ed.) - Uma R ela çã o ., p. 78.
30 Baseámo-nos nos relatos dos estrangeiros publicados, tanto ao género de livros de viagens, como
epistolar, bem como em alguns trabalhos sobre a estadia de estrangeiros em Portugal, dos quais salientamos
as seguintes obras: Arthur William Costigan, Retratos de Portugal. Sociedade e Costumes (tradução,
prefácio e notas pode Augusto Reis Machado). Lisboa: Caleidoscópio, 2007; Marquis de Bombelles,
Journal d'un Ambassadeur de France au Portugal, 1786-1788 (edition etablie, anotee et precedee d ’une
introduction par Roger Kann). Paris: Presses Universitaires de France, 1979; Carla Sofia Veríssimo da
Costa, O património português visto pelos viajantes estrangeiros na 2.ametade do século XVIII. Lisboa:
[s.n.], 2004. Dissertação de Mestrado; Castelo Branco Chaves (Apresentação, Tradução e notas) - Portugal
nos séculos XVII & XVIII. Quatro Testemunhos. Lisboa: Lisóptima, 1989; Idem (Tradução, prefácio e
notas), O Portugal de D. João V visto por três forasteiros, Lisboa, Biblioteca Nacional, 1983; Charles
Dumouriez, O Reino de Portugal em 1766. Lisboa: Caleidoscópio, 2007; Giuseppe Baretti, Cartas de
Portugal (traduzidas, prefaciadas e anotadas por Maria Eugénia de Montalvão Freitas Ponce de Leão).
Coimbra: Imprensa de Coimbra, 1970; Thomas Cox e Cox Macro, Relação do Reino de Portugal (1701).
Lisboa: Biblioteca Nacional, 2007; Giuseppe Gorani, Portugal. A Corte e o País nos anos de 1765 a 1767
(tradução, prefácio e notas de Castelo-Branco Chaves). Lisboa: Lisóptima Edições, 1989; Jacome Ratton,
Recordações de Jacome Ratton sobre ocorrências do seu tempo em Portugal de Maio de 1747 a Setembro
de 1810. Lisboa: Fenda Edições, 2007; James Murphy, Viagens em Portugal (tradução, prefácio e notas de
Castelo Branco Chaves). Lisboa: Livros Horizonte, 1988; Johan Brelin, De passagem pelo Brasil e
Pág. 9
Os Puritanos
Esta será também a realidade das fontes biográficas e epistolares escritas por
portugueses. Numa das cartas enviadas ao seu marido, o morgado de Mateus que se
encontrava no Brasil, D. Leonor de Portugal refere que «me parece que se não venho, isto
digo só a Dom Luís (rasgue esta logo), se não efectuava o casamento»34, o que nos
evidencia uma importante característica deste tipo de fontes: até que ponto não estaremos
na presença de uma forma de construção de memória história, reconhecendo apenas a
história que os seus autores quiseram perpetuar, rasgando assim dos anais da História os
factos tal como os verdadeiramente observavam?
Portugal em 1756por Johan Brelin (tradução do original sueco por Carlos Pericão de Almeida e introdução
e comentário de Nils Hedberg). Lisboa: «Casa Portuguesa», 1955; Heinrich Friedrich Link, Notas de uma
viagem a Portugal e através de França e Espanha (tradução, introdução e notas de Fernando Clara). Lisboa:
Biblioteca Nacional, 2005; Pietro Francesco Viganego - Ao serviço secreto da França na Corte de D. João
V (introdução, tradução e notas de Fernando de Morais do Rosário e prefácio de Joaquim Veríssimo Serrão).
Lisboa: Lisóptima Edições - Biblioteca Nacional, 1994; William Beckford - Diário de William Beckford
em Portugal e Espanha (introdução e notas de Boyd Alexander e tradução e prefácio de João Gaspar
Simões). Lisboa: Biblioteca Nacional, 1983; Edgar Prestage - «Memórias sôbre Portugal no reinado de D.
Pedro II». In Separata do Arquivo Histórico de Portugal, Lisboa, 1935.
31 Castelo Branco Chaves, Os livros de viagens em Portugal no Século XVIII e a sua projecção europeia.
Lisboa: Biblioteca Breve - Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1987, p. 13.
32 Nuno Gonçalo Monteiro, Meu pai e senhor muito do meu coração. Lisboa: ICS-Quetzal Editores, 2000,
p. 11.
33 Pedro Cardim, «A Casa Real e os órgãos centrais de governo no Portugal da segunda metade de
Siescentos». In Tempo: Rio de Janeiro, n. 13, [s.n.], p. 160.
34 Heloísa Liberalli Bellotto (transcrição, introdução e notas) - Nem o Tempo nem a Distância.
Correspondência entre o 4.°Morgado de Mateus e sua mulher, D. Leonor de Portugal (1757-1798). Lisboa:
Alêtheia Editores, 2007, p. 293.
Pág. 10
Introdução
Uma das maiores limitações que sentimos relativamente às fontes manuscritas foi
a qualidade da caligrafia. Nos 23 volumes de correspondência do marquês de Alegrete
para o seu irmão, o conde de Tarouca, relativos ao período de 1710-1733, foram muitos
os momentos em que nos deparámos com folhas inundadas de palavras imperceptíveis.
Se o desabafo do marquês ao irmão, de 11 de Setembro de 1730, citado em epígrafe,
permite uma documentação factual desta dificuldade, a riqueza dos temas tratados e das
opiniões defendidas alimentam a frustração das limitações que sentimos na sua análise.
Pág. 11
Os Puritanos
com o nome Puritanismo (incluindo também a legislação de 1773 que consagra o fim da
distinção entre cristãos-velhos e cristãos-novos), cujos 10 documentos correspondem aos
dez primeiros documentos que encontramos no arquivo dos Condes de Linhares, este
representando um compêndio de leis bem mais extenso43.
Estado da Arte
43 Também será apenas neste compêndio que encontraremos todos os Termos em execução do Alvará de
Lei, encontrando nos outros dois apenas o do conde de Vilar Maior e a referência à existência de mais
quatro.
44 Jacques Revel, A invenção da sociedade. Lisboa: DIFEL - Difusão Editorial, 1990, p. 27.
45 Nuno Gonçalo Monteiro - O C repúsculo., pp. 129-141.
46 Isabel Cluny, O Conde de Tarouca e a Diplomacia na Epoca Moderna. Lisboa: Livros Horizonte, 2006.
47 João de Figueirôa-Rêgo, «A honta alheia por um fio». Os estatutos de limpeza de sangue nos espaços de
expressão ibérica (sécs. XVI-XVIII). [Lisboa]: Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação para a Ciência e
Tecnologia, 2011.
48 Pedro Urbano, A Casa de Palmela. Lisboa: Livros Horizonte, 2008.
49 Maria de Fátima Bonifácio, Memórias do Duque de Palmela. [Lisboa]: Publicações Dom Quixote, 2011.
50 Jorge Pedreira e Fernando Dores Costa, D. João VI. [s.l.]: Temas & Debates, 2009.
Pág. 12
Introdução
51 Esta é a descrição que encontramos em Jaime Cortesão, in Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid,
Parte I, Tomo I (1695-1735). Rio de Janeiro: Ministério das Relações Exteriores, Instituto Rio-Branco,
[s.n.], p. 81, reproduzida ipsis verbis em Vitorino Magalhães Godinho, Estrutura da Antiga Sociedade
Portuguesa. Lisboa: Arcádia, 1980, pp. 214-215.
52 J. Lúcio de Azevedo, História dos Cristãos-Novos Portugueses. Lisboa: Clássica Editora, 1989.
Interessante é, no entanto, o facto de o grupo de os Puritanos não vir referido noutras obras suas,
nomeadamente in O Marquês de Pombal e a sua Epoca. Lisboa: Alfarrábio, 2009.
53 Ayres de Sá, «Dois livros contra o vôo das águias», in Anais das Bibliotecas e Arquivos, vol. VII, n. 25
28, 1926, pp. 56-76.
54 Importa referir que, já em 1940, o Pe. Carlos da Silva Tarouca fazia referência ao trabalho de Ayres de
Sá, in «História da Raça. História da Família», in Separata da Revista «Brotéria», Lisboa, Vol. XXX,
Fascículos 1 e 2, 1940.
55 A título de exemplo: Emílio Manuel da Silva Corrêa, Judaísmo e Judeus na Legislação Portuguesa. Da
Medievalidade à Contemporaneidade. Lisboa: [s.n.], 2012. Dissertação de Mestrado; Giuseppe Marcocci
Pág. 13
Os Puritanos
e José Pedro Paiva, História da Inquisição Portuguesa (1536-1821). Lisboa: A Esfera dos Livros, 2013;
Jorge Martins, O Senhor Roubado. A Inquisição e a Questão Judaica. Lisboa: Europress, 2002; Idem,
Portugal e os Judeus, Vol. I. Lisboa: Nova Vega, 2010; Maria Idalina Resina Rodrigues, «Literatura e Anti-
Semitismo. Séculos XVI e XVII». In Separata da Revista Brotéria. Lisboa: [s.n.], 1979.
56 Cujos trabalhos mais relevantes serão os de João de Figueirôa-Rêgo, «A honta alheia...»; Fernanda
Olival, As Ordens Militares e o Estado Moderno: honra, mercê e venalidade em Portugal (1641-1789).
Lisboa: Estar, 2001; e Ana Isabel López-Salazar, Fernanda Olival e João de Figueirôa-Rêgo (coord.) -
Honra e Sociedade no mundo ibérico e ultramarino: Inquisição e Ordens Militares - séculos XVI-XIX.
Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2013.
57 Para além do já referido e citado trabalho de Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., referimos ainda,
do mesmo autor, Elites e p o d e r ., e D. José. Na sombra de Pombal. [Lisboa]: Temas e Debates, 2008, não
esquecendo Mafalda Soares da Cunha, A Casa de Bragança (1560-1640). Práticas senhoriais e redes
clientelares. Lisboa: Editorial Estampa, 2000, e Carlos da Silva Lopes, «Ensaio sobre a Nobreza
Portugueza», In Separata da «Nação Portuguesa», Série V (1929), Lisboa, bem como as principais
biografias publicadas dos reis de Portugal que tão bem desenvolvem a temática da sua relação com a
aristocracia, nomeadamente: Luís Adão da Fonseca, D. João II. [Lisboa]: Temas e Debates, 2011; João
Paulo Oliveira e Costa, D. Manuel I (1469-1521). Um Príncipe do Renascimento. [Lisboa]: Temas e
Debates, 2011; Ana Isabel Buescu, D. João III (1502-1557). Lisboa: Temas e Debates, 2008; António de
Oliveira, D. Filipe III (1605-1665). [Lisboa]: Temas & Debates, 2008; Leonor Freire Costa e Mafalda
Soares da Cunha, D. João IV. Lisboa: Temas e Debates, 2008; Maria Paula Marçal Lourenço, D. Pedro II.
O Pacífico (1648-1706). [Lisboa]: Temas e Debates, 2009; Paulo Drumond Braga, D. Pedro II - Uma
Biografia. Lisboa: Tribuna da História, 2006; Angela Barreto Xavier e Pedro Cardim, D. Afonso VI:
[Lisboa]: Temas e Debates, 2008; Maria Beatriz Nizza da Silva, D. João V. [Lisboa]: Temas e Debates,
2009; Mário Domingues, D. João V, o homem e a sua época. Lisboa: Prefácio, 2005; e Luís de Oliveira,
D. Maria I. [Lisboa]: Temas e Debates, 2010.
58 Carlos da Silva Tarouca: «História da R a ç a .» ; - «A colecção Aguilar no Arquivo Tarouca. Cartas
inéditas de D. João II, D. Manuel, D. João III, Vasco da Gama, Tristão da Cunha». In Separata da Revista
«Brotéria», Vol. XXXIV, Fasc. 3 (1942), Lisboa; «Conselhos dum Ministro de D. Pedro II para seu filho,
Reitor da Universidade de Coimbra». In Separata da Revista «Brotéria», Vol. XXXVI, Fasc. 5 (1943),
Lisboa; «Os «Livros Genealógicos» de Diogo Gomes de Figueiredo. General da Artilharia, +1684». In
Separata da Revista «Brotéria», Vol. XLII, Fasc. 6 (1946), Lisboa; «A «Magna Charta» da história de
Tarouca (séculos XV-XVII)». In Separata da Revista «Brotéria», Vol. XLVI, Fasc. 6 (1948), Lisboa; e «O
Alferes-mor da Restauração». In Separata da Revista «Brotéria», Vol. XXXI, Fasc. VI. Lisboa: [s.e.], 1940
59 Para além dos que referiremos ao longo do trabalho, cumpre-nos evidenciar as quatro obras de referência
relativas à História de Portugal consultadas: João José Alves Dias (coord.), «Do Renascimento à...»;
António Manuel Hespanha (coord.), «O Antigo Regime (1620-1807)», Vol. 4 da História de Portugal (dir.
de José Mattoso). [Lisboa]: Editorial Estampa, 1998; Nuno Gonçalo Monteiro (coord.), «A Idade
Moderna», Vol. 3 da História da Vida Privada em Portugal (dir. de José Mattoso). [Lisboa]: Temas e
Debates, 2011; e Rui Ramos (coord.), Bernardo Vasconcelos e Sousa e Nuno Gonçalo Monteiro, História
de Portugal. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2012.
60 Para além da já referida obra de J. Lúcio de Azevedo, analisámos Augustina Bessa-Luís, Sebastião José.
Lisboa: Guimarães Editores, 2003; Mário Domingues, Marquês de Pombal - o Homem e a Sua Epoca.
Lisboa: Prefácio, 2002; António Leite, «A Ideologia Pombalina». In Separata da Revista Brotéria, Vol.
Pág. 14
Introdução
Assim, julgamos poder concluir que o Estado da Arte relativo aos Puritanos
assenta, sobretudo, no capítulo que Nuno Monteiro dedica ao tema, salientando que,
apesar de não o desenvolver aprofundadamente, apresenta a maior parte das fontes a que
fizemos referência anteriormente, intuindo, a partir delas, aquela que seria a realidade do
grupo. Não será, então, de estranhar, que a presente dissertação acabe, necessariamente,
por estabelecer uma ponte com o trabalho desenvolvido por Monteiro, até porque surgem,
desde logo, como perguntas naturais da sua leitura: quem eram, qual a sua origem e como
se relacionavam os Puritanos com as demais Casas aristocráticas?
114, Fasc. 5-6 (1982), Lisboa; António Lopes, Enigma Pombal. Lisboa: Roma Editora, 2002; Rui Manuel
de Figueiredo Marques, A Legislação Pombalina. Alguns aspectos fundamentais. [Lisboa]: Almedina,
2006; Kenneth Maxwell, O Marquês de Pombal. Lisboa: Editorial Presença, 2004; e Joaquim Veríssimo
Serrão, O Marquês de Pombal. O Homem, o Diplomata e o Estadista. Lisboa: [s.n.], 1987, apenas
encontrando referências directas a este grupo no trabalho de Maxwell.
61 Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., p. 141.
Pág. 15
Pa r t e 1 - Co m p o s i ç ã o do Lu g a r
- §-
No caso português, e para o período em apreço, a Corte deverá ser entendida como
um espaço em construção e que foi assumindo, ao longo do período, diferentes
configurações, não podendo ser esquecida a dimensão «polissémica» do termo,
«apresentando uma semântica algo imprecisa, sobretudo no que diz respeito aos limites
do universo social e institucional a que se reportava»66. De uma forma mais recorrente
62 D. Afonso VI, após ter sido afastado do trono, a D. Francisco de Sousa, cit. in Angela Barreto Xavier e
Pedro Cardim, D. Afonso VI, . , p. 287.
63 Norbert Elias, A Sociedade., p. 19-40.
64 Las Siete Partidas del Rey Don Alfonso el Sabio, cotejadas con varios codices antiguos por la Real
Academia de la Historia. Madrid: Imprensa Real, 1807, II, t.° 9, lei 27.
65 Jorge Osório «Erasmo, cortesia e piedade». In Espiritualidade e Corte em Portugal: Séculos X V Ia XVIII
(Anexo V da Revista da Faculdade de Letras). Porto: Instituto de Cultura Portuguesa, 1993, p. 9.
66 Pedro Cardim, «A Casa Real e os órgãos centrais de governo no Portugal da segunda metade de
seiscentos». In Tempo, Rio de Janeiro, n.° 13, p. 17.
Pág. 17
Os Puritanos
deste o reinado de D. Manuel67, mas oficialmente desde o de seu filho, o rei D. João III,
a Corte é Lisboa e Lisboa é a Corte68, o que pode ser confirmado não apenas pelo facto
de o presidente da Câmara do Senado de Lisboa ser considerado um ofício do “governo
do reino” de nomeação régia mas, sobretudo, pelo facto de a maior parte da nobreza viver
na cidade, num movimento que não pode ser perfeitamente datado, mas ainda assim
anterior à Restauração (1640)69, mas que desde então levou a que Lisboa devesse ser
entendida também enquanto sinónimo de Corte.
Assim a Corte poderá ser entendida como um espaço social, caracterizada por um
conjunto de forças em interacção, capazes de produzir relações geradoras de consensos e
conflitos, enquadradas numa realidade que, não as domando totalmente, as foi
domesticando, numa concepção corporativa da sociedade que tinha à cabeça o rei, que já
não era, como na época medieval, um primus inter pares, mas sim um senhor dos
senhores70, epicentro de todas as relações de Corte, mas ainda do seu espaço e das suas
emoções. É por mimetismo que a Corte se revela através do seu rei, o que, para um
período tão extenso de análise, deverá alertar para as alterações naturais que um novo rei
introduz numa dinâmica de Corte. Já no princípio do reinado de D. João III, ainda no
século XVI, dizia o pai de Luís da Silveira a seu filho, depois de informado da sua missão
diplomática a Madrid, «tolo aonde vas»71, num claro entendimento que a estima e
consideração do rei se promoviam exclusivamente na Corte. Mais ainda, e resultante do
trabalho desenvolvido por Senos, podemos acrescentar que a própria organização do
espaço cortesão durante o Antigo Regime observou estes mesmos princípios, tornando o
acesso à pessoa real o bem simbólico mais ambicionado numa Corte - e aquele que
67 De acordo com Joana Almeida Troni, «foi também neste reinado [D. Manuel I] que se determinou que a
Corte ficava sedeada em Lisboa, passando a cidade a estar associada à «caput regni» e começando a ser
visível na documentação coeva de século XVI esta ligação entre Lisboa e Corte.». In A Casa Real
Portuguesa ao Tempo de D. Pedro II (1668-1706). Lisboa: [s.n.], 2012. Tese de Doutoramento em História
Moderna, p. 47.
68 Ana Isabel Buescu, D. João I I I . , p. 20. Já Luís de Camões escreve sobre Lisboa que “Cabeça sou, &
throno soberano do bellicoso Reyno Lusitano”, Os Lusíadas, [...], Cant. 3.°, 8.a, 26, frase que foi
aproveitada, aquando das festas do casamento do rei D. Afonso VI, para ser exibida num arco triunfal
levantado na cidade de Lisboa a 29 de Agosto de 1666, fazendo referência à mesma cidade, cf. Angela
Xavier, Pedro Cardim e Fernando Bouza Alvarez, Festas que se fizeram pelo casamento do rei D. Afonso
VI. Lisboa: Quetzal Editores, 1996, p. 101.
69 Joana Almeida Troni refere que «Em 1640, Lisboa voltou a ser Corte», In A Casa R e a l., p. 15. Mafalda
Soares da Cunha e Nuno Gonçalo Monteiro referem ainda que «no final da Guerra da Restauração, por
volta de 1670, todos os titulares e a esmagadora maioria dos senhores de terras e demais primeira nobreza
residiam em Lisboa», cf. «As Grandes Casas». In Nuno Gonçalo Monteiro (coord.), A Id a d e ., p. 207.
70 José Adelino Maltez, «O Estado e a s . » , p. 386.
71 Anedotas Portuguesas e memórias biográficas da corte quinhentista (introdução de Christopher C.
Lund). Coimbra: Livraria Almedina, 1980, p. 72.
Pág. 18
Parte 1 - Composição do Lugar
Assim, e mais do que de uma não distinção entre um espaço público e um espaço
privado da pessoa régia, podemos falar de espaços de acesso exclusivo que definem
hierarquias e estimas pessoais do monarca, sem no entanto podermos esquecer que os
mesmos continuavam a ser espaços onde as questões de governo do reino eram tratados
a um nível indiscutivelmente exclusivo, mas que obrigavam a um entendimento público
de qualquer concepção de espaço privado, tal como o concebemos hoje em dia75. Também
para Madureira, e não apenas para a realidade do palácio real, a nova arquitectura
palaciana segue um modelo de «círculos concêntricos de privacidade»76, definindo
diferentes graduações de intimidade com o monarca, ou senhor da casa, «certamente
ligada a uma maior variedade de divisões e especializações funcionais»77, mas também
com um carácter eminentemente social78.
Nos seus consensos e conflitos, a Corte reage ao príncipe, no que poderá ser
entendido como uma reacção mimética à pessoa do rei, cujos constrangimentos causados
por um constante escrutínio público das suas acções vai promovendo, no acesso à sua
pessoa, um exclusivismo capaz de alterar, como vimos, a própria organização do espaço
Pág. 19
Os Puritanos
físico (habitat, para utilizarmos a expressão de Elias) em que se insere. Não obstante a
observação de dois critérios, a moral e o poder, enquanto os grandes geradores dos
consensos e conflitos referidos acima, o Antigo Regime demonstra ser um período onde
os elementos de continuidade são mais frequentes do que os de ruptura e onde,
principalmente, o conflito é entendido como a reacção a elementos de ruptura e não como
potenciador dos mesmos.
Pág. 20
Parte 1 - Composição do Lugar
Também releva lembrar que esta realidade não foi estanque nem transversal ao
longo do período de análise e que oscilou entre períodos em que a Corte tentou moldar o
seu centro e de uma maior fragilidade da coroa, como foram os tempos iniciais do reinado
de D. João IV e de D. Pedro II e, claro, a deposição de dois reis, Filipe IV de Espanha e
D. Afonso VI, e entre períodos de clara afirmação do poder real face à sua Corte a partir
do final do reinado de D. Pedro II e nos reinados de D. João V e D. José, altura em que
se poderá falar de um poder central efectivo, independentemente do nome que se lhe dê.
Pág. 21
Os Puritanos
88 Cavaleiro de Oliveira, Cartas inéditas (1739-1741). Coimbra: Publicadas por A. Gonçalves Rodrigues,
1942, p. 146.
89 Pedro Cardim, O poder dos afectos. Ordem amorosa e dinâmica política no Portugal do Antigo Regime.
Lisboa: [s.n], 2000. Tese de Doutoramento, p. 16
90 Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura, vol. 3, Lisboa/ São Paulo: Editorial Verbo, 1998.
Entrada: Aristocracia.
Pág. 22
Parte 1 - Composição do Lugar
numa outra forma de governo, que dele depende ou no qual se apoia, o que deu origem a
expressões como “nobreza aristocratizada” ou “aristocracia de corte”.
Conforme refere Nuno Monteiro, nos finais do Antigo Regime, e para a realidade
portuguesa, quando se fala de nobreza ou fidalguia, enquanto grupo, designam-se
exclusivamente os titulares, esclarecendo que «a nobreza, em geral, não constituía um
grupo corporativo com uma identidade forte, como a que eventualmente poderá ter
constituído a fidalguia no início do período moderno, pois foi sendo decisivamente
enfraquecida por um duplo processo de mutação: alargamento das fronteiras na base e
contracção do topo com a constituição da elite dos Grandes, através dos títulos e
distinções da monarquia»91. Ainda assim importa referir que o exclusivismo deste grupo
foi sendo desenhado durante o período em análise e que a titulação nobiliárquica, bem
como a distinção que alguns ofícios palatinos (entendidos numa óptica quasi vincular92)
conferiram a algumas famílias não titulares da 1 a nobreza de Corte, foram um factor de
distinção entre os demais membros da pequena e média nobreza, reduzindo o grupo a
meia centena de casas titulares e a mais uma dezena de casas de 1.a nobreza de Corte93,
fenómeno denominado cristalização.
Pág. 23
Os Puritanos
Neste processo, que resultou na criação de uma elite cortesã, ou de uma nobreza
aristocratizada, cujo acesso privilegiado ao rei lhe permitiu, como refere Rudé, «exercer
uma desproporcionada influência sobre a vida dos seus próximos, quer na condição de
governantes, magistrados ou grandes proprietários, monopolizando os altos cargos do
Exército, da Igreja e do Estado, quer simplesmente pelo seu modo de viver ou estar na
95 Em estrito paralelo com a sociedade inglesa da Gentry e dos gentlemen e dos plebs e nobodies.
96 Peter Laslett, «A O ne-C lass.», p. 196.
97 Expressão que, de acordo com Mafalda Soares da Cunha e Nuno Gonçalo Monteiro, ganhou «ampla
difusão» após a Restauração para designar «a principal elite da nova dinastia dos Braganças, parte dela
recrutada nos restauradores, outra mais antiga ou com diversas proveniências», in «As grandes casas» . ,
p. 207.
98 Se é verdade que tal seria já uma característica natural de uma corte, sabemos, de acordo com Pedro
Cardim, que «em meados de quinhentos boa parte da nobreza portugueza continuava a manter as suas
residências espalhadas pelo reino, não encarando a morada do rei de Portugal como um lugar aonde tinham
necessariamente de acorrer», in «A corte ré g ia . », p. 324.
Pág. 24
Parte 1 - Composição do Lugar
vida»99, a aristocracia surge, conforme vimos, como uma ordem (ou “classe”) social que
repartia, em alguns casos, o poder com a monarquia, criando por vezes «situações de
equilíbrio instável entre ambas as forças»100.
99 George Rudé, A Europa no Século XVIII. A Aristocracia e o Desafio Burguês. Lisboa: Gradiva, 1988, p.
111.
100 Ibidem. Ideia também desenvolvida, para o exemplo português, em Nuno Gonçalo Monteiro, «Poder
Senhorial, Estatuto Nobiliárquico e Aristocracia». In António Manuel Hespanha (coord.), «O Antigo
R e g im e » ., p. 301.
101 Facto referido, nomeadamente, por um “comentador” político no tempo de D. Pedro II que referia que
«Hoje ninguém se contenta com que o escudeiro se faça fidalgo, e o fidalgo ordinário melhorar-se à primeira
nobreza, mas sim que todos querem ser príncipes contra a vontade de Deus, que não lhes deu esse
nascimento, e contra as leis do reino, que não permitem que os homens cresçam com tanta desproporção.
Deve Vossa Alteza atalhar essas demasias como a maior ruína das repúblicas, fazendo estar cada um dentro
dos limites da sua esfera». ANTT, S. Vicente, Ms. 12, fols. 652-653, Junta sobre a obtenção de meios
extraordinários, Lisboa, 8/I/1683, cit. in Rafael Valladares, A Independência de Portugal. Guerra e
Restauração 1640-1680. [Liaboa]: A Esfera dos Livros, 2006, p.
102 O que não deverá ser, de todo, desvalorizado num século em que se assistiu, em Portugal, a duas
deposições de reis por parte da aristocracia portuguesa.
103 Nuno Gonçalo Monteiro, Elites e Poder..., pp. 144-146.
Pág. 25
Os Puritanos
Mas não seria esta a única característica identificadora do ethos aristocrático, para
utilizarmos o conceito de Monteiro que o “identifica [como sendo] um «sistema de
disposições incorporadas» legado por anteriores gerações, mas constantemente
potenciado e redefinido no contexto das práticas sociais para as quais se orienta”104, ou
seja, o modus operandi e o modus vivendi de um grupo social que, em muito, o orienta e
o define em termos de modelos de relacionamento e comportamento, devendo ainda ser
referidos a Casa, a liberalidade régia e o endividamento enquanto os pontos fundamentais
de análise da aristocracia portuguesa105, sendo a transversalidade deste modelo comum a
todos os que pertenciam a este grupo porque, conforme refere Elias, estamos «na presença
de um sistema social de ordens e valores a cujas exigências ninguém pode fugir, sob pena
de renunciar ao convívio com os seus semelhantes, de deixar de pertencer ao grupo
enquanto tal.»106
Importa ainda referir que o ethos da aristocracia de Corte do Antigo Regime era
também fortemente marcado pelo seu acesso a determinados direitos relativamente
exclusivos (privilégios), que operavam na sociedade como factores de distinção
susceptíveis de produzir desigualdades e de criar estruturas e hierarquias sociais, o que,
segundo Monteiro, estabeleciam a consagração de uma «taxonomia institucionalizada,
legitimada pela tradição» que «constituía o quadro de estruturação dos grupos sociais»107.
Berger acrescenta que os privilégios, bem como o poder e o prestígio, existem não apenas
enquanto factor de distinção susceptível de estratificação e hierarquização, mas ainda
como as principais recompensas da posição social108.
Pág. 26
Parte 1 - Composição do Lugar
109 Roland Mousnier, As Hierarquias Sociais. Lisboa: Publicações Europa-América, 1974, pp. 12-13.
110 Nuno Gonçalo Monteiro, Elites e P o d e r., p.89.
111 De acordo com as Ordenações Filipinas, liv. IV, t.C., n.° 5, cit. in Ibidem, p. 93.
112 Norbert Elias, A Sociedade., p. 42.
113 Johan Brelin, De passagem p e lo ., p. 116.
Pág. 27
Os Puritanos
Pág. 28
Parte 1 - Composição do Lugar
Pág. 29
Os Puritanos
de qualquer mácula 1 2 2 . Verdade é que, não obstante os inúmeros tratados sobre pureza,
tanto de sangue como de linhagem, qualquer tentativa de uma abordagem linear e cabal
- ou até científica - desta realidade, sairá naturalmente frustrada, porque até a simples
assunção de que qualquer nobre seria, necessariamente, de puro-sangue (ou cristão-velho,
para utilizarmos a linguagem coeva) vem ser posta em causa no auge da adesão ao
puritanismo, tema central do presente estudo. Não obstante a constatação desta realidade
ao mesmo tempo complexa e desafiante, avançamos com as duas definições que mais se
encontram na literatura coeva sobre os mesmos puritanismos. Assim, a pureza de sangue
foi recorrentemente descrita utilizando uma fórmula comum similar a «sem raça de
mouro, judeu ou gente novamente convertida à nossa Santa Fé, e sem fama em
contrário»123 e a de nobreza, essencialmente baseada no princípio de que um nobre é
aquele que não tem qualquer ofício mecânico, assente no reconhecimento de que se
viveria à lei da nobreza, com bestas e criados, textos amplamente reproduzidos em
nobiliários e genealogias, mas apenas capazes de garantir o enquadramento na franja
muito duvidosa que separava os nobres do povo: para o desvanecimento desta
circunstância por vezes cinzenta, apenas uma ascendência de nobres cristãos-velhos
conhecidos que confirmasse inequivocamente uma origem pura e antiga da linhagem.
122 E por isso limpo, motivo pelo qual encontramos, indistintamente, a utilização dos termos limpeza e
pureza significando, na maior parte das vezes, o mesmo.
123 Reproduzimos o texto constante do regimento do Tribunal do Santo Ofício, de 1640, o primeiro a conter
uma menção a questões de pureza de sangue, cit. in Bruno Feitler, «Hierarquias e mobilidade na carreira
inquisitorial portuguesa: critérios de promoção». In Ana Isabel López-Salazar [et al.], Honra e Sociedade.,
p. 115.
Pág. 30
Parte 1 - Composição do Lugar
Pág. 31
Os Puritanos
É esta imagem de uma linhagem real que continuamente, ao longo do século XVI,
se empenha em garantir a sua supremacia face à nobreza do reino, que nos permite,
posteriormente, perceber que os séculos XVII e XVIII, não obstante todos os
constrangimentos de ordem política aos quais estiveram expostos os monarcas, foram
marcados por uma indiscutível centralização do poder político na pessoa do rei e que,
mesmo em momentos marcadamente aristocráticos, a legitimidade da acção de governo
da aristocracia foi sempre garantida pela pessoa real.
Pág. 32
Parte 1 - Composição do Lugar
no entanto, e de acordo com Oliveira133, para outros dois tipos de nobreza, a natural e a
civil, ambas resultado de uma “conquista” (ou recompensa de um esforço) e, a primeira,
assente numa linhagem.
Mas como refere Olival no seu grande estudo sobre os ingressos na Ordens
Militares Religiosas que julgamos poder ser, na sua essência, transponível para os demais
ingressos em instituições como o Tribunal do Santo Ofício, as Universidades, as
Misericórdias e grande parte das Confrarias, «as exigências [do ingresso] eram grandes
para todos os que eram alvo de inquérito: pureza de sangue, o que implicava não
descender de judeus, cristãos-novos e mouros; limpeza de ofícios, isto é não ter ofício
manual; nobreza, ou por outras palavras, ter um estilo de vida reputado como tal; não ser
herege, nem ter cometido crimes de lesa-majestade; não provir de gentios ou de
mulatos»135, sendo que aquele que maior influência teve na sociedade portuguesa do
Antigo Regime e que motivou muitos a sujeitarem-se ao processo de provanças como
133 Luiz da Silva Pereira de Oliveira, Privilegios da Nobreza, e Fidalguia de Portugal. Lisboa: Officina de
João Rodrigues Neves, 1806, pp. 1-14.
134 Fernanda Olival, As ordens M ilitares., p. 56, para o caso das Ordens Militares Religiosas.
135 Ibidem, p. 164.
Pág. 33
Os Puritanos
forma de atestar, antes de mais a sua qualidade136, foi a questão da limpeza de sangue157.
Pág. 34
Parte 1 - Composição do Lugar
memória colectiva ficou bem vincada uma imagem de uma conversão forçada e, por isso,
não verdadeira, permitindo-nos enquadrar a referência à fama ou reputação em todos os
estatutos de limpeza de sangue que vão povoar os acessos às principais instituições do
Portugal Moderno, tornando claro o entendimento de que os termos cristãos-novos,
homens de nação, gentes da nação hebraica, entre tantos outros, queriam dizer única e
exclusivamente judeus140.
Verdade é o facto de, entre os finais do século XVI e os princípios do século XVII,
os estatutos de limpeza de sangue terem assumido uma relevância face aos de mecânica,
contrariando o que se verificava no passado uma vez que parte da elite aristocrática
descendia, por bastardias reais, de judias, temendo sobretudo a ascensão de classes como
a dos letrados que podiam comprometer o seu acesso quase exclusivo aos ofícios maiores
do reino141, sendo disso exemplo a instituição dos estatutos de limpeza de sangue, por
exemplo, em 1577, na Misericórdia de Lisboa, em 1602 nas habilitações para a
magistratura142 e, finalmente, no Regimento da Inquisição de 1640, relativamente aos
ministros inquisitoriais143.
«contaminación», pero a mi juicio sería más acertado hablar de integración. El matrimonio se concibe así
como la variable más sociológica de la población, puesto que entran en juego decisiones e intereses
particulares, determinadas estrategias culturales, sociales, patrimoniales, de parentesco, etc. encaminadas,
sobre todo, a la estabilidad y seguridad social.». In «Matrimonio versus ‘Estatutos de Limpieza de Sangre’
en la Espana Moderna». In Hispania Sacra, LXI, 123 (2009), pp. 106.
140 Juan Ignacio Pulido, Judeus e Inquisição no tempo dos Filipes. Lisboa: Campo da Comunicação, 2007,
p. 23.
141 João de Figueirôa-Rêgo, A honra a lh e ia ., p. 47.
142 Rui Ramos [et. al.], História d e . , p. 240.
143 Bruno Feitler, «Hierarquias e mobilidade na carreira inquisitorial portuguesa: critérios de promoção».
In Ana Isabel López-Salazar [et al.], Honra e Sociedade., p. 115.
144 Rui Ramos [et. al.], História d e . , pp. 288-289.
145 António de Oliveira, Movimentos Sociais e Poder em Portugal no Século XVII. Coimbra: Instituto de
História Económica e Social da Faculdade de Letras de Coimbra, 2002, p. 329.
Pág. 35
Os Puritanos
Pág. 36
Parte 1 - Composição do Lugar
Pág. 37
Os Puritanos
Talvez por isso seja mais intuitiva a identificação de um grupo como o dos Puritanos com
o de uma sociedade de castas onde «a pureza religiosa provém da pureza do sangue [e] o
pertencer a uma casta é uma questão de raça»157, apesar de não podermos ir muito além
da identificação uma vez que «o sistema de castas não é um mecanismo»158 e como
sabemos os Puritanos foram acusados pelo marquês de Pombal de que «não só se
arrogarão pureza para si, mas tambem espiatorio para outros, de sorte que todos os que
casavão nellas [Casas puritanas], ficavão tambem Puritanos, sem macula alguma, se os
defeitos que antes lhe attribuirão, erão de natureza, que permitisse esconderem-se na
escuridade dos princípios donde se derivavão, havendo destas expiações conhecidos
exemplos»159. Assim, e não seremos os primeiros a propô-lo, mais do que um sistema de
castas, podemos falar de um grupo cuja reprodução social se encontra orientada por um
princípio de casta160, mais constante no discurso do que na prática e que continua a ser
muito influenciada por uma matriz vincadamente aristocrática e muito condicionada pela
sua filial relação com o príncipe.
Com base nos principais relatos destes estrangeiros162, é a experiência da fé, pelos
portugueses, a característica mais comummente referida, acentuando, no entanto, que esta
religiosidade é superficial, fanática, supersticiosa, escrupulosa e violenta, sendo Gorani o
mais pertinaz ao identificar a contradição existente entre «os esforços empregados para
Pág. 38
Parte 1 - Composição do Lugar
Pág. 39
Os Puritanos
Ainda assim, sabemos que a questão da identidade foi sendo forjada tanto «pelas
alterações políticas» como pelos «conflitos com os castelhanos»171, salientando Sobral
que a realidade portuguesa apresenta ainda «uma forte homogeneidade e expulsou ou
integrou - com violência - há muitos séculos etnias minoritárias, como os mouros e os
judeus»172. Assim, permitimo-nos questionar se correntes como o lusitanismo e o
sebastianismo - enquanto óptica mística, profética e mitológica das origem e destino do
povo português como povo eleito -, aos quais poderíamos acrescentar os puritanismos
tratados no ponto anterior, não foram, para a aristocracia portuguesa, a concretização de
uma necessidade de identificação com um sentimento puramente português, através da
criação de mecanismos de garantia da pureza das sociedade e “raça” portuguesas, com
impactos visíveis tanto na imagem que deixavam nos estrangeiros que visitavam Portugal,
como na definição das políticas e estruturas endógenas.
Principiámos o presente ponto com uma frase atribuída ao 1.° conde do Prado, D.
Pedro de Sousa, onde este deixa transparecer que, não obstante ser a maior obrigação de
um chefe de uma família fidalga o engrandecimento da sua Casa, este não deverá ser
obtido à custa do empobrecimento da qualidade sua linhagem173, o que somado ao
crescente sentimento anti-judaico e a «uma política, com alguns resultados, destinada a
promover os casamentos mistos entre fidalgos portugueses e castelhanos e, ainda, a
171 José Manuel Sobral, «A formação das nações e o nacionalismo: os paradigmas explicativos e o caso
português». In Análise Social, vol. XXXVII (165) (2003), pp. 1108-1109.
172 Idem, «Nações e Nacionalismo. Algumas teorias recentes sobre a sua génese e persistência na Europa
(Ocidental) e o caso português». In Inforgeo, 11 (1996), p. 31.
173 Um paradigma que se perdeu, de alguma forma, com as conquistas ultramarinas, como defende Ivone
Correia Alves, Gamas e Condes da Vidigueira: percursos e genealogias. Lisboa: Edições Colibri, 2001, p.
159.
Pág. 40
Parte 1 - Composição do Lugar
deslocação de muitos fidalgos portugueses para Madrid»174 nos tempos dos Habsburgos,
não será difícil enquadrar a realidade portuguesa que sai da Restauração, principalmente
em relação à sua nobreza, como extremamente sequiosa de um paradigma capaz de
marcar uma identidade indiscutivelmente portuguesa e inegavelmente pura e de se
afirmar face à muita nobreza portuguesa que se aliou, neste tempo, aos castelhanos, tendo
inclusivamente muitos deles permanecido em Madrid. Também interessantes são as
conclusões de Monteiro quando analisa o grupo dos Puritanos e conclui que, longe de
serem a maior e mais graduada nobreza do reino, é sobretudo composta por Casas
aristocráticas recém tituladas que se conseguem destacar ao apoiarem D. João IV175.
Pág. 41
Pa r t e 2 - O s P u r i t a n o s
- §-
1. O Alvará Puritano
Pág. 43
Os Puritanos
principais ideias e conclusões aí defendidas. Este compêndio inclui não apenas o Alvará
de 5 de Outubro de 1768 (“Alvará”), mas também o Parecer do Conselho de Estado
(“Parecer ”) e a Consulta da Mesa do Desembargo do Paço que o precedeu (“ Consulta”),
datados, respectivamente, de 3 de Outubro e de 23 de Setembro de 1768, e ainda o Termo
que fez o conde de Vilar Maior (“ Termo” em execução do Alvará, datado de 11 de
Outubro do mesmo ano 178 .
178 Cf. Anexo 2. Doravante utilizaremos as referências a itálico, seguidas do número da página a que
respeitam, com base na versão de António Delgado da Silva (org.) - Supplem ento.
179 Angela Barreto Xavier e António Manuel Hespanha - «A Representação d a . , pp. 114-116.
180 Nuno Gonçalo Monteiro, D. J o s é ., pp. 9-12.
181 Rui Manuel de Figueiredo Marcos, A L egislação., p. 100.
182 Angela Barreto Xavier e António Manuel Hespanha, «A Representação d a . pp. 124-125. António Leite
defende também a ideia de «regalismo exacerbado», in António Leite, A Ideologia., p. 3.
Pág. 44
Parte 2 - Os Puritanos
Pág. 45
Os Puritanos
188 Consulta, p. 188. Nuno Gonçalo Monteiro refere ainda que esta fórmula se encontraria reproduzida
transversalmente na sociedade portuguesa, e que, a ser verdade, talvez o puritanismo exagerado se encontra
mais na forma da sua efectivação pelos responsáveis pela eleição do que, outra vez, da sua redacção. In
C repúsculo., p. 141.
189 Giuseppe Baretti, Cartas de P ortugal., p. 160.
190 José Seabra da Silva, Deducção Chronologica, e Analytica. Parte Primeira, na qual se manifestão pela
successiva serie de cada hum dos Reynados da Morarquia Portugueza, que decorrêrão desde o Governo
do Senhor Rey D. João III. até o presente, os horrorosos estragos, que a Companhia denominada de Jesus
fez em Portugal, e todos seus Dominios, por hum Plano, e Systema por ella inalteravelmente seguido desde
que entrou neste Reyno, até que foi delle proscripta, e expulsa pela justa, sabia, e providente Ley de 3. de
Setembro de 1759, 3 Volumes. Lisboa: Na Officina de Miguel Manescal da Costa, 1767-1768.
191 Consulta, p. 188. Na verdade são referidos mais três nomes, a saber: Mariana de Mendonça, Fernão
Teles da Silva e D. Manuel da Cunha, todos estes, no entanto, pela relação que tinham com o Pe. Nuno da
Cunha (respectivamente, irmã, cunhado e irmão).
192 Leia-se, por exemplo, Jonathan Wright, Os jesuítas: missões, mitos e histórias. Lisboa: Quetzal, 2005,
p. 16; Dauril Alden, The Making o f an Enterprise. The Society o f Jesus in Portugal, its Empire, and Beyond
1540-1750. Stanford: Stanford University Press, 1996, p. 229; ou Georg Schurhammer, Francisco Javier:
Pág. 46
Parte 2 - Os Puritanos
e fora dela - cedo instituiu o “saber estar” em Corteo parte integrante da formação de um
jesuíta, não obstante o facto, tão frequentemente observado, desse “saber estar” fazer já
parte da educação de muitos deles à data de entrada na Companhia. Um cunho
marcadamente aristocrático - que ganhou também uma dimensão aristocratizante - que
figuras como Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Francisco de Borja e Luís de Gonzaga,
só para referirmos alguns, vieram perpetuar.
Talvez por este motivo resulte pouco clara ou forçada a ideia defendida acima
sobre a existência de um Sinédrio Jesuítico, não obstante a influência inegável que a
Companhia teve no período em análise, transversal a toda a sociedade, e que vem bem
descrita pelo francês Teófilo Daupineaut quando refere, para o reinado de D. Pedro II,
que « C ’est donc sur troispersonnes que repose le gourvernement du Portugal, le Roy, le
Duc de Cadaval, et le Marquis d ’Allegrette; sans parler ici des Jésuites»195. Mas terá
sido, sem dúvida, a publicação dessa obra de referência no discurso anti-jesuítico da época
que levou à inclusão do nome do Padre jesuíta Nuno da Cunha no Alvará, quanto mais
su viday su tiempo, trad. Félix de Areitio Ariznabarreta... [et al.]. Bilbao: Mensajero, 1992, Vol. II, p. 201,
para o exemplo de Francisco Xavier.
193 Francisco Rodrigues (S.J.), História da Companhia de Jesus na Assistência de Portugal, 4 Tomos. Porto:
Livraria Apostolado da Imprensa, 1931-1944, pp. 509-510.
194 José Seabra da Silva, D edução., Divisão X, §. 395, p. 225.
195 Edgar Prestage, «Memórias s o b re . », p. 18.
Pág. 47
Os Puritanos
não fosse pela quantidade da sua correspondência e publicações que aparece enquanto
fundamento da teoria defendida por Pombal na mesma obra e, mais ainda, pela ligação
do Pe. Nuno da Cunha à Mouraria, um bastião do puritanismo 1 9 6 , tanto por ser a casa
onde terá nascido e onde cresceu, como enquanto cunhado que foi do primeiro conde de
Vilar Maior.
Mas o texto da Consulta consagra ainda outros ideais pombalinos que vão além
da mera oposição à acção da Companhia de Jesus em Portugal e no mundo, como o da
sujeição do príncipe à sua nobreza ou a promoção de uma nobreza enfraquecida incapaz
de cumprir a sua função de engrandecimento do “Estado” e do seu príncipe. Um ponto
também relevante no texto da Consulta é a assunção da prática do puritanismo -
«ordenada a semiar sizanias na mesma Nobreza, para levantar no meio della sedições, e
discórdias, e para denegri-la com injurias tão atrozes, e offensivas da paz publica de
Minha Corte, como da Magestade da Minha Corôa, da Authoridade do [sic] Meus
Tribunaes, e das causas por elles julgadas, cuja inviolavel observancia constitue hum dos
mais solidos fundamentos do socego dos Povos»197 - enquanto crime de lesa-majestade.
Se o texto da Consulta generaliza a acusação sobre a prática deste crime por todos os que
envolve na prática do puritanismo - jesuítas e Puritanos -, o Parecer, enquanto
documento de consulta do Conselho de Estado (que, acreditamos, ainda no tempo de
Pombal, seria mais permeável e sensível à questão dos Puritanos), não hesita em isentar
os actuais que «tem seguido o mesmo puritanismo com sinceridade, e boa fé por huma
geral preocupação, que achárão estabelecida», sugerindo que o crime cometido pelos seus
antepassados fosse remetido a um «profundo silêncio» e que a benignidade do rei se
manifestasse na manutenção, pelos actuais, das suas Casas, sujeita ao cumprimento do
estabelecido no Alvará. Já o Alvará opta por não elaborar a questão da manutenção da
prática do crime de lesa-majestade pelos actuais Puritanos (mantendo inalterável, no
entanto, todo o discurso anti-jesuítico), insistindo, sobretudo, na ideia sobre a prevalência
da vontade do príncipe sobre a sua nobreza e o quanto a prática do puritanismo atenta
contra a mesma, ordenando que se cumpram seis acções relativamente a esta questão,
entre elas: a obrigação de todos os Puritanos em idade de casar que o fizessem, no espaço
de quatro meses, fora do grupo, perdendo as suas Casas, caso não cumprissem esta
decisão, todos os bens da Coroa e Ordens de que dispunham; a elaboração de novos
196 Ideia que defenderemos adiante, mas que poderá ser confirmada por ser uma das Casas mais procuradas
para casamentos por outras, de acordo com Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., pp. 132-133.
197 Alvará, pp. 181-182.
Pág. 48
Parte 2 - Os Puritanos
198 Através da análise do compêndio de legislação presente em António Delgado da Silva (org.), Collecção
d a . , não conseguimos identificar a execução desta decisão resultante do Alvará que, sem dúvida, ajudaria
a uma mais clara associação deste compêndio de leis no fim da distinção entre cristãos-velhos e cristãos
novos.
199 Joaquim Veríssimo Serrão (ed.) - Uma R ela çã o ., p. 78.
200 Noticia dos Manuscriptos Pertencentes ao Direito Publico Externo Diplomatico de Portugal e á
Historia e Literatura do Mesmo Paiz que Existem na Bibliotheca Real de Paris e Outras da Mesma Capital,
e nos Archivos de França, examinados, e coligidos pelo Segundo Visconde de Santarém, Lisboa,
Typographia da Academia Real das Sciencias, 1827, pp. 60-64.
Pág. 49
Os Puritanos
aos portugueses em África»201. Este é, então, o mote para que, em nota de rodapé,
introduza a parte deste documento relativa ao f. 87 - Families des fidalgues de Portugal
- 1684 (apresentando-a em forma de resumo), onde discorre sobre os reparos das
principais linhagens portuguesas, acrescentando que a mesma teria sido «conhecida, mas
não publicada» pelo visconde de Santarém com vista à protecção da sua própria
ascendência202, concluindo «que, desde o século XVII, os títulos de barão a duque, em
Portugal, são um indício de judaismo e moirismo que desaparecerá, com esses títulos, se,
um dia, se levantar a questão semita».203
Também importa salientar a crítica que, em 1940, o padre Carlos da Silva Tarouca
faz ao texto de Ayres de Sá, centrando-se no resumo deste e por análise do texto original
presente na Biblioteca Nacional de França207. Finalmente, só em 1960 o texto original do
«Estat du royaume de Portugal faict à la fin de l ’année 1684» é integralmente publicado,
Pág. 50
Parte 2 - Os Puritanos
pela mão de Joaquim Veríssimo Serrão, altura a partir da qual podemos assumir que o
seu conteúdo passa a estar à disposição dos historiadores portugueses e entra,
definitivamente, para as fontes de historiografia portuguesa relativas ao reinado de D.
Pedro II.
Não é, no entanto, inédito o interesse dos estrangeiros que passavam por Portugal
pela estrutura da sociedade portuguesa, devendo ser esclarecido que se à maior parte dos
relatos de estrangeiros que hoje em dia conhecemos interessavam sobretudo os usos e
costumes dos portugueses - podendo discriminar, ou não, o caso particular dos Grandes
da Corte - para os diplomatas, o peso e a influência da aristocracia junto do rei e da Corte
(bem como as suas características mais distintivas) eram frequentemente observados nos
relatos que enviavam para os seus países de origem, levando, inclusivamente, à
preocupação de D. Luís da Cunha quando afirmava que quando chegava um estrangeiro
à Corte, «cada [Casa] (...) informa do bom da sua família, e do máo das outras: e assim
sabem, o que chamamos os podres de todas»209.
Pág. 51
Os Puritanos
(identificadas pelo apelido) e, para cada, refere quem são os seus descendentes por
varonia e que reparos ou mesaliances2 1 0 podem ser atribuídos às mesmas.
Ao todo, Torcy elenca treze reparos que são identificáveis nas principais
linhagens portuguesas: Aragão, Azambuja, Bocanegra, Brandão, Caiada, Granada,
Zuzarte, Lucena, Lafetá, Pinheiro, Talaveira, Torres e Zurriga, nomes pelos quais,
acreditamos, seriam reconhecidos no período que ora estudamos. Adicionalmente,
identifica ainda, na descrição das principais famílias de Portugal, o de Bobadilha, sem
esquecer a menção ao reparo genérico de judeu. Deixaremos a proposta de identificação
do grupo para o ponto quatro deste capítulo, centrando-nos agora nestes reparos, tentando
estabelecer pontes entre o Alvará, os Estatutos da Confraria dos Escravos de Santa
Engrácia e as fontes utilizadas neste Relatório, incluindo a tentativa de identificação de
algum sentido crítico por parte do seu autor.
A primeira ponte deverá ser estabelecida com a única parte do texto dos Estatutos
da Confraria dos Puritanos que conhecemos que, no fundo, acaba por ser um reflexo do
quanto os puritanismos influenciavam transversalmente o dia-a-dia da sociedade do
Antigo Regime: «a fama, ou rumor em contrario, verdadeira ou falsa». Esta condição
poderá ser enquadrada no facto de, ainda que o rumor fosse entendido por
esclarecidamente falso, continuava por explicar o que lhe tinha dado origem, podendo
entender-se que onde há fumo, há fogo, e este motivador de um acção capaz de manchar
toda uma descendência, o que, em ambos os casos, seria considerado um atentado à sua
210 Assumiremos sempre a apresentação deste termo em francês, reconhecendo que o sentido que Torcy lhe
dava vai para além da sua tradução literal, “más alianças”, centrando-se sobretudo num conceito
amplamente tratado pela genealogia: os casamentos desiguais, que estavam relacionados com a realização
de um casamento abaixo da condição social de um dos nubentes.
Pág. 52
Parte 2 - Os Puritanos
Outra ressalva que pode ser feita ao texto de Torcy, ainda que mais subtil, prende-
se não tanto com os reparos em si, mas com a origem da linhagem, o que não deverá ser
considerado como um pormenor, uma vez que muitos destes rumores escondiam também
invejas e maledicências que sempre foram utilizadas pela nobreza enquanto formas de
auto-regulação e defesa do grupo, concretizadas, nomeadamente, na sua participação
activa tanto na Mesa de Consciência e Ordens como no Tribunal do Santo Ofício. Assim,
e no que respeita às linhagens que perpetuaram estes reparos, podemos concluir que duas
delas, Aragão e Granada, descendiam de reis, cinco, Bobadilha, Bocanegra, Pinheiro,
Talaveira e Zuniga, de linhagens nobres, e as restantes sete, Azambuja, Brandão, Caiada,
Juzarte, Lucena, Lafetá e Torres, de mercadores ou heróis dos descobrimentos, em ambos
os casos de homens reconhecidamente enobrecidos.
Pág. 53
Os Puritanos
importante parte da história deste grupo da aristocracia portuguesa ter sido perpetuada
nos anais da história justamente através dos relatos destes estrangeiros.
3. A dignidade real
215 Resposta de D. João V a D. António Caetano de Sousa, reagindo aos “embaraços” deste. Camilo Castelo
Branco (introdução e notas), M em orias., p. 156.
216 Pierre Bourdieu, O P o d e r . , p. 11.
217 Ibidem, p.7.
218 Joaquim Veríssimo Serrão (ed.), Uma R ela çã o ., p. 79.
219 Salientamos o facto de na nota à versão do Termo presente no Supplemento á Collecção d e . , apenas
vir referido que «Identicos Termos assignárão em os dias seguintes o Ex.mo Marquez de Valença, e de
Pág. 54
Parte 2 - Os Puritanos
supomos ser Fernando de Miranda Henriques, 2.° conde de Sandomil, casado com
Violante Josefa de Melo, descendente de uma família a quem Torcy imputava o reparo
Granada, mas que não era, por esse via, impedido de ser identificado como puritano, o
que parece indicar uma desconsideração deste reparo enquanto tal, permitindo-nos
questionar se tal não se poderia dever à sua origem real, ideia que defenderemos no
próximo ponto220
220 .
Angeja, e outros Fidalgos», p. 191. Já na versão manuscrita que se encontra na BNP, o texto refere que
«Seguem-se outros Termos que assignarão o Ill.mo e Ex.mo D. Joze Miguel João de Portugal Marquez de
Vallença em Ex.am do Alvará de Ley de cinco do corrente mês de Outubro. E o Ill.mo e Ex.mo D. Pedro
de Noronha Marquez de Angeja, e do Monteiro Mor do Reyno Francisco de Mello, e de Fernando de
Miranda», BNP, COD. 6937, fol. 15. Já na Torre do Tombo encontrámos todos os Termos referidos no
documento da BNP, in ANTT, Condes de Linhares, mç. 5, doc. 4.
220 Ideia idêntica não pode ser defendida, tout cours, para o reparo de Aragão dado que não existia nenhuma
Casa apenas com este reparo.
221 D. António Caetano de Sousa, História Genealógica., Tomo II, Livro III, p. 26.
222 Ibidem.
223 Confirmado pelo facto de dedicar 10 páginas ao assunto, Ibidem, pp. 26-36.
224 Ibidem, p. 27.
225 Joaquim Veríssimo Serrão (ed.), Uma R ela çã o ., p. 98.
Pág. 55
Os Puritanos
referir, como o fez para tantos outros, uma basse naissance ou se, e dada a «participação
fundamental nas actividades artesanais» dos judeus na sociedade portuguesa do século
XV226, nomeadamente como sapateiros, pretendeu subentender o que dificilmente muitos
correriam o risco de deixar por escrito: que o rei português descendia de um judeu.
Uma das ideias que defenderemos ao longo deste trabalho e que resulta mais de
uma sensibilidade do que de constatações inegáveis assentes em factos concretos, é a de
que a relação da sociedade do Antigo Regime, em particular da nobreza, com os
puritanismos atrás identificados, de sangue e de nobreza, existia enquanto alimento de
um mecanismo de defesa e legitimação229 de uma posição (hierarquia) num espaço social
que se queria estanque e imutável. Esta ideia permite-nos perceber, por um lado, o facto
de a adesão ao sentimento puritano não ter sido constante ao longo de todo o período,
existindo uma clara correlação temporal entre os períodos de maior pressão dos cristãos-
novos em Roma para obtenção de um perdão geral do Papa e a existência de desacatos ao
Santíssimo Sacramento, e a observação de posições mais conservadoras na Mesa de
Consciência e Ordens ou no Tribunal do Santo Ofício230; e por outro, na pressão exercida
sobre o rei - nomeadamente através de estruturas como as mesmas Mesa de Consciência
e Ordens e Tribunal do Santo Ofício, mas também, podemos supô-lo, de confrarias como
a dos Escravos de Santa Engrácia - na manutenção de um status quo social que, com a
Pág. 56
Parte 2 - Os Puritanos
231 Nuno Gonçalo Monteiro, Elites e P o d e r., pp. 83-86. É precisamente em relação a este segundo ponto
que o aparecimento da figura do primeiro-ministro no Antigo Regime deverá também ser analisada, não
excluindo a hipótese do facto que lhe dá origem poder ir muito além da mera existência de um rei fraco e
permeável, mas poder ser também entendido como um mecanismo do poder real para se ir libertando de
um conjunto de constrangimentos que limitavam a sua acção, algo apenas possível fazendo-se representar
por interposta pessoa.
232 António de Oliveira, M ovim entos., p. 329 ou Paulo Varela Gomes, Arquitectura, religião epolítica em
Portugal no século XVII: a planta centralizada. Porto: FAUP-Faculdade de Arquitectura, 2001, p. 237 e
273.
233 Fernando Dores Costa e Nuno Gonçalo Monteiro, 2.° Duque de Lafões - Uma Vida Singular no Século
das luzes. Lisboa: Edições Inapa, 2006, pp. 13-14.
Pág. 57
Os Puritanos
Pág. 58
Parte 2 - Os Puritanos
Lamas refere ainda que era composta por «cem fidalgos que se obrigavam,
debaixo de juramento, a não consentir que para ella entrasse quem tivesse raça, ou sequer
fama, de christão-novo»240 , uma fórmula que não conseguimos provar ter estado presente
desde a sua origem, sendo Monteiro quem esclarece que «a restrição da admissibilidade
aos cristãos-novos consta da generalidade dos compromissos das confrarias e irmandades,
não se revestindo de qualquer especificidade», não sendo posta de parte a possibilidade
de, posteriormente, ter existido um estreitamento sobre um entendimento mais puritano
capaz, como vimos, de criar conflitos internos no seio da primeira nobreza de Corte241 ,
sabendo que para a realidade de 1730 já era reconhecido na sociedade que o limite da
transmissão de qualquer reparo seria «até que se perca a memória»242 . O número de
fidalgos - títolos e não títolos243 - pelo contrário, parece-nos ter sido mantido, só sendo
possível entrar na Confraria por morte de um irmão, e por proposta de um outro, facto
testemunhado pelo mesmo conde de Povolide quando escreve que «Este ano me fez meu
Tio o Conde de Pontével irmão de S. Engracia e desde então até ao ano que escrevo, isto
é o de 1724, tenho sempre pago tudo.» 244
Pág. 59
Os Puritanos
realidade da Confraria num dado tempo, demonstrando, no entanto e com facilidade, que
a realidade da aristocracia se mostra insuficiente para explicar a realidade da mesma, uma
vez que do total analisado, os membros da família real, os títulos, os eclesiásticos
(cardeais, arcebispos, bispos, capelães-mor e clérigos) e os ofícios maiores da Casa Real
apenas explicam 209 (43,9%) do total referido acima. Para além disso, encontramos
nomes como o de António Cavide, Bartolomeu de Sousa Mexia, Diogo de Mendonça
Corte-Real, Francisco de Lucena247 e até Rui Fernandes de Almada248, que poderíamos
designar por burocratas intimamente ligados ao aparelho de estado, ajudando a perceber
a heterogeneidade de que se foi revestindo esta Confraria e o quanto estava também ligada
à realidade do Paço. É Monteiro que vem referir uma possível «monopolização puritana
da dita confraria»249, que poderá ser entendida pelo monopólio também dos seus cargos
mais elevados, o que esta relação não discrimina. No entanto, através dos conhecimentos
das esmolas realizadas pelo visconde de Vila Nova da Cerveira para a construção da nova
Igreja disponíveis na Torre do Tombo, conseguimos, para 18 anos (período entre 1690 e
1716), identificar quem seriam os Tesoureiros e Escrivães da Confraria250, propondo
então uma análise que nos permita validar a existência de um núcleo puritano ao comando
da mesma251.
247 António Cavide (?) foi Escrivão da Puridade de D. João IV; Bartolomeu de Sousa Mexia (1650-1720),
secretário de Estado de D. João V, Diogo de Mendonça Corte-Real (1658-1736), secretário das mercês de
D. Pedro II, secretário de Estado de D. João V e diplomata; e Francisco de Lucena (c. 1578 - 1643),
secretário de Estado de Filipe IV e D. João IV.
248 Que supomos ser descendente do seu homónimo, Rui Fernandes de Almada, de quem descendiam todas
as Casas com o reparo de Caiada.
249 Nuno Gonçalo Monteiro, O Crepúsculo..., p. 141.
250 ANTT, Viscondes de Vila Nova de Cerveira (Administração da Casa 1392-1842), Cx. 21, n.os 69-71,
73-85.
251 Análise que desenvolvemos, em maior detalhe, no Anexo 5 da presente dissertação.
252 Tanto por casamento em Casas puritanas como por relação de parentesco em primeiro grau com famílias
puritanas.
Pág. 60
Parte 2 - Os Puritanos
253 Maria Luísa de Castro Vasconcelos Gonçalves Jacquinet, Em desagravo do Santíssimo Sacramento: o
“Conventinho Novo ”. Devoção, memória e património religioso. Lisboa: [s.n.], 2008. Dissertação de
Mestrado, p. 29.
254 Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., p. 129.
Pág. 61
Os Puritanos
Pág. 62
Parte 2 - Os Puritanos
Uma segunda, directamente relacionada com esta, diz respeito à relação entre as
fontes. É indiscutível que, para o estudo dos Puritanos, nenhuma outra propõe, de uma
forma clara e criteriosa, um método para validar a pureza das Casas da primeira nobreza
de Corte como o Relatório de Torcy. No entanto, e como já referimos acima, muitas são
as outras fontes que indicam como puritanas, Casas às quais Torcy atribui alguns reparos,
tornando difícil perceber se a excepção se devia ao caso particular da Casa, e portanto
específico e excepcional, ou do reparo, beneficiando, por aí, todas as demais com o
mesmo reparo. Por outro lado, existem também Casas que, à falta de melhor informação,
poderiam ser consideradas puritanas, mas que a sua exclusão dos casamentos dentro
desse grupo nos alerta para outra das limitações deste estudo: até nos Puritanos, a limpeza
de sangue não seria o único critério de eleição presente na reprodução social de uma Casa
e, consoante o período e a situação de cada uma, poderá nem ter sido o mais relevante,
motivo que confirma outra das ideias subjacentes a este trabalho, ou seja, a de que os
Puritanos seriam, sobretudo, aristocratas e partilhavam com restante a aristocracia
portuguesa a maior parte dos seus critérios de eleição.
257 Esta consideração é, no entanto, simplista, dado que algumas das referências de Torcy são relativas a
religiosos o que nos remete imediatamente para uma definição forçada de existência de uma Casa nesta
circunstância particular.
Pág. 63
Os Puritanos
conde da Ponte, Garcia de Melo e Torres258, e com apenas duas observações o de Juzarte
(António de Saldanha e o 3.° conde da Ericeira), Lucena (João Furtado de Mendonça e o
3.° conde de Unhão) e Lafetá (D. João de Castro e Manuel de Sousa). Outro dado é o de
que, no universo das pessoas a quem eram apontados reparos, estas apresentam em média
1,4 reparos, número que, dada a política de casamentos endogâmica observada na
aristocracia portuguesa, nos leva a questionar se a questão puritana não poderá também
ser analisada a um nível mais lato, podendo falar-se também da existência de uma
consciência puritana, independente da circunstância ao nível de limpeza de sangue da
Casa.
Numa segunda análise à mesma lista, e para o universo que pretendemos estudar
neste trabalho, excluímos todas as pessoas que não eram titulares nem detinham qualquer
ofício maior da Casa Real, considerando apenas, a título excepcional, aquelas pessoas que
mais tarde viriam a ser encartadas (como os condes das Galveias, de Povolide, do Rio
Grande e de Valadares), ou cuja descendência directa viria a ser também titulada, como
é o caso de Luís Cesar e Menezes, pai do 1.° conde de Sabugosa, de D. Diogo de Faro e
Sousa, neto do 1.° conde do Vimieiro e pai do 2.° conde e de Fernando de Miranda
Henriques, avô do 1.° conde de Sandomil. Ao todo reduzimos para metade o número de
Casas analisadas, 68, sendo que destas, 54 de titulares, 7 de ofícios maiores não titulares
e as restantes 7, que descrevemos acima, de futuras Casas titulares, possibilitando-nos
confirmar que estamos, de facto, a olhar para todo o universo de análise definido, uma
vez que encontramos as (aproximadamente) 60 Casas que configurariam o universo da
aristocracia portuguesa (número estável para os 150 anos que intermedeiam os reinados
de D. João IV e D. Maria I) confirmando a proposta de Monteiro quando introduz a sua
cristalização, no Antigo Regime, como um fenómeno eminentemente português259.
Assim, e para a primeira nobreza de corte, os reparos identificados por Torcy mais
frequentes são o de Pinheiro (29%), seguido do de Aragão (18%), do de Bocanegra (13%)
e dos de Granada e ascendência genérica de judeu (ambos 9%). Por outro lado, os reparos
que teriam menos influência neste grupo seriam os de Bobadilha e Lafetá (sem
observações) e os de Juzarte, Lucena e Torres (com uma observação apenas). Esta
258 Torcy não refere o conde da Ponte como tendo o reparo Torres, mas como descreve o reparo e seria
indiscutível que o conde da Ponte provinha dessa linhagem, consideramo-lo, porque caso contrário Torcy
teria descrito um reparo que não se aplicaria a nenhuma casa nobre portuguesa. Entendimento diferente
teve Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., p. 136.
259 Idem, Elites e P o d e r., p. 144-146.
Pág. 64
Parte 2 - Os Puritanos
realidade permite-nos introduzir uma das questões que julgamos ser basilar no que
respeita aos impactos produzidos, pela existência de puritanismos, na sociedade de corte
do Antigo Regime: se por um lado promoviam a exclusão de algumas Casas do universo
de reprodução social de outras, um dos temas centrais do presente trabalho, por outro, e
para as Casas em ascensão, a incidência de alguns destes reparos poderia ser uma forma
de aproximação e identificação com as Casas que os tinham, ou seja e a título de exemplo,
permitimo-nos questionar se uma Casa nobre com o reparo de Pinheiro, sendo
conceptualmente excluída de uma pertença ao grupo dos Puritanos, não veria facilitado
o seu acesso à reprodução social de outras Casas mais preeminentes pela existência de
uma ascendência comum conhecida, ainda que com mancha.
260 Como a Casa dos condes da Feira já referida acima ou dos condes de Serém, com apenas um titular no
período de análise.
Pág. 65
Os Puritanos
261 Tanto as Casas dos condes da Caparica e dos condes de Ficalho ainda não existiam em 1684, mas Torcy
refere que D. José de Menezes, ascendente comum a ambas e casado com uma filha do marquês de
Arronches, não teria reparo, o que não validamos, uma vez que D. José de Menezes era bisneto de D.
Madalena de Lancastre, neta de Madalena de Granada, tendo esse reparo por essa sua avó comum.
262 A referência de Torcy ao conde de S. Vicente enquanto puritano centra-se exclusivamente na pessoa de
Miguel Carlos de Távora, conde por casamento, irmão do conde de Alvor e por isso puritano, uma vez que
a ascendência da Casa de S. Vicente teria o reparo de Bocanegra.
263 Não vem referida por Torcy a linhagem da Casa dos Condes de Asseca, na qual não identificámos
qualquer reparo, mas cuja ascendência varonil não se cruzava com a dos grandes e estava muito ligada a
Espanha, motivo pelo qual acreditamos ter sido desconsiderada. Também excluídas da análise de Torcy
estão as Casas de Mesquitela e Vila Nova do Souto d ’El Rei.
264 Importa referir que apenas dez anos depois do início do período de análise assiste-se em Portugal à
Restauração onde a realidade da primeira nobreza de corte sofre uma alteração significativa, com a ascensão
de muitas Casas à grandeza e a manutenção de tantas outras em Espanha, sendo excluídas da nobreza
portuguesa. Por este facto, uniformizamos este grupo, centrando-nos nas Casas que se mantiveram em
Portugal, assumindo os títulos de que, posteriormente, vieram a ser encartadas.
265 Ramo da Casa dos marqueses de Fontes, condes de Penaguião.
Pág. 66
Parte 2 - Os Puritanos
Uma primeira apreciação deste grupo permite-nos concluir que representa, no seio
da primeira nobreza de corte, uma realidade heterogénea: por um lado, e para 1630,
apenas 17 destas 40 Casas seriam já titulares; por outro, Casas como as dos viscondes de
Asseca, Mesquitela e Vila Nova do Souto d’El Rei nem sequer são referidas por Torcy,
permitindo-nos concluir que a sua inclusão no grupo que definimos acima dever-se-á ao
mesmo motivo pelo qual acabaram por ser excluídas de casamentos dentro do exclusivo
grupo da aristocracia portuguesa, ou seja, a inexistência de relações de parentesco com as
restantes Casas, muitas vezes só possíveis pela existência de uma ascendência comum.
À data do Alvará este grupo seria já muito mais reduzido, sendo composto apenas
por onze Casas, a saber:
266 Em 1768 era duque de Cadaval D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, que tinha casado com Leonor
da Cunha, filha do 5.° conde de S. Vicente, com o reparo Bocanegra, deixando a sua descendência de poder
ser considerada puritana, de acordo com o critério de Torcy.
267 A filha H. do 1.° marquês de Penalva, que tinha morrido em 1758, tinha casado em 1748 com o seu
primo, o conde de Vilar Maior, pelo que ambos os títulos deverão ser considerados como, a partir de 1758,
representando apenas uma Casa.
268 Em 1768 era conde de Sandomil Francisco Xavier de Miranda Henriques, puritano, casado com Violante
Maria Josefa de Melo, neta paterna do 2.° marquês de Alegrete, mas com o reparo Granada pela mãe.
Pág. 67
Os Puritanos
269 D. Tomás Xavier de Lima, filho do 1.° marquês de Ponte de Lima, nasceu em 1754, tendo apenas 14
anos em 1768. Casa apenas após a morte de D. José, em 1777, com 23 anos, em claro incumprimento do
Alvará, com uma filha do conde de Óbidos. Também desconhecemos o acesso aos bens da Coroa e Ordens
que esta Casa ainda teria, não sendo de descartar que, com a prisão do 12.° visconde, o mesmo acesso lhes
ter sido negado, motivo pelo qual não teriam qualquer interesse em comparecer na Secretaria de Estado
para assinar o Termo.
270 Sugerímos a consulta do Anexo 3 para uma visão mais “gráfica” desta análise.
271 Por política de casamentos puritana, e no que a este ponto diz respeito, considerámos apenas os
casamentos daqueles que vieram a ser chefes de Casa.
272 Considerando todo o período de análise remanescente, até ao último chefe de Casa vivo antes de 1800.
273 Como as conclusões de Torcy nem sempre são idênticas às nossas, no que aos reparos das Casas diz
respeito, optámos por considerar que estas teriam todos os reparos possíveis em 1684, os seus e os nossos,
apenas adicionando novos que fossem sendo, entretanto, incorporados por casamento.
274 A partir do 3.° conde de Castelo Melhor, Luís de Vasconcelos e Sousa, com a manutenção dos reparos
de Caiada e Granada durante o período de análise.
275 Linha varonil da Casa dos condes de Sarzedas que se extingue com a 4.a condessa, casada com um filho
do 1 ° conde de Alvor, cujo neto casa, posteriormente, com a nova herdeira da Casa, mantendo inalterada a
nova varonia da Casa dos condes de Sarzedas.
Pág. 68
Parte 2 - Os Puritanos
S. Vicente
Também releva salientar que o facto de o presente estudo assentar sobre uma
análise sistémica de gerações, partido do último titular/ detentor do ofício vivo antes de
1800, até ao seu ascendente directo que estaria vivo em 1630, pela linhagem do título ou
do ofício, implica uma limitação que, neste caso, enviesa os resultados para a Casa dos
Monteiros-mores. Em 1768 o detentor do ofício seria Francisco José de Melo, que morre
em 1789, passando o ofício para o seu primo co-irmão D. Francisco José da Cunha de
Mendonça e Menezes, com perda de varonia e aquisição de mais um reparo, desta vez o
de Granada, passando este a ser considerado nesta análise276.
Por forma a melhor perceber estas hipóteses, resolvemos testar a retirada de alguns
dos reparos da realidade das Casas, criando um conceito em linha com o realizado
anteriormente, ou seja, o de Casa puritana em sentido lato. Os reparos que elegemos
foram os de Aragão e Granada, os reparos reais, e os de Azambuja (Monteiro-mor),
276 Curiosamente, o reparo de Granada é adquirido pela mesma linha das Casas dos condes de Caparica e
Ficalho, Casas onde Torcy não o identifica.
Pág. 69
Os Puritanos
Pág. 70
Parte 2 - Os Puritanos
279 Referimos os exemplos das Casas de Fronteira, Niza (pelos condes de Unhão), Bobadela, Lumiares, S.
Miguel, Penafiel, Pombeiro e Sande.
280 Castelo Branco Chaves, O Portugal d e . , pp. 63-64.
Pág. 71
Os Puritanos
enviesados e que não encontram qualquer reflexo na realidade que pretendem estudar.
Assim, e no que a políticas de reprodução social diz respeito, entendemos dividir a análise
no estudo de dois grupos seguindo os princípios enumerados anteriormente, ou seja, a
consideração de um grupo de Puritanos em sentido estrito - os que à data da publicação
do Alvará se manteriam Puritanos - mas também a análise de um grupo de Puritanos em
sentido lato, Casas que à data do Alvará já não poderiam, de acordo com o conceito de
puritanismo “biológico”281, ser consideradas puritanas, mas que ainda assim
continuavam a casar dentro do grupo e, algumas delas, a ser consideradas puritanas, como
nos apercebemos pelos relatos da época, bem como Casas que, não podendo ser
consideradas puritanas pelos reparos que tinham, demonstraram uma endogamia nos
casamentos dentro de um reduzido grupo de reparos. Fora do âmbito deste capítulo ficará
a análise da evolução do grupo dos Puritanos desde a data da criação da Confraria dos
Escravos de Santa Engrácia, tentando perceber em que momento do tempo poderão ter
algumas dessas Casas deixado de ser consideradas puritanas, tema que não
desenvolveremos, mas em relação ao qual, pontualmente, comentaremos a propósito de
alguns exemplos concretos282.
Para estes dois grupos dividimos a nossa análise em dois momentos temporais
distintos: um primeiro, desde o primeiro casamento de um filho do chefe da Casa
realizado após 1630 até à publicação do Alvará (1768), permitindo com isso perceber
como foram escolhidas as alianças matrimoniais dos filhos destas Casas aristocráticas
antes do Alvará; e um segundo desde a publicação do Alvará até ao último casamento
realizado por um filho da Casa até ao final do século XVIII, permitindo-nos aferir os
impactos reais, ao nível da reprodução social, do mesmo. Acresce a este o facto de termos
ainda dividido os casamentos puritanos de cada Casa em simplesmente puritanos (ou
puritanos em sentido estrito) se da análise que fizemos ao cônjuge não tivermos
encontrado qualquer reparo, e em casamentos puritanos em sentido lato, se da mesma
análise tivesse resultado um dos reparos que anteriormente incluímos numa definição
281 Usaremos este termo para designar o puritanismo entendido enquanto linhagem isenta de qualquer
reparo. Releva, no entanto, referir que para Jean-Louis Flandrin, «A raça, na medida em que era marcada
pelo patronímico, não constituía portanto uma realidade biológica, mas sim jurídica». In Famílias.
Parentesco, casa e sexualidade na sociedade antiga. Lisboa: Editorial Estampa, 1991, p. 22.
282 Referimo-nos às Casas dos marqueses de Abrantes (ramo Figueiró/ Vila Nova de Portimão), de Alorna
e do Alvito, dos condes de Almada, dos Arcos, de Aveiras, da Bobadela, da Cunha, das Galveias, de S.
Lourenço, de Povolide, do Redondo, da Ribeira Grande, de Santiago de Beduído, de Sarzedas (ramo
T ávora) e de Vila Flor, dos viscondes de Asseca, da Fonte Arcada e de Mesquitela e de Vila Nova do Souto
d ’El Rei e dos Armeiros-mores.
Pág. 72
Parte 2 - Os Puritanos
Quanto ao grupo dos Puritanos em sentido estrito, a análise recaiu nas seguintes
Casas aristocráticas284:
Ao todo analisámos 129 casamentos, a maior parte deles - 101 - realizados antes
do Alvará, de acordo com a tabela seguinte:
No global, a maioria, 64,4%, foram registados, de facto, com Casas às quais não
identificámos qualquer reparo, aumentando este número para 79,2% se entendido o
conceito puritano num sentido lato. As Casas que registam mais casamentos, Alegrete,
Penalva e Ponte de Lima, são também aquelas onde a percentagem de casamentos
puritanos é maior, acima dos 70%, sendo que a única Casa com casamentos
283 Também relativamente a este ponto, importa referir que muitas das Casas em relação às quais não
encontramos quaisquer reparos, também não nos foi possível encontrar uma ligação óbvia das mesmas à
aristocracia portuguesa, tendo assumido que a mesma existia, o que representa uma simplificação do
conceito de puritano que temos vindo a utilizar neste trabalho, ou seja, de que seriam membros da
aristocracia portuguesa sem quaisquer reparos de sangue.
284 Optámos pela exclusão das Casas dos duques de Cadaval e dos condes de Sandomil por ambos os
titulares, em 1768, terem j á casado fora do universo puritano e a Casa dos Armeiros-mores por entendermos
que as suas alianças matrimoniais não se cruzaram com a dos Puritanos.
285 Com o casamento do 6.° conde de Vilar Maior com a herdeira da casa dos marqueses de Penalva, condes
de T arouca, os casamentos passam a ser considerados na Casa de Alegrete/ Vilar Maior.
Pág. 73
Os Puritanos
Outras duas tendências que observamos neste grupo de Casas, e que poderão
ajudar a enquadrar a relação do puritanismo com as demais preocupações aristocráticas
da época, são: por um lado, o facto de que sempre que casam fora do grupo de Casas sem
reparos, casam com herdeiros, existindo apenas a excepção do segundo casamento do 3.°
marquês de Angeja com uma filha do 3.° marquês de Marialva; por outro lado, a questão
dos secundogénitos também nos parece merecer uma análise mais detalhada. Se é verdade
que a utilização dos casamentos para equilibrar as finanças de uma Casa foi algo raro na
aristocracia portuguesa do Antigo Regime286, também é verdade que, neste ponto, os
secundogénitos poderiam ter saído beneficiados com esta prática uma vez que, estando
excluídos das disposições testamentárias da sua Casa, aumentariam por aí o incentivo,
por forma a garantir a sustentabilidade das Casas que criariam287. No entanto, não é esta
286 Piedade Braga Santos, Teresa Rodrigues e Margarida Sá Nogueira, Lisboa Setecentista Vista por
Estrangeiros. Lisboa: Livros Horizonte, 1996, p. 37; e Nuno Gonçalo Monteiro, O Crepúsculo.., pp.77-81.
287 Sobre o importante papel destinado aos secundogénitos, leia-se Miguel Jasmins Rodrigues, Nobreza e
poderes: da Baixa Idade Média ao Império. Cascais: Patrimonia Historica, 2000, pp. 82-83.
Pág. 74
Parte 2 - Os Puritanos
Não será de estranhar que esta realidade sofre uma alteração substancial após a
publicação do Alvará e até ao final do século. Não apenas o número de casamentos
puritanos se reduz para 28,6%, como mesmo entendidos em sentido lato não alcançam
os 50%, mesmo considerando que com a morte de D. José, Pombal é definitivamente
afastado do poder e deixa de ter qualquer influência na reprodução social das Casas
aristocráticas portuguesas. Se é verdade que, para a posteridade e enquanto confirmação
do puritanismo que se observava na aristocracia portuguesa, ficaram os casamentos
cruzados entre as Casas de Ponte de Lima e Óbidos289 logo após a morte de D. José, a
realidade da reprodução social deste grupo de Casas aristocráticas encontra-se já muito
diferente, identificando-se uma maior abertura a casar fora daquelas que foram, durante
mais de 100 anos, as Casas mais procuradas por esta elite aristocrática portuguesa290.
Pág. 75
Os Puritanos
Ao todo analisámos 252 casamentos, a maior parte deles - 220 - realizados antes
do Alvará:
Pág. 76
Parte 2 - Os Puritanos
puritana, como são disso exemplo a Casa dos Monteiros-mores que casa exclusivamente
dentro do grupo dos Puritanos em sentido estrito. Já as Casas dos duques de Cadaval, dos
marqueses de Távora e dos condes de Sandomil, realizam todos os seus casamentos no
universo puritano em sentido lato, sendo que, conforme já referimos, a primeira apenas
foi desconsiderada do primeiro grupo que apresentámos neste ponto por o 4.° duque ter
casado com uma filha do 5.° conde de S. Vicente, o que encontra uma explicação pelo
facto desta ser sobrinha do conhecido e influente cardeal da Cunha291.
291 João Cosme de Távora (1715-1783), depois da Cunha, ficou conhecido como cardeal da Cunha. Era
filho do 4.° conde de S. Vicente e primo dos Távoras, apelido que deixou de usar após o Processo com o
mesmo nome. Foi bispo de Leiria e elevado a cardeal em 1770. Em 1777, após a morte de D. José, e não
obstante ter sido um dos homens mais próximos de Pombal, terá dito a Pombal: Vossa Senhoria não tem
mais nada a fazer neste lugar.
292 Nuno Gonçalo Monteiro, O Crepúsculo..., pp. 132-133.
Pág. 77
Os Puritanos
293 Podemos, a título de exemplo, referir alguns secundogénitos dos Grandes que conseguiram “vingar” na
Corte, apesar de não terem sido titulados, bem como as famílias de homens muito influentes na corte, como
Gaspar de Faria Severim e Roque Monteiro Paim, cuja descendência casou no universo dos Grandes.
294 Casas aristocráticas que foram, pelos motivos enunciados anteriormente, desconsideradas desta análise.
Pág. 78
Parte 2 - Os Puritanos
6. As inconsistências e incoerências
Pág. 79
Os Puritanos
A este nível, também o exemplo dos Távoras nos parece paradigmático. Desde
que perdem o estatuto puritano, com o casamento do 1.° marquês com uma filha do 1.°
conde de Sarzedas, com o reparo Bocanegra, apenas realizam casamentos puritanos ou
noutras Casas com o mesmo reparo, sendo que identificamos esta política também, como
já referimos atrás, num conjunto de Casas que considerámos como sendo do universo
Távora, como Alvor, Atouguia e S. Vicente, que se mantém também durante todo o
período com apenas este reparo. É verdade que estas Casas nunca vêm referidas como
puritanas, no entanto, no referido estudo de Monteiro, são Casas que figuram nos lugares
cimeiros das mais procuradas e que praticam, ainda assim, uma política muito fechada
nos seus casamentos. Se é verdade que o reparo Bocanegra foi dos mais conhecidos e
com maior incidência na aristocracia portuguesa, também o é que «com o evoluir do
Pág. 80
Parte 2 - Os Puritanos
tempo, o modo e o espírito dos Távoras haviam assumido certas feições e características
que suscitaram a atenção de contemporâneos e vindouros»299, levando a que, por um lado,
pudesse existir um incentivo puritano em desvalorizar esta linhagem, tema que
continuaremos no ponto seguinte, e por outro que este reparo se tornasse “atractivo” para
outras Casas pelo mero simbolismo da associação à Casa dos marqueses de Távora300.
Assim, parece-nos legítimo assumir que, mais do que uma questão estritamente
biológica, como num sistema de castas, os puritanismos de sangue foram,
fundamentalmente, um fenómeno social orientado por um princípio de casta, mas não
limitado pelo mesmo, ajudando a um melhor entendimento do referido no Alvará
relativamente à possibilidade de se limpar uma linhagem através da celebração de um
casamento dentro do grupo. Outra das questões que nos parece importante analisar é o
próprio entendimento de verdade e o quão difícil poderá revelar-se, nos nossos dias e com
a informação de que dispomos, a imagem que se teria de uma determinada Casa e a forma
como essa imagem seria transversal para o resto da aristocracia portuguesa, como nos
apercebemos pelas referências do marquês de Bombelles ao assunto, já depois da morte
de D. José, referindo que «Les maisons d ’Obidos et de Castelo Melhor sont rangées dans
la classe des families nommées puritaines»301, o que é uma surpresa porque a Casa dos
marqueses de Castelo Melhor teria os reparos de Caiada e Granada, sendo que não
acrescentaram mais nenhum reparo durante o período, tornando razoável, pelo menos, a
assunção que, seguindo uma política de casamentos puritana, se pudesse ganhar esse
estatuto ao olhos de, neste caso, um estrangeiro.
Não será assim de espantar a abertura do presente trabalho a uma realidade mais lata
do conceito de puritanismo enquanto modelo de reprodução social não exclusivamente
assente na sua vertente biológica, mas também, e tal como refere Monteiro, com critérios
que «só eram percebidos por dentro, ou por quem dominava certos segredos e os saberes
que os apoiavam»302, podendo até promover ideias difusas, como a do já citado marquês
299 João Bernardo Galvão-Telles e Lourenço Correia de Matos, «que os do nome de Tavora que de nos
descenderem nam haja de ser esquecido»: a sucessão dos condes de São Vicente no morgado dos Távoras.
Lisboa: LMT- Consultores em História e Património, 2012, p. 6.
300 Sugerimos esta possibilidade referindo-nos, claro, a Casas a quem a entrada no grupo dos Puritanos
estaria vedada, quer por existência de reparos, quer por linhagens menos ilustres, salientando que o reparo
não era uma marca de cristã-novice.
301 Marquis de Bombelles, Journal..., p. 136.
302 Nuno Gonçalo Monteiro, O Crepúsculo, p. 131.
Pág. 81
Os Puritanos
de Bombelles, para quem o puritanismo se observava nas Casas «qui portent le rigorisme
beaucoup plus loin que celles des autres nobles portugais»303.
Certo é que muitos tentaram condicionar o futuro da sua linhagem a uma realidade
puritana, o que fez D. Filipe de Sousa, da Casa dos Capitães da Guarda Alemã, quando,
em 1666, impôs em testamento que a sucessão na ilustre casa do Calhariz ficasse vedada
a «pessoa alguma que tenha raça de nação infecta, mouro, judeu ou mourisco, nem pessoa
que seja casada com quem tenha alguma das ditas raças, e se depois da sucessão casar
com tal pessoa, por isso mesmo perca o dito morgado»304, e ainda António Teles da
Silva305 que, instituindo morgado e as condições do mesmo no seu testamento, esclarece
que: «aquele ou aquela que asi o não comprir, desde logo a hei por não nomeada, e nomeo
a pessoa que successiuamente da descendencia dos ditos meus irmaos lhe pertencer (...).
E o mesmo será cazando alguns dos sucessores do ditto morgado, macho ou femea, com
pessoa de Nação Hebrea, ou de outra alguma ceita, ou raça»306, reproduzindo a fórmula,
já enunciada atrás que povoou os estatutos das principais instituições do Antigo Regime,
como as universidades, as confrarias, as Ordens Religiosas Militares, o Tribunal do Santo
Ofício e a Casa Real. No entanto, e conforme constatámos pela leitura de alguns
testamentos da Casa puritana dos marqueses de Ponte de Lima, a mesma fórmula não
terá sido transposta para estes307, confirmando, por um lado, que se para algumas Casas
a prossecução de um modelo puritano na sua política de reprodução social foi promovida
por disposições testamentárias impostas que criaram constrangimentos na transmissão
dos seus morgados308, permitindo também perceber porque é que algumas Casas se
preocuparam mais com a questão puritana ao nível quase exclusivo dos herdeiros, outras
há que, não obstante serem reconhecidas como puritanas na sua reprodução social,
acabaram por não materializar esse modelo em quaisquer restrições testamentárias à
transmissão dos seus bens, confirmando assim que o próprio entendimento de modelo
Pág. 82
Parte 2 - Os Puritanos
Mas, no discurso público puritano poucos terão sido tão incisivos como o já citado
neste trabalho, Roque Monteiro Paim na sua Perfídia Judaica...309, um discurso que
deverá ser enquadrado numa realidade de ascensão social feita à conta tanto de serviços
prestados à Coroa como ao Tribunal do Santo Ofício que, apenas em três gerações,
permitiram que esta família concentrasse um património elevado310 terminando com a
ascensão à grandeza da filha herdeira de Roque Monteiro Paim que casa com aquele que
vem a ser o 1.° conde de Alva. Conforme referem Xavier e Cardim, o acesso ao poder
«pelos fidalgos aclamadores só foi possível pela constituição de uma rede de
cumplicidades com extensões à magistratura e à alta administração»311, concretizando
que, entre estes, se encontrava Pedro Fernandes Monteiro, pai do referido Roque
Monteiro Paim e homem de confiança de D. João IV. Não obstante os rumores que
existiam à época de que a mãe de Pedro Fernandes Monteiro seria cristã-nova e dos
problemas que Martim Monteiro Paim, seu filho, enfrentou na Inquisição312, a influência
de Pedro Fernandes Monteiro na corte foi suficiente para garantir a manutenção do status
da sua família, com os seus filhos Roque Monteiro Paim a ascender ao Conselho Privado
do regente D. Pedro II e António Monteiro Paim a assumir funções de relevo no próprio
Tribunal do Santo Ofício, chegando a Deputado do Conselho Geral em 1700. Se é
verdade, e a história desta família parece comprová-lo, que «a Inquisição era, nesta fase,
importante estância de tutela da «pureza» dos indivíduos, famílias e sociedade»313, tal não
foi, no entanto, suficiente para garantir um modelo de reprodução social puritano, tal
como esperaríamos da descendência do autor da Perfídia Judaica, porque na sua ascensão
social, mais importante do que a pureza seria a grandeza da Casa com quem se aliava,
confirmando que este modelo de reprodução social, para todo o período de análise e para
a maior parte da população analisada, foi mais pragmático do que ideológico. Assim, não
só a «a Inquizição não era Guardanapo a que as Gentes se fossem alimpar»314, como
nunca o foi de facto para os Puritanos, porque os instrumentos de confirmação de pureza
309 Roque Monteiro Paim, Prefid[ia] Judaica, Christus VindexMunus Prin[cipis], Ecclesia Lusitan[iae].
Madrid: [s.n.], 1671.
310 Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., p. 270.
311 Angela Barreto Xavier e Pedro Cardim, D. Afonso V I . , p. 330.
312 Giuseppe Marcocci e José Pedro Paiva, História da Inquisição., pp. 191-192.
313 Ibidem, p. 192.
314 Alvará, p.182.
Pág. 83
Os Puritanos
de sangue, para estes, foram muito além de uma familiatura do Santo Ofício ou de um
hábito das Ordens Religiosas Militares.
Pág. 84
Parte 2 - Os Puritanos
Mas talvez por ser um dos aristocratas portugueses do século XVIII com maior
número de cartas e diários estudados e publicados, é em D. João de Almeida Portugal, 2.°
marquês de Alorna, que encontramos uma grande incoerência de discurso, neste caso,
anti-puritano. Sabemos que esta Casa não seria puritana e que o próprio marquês terá
escrito, sobre o que considerava um excesso de procura matrimonial na Casa dos condes
de Óbidos, que «Não estava athe agora esta casa nos termos de ser tão procurada como
outras, por conta de hua quimera m.to ridicula, que não significa nada, e consestia, n’isso
a preocupação de m.ta gente»319, não obstante o facto de, na sua juventude, ter escrito a
seu pai, após os seus estudos em Paris, que «as companhias que aqui cultivo são a de
Tomás Lima [14.° visconde de Vila Nova], o [6.°] Conde de S. Lourenço, Manuel Teles
[da Silva, 6.° conde de Vilar Maior] e os filhos do Barão [do Alvito, D. Vasco José Lobo,
futuro 11.° barão, e D. Fernando José Lobo, 2.° marquês do Alvito por morte, sem
descendência, do irmão] em que sempre falamos nestas matérias porque todos são muito
aplicados». Também durante a sua prisão escreveu a sua mulher informando que «O rapaz
da caza de Obidos, he o que faz o nosso mayor apetite»320, permitindo-nos questionar que
tal não seria mais despeito do que convicção por sentir a sua Casa desconsiderada para
enlaces matrimoniais pelo grupo de poucas Casas que pareciam merecer o seu respeito
intelectual, até porque será o mesmo marquês de Alorna mais tarde, e já após a morte de
D. José, a defender a manutenção de um exclusivismo no grupo da nobreza, porque
apenas «a Nobreza antiga, isto é, a que vem desde o Senhor Rei D. Afonso V, ou mais de
trás» detém «um valor, para assim dizer, intrínseco neste Reino, e predem-no se ele deixa
de conservar a sua independência»321, num claro apelo à manutenção de um exclusivismo
aristocrático não assente num ideal puritano, antes entendido segundo uma lógica de
antiguidade da nobreza.
Ainda assim convém enquadrar estas posições numa realidade que o terá marcado
profundamente pelas dificuldades que sentiu para casar como queria os seus filhos, à
imagem do que teria acontecido consigo, pois escreve-lhe sua mãe a propósito do
planeamento do seu casamento, em 1745, referindo que o seu pai, «a não ser com esta [D.
Madalena de Lancastre], nem com as Távoras, nem com as Óbidos, nem com as
319 José Cassiano Neves, Miscelânea Curiosa. Lisboa: [s.n.], 1983, pp. 112-113.
320 Ibidem, p. 116.
321 Marquês de Alorna, Marquês de Alorna - Memórias Políticas (Apresentação de José Norton). Lisboa:
Tribuna, 2008, p. 109.
Pág. 85
Os Puritanos
Moirarias, porque as não há»322 , não aceitaria o casamento com outras Casas. Parece-nos
que a expressão «não há» deverá ser entendida como não há disponíveis, uma vez que a
mesma, noutra carta, concluía que os parentes da jovem Tarouca «não haviam de querer
arriscar a sua puritanice»323 com tal casamento, sendo que na continuação ainda
considerava como casamentos possíveis «as Óbido [e] as Mouraria»324 , acabando, como
sabemos, o jovem conde de Assumar a casar na Casa dos marqueses de Távora.
322 Carta da marquesa de Alorna ao seu filho de 14 de Setembro de 1745 - ANTT, Casas de Fronteira e
Alorna, n.° 122, referida em nota de rodapé em Nuno Gonçalo Monteiro, Meu pai e..., p. 62
323 Cit. in Laura de Mello e Souza, «Fragmentos da vida nobre em Portugal». In Walnice Nogueira Galvão
e Nádia Batella Gotlib (organização), Prezado senhor, prezada senhora: estudos sobre cartas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000, p.84.
324 Ibidem, pp. 84-85.
325 Zacharias d ’Aça, Um D. J o ã o ., p. 8.
Pág. 86
Parte 2 - Os Puritanos
Noventa anos antes, a mesma aristocracia, advogando que «tinha sido pela sua «graça»
que os Bragança se tinham tornado reis de Portugal»326, tinha patrocinado a conjura que
depôs o rei D. Afonso VI, anulando assim a influência que o conde de Castelo Melhor,
“um dos seus”, tinha junto do rei enquanto seu valido. Agora, pelo contrário, abstinha-se
de se defender, pecando pela reacção tardia para a qual terá indiscutivelmente contribuído
a rapidez do Processo e o crime de lesa-majestade que lhe deu origem. É certo que
Monteiro vem questionar até que ponto a condenação dos Távoras não seria mais do
interesse do próprio rei do que do marquês de Pombal327, o que não nos parece ser
particularmente relevante neste ponto porque ambos defendiam o poder real em
competição com a aristocracia, tendo ambos beneficiado largamente deste acontecimento.
A tomar por certa a afirmação do jovem conde de Assumar sobre a família de sua
mulher, em que este dizia «que basta o simples nome de Tavora para se fazerem
formidáveis em matéria de reputação e de valor»328, podemos perceber que esta família
estava longe de ser das mais queridas e aceites na Corte portuguesa mas, ainda assim,
convém relembrar que a sociedade que patrocinava a altivez dos Távoras, e que era em
grande medida também definida por ela, era a mesma sociedade que começou a colapsar
após o Processo que vitimou e encarcerou mais de oito chefes de Casas aristocráticas e
ainda aquela onde o puritanismo encontrava o seu lugar enquanto mecanismo de
construção e manutenção de elites, motivo pelo qual propomos a ideia de que a não
reacção da aristocracia se terá devido, também, a um engano.
Ainda assim, e mesmo que se tratasse de uma vendeta pessoal do rei, o motivo
pelo qual se mantiveram nas prisões da Junqueira, sem qualquer acusação formal nem
acesso a julgamento, o conde de Óbidos, o conde da Ribeira Grande, o visconde de Vila
Nova de Cerveira e, no meio do rol de nomes da lista inicial de presos directamente
relacionados com a família Távora (incluindo o conde de Atouguia e o marquês de
Alorna), D. Manuel de Sousa (Calhariz), ao qual se juntaram mais tarde os seus filhos,
mantém-se desconhecido329.
Pág. 87
Os Puritanos
Este facto assume uma maior curiosidade porque, conforme já referimos atrás, os
puritanos que se encontravam presos ficaram imediatamente excluídos do alcance do
Alvará porque, tomando por certo o testemunho de D. Luís da Cunha sobre o facto de a
mulher de D. Manuel de Sousa, a princesa Maria Ana de Holstein, viver «na ultima
indigencia, sem ter que comer nem quem a sirva»330, leva-nos a pressupor que o acesso
que todas estas Casas teriam ao seu património estaria muito limitado, senão
completamente interdito, pelo menos no que respeitava aos bens da Coroa e Ordens331,
não obstante as tentativas de Pombal em interferir com a reprodução social destas Casas.
Como nos relata o marquês de Alorna acerca da Casa dos condes de Óbidos e dos receios
sobre os impactos na sua: «se a ordem q’aquela caza recebeu, para não cuidar em
matrimonio ainda agora, tem algum fim que não podemos saber, que venha a tirar a
Condeça d’Obidos e a seu filho, a liberdade de fazerem n’essa materia o que quizerem,
será coiza rara, que a nossa corte não tem praticado com ninguem, e poderá cauzarnos
damno, pello empate a q’ nos vemos obrigados»332.
Pág. 88
Parte 2 - Os Puritanos
Certo é que, em 1768, já o caminho trilhado por Pombal ia longo, não apenas no
controlo da aristocracia, mas também no das principais instituições que à data persistiam
enquanto garantes de uma sociedade que se queria, como temos comprovado, pura. A sua
influência nas Ordens Religiosas Militares começou a sentir-se logo em 1755 com a
instituição da dispensa régia à verificação da mecânica335, sob a forma de lei, a todos os
que investissem em 10 ou mais acções da Companhia Geral do Grão Pará e Maranhão.
Posteriormente reproduziu esta mesma fórmula aquando da criação das Companhia da
Agricultura e da Vinhas do Alto Douro e Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba336,
e desde sempre relacionado com a prossecução do seu objectivo de criação de uma elite
comercial337 capaz de manter a influência portuguesa no mapa das relações comerciais à
escala mundial338, através da tentativa de privilegiar o seu acesso ao exclusivo grupo da
nobreza339, mas que, mais do que isso, foi permitindo que o poder e a discricionariedade
do rei imperassem sobre quaisquer outros critérios de definição e legitimação das elites
(como as provanças), independentemente a sua origem.
Paralelamente, desde 1760 que Paulo de Carvalho, seu irmão, era cabeça do
Conselho Geral da Inquisição e o seu genro, o conde de São Paio, Gentil-homem da
câmara do infante D. Pedro, cuja primeira nomeação ocorre logo em 1759, confirmada
novamente em 1768340, dois annus horribilis para a aristocracia portuguesa. Também se
assiste, em 1768, à nomeação de Henrique José de Carvalho e Melo, filho de Pombal,
para Gentil-homem da Câmara do infante D. Pedro341, não podendo ser descartada a
hipótese da existência de uma movimentação da aristocracia em torno de D. Pedro, o que
aconteceria, precisamente, cem anos decorridos sobre a deposição de D. Afonso VI e a
da subida ao trono do seu irmão D. Pedro, fortemente patrocinadas pela aristocracia.
335 Instituição da Companhia Geral do Grão Pará e Maranhão (6 de Junho de 1755), art.° 39.°, in António
Delgado da Silva (org.), Collecção da..., p. 387.
336 A Companhia da Agricultura e da Vinhas do Alto Douro em 1756 e a Companhia Geral de Pernambuco
e Paraíba em 1759.
337 Ou de uma Burguesia, cf. nos é sugerido em Teresa Bernardino, Sociedade e atitudes mentais em
Portugal (1777-1810). Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1986, p. 40.
338 Nuno Luís Madureira, Mercado e Privilégios: A Indústria Portuguesa entre 1750 e 1834. Lisboa:
Editorial Estampa, 1997, pp. 83-93; e Kenneth Maxwell, O M arquês., pp. 79-80.
339 Fernanda Olival, As Ordens Militares. , pp. 202-204.
340 Celestino José Fernandes da Silva, António José de São Payo, 1.° Conde de São Payo (1720-1803):
Donatário, Guerreiro e Homem de Corte. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2003.
Dissertação de Mestrado, pp. 169-170.
341 Paulo Drumond Braga, D. Pedro I I I . , p.119.
Pág. 89
Os Puritanos
Pág. 90
Parte 2 - Os Puritanos
causa, e não indignação, pois era tão infeliz como ella - a auxiliou n ’este proposito difficil. // Nem aos paes
o pobre pequeno ousou revelar o mysterio humilhante do seu simulado matrimonio.», in Vida do Duque de
Palmela D. Pedro de Sousa Holstein, Volume I. Lisboa: Imprensa Nacional, 1898, p. 19. Por fim, Andrée
Mansuy-Diniz Silva, acerca de D. Isabel Juliana, diz: «Cependant, l ’union célébrée le 11 avril 1768 ne fut
jamais consommée: en dépit de toutes les pressions quotidiennement exercées sur elle, Isabel Juliana s’y
refusa avec une obstination que rien ni personne ne put ébranler [ . ] » , transcrevendo posteriormente uma
carta de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, primo de D. Isabel Juliana e futuro conde de Linhares, a seu pai,
D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, governador de Angola, onde este diz que a discórdia entre os
noivos «só se deveu à mesma natureza humana, que uniforme sempre em todos os seculos, jamais pode
consentir que uma alma grande e nobre e cheia de talentos, s’unisse e obedessece à outra fraca, estupida,
ignorante, e para a qual não podia olhar semm o maior desprezo.» in Portrait d ’un homme d ’Etat: D.
Rodrigo de Souza Coutinho (1755-1812). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003, p. 49 e 326,
respectivamente.
350 T anto mais que a recusa da noiva em casar era j á sobej amente conhecida porque j á um ano antes, a 8 de
Fevereiro de 1676, escrevia a mesma D. Leonor a seu marido dizendo: «a menina esteve com intento de ser
freira, eu ignorava isso ( . ) . Isto deu infinita aflição a minha Mãe, e como víamos que poderia ser tentação
e não devoção, e que lá este casamento muito nos servia e que não podia ter acerto melhor tentação, digo
que lhe dissessem não cassasse ainda ou coisa semelhante», o que fizeram, reagendando-o para após o
aniversário do noivo, mas que só aconteceu, como dissemos acima, um ano depois, in Heloísa Liberalli
Bellotto (transcrição, introdução e notas), Nem o T em p o ., p. 261.
351 Maria Amália Vaz de Carvalho, Vida d o . , p. 19
352 Augustina Bessa-Luís, Sebastião. , p. 245.
353 Maria de Fátima Bonifácio, Memórias d o . , pp. 64-65.
354 De acordo com Mário Domingues, «numa célebre Carta que a Portugal se escreveu e um grande de
Espanha, recentemente impressa, um panfleto datado de 25 de Fevereiro 1756» dizia-se que o pai de
Pombal «tinha publicado, sob nome suposto, um livro de genealogias, para nele instituir a sua ascendência
fidalga, motivo por que a nobreza de Sebastião José era mais do que duvidosa.», in Marquês d e . , p. 161.
Também Augustina refere «que Sebastião José era judeu dos quatro costados e, além disso, tendo por tio-
Pág. 91
Os Puritanos
8. Alguns contributos
avô um certo «abade negro», de sengue preto ou mestiço [ . ] era coisa que corria ma voz do povo».
Augustina Bessa-Luís, Sebastião., p. 131.
355 Alvará, p. 189.
356 Carta do marquês do Lavradio a Paulo de Carvalho, de 1 de Maio de 1769, já depois do casamento dos
seus filhos nas Casas puritanas em cumprimento do Alvará de 1768, de acordo com Fabiano Vilaça Santos,
in A. Sérgio et al. (dir.), Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, v.3. Lisboa, Rio de Janeiro:
Editorial Enciclopédia, s.n., p. 169-70), cit. in «Mediações entre a fidalguia portuguesa e o Marquês de
Pombal: o exemplo da Casa de Lavradio». In Revista Brasileira de História. v. 24, n.° 48 (2004) São Paulo,
pp. 301-329.
Pág. 92
Parte 2 - Os Puritanos
357 Lembramos que o «Tarouca» a que se referia era o seu genro, Fernando Teles da Silva, futuro 3.°
marquês de Penalva, com quem a sua filha tinha casado, em 1769, no âmbito da execução do Alvará.
358 Pierre Bourdieu, O p o d e r ., pp. 90-91.
359 Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., p. 141.
Pág. 93
Os Puritanos
sua relação com a limpeza de sangue, o tema mais difícil de perscrutar e promotor de um
discurso incontornavelmente difuso é a constante relação que identificámos entre
puritanismo e anti-estrangeirismo. Cortesão não hesita em classificar os puritanos como
racistas e casticistas3 6 0 , apesar de julgarmos exageradas as associações que estabelece,
nomeadamente, entre a Lei dos Tratamentos de D. João V, de 1739, e a vontade do rei
em levantar «entre as classes divisões estanques [ . ] para as transformar em castas»361,
ou então ao concluir que teria sido a prática do puritanismo a votar à vida celibatária os
filhos e filhas segundos das Casas aristocráticas, o que sabemos hoje ser uma prática
generalizada da aristocracia e não apenas dos Puritanos. Aliás, e dada a procura
matrimonial de que foram alvo, não nos espantaria que a realidade das famílias puritanas
fosse precisamente a inversa.
Curioso é, no entanto, o discurso de D. Luís da Cunha que, se por um lado critica
«certas famílias [que] se dizem puritanas para se não aliarem com outras», por outro alerta
para o facto de que «se não deverião consentir os cazamentos fora do Reino, pois não
vemos que algum francez, espanhol ou alemão vá buscar mulher em Portugal, antes
cuidão que nos fazem muita honrra em nos darem suas filhas»362, confirmando que um
entendimento casticista do puritanismo aristocrático seria, de facto, difuso e até
contraditório.
De qualquer forma, o marquês de Alorna escreverá, a respeito da existência de um
defeyto nas Casas de Óbidos, de Alegrete e Angeja, que o mesmo teria a sua origem
porque «hum dos Condes de Portalegre, cazou com hua filha de Garcia d’Almeida, filho
bastardo do segundo Conde de Abrantes, o qual foi tido em hua mulher Castelhana...»363,
confirmando que, não poucas vezes, a origem estrangeira da ascendência, principalmente
espanhola, era a confirmação da existência de um reparo. Neste ponto, a questão
espanhola não poderá ser diminuída uma vez que se assiste a inúmeros casamentos com
a nobreza estrangeira entre o grupo dos Puritanos (Cadaval, Lafões, Tarouca, Ponte de
Lima, Óbidos, Sousas, Aveiro, Caparica) que, inclusive, e para o caso dos Sousas,
capitães da Guarda Alemã, lhes mantiveram a pureza364, grande parte destes ao tempo de
D. Luís da Cunha, ajudando a enquadrar a sua opinião.
Pág. 94
Parte 2 - Os Puritanos
É à luz desta realidade que o modelo de reprodução social puritano deverá ser
também entendido, percebendo que as suas incoerências e inconsistências, que é o
mesmo que dizer uma abordagem menos ideológica ou sectária367 de puritanismo, se
devem também aos constrangimentos para uma descendência, tal como evidenciados
acima, ou seja, a falta de noivos, o que reduziria a oferta matrimonial possível, e os
elevados custos com dispensas que em muito prejudicariam, como de facto
prejudicaram368, os patrimónios das suas Casas.
Pág. 95
Os Puritanos
Pág. 96
Parte 2 - Os Puritanos
este negocio se me faz novo: porque há muitos annos sabia o que agora ouvi: e muito
mais ainda em matérias de muito mais graves consequências»376, uma referência que
contradiz o agradecimento do marquês referido anteriormente, mas que é sintomático na
sociedade portuguesa após o afastamento de Pombal.
Apesar de ser um tema pouco tratado e conhecido, é de se supor que a relação da
aristocracia, que permanecia na Corte, com Pombal, podendo não ser um exemplo de
cumplicidade, seria, pelo menos, cordial, recusando-se assim uma ideia de constante
conflito e opressão. O próprio marquês de Lavradio escreverá ao seu genro, o conde de
Vila Verde, em 1777, pedindo-lhe que «ao senhor Marquês dará você um grande recado
meu que eu não escrevo agora a Sua Ex.a, porque sei quanto lhe custa o obrigá-lo a
responder, que basta que S. Ex.a conheça o meu profundo respeito, e a verdadeira amizade
que sempre lhe protesto», sendo este uma prova de que o conde de Vila Verde, filho do
marquês de Angeja, se “cruzaria” na Corte com Pombal.
Por fim, a desvalorização da linhagem em prol da Casa377, a par do premeio das
famílias nobres que arriscaram a sua vida na Restauração, permitiu que estas assumissem
o topo da hierarquia social, o que de outra forma não aconteceria num tão curto espaço
de tempo. Como tão bem notou Monteiro - sugerindo que «o estudo do fenómeno
puritano ajuda-nos a compreender melhor este aparente paradoxo»378 - o topo da
hierarquia social deixou de ser constituído pelas Casas elevadas há mais tempo à
grandeza, o que deverá ser sempre enformado por uma realidade onde «crescera a
ostentação dos puritanos no exclusivismo, ao mesmo passo que entre os agravados
borbulhava a tendência para a reacção.»379
Pág. 97
Pa r t e 3 - U m a fa m ília p u r it a n a : os Mo u r a r i a s
- §-
380 BNP, Arquivo Tarouca., 270, Cartas do Conde de Tarouca para sua família e parentes. Carta do conde
de Tarouca ao seu sobrinho Nuno da Silva, de 25 de Agosto de 1734.
381 Nuno Gonçalo Monteiro, O Crepúsculo, pp. 132-133.
382 Pedro Silva Miguel, Descobrir a dimensão palaciana de Lisboa na primeira metade do século XVIII.
Titulares, a corte, vivências e sociabilidades, Vol. 1. Lisboa: [s.d.], 2012. Dissertação de Mestrado, p.55.
Pág. 99
Os Puritanos
De facto, e pelo que nos foi possível observar em todas as fontes analisadas para o
presente trabalho, esta identificação parece-nos única, uma vez que, por regra, as Casas
da primeira nobreza de corte eram conhecidas pelos senhorios dos seus títulos (Cadavais,
Angejas, Marialvas, Távoras, ...), ou pelos seus ofícios palatinos (copeiros-mores,
monteiros-mores, ...), ou até pelo nome de um dos seus senhorios (Calharizes, Mateus,
. ) . Certo é o facto de cada uma destas denominações estar associada a uma característica
identificadora da Casa, comum a todos os seus membros, mas que ainda assim nenhuma
outra conseguiu reproduzir tão eficazmente como a Casa dos marqueses de Alegrete. Isto
mesmo comprovamos pela carta do Cavaleiro de Oliveira a Nuno Teles da Silva, que
«esperando toda a fortuna da honra de conhecer a casa de Alegrete, encontrei toda a
disgraça na acçam de entrar na de Tarouca, e sendo tudo Mouraria obriga me a desordem
dos fados a que me queixe dos mesmos objectos que respeito, e que venero [ . ] » 383.
Sendo o tema do presente trabalho o estudo dos Puritanos, saltará à vista o facto
de a família que melhor personifica uma adesão ao ideal puritano ser aquela que é
conhecida por Mourarias. Este facto não deixou de ser notado na altura, chegando,
inclusivamente, a ser utilizado por membros da família enquanto forma de distinção e,
não poucas vezes, de escárnio, salientando, quando acusados de uma ascendência não
mais pura do que a demais aristocracia portuguesa, que «o ser mouros só lhes convinha
Pág. 100
Parte 3 - Uma família puritana: os Mourarias
por terem o seu palacio na Mouraria»386 . Revelar-se-á difícil documentar o início desta
identificação e o motivo pelo qual se desenvolveu de uma forma tão diferente, e sob
muitos aspectos tão mais carismática, do que a restante nobreza portuguesa, mas
apresentaremos neste capítulo aquela que consideramos ser uma proposta possível de
resposta.
É certo que Madureira diz não existir, para o caso de Lisboa, «uma
correspondência linear entre anéis concêntricos definidos a partir de um centro e funções
económicas»388 , à qual podíamos acrescentar também funções sociais, mas Lisboa é a
Corte, e esta relação é intrínseca à própria dinâmica social da cidade pelo que a
identificação com um bairro teria como consequência a identificação com um espaço
específico dentro da corte: os Mourarias não tinham uma casa senhorial na corte, mas
eram identificados com a Mouraria, que, pouco a pouco, se foi tornando para esta Casa
o seu senhorio simbólico em Lisboa, ou seja, na Corte.
É sobre este senhorio simbólico que se edifica um “corpo” composto por todos
aqueles que lá tinham nascido e sido educados, que se desenvolve tendo por base uma
forte rede de fidelidades que obrigava os Mourarias à cabeça da Casa, conforme nos é
sugerido pela já citada correspondência do conde de Tarouca com a sua família, após a
morte do seu irmão. Apesar da natureza da identidade nobre do Antigo Regime nos levar
Pág. 101
Os Puritanos
a assumir que a cabeça do corpo da Mouraria recairia sobre o chefe da Casa dos
marqueses de Alegrete, esse não seria, contudo, um entendimento consensual entre os
membros do mesmo corpo, identificando-se uma separação entre a chefia da Casa “real”,
que recairia sobre o herdeiro, e a da Casa que designámos “imaginada”, assente numa
lógica de antiguidade e carisma389, confirmando que «em redor desse líder carismático
nascia uma espécie de comunidade de crença, e a coesão dessa comunidade dependia de
um conjunto de sentimentos de fidelidade e de esperança, sentimentos esses dotados de
um inegável potencial político, pois eram capazes de gerar confiança e criar consenso,
eram capazes de organizar e de disciplinar, sem que tal implicasse o recurso à coacção e
a meios violentos para manter a ordem.»390
Terminamos este ponto com uma referência à Casa “real” da Mouraria, um palácio
aumentado em finais do século XVII - no apogeu da influência política da Casa dos
marqueses de Alegrete - permitindo adicionar ao palácio antigo, o “Quarto Velho”, um
“Quarto Novo” mais digno da posição que ocupava na corte, ficando os dois ligados por
«um passadiço sobre o arco que substituíra em 1674 as velhas portas de S. Vicente. Esse
389 Seguimos a definição de carisma proposta em Max Weber, Economia e . , pp. 323-408.
390 Pedro Cardim, O poder d o s ., p. 16. Apesar de Cardim associar esta ideia à relação com o príncipe,
extrapolamo-la também para a realidade das Casas aristocráticas enquanto senhorios que, mesmo no Antigo
Regime, nunca deixaram de ser.
391 Referia-se, julgamos, aos quatro filhos varões do seu irmão, o 2.° marquês de Alegrete: Manuel Teles
da Silva, 4.° conde de Vilar Maior; D. Tomás Teles da Silva, 12.° visconde de Vila Nova de Cerveira por
casamento; Nuno da Silva Teles, eclesiástico; e António Teles da Silva, 2.° senhor de Vila Verde de Ficalho
por casamento.
392 BNP, Arquivo Tarouca, 270, Cartas do Conde de Tarouca para sua família e parentes. Carta do conde
de Tarouca ao seu sobrinho Nuno da Silva, de 25 de Agosto de 1734.
Pág. 102
Parte 3 - Uma família puritana: os Mourarias
passadiço acabava por ser para a família um testemunho do seu crescimento, e unia o seu
passado ao presente.»393 Ao estudar este palácio lisboeta, Silva Miguel contesta o
entendimento de que o novo palácio teria apenas contado com um andar acima do piso
térreo, avançando com a possibilidade deste ter ainda mais um andar (três ao todo),
descrevendo ainda todas as aquisições de casas vizinhas realizadas «para as Cazas serem
demolidas e a Rua ficar mais larga e o Pallacio dezafugado»394 Podemos enquadrar assim
o senhorio simbólico acima referido também numa sumptuosa construção digna de um
Grande de Portugal. Mas como Grande de Portugal que era, a construção não se realizou
sem dificuldades financeiras, tendo a sua finalização dependido da ajuda do seu primo,
D. Frei Luís da Silva, arcebispo de Évora395, que, em alvará de 31 de Julho de 1698,
escreverá que «Vendo nós que estava parada a obra das cazas do Marquez de Alegrete,
Manuel Tellez da Silua nosso primo, citas na Mouraria de Lisboa, e que elle a não podia
adiantar polas grandes obrigações, com que se achava, e desejando nos muito ver acabada
a ditta obra, nos deliberamos a tomalla por nossa conta, e assim mandamos continuar com
ella a nossa custa, mandando dar o dinheiro necessario para ella por mão de Manoel Leal
ourives do ouro, morador em Lixboa, segundo constará do seu livro, com o qual se foy
continuando the o prezente a ditta obra, e se vay continuando»396. Parece confirmar-se
assim que, muito provavelmente, a disciplina familiar dos Teles da Silva e o entendimento
da sua Casa enquanto um corpo, ao qual todos os seus membros estavam obrigados, seria
anterior à sua mudança para a Mouraria.
393 Pedro Silva Miguel, D escobrir., Vol. II, Anexos, p. 13. Veja-se o Anexo 6 para uma melhor imagem
da proposta de Silva Miguel relativamente ao que teria sido o palácio da Mouraria.
394 C.f. escritura de 24 de Maio de 1678, cit. in Ibidem, p.9.
395 Luís da Silva Teles (1626-1703), arcebispo, filho natural de Francisco da Silva (clérigo, deputado da
Inquisição de Lisboa) e de Margarida de Noronha. Era primo co-irmão do 1 ° marquês de Alegrete uma vez
que os pais eram irmãos. Apesar de ter ajudado amplamente o seu sobrinho na construção do palácio da
Mouraria, «abundam ecos do seu modo de vida simples e humilde, da sua preocupação em não fazer gastos
excessivos consigo, com os seus familiares e fâmulos, para assim poder ter meios para auxiliar os mais
pobres. Alimentava-se frugalmente, por norma só fazia uma refeição diária à mesa, vestia-se com suma
modéstia, chegando a usar vários anos a mesma murça, aparelhava os seus aposentos com magro e humilde
mobiliário.» José Pedro Paiva, D. Frei Luís da Silva e a gestão dos bens de uma mitra. O caso da diocese
de Lamego (1677-85). Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2001, Vol. II, p. 249.
396 Cit. in Carlos da Silva Tarouca, Conselhos d u m ., p. 4.
Pág. 103
Os Puritanos
A única coisa que sabemos quanto à relação dos Cunhas com o palácio da
Mouraria, o “Quarto Velho”, é que este seria propriedade de Simão da Cunha398, pai de
Mariana de Mendonça casada antes de 1641 com o 1.° conde de Vilar Maior, sendo parte
do dote de casamento desta, altura em que passa a incorporar o património da Casa de
Alegrete/ Vilar Maior, ainda que, em 1643, continuasse a ser morada de D. Manuel da
Cunha, bispo de Elvas e irmão da referida Mariana de Mendonça.
Pág. 104
Parte 3 - Uma família puritana: os Mourarias
Cumpre ainda salientar que, no que aos Cunhas e os seus diferentes ramos diz
respeito, pelo facto de uns usarem o título de representação de Dom e outros não e dos
nomes como Pedro, Nuno, Tristão e Simão se repetirem com frequência, não é raro
encontrarmos inúmeras confusões entre membros da família, da qual a mais frequente,
ainda assim, é a entre o Pe Nuno da Cunha (c. 1594 - c. 1668), da Companhia, filho de
Simão da Cunha; D. Nuno da Cunha e Ataíde (1664-1750), o famoso cardeal da Cunha;
e ainda o Pe. Nuno da Cunha (1705-1774), também da Companhia de Jesus, filho do 1.°
conde de Povolide.
Pág. 105
Os Puritanos
mãe do primeiro conde de Villar-Maior, Fernão Telles da Silva, e tinha ao mesmo tempo
na Corte, e no Santo Officio a influencia que lhe dava seu irmão o Inquizidor Manoel da
Cunha, Bispo, Capellão Mór, e Arcebispo Eleito de Lisboa»403. O engano da Consulta na
identificação do 1.° conde de Vilar Maior enquanto filho de Mariana de Mendonça, com
quem era, no entanto, casado, poderá ser enquadrado no desabafo de Pombal ao conde de
São Paio, seu genro, quando refere que «eu nunca me apliquei a genealogias. He profissão
a que sempre tive grande aborrecimento, porque poucas vezes sucedeu fazer bem, e mais
ordinário he fazer muito mal»404, sendo que a identificação da Mouraria com o Padre
Nuno da Cunha é explícita.
Certo é que, tanto através do Padre Nuno da Cunha, como do seu irmão, o bispo
D. Manuel da Cunha, esta família gozou de muita influência durante os reinados de D.
João IV a D. Pedro II. Já nos referimos à proximidade temporal do Alvará com a Dedução
Chronologica e Analítica e entendemos que parte da aversão de Pombal ao Pe. Nuno da
Cunha terá vindo daí. De acordo com o texto da mesma, a Companhia de Jesus teria sido
responsável por todos os atentados ao poder real desde a sua fundação - e aqui não nos
enganemos, entendido na óptica de Pombal, ou seja, segundo uma perspectiva regalista -
, esclarecendo que «não ha Jesuitas Portuguezes, e Jesuitas Hespanhoes; porque huns, e
outros são na realidade os mesmos Jesuitas, que não conhecem outro Soberano, que não
seja o seu Geral; outra Nação, que não seja a sua própria Sociedade; porque pela
Profissão, que a ella os une, ficão logo desnaturalizados da Patria, dos Pays, e dos Parentes
(,..)»405, e defendendo que os mesmos operariam num Synedrio entendido como um
“contra-poder” que foi minando quaisquer tentativas de afirmação do poder do príncipe,
chegando até à deposição de reis, sendo que na de Afonso VI, concluirá, foram «guiados
pelo dito Nuno da Cunha, Chefe então do Synedrio dos ditos Regulares; como fica
mostrado, e como constou especificamente, pelo que toca á direcção do Congresso das
referidas Cortes.»406
Pág. 106
Parte 3 - Uma família puritana: os Mourarias
mais por aqui percebamos a obsessão de Pombal - é que o Pe. Nuno da Cunha foi, em
toda a sua essência, um curialista, defendendo «a supremacia do papado sobre os poderes
temporais, e a mediação do pontífice na outorga dos poderes dos príncipes»407, o que, na
deposição de D. Afonso VI, e não obstante acreditar que «era contra a sua religião votar
em coisas políticas» e que «sempre se devia recorrer a Sua Santidade», enquanto um dos
letrados escolhidos para decidir se se poderia ou não coroar D. Pedro II em vida de seu
irmão, apoiou a facção que defendia a manutenção do estatuto de príncipe regente, facção
essa na qual contou com o apoio do seu sobrinho, o conde de Vilar Maior, e do seu primo,
Tristão da Cunha408.
Outra característica dos Cunhas está relacionada com a sua vocação para as letras,
porque, para além dos padres Nuno e Manuel, também o seu irmão Pedro «foy muito
perito nas lingoas Latina, Franceza, e Italiana, e naõ menos versado na Historia Sagrada,
e profana.»412 Já Arriaga questionava se não teria sido o 1.° marquês de Alegrete, sobrinho
neto destes irmãos Cunha, «o iniciador da importante livraria, cujos impressos ainda
Pág. 107
Os Puritanos
Assim, parece inegável que a Mouraria, enquanto senhorio simbólico, foi sendo
construída ainda no tempo destes Cunhas, cuja influência na sociedade portuguesa do
Antigo Regime ficou como herança de uma família que a soube capitalizar e perpetuar
através da associação com esta casa, às portas da Mouraria.
413 José de Arriaga, Catalogo dos Manuscriptos da Antiga Livraria dos Marquezes de Alegrete, dos Condes
de Tarouca e dos Marquezes de Penalva e pertencente à sua actual representante a Condessa de Tarouca.
Lisboa: Imprensa de João Romano Torres, 1898, p. v.
414 D. Luís de Almeida Portugal, 2.° marquês de Lavradio, sobre o genro, Fernando Teles da Silva, 3.°
marquês de Penalva, in Marquês do Lavradio (2.°), Cartas do R i o ., p. 55.
415 Pierre Bourdieu, O P o d e r., p. 137.
416 Jean-Louis Flandrin, F am ílias., p. 62.
Pág. 108
Parte 3 - Uma família puritana: os Mourarias
António Teles da Silva, irmão mais novo de João Gomes da Silva e de Fernão
Teles de Menezes, acumulou uma fortuna considerável enquanto governador do Brasil,
entre 1642 e 1647, seguindo uma prática dos secundogénitos das Casas dos Grandes que
não votavam a sua vida ao Clero ou não eram beneficiados por um casamento com uma
herdeira, concretizada nos «vastos horizontes de possibilidades, em que o serviço del-rei
permitia, indirectamente e sem derrogar «fidalguia», amealhar na «mercancia» ou no
«prestamismo» o suficiente para se igualarem financeiramente aos seus «maiores» no
«regresso ao território metropolitano»422 . Foi precisamente no seu regresso ao território
metropolitano que o barco em que seguia António Teles da Silva naufragou, tendo este,
em testamento, designado o seu irmão Fernão Teles de Menezes como seu herdeiro
universal, não apenas da sua fazenda, mas também dos seus serviços, referindo que
Pág. 109
Os Puritanos
«pesso a Sua Mag.de que a merce que me tinha feito de Conde de Villar Major, com o
mais que de sua grandeza espero a faça a meu irmão o Senhor Fernam Telles para que
iunto com o morgado que lhe deixo aia memoria de vassalos que com tanto amor o
seruião.»423 Ainda assim, é importante referir que a atribuição do título de conde de Vilar
Maior, em 1653, a Fernão Teles de Menezes, não se reduziu ao elencar de serviços do seu
irmão, mas também pelo que «obrou na aclamação, sendo um dos primeiros fidalgos que
mais se arriscaram aquele dia na sala dos Tudescos em companhia de António Teles da
Silva, seu irmão»424.
423 Testamento de António Teles da Silva, de 19 de Julho de 1650, transcrito in Ibidem, p. 26.
424 Texto constante da atribuição do título de conde de Vilar Maior a Fernão Teles de Menezes, cit. in
Leonor Freire Costa e Mafalda Soares da Cunha, D. João I V . , p. 40.
425 Nuno Gonçalo Monteiro, O C repúsculo., p. 372.
426 A título de exemplo, se o 1.° conde de Vilar Maior detinha apena a Comenda de Albufeira, da Ordem de
Avis, o seu filho, 1.° marquês de Alegrete, acrescentou a Casa com as comendas de S. João de Moura,
também da Ordem de Avis, e de S. João de Alegrete, Lagares e Soure, da Ordem de Cristo.
427 Nuno Gonçalo Monteiro, Meu pai e. , p. 65.
428 Carlos da Silva Tarouca, Conselhos d u m ., p. 5.
Pág. 110
Parte 3 - Uma família puritana: os Mourarias
Este poderá também ser o motivo pelo qual não encontramos nenhum Teles da
Silva a exercer cargos ultramarinos, à excepção, claro, do já referido António Teles da
Silva, antes recorrentemente ligados ao serviço ao rei no Paço, nomeadamente enquanto
membros do Conselho de Estado, ou em representações diplomáticas, como os 1.° e 2.°
marqueses de Alegrete, o conde de Tarouca, ou ainda Tomás Teles da Silva, 12.° visconde
de Vila Nova de Cerveira por casamento. Certo é que este capital cultural sempre foi uma
característica dos Mourarias, o que confirmamos em Manuel Teles da Silva, 1.° marquês
de Alegrete, «chronista insigne do Senhor Rey D. Joam o 2. na língua latina, muito pura
e elegante»429 e um dos fundadores da Academia dos Generosos (1647-1716) e da
Academia das Conferências Discretas e Eruditas (1696-1705), tendo ainda participado na
elaboração dos Estatutos da Academia Real da História Portuguesa (1720-1760),
academias por onde passou também o seu filho Fernando Teles da Silva, 2.° marquês de
Alegrete430.
429 Fernando Portugal e Alfredo de Matos, Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa. Lisboa: [s.n.],
1974, p. 135.
430 Maria Paula Marçal Lourenço, D. Pedro II..., pp. 327-328.
431 Nomeadamente os seus biógrafos Paulo Drumond Braga, D. Pedro I I . , p. 139 e Maria Paula Marçal
Lourenço, D . Pedro II... , p. 208.
432 Eduardo Brazão, O Conde de Tarouca em Londres (1709-1710). Lisboa: Imprensa Lucas & C.a, 1935,
p. 11.
433 Cit. in Paulo Drumond Braga, D. Pedro I I . , p. 148.
434 João Ameal, D. João V e a sua época. Lisboa: Of. Gráf. Da C.M.L., 1952, p. 10.
Pág. 111
Os Puritanos
Esta foi a realidade partilhada por todos os membros da Casa até, imaginamos, à
subida de Pombal ao poder, concretizada por uma presença constante no Conselho de
Estado, actuando enquanto Vedores da Fazenda, Regedores da Casa da Suplicação e das
Justiças, Presidentes da Câmara de Lisboa e, no que a ofícios maiores da Casa Real diz
respeito, como vimos, enquanto gentis-homens da câmara de D. Pedro II, D. João V e D.
José, gozando assim, todos eles, de uma grande proximidade com o rei, revelada também
na confiança depositada nos membros desta família através da sua designação, entre
outros, enquanto embaixadores extraordinários de Portugal nas negociações dos
casamentos de D. Pedro II com Maria Sofia de Neuburg, filha do Eleitor Palatino Filipe
Guilherme, que valeu à Casa a elevação a marquesado, e de D. João V com D. Maria Ana
de Áustria, filha do imperador Leopoldo I.
435 Testamento de António Teles da Silva, de 19 de Julho de 1650, transcrito em RAU, Virgínia -
«F o rtu n as.», p. 25.
436 É importante, no entanto, não descartar a hipótese de simples disciplina em relação a disposições
testamentárias dos seus maiores, quer tivessem ou não impacto na transmissão do morgado, dado que, ao
nível do apelido, sempre mantiveram o uso do apelido Teles, advindo esta obrigação de uma disposição
testamentária de uma trisavó do 1 ° conde de Vilar Maior, Maria de Vilhena, que instituiu morgado em
1483, «desejamdo eu mujto, que seu nome [do seu marido, Fernão Teles de Menezes, 4.° senhor de Unhão]
para sempre em mjm e em aquelles, que delle e mym descemderam, nom aja de ser esquecido [ . ] [e] que
sempre aquelle ou aquella que for menistrador do dito moorgaado e bems delle possuir, se “chame
d ’allcunha Tellez”», in Carlos da Silva Tarouca, «O A lferes-m or.», pp. 9-10. Sabemos que o morgado foi
herdado, por varonia, pela Casa dos condes de Unhão, que sempre mantiveram o uso do apelido Teles de
Menezes, mas não deixamos de apontar que, mesmo este ramo secundogénito da descendência de Maria de
Vilhena, não deixou de fazer uso do mesmo apelido, não obstante ser esta família de varonia Silva.
Pág. 112
Parte 3 - Uma família puritana: os Mourarias
Concluímos com aquela que nos parece ser a confirmação da ideia de Bourdieu,
ou seja, que o capital simbólico existe enquanto resultado de um processo de capitalização
da importância relativa de um agente nas diversas dimensões do espaço social. Na
aristocracia portuguesa, o capital simbólico associado a um modelo puritano mostrou-se
capaz de definir uma prática exclusiva de um grupo de Casas que acumularam este
prestígio ou status enquanto definidor de um estatuto potenciador, ele próprio, de
prestígio ou status, noutras Casas, e tudo isto sem que possamos afirmar
contundentemente que resultou de um paradigma que estas Casas tenham tentado impor
à sociedade coeva. No entanto, parece-nos ter criado, indiscutivelmente, uma
«consciência puritana» nas mesmas, pelo menos entendida numa dimensão mais privada,
ou seja, enquanto princípio orientador das suas políticas de reprodução social.
Bourdieu diz-nos que «o mundo social está assim povoado de instituições que
ninguém concebeu nem quis, cujos «responsáveis» aparentes não só não sabem dizer -
nem mesmo mais tarde graças à ilusão retrospectiva, como se «inventou a fórmula», -
como também se surpreendem que elas possam existir como existem, tão bem adaptadas
a fins nunca formulados expressamente pelos seus fundadores»438, ideia importante e que
nos parece ser confirmada pelo texto do Parecer quando refere, para o caso dos puritanos,
que «os Descendentes dos sobreditos Reos de Lesa Magestade não tendo culpas pessoaes
daquella natureza, tem seguido o mesmo Puritanismo com sinceridade, e boa fé por huma
geral preocupação, que achárão estabelecida»439, mas ainda assim estruturante no
entendimento que hoje temos da Mouraria.
Pág. 113
Os Puritanos
440 BNP, Arquivo Tarouca, 270 - Carta de João Gomes da Silva, 4.° conde de Tarouca por casamento, para
o marquês de Angeja, datada de 22 de Abril de 1730, sobre o casamento da sua neta com o conde de Vale
de Reis.
441 BNP, Arquivo Tarouca, 163 - 1.° Volume (1710).
Pág. 114
Parte 3 - Uma família puritana: os Mourarias
442 Não deixa também de ser curioso que o único antepassado comum de todas estas famílias é D. Tomás
de Noronha, 3.° conde dos Arcos, Casa puritana no início do nosso período de análise, mas que, pura e
simplesmente, não seguiu uma política puritana de casamentos.
443 Referimo-nos à correspondência constante em BNP, Arquivo Tarouca, 163, 23 Vols. contendo as cartas
do marquês do Alegrete (assinadas e muitas autografadas) para seu irmão o conde de T arouca. Nalgumas
encontram-se logos períodos de cifras. Abrange os anos de 1709-1732.
444 Cit. in Isabel Cluny, O Conde d e . , pp.185-188.
Pág. 115
Os Puritanos
obrigadas a V. Ex.a no esclarecido sangue que lhes ajuntou com esta Nora, além de
conservarlhes a pureza»445. Já numa carta ao marquês de Angeja, sobre o casamento de
uma neta de ambos, D. Joana Francisca de Noronha, com o conde de Vale de Reis,
também neto do marquês de Angeja, sugeria, como vimos no início deste ponto, que a
«igualdade» dos cônjuges era conferida por uma ascendência comum. Por aqui podemos
confirmar que o nível de conhecimento de Pombal sobre a realidade do puritanismo era
grande, porque, apesar do conde de Vale de Reis não ser puritano, ao ter casado na Casa
dos marqueses de Angeja, o seu filho adquiria esta «qualidade», confirmando que «as
ditas familias associadas não só se arrogarão pureza para si, mas tambem espiatorio para
outros, de sorte que todos os que casavão nellas, ficavão tambem Puritanos»446.
Mas a crítica devotada a este modelo de reprodução social não assentava apenas
no facto de este se concretizar num modelo sectário, mas também porque «Vendo se por
este modo até a mesma Nobreza daquelle partido chamado Puritano em termos de acabar-
se, porque coajuntando-se os seus Matrimonios a tão poucas Casas, como he manifesto,
com huma sujeição de Liberdade dos Matrimonios incompativel com as Leis da Igreja, e
do Reino»447. Já para Tarouca, em carta à sua já referida filha na altura já marquesa de
Angeja, «Huma das cousas que estimei m.to nesta Vida, foy que cazarse Pedro com Neta
de meu Irmão de quem Vos fostes tão valida»448, referindo-se ao casamento do seu neto
e herdeiro da Casa dos marqueses de Angeja com Maria de Lorena, filha do 3.° marquês
de Alegrete, demonstrava um entendimento oposto.
Pág. 116
Parte 3 - Uma família puritana: os Mourarias
não terá sido um dos motivos para, não obstante a herança de António Teles da Silva, a
Casa se encontrar em dificuldades financeiras ainda no final do século XVII.
451 Apesar do filho herdeiro do 3.° marquês de Valença ter casado, no âmbito do Alvará, com a herdeira da
Casa dos marqueses de Tancos, a sua morte sem sucessão, ainda em vida de D. José, leva a que o seu irmão
se case, em 1778, com uma Mouraria, garantindo a manutenção do estatuto puritano da Casa.
Pág. 117
Co n c l u s õ e s e De s a f i o s
- §-
Este facto não passou despercebido aos inúmeros estrangeiros que estiveram em
Portugal, nomeadamente Gorani, que não deixa de comentar que «em Portugal, assim
como em Espanha, existia então um absurdíssimo preconceito, aliás em absoluta
contradição com todos os esforços empregados para converter maometanos, judeus e
heréticos à religião católica romana. Olhavam-se os prosélitos e os seus descendentes com
tão grande horror que equivalia a estas pessoas viverem à margem da sociedade. Eram
precisas quatro gerações na profissão da nova religião para levar uma família da mancha
desonrosa de ter outrora professado a religião de Moisés, de Maomé, de Lutero ou de
Calvino.»454
É difícil datar com precisão o início desta prática mais radical subjacente a uma
cultura de limpeza de sangue presente e instituída na sociedade portuguesa desde o século
XVI. O que sabemos, é que a mesma nobreza que a praticava não era a que tinha sido
Pág. 119
Os Puritanos
titulada há mais tempo, nem a que detinha os títulos mais graduados. Assim, o
aparecimento dos Puritanos aparece no seio de uma nova aristocracia, amplamente
beneficiada pela Restauração, que patrocinou. Puritanas seriam assim, as Casas dos
duques de Cadaval e de Lafões, dos marqueses de Alegrete, Angeja, Penalva, Ponte de
Lima e Valença, dos condes de Óbidos e dos capitães da Guarda Alemã (também
conhecidos por Sousas do Calhariz). Mas a realidade que este grupo configurava na
sociedade portuguesa apresentou-se mais complexa e, sabemo-lo, não foram apenas estas
a ser conotadas com o puritanismo, nem a questão puritana nos parece poder reduzir-se
exclusivamente à identificação de quem seriam os Puritanos.
Pág. 120
Conclusões e Desafios
exclusivista, até no seio da aristocracia, foi considerada durante este período como uma
prática de elites e, por isso, promotora de uma consciência puritana.
Pág. 121
Os Puritanos
Ainda assim, talvez seja, outra vez ao contrário do que é sugerido no Alvará, a
própria natureza não “política” dos Puritanos o principal motivo pelo qual o cumprimento
do Alvará terá sido suficiente para acabar com a sua prática de reprodução social. Apesar
dos «casamentos cruzados» entre as Casas de Óbidos e Ponte de Lima aquando da morte
de D. José, e de conseguirmos identificar uma tentativa de manutenção de uma política
de casamentos puritana ao nível, pelos menos, dos primogénitos nestas Casas, a realidade
era já bem diferente, podendo considerar-se que o Alvará foi bem sucedido, deixando esta
prática de, tanto quanto sabemos, causar quaisquer constrangimentos no seio da
aristocracia portuguesa, um grupo que também se preparava para uma grande mudança
no decurso do reinado de D. Maria I.
Pág. 122
Conclusões e Desafios
Pág. 123
Fo n t e s e Bi b l i o g r a f i a
- §-
1. Fontes Manuscritas
ANTT
Condes de Linhares
bnp
Códices
Arquivo Tarouca
bnf
Pág. 125
Os Puritanos
2. Fontes impressas
BRELIN, Johan - De passagem pelo Brasil e Portugal em 1756 por Johan Brelin
(tradução do original sueco por Carlos Pericão de Almeida e introdução e comentário
de Nils Hedberg). Lisboa: «Casa Portuguesa», 1955;
Pág. 126
Fontes e Bibliografia
CHAVES, Castelo Branco (Apresentação, Tradução e notas) - Portugal nos séculos XVII
& XVIII. Quatro Testemunhos. Lisboa: Lisóptima, 1989;
- (Tradução, prefácio e notas) - O Portugal de D. João V visto por três forasteiros, Lisboa,
Biblioteca Nacional, 1983;
COX, Thomas; MACRO, Cox - Relação do Reino de Portugal (1701). Lisboa: Biblioteca
Nacional, 2007;
GORANI, Giuseppe - Portugal. A Corte e o Pais nos anos de 1765 a 1767 (tradução,
prefácio e notas de Castelo-Branco Chaves). Lisboa: Lisóptima Edições, 1989;
Las Siete Partidas del Rey Don Alfonso el Sabio, cotejadas con varios codices antiguos
por la Real Academia de la Historia. Madrid: Imprensa Real, 1807;
Pág. 127
Os Puritanos
O Processo dos Távoras (escrito sobre a direcção de A. Pedro Gil). Lisboa: Amigos do
Livro, [s.n.];
POVOLIDE, Tristão da Cunha de Ataíde, 1.° Conde de - Portugal, Lisboa e a Corte nos
Reinados de D. Pedro II e D. João V. Memórias Históricas de Tristão da Cunha de
Ataíde, 1.° Conde de Povolide (introdução de António Vasconcelos de Saldanha e
Carmen M. Radulet). Lisboa: Chaves Ferreira - Publicações, S.A., 1990;
Pág. 128
Fontes e Bibliografia
3. Bibliografia
ALDEN, Dauril - The Making o f an Enterprise. The Society of Jesus in Portugal, its
Empire, and Beyond 1540-1750. Stanford: Stanford University Press, 1996;
AMEAL, João - D. João Ve a sua época. Lisboa: Of. Gráf. Da C.M.L., 1952;
Pág. 129
Os Puritanos
BUESCU, Ana Isabel - D. João III (1502-1557). Lisboa: Temas e Debates, 2008;
Pág. 130
Fontes e Bibliografia
COSTA, Fernando Dores; MONTEIRO, Nuno - 2.° Duque de Lafões - Uma Vida
Singular no Século das luzes. Lisboa: Edições Inapa, 2006;
COSTA, Leonor Freire; CUNHA, Mafalda Soares - D. João IV. Lisboa: Temas e Debates,
2008;
DIAS, João José Alves (coord.) - «Do Renascimento à Crise Dinástica». In SERRÃO,
Joel; MARQUES, A. H. de Oliveira (direcção) - Nova História de Portugal. Lisboa:
Presença, 1998;
Pág. 131
Os Puritanos
Pág. 132
Fontes e Bibliografia
MONTEIRO, Nuno Gonçalo - Meu pai e senhor muito do meu coração. Lisboa: ICS-
Quetzal Editores, 2000;
Pág. 133
Os Puritanos
OLIVEIRA, António de - D. Filipe III (1605-1665). [Lisboa]: Temas & Debates, 2008;
PEDREIRA, Jorge; COSTA, Fernando Dores - D. João VI. [s.l.]: Temas & Debates,
2009;
PULIDO, Juan Ignacio - Judeus e Inquisição no tempo dos Filipes. Lisboa: Campo da
Comunicação, 2007;
Pág. 134
Fontes e Bibliografia
SANTOS, Maria José Azevedo - Assina quem sabe e lê quem pode. Leitura, transcrição
e estudo de um rol de moradias da Casa da Rainha D. Catarina de Austria (1526).
Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2004;
WEBER, Max - Economia e Sociedade, vol. 2. São Paulo: Editora UnB e Imprensa
Oficial, 2004;
XAVIER, Angela Barreto; CARDIM, Pedro - D. Afonso VI: [Lisboa]: Temas e Debates,
2008;
XAVIER, Angela Barreto; CARDIM, Pedro; ALVAREZ, Fernando Bouza - Festas que
se fizeram pelo casamento do rei D. Afonso VI. Lisboa: Quetzal Editores, 1996.
4. Estudos e artigos
Pág. 135
Os Puritanos
CANADINE, David - «The Eighteenth Century: Class Without Class Struggle» In Class
in Britain. New Heaven e Londres: Yale University Press, 1998, pp. 24-56;
CARDIM, Pedro - O poder dos afectos. Ordem amorosa e dinâmica política no Portugal
do Antigo Regime. Lisboa: [s.n], 2000. Dissertação de Doutoramento;
Pág. 136
Fontes e Bibliografia
NEALE, R.S. - «Class and Class Consciousness in Early Nineteenth Century England:
Three Classes or Five?». In History and Class. Essencial Readings in Theory and
Interpretation. Oxford, Blackwell, 1983, pp. 143-164;
PAIVA, José Pedro - D. Frei Luís da Silva e a gestão dos bens de uma mitra. O caso da
diocese de Lamego (1677-85). Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra, 2001, Vol. II, pp. 243-255;
ROTH, Cecil - «Sir Edward Brampton, alias Duarte Brandão: Governor of Guernesey,
1482-1485». In Sep. Report and transactions o f La Société Guernesiaise, Vol. XVI,
pt. II. Guernsey: La Société Guernesiaise, The Guille-Allès Library, 1957, pp. 160
170;
SÁ, Ayres de - «Dois livros contra o vôo das águias», in Anais das Bibliotecas e Arquivos,
vol. VII, n. 25-28, 1926, pp. 56-76;
SILVA, Celestino José Fernandes da - António José de São Payo, 1. ° Conde de São Payo
(1720-1803): Donatário, Guerreiro e Homem de Corte. Lisboa: Faculdade de Letras
da Universidade do Porto, 2003. Dissertação de Mestrado, pp. 169-170;
SOBRAL, José Manuel - «Nações e Nacionalismo. Algumas teorias recentes sobre a sua
génese e persistência na Europa (Ocidental) e o caso português». In Inforgeo, 1(1996);
Pág. 137
Os Puritanos
TAROUCA, Carlos da Silva - «Conselhos dum Ministro de D. Pedro II para seu filho,
Reitor da Universidade de Coimbra». In Separata da Revista «Brotéria», Vol.
XXXVI, Fasc. 5 (1943), Lisboa;
Pág. 138
An e x o s
- §-
ANEXO 6: A casa “real” da Mouraria: o contributo de Pedro Silva Miguel [p. 131]
Pág. 139
A N EX O 1: D. João V bebendo chocolate | miniatura a óleo sobre marfim
Fonte: FERREIRA, Paulo - Decifrar a Arte em Portugal, Barroco. [Lisboa]: Círculo de Leitores, 2014,
pp. 132-133.
Pág. 1
ANEXO 2: Compêndio de Legislação sobre os Puritanos
Termo que faz o Ill.mo e Ex.mo D. José Miguel João de Portugal, Marquez de Valença
em execução do Alvara de Ley de sinco do corrente mez de Outubro462
[181] Eu ELRei Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que tendo chegado á Minha
Real Presença pela primeira vez o Compromisso, que em 20 de Dezembro de 1663 se
formou para Governo da Confraria da Nobreza, que antes se tinha levantado, para a
expiação do Desacato, que na noite de quinze, para dezasseis de Janeiro do anno de 1630,
se havia commetido no Sacrario da Freguezia de Santa Engrácia: Havendo mandado
Pág. 3
Anexo 2
464 No documento da BNP não aparece esta expressão: «como a Magestade da Minha Corôa», p. 2.
465 No documento da BNP aparece «couzas», p. 2.
466 No documento da BNP acresce «como iludio», p. 3.
Pág. 4
Compêndio de legislação sobre os Puritanos
que durárão desde então até agora, tratando dele os Genealogicos nos seus
necessariamente mal informados, e temerarios livros, praticando-se com desenvoltura o
mesmo nas convenções, e nos ajustes de casamentos, chegando a estabelecer se, por
máxima commum, que a Inquizição não era Guardanapo a que as Gentes se fossem
alimpar, e sustentando-se aquella sediciosa barbaridade com a afrontosa supposição de
inhabilidade, e exclusiva de tantas Casas da primeira Grandeza deste Reino, como forão
as que se virão privadas de entrarem no Serviço das Inquizições, e de darem filhas para
as outras Casas, não só da mesma Classe, mas ainda de outras de menos graduação, sem
reparar em que isto he o mesmo que ainda estão praticando os Hebreos, os quaes não
casão fora da Tribu de sua Geração: Vendo se por este modo até a mesma Nobreza
daquelle partido chamado Puritano em termos de acabar-se, porque coajuntando-se os
seus Matrimonios a tão poucas Casas, como he manifesto, com huma sujeição de
Liberdade dos Matrimonios incompativel com as Leis da Igreja, e do Reino, he preciso
que venhão a perder, por huma parte com a falta de Esposas, que necessariamente hade
haver em hum tão reduzido numero de Familias, pela outra parte com as custosas despezas
das Dispensas Matrimoniaes nos primeiros Gráos dos seus reciprocos, e mutuos
parentescos: E vendo-se em fim, que todo o corpo da dita Nobreza se acha assim
atrozmente injuriado no conceito Universal da Europa, porque fazendo-se crer aos
Estrangeiros, que vivem nesta Corte, que em Portugal só ha pureza de sangue naquellas
poucas Casas, ficão persuadidos, que a mesma Nobreza, se compõe só daquelle pequeno
numero de Familias Christãas velhas, e que todas as outras são maculadas com sangue
Hebreo. Representando-se-Me na sobredita Consulta, e Assento do Conselho de [183]
Estado; em consequecia de tudo o referido, que aos sobreditos inconvenientes accrescia,
para fazer indispensavel, a mais prompta e efficaz providencia applicada sem mais perda
de tempo: Primeiramente que em nenhum Reino ou Estado Catholico e Civil se permittio
até agora huma Associação, União, ou Conventiculo de certas Familias, ou Pessoas
particulares, que pela sua própria Authoridade, se atrevão a separar-se do Commum dos
seus Compatriotas, ainda quando claramente não conste, que he para lhes fazer injurias
tão atrozes como as que este partido Puritano tem por tantos annos accumulado, não só
contra o outro partido por elle, e pelos seus Sequazes pertendido Infecto, mas tambem
geralmente a todo o Corpo da mesma Nobreza de que são membros: Em segundo lugar,
que sendo Eu o Protector da mesma Nobreza, e da sua honra [muito mais precisa do que
a vida] não devo permitir, que na Minha corte se lhe faça a offensa de se lhe pòrem, e
darem pelo arbitrio particular, e temerario dos sobreditos Puritanos as referidas
Pág. 5
Anexo 2
1.° Mando que todos os que são, e forem cabeças das Familias ate agora
chamadas Puritanas, logo que tiverem filhos em idade para poderem Casar, sejão
chamados á Secretaria de Estado: Que nella se lhes declare no Meu Real Nome, que Eu
reprovo e condemno todos os Casamentos ajustados, ou que se houverem de ajustar
dentro do Grémio dos mesmos chamados Puritanos.
2.° Item Mando, que todos os que são, e forem Cabeças de Familias chamadas
Puritanas que dentro do termo de quatro mezes premptorios, contínuos, e improrogaveis,
hajão de ajustar a casar os referidos seus filhos em qualquer das outras Familias, que elles
até agora excluirão, como não Puritanas desterrando-se para isto, como sou servido
desterrar, debaixo das penas ao diante declaradas, o outro horroroso absurdo, com que no
mesmo sedicioso espirito de Puritanismo se andavão excogitando (ainda entre os que o
não seguião) defeitos inventados, e quimericos para se injuriarem huns aos outros,
inhabilitando-se reciprocamente para os Matrimonios aquellas Familias, a que se tinhão
imputado estes, ou aquelles defeitos diversos dos que se atribuião aos que necessitavão
de Casarem seus filhos, e dizendo estes que não querião manchar a sua casa com outras
notas, além das que já tinhão [184]. E isto como se estivesse no arbitrio dos Genealogicos,
Pág. 6
Compêndio de legislação sobre os Puritanos
3.° Item. Determino, que não casando os sobreditos Puritanos os seus filhos
dentro dos quatro mezes acima declarados, depois de haverem sido para isso intimados,
fiquem pelo mesmo lapso de tempo irremissível, e effectivamente privados de todos os
Fóros, Dignidades, Honras, e Bens da Corôa, e Ordens, que tiverem, para delles mais não
gozarem de modo algum, qualquer que elle seja, revertendo todas as referidas Honras, e
Bens a incorporar-se na Minha Coroa, não obstante quaisquer Doações, que dellas e delles
tenhão os transgressores desta Lei, porque desde agora para então Hei por cassadas, e
abullidas e nullas, como se nunca houvessem existido: Primeiro a de haver algumas vidas,
se os sobreditos Transgressores della houvessem falecido sem deixarem descendentes.
Segundo o de requererem com Certidões no termo preciso de trinta dias, continua e
sucessivamente contados desde o dia da privação dos sobreditos Transgressores, os seus
Descendentes que lhe succederião por Direito, se elles mortos fossem, mostrando que tem
cumprido as disposições desta Lei no referido Termo, porque neste cazo lhes serão
restituídas as mesmas honras, e Bens, posto que já se achem incorporadas no Meu Fisco,
e Camara Real.
5.° Item. Mando que para a boa e decente execução de todo o que tenho deste
ordenado, sejão os sobreditos Cabeças de Familias Puritanas opportunamente chamados
Pág. 7
Anexo 2
a Secretaria d’Estado dos Negocios do Reino, e que nella lhes seja lido o presente Alvará,
desde a primeira até à última palavra, de sorte, que bem fiquem comprehendendo o
conteúdo nelle. E que sobre esta especifica, e segnificante intimação sejão obrigados
assignarem no mesmo acto termos, pelos quaes se dêem por notificados, se obriguem a
cumprir tudo o que fica acima ordenado, e promettão inviolavel segredo das intimações
que se lhes fizerem, e tudo isto debaixo das mesmas penas acima declaradas468.
6.° Item. Mando que para mais efficazmente obviar tambem aos temerarios
absurdos, com que até agora se attentou criminosa, e sediciosamente [185] contra as
Sentenças dos Tribunaes da Mesa da Consciencia e Ordens, e do Santo Officio da
Inquizição, attrevendo-se os Authores dos Livros Genealogicos, e os Interlocutores de
conversações malevolas a escreverem, e falarem mal da pureza de sangue das Familias
julgadas competentemente por limpas nos referidos Tribunaes, seja logo expedido outro
Alvará em termos decentes para se publicar, aos fins de se conhecer dos referidos Livros
Genealogicos, e dos que delles fazem reprovados usos para se cohibir a maledicencia dos
que por praticas infamão ignorante e barbaramente as sobreditas familias, com o pretexto
dos mesmos Livros, e de rumores vagos, e populares ordinariamente suscitados pelas
paixões daquelles que os inventão para os espalharem.
Pág. 8
Compêndio de legislação sobre os Puritanos
que logo se lavre outro, que seja digno de huma Confraria, cujo objecto he tão devoto, e
pio, e da qual Eu sou Perpetuo Juiz, e Protector. Escripta no Palacio de Nossa Senhora da
Ajuda a 5 de Outubro de 1768 - Rei - Conde de Oeiras.
- §-
Pág. 9
Anexo 2
estragos, que as Histórias referem, e os viventes virão ainda com igual horror: Se assentou
que este delicado ponto se conservasse por ora em profundo silencio, não só porque os
factos das referidas associação, e sujeição da Auctoridade Regia com hum tão abominavel
fim, manifesto pelo dito Compromisso, e os igualmente abominaveis effeitos, que delles
se seguirão, e ficarão seguindo até aos tempos visinhos contém atrocíssimos crimes de
Lesa Magestade de primeira cabeça, os quaes se não extinguirão com a morte, segundo o
Direito, mas tambem porque nesta certeza seriam de hum preneciosissimo exemplo, que
tratando-se do sobredito Alvará destes execrandos crimes, deixasse de condemnar as
memorias dos que os commetterão, e dos que os seguirão, impondo-se-lhes as penas que
as Leis determinão. E porque havendo-se inclinado a Benigníssima Clemencia do Mesmo
Senhor a conservar as casas daquelles que entre os Descendentes dos sobreditos Reos de
Lesa Magestade não tendo culpas pessoaes daquella natureza, tem seguido o mesmo
Puritanismo com sinceridade, e boa fé por huma geral preocupação, que achárão
estabelecida, não pode haver para o fim desta Clementíssima Indulgencia outro meio, que
não seja o do referido profundo silêncio, quanto a esta parte. E sendo Sua Megestade
servido conformar-se com a referida Consulta e modificações, votos sobre ella dados no
presente Conselho d’Estado, mandou que de todo o sobredito se lavrasse o presente
Assento, e que immediatamente se procedesse á execução do nelle conteúdo. Palacio de
Nossa Senhora da Ajuda em Conselho de tres de Outubro de mil setecentos sessenta e
oito - F. Cardeal Patriarca - Dom João Arcebispo Regedor - Marquez d’Alvito - Conde
de Oeiras - Dom Luiz da Cunha - Francisco Xavier de Mendonça Furtado.
- §-
[186] Senhor - O Conde de Oeiras, Ministro e Secretario d’Estado participou a esta Mesa
a Ordem de Vossa Magestade, para que nella com assistencia dos dois Procuradores
Regios, se visse o Compromisso que até agora estava occulto na Irmandade do Santissimo
Pág. 10
Compêndio de legislação sobre os Puritanos
A experiencia tinha mostrado aos Jesuitas que nada lhe ministrava tantas forças
como a maliciosa invenção das Associações, e uniões que tinhão estabelecido, debaixo
Pág. 11
Anexo 2
da sua direcção em tantas Confrarias dos Grémios da Plebe de Lisboa, e da ordem dos
Ministros da Toga. Guiados pois pelo mesmo espírito de união viciosa quando projectárão
a ruína do Senhor Rei Dom Affonso 6.° e da honra dos Vassalos deste Reino, com huma
infamia que durará nas Memorias funestas de Portugal até ao fim dos séculos, foi hum
dos seus principaes estratagemas, o com que machinárão no meio das Classes da Nobreza
aquelle horroroso monstro, ao qual impuzerão o nome de Puritanismo. Monstro que com
a mesma denominação, acabava em Inglaterra de cortar a cabeça a ElRei Carlos 1.°, e
derão por distinção (que ainda hoje dura com o referido nome) Fidalgo e Christão velho
de tempo immemorial sem fama, ou rumor, em contrario verdadeira ou falsa. Definição
que abortou a abominavel máxima, que a bondade do Cardeal da Cunha achou, e seguio
no cargo de inquizidor Geral, por haverem antecedentemente feito passar em provérbio
os machinadores da referida Seita - Que a Inquizição não era guardanapo a que as gentes
se fossem alimpar, máxima cujo maligno espirito manifesta que ella se ordenou a fazer a
mesma Inquizição hum monopolio dos ditos Puritanos, excluindo della os outros Fidalgos
[188] em que não concorressem aquellas esquisitas e inventadas circumstancias de serem
- Christãos velhos sem fama ou rumor em contrario veradeira ou falsa. Proseguindo pois
os ditos Jesuitas o referido plano malicioso de formarem huma união na Nobreza por elles
dirigida, e valendo-se para este effeito da authoridade com que o seu padre Nuno da
Cunha governava a casa da Mouraria, tão despoticamente como consta de Documentos
Originaes que existem entre os seus papeis, por ser irmão de Dona Mariana de Mendonça,
mãe do primeiro Conde de Villar-Maior, Fernão Telles da Silva, e tinha ao mesmo tempo
na Corte, e no Santo Officio a influencia que lhe dava seu irmão o Inquizidor Manoel da
Cunha, Bispo, Capellão Mór, e Arcebispo Eleito de Lisboa, tomando este, e os mais
Padres da sua feroz Sociedade, o sagrado pretexto da expiação do sacrilegio, que na noite
de 15 para 16 de Janeiro de 1630 se havia commetido na Igreja de Santa Engrácia,
publicárão trinta e três annos depois no de 1663 o Compromisso que desde então até agora
se ficou observando com dois absurdos tão manifestos, e dois extratagemas tão
extraordinários, e nocivos, como são os seguintes: O primeiro delles, foi o de
estabelecerem o referido Puritanismo por Lei do Capitulo 5.° nestas formaes palavras. “A
Eleição se fará nomeando cada hum dos doze, huma pessoa para irmão, declarando
debaixo de juramento, que tem recebido, que não se lhe falou na dita pessoa para a propor,
e que a tem por Christão Velho sem nunca se entender o contrario.” Palavras tão cheias
de diabolica malícia, tão incompativeis com huma Confraria composta da primeira, e mais
graduada Nobreza, com o Senhor Rei Dom Affonso seu Protector á testa, e tão injuriosas
Pág. 12
Compêndio de legislação sobre os Puritanos
ao corpo de huma tal Nobreza, em quanto supponhão judeos nella, como coherentes, e
conformes, com o maligno espírito das outras palavras da difinição do tal Puritanismo
acima copiadas que dizem sem fama ou rumor em contrario verdadeira ou falsa. E com
o mesmo projecto de Associação dos ditos chamados Puritanos, excluindo todas as outras
famílias desta Confraria de Nobreza, assim com as tinhão procurado excluir da
Inquizição, como com effeito consegurão com injuria de tantas casas de primeira
grandeza deste Reino.
Desde o tempo do dito Compromisso, he pois constante e notório a toda esta Corte,
que pelo meio daquelle maligno estratagema chamado [189] Puritanismo se forão as
familias, por elle assignadas, apropriando o arbitrio dos Matrimonios das outras familias
mais distinctas, e mais numerosas da mesma Corte. Ellegendo humas como Puritanas,
reprovando outras como infactas, e fazendo assim a poderosa união, que forão ampliando
com os casamentos de algumas daquellas mesmas famílias chamadas infectas, para as
trazerem á sua associação, debaixo do pretexto de as purificarem, porque as ditas familias
associadas não só se arrogarão pureza para si, mas tambem espiatorio para outros, de sorte
que todos os que casavão nellas, ficavão tambem Puritanos, sem macula alguma, se os
defeitos que antes lhe attribuirão, erão de natureza, que permitisse esconderem-se na
escuridade dos princípios donde se derivavão, havendo destas expiações conhecidos
exemplos.
Pág. 13
Anexo 2
A terceira razão he, porque sendo Vossa Magestade a única fonte de Nobreza da
qual sómente podem emanar as honras, as graduações, e as qualificações para os seus
Vassalos, não pode haver maior temeridade, nem barbaridade mais clara, e manifesta do
que pode haver entre os mesmos Vassallos alguns tão arrogantes que se atrevão a ser elles
árbitros da graduação, e da Nobreza dos que lhes são iguaes na classe da mesma Nobreza,
e ainda na linha de Vassallos, com huma notoria usurpação da Dignidade Regia, e
Jurisdição Suprema, ás quaes he inherente a distribuição das honras, e das classes para as
regular, e ordenar, como bem lhe parecer.
Pág. 14
Compêndio de legislação sobre os Puritanos
Estas além de outras, são as razões que occorrem á Mesa para consultar a Vossa
Magestade a urgentíssima necessidade, que ha de inteiramente destruir este monstro sem
perda de tempo. Não deixou de lembrar á dita Meza para este fim, a providencia da Lei
de 23 de Novembro de 1616, em quanto comunicou perda de perdimento dos bens da
Côroa aos Donatários, que casarem sem expressa licença de Vossa Magestade, e a de
inhabilidade para nelles succederem aquelles, que não sendo donatarios esperassem se
lo: parecendo, que seria bastante providencia negar Vossa Magestade as licenças aos dos
grémios, e união dos Puritanos na occasião em que qualquer delles possa pedi-la para
casar dentro do gremio. Porém lembrou ao mesmo tempo tempo, que esta providencia
nas presentes circumstancias não só seria inefficaz, mas poderia ser mais prejudicial, que
a dissimulação: Por quanto mostra a experiencia, que todas as vezes, que a males urgentes
de uniões, e sedições da natureza do Puritanismo, se senão applicão remedios promptos,
e efficazes, converte-se em maior mal o remedio paliativo, ou a providencia prolongada,
porque anima os espiritos inquietos, enchendo-os de vanglorias, e esperanças vãas de
futuros contingentes, que muitas vezes se vereficão lastimosamente para ressuscitarem as
sedições com maior furor, e para maior damno da Republica.
Entende pois a Meza que o único remedio prompto e efficaz para extinguir o
monstro do Puritanismo, sómente pode consistir em Vossa Magestade ser servido Mandar
declarar aos cabeças das familias Puritanas, que ou estiverem por casar, ou tiverem filhos
para casar, que tem determinado não approvar os seus casamentos dentro do gremio do
Puritanismo, e que justamente tem determinado, que com effeito casem logo dentro do
preciso termo de tres ou quatro mezes, aquelles que estiverem em idade de casar, e que
não casando dentro do termo preciso, serão privados das honras, e dignidades, que
tiverem, e serão por esse mesmo effeito privados dos bens de Coroa e Ordens, remedio
único para efficazmente, extinguir o Puritanismo, e castigo proporcionado aos que com
injuria da maior parte da Nobreza, e com offensa da Real Authoridade pertenderem
sustentar huma união tão disforme.
Pág. 15
Anexo 2
Não he Vossa Magestade ir impedir por este meio, nem ainda coarctar a liberdade
dos Matrimonios, antes he heito ampliar a dita liberdade dos Matrimonios, que os
Puritanos limitavão dentro do seu gremio, com tanta injuria da Nobreza, e com fins tão
reprovados, sem que ao mesmo tempo constranja a cada hum delles com certa, e
determinada pessoa, que he o que elles verdadeiramente practicavão e praticão. E porque
não parece conveniente fazer authenticamente a injuria da Corôa, da Nobreza, e da Nação,
que tem tolerado por tanto tempo este monstro, entende a mesma Meza, que Vossa
Magestade explicará com maior decencia, e dignidade as suas Reaes Ordens, sendo
servido Mandar declarar o sobredito por um Alvará secretissimo, que não desça ao
Tribunal, nem á Chancellaria, Mandando-o reservar, ou na Secretaria [191], ou no seu
Conselho d’Estado. A forma da execução do referido Alvará, pode ser, encarregando
Vossa Magestade a hum dos Ministros Secretario d’Estado, que em particular intime
áquelle, ou áquelles Puritanos, que estiverem nos termos de casar, obrigando-os a assignar
Termo pelo qual se dêem por notificados, e se obriguem a cumpri-lo como Vossa
Magestade Ordena.
Não pode persuadir-se a Meza que depois de intimadas as Reaes Ordens de Vossa
Magestade, haj a Puritano que se atreva a transgredi-las, não obedecendo no termo prefixo,
que elle deve ser assignado, porém quando tal suceda contra toda a esperança, pode
praticar-se a execução, ou por hum Decreto, em que Vossa Magestade por justos, e
particulares motivos, que lhe forem presentes, o declare incurso nas sobreditas penas, ou
pelo Juízo da Inconfidencia, remettendo-se-lhe da Secretaria d’Estado por hum Aviso o
Termo nella feito, e assignado para por elle proceder.
Finalmente parece á Meza, que Vossa Magestade deve ser servido abolir o
incompetente e sedicioso Compromisso da sobredita Irmandade, e mandar-lhes dar outro
novo para o seu governo. Lisboa 23 de Setembro de 1768. - Veiga - Castro - Pacheco -
Fonseca - Cordeiro.
- §-
Pág. 16
Compêndio de legislação sobre os Puritanos
[em nota de rodapé vem escrito: Identicos Termos assignárão em os dias seguintes
o Ex.mo Marquez de Valença, e de Angeja, e outros Fidalgos471]
[191] Aos onze dias do mez de Outubro do anno de mil setecentos sessenta e oito,
compareceo nesta Secretaria d’Estado dos Negocios do Reino, o Ill.mo e Ex.mo Manoel
Telles da Silva, Conde de Villar Maior, vindo a ella chamado por Ordem de ElRei Nosso
Senhor, em execução do seu Alvará de Lei, datado do Palacio de Nossa Senhora da Ajuda
aos 5 deste dito mez, que está correndo, e sendo-lhe lido da primeira até á ultima palavra
em presença do Illustrissimo e Excellentissimo Conde de Oeiras, Ministro e Secretario
d’Estado, por mim Official da mesma Secretaria abaixo assignado, o sobredito Alvará,
em voz clara, e intelligivel: E sendo-lhe perguntado se havia distincta, e especificamente
comprehendido as disposições, Termos, e Comminações estabelecidas pela Lei do mesmo
Alvará, ou se o queria ler para ficar plenamente instruido no conteudo nelle: Respondeo
que tudo havia entendido no seu verdadeiro, e literal sentido; e que sendo obrigado, como
fiel e leal, e obediente Vassallo de Sua Magestade a respeitar, e executar religiosamente,
como justas e santas todas as Leis do dito Senhor, observaria esta prompta, e exactamente,
pelo que nella pertence á sua pessoa, casa, e familia. Em fé e certeza do que assignou este
Termo, com o mesmo Ministro e Secretario d’Estado, no mesmo dia, mez, e anno acima
escripto. - Conde de Oeiras - Conde de Villar Maior - E eu João [192] Gomes d’Araujo,
que sirvo de Official Maior da Sacretaria d’Estado o escrevi, e assignei - João Gomes de
Araújo.
- §-
471 No documento da BNP, a seguir ao Termo, vem o seguinte texto: «Seguem-se outros Termos que
assignarão o Ill.mo e Ex.mo D. Joze Miguel João de Portugal Marquez de Vallença em Ex.am do Alvará
de Ley de cinco do corrente mês de Outubro. E o Ill.mo e Ex.mo D. Pedro de Noronha Marquez de Angeja,
e do Monteiro Mor do Reyno Francisco de Mello, e de Fernando de Miranda». Estes Termos poderão ser
encontrados no ANTT, Condes de Linhares, mç. 5, doc. 4.
Pág. 17
ANEXO 3: Retrato puritano da Aristocracia Portuguesa
Mas como se viam e eram vistos os membros destas Casas? Como se definiriam
as suas estratégias de reprodução social concretizadas em subgrupos onde a probabilidade
de estabelecimentos de alianças era maior? Terá a prática endogâmica de casamentos pela
qual a aristocracia portuguesa ficou conhecida sido ainda mais exclusiva, criando
«sedições, e discórdias»473, como nos é sugerido pelo Alvará?
Pág. 19
Anexo 3
Importa salientar que a atribuição de um dado reparo a uma Casa aristocrática não
quererá dizer que essa Casa o tenha mantido durante todo o período, mas que chegou ao
final do período com esse reparo. Este simplismo assumiu-se, não apenas porque seria
praticamente impossível fazê-lo de outra forma, mas também porque a questão puritana
se coloca, sobretudo, pela existência do Alvará de 1768, permitindo-nos perceber a
realidade dos reparos das Casas aristocráticas por essa data. Por outro lado, o objecto de
estudo do presente trabalho é o grupo dos Puritanos, pelo que a manutenção do estado de
uma Casa aristocrática sem reparos ao longo do período de análise é, por si só, uma forma
de confirmar a sua adesão a um ideal puritano.
476 Na Casa dos marqueses de Abrantes considerámos os ramos dos condes de Penaguião e dos condes de
Vila Nova de Portimão, e na Casa de Sarzedas, nas varonias Silveira e Távora.
Pág. 20
Retrato puritano
no final do Antigo Regime, 3 reparos (que comparam com os 1,4 à data do Relatório de
Torcy, ou seja, 1684) sendo a realidade sem reparos conhecidos composta por apenas 9
Casas.
Posteriormente, atribuímos a cada reparo uma cor e elaborámos, para cada Casa,
uma árvore de costados, partindo, como referimos, do último chefe da Casa vivo anterior
a 1800 e, no caso das Casas extintas a essa data, do último chefe da Casa. Na tabela 2
apresentamos o resumo das árvores de costados que apresentamos a seguir, chamando a
atenção para o facto da 1.a geração dizer sempre respeito ao titular mais recente.
Foi, precisamente, este o motivo que nos levou a propor a análise do grupo
também em sentido lato uma vez que em Casas que mantiveram, durante todo o período,
o mesmo reparo, e assumindo por verdade a prática endogâmica de casamentos da
aristocracia portuguesa, a coincidência ou a casuística parecem ser justificações fracas
para tal, numa realidade onde a prática do puritanismo foi, como vimos, associada a honra
e prestígio.
Pág. 21
Anexo 3
A zam buja
T a la v e ira
B obad illa
G ranada
1
B ran dão
P inheiro
Total de
R eparos
J u zarte
A ragão
I 1
Casa
C aiada
Z un iga
T o rres
L afetá
Aveiro/ Gouveia/ Santa Cruz x x 2
Cadaval/ Ferreira/ Tentúgal x 1
Lafôes/ Arronches/ Miranda 0
A brantes/ Fontes/ Penaguião x x 2
A brantes/ V.N. Portimão/ Penaguião x x x x x x 6
Alegrete/ Vilar Maior 0
Alorna/ Castelo Novo/ Assumar x x x x 4
Alvito/ Oriola/ Alvito/ Alvito x x x 3
Angeja/ Vila Verde
Cascais/ M onsanto/ Coudeis-móres x x x 3
Castelo Melhor/ Calheta/ Castelo Melhor/ Repost. x x
Fronteira/ Torre/ Coculim x x x x x 5
Lavradio/ Avintes x x x x 4
Loulé/ Vale de Reis x x x
Louriçal/ Ericeira x x x x x 5
Marialva/ Cantanhede x 1
M inas/ Prado x x x x x 5
Niza/ Vidigueira x x x x 4
Niza/ Vidigueira/ Unhão x x x x x x x 7
Penalva/ Tarouca 0
Pombal/ Oeiras x x 2
Ponte de Lima/ Vila Nova de Cerveira 0
Tancos/ Atalaia x x 2
Távora/ S. João da Pesqueira x 1
Valença/ Aguiar/ Vimioso
Almada/ Mestres-s alas x x x 3
Alva x x
Alvor x 1
Arcos x x x x x x x x 8
Atouguia x 1
Aveiras x x x 3
Bobadela x x x x x x x 7
Caparica x 1
Co culim x x x x 4
Cunha x x x 3
Ega x x x x 4
Ficalho x 1
Galveias x 1
Lousã x x x 3
Lumiares/ Ilha do Príncipe x x x x x x
S. Lourenço/ Sabugosa x x x 3
S. Miguel x x x x x x x x 8
Óbidos/ Sabugal/ Palma
Penafiel x x x x x x x 7
Pombeiro x x x x x x x x x
Sande/ Ponte x x x x x x x x 8
Povolide x x x x x 5
Redondo x x x 3
Resende/ Almirantes x x x x x 5
Ribeira Grande/ Vila Franca x x
São Paio x x x x x x x 7
Sabugosa x x
Sandomil x 1
Santiado de Beduído x x x 3
Sarzedas 1 x 1
Sarzedas 2 x x x 3
Soure x x x x 4
Valadares x x
S. Vicente x 1
Vila Flor/ Copeiros-móres x x x x 4
Vimieiro x x x x x 5
Asseca x x x x x x
Barbacena x x x x x x
Fonte da Arcada x x x x 4
M esquitela/ Ilha Grande de Joanes x x x x x x x 7
Vila Nova de Souto d'El Rei x x x x 4
Capitães da Guarda Alemã 0
Armeiros-móres 0
Monteiros-móres x x 2
Porteiros-móres x x x x x x x 7
Pág. 22
Retrato puritano
Tabela 2 - Análise dos reparos das Casas aristocráticas portuguesas477
Gerações consideradas
Reparos: Casa: 1.a 2." 3 .a 4." 5." 6."
A veiro/ Gouveia/ Santa Cruz s.r. s.r.
A ragão Cadaval/ Ferreira/ T entúgal s.r. s.r. s.r. s.r. n.c.
Azam buja Lafões/ A rron ch es/ M iranda s.r. s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
Bocanegra A b ra n te s/ F o n tes/ Penaguião s.r.
Brandão A b ra n te s/ V.N. Portimão/ Penaguião » • • • • • • • • • • • ••
Caiada A legrete/ Vilar M aior s.r. s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
Granada A lorna/ Castelo N ovo/ A ssu m ar • • • • • • s.r. n.c. n.c.
Juzarte A lvito/ Oriola/ A lvito/ Alvito » • • • » • • s.r.
Lucena A ngeja/ Vila Verde s.r. s.r. s.r. s.r. s.r. n.c.
Lafetá C ascais/ M on san to / Coudeis-m ores • • • • • • n.c. n.c.
Pinheiro Castelo M elhor/ Calheta/ Castelo M elhor/ Re • • • • • • • s.r.
Talaveira Fronteira/ Torre/ Coculim » • • • • • • • • • •• ••
Torres Lavradio/ A vintes » • • • •• •• •• om
Z uniga Loulé/ Vale de Reis M* •• •• •• • •
Judeu Louriçal/ Ericeira •••• ••• •• •• •• •
Bobadilla M arialva/ C antanhede • • • • • ft
M inas/ Prado • •• • • • • • • • •
Niza/ Vidigueira • • • • • • •
Niza/ Vidigueira/ U nhão • • • • • • • •mo
Penalva/ Tarouca s.r. s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
Pom bal/ Oeiras M M »• »• • •
P onte de Lima/ Vila N ova de Cerveira s.r. s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
T an co s/ A talaia •• •• •• •• •• M
Távora/ S. João d a Pesqueira s.r. s.r.
Valença/ A guiar/ Vimioso s.r. s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
A lm ada/ M estres-salas M ** é • s.r. n.c.
A lva * n.c. n.c. n.c. n.c. n.c.
A lvor s.r. s.r. s.r. n.c.
A rcos M ••• M • • • s.r. s.r.
A touguia
Aveiras • * • • s.r. s.r.
Bobadela M • • • • • n.c. n.c.
Caparica s.r. s.r.
Coculim » • • • • • • • • • M
Cunha »• »• s.r. s.r. s.r.
Eg a » ••• ** *M
Ficalho • • • • • s.r.
Galveias • • • s.r. s.r. n.c.
Lousã • • • • • •
Lumiares/ Ilha do Príncipe • • • • • • • • •
/
S. Lourenço/ Sabugosa Alferes-mores • • • • • s.r.
S. M iguel M • •
O bidos/ Sabugal/ Palma s.r. s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
Penafiel • • • •> it • •• M • •
Pombeiro •• • • • •
Sande/ Ponte » • 1 M M * ••• ••• ••• n.c.
Povolide • • s.r. s.r.
R edondo • • • • s.r. s.r.
R esende/ A lmirantes • •• • •• •• •• •• •
Ribeira Grande/ Vila Franca • • • • • s.r.
São Paio • • » ••• •• ••• • •• ••• •• •
S abugosa/ Alferes-m ores •• • • s.r. s.r.
Sandomil s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
Santiado de Beduído • • M • • s.r. s.r.
Sarzedas 1 s.r. n.c.
Sarzedas 2 » • • • » • s.r.
Soure • i • • » s.r.
Valadares • s.r.
S. Vicente
Vila Flor/ Copeiros-mores » •• * • » s.r. s.r.
Vimieiro • • • •• s.r.
A sse c a s.r. s.r. s.r. n.c.
B arbacena • • • • • • • • • •
F onte A rcada • • s.r. s.r. s.r. s.r.
M esquitela/ Ilha G rande de Joanes • • » ••• s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
Vila N ova de Souto d'El Rei • •• • • s.r. s.r. s.r. s.r.
Capitães da G uarda Alemã s.r. s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
Armeiros-mores s.r. s.r. s.r. s.r. s.r. s.r.
M onteiros-m ores
Porteiros-mores » • • • • n.c.
n.c. - Geração não considerada
s.r. - Sem reparos
477 A primeira geração analisada respeita ao último titular chefe da Casa vivo antes de 1800, representando a 2.a geração a do seu
pai, e daí em diante, excepção feita quanto este herda a Casa de um ramo feminino, tendo-se, nesse caso, optado por seguir a
linhagem da Casa em detrimento da varonil.
Pág. 23
Anexo 3
Casa dos duques de Aveiro/ marqueses de Gouveia/ condes de Santa Cruz
• •
D. João Mascarenhas
D. Martinho
Mascarenhas, 4.° C.
Santa Cruz
D. Beatriz Mascarenhas,
3.a C. Santa Cruz
D. João Mascarenhas,
5.° C. Santa Cruz
Manrique de Silva, 1.° M.
Gouveia
Juliana de Lancastre •
D. Maria de Lancastre
D. Martinho
Mascarenhas, 3.° M.
Gouveia
O Teresa de Moscoso
Osório
D. José M ascarenhas da
Silva de Lancastre, 8.°
D. Aveiro
•• António Luis de Tavora,
2.° C.
Luis Álvares de Tavora,
1.° M. Tavora
D. Arcângela Maria de
Portugal
António Luis de Tavora,
2.° M.
D. Rodrigo Lobo da
Silveira, 1.° C.
D. Maria Inácia de
Menezes
D. Maria Antónia de
Vasconcelos e Menezes
Inácia Rosa de Tavora
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
D. Leonor de Mendoça
Leonor Teresa Rosa de
Sousa
D. António Mascarenhas
D. Mariana de Castro
Isabel de Castro
D. Martinho
Mascarenhas, 6.° M.
Gouveia
•• Luis Álvares de Tavora,
1.° C. Távora
António Luis de Tavora,
2.° C.
Marta de Vilhena
Francisco de Tavora, 1.°
C. Alvor
D. Miguel de Noronha,
4.° C.
D. Arcângela Maria de
Portugal
D. Inácia de Menezes e
Vasconcelos
Bernardo António Filipe
Neri de Tavora, 2.° C.
António Luis de Tavora,
2.° C.
Luis Álvares de Tavora,
1.° M. Tavora
D. Arcângela Maria de
Portugal
Inês Catarina de Tavora
D. Rodrigo Lobo da
Silveira, 1.° C.
D. Maria Inácia de
Menezes
D. Maria Antónia de
Vasconcelos e Menezes
Leonor Tomásia de
Tavora e Lorena
D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana Pimentel
D. Jo an a de Lorena
Margarida de Lorena
Pág. 24
Retrato puritano
Casa dos duques de Cadaval/ marqueses de Ferreira/ condes de Tentúgal
D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana Pimentel
D. Jaime Álvares Pereira
de Melo, 3.° D. Cadaval
Margarida de Lorena
D. Nuno Caetano Álvares
Pereira de Melo, 4.° D.
Henriqueta de Lorena
D. Miguel Caetano
Álvares Pereira de Melo,
° D. Cadaval
M iguel Carlos de Tavora
Manuel Carlos de
Tavora, 4.° C.
Maria Caetana da
Cunha, 2.a C. S. V icente
Miguel Carlos da Cunha
Silveira e Tavora, 5.° C.
D. M arcos de Noronha,
4.° C.
D. Isabel de Noronha
Maria Josefa de Tavora
Leonor da Cunha •
D. Luis Peregrino de
Ataíde, 8.° C.
D. Jerónimo de A taíde,
9.° C.
to D. Margarida de Vilhena
D. Rosa Leonarda de
Ataíde
António Luis de Tavora,
2.° M.
Mariana Teresa de
Tavora
Leonor Teresa Rosa de
Sousa
Pág. 25
Anexo 3
Casa dos duques de Lafões/ marqueses de Arronches/ condes de Miranda do Corvo
P
Rei D. Pedro II
D. M iguel de Bragança
Ana Arm anda de Vergé
D. João Carlos de
Bragança, 2.° D. Lafões
Príncipe Carlos José de
Ligne
Luísa Casim ira de
Sousa, 6.a C. Miranda
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
D. Leonor de Mendoça
Diogo Lopes de Sousa,
4.° C. Miranda
D. A ntónio Mascarenhas
D. Mariana de Castro
Isabel de Castro
Mariana Francisca de
Sousa Tavares, 2.a M.
Arronches
D. Francisco
Mascarenhas
D. João M ascarenhas
D. Margarida de V ilhena
D. Margarida de Vilhena
D. Francisco de C astelo-
Branco, 2.° C.
D. Beatriz de M enezes,
3.a C.
D. Luisa Coutinho
Pág. 26
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Abrantes e de Fontes/ condes de Penaguião
• •
D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana Pim entel
D. Rodrigo de Melo
Margarida de Lorena
D. Maria Margarida de
Lorena, 4.a M. Abrantes
D. Francisco de Sá de
M enezes, 2.° C.
Penaguião
D. João Rodrigues de Sá
e Menezes, 3.° C.
Penaguião
• ' D. Joana de Castro
D. Francisco de Sá e
M enezes, 1.° M. Fontes
D. Luis de Ataíde, 5.° C.
Luisa Maria de Faro
D. Filipa de Vilhena
D. Rodrigo A nes de Sá
Alm eida e Menezes, 1.°
M. Abrantes
•• D. Lourenço de
Lancastre
D. Rodrigo de Lancastre •
Inês de Noronha
D. Joana Luisa de
Lancastre
João da Silva Telo de
M enezes, 1.° C. Aveiras
Inês Teresa de Noronha
Maria de Castro
D. A na Maria Catarina
Henriqueta de Lorena,
3.a M. Abrantes
•• D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana Pimentel
D. Isabel Luísa V icência
de Lorena
Henriqueta de Lorena
Pág. 27
Anexo 3
Casa dos marqueses de Abrantes/ condes de Figueiró e Vila Nova de Portimão
• • • • •
António Luis de Tavora,
2.° C.
Francisco de Tavora, 1.°
C. Alvor
D. Arcângela Maria de
Portugal
Bernardo António Filipe
Neri de Tavora, 2.° C.
Luis Álvares de Tavora,
1.° M. Tavora
Inês Catarina de Tavora
D. Maria Inácia de
M enezes
Manuel Rafael de Tavora
D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana Pimentel
D. Joana de Lorena
Margarida de Lorena
D. José Maria de
Lancastre e Tavora, 6.° D. Pedro de Lancastre,
C. Vila Nova 2.° C. Figueiró
• •• D. Luis de Lancastre, 4.° ••
C. Vila Nova
mom D. Madalena Lancastre
D. Pedro de Lancastre, ••
5.° C. V ila Nova
••• D. Estevão de Menezes
Madalena de Noronha
D. Helena de Noronha
D. Isabel de Lancastre e
Menezes
•••• D. Francisco de S á e
Menezes, 1.° M. Fontes
D. Rodrigo Anes de Sá
Alm eida e M enezes, 1.°
M. Abrantes
•• D. Joana de Lancastre
D. Maria Sofia de
Lancastre
•• D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
D. Isabel Luísa V icência
de Lorena
D. Maria Angélica de
Lorena
D. Pedro de Lancastre
da Silveira de C astelo- D. Rodrigo de Lancastre
Branco S á e Menezes, D. João de Lancastre
5.° M. Abrantes Inês Teresa de Noronha
•••••• D. Pedro Baltazar de
Alm eida de Lancastre
•• D. Pedro de Alm eida
D. Maria Teresa Antónia •
de Portugal
Luísa Antónia de
Portugal
D. José de Lancastre
Saldanha
•••• Luis de Saldanha
Aires de Saldanha de •
M enezes e Sousa
Violantes de Mendonça
Inês Josefa de Tavora
••• Juan de Saldanha de
Sousa
Luisa Inês de Tavora ••
omm Inês Antónia de Tavora
D. Maria da Conceição
de Lancastre
••••• D. Henrique Henriques
D. Jorge Henriques
Maria Luísa de Menezes
D. António Henriques
•• D. António de Almeida,
2.° C. Avintes
D. M adalena de Bourbon ••
•• D. Maria Antónia de
Bourbon
D. Leonor Henriques de
Faria Pereira
•• Josefa Francisca
Pág. 28
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Alegrete/ condes de Vilar Maior
P
Fernão Teles de
M enezes, 1.° C. V ilar
Maior
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Mariana de Mendonça
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
D. Nuno Mascarenhas
Costa
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz de M enezes,
3.a C. Sabugal
Manuel Teles da Silva,
3.° M. Alegrete
D. M arcos de Noronha
D. Tomás de Noronha,
3.° C.
D. Maria Henriques
D. Helena de Noronha
D. Luis de Lima Brito e
Nogueira, 1.° C.
D. Madalena de B rito e
Bourbon
V itória de Cardaillac
Fernão Teles da Silva,
4.° M. A legrete
D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana Pimentel
D. Eugénia Rosa de
Lorena
Margarida de Lorena
Manuel Teles da Silva,
6.° C. V ila r M aior
Fernão Teles de
M enezes, 1.° C. V ilar
Maior
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Mariana de Mendonça
João Gom es da Silva
D. Nuno Mascarenhas
Costa
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz de M enezes,
3.a C. Sabugal
Maria Josefa de
Menezes
D. Duarte Luis de
M enezes, 3.° C. Tarouca
D. Estevão de M enezes
D. Luisa de Castro
D. Joana Rosa de
Menezes, 4.a C. Tarouca
D. M arcos de Noronha
D. Tomás de Noronha,
3.° C.
D. Maria Henriques
D. Helena de Noronha
D. Luis de Lima Brito e
Nogueira, 1.° C.
D. Madalena de Brito e
Bourbon
V itória de Cardaillac
Pág. 29
Anexo 3
Casa dos marqueses de Alorna e Castelo Novo/ condes de Assumar
• • •
D. Pedro de Alm eida, 1.°
C. A ssum ar
D. João de Alm eida, 2.°
C. A ssum ar
D. Fernando
M ascarenhas, 1.° C.
Torre
D. Margarida André de ••
Noronha
'• • D. Maria de Noronha
D. Pedro José de
Alm eida, 1.° M. Alorna
• • D. Fernando
M ascarenhas, 1.° C.
Torre
D. João M ascarenhas, ••
1.° M. Fronteira
• • D. Maria de Noronha
D. Isabel de Castro •
• • D. Francisco de Sá de
M enezes, 2.° C.
Penaguião
D. Madalena de Castro
D. Joana de Castro
D. João de Alm eida
Portugal, 2.° M. Alorna
• •• D. Pedro de Lancastre,
2.° C. Figueiró
D. Luis de Lancastre, 4.( ••
C. V ila Nova
••• D. Madalena Lancastre
D. Maria Josefa da ••
Nazaré de Lancastre
••• D. Estevão de Menezes
Madalena de Noronha
D. Helena de Noronha
Pág. 30
Retrato puritano
Casa dos marqueses, condes e barões do Alvito/ condes de Oriola
• • •
D. João Lobo, 6.° B.
Alvito
D. Luis Lobo, 1.° C.
O riola
D. M adalena de
L an castre
D. V a s c o Lobo, 2. ° C.
O riola
D. F ra n c is c o da G am a,
4.° C. V idig ueira
D. E u frá s ia M aria de •
Tavora
Leonor C o u tin h o
D. José A n tó n io
F ra n c is c o Lobo da
Silveira, 1.° M. Alvito
••• Rui F ernandes de
A lm a da
C ristovão de A lm a d a
M adalena de L an castre
Inês M argarida José de
L an castre
••• D. Luís de A lm a d a
D. F ilipa M aria de M elo
D. Luísa de M enezes
D. Fernando José Lobo
da S ilre ira Q uaresm a,
2.° M. Alvito
••• D. V a s c o M ascarenhas,
1.° C. Ó bidos
D. Fernando M artins
M ascarenhas, 2.° C.
Ó bidos
D. João M a scarenhas
D. Joana F ra n c is c a de
V ilhe na
D. B e a triz M ascarenhas,
3.a C. S a n ta Cruz
D. Teresa de A s s is
M a scarenhas
D. N u no M a s carenhas
C o sta
D. João M a s carenhas
C a s te lo -B ra n c o da
C osta, 2.° C. P a lm a
D. B e a triz de M enezes,
3.a C. S a bugal
D. B e a triz M a scarenhas
C a s te lo -B ra n c o da
C osta, 4 .a C. Sabugal,
3 .a C. P a lm a
D. F ra n c is c o
M a s carenhas
D. Joana de C a stro
D. M argarida de V ilh e n a
D. José A n tó n io P lá c id o
Lobo da S ilre ira
Q uaresm a , 3.° M. Alvito
• • D. D iogo de M enezes
D. José de M enezes de
Tavora
M aria de O liveira
D. D iogo M enezes de •
Tavora
H enrique de S o usa
Tavares da Silva, 1.° M.
A rronches
B rite s F ra n c is c a de
M endoça
D. M ariana de C a stro
D. José de M enezes da
S ilveira de C a s tro e
Tavora
M aria B a rba ra Josefa
B reyne r
D. M aria B á rba ra de
M enezes
Luísa G onzaga
Pág. 31
Anexo 3
Casa dos marqueses de Angeja/ condes de Vila Verde
P
D. A ntónio de Noronha,
1.° C. V ila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de Menezes
D. A ntónio de Noronha,
2.° M. Angeja
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Isabel Maria A ntónia de
Mendonça
D. Mariana de Castro
D. Pedro José de
Noronha Cam ões, 3.° M.
A ngeja
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
João Gom es da Silva
D. Luisa Coutinho
Luisa Josefa de
Menezes
D. Estevão de Menezes
D. Joana Rosa de
M enezes, 4.a C. Tarouca
D. Helena de Noronha
D. José Xavier de
Noronha Camões
Albuquerque Sousa
Moniz, 4.° M. Angeja
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
D. Luisa Coutinho
Manuel Teles da Silva,
3.° M. Alegrete
D. Tomás de Noronha,
3.° C.
D. Helena de Noronha
D. Madalena de Brito e
Bourbon
Maria de Lorena
D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana Pimentel
D. Eugénia Rosa de
Lorena
Margarida de Lorena
Pág. 32
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Cascais/ condes de Monsanto/ Coudeis-mores
D. Álvaro Pires de
Castro, 1.° M. Cascais
D. Luís Álvares de •
Castro, 2.° M. Cascais
D. Bárbara Estefânia de
Lara
D. Manuel José de •
Castro Noronha de
Sousa Ataíde, 3.° M.
Cascais
• • D. A ntónio Luis de
Menezes, 1.° M.
Marialva
D. Maria Joana Coutinho •
D. Catarina Coutinho
D. Luís José Leonardo
de Castro Noronha
Ataíde e Sousa, 4.° M.
Cascais
• • D. A ntónio de Noronha,
1.° C. V ila Verde
D. Pedro A ntónio de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de Menezes
D. Luisa de Noronha
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Isabel Maria A ntónia de
Mendonça
D. Mariana de Castro
Pág. 33
Anexo 3
Casa dos marqueses de Castelo Melhor/ condes da Calheta e Castelo Melhor/ Reposteiros-mores
••
Luis de S ousa Ribeiro de
V a sconcelos
João Rodrigues de
V a sconcelos e Sousa,
2.° C. Castelo Melhor
• Maria de Moura e Tavora
Luis de V asconcelos e
Sousa, 3.° C. Castelo
Melhor
Sim ão G onçalves da
Camara, 3.° C. Calheta
Mariana de Lancastre
V a sconcelos e Camara
Margarida de M enezes
V a sconcelos
A fonso de V a sconcelos
e S o usa Cunha Camara
Faro e Veiga, 5.° C.
Calheta
Bernardim de Távora e
Sousa, R.P.
G uiom ar de Tavora
Sousa Faro e Veiga
D. Estevão de Faro, 2.°
C. Faro
D. Leonor M ascarenhas
D. G uiom ar de Castro
José de V asconcelos e
S o usa C am inha Camara
Faro e Veiga, 1.° M.
C astelo Melhor
E m ília de Rohan
A n tónio José de
V a sconcelos e S ousa
Cam ara C am inha Faro e
Veiga, 2.° M. C astelo
M elhor
D. A n tónio de Noronha,
1.° C. V ila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de M enezes
D. A n tónio de Noronha,
2.° M. Angeja
D iogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
D. Leonor de Mendoça
Isabel Maria A n tónia de
M endonça
D. A n tónio M ascarenhas
D. Mariana de Castro
Isabel de Castro
D. Maria R osa Q uitéria
de Noronha
Fernão Teles de
Menezes, 1.° C. V ilar
Maior
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Mariana de Mendonça
João G om es da Silva
D. Nuno M ascarenhas
Costa
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz de Menezes,
3.a C. Sabugal
Luisa Josefa de
Menezes
D. Duarte Luis de
Menezes, 3.° C. Tarouca
D. Estevão de M enezes
D. L uisa de Castro
D. Joana R osa de
M enezes, 4.a C. Tarouca
D. Tom ás de Noronha,
3.° C.
D. Helena de Noronha
D. M adalena de Brito e
Bourbon
Pág. 34
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Fronteira/ condes da Torre e Coculim
• • • •
D. F erna nd o
M a s c a re n h a s , 1 .° C.
Torre
D. Jo ã o M a s c a re n h a s ,
1.° M . F ronteira
D. M a ria d e N oron ha
D. F erna nd o
M a s c a re n h a s , 2 .° M .
F ronteira
D. F ra n c is c o d e S á d e
M e n e z e s , 2 .° C.
Pe n a g u iã o
D. M a d a le n a d e C a stro
D. Joa n a d e C a stro
D. Jo ã o M a sca re n h a s, •
3 .° M . F ronteira
D. Lu is de A ta íd e , 5 .° C.
A to u g u ia
D. Je ró n im o d e A ta íd e ,
6 .° C. A to u g u ia
D. F ilip a d e V ilh e n a
D. Joa n a L e on or d e
T o le d o e M e n e ze s
D. F erna nd o d e
M e n e ze s
D. Le on or M a ria d e
M e n e ze s
D. Joa n a d e T o le d o d a
C am ara
D. J o s é Luis
M a s c a re n h a s , 5 .° M .
F ronteira
D. F ra n c is c o Lu is de
L a n ca stre
D. P e d ro d e L a nca stre,
2 .° C. F igu eiró
F ilip a d e M e n d o n ça
D. Lu is d e La n ca stre , 4 .°
C. V ila N ova
••• D. Lu is da S ilveira, 3 .° C.
••
D. M a d a le n a d e
L a n ca stre
•• D. M a ria d e V ilh e n a
D. H e le n a Jo se fe N a za ré
d e L a n ca stre
D. D ua rte Lu is de
M e n e z e s , 3 .° C . T a ro u ca
D. E ste vã o d e M e n e ze s
D. L u isa d e C a stro
M a d a le n a T e re s a d e
N oron ha
D. T o m á s d e N oronha,
3 .° C.
D. H e le n a d e N oron ha
D. M a d a le n a d e B rito e
Bourbon
D. J oã o Jo s é Luis
M a s c a re n h a s Barreto,
6 .° M . F ronteira
Joã o R od rig ue s de
V a s c o n c e lo s e S o usa ,
2 .° C.
Lu is d e V a s c o n c e lo s e
S o u s a , 3 .° C.
•• M a ria n a d e L a n ca stre
V a s c o n c e lo s e C am ara
A fo n s o d e V a s c o n c e lo s
e S o u s a C u n h a C am ara
Faro e V e ig a , 5 .° C.
•• Be rn ard im d e T avora e
S ousa
G u io m a r d e Tavora
S o u s a Faro e V e ig a
D. Le on or M a s c a re n h a s
J o s é d e V a s c o n c e lo s e
S o u s a C a m in h a C a m a ra
Faro e V e ig a , 1 .° M.
•• E m ilie S o p h ro n ie P e lag ie
d e R ohan
M a ria n a J o se fa d e
V a s c o n c e lo s e S o u s a
•• D. A n tó n io d e N oronha,
1.° C. V ila V e rd e
D. P e dro A n tó n io d e
N oron ha , 1.° M . A n g e ja
D. M a ria d e M e n e ze s
D. A n tó n io d e N oronha,
2.° M . A n g e ja
H e n riq u e d e S o u sa
Tavares da S ilva, 1 .° M.
A rro n ch e s
Isabel M a ria A n tó n ia de
M e n d o n ça
D. M a ria n a d e C a stro
D. M a ria R o sa Q u ité ria
d e N oron ha
M a n ue l T e le s d a Silva,
1.° M . A le g re te
Joã o G o m e s d a Silva
D. L u isa C o u tin h o
L u isa Jose fa d e
M e n e ze s
D. E ste vã o d e M e n e ze s
D. Joa n a R o s a d e
M e n e z e s , 4.a C. T aro u ca
D. H e le n a d e N oron ha
Pág. 35
Anexo 3
Casa dos marqueses de Lavradio/ condes de Avintes
• • • •
D. Luís de Almeida, 1.°
C. Avintes
D. António de Almeida,
2.° C. Avintes
••
•• D. Isabel de Castro
D. Luís de Alm eida
Portugal, 3.° C. Avintes
D. Tomás de Noronha,
3.° C. Arcos
D. Maria A ntónia de
Bourbon
D. Madalena de Brito e
Bourbon
D. António de Almeida
Soares Portugal, 1.° M.
Lavradio
D. Diogo de Lima Brito e
Nogueira, 7.° V.
D. João Fernandes de
Lima V asconcelos de
Brito e Nogueira, 10.° V.
D. Joana de
Vasconcelos
D. Joana Josefa Antónia
de Lima
D. Tomás de Noronha,
3.° C. Arcos
D. Vitória de Bourbon
D. Madalena de Brito e
Bourbon
D. Luís de A lm eida
Soares Portugal, 2.° M.
Lavradio
•• • D. Martinho
M ascarenhas, 4 .° C.
Santa Cruz
D. João Mascarenhas,
5.° C. Santa Cruz
Juliana de Lancastre
D. Martinho
M ascarenhas, 3.° M.
Gouveia
Teresa de Moscoso
Osório
D. Francisca das
Chagas Mascarenhas
Luis Álvares de Tavora,
1.° M. Tavora
António Luis de Tavora,
2.° M. de Tavora
D. Maria Inácia de
Menezes
In ácia R osa de Tavora
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Leonor Teresa R osa de
Sousa
D. Mariana de Castro
D. António M áxim o de
Alm eida Portugal, 3.° M.
••O» António Luis de Tavora,
2.° C.
Miguel Carlos de Tavora
D. Arcângela M aria de
Portugal
Manuel Carlos de
Tavora, 4.° C. S. Vicente
Pág. 36
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Loulé/ condes de Vale de Reis
• • •
Nuno de Mendoça, 2.°
C. Vale de Reis
Lourenço de Mendoça e
Moura, 3.° C. Vale de
Reis
Luisa de Castro e Moura
Nuno Manuel de
Mendoça, 4.° C. Vale de
Manuel de Sousa da
Silva e Menezes
Maria Madalena de •
Mendonça
Joana Francisca de
Mendonça
Lourenço Filipe Nery de
Mendoça e Moura, 5.° C.
Vale de Reis
D. António de Noronha,
1.° C. Vila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de Menezes
D. Leonor de Maria
Antónia de Noronha
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Isabel Mana Antónia de
Mendonça
D. Mariana de Castro
Nuno José de Mendoça
e Moura, 6.° C. Vale de
Reis
D. António de Noronha,
1.° C. Vila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de Menezes
D. António de Noronha,
2.° M. Angeja
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Isabel Maria Antónia de
Mendonça
D. Mariana de Castro
D. Joana Francisca de
Noronha
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
João Gomes da Silva
D. Luisa Coutinho
Luisa Josefa d
Menezes
D. Estevão de Menezes
D. Joana Rosa de
Menezes, 4.a C. Tarouca
D. Helena de Noronha
Agostinho Domingos
José de Mendoça Rolim
de Moura Baireto, 1.° M.
Loulé
D. António de Noronha,
1.° C. Vila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de Menezes
D. Diogo de Noronha
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Isabel Maria Antónia de
Mendonça
D. Mariana de Castro
D. Pedro José de
Alcântara de Menezes
Noronha Coutinho, 4.°
M. Marialva
D. António Luis de
Menezes, 1.° M.
Marialva
D. Pedro António de •
Menezes, 2.° M.
Marialva
D. Catarina Coutinho
D. Joaquina Maria
Madalena da Conceição
de Menezes, 3.a M.
Marialva
D. Rodrigo de Menezes
D. Catarina Coutinho
D. Guiomar de Menezes
D. Ana José Mónica de •
Menezes e Noronha
D. Vasco Mascarenhas,
1.° C. Óbidos
D. Fernando Martins
Mascarenhas, 2.° C.
Óbidos
D. Joana Francisca de
Vilhena
D. Manuel Mascarenhas,
3.° C.Óbidos
D. João Mascarenhas
Castelo-Branco da
Costa, 2.° C. Palma
D. Beatriz Mascarenhas
Castelo-Branco da
Costa, 4.a C. Sabugal,
3.a C. Palma
D. Joana de Castro
D. Eugénia de Assis
Mascarenhas
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
Manuel Teles da Silva,
3.° M. Alegrete
D. Helena de Noronha
Helena Josefa de Lorena
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
D. Eugénia Rosa de
Lorena
Margarida de Lorena
Pág. 37
Anexo 3
Casa dos marqueses de Louriçal/ condes da Ericeira
• • • •
D. Henrique de Menezes
D. Luis de Menezes
D. Margarida de Lima
D. Francisco Xaver de •
Menezes, 4.° C. Ericeira
D. Fernando de
Menezes, 2.° C . Ericeira
D. Joana Josefa de ••
Menezes, 3.a C . Ericeira
Leonor Filipa de Noronha
D. Luis Carlos Inácio ••
Xaver de Menezes, 1.°
M. Louriçal
D. Rodrigo Lobo da
Silveira, 1.° C.
D. Luis da Silveira, 2.° C.
D. Maria Antónia de
Vasconcelos e Menezes
D. Joana Madalena de
Noronha
João Gomes da Silva
Mariana da Silva e
Lancastre
D. Joana de Tavora
D. Henrique de Menezes
e Toledo, 3.° M. Louriçal
Rodrigo da Camara, 3.°
C.
D. Manuel Luis Baltazar
da Camara, 1.° C.
D. Maria Coutinho
D. José Rodrigo da
Camara, 2.° C.
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C.
Mécia de Mendoça
D. Leonor de Mendoça
D. Ana Xavier de Rohan
Constança Emília,
princesa de Rohan-
Soubise
D. Luis Eusébio Maria
de Menezes Silveira, 4.
M. Louriçal
O N N Manuel da Cunha
Tristão A ntónio da
Cunha
Francisca Joana de
Albuquerque
Manuel Inácio da Cunha
e Menezes
Luis Álvares de Tavora,
1.° M. Tavora
Leonor Tomásia de
Tavora
D. Maria Inácia de
Menezes
D. José Félix da Cunha
e Menezes
D. Diogo de Menezes
D. José de Menezes de
Tavora
Maria de Oliveira
D. Teresa Josefa de
Menezes
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
B rites Francisca de
Mendoça
D. Mariana de Castro
D. Maria da Glória da
Cunha e Menezes
D. Luis de Menezes
D. Francisco Xavier de
Menezes, 4.° C. Ericeira
D. Joana Josefa de
Menezes, 3.a C. Ericeira
D. Luis Carlos Inácio
Xavier de Menezes, 1.°
M. Louriçal
D. Luis da Silveira, 2.° C.
D. Joana Madalena de
Noronha
Mariana da Silva e
Lancastre
D. Constança Xavier de
Menezes
D. Manuel Luis Baltazar
da Camara, 1.° C.
D. José Rodrigo da •
Camara, 2.° C.
Mécia de Mendoça
D. Ana Xavier de Rohan
Constança Emília,
princesa de Rohan-
Soubise
Pág. 38
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Marialva/ condes da Cantanhede
D. A n tó n io de N o ro n h a ,
1.° C . V ila V e rd e
D. P e d ro A n tó n io d e
N oron ha , 1 .° M . A n g e ja
D. M a ria d e M e n e z e s
D. D io g o d e N o ro n h a
D iog o L o p e s d e S o u s a ,
2 .° C. M ira n d a
H e n riq u e de S o u s a
T avares d a S ilva, 1 .° M.
A rro n c h e s
D. L e o n o r de M e n d o ç a
Is a b e l M a ria A n tó n ia de
M endonça
D. A n tó n io M a s c a re n h a s
D. M a ria n a d e C a s tro
Isa b e l de C a s tro
D. P e d ro J o s é de
A lc â n ta ra d e M e n e z e s
N o ro n h a C o u tin h o , 4 .°
M . M a rialv a
D. P e d ro d e M e n e z e s ,
2 .° C. C a n ta n h e d e
D. A n tó n io L u is de
M e n e z e s , 1 .° M .
M arialva
D. C o n s ta n ç a de
G usm ão
D. P e d ro A n tó n io d e
M e n e z e s , 2 .° M .
M arialva
D. M a n u e l C o u tin h o
D. C a ta rin a C o u tin h o
D. M a ria d e F a ro
D. J o a q u in a M a ria
M a d a le n a d a C o n c e iç ã o
d e M e n e z e s , 3.a M .
M arialva
• D. P e d ro d e M e n e z e s ,
2 .° C. C a n ta n h e d e
D. R o d rig o de M e n e z e s •
D. C o n s ta n ç a de
G usm ão
D. C a ta rin a C o u tin h o
D. A n tó n io Lu is d e
M e n e z e s , 1 .° M .
M arialva
D. G u io m a r d e M e n e z e s •
D. C a ta rin a C o u tin h o
D. D io g o J o s é V ito de
M e n e z e s N oron ha
C o u tin h o , 5 .° M.
D. F e rn ã o M a rtin s
M a s c a re n h a s
D. V a s c o M a s c a re n h a s ,
1.° C.
D. M a ria d e L a n c a s tre
D. F e rn a n d o M a rtin s
M a s c a re n h a s , 2 .° C.
D. Jo ã o M a s c a re n h a s
D. J o a n a F ra n c is c a d e
V ilh e n a
D. B e a triz M a s c a re n h a s ,
3.a C.
D. M a n u e l M a s c a re n h a s ,
3 .° C.
D. N u n o M a s c a re n h a s
C o s ta
D. J o ã o M a s c a re n h a s
C a s te lo -B ra n c o da
C o s ta , 2 .° C . P a lm a
D. B e a triz d e M e n e z e s ,
3.a C.
D. B e a triz M a s c a re n h a s
C a s te lo -B ra n c o d a
C o s ta , 3.a C . P a lm a e 4.a
C. S a bu ga l
D. F ra n c is c o
M a s c a re n h a s
D. J o a n a de C a s tro
D. M a rg a rid a de V ilh e n a
D. E u g é n ia d e A s s is
M a s c a re n h a s
M a n u e l T e le s da S ilva,
1.° M . A le g re te
F e rn a n d o T e le s d a Silva,
2 .° M . A le g re te
D. L u is a C o u tin h o
M a n u e l T e le s d a S ilva,
3 .° M . A le g re te
D. T o m á s de N oron ha ,
3 .° C.
D. H e le n a d e N o ron ha
D. M a d a le n a d e B rito e
Bo urbo n
H e le n a J o s e fa d e L o re n a
D. F ra n c is c o de M elo,
3 .° M . F e rre ira
D. N u n o Á lv a re s P e re ira
de M e lo , 1 .° D. C adaval
Jo a n a P im e n te l
D. E u g é n ia R o s a de
Lo re n a
M a rg a rid a d e Lo re n a
Pág. 39
Anexo 3
Casa dos marqueses de Minas/ condes do Prado
• • • • •
D. M a rc o s d e N o ro n h a
D. T o m á s d e N o ro n h a ,
3 .° C.
D. M a ria H e n riq u e s
D. M a rc o s d e N oron ha ,
4 .° C.
D. L u is d e L im a B rito e
N o g u e ira , 1 .° C.
D. M a d a le n a d e B rito e
B o urbo n
V ic to ire d e C a rd a illa c
D. A fo n s o d e N o ro n h a
A n tó n io L u is d e Tavora,
2 .° C.
L u is Á lv a re s d e Tavora,
1 .° M . T avora
D. A r c â n g e la M a ria de
P o rtu g a l
M a ria J o s e fa d e T avora
D. R o d rig o Lo b o d a
S ilve ira , 1 .° C.
D. M a ria In á c ia d e
M enezes
D. M a ria A n tó n ia de
V a s c o n c e lo s e M e n e z e s
D. L o u re n ç o J o s é da s
B ro ta s d e L a n c a s tre e
N o ro n h a
D. R o d rig o de L a n c a s tre
D. L o u re n ç o d e
L a n c a s tre
In ês T e re s a d e N o ro n h a
D. R o d rig o d e L a n c a s tre
•• D. A n tó n io L u is de
M e n e z e s , 1 .° M .
M a ria lva
D. Isa be l d e M e n e z e s •
D. C a ta rin a C o u tin h o
D. G u io m a r M a ria
F ra n c is c a d e L a n c a s tre
•• D. R o d rig o de M e n e z e s
D. R o d rig o de M e n e z e s
D. C o n s ta n ç a de
G usm ão
D. V ic ê n c ia d e M e n e z e s
D. A n tó n io L u is de
M e n e z e s , 1 .° M .
M a ria lva
D. G u io m a r d e M e n e z e s •
D. C a ta rin a C o u tin h o
D. Jo ã o F ra n c is c o
B e n e d ito de S o u s a e
L a n c a s tre , 7 .° M . M in a s
D. A n tó n io L u is de
S o u s a , 2 .° M . M in a s
D. Jo ã o d e S o u s a , 3 .°
M . M in a s
D. M a ria M a d a le n a d e
N o ro n h a
D. A n tó n io C a e ta n o Lu is ••
d e S o u s a , 4 .° M . M in a s
F ra n c is c a M a d a le n a de
N e u fville
D. J o ã o de S o u s a
D. T o m á s d e N o ro n h a ,
3 .° C.
D. M a rc o s d e N oron ha ,
4 .° C.
D. M a d a le n a d e B rito e
B o urbo n
D. L u is a d e N o ro n h a
Lu is Á lv a re s d e Tavora,
1.° M . T avora
M a ria J o s e fa d e T avora
D. M a ria In á c ia d e
M enezes
D. M a ria F ra n c is c a
A n tó n ia d a P ie d a d e d e
S o u s a , 5.a M . M in a s
F e rn a n d o T e le s d a Silva,
2 .° M . A le g re te
M a n u e l T e le s da S ilva,
3 .° M . A le g re te
D. H e le n a d e N o ro n h a
F e rn ã o T e le s d a Silva,
4 .° M . A le g re te
D. N u n o Á lv a re s P e re ira
d e M e lo , 1 .° D. C adaval
D. E u g é n ia R o s a de
Lo re n a
M a rg a rid a d e Lo ren a
Joa na d e M en e ze s
M a n u e l T e le s d a S ilva,
1 .° M . A le g re te
J o ã o G o m e s d a S ilva
D. L u is a C o u tin h o
M a ria J o s e fa d e
M enezes
D. E s te v ã o d e M e n e z e s
D. Jo a n a R o s a d e
M e n e z e s , 4.a C . T a ro u c a
D. H e le n a d e N o ro n h a
Pág. 40
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Niza/ condes da Vidigueira
• • • •
Fernão Teles de
M enezes, 1.° C. V ila r
M aior
M anuel Teles da Silva,
1.° M . A legrete
M ariana de M endon ça
Fernando Teles da Silva,
2.° M. A legrete
D. Nuno M a s carenhas
C o sta
D. Luisa C o utinho
D. B e a triz de M e n e ze s,
3. a C. Sabugal
M anuel T eles da Silva,
3.° M. A legrete
D. M arcos de Noronha
D. T om ás de Noronha,
3 .° C.
D. M aria Henriques
D. H e lena de Noronha
D. Luis de Lim a B rito e
N ogueira, 1.° C.
D. M adalena de B rito e
Bourbon
V itó ria de C a rda illac
Nuno da Silva Teles
D. F ra n c is c o de M elo,
3 .° M . Ferreira
D. Nuno Álvares P ereira
de M elo, 1.° D. C a d a ^ l
J oan a P im e n te l
D. E u génia R osa de
Lorena
M argarida de Lorena
D. V a s c o José da
G am a, 5.° M. N iza
D. F ra n c is c o da G a m a ,
4.° C. V idig ueira
D. V a s c o Luis da G am a ,
1.° M. N iza
Leonor C o utinho
D. F ra n c is c o Luís
B a lta z a r da G a m a , 2.°
M. Niza
S im ã o G o n ç a l^ s da
C am ara, 3.° C.
Inês de Noronha •
M argarida de M enezes
V a s c o n c e lo s
D . V a s c o José Luís da
G am a, 3.° M. N iza
D. Fernão M artins
M ascarenhas
D. V a s c o M a s c a re n h a s ,
1.° C. Ó bidos
D. M aria de Lan c a s tre
D. B rite s de V ilhe na
D. João M a s carenhas
D. Joana F ra n c is c a de
V ilh e n a
D. B e a triz M a s c a re n h a s,
3.a C . S a n ta Cruz
D . M aria Josefa da
G am a, 4.a M. N iza
D. Á lvaro P ire s de
C a s tro , 1.° M . C a s c a is
D . Luís Á lvares de ••
C a s tro , 2 .° M . C a s c a is
•• D. B árbara E s te fâ n ia de
Lara
D. B árbara Is a b e l de
Lara
D. A n tó n io Luis de
M e n e z e s , 1.° M.
M arialva
D . M aria Joana C o utinho •
D. C a tarin a C o utinho
Pág. 41
Anexo 3
Casa dos marqueses de Niza/ condes da Vidigueira e Unhão
• • • • • •
Rodrigo Teles de
M enezes, 2.° C. Unhão
Fernão Teles de •••
M enezes e Castro, 3.°
C. Unhão
D. Joana Luisa de
Lancastre
Rodrigo X aver Teles de
M enezes C astro e
Silveira, 4.° C. Unhão
D. Martinho
M ascarenhas, 4.° C.
Santa Cruz
D. M aria de Lancastre
Juliana de Lancastre
João X aver Fernão Teles
de Menezes, 5.° C.
Unhão
António Luis de Tavora,
2.° C.
Miguel Carlos de Tavora
D. Arcângela Maria de
Portugal
V itó ria de Távora
João Nunes da Cunha,
1.° C.
M aria Caetana da
Cunha, 2.a C. S. Vicente
D. Isabel de Bourbon
D. Rodrigo X aver Teles
de C astro da Gama, 6.°
M. Niza
D. V a sco Luis da Gama,
1.° M. Niza
D. Francisco Luís
Baltazar da Gama, 2.°
M. Niza
Inês de Noronha
D. V a sco José Luís d
Gama, 3.° M. Niza
D. V a sco Mascarenhas,
1.° C.
D. Brites de V ilhena
D. Joana Francisca de
V ilhena
D. M aria Josefa da
Gama, 4.a M. Niza
D. Álvaro Pires de
Castro, 1.° M. Cascais
D. Luís Álvares de
Castro, 2.° M. Cascais
•O D. Bárbara Estefânia de
Lara
D. Bárbara Isabel de
Lara
D. António Luis de
M enezes, 1.° M.
Marialva
D. M aria Joana Coutinho •
D. Catarina Coutinho
D. Eugénia Maria Teles
de C astro da Gama, 7.a
M. Niza
• ••••• Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
D. Luisa Coutinho
D. Tomás Teles da Silva
D. Tomás de Noronha,
3.° C.
D. H elena de Noronha
D. M adalena de Brito e
Bourbon
D. Tomás Xavier de Lima
Nogueira Teles da Silva,
1.° M.
D. João Fernandes de
Lim a V asconcelos de
Brito e Nogueira, 10.° V.
D. Tomás de Lima
Vasconcelos e Menezes
de Brito Nogueira, 11.°
V.
D. Vitória de Bourbon
D. Maria Xavier de Lima
e Hohenlohe, 12.a V.
Maria A n a Teresa de
Hohenloe
D. M aria A na Josefa
Xaver de Lima
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
Manuel Teles da Silva,
3.° M. Alegrete
D. Helena de Noronha
Fernão Teles da Silva,
4.° M. Alegrete
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
D. Eugénia Rosa de
Lorena
Margarida de Lorena
Eugénia Maria Josefa de
Bragança
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
João Gomes da Silva
D. Luisa Coutinho
Maria Josefa de
Menezes
D. Estevão de Menezes
D. Joana Rosa de
M enezes, 4.a C. Tarouca
D. Helena de Noronha
Pág. 42
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Penalva/ condes de Tarouca
Fernão Te le s de
M e n eze s, 1 .° C. V ila r
M a io r
M anuel Teles da Silva,
1 .° M. A le gre te
M ariana de M e n do nça
F e rnando Te le s da Silva,
2.° M. A le gre te
D. N u no M a sca re n h a s
C o sta
D. L uisa C o utin h o
D. B e a triz de M en eze s,
3.a C. S ab u ga l
M anuel Te le s da Silva,
3 .° M. A le g re te
D. M a rco s de N oronha
D. To m á s de Noronha,
3 .° C.
D. M a ria H e nriq ue s
D. H e le na de N oronha
D. Luis de L im a B rito e
Nogueira, 1 .° C.
D. M a d ale n a de B rito e
Bourbon
V itó ria de C a rd a illa c
M a n ue l Te le s da Silva,
6 .° C. V ila r M a io r
D. F ra n c is c o de Melo,
3 .° M. Ferreira
D. N u no Á lva res Pereira
de Melo, 1 .° D. Cadaval
Joana P im e nte l
D. E ug é nia R osa de
Lorena
M arg arid a de Lorena
F e rnando Te le s da Silva,
3.° M. Penalva
Fernão Te le s de
M e n eze s, 1.° C. V ila r
M a io r
M anuel Teles da Silva,
1 .° M. A le gre te
M ariana de M e n do nça
João G o m e s da Silva
D. N u no M a sca re n h a s
C o sta
D. L uisa C o utin h o
D. B e a triz de M en eze s,
3.a C. S abugal
E stevão de M e n eze s, 1 °
M. Penalva
D. D uarte Luis de
M e n eze s, 3 .° C. Ta ro uca
D. E stevão de M e n eze s
D. L uisa de C a stro
D. Joana R o sa de
M e n eze s, 4.a C. T arouca
D. T o m á s de Noronha,
3 .° C.
D. H e le na de N oronha
D. M a d ale n a de B rito e
Bourbon
E ug é nia de M e n e ze s da
Silva, 2.a M. Penalva
M anuel Te le s da Silva,
1 .° M. A le gre te
F e rnando Te le s da Silva,
2 .° M. A le gre te
D. L uisa C outin h o
M a n ue l Te le s da Silva,
3 .° M. A le gre te
D. T o m á s de Noronha,
3 .° C.
D. H e le na de N oronha
D. M a d ale n a de B rito e
Bourbon
M arg arid a A n a A rm a n da
de Lorena
D. F ra n c is c o de Melo,
3 .° M. Ferreira
D. N u no Á lva res P ereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana P im e nte l
D. E ug é nia R o sa de
Lorena
M argarida de Lorena
Pág. 43
Anexo 3
Casa dos marqueses de Pombal/ condes de Oeiras
• •
S ebastião de Carvalho
S ebastião de Carvalho •
Maria de Braga e
Figueiredo
S ebastião de Carvalho e
Melo
G aspar Leitão Coelho
Luisa de Melo
Joana de M esquita
Manuel de Carvalho e •
Ataíde
G aspar da Costa
G onçalo da Costa
Coutinho
Leonor de Vilhena
Leonor Maria de Ataíde
D. João de Ataíde
D. Isabel de Ataíde
Catarina de S á e Sousa
S ebastião José de
Carvalho e Melo, 1.° M.
Pombal
A ntónio José de A lm ada
e Melo
João de A lm ada e Melo
Úrsula de V asconcelos
Teresa Luisa de
Mendonça e Melo
Francisco de Mendonça
Furtado
M aior Luisa de
Mendonça
D. Maria de Melo
Henrique José de
Carvalho e Melo, 2.° M.
Pombal
•• Leonor E rnestina de
Daun
Pág. 44
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Ponte de Lima/ viscondes de Vila Nova de Cerveira
P
Fernão Teles de
M enezes, 1.° C. V ila r
M aior
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Mariana de Mendonça
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
D. Nuno Mascarenhas
Costa
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz de M enezes,
3.a C. Sabugal
D. Tomás Teles da Silva
D. Tomás de Noronha,
3.° C. A rcos
D. Helena de Noronha
D. Madalena de Brito e
Bourbon
D. Tomás Xavier de Lima
Nogueira Teles da Silva,
1.° M. Ponte de Lima
D. Lourenço de Lima
Brito Nogueira, 6.° V.
V ila Nova de Cerveira
D. Diogo de Lima Brito e
Nogueira, 7.° V. Vila
Nova de Cerveira
Luísa de Tavora
D. João Fernandes de
Lima V asconcelos de
Brito e Nogueira, 10.° V.
V ila Nova de Cerveira
D. João Luis de
V ascon celos e Menezes
D. Joana de
V asconcelos
Maria Cabral de Noronha
D. Tomás de Lima
V asconcelos e M enezes
de Brito Nogueira, 11.°
V. V ila Nova de Cerveira
D. Tomás de Noronha,
3.° C. A rcos
D. V itória de Bourbon
D. M adalena de Brito e
Bourbon
D. Maria Xavier de Lima
e Hohenlohe, 12.a V. V ila
Nova de Cerveira
Maria Ana Teresa de
Hohenlohe
Pág. 45
Anexo 3
Casa dos marqueses de Tancos/ condes da Atalaia
• •
D. Manuel Luis B altazar
da Camara, 2.° C. Vila
Franca
D. Rodrigo da Camara,
3.° C. V ila Franca
Leonor Enriquez de
Villena
D. Manuel Luis B altaza r
da Camara, 1.° C.
Ribeira Grande
• D. Francisco da Gam a,
4.° C. Vidigueira
D. Maria Coutinho •
Leonor Coutinho
D. José Rodrigo da
Camara, 2.° C. Ribeira
Grande
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
M écia de Mendoça
D. Leonor de Mendoça
D. Duarte Rodrigo da
Camara
C onstança Emília,
P rincesa de Rohan-
Soubise
D. Domingas Manoel de
Noronha, 3.a M. Tancos
•• D. Pedro Manoel, 2.° C.
Atalaia
D. Álvaro Manoel ••
•• D. Maria de Ataíde
D. Luis Manoel de •
Tavora, 4.° C. A talaia
•• Álvaro P ires de Tavora
Inês de Lim a e Tavora
D. Maria de Lim a
D. João Manuel de
Noronha, 1.° M. Tancos
•• D. Rodrigo da Camara,
3.° C. V ila Franca
D. Manuel Luis B altazar
da Camara, 1.° C.
Ribeira Grande
• D. Maria Coutinho
D. Francisca Leonor de •
Mendonça
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
Mécia de Mendoça
D. Leonor de Mendoça
D. C onstança Manoel,
2.a M. Tancos
•• D. Rodrigo da Camara,
3.° C. V ila Franca
D. Manuel Luis B altazar
da Camara, 1.° C.
Ribeira Grande
• D. Maria Coutinho
D. José Rodrigo da
Camara, 2.° C. Ribeira
Grande
• Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
Mécia de Mendoça
D. Leonor de Mendoça
D. M écia de Rohan
C onstança Emília,
P rincesa de Rohan-
Soubise
Pág. 46
Retrato puritano
Casa dos marqueses de Távora/ condes da S. João da Pesqueira
D. M ariana de Castro
Isabel de Castro
Leonor Tom ásia de
Lorena e Tavora, 3.a M.
D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. C a d a ^ l
J o a n a P im e n te l
D. A n a d e L o re n a
M a rg a rid a d e L o re n a
Pág. 47
Anexo 3
Casa dos marqueses de Valença/ condes de Vimioso
P
D. Luis de Portugal, 4.°
C. V im ioso
D. A fonso de Portugal,
1.° M. A guiar
D. Joana de C astro
M endonça
D. Miguel de Portugal,
7.° C. V im ioso
D. Cristovão de Moura,
1.° M. C astelo Rodrigo
D. Maria de Mendonça
Margarida Côrte-Real
D. Francisco de Paula
de Portugal e Castro, 2.°
M. Valença
A gostinho Pestana
A ntónia de Bulhões
A ntónia Ferreira
D. José M iguel João de
Portugal e C astro, 3.° M.
Valença
Fernão Teles de
M enezes, 1.° C. V ilar
M aior
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Mariana de Mendonça
Francisca Rosa de
M enezes Coutinho
D. Nuno M ascarenhas
C osta
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz de Menezes,
3.a C. Sabugal
D. Afonso Miguel de
Portugal e Castro, 4.° M.
V alença
Fernão Teles de
M enezes, 1.° C. V ilar
Maior
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
M ariana de Mendonça
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
D. Nuno M ascarenhas
Costa
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz de Menezes,
3.a C. Sabugal
Manuel Teles da Silva,
3.° M. Alegrete
D. M arcos de Noronha
D. Tomás de Noronha,
3.° C.
D. Maria Henriques
D. Helena de Noronha
D. Luis de Lima Brito e
Nogueira, 1.° C.
D. Madalena de Brito e
Bourbon
V itória de Cardaillac
Luisa de Lorena
D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana Pimentel
D. Eugénia Rosa de
Lorena
Margarida de Lorena
Pág. 48
Retrato puritano
Casa dos condes de Almada/ Mestres-salas da Casa Real
D. Luis de A lm ada
D. Lourenço de Alm ada,
1.° M estre-sala
D. Luisa de M enezes
D. Luis José de Alm ada, •
2.° M estre-sala
D. João de A lm eida
D. Catarina Henriques
D. V iolante Henriques
D. Antão de Alm ada, 4.°
M.S.
D. João de A lm eida
D. Luis de Alm eida
D. V iolante Henriques
D. V iolante de Portugal
Dinis de Melo e Castro,
1.° C. Galveias
Maria Josefa de Melo •
Côrte-Real
Ângela Maria da Silveira
D. Lourenço José
Boaventura de Alm ada,
1.° C. Alm ada
••• D. Luis de Alm ada
D. Lourenço de Alm ada,
1.° M estre-sala
D. Luisa de Menezes
D. Luis José de Alm ada, •
2.° M estre-sala
D. João de A lm eida
D. Catarina Henriques
D. V iolante Henriques
D. Lourenço de Alm ada,
3.° M estre-sala
M anuel da Cunha
Tristão A ntónio da
Cunha
Francisca Joana de
Albuquerque
F rancisca Josefa de
Tavora
Luis Álvares de Tavora,
1.° M. Tavora
Leonor Tom ásia de
Tavora
D. Maria Inácia de
Menezes
D. V iolante Josefa de •
A lm ada Henriques
A ntónio de Mendonça
Furtado
Tristão de Mendoça e
Albuquerque
Filipa de Tavora
Lourenço (ou Luis) de
Mendonça Furtado e
Albuquerque
• D. Lourenço de Alm ada,
1.° M estre-sala
D. V iolante de Alm ada •
Henriques
D. Catarina Henriques
Maria da Penha de
França de Mendonça
D. Inês Joana de V ilhena
Pág. 49
Anexo 3
Casa dos condes de Alva
Fernão de Sousa
Tom é de Sousa
D. Maria de Castro
D. Fernão de Sousa de
Castelo-Branco, 10.° C.
Redondo
D. João de C astelo-
Branco
D. Francisca de
Menezes
D. Cecília de M enezes
Coutinho
D. Rodrigo de Sousa
C outinho Castelo-Branco
e Menezes
D. Rodrigo Lobo da
Silveira, 1.° C. Sarzedas
D. Luisa Sim oa de •
Portugal
D. Maria A ntónia de
V asconcelos e M enezes
D. V icente Roque de
S ousa Coutinho de
M enezes Monteiro Paim
Martim Fernandes
Monteiro
Pedro Fernandes
Monteiro
Isabel Vaz
Roque Monteiro Paim
Roque Álvares
C onstança Paim
Leonor Rodrigues Paim
Maria A ntónia de São
Boaventura M enezes
Monteiro Paim
irm ã da m u lh er do 1.° C. Pantaleão de Sá e Melo
Alva, D. João de Ataíde
e Sousa, s.g.
Lourenço de Melo da
Silva de M esquita
Joana de Lima
Joana Francisca de
Menezes
Miguel Brandão da Silva
Bernarda M icaela da
Silva
Isabel de Madureira
D. Luís de Sousa
C outinho, 3.° C. Alva
Luisa Isabel de Canilliac
Pág. 50
Retrato puritano
Casa dos condes de Alvor
Pág. 51
Anexo 3
Casa dos condes dos Arcos
•• •••
D. António de Noronha,
1.° C. Vila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de Menezes
D. Diogo de Noronha
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Isabel Mana Antónia de
Mendonça
D. Mariana de Castro
D. Pedro José de
Alcântara de Menezes
Noronha Coutinho, 4.°
M. Marialva
D. António Luis de
Menezes, 1.° M.
Marialva
D. Pedro António de •
Menezes, 2.° M.
Marialva
D. Catarina Coutinho
D. Joaquina Maria
Madalena da Conceição
de Menezes, 3.a M.
Marialva
D. Rodrigo de Menezes
D. Catarina Coutinho
D. Guiomar de Menezes
D. Manuel José de
Noronha e Menezes
D. Vasco Mascarenhas,
1.° C.
D. Fernando Martins
Mascarenhas, 2.° C.
D. Joana Francisca de
Vilhena
D. Manuel Mascarenhas,
3.° C.
D. João Mascarenhas
Castelo-Branco da
Costa, 2.° C. Palma
D. Beatriz Mascarenhas
Castelo-Branco da
Costa, 3.a C. Palma e 4.a
C. Sabugal
D. Joana de Castro
D. Eugénia de Assis
Mascarenhas
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
Manuel Teles da Silva,
3.° M. Alegrete
D. Helena de Noronha
Helena Josefa de Lorena
Pág. 52
Retrato puritano
Casa dos condes de Atouguia
Mariana Teresa de
Tavora
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
D. Leonor de Mendoça
Leonor Teresa Rosa de
Sousa
D. António Mascarenhas
D. Mariana de Castro
Isabel de Castro
D. Jerónimo de Carvalho
e Menezes de Ataíde,
11.° C. Atouguia
• D. Vasco Mascarenhas,
1.° C. Óbidos
D. Fernando Martins
Mascarenhas, 2.° C.
Óbidos
D. João Mascarenhas
D. Joana Francisca de
Vilhena
D. Beatriz Mascarenhas,
3.a C. Santa Cruz
D. Clara de A ssis
Mascarenhas
D. João Mascarenhas
D. Nuno Mascarenhas
D. Maria da Costa
D. João Mascarenhas
Castelo-Branco da
Costa, 2.° C. Palma
D. Francisco de Castelo-
Branco, 2.° C. Sabugal
D. Beatriz de Menezes,
3.a C. Sabugal
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz Mascarenhas
Castelo-Branco da
Costa, 4.a C. Sabugal
D. Nuno Mascarenhas
D. Francisco
Mascarenhas
Isabel de Castro
D. Joana de Castro
D. João Mascarenhas
D. Margarida de Vilhena
D. Maria da Costa
Pág. 53
Anexo 3
Casa dos condes de Aveiras
• •
D. Manuel Luis Baltazar
da Camara, 2.° C. V ila
Franca
D. Rodrigo da Camara,
3.° C. V ila Franca
Leonor Enriquez de
V illena
D. Manuel Luis Baltazar
da Camara, 1.° C.
Ribeira Grande
• D. Francisco da Gama,
4.° C. Vidigueira
D. Maria Coutinho •
Leonor Coutinho
D. José Rodrigo da
Camara, 2.° C. Ribeira
Grande
• Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
M écia de Mendonça
D. Leonor de Mendoça
D. Duarte Rodrigo da
Camara
C onstança Emília,
princesa de Rohan-
Soubise
D. Francisco da Silva
Telo e M enezes, 6.° C.
Aveiras
•• » João da Silva Telo de
Menezes, 1.° C. Aveiras
Luis da Silva Telo de
M enezes, 2.° C. Aveiras
Maria de Castro
João da Silva Telo de
M enezes, 3.° C. Aveiras
D. Álvaro Pires de
Castro, 1.° M. C ascais
D. Joana Inês de •
Portugal
•• D. Maria de Portugal
Luis da Silva Telo e
Menezes, 4.° C. Aveiras
•• D. João da Costa, 1.° C.
de Soure
D. Juliana de Noronha
D. Francisca de Noronha
Inês Joaquina da Silva,
5.a C. Aveiras
•• Francisco de Tavora, 1 °
C. Alvor
Maria Inácia de Tavora
Inês Catarina de Tavora
Pág. 54
Retrato puritano
Casa dos condes da Bobadela
• • • • • •
Bernardim Freire de
Andrade
Manuel Freire de
Andrade
Luisa de Faria
Bernardim Freire de
Andrade
Joana de Brito
José António Freire de
Andrade, 2.° C.
Bobadela
to Henrique Pereira de
Berredo
Ambrósio Pereira de
Berredo
D. Maria de Menezes
Joana Vicência de
Menezes
Dinis de Melo e Castro,
1.° C. Galveias
Maria Lobo da Silveira
Ângela Maria da Silveira
Gomes Freire de
Andrade, 3.° C.
Bobadela
— t• • D. Luís de Almeida, 1.°
C. Avintes
D. António de Almeida,
2.° C. Avintes
•• D. Isabel de Castro
D. João de Almeida
•to D. Tomás de Noronha,
3.° C. Arcos
D. Maria Antónia de
Bourbon
D. Madalena de Brito e
Bourbon
D. Fernando de Almeida
e Silva
Henrique Jacques Silva
Fernando Jaques da
Silva
Isabel Moniz Pereira
Joana Cecília de
Noronha
•• António Lobo de
Saldanha
Sebastiana de Noronha
Lobo
•• Joana Maria de Alcáçova
D. Antónia Xavier de
Lencastre de Almeida e
Bourbon
'•••< • Pedro Sanches de
Farinha
Rodrigo Sanches
Farinha e Baena
Luisa Baena
Isabel Teresa de
Lancastre Baena
Sanches de Farinha
João Rodrigues de
Vasconcelos e Sousa,
2.° C. Castelo Melhor
Manuel de Vasconcelos
e Sousa
Mariana de Lancastre
Vasconcelos e Camara
Mariana Josefa Benta de
Lancastre
Diogo de Brito Coutinho
Isabel de Sousa
Coutinho
Ana de Sousa de Lima
Pág. 55
Anexo 3
Casa dos condes de Caparica
D. João de Menezes
D. Diogo de Menezes
Madalena de Tavora
D. José de M enezes de
Tavora
Luis Francisco de
Oliveira e Miranda
Maria de Oliveira
Luisa de Tavora
D. Diogo M enezes de
Tavora
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
A rronches
D. Leonor de Mendoça
Brites Francisca de
M endoça
D. A ntónio Mascarenhas
D. Mariana de Castro
Isabel de Castro
D. José de M enezes da
Silveira de Castro e
Tavora
Maria Bárbara Josefa
Breyner
D. Francisco Xavier de
M enezes da Silveira e
Castro, 1.° C. Caparica
• Luísa G onzaga de
Rappach
Pág. 56
Retrato puritano
Casa dos condes de Coculim
D. Fernando
M ascarenhas, 1.° C.
Torre
D. João M ascarenhas, ••
1.° M. Fronteira
• • D. Maria de Noronha
D. Francisco
M ascarenhas, 1.° C.
Coculim
• • D. Francisco de Sá de
M enezes, 2.° C.
Penaguião
D. Madalena de Castro
D. Joana de Castro
D. Filipe M ascarenhas, •
2.° C. Coculim
• • D. V asco Luis da Gama,
1.° M. Niza
D. Francisco Luís
B a lta za r da Gama, 2.°
M. Niza
Inês de Noronha
D. Maria Josefa de
Noronha
• • D. Fernando
M ascarenhas, 1.° C.
Torre
D. Helena da Silveira e ••
Noronha
• • D. Maria de Noronha
D. Francisco
M ascarenhas, 3.° C.
C oculim
• • D. Rodrigo Lobo da
Silveira, 1.° C. Sarzedas
D. Luis da Silveira, 2. C.
Sarzedas
D. Maria A ntónia de
V ascon celos e Menezes
D. Catarina Úrsula de
Lancastre
João Gom es da Silva
Mariana da Silva e
Lancastre
D. Joana de Tavora
D. Joaquim
M ascarenhas, 4.° C.
• • D. Pedro de Lancastre,
2.° C. Figueiró
D. Luis de Lancastre, 4.° ••
C. V ila Nova
••• D. Madalena Lancastre
D. Teresa M adalena de ••
Lancastre
••• D. Estevão de Menezes
Madalena de Noronha
D. Helena de Noronha
Pág. 57
Anexo 3
Casa dos condes da Cunha/ Trinchantes da Casa Real
• • •
D. Aires da Cunha
D. Pedro da Cunha
M aior Afonso
D. Lourenço da Cunha
Rui Pereira da Silva
Maria da Silva
Isabel da Silva
D. A ntónio Álvares da
Cunha, Trinchante
Luís Carneiro
Fradique Carneiro
D. Leonor de Aragão
Isabel de Aragão •
Francisco Pais
M elícia Pais
Isabel Ferreira
D. Pedro Álvares da
Cunha, Trinchante
D. Cristovão Manoel de
Vilhena
D. Francisco Manoel de
V ilhena
Francisca de Castro
D. Cristovão Manoel de
V ilhena
Manuel de Abreu
Pessanha
Beatriz da Silva de
M enezes
D. Filipa da Silva
D. Maria Manoel de
Vilhena
G aspar Gil Severim
Joana de Faria
Juliana de Faria
D. José V asques Álvares
da Cunha, 2.° C. Cunha
••• D. A ntónio de Menezes
S otom aior
D. A ntónio de Menezes
D. Cecília de Mendonça
D. A ntónio de Menezes
G onçalo Gom es da Silva
Mariana da Silva
Francisca da Silva
D. Maria Teresa de
Vilhena
Henrique Jaques de
Magalhães
Pedro Jaques de
Magalhães, 1.° V. Fonte
A rcada
V iolante de Vilhena
A ntónia M adalena de
Vilhena
A ntónio Correia Baharem
Maria V icência de
V ilhena
A ntónia Henriques
Pág. 58
Retrato puritano
Casa dos condes da Ega
• • • •
A ntónio de Saldanha
A ires de Saldanha de
Albuquerque
D. Joana da Silva
João de Saldanha de
A lbuquerque
••• Luis de Saldanha
Isabel da Silva ••
Maria da Silva
A ires de Saldanha
Albuquerque e Castro
••• D. Álvaro Coutinho
D. Pedro Coutinho
Joana da Silva
D. Catarina de Noronha
A ntónio de M atos de
Noronha
Mariana de Noronha
Catarina da Silva
M anuel de Saldanha de
Albuquerque e Castro,
1.° C. Ega
••• D. João Mascarenhas
D. Martinho
M ascarenhas, 4.° C.
Santa Cruz
D. B eatriz M ascarenhas,
3.a C. Santa Cruz
D. João M ascarenhas,
5.° C. Santa Cruz
Manrique de Silva, 1.° M.
Gouveia
Juliana de Lancastre •
D. Maria de Lancastre
D. Maria Leonor de
Lancastre e M oscoso
Teresa de M oscoso
Osório
Aires José Maria de
Saldanha de
Albuquerque Coutinho
M atos e Noronha, 2.° C.
Ega
D. Luis de Alm ada
D. Lourenço de Alm ada,
1.° Mestre-sala
D. Luisa de Menezes
D. Luis José de Alm ada, •
2.° Mestre-sala
D. João de Alm eida
D. Catarina Henriques
D. V iolante Henriques
D. Ana Ludovina de
A lm ada Portugal
D. João de Alm eida
D. Luis de Alm eida, o
M anteigas
D. V iolante Henriques
D. Violante de Portugal
Dinis de Melo e Castro,
Maria Josefa de Melo
Côrte-Real
 ngela Maria da Silveira
Pág. 59
Anexo 3
Casa dos condes de Ficalho
D. Vitória de Bourbon
D. Maria Xaver de Lima
e Hohenlohe, 12.a V. Vila
Nova de Cerveira
Maria Ana Teresa de
Hohenlohe
D. Maria Margarida
Josefa Xaver de Lima
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
Manuel Teles da Silva,
3.° M. Alegrete
D. Helena de Noronha
Fernão Teles da Silva,
4.° M. Alegrete
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
D. Eugénia Rosa de
Lorena
Margarida de Lorena
Eugénia Maria Josefa de
Bragança
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
João Gomes da Silva
D. Luisa Coutinho
Maria Josefa de
Menez es
D. Estevão de Menezes
D. Joana Rosa de
Menezes, 4.a C. Tarouca
D. Helena de Noronha
Pág. 60
Retrato puritano
Casa dos condes das Galveias
Pág. 61
Anexo 3
Casa dos condes da Lousã
• • •
D. Lourenço de
Lancastre
D. Rodrigo de Lancastre •
Inês de Noronha
D. João de Lancastre
João da Silva Telo de
Menezes, 1.° C. Aveiras
Inês Teresa de Noronha
Maria de Castro
D. Rodrigo de Lancastre
• • D. Pedro de Almeida
D. Maria Teresa Antónia ••
de Portugal
•• Miguel de Quadros e
Tavora
Luisa Antónia de
Portugal
Catarina de Portugal
D. João de Lancastre,
1.° C. Lousã
Manuel Correia de
Lacerda
Francisco Correia de
Lacerda
D. Francisca de Aragão
João Correia de Lacerda •
António Gonçalves da
Camara
Isabel Maria de Castro
Maria de Castro
Isabel Francisca Xavier
de Castro
Diogo Carneiro Fontoura
Luisa Catarina Fontoura
Catarina de Fontoura
D. Luis António de
Lancastre Basto
Baharem, 2.° C. Lousã
Luis Gomes de Basto
António de Basto Pereira
Bernardina de Torres de
Luis António de Basto
Baharem
Jerónimo Correia
Baharem
António Correia Baharem
D. Maria de Alcáçova
Carneiro
Paula Maria de
Alcáçovas Baharem
Miguel de Vasconcelos
Maria de Brito
Catarina Lobo
Mariana Joaquina de
Basto Baharem
D. João de Almeida
D. Luis de Almeida, o
Manteigas
D. Violante Henriques
D. João Teotónio de
Almeida Portugal
Dinis de Melo e Castro,
1.° C. Galveias
Maria Josefa de Melo
Côrte-Real
Ângela Maria da Silveira
D. Violante Josefa de
Portugal
D. António Luis de Beja
e Noronha
D. Teresa Antónia de
Melo Castro e Beja
Isabel Coelho e Castro
Pág. 62
Retrato puritano
Casa dos condes de Lumiares e Ilha do Príncipe
• • • • • •
João R odrigues de
V a sco n ce lo s e Sousa,
2.° C. C aste lo M elhor
Luis de V a sco n ce lo s e
S ousa, 3.° C. C astelo
M elhor
M ariana de Lancastre
V a sco n ce lo s e Cam ara
Bernardo de Tavora de
V a scon celo s e Sousa
Bernardim de Távora e
S ousa, R.P.
G uio m ar de Tavora
S o usa Faro e Veiga
D. Leonor M ascarenhas
L u is José de Portugal da
G a m a e V a scon celo s
D. Paulo da Gam a
D. Luis de Portugal
D. M aria de Portugal
D. M aria M adalena de
Portugal
D. D iogo de A lm eida
D. Inês da Silva
D. Luisa M aria da Silva
José F rancisco Portugal
da G a m a e V a s c o n c e lo s
D. Rodrigo da Camara,
3.° C. V ila Franca
D. M anuel Luis B a ltaza r
da Cam ara, 1 .° C.
R ibeira Grande
• D. M aria C outinho
D. José Rodrigo da
Cam ara, 2.° C. Ribeira
G rande
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
M écia de M endoça
D. Leonor de M endoça
D. In ácia A g ostin ha
Xavier de Rohan
C on stan ça Em ília,
P rincesa de Rohan-
Soubise
H. M aria do Resgate
C arneiro P ortugal da
G a m a V a s c o n c e lo s
S o us a Faro, 3.a C.
Lum iares
Luis Carneiro de Sousa,
1.° C. Ilha do Príncipe
F rancisco Carneiro de
S ousa, 2.° C. Ilha do
Príncipe
D. M ariana de Faro e
S ousa
A n tó nio Carneiro de ••
S ousa, 3.° C. Ilha do
Príncipe
D. F rancisco de Sousa,
1.° M. Minas
D. E u fá s ia Filipa de
Lima
D. E u fá s ia Filipa de
Noronha
C arlos Carneiro de •••
S o usa e Faro, 5.° C. Ilha
do Principe, 1 .° C.
Lum iares
• ••• D. M iguel Luis de
M enezes, 1.° C.
Valadares
D. C arlos de Noronha,
2.° C. Valadares
D. M adalena M aria de
Lancastre e Abranches
D. M adalena de
Lancastre
Luis da C unha A taíde
Maria T eresa de
Lancastre
D. G uio m ar de Lancastre
H. M adalena Gertrudes
Carneiro de S o us a e
Faro, 2.a C. Lum iares
A n tó nio de Melo e
C astro
M anuel de M elo e C astro
C aetano de Melo e
C astro
F rancisca M adalena de
C astro
A n a V icê n cia de
N oronha
Luis Carneiro de Sousa,
1.° C. Ilha do Príncipe
F rancisco Carneiro de
S ousa, 2.° C. Ilha do
Príncipe
D. M ariana de Faro e
S ousa
M ariana de Faro ••
D. F rancisco de Sousa,
1.° M. Minas
D. E u fá s ia Filipa de
Lima
D. E u fá s ia Filipa de
Noronha
•••
Pág. 63
Anexo 3
Casa dos condes de S. Lourenço e Sabugosa/ Alferes-mores
• • •
D. António de Noronha,
1.° C. V ila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de Menezes
D. António de Noronha,
2.° M. Angeja
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
D. Leonor de Mendoça
Isabel Maria A ntónia de
Mendonça
D. António Mascarenhas
D. Mariana de Castro
Isabel de Castro
D. João José Ausberto
de Noronha
Fernão Teles de
Menezes, 1.° C. V ilar
Maior
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Mariana de Mendonça
João Gomes da Silva
D. Nuno Mascarenhas
Costa
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz de Menezes,
3.a C. Sabugal
Luisa Josefa de
Menezes
D. Duarte Luis de
Menezes, 3.° C. Tarouca
D. Estevão de Menezes
D. Luisa de Castro
D. Joana Rosa de
Menezes, 4.a C. Tarouca
D. Tomás de Noronha,
3.° C. Arcos
D. Helena de Noronha
D. Madalena de Brito e
Bourbon
D. António Maria de
Melo da Silva César de
Menezes, 7.° C. S.
Lourenço
António de Melo
Martim Afonso de Melo
Margarida da Silva
Luis de Melo da Silva,
3.° C. S. Lourenço
Pedro da Silva, 1.° C.
São Lourenço
Madalena da Silva, 2.a C.
São Lourenço
Luisa da Silva Pereira
Rodrigo de Melo da
Silva, 5.° C. S. Lourenço
Bernardim de Távora e
Sousa, R.P.
Filipa de Faro
D. Estevão de Faro, 2.°
C. Faro
D. Leonor Mascarenhas
D. G uiom ar de Castro
Ana de Melo da Silva
César de Menezes, 6.a
S. Lourenço
Vasco Fernandes César
de Menezes, Alféres-mor
Luis César de Menezes, O
Alféres-mor
D. Maria Madalena de
Lancastre
V asco Fernandes César,
1.° C. Sabugosa
D. Rodrigo de Lancastre
D. Mariana de Lancastre
Inês Teresa de Noronha
H. Mariana Rosa de
Lancastre, 3. a C.
Sabugosa
D. Martinho
Mascarenhas, 4.° C.
Santa Cruz
D. João Mascarenhas,
5.° C. Santa Cruz
Juliana de Lancastre
D. Juliana Francisca de
Lancastre
Teresa de Moscoso
Osório
Pág. 64
Retrato puritano
Casa dos condes de S. Miguel
• • • • • • •
F ra n c is c o N u n o Á lva re s
B o te lh o , 1 .° S . M ig ue l
Á lva ro J o s é B o te lh o de
T avora, 2 .° S. M ig u e l
C e c ília d e T avora
T o m á s J o s é B o te lh o de
Tavora, 3 .° S. M ig u e l
D. T o m á s de N oron ha ,
3 .° C. A rc o s
D. A n tó n ia L u is a de
B o urbo n
D. M a d a le n a d e B rito e
Bo urbo n
Á lv a ro J o s é Xavier
B o te lh o , 4 .° C . S. M ig u e l
•••••• R od rig o T e le s de
M e n e z e s , 2 .° C. U n h ã o
F e rn ã o T e le s de •••
M e n e z e s e C a stro , 3 .°
C. U n h ã o
D. Jo a n a L u isa d e
L a n c a s tre
J u lia n a X avier de
L a n c a s tre
D. M a rtin h o
M a s c a re n h a s , 4 .° C.
S a n ta C ruz
D. M a ria d e L a n c a s tre
J u lia n a de L a n c a s tre
F e rn a n d o X avier B o te lh o
d e Tavora, 5 .° C . S.
M ig ue l
•• •••• D. T o m á s de N oron ha ,
3 .° C . A rc o s
D. L u is a d o P ila r de
N o ron ha
D. P e d ro d e A lm e id a , 1.°
C. A s s u m a r
D. Jo ã o d e A lm e id a , 2.°
• • D. M a rg a rid a A n d ré de
N o ron ha
D. M a d a le n a B ru n a de •O#
C a s tro
D. Joã o M a s c a re n h a s ,
1.° M . F ro n te ira
D. Isa be l de C a s tro •••
#€)# D. M a d a le n a d e C a s tro
Á lv a ro J o rg e B o te lh o de
S ousa e M enezes
N o ro n h a C o rre ia de
L a cerd a, 6 .° C. S.
M ig ue l
F ra n c is c o C o rre ia de
La ce rd a
M a n u e l C o rre ia de
La ce rd a
Isabel M a ria d e C a s tro
Luís F ra n c is c o C o rreia
d e La ce rd a
Luís G o m e s C o ro n e l de
S á e M enezes
L u ísa M a ria A n tó n ia d e
P o rtu g a l C oron el d e S á e
D. M a ria d e Po rtug al
M a n u e l J oa qu im C o rreia ••
de La c e rd a
F ra n c is c o C o rre ia de
La ce rd a
Joã o C o rre ia d e La ce rd a ••
Isabel M a ria d e C a s tro
Isa be l F ra n c is c a Xavier
D iog o C a rn e iro F o n to u ra
L u ísa C a ta rin a F o n to u ra
C a ta rin a d e F o n to u ra
A n a Is a be l d e P o rtu g a l
C o rre ia de La c e rd a
C oron el d e S á e
M enezes
R od rig o (ou R ui) de
S o u s a da S ilva
A lc o fo ra d o
F ra n c is c o d e S o u s a da
H e le n a da S ilva d e
S e a b ra
Rui (ou R o d rig o ) de
S o u s a d a S ilva
A lc o fo ra d o
M a n u e l d e S o u s a de
A lm e id a
A n tó n ia G a b rie la de
A lm e id a
V io la n te E n g rá c ia d e S á
B e rn a rd a G a b rie la de
V ilh e n a e S o u s a
M ig u e l B ra n d ã o da S ilva
J e ró n im o B ra n d ã o da
Isabel de M a d u re ira
Isa be l F ra n c is c a Lo be ra
e S ilva
P e dro M a rin h o de Lobe ra
P a tro n ilh a de A n d ra d e e
B e n ita de A n d ra d e
S o to m a y o r
Pág. 65
Anexo 3
Casa dos condes de Óbidos, Palma e Sabugal
D . V a s c o M ascarenhas,
1 .° C . Ó bidos
D. Fernando M artins
M ascarenhas, 2.° C.
Ó bidos
D. João M ascarenhas
D. Joana F ra n c is c a de
V ilhena
D . B e a triz M ascarenhas,
3.a C. S a nta Cruz
D. M anuel M ascarenhas,
3.° C .Ó bidos
D. N uno M ascarenhas
C o sta
D. João M ascarenhas
C a stelo-B ranco da
C o s ta , 2 .° C . Palm a
D. F ra n c is c o de C a stelo-
Branco , 2.° C . S abugal
D. Beatriz de M enezes,
3.a C . S abugal
D. L uisa Coutinho
D. B e a triz M ascarenhas
C a stelo-B ranco da
C o s ta , 4.a C. S a bugal,
3.a C. Palm a
D. F ra n c is c o
M ascarenhas
D. Joana de Castro
D. M argarida de V ilhe na
D. José M aria de A s s is
M ascarenhas, 4.° C.
Óbidos
M anuel Teles da Silva,
1 .° M . A legrete
Fernando Teles da Silva,
2.° M . A legrete
D . L uisa Coutinho
M anuel Teles da Silva,
3.° M . A legrete
D . Tom ás de N oronha,
3.° C. A rcos
D. Helena de Noronha
D. M adalena de B rito e
Bourbon
Fernão Teles da Silva,
4.° M. A legrete
D. F ra n c is c o de M elo,
3.° M . Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de M elo, 1.° D. Cadaval
Joana P im e nte l
D. E u génia R o sa de
M argarida de Lorena
H elena Josefa de
M enezes
Fernão Teles de
M enezes, 1.° C . V ila r
M aior
M anuel Teles da Silva,
1 .° M . A legrete
M ariana de M endonça
João G o m e s da Silva
D . Nuno M ascarenhas
C o sta
D . L uisa Coutinho
D. Beatriz de M enezes,
3.a C . S abugal
M aria Josefa de
M enezes
D. Duarte L uis de
M enezes, 3.° C . Tarouca
D. E stevão de M enezes
D . L uisa de C astro
D . Joana R o sa de
M e nezes, 4.a C . Tarouca
D . Tom ás de N oronha,
3.° C. A rcos
D. H e le n a d e N o ro n h a
D. M adalena de B rito e
Bourbon
Pág. 66
Retrato puritano
Casa dos condes de Penafiel/ Correios-mores
• • • • •
João Gomes da Mata
Coronel, Correio-mór
Luís Gomes da Mata,
Correio-mór
Filipa Barbosa
Duarte de Sousa
Coutinho da Mata
Lopo de Sousa Coutinho
Violante de Castro
D. Joana de Castro
Luis Vitório de Sousa
Coutinho da Mata,
Correio-mór
Isabella Caffaro
José António da Mata de
Sousa Coutinho, Correio-
mór
•• • Ambrósio de Aguiar
Coutinho
António Luis Coutinho da
Camara, Almotacé-mór
Filipa de Menezes
João Gonçalves da
Camara Coutinho,
Almotacé-mór
Luis da Silva Telo de
Menezes, 2.° C. Aveiras
Constança de Portugal
•• D. Joana Inês de
Portugal
Joana Catarina de
Menezes
D. Luis de Almada
D. Lourenço de Almada,
1.° Mestre-sala
D. Luisa de Menezes
D. Luisa de Menezes
D. João de Almeida
D. Catarina Henriques
D. Violante Henriques
Manuel José de Mata de
Sousa Coutinho, 1.° C.
Penafiel
•••••• D. Francisco Gonçalves
da Câmara
D. Luis Gonçalves da
Câmara
D. Filipa Coutinho
D. Gastão José da
Câmara Coutinho
Diogo de Saldanha de
Sande
Isabel de Noronha
D. Catarina Pereira
D. Luis José da Camara
Coutinho
• •• D. Pedro de Almeida, 1.°
C. Assumar
D. Maria Benta de
Noronha
• • D. Fernando
Mascarenhas, 1.° C.
Torre
D. Margarida André de
Noronha
D. Maria de Noronha
D. Catarina da Camara •
Nuno de Mendoça, 2.°
C. Vale de Reis
Lourenço de Mendoça e •
Moura, 3.° C. Vale de
Reis
• Luisa de Castro e Moura
Nuno Manuel de
Mendoça, 4.° C. Vale de
Reis
Manuel de Sousa da
Silva e Menezes
Maria Madalena de
Mendonça
Joana Francisca de
Mendonça
Isabel Maria de Mendoça
e Moura
D. António de Noronha,
1.° C. Vila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de Menezes
D. Leonor de Maria
Antónia de Noronha
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Is a b e l M a ria A n tó n ia de
M endonça
D . M a ria n a d e C a s tr o
Pág. 67
Anexo 3
Casa dos condes de Pombeiro
• • • • • • • •
D. A n tó nio de C astelo-
Branco da Cunha
D. Pedro de C astelo-
Branco da Cunha, 1 .° C.
Pom beiro
D. A n tó nio de C astelo-
Branco e Cunha, 2.° C.
Pombeiro
Luísa Ponce de Leão
D. Lu is de C astelo-
B ranco e Cunha, 4.° C.
Pom beiro
M artim A lo n so de Melo
Luis de Melo da Silva,
3.° C. S. Lourenço
M adalena da Silva, 2.a C.
São Lourenço
Leonor Maria de Faro
Bernardim de Távora e
S ousa, R.P.
D. Leonor M ascarenhas
D. A n tó nio Joaquim
C aste lo-B ran co Correia e
C unha, 5.° C. Pombeiro
••O D. T om ás de N oronha,
3.° C. Arcos
D. Bernardo de Noronha
D. M adalena de Brito e
Bourbon
D. F rancisco José de
A lm ad a
C ristovão de A lm ad a
Maria A n tó nia de
A lm ad a
D. Filipa M aria de Melo
D. Pelágia Teresa
A g os tin ho de A lm ada
Luis de V a sco n ce lo s e
S ousa, 3.° C. C astelo
M elhor
Afon so de V a scon celo s
e S o usa C unha Cam ara
Faro e V eiga, 5.° C.
C alheta
G uio m ar de Tavora
S o usa Faro e Veiga
G uio m ar F rancisca de
V a scon celo s e Sousa
Em ília de Rohan
D. M aria Rita de C astelo
B ranco Correia da
C unha, 6.a C. Pombeiro
Rodrigo Teles de
M enezes, 2.° C. Unhão
Fernão Teles de •••
M enezes e C astro, 3.°
C. Unhão
D. Joana Luisa de
Lancastre
Rodrigo Xavier Teles de
M enezes C astro e
Silveira, 4.° C. Unhão
D. M artinho
M ascarenhas, 4.° C.
S a nta Cruz
D. M aria de Lancastre
Juliana de Lancastre
João Xavier Fernão Teles
de M enezes, 5.° C.
U nhão
A n tó nio Luis de Tavora,
2.° C.
M iguel C arlos de Tavora
D. Arcân ge la M aria de
Portugal
V itó ria de Távora
João N unes da Cunha,
1.° C
Maria C aetana da
Cunha, 2.a C. S. V ice nte
D. Isabel de Bourbon
D. A n a V itó ria Xavier
Teles
D. V a s c o Luis da Gama,
1.° M. Niza
D. F rancisco Luís
B a ltaz a r da G am a, 2.°
M. N iza
Inês de Noronha
D. V a s c o José Luís da
G am a, 3.° M. Niza
D. V a s c o M ascarenhas,
1.° C.
D. Brites de V ilhe na
D. Joana F rancisca de
Vilhena
D. M aria Josefa da
G am a, 4.a M. Niza
D. Álvaro Pires de
Castro, 1.° M. C ascais
D. Luís Álvares de
C astro, 2.° M. C ascais
D. Bárbara Estefânia de
Lara
D. Bárbara Isabel de
Lara
D. A n tó nio Luis de
M enezes, 1.° M.
Marialva
D. M aria Joana Coutinho •
D. C atarina Coutinho
Pág. 68
Retrato puritano
Casa dos condes da Ponte/ [marquês de Sande]
• • • • • • •
João de S alda nh a da
G am a
Luis de S alda nh a da •••
G am a
••• M argarida de V ilh en a
João de S alda nh a da
G am a
•mm F ra n cisco de M e lo e
T o rre s, 1 .° M . S ande
M adalena C a zem ira de
M e n do nça de M ello e
Torres
Leonor de M en do nça
Manuel de S alda nh a da
G am a
••••• V a s c o Fernandes C é sar
de M en eze s, A lféres-m or
Luis C é sa r de M e n eze s,
A lf.M .
D . M a ria M a dalena de
Lan castre
Joana B ernarda de
N oronha e L a n ca stre
•• D. Lourenço de
Lancastre
D . R odrigo de Lan castre
Inês de N oronha
D . M ariana de Lan castre
João da S ilva Telo de
M enezes, 1.° C. Aveiras
Inês Te re sa de N oronha
M aria de C a stro
João de S alda nh a da
G am a M elo Torres
G uedes Brito, 6.° C.
•€>•••••• A m b ró sio de A guiar
C outin h o
A n tó n io Luis C o utin h o da
Cam ara, A lm o ta cé -m ó r
F ilipa de M e n eze s
João G onçalves da
C a m a ra C o utin h o,
A lm o tacé -m ó r
Luis da S ilva Telo de
M en eze s, 2.° C. Aveiras
C o n s ta n ç a de P o rtu g a l
•• D . Joana Inês de
P ortugal
Lourenço G onçalves da
C a m a ra C o utin h o,
A lm .M .
•I D . Luis de A lm a da
D . L ourenço de A lm a da ,
1 .° M e stre -sa la
D. L uisa de M enezes
D . L uisa de M enezes
D . João de A lm e id a
D. C atarina Henriques
D . V io la n te Henriques
F ra n cisca Joana Josefa
da C a m a ra
••• D . Luis de A lm a da
D . L ourenço de A lm a da ,
1 .° M e stre -sa la
D. L uisa de M enezes
D. Luis José de A lm ada, •
2.° M e stre -sa la
D . João de A lm e id a
D . C a tarina Henriques
D . V io la n te Henriques
D . Leonor Josefa d
Tavora
•• M a n ue l da Cunha
Pág. 69
Anexo 3
Casa dos condes de Povolide
• • • •
T ristão da C unha e
A taíde
Luis da C unha A taíde
A n tó n ia de V a sco n ce lo s
T ristão da C unha A taíde,
1 .° C. Povolide
D. Álvaro C outinho da
Cam ara
D . G uiom ar de Lancastre
D. M aria de Lancastre
Lu is V a squ es da C unha
Ataíde, 2.° C. Povolide
A n tó n io Luis de Tavora,
2.° C. São João da
Pesqueira
M iguel C arlos de Tavora
D. A rcâ n g e la M aria de
Portugal
A rcân ge la M aria de
Vilhe na
João Nunes da Cunha,
1.° C. São V ice nte
M aria C aetana da
Cunha, 2 a C. S. V ice n te
D. Isabel de Bourbon
J o s é da C unha Grã
Ataíde e Melo, 3.° C.
Povolide
D. M iguel Luis de
M enezes, 1 .° C.
V aladares
D. C arlos de Noronha,
2.° C. V aladares
D. M adalena M aria de
La ncastre e A b ra nch es
D. M iguel Luis de
M enezes, 3.° C.
V aladares
Luis da C unha A taíde
M aria T eresa de
Lancastre
D. G uio m ar de Lancastre
D. H elena de C aste lo
Bran co
Manuel Teles da Silva,
1.° M. A legrete
Fernando T eles da Silva,
2.° M. A le grete
D. Luisa C outinho
M aria de C aste lo-B ran co
D. T om ás de Noronha,
3.° C. A rco s
D. H elena de Noronha
D. M adalena de Brito e
Bourbon
Luis José da C unha Grã
A taíd e e M elo, 4 .° C.
Povolide
D. M anuel Luis B altazar
da Cam ara, 1.° C.
R ibeira Grande
D. José R odrigo da
C am ara, 2.° C. Ribeira
Grande
M écia de M endonça
D. Duarte R odrigo da
Cam ara
C on sta n ça Em ília,
p rince sa de Rohan-
Soubise
D. F rancisco da Silva
Telo e M enezes, 6.° C.
Aveiras
João da Silva Telo de
M enezes, 3.° C. Aveiras
Luis da Silva Telo e
M enezes, 4 .° C. Aveiras
D. Juliana de Noronha
Inês Joaquina da Silva,
5.a C. Aveiras
F rancisco de Tavora, 1 °
C. Alvor
M aria In ácia de Tavora
Inês C atarin a de Tavora
D. M aria R oberta da
S ilva T elo de M enezes
Fernando Teles da Silva,
2.° M. A le grete
M anuel Teles da Silva,
3.° M. A legrete
D. H elena de Noronha
Nuno da Silva Teles
D. Nuno Álvares Pereira
de M elo, 1 .° D. Cadaval
D. Eugénia R osa de
Lorena
M argarida de Lorena
D. Bárbara Josefa Maria
Xavier da G am a
D. F rancisco Luís
Ba ltaza r da G am a, 2.°
M. N iza
D. V a s c o José Luís da
G am a, 3.° M. N iza
D. Brites de Vilhe na
D. M aria Josefa da
G am a, 4 a M. N iza
D. Luís Álvares de
C astro, 2.° M. C ascais
D. Bárbara Isabel de
Lara
D. M aria Joana C outinho
Pág. 70
Retrato puritano
Casa dos condes de Redondo
• • •
Fernão de S ou sa
T o m é de S o u sa
D. M a ria de C a stro
D. F ernão de S o u s a de
C a ste lo -B ra n co C o utin h o
e M en eze s, 10.° C.
R e do n do
D. Jo ã o de C a stelo -
B ra n co
D. F ra n c is c a de
M e n eze s
D. C e cília de M e n eze s
C o utin h o
T o m é de S o u sa
C o utin h o C a ste lo -B ra n co
e M en eze s, 11.° C.
R e do n do
•• Luis Lobo da Silveira
D. R odrigo Lobo da
Silveira, 1.° C. S arze d a s
D. Joana de Lim a
D. L uisa S im o a de
P ortugal
M iguel de Noronha, 4.°
C. Linhares
D. M a ria A n tó n ia de
V a s c o n c e lo s e M e n eze s
D. Inácia de M e n e ze s e
V a s c o n c e lo s
D. Fernando de S o u sa
C o u tin h o C a ste lo -B ra n co
e M en eze s, 12.° C.
R e do n do
D. Je ró nim o de A taíde,
6.° C. A to u gu ia
D. Luis P ereg rin o de
A taíde, 8.° C. A to u gu ia
D. Leo no r M a ria de
M e n eze s
D. Jeró nim o de Ataíde,
9.° C. A to u gu ia
D. Jo ã o M a sca re n h a s
D. M argarida de V ilh e n a
D. B ea triz M asca ren h as,
3.a C. S a n ta Cruz
D. M a d ale n a Inês
V ic ê n c ia de V ilh en a
Luis Á lvares de Tavora,
1.° M. Tavora
A n tó n io Luis de Tavora,
2.° M. de Tavora
D. M a ria Inácia de
M e n eze s
M ariana Te re sa de
Tavora
Henrique de S o u sa
Tavares da Silva, 1.° M.
A rro n che s
Leonor Te re sa R osa de
S o u sa
D. M ariana de C astro
D. T o m é Xavier de S o u sa
C o utin h o de C a stelo -
B ra nco e M en eze s, 13.°
• •• D. D iogo de M e n eze s
D. Jo sé de M e n e ze s de
Tavora
M a ria de O liveira
D. D iogo M e n e ze s de
Tavora
Diogo L opes de S ou sa ,
2.° C. M iranda
H enrique de S o u sa
Tavares da Silva, 1.° M.
A rro n che s
D. Leonor de M e n do ça
B rite s F ra n c is c a de
M e n do ça
D. A n tó n io M a sca ren h as
D. M ariana de C a stro
Isabel de C a stro
D. M aria A n tó n ia da
C o n ce içã o B re yn e r de
M e n eze s
• M aria B arba ra Jo sefa
B re yn e r
Pág. 71
Anexo 3
Casa dos condes de Resende/ almirantes
• • • •
D. Sim ão de Castro
D. João de Castro,
A lm irante
•• D. Bernarda de Menezes
D. Francisco de Castro, •
A lm irante
•• D. Francisco Luis de
Lancastre
D. Mariana de Lancastre •
•• Filipa de Mendonça
D. Luís Inocêncio de
Castro, A lm irante
•• Luis de Melo
Cristóvão de Melo
D. G uiom ar Coutinho
Francisca Josefa de
V ilhena
Lourenço Pires de
Carvalho
Mécia de Vilhena •
Madalena de Vilhena
D. A ntónio José de
Castro, 1.° C. Resende
•••• João Rodrigues de
V asconcelos e Sousa,
2.° C. C astelo M elhor
Sim ão de V ascon celos e •
Sousa
Mariana de Lancastre
V asconcelos e Camara
Pedro de V asconcelos e •
Sousa
João Gom es da Silva
Joana de Tavora
D. Joana de Tavora
Joana Cecília de
Lancastre
João Rodrigues de
V asconcelos e Sousa,
2.° C. C astelo M elhor
Luis de V ascon celos e •
Sousa, 3.° C. Castelo
Melhor
Mariana de Lancastre
V asconcelos e Camara
M ariana de Lancastre •
Bernardim de Távora e
Sousa, R.P.
G uiom ar de Tavora
Sousa Faro e Veiga
D. Leonor Mascarenhas
D. José Luis de Castro,
2.° C. Resende
••••• M iguel Carlos de Tavora
Manuel Carlos de
Tavora, 4.° C.
Maria Caetana da
Cunha, 2.a C. S. V icente
Pág. 72
Retrato puritano
Casa dos condes da Ribeira Grande e Vila Franca
D. R o d rig o d a C a m a ra ,
3 .° C. V ila F ra n ca
D . M a n u e l Lu is B a lta z a r
da C a m a ra , 1 .° C .
R ib e ira G ra n d e
• D. M a ria C o u tin h o
D . J o s é R o d rig o da
C a m a ra , 2 .° C . R ib e ira
G ran de
• D iog o L o p e s d e S o u s a ,
2 .° C . M ira n d a
M é c ia d e M e n d o ç a
D. L e o n o r de M e n d o ç a
D. L u is M a n u e l da
C am ara , 3 .° C. R ib e ira
G ran de
• C o n s ta n ç a E m ília d e
R ohan
D. G u id o A u g u s to da
C a m a ra e A ta íd e , 5 .° C.
R ib e ira G ra n d e
•• D. J e ró n im o d e A ta íd e ,
6 .° C . A to u g u ia
D . L u is P e re g rin o de
A ta íd e , 8 .° C. A to u g u ia
D. L e o n o r M a ria de
M enezes
D. J e ró n im o de A ta íd e ,
9 .° C . A to u g u ia
D. Joã o M a s c a re n h a s
D . M a rg a rid a d e V ilh e n a
D. B e a triz d e M e n e z e s ,
3.a C . S a b u g a l
D . L e o n o r T e re s a M a ria
d e A ta íd e de M e n e z e s
Lu is Á lv a re s d e Tavora,
1 .° M . Tavora
A n tó n io L u is d e T avo ra ,
2 .° M . d e Tavora
D. M a ria In á c ia de
M enezes
M a ria n a T e re s a d e
Tavora
H e n riq u e d e S o u s a
T avares d a S ilv a , 1 .° M .
A rro n c h e s
Le o n o r T e re s a R o sa de
S ousa
D . M a ria n a d e C a s tro
D . L u is A n tó n io J o s é
M a ria d a C a m a ra , 6 .° C .
R ib e ira G ra n d e
•• D . M a n u e l Lu is B a lta z a r
d a C a m a ra , 1 .° C .
R ib e ira G ran de
D . J o s é R o d rig o da
C a m a ra , 2 .° C . R ib e ira
G ran de
M é c ia d e M e n d o ç a
D . L u is M a n u e l da
C a m a ra , 3 .° C . R ib e ira
G ran de
C o n s ta n ç a E m ília d e
R ohan
D . J o s é d a C a m a ra , 4 .°
C . R ib e ira G ra n d e
•• D. L u is P e re g rin o de
A ta íd e , 8 .° C. A to u g u ia
D. J e ró n im o d e A ta íd e ,
9 .° C . A to u g u ia
D. M a rg a rid a de V ilh e n a
D . L e o n o r T e re s a M a ria
d e A ta íd e d e M e n e z e s
A n tó n io L u is d e T avo ra ,
2 .° M . d e Tavora
M a ria n a T e re s a de
T avora
Le on or T e re s a R o s a de
Sousa
D. J o a n a T o m á s ia da
C a m a ra
A n tó n io L u is d e T avo ra ,
2 .° C. S ã o J o ã o d a
P e s q u e ira
F ra n c is c o d e T avo ra , 1 °
C . A lvo r
D. A rc â n g e la M a ria de
P o rtu g a l
B e rn a rd o A n tó n io F ilip e
N e ri d e T avo ra , 2 .° C . d e
A lvo r
Lu is Á lv a re s d e Tavora,
1 .° M . Tavora
In ê s C a ta rin a de T avora
D. M a ria In á c ia de
M enezes
M a rg a rid a F ra n c is c a d e
Lorena
D. F ra n c is c o de M e lo ,
3 .° M . F erreira
D . N u n o Á lv a re s P e re ira
de M e lo , 1 .° D . C ad ava l
Joa n a P im e n te l
D . Jo a n a d e Lo ren a
M a rg a rid a d e Lorena
Pág. 73
Anexo 3
Casa dos condes de São Paio
• • • • • •
Manuel de São Paio
Francisco de São Paio
Filipa de Castro
Manuel A ntónio de São •
Paio
••• Febo Moniz de Torres e
Lusignan
Leonor de Torres e •••
Lusignan
Filipa Coutinho
Francisco José de
Sam paio e Castro
• ••• Fernão de Saldanha
João de Saldanha de
Sousa
D. Joana de Noronha
Joana A ntónia de Tavora •
Luis Francisco de
Oliveira e Miranda
Inês A ntónia de Tavora
Luisa de Tavora
Manuel A ntónio de São
Paio
D. Luís de A lm eida, 1.°
C. A vn te s
D. A ntónio de Alm eida, ••
2.° C. A vn te s
•• D. Isabel de Castro
D. Jerónima de Bourbon
•• D. Tomás de Noronha,
3.° C. A rcos
D. Maria A ntónia de
Bourbon
D. Madalena de Brito e
Bourbon
A ntónio de São Paio
Melo e Castro Moniz
Torres de Lusignan, 1.°
C . São Paio
••••••• D. Luís de A lm eida, 1.°
C. A vn te s
D. A ntónio de Alm eida, ••
2.° C. A vn te s
•• D. Isabel de Castro
D. Luís de Alm eida
Portugal, 3.° C. A vn te s
•• D. Tomás de Noronha,
3.° C. A rcos
D. Maria A ntónia de
Bourbon
D. Madalena de Brito e
Bourbon
D. V itória Josefa de
Bourbon
D. Diogo de Lima Brito e
Nogueira, 7.° V.
D. João Fernandes de
Lima V ascon celos de
Brito e Nogueira, 10.° V.
D. Joana de
V asconcelos
D. Joana Josefa A ntónia
de Lima
D. Tomás de Noronha,
3.° C. A rcos
D. V itória de Bourbon
D. Madalena de Brito e
Bourbon
Pág. 74
Retrato puritano
Casa dos condes de Sabugosa/ Alferes-mores
• •
V asco Fernandes César
Luis C ésar de M enezes,
Alféres-m or
D. A na de Menezes
V asco Fernandes C ésar
de Menezes, A lféres-m or
M anuel de Melo,
Monteiro-m or
Vicência Henriques
G uiom ar Henriques
Luis C ésar de M enezes,
A lféres-m or
D. João Mascarenhas
D. Maria M adalena de
Lancastre
D. Beatriz M ascarenhas,
3.a C. Santa Cruz
V asco Fernandes César,
1.° C. Sabugosa
D. Rodrigo de Lancastre
D. Mariana de Lancastre
Inês Teresa de Noronha
H. Mariana Rosa de
Lancastre, 3.a C.
Sabugosa
D. João M ascarenhas
D. Martinho
M ascarenhas, 4.° C.
Santa Cruz
D. Beatriz M ascarenhas,
3.a C. Santa Cruz
D. João M ascarenhas,
5.° C. Santa Cruz
M anrique de Silva, 1 .° M.
Gouveia
Juliana de Lancastre
D. Maria de Lancastre
D. Juliana Francisca de
Lancastre
Teresa de M oscoso
Osório
Pág. 75
Anexo 3
Casa dos condes de Sandomil
Fernão de M iranda
H enriques
S im ã o de M iranda
H enriques
M aria de M enezes
Fernão de M iranda
H enriques
João S a le m a
Lou ren ça S a lem a
Is a b e l B arradas
Luis de M iranda
H enriques
F ra n c is c o de M elo
P e d ro de M elo
D. C a ta rin a de C a stro
H elena M anoel de
M endonça
T ris tã o de M endonça
Furtado
T eresa M aria de
M endonça
H elena M anoel
Fernando X a v e r de
M iranda Henriques, 2.°
C. S a ndom il
S im ã o M a scarenhas
P e d ro M a s carenhas
D. F ilipa de M endonça
Fernão M a s carenhas
P edro V a z Côrte-R eal
Helena H enriques
Inês de Noronha
M adalena de Bourbon
D. Tom ás de Noronha,
3 .° C. A rc o s
D. A n tó n ia L uisa de
Bourbon
D. M adalena de B rito e
Bourbon
Luis José Xavier de
M iranda H enriques
M ascarenhas, 3.° C.
S a ndom il
Fernão T eles de
M enezes, 1.° C. V ila r
M aior
M anuel Teles da Silva,
1.° M. A legrete
M ariana de M endonça
Fernando T eles da Silva,
2.° M. A legrete
D. N uno M a s carenhas
C o sta
D. Luisa C o utinho
D. B e a triz de M enezes,
3.a C. S a b u g a l
A n tó n io Teles da Silva
D. Tom ás de Noronha,
3 .° C. A rc o s
D. Helena de Noronha
D. M adalena de B rito e
Bourbon
V io la n te M aria Josefa de
M elo
F ra n c is c o de M elo
P e d ro de M elo
D. C a ta rin a de C a stro
F ra n c is c o de M elo
T ris tã o de M endonça
Furtado
T eresa M aria de
M endonça
H elena M anoel
Teresa Josefa Tavora de
M elo
D. D iogo de M enezes
D. Inês T o m á s ia de
Tavora
M a ria d e O l i ^ i r a
Pág. 76
Retrato puritano
Casa dos condes de Santiago de Beduído/ Aposentadores-mores
• •
M anuel de S o usa da
Silva, 2.° A p osentador-
m ór
Lourenço de S o usa da
Silva, 3.° A p osentador-
m ór
A n a de Tavora
A le ix o de S o usa da Silva
e M e n e ze s, 4.°
A posentador-m ór
D. Álvaro de M enezes
D. Luisa de M enezes
D. V iola nte de Ataíde
Lourenço de S ousa
M e n e ze s, 1.° C.
S antiago
Henrique Henriques de
Miranda
Luís de Miranda
Henriques
B riolanja Henriques
Luisa de Tavora
Pedro G uedes
Joana de Távora
Luisa de Tavora
A le ix o de S o usa da Silva
e M e n e z e s , 2.° C.
Santiago
Nuno de M endoça, 1.°
C. V a le de Reis
Lourenço de M endoça •
G uiom ar da Silva Teles
de M enezes
Nuno de M endoça, 2.°
C . V a le de R eis
D. Francisco Luis de
Noronha e Albuquerque
D. M aria de Ataíde
D. C atarina de V ilhe na e
S ousa
Luisa M aria de M endoça
e Tavora
A n tónio de M oura Teles
R ui de Moura Teles
D. Luisa de Noronha
Luisa de C astro e Moura
D. Francisco Rolim de
Moura
D. Luisa de Castro
D. Cecília Henriques
Nuno A le ixo de S ousa
da Silva, 4.° C. S antiago
D. Fernando
M ascarenhas, 1.° C.
Torre
D. João M ascarenhas, ••
1.° M. Fronteira
D. M aria de Noronha
D. Fernando
M ascarenhas, 2.° M.
Fronteira
• • D. Francisco de S á de
M enezes, 2.° C.
Penaguião
D. M adalena de Castro
D. Joana de Castro
D. Leonor M aria Josefa •
de M enezes
D. Luis de Ataíde, 5.° C.
A touguia
D. Jerónim o de Ataíde,
6.° C. A tougu ia
D. Filipa de V ilhena
D. Joana Leonor de
Toledo e M enezes
D. Fernando de
M enezes
D. Leonor M aria de
M enezes
D. Joana de Toledo da
Cam ara
Pág. 77
Anexo 3
Casa dos condes de Sarzedas 1 (ramo principal extinto)
Pág. 78
Retrato puritano
Casa dos condes de Sarzedas 2 (ramo secundogénito)
• •
Luis Álvares de Tavora,
1.° C. São João da
Pesqueira
António Luis de Tavora,
2.° C. São João da
Pesqueira
Marta de Vilhena
Francisco de Tavora, 1 °
C. Alvor
D. Miguel de Noronha,
4.° C. Linhares
D. Arcângela Maria de
Portugal
D. Inácia de Menezes e
Vasconcelos
Bernardo António Filipe
Neri de Tavora, 2.° C. de
Alvor
António Luis de Tavora,
2.° C. São João da
Pesqueira
Luis Álvares de Tavora,
1.° M. Tavora
D. Arcângela Maria de
Portugal
Inês Catarina de Tavora
D. Rodrigo Lobo da
Silveira, 1.° C. Sarzedas
D. Maria Inácia de
Menezes
D. Maria Antónia de
Vasconcelos e Menezes
Nuno Gaspar de Tavora
D. Francisco de Melo,
3.° M. Ferreira
D. Nuno Álvares Pereira
de Melo, 1.° D. Cadaval
Joana Pimentel
D. Jaime Álvares Pereira
de Melo, 3.° D. Cadaval
Margarida de Lorena
D. Joana de Lorena
Henriqueta de Lorena
D. Bernardo José Maria
da Silveira e Lorena, 5.°
C. Sarzedas
••• D. Luis Lobo da Silveira
D. Fernando Lobo da
Silveira
D. Joana de Lima
D. Luis Baltazar da •
Silveira
Francisco de Sá de
Menezes
Joana Maria de Tavora
Leitão
Ana de Andrade
D. Brás Baltazar da
Silveira
• • D. Francisco de Sousa,
1.° M. Minas
D. Luisa Bernarda de
Menezes
• • D. Eufrásia Filipa de
Noronha
D. Maria Inácia da • ••
Silveira
••• Aleixo de Sousa da Silva
e Menezes, 4.°
Aposentador-mór
Lourenço de Sousa •
Menezes, 1.° C.
Santiago
• Luisa de Tavora
Aleixo de Sousa da Silva
e Menezes, 2.° C.
Santiago
Nuno de Mendoça, 2.°
C. Vale de Reis
Luisa Maria de Mendoça •
e Tavora
Luisa de Castro e Moura
Joana Inês Vicência de
Menezes
• • D. João Mascarenhas,
1.° M. Fronteira
D. Fernando • •
Mascarenhas, 2.° M.
Fronteira
• • D. Madalena de Castro
D. Leonor Maria Josefa •
de Menezes
• • D. Jerónimo de Ataíde,
6.° C. Atouguia
D. J o a n a L e o n o r de •
T o le d o e M e n e z e s
D . L e o n o r M a ria d e
M enezes
Pág. 79
Anexo 3
Casa dos condes de Soure
• • •
D. Gil Eanes da Costa
D. João da Costa, 1.° C.
Soure
D. Francisca de
V asconcelos
D. Gil Eanes da Costa,
2.° C. Soure
D. Pedro de Noronha e
S ousa
D. Francisca de Noronha
Juliana de Noronha
D. João da C osta, 3.° C.
Soure
•• João da Silva Telo de
M enezes, 1.° C. Aveiras
Luis da Silva Telo de
M enezes, 2.° C. Aveiras
Maria de Castro
Maria Lourenço de
Portugal
D. Álvaro Pires de
Castro, 1.° M. C ascais
D. Joana Inês de •
Portugal
D. Maria de Portugal
D. Henrique da Costa
Carvalho e Sousa, 4.° C.
Soure
• •• Lourenço Pires de
Carvalho
Henrique de Carvalho de •
S ousa Patalim
M adalena de Vilhena
Luisa Francisca de
Tavora
•• Helena de Távora
D. José A ntónio
Francisco da Costa, 6.°
C. Soure
• •• D. Rodrigo da Camara,
3.° C. V ila Franca
D. Manuel Luis Baltazar
da Camara, 1.° C.
Ribeira Grande
• D. Maria Coutinho
D. José Rodrigo da
Camara, 2.° C. Ribeira
Grande
• Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
M écia de Mendoça
D. Leonor de Mendoça
D. A ntónia Maria de
Rohan
C onstança Emília de
Rohan
Pág. 80
Retrato puritano
Casa dos condes de Valadares
D. Miguel Luis de
Menezes, 1.° C.
Valadares
D. Carlos de Noronha,
2.° C. Valadares
D. Madalena Maria de
Lancastre e Abranches
D. Miguel Luis de
Menezes, 3.° C.
Valadares
Luis da Cunha Ataíde
Maria Teresa de
Lancastre
D. Guiomar de Lancastre
D. Álvaro de Noronha
Castelo Branco, 5.° C.
Valadares
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Fernando Teles da Silva,
2.° M. Alegrete
D. Luisa Coutinho
Maria de Castelo-Branco
D. Tomás de Noronha,
3.° C. Arcos
D. Helena de Noronha
D. Madalena de Brito e
Bourbon
D. José Luis de
Menezes Castelo
Branco e Abranches, 6.°
C. Valadares
D. António de Noronha,
1.° C. Vila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de M enezes
D. António de Noronha,
2.° M. Angeja
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Isabel Maria A ntónia de
Mendonça
D. Mariana de Castro
D. Teresa Josefa de
Noronha
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
João Gomes da Silva
D. Luisa Coutinho
Luisa Josefa de
Menezes
D. Estevão de M enezes
D. Joana Rosa de
Menezes, 4.a C. Tarouca
D. Helena de Noronha
D. Álvaro de Noronha
Abranches Castelo
Branco, 7.° C. Valadares
•• D. António de Noronha,
1.° C. Vila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de M enezes
D. António de Noronha,
2.° M. Angeja
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Isabel Maria A ntónia de
Mendonça
D. Mariana de Castro
D. Pedro José de
Noronha Camões, 3.° M.
Angeja
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
João Gomes da Silva
D. Luisa Coutinho
Luisa Josefa de
Menezes
D. Estevão de M enezes
D. Joana Rosa de
Menezes, 4.a C. Tarouca
D. Helena de Noronha
Luisa Josefa Maria Rita
Antónia Fausta de
Noronha
• D. António de Noronha,
1.° C. Vila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de M enezes
D. Diogo de Noronha
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Isabel Maria A ntónia de
Mendonça
D. Mariana de Castro
D. Francisca Rita de
Menezes
D. António Luis de
Menezes, 1.° M.
Marialva
D. Pedro António de
Menezes, 2.° M.
Marialva
D. Catarina Coutinho
D. Joaquina Maria
Madalena da Conceição
de Menezes, 3.a M.
Marialva
D. Rodrigo de M enezes
D. Catarina Coutinho
D. Guiomar de Menezes
Pág. 81
Anexo 3
Casa dos condes de S. Vicente
Margarida de Lorena
D. Luisa Caetana de
Lorena
Henriqueta de Lorena
Pág. 82
Retrato puritano
Casa dos condes de Vila Flor/ Copeiros-mores
• • •
M artim de S o u sa de
M en eze s, 3.° C opeiro-
m ór
Luis de S o usa de
M enezes, 4 .° C opeiro-
m ór
M aria de S o usa
C outinho
M artim de S o u sa de
M en eze s, 3.° C. de V ila
Flor
D. S a nch o M anoel de
V ilh e n a , 1.° C. V ila Flor
D. M aria A n a M anoel de
Noronha
A n a de Noronha
Luis M anoel de S o usa e
M en eze s, 4 .° C. V ila
Flor
• Salvad or C orreia Sá
M artim C orreia de S á e
Benevides V e la s c o , 1.°
V. A s s e c a
Joana C ata rin a R am irez
de V e la s c o
M aria A n tó n ia da Silva
D. D iogo de A lm e id a
D. Â n ge la de Melo
D. Luisa M aria da Silva
A n tó n io F rancisco de
P a u la M anoel de S o usa
e M en eze s, 5.° C. V ila
Flor
D. Jorge Henriques
D. H enrique Henriques
C ata rin a Brandão
D. Jorge Henriques
Brás P e re ira de M iranda
M aria Luisa de M enezes
Pág. 83
Anexo 3
Casa dos condes de Vimieiro
• • • • •
D. Francisco de Faro,
1.° C. V im ieiro
D. Sancho de Faro
•• Mariana de Sousa da
Guerra
D. Diogo de Faro e •
Sousa
Isabel de Luna y
Carcamo
D. Sancho de Faro, 2.°
C. Vim ieiro
• • G aspar de Faria Severim
Francisca Maria de
M enezes
D. Mariana de Noronha
D. Diogo de Faro e
Sousa, 3.° C. V im ieiro
D. Pedro Manoel, 2.° C.
Atalaia
D. Álvaro Manoel ••
•• D. Maria de Ataíde
D. Luis Manoel de •
Tavora, 4.° C. A talaia
•• Álvaro Pires de Tavora
Inês de Lim a e Tavora
D. Maria de Lima
D. Teresa Josefa de
Mendonça
•• D. Rodrigo da Camara,
3.° C. Vila Franca
D. Manuel Luis Baltazar
da Camara, 1.° C.
Ribeira Grande
• D. Maria Coutinho
D. Francisca Leonor de •
Mendonça
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
M écia de Mendoça
D. Leonor de M endoça
D. João de Faro e
Sousa, 5.° C. V im ieiro
D. Diogo de M enezes
D. José de M enezes de
Tavora
Maria de Oliveira
D. Diogo M enezes de
Tavora
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Brites Francisca de
Mendoça
D. Mariana de Castro
D. Maria Josefa de
Menezes
Maria Barbara Josefa
Breyner
Pág. 84
Retrato puritano
Casa dos viscondes de Asseca/ Almotacés-mores
Salvador Correia Sá
Martim Correia de Sá e
Benevides Velasco, 1.°
V. Asseca
Joana Catarina Ramirez
de Velasco
Diogo Correia de Sá e
Benevides Velasco, 3.°
V. Asseca
D. Diogo de Almeida
D. Angela de Melo
D. Luisa Maria da Silva
Luis José Correia de Sá
Velasco e Benevides
•• Luis César de Menezes,
Alféres-m or
Vasco Fernandes César
de Menezes, Alféres-mor
Vicência Henriques
Luis César de Menezes,
Alféres-mor
O D. João Mascarenhas
D. Maria Madalena de
Lancastre
D. Beatriz Mascarenhas,
3.a C. Santa Cruz
Pág. 85
Anexo 3
Casa dos viscondes de Barbacena
• • • • •
Jorge F urta d o de
M e ndon ça
A fo n s o F urta d o de
C a s tro do Rio e
M e n d o n ç a , 1 .° V .
B a rb a c e n a
M ariana de V ilh e n a
J orge F u rta d o de O
M e n d o n ç a , 2 .° V .
B a rb a ce n a
Jo ã o Furtado de
M e ndon ça
M aria F ra n c is c a de
Tavora
M adalena de Tavora
Luis Xavier F urta d o de
M e n d o n ç a , 4 .° V .
B a rb a c e n a
A n a Luísa H ohenlohe
F ra n c is c o V ic e n te
F u rta d o de C a s tro do Rio
de M e n d o ç a , 5 .° V .
B a rb a c e n a
Luis C a rne iro de S o u s a ,
1.° C. Ilha do P rín c ip e
F ra n c is c o C a rne iro de
S o u s a , 2 .° C . Ilha do
P ríncipe
D . M ariana de F aro e
Sousa
Inês F ra n c is c a Xavier de ••
N o ron ha
D . F ra n c is c o de S o u s a ,
1.° M . M inas
D. E u frá s ia F ilip a de
Lim a
# 0# D . E u frá s ia F ilip a de
Noronha
Luis A n tó n io F urta d o de • •
C a s tro do Rio de
M e n d o n ça e Faro, 6.° V.
B a rb a ce n a
N uno de M e n d o ç a , 2.°
C . V a le de Reis
Lou ren ço de M e n doça e
M oura, 3.° C. V a le de
Reis
Luisa de C a s tro e M oura
N u no M a n u e l de
M e n d o ç a , 4 .° C . V a le de
Reis
M a n u e l de S o u s a da
S ilva e M enezes
M aria M adalena de
M e ndon ça
J oan a F ra n c is c a de
M e ndon ça
M aria A n tó n ia G e rtru d e s
de M endoça
D . A n tó n io de N o ron ha,
1.° C . V ila V e rde
D . P e dro A n tó n io de
Noronha, 1.° M. A n g e ja
D . M aria de M enezes
D . Leo n o r de M aria
A n tó n ia de N o ron ha
D iogo Lopes de S o u s a ,
2.° C . M iranda
H enrique de S o u s a
Tavares da S ilv a , 1.° M .
A rro n c h e s
D . Leo nor de M endoça
Is a b e l M aria A n tó n ia de
M e ndon ça
D . A n tó n io M a s c a re n h a s
D. Mariana de Castro
Isabel de Castro
Pág. 86
Retrato puritano
Casa dos viscondes de Fonte Arcada
• ••
Henrique Jaques de
Magalhães
Pedro Jaques de
Magalhães, 1.° V. Fonte
Arcada
V iolante de Vilhena
Henrique Jaques de
Magalhães
M anuel Dias de Andrade
Mariana da Silva
Francisca da Silva
D. Mariana Inácia de
Menez es
Henrique Jaques de
Magalhães
Pedro Jaques de
M agalhães, 1.° V . Fonte
Arcada
Violante de Vilhena
A ntónia Madalena de
Vilhena
António Correia Baharem
Maria V icência de
Vilhena
Antónia Henriques
João António Jaques de
Magalhães, 4.° V. Fonte
Arcada
D. Tomás de Noronha,
3.° C . Arcos
D. José de Noronha
D. Pedro de Almeida, 1.°
C. A ssum ar
D. João de Almeida, 2.°
C. A ssum ar
D. Margarida André de
Noronha
Madalena Bruna de • •
Castro
D. João M ascarenhas,
1.° M. Fronteira
D. Isabel de Castro
D. Madalena de Castro
D . Antónia Mariana de
Noronha
• • M anuel Ribeiro Soares
Diogo Luis Ribeiro
Soares
Mariana Francisca da
Silva
Joaquim Manuel Ribeiro
Soares de Castilho
A ntónio de Eça de
Castro
Isabel Senhorinha de
Castro
D. Catarina de Tavora
Mariana Isabel das
Montanhas Ribeiro
Soares de Castilho
• • D. Fernando Lobo da
Silveira
D. Luis Baltazar da
Silveira
Joana Maria de Tavora
Leitão
D. Teresa Bárbara de
Menezes
••• D. Francisco de Sousa,
1.° M. Minas
D. Luisa Bernarda de
Menezes
D. Eufrásia Filipa de
Noronha
• •
Pág. 87
Anexo 3
Casa dos viscondes de Mesquitela/ barões da Ilha Grande de Joanes e Mullingar
• • • • • • •
G o n ç a lo d e S o u s a d e
M acedo
A n tó n io d e S o u s a de
M a c e d o , 1 .° B. M u llin g a r
M a rg a rid a M o re ira
L u ís G o n ç a lo d e S o u s a
de M a c e d o , 1 .° B. Ilha
G ra n d e d e J o a n e s
M a ria n n e Le M e rc ie r
A n tó n io d e S o u s a de
M a c e d o , 2 .° B. Ilha
G ra n d e d e J o a n e s
J o ã o F u rta d o de
M endonça
F ra n c is c o F u rta d o de
M endonça
M a d a le n a de Tavora
M a ria n a d e Távora
V a s c o P ire s F a lc ã o
 n g e la T avares
M a ria T h e m u d o
L u ís d e S o u s a de
M a c e d o , 1 .° V .
M e s q u ite la
M a n u e l M a c h a d o de
M ira n d a
G re g ó rio F e rre ira d e E ç a
J e ró n im a F e rre ira d e E ç a
M a n u e l F e rre ira de E ç a
F r a n c is c o d e B a rro s de
V a s c o n c e lo s
M a rg a rid a L u is a de
V ilh e n a C o u tin h o e
A la rc ã o
D . P a u la de V ilh e n a de
A la rc ã o
C a ta rin a M a rg a rid a de
Tavora
A n tó n io d e E ç a de
C a s tro
F r a n c is c a B e n ta de
A lm a d a
D . C a ta rin a d e T avora
M a ria J o s é d e S o u s a de
M a c e d o , 2 .a V .
M e s q u ite la
F r a n c is c o d e S ã o P a io
M a n u e l A n tó n io d e S ã o
P a io
Le on or d e T o rre s e
L u sign an
F r a n c is c o J o s é de
S a m p a io e C a s tro
J o ã o d e S a ld a n h a de
S ousa
J o a n a A n tó n ia de T avora
In ês A n tó n ia d e Tavora
M a n u e l A n tó n io d e S ã o
P a io
D. Lu ís d e A lm e id a , 1.°
C. A v in te s
D . A n tó n io de A lm e id a , ••
2 .° C . A v in te s
•• D. Isa be l d e C a s tro
D . J e ró n im a de Bo urbo n
•• D. T o m á s de N oron ha ,
3 .° C. A rc o s
D . M a ria A n tó n ia de
B o urbo n
D. M a d a le n a d e B rito e
Bo urbo n
J o a n a A n tó n ia de S ã o
P a io e L im a
D. Lu ís d e A lm e id a , 1.°
C. A v in te s
D . A n tó n io de A lm e id a , ••
2 .° C . A v in te s
•• D. Isa be l d e C a s tro
D . Lu ís d e A lm e id a
P o rtu g a l, 3 .° C. A v in te s
•• D. T o m á s de N oron ha ,
3 .° C. A rc o s
D . M a ria A n tó n ia de
B o urbo n
D. M a d a le n a d e B rito e
Bo urbo n
D . V itó ria J o s e fa de
Bo urbo n
•• D. D io g o de L im a B rito e
N og ue ira , 7 .° V .
D . J o ã o F e rn a n d e s de
L im a V a s c o n c e lo s de
B rito e N og ue ira , 1 0 .° V.
D . J o a n a de
V a s c o n c e lo s
D . J o a n a J o s e fa A n tó n ia
de Lim a
D . T o m á s de N oron ha ,
3 .° C. A rc o s
D . V itó ria d e Bo urbo n
D . M a d a le n a d e B rito e
B o urbo n
Pág. 88
Retrato puritano
Casa dos viscondes de Vila Nova do Souto d’El Rei
Úrsula de Vasconcelos
António José de Almada
de Melo
Francisco de Mendonça
Furtado
Maior Luisa de
Mendonça
D. Maria de Melo
D. João de Almada de
Melo
André Velho de Azevedo
Francisco da Cunha da
Silva
Maria de Sousa Barbosa
Maria Josefa de Lima da
Cunha Velho
Fernão Leite Barbosa
Engrácia Catarina
Barbosa
Vicencia Bárbara Peixoto
D. António José de
Almada de Melo, 2.° V.
V. N. de Souto de El-Rei
D. Rodrigo de Lancastre
D. João de Lancastre
Inês Teresa de Noronha
D. Rodrigo de Lancastre
D. Pedro de Almeida
D. Maria Teresa Antónia
de Portugal
•• Luisa Antónia de
Portugal
D. Ana Joaquina de
Lancastre e Moscoso
Francisco Correia de
Lacerda
João Correia de Lacerda •
Isabel Maria de Castro
Isabel Francisca Xavier
de Castro
Diogo Carneiro Fontoura
Luisa Catarina Fontoura
Catarina de Fontoura
D. João José Francisco
de Almada Melo Velho e
Lencastre, 3.° V. V. N.
de Souto de El-Rei
D. Rodrigo de Lancastre
D. João de Lancastre
Inês Teresa de Noronha
D. Rodrigo de Lancastre
•O# D. Pedro de Almeida
D. Maria Teresa Antónia
de Portugal
•• Luisa Antónia de
Portugal
D. António de Lancastre
•O # Francisco Correia de
Lacerda
João Correia de Lacerda •
Isabel Maria de Castro
Isabel Francisca Xavier
de Castro
Diogo Carneiro Fontoura
Luisa Catarina Fontoura
Catarina de Fontoura
D. Francisca Felizarda
de Lancastre da
Fonseca e Camões
Luis Lopes de Carvalho
Gonçalo Lopes de
Carvalho
Ana da Silva de Almeida
Tadeu Luis António
Lopes de Carvalho
Gonçalo Peixoto da Silva
de Almeida
Guiomar Bernarda de
Alarcão e Silva
Paula Maria Cardoso de
Alarcão
Guiomar Anacleta de
Carvalho Fonseca e
Camões
•• D. João Manuel de
Menezes
D. Francisco Furtado de
Mendonça
•• Francisca Furtado de
Mendonça
D. Francisca Rosa de
Menezes
João de Valadares
Carneiro
Mariana Luisa de
Valadares
Margarida Machado da
Silva Menezes
Soutomaior
Pág. 89
Anexo 3
Casa dos Capitães da Guarda Alemã
P
D. A ntónio de Sousa
D. Francisco de Sousa,
Cap. G uarda A lem ã
Leonor de M elo
D. Filipe de S ousa, Cap.
G uarda A lem ã
D. João de A lm eida
D. Helena de Portugal
D. V iolante Henriques
D. Manuel de Sousa,
Cap. G uarda A lem ã
Fernão Teles de
M enezes, 1 .° C. V ila r
M aior
Manuel Teles da Silva,
1.° M. A legrete
M ariana de Mendonça
Catarina de M enezes
D. Nuno M ascarenhas
Costa
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz M ascarenhas,
3.a C. S anta Cruz
D. A lexandre de Sousa
Holstein
Maria A na Leopoldina,
princesa de Holstein
Pág. 90
Retrato puritano
Casa dos Armeiros-mores
s.r.
D. Álvaro da Costa, o
Queimado
D. A ntónio da Costa
Maria Manoel
D. Luís da Costa
Luís de Goes Perdigão
Madalena de Mendonça
Margarida de Eça
D. A ntónio Estevão da
C osta
D. G onçalo da Costa
D. Pedro da Costa
M ariana Henriques
D. Maria de Noronha
D. Francisco de Noronha
D. Violante de Noronha
Maria de Azevedo
D. A ntónio José da
Costa
D. Jorge de Melo
D. Pedro José de Melo
Madalena de Távora
D. A ntónio José de Melo
D. Álvaro da Costa, o
Queimado
D. Maria de Mendonça
Maria Manoel
D. M adalena Luísa de
Mendonça
Luís de Miranda
Henriques
Pedro G uedes de
Miranda
Joana de Távora
Joana de Mendonça
Pedro Guedes
Maria Josefa de
Mendonça
Luisa de Tavora
D. José Francisco da
Costa de Sousa e
Albuquerque
D. A ntónio de Melo
D. Jorge de Melo
Francisca Henriques
D. Luís José de Melo
Pedro Guedes
Madalena de Távora
Luisa de Tavora
D. Cristóvão de Melo
Maria Arnau
D. A na Rosa de Melo
Rosa de Alm eida
Pág. 91
Anexo 3
Casa dos Monteiros-mores
• •
D. Diogo de Menezes
D. José de Menezes de
Tavora
Maria de Oliveira
D. Carlos José Bento de
Menezes
Diogo Lopes de Sousa,
2.° C. Miranda
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
D. Leonor de Mendoça
Brites Francisca de
Mendoça
D. António Mascarenhas
D. Mariana de Castro
Isabel de Castro
D. Pedro José da Cunha
de Mendonça e
Menezes
Pedro da Cunha
Tristão da Cunha
Helena de Mendonça
Pedro da Cunha de
Mendonça
Pedro de Melo
Joana Luísa de
Mendonça
Teresa Maria de
Mendonça
Brites Josefa da Cunha e
Menezes
D. Diogo de Menezes
D. José de Menezes de
Tavora
Maria de Oliveira
D. Luisa Josefa de •
Menezes
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Brites Francisca de
Mendoça
D. Mariana de Castro
D. Francisco José da
Cunha de Mendonça e
Menezes, Monteiro-mór
•• Fernão Teles de
Menezes, 1.° C. Vilar
Maior
Manuel Teles da Silva,
1.° M. Alegrete
Mariana de Mendonça
João Gomes da Silva
D. Nuno Mascarenhas
Costa
D. Luisa Coutinho
D. Beatriz de Menezes,
3.a C. Sabugal
Fernão Teles da Silva,
Monteiro-mór
D. Duarte Luis de
Menezes, 3.° C. Tarouca
D. Estevão de Menezes
D. Luisa de Castro
D. Joana Rosa de
Menezes, 4.a C. Tarouca
D. Tomás de Noronha,
3.° C. Arcos
D. Helena de Noronha
D. Madalena de Brito e
Bourbon
Joana Catarina de Melo
Francisco de Melo,
Monteiro-mór
Garcia de Melo,
Monteiro-mór
Luisa de Mendonça
Francisco de Melo,
Monteiro-mór
D. Francisco
Mascarenhas
D. Isabel de Castro
D. Margarida de Vilhena
Maria Josefa de Melo
D. António de Noronha,
1.° C. Vila Verde
D. Pedro António de
Noronha, 1.° M. Angeja
D. Maria de Menezes
D . C a ta r in a d e N o ro n h a
Henrique de Sousa
Tavares da Silva, 1.° M.
Arronches
Is a b e l M a ria A n tó n ia de
M endonça
D . M a ria n a d e C a s tr o
Pág. 92
Retrato puritano
Casa dos Porteiros-mores
• • • • • •
Luís de Melo, Porteiro-
mór
Manuel de Melo, Porteiro-
mór
D. Guiomar Coutinho
José de Melo e Sousa,
Porteiro-mór
Álvaro de Sousa
Francisca de Vilhena
Leonor de Vilhena
Manuel António de
Sousa e Melo, Porteiro-
mór
D. Tomás de Noronha,
3.° C. Arcos
D. Bernardo de Noronha
D. Madalena de Brito e
Bourbon
D. Madalena Teresa de
Bourbon
Rui Fernandes de
Almada
Cristovão de Almada !•
Madalena de Lancastre
Maria Antónia de
Almada
••• D. Luís de Almada
D. Filipa Maria de Melo
D. Luísa de Menezes
Vitória Xavier de Melo
••••••• Rodrigo Teles de
Menezes, 2.° C. Unhão
Fernão Teles de •••
Menezes e Castro, 3.°
C. Unhão
••• D. Joana Luisa de
Lancastre
Rodrigo Xavier Teles de
Menezes Castro e
Silveira, 4.° C. Unhão
••••• D. João Mascarenhas
D. Martinho
Mascarenhas, 4.° C.
Santa Cruz
D. Beatriz Mascarenhas,
3.a C. Santa Cruz
D. Maria de Lancastre
Manrique de Silva, 1.° M.
Gouveia
Juliana de Lancastre !•
D. Maria de Lancastre
Maria Teresa Ana Josefa
Caetana Teles de
Menezes
•••••• Luis Álvares de Tavora,
1.° C. São João da
Pesqueira
António Luis de Tavora,
2.° C. São João da
Pesqueira
Marta de Vilhena
Miguel Carlos de Tavora
D. Miguel de Noronha,
4.° C. Linhares
D. Arcângela Maria de
Portugal
D. Inácia de Menezes e
Vasconcelos
Vitória de Távora
João Nunes da Cunha,
1.° C. São Vicente
Maria Caetana da
Cunha, 2.a C. São
Vicente
' D. Isabel de Bourbon
Pág. 93
ANEXO 4: Notas sobres os reparos “perdoados” ou “esclarecidos
Optámos por, no presente anexo, explorar apenas os reparos que não parecem ter
impedido, tanto casamentos de algumas Casas dentro do grupo dos Puritanos, como
políticas de reprodução social puritanas quando excluído o reparo da Casa. Assim,
descreveremos abaixo, sucintamente, a história conhecida dos cinco reparos que
considerámos para a introdução do conceito de Puritanos, em sentido lato.
Importa também salientar que Torcy não segue um racional de Casa no elencar
dos reparos, uma vez que o que analisa é o chefe da Casa seguindo um critério de
linhagem, querendo isto dizer que o que analisa é se este, e apenas este, detém algum
reparo, ignorando recorrentemente o facto de a realidade da sua descendência poder já
ser diferente por casamentos entretanto contraídos. Isto pode explicar porque é que à data
do Relatório os herdeiros de muitas Casas pudessem já ser associados a muitos outros
reparos que Torcy, no entanto, desconsidera.
478 Julgamos ser este uma característica fundamental dos reparos, ou seja, o facto de virem de fora de
Portugal e estarem, muitas vezes, relacionadas com alianças com famílias estrangeiras, maioritariamente
espanholas.
479 Joaquim Veríssimo Serrão (ed.), Uma Relação do Reino de Portugal em 1684. Coimbra: 1960, p. 80.
Pág. 95
Anexo 4
obtido o título de representação por Sir ao ser nomeado para “guarda do rei”480, uma
posição normalmente ocupada por cavaleiros (knrghts). Aos seus pares dirá, com
sabedoria, «E eu sou Duarte Brandão, que, por força de armas, ganhei nobreza para mim
e meus descendentes, como os de que vós, Senhores, vindes para si e para vós. E quem
isto contradisser adiante-se.»481 Se o não fizeram na altura, não terão poupado a sua
descendência.
Também curiosos são os casos dos reparos de Caiada e Lafetá. Ambos com
rumores fundados em mães desconhecidas associadas a mercadores ricos. Se Isabel
Caiada era suspeita de ser judia, em estudos recentes sobre Rui Fernandes de Almada
nem se consegue confirmar que tenha sido, de facto, mãe dos seus filhos482. Também o
conde João Francisco Lafetá, ou Affaitati, natural de Cremona, poderá ter tido de lidar
com uma animosidade face ao seu sucesso enquanto grande mercador483 (apesar de Torcy
referir «petit»), acrescido do facto de não ser português. Certo é que a suspeita de cristã-
novice sobre a mãe, ou mães, dos seus filhos sempre existiu, sabendo que a família se
teve de esforçar por dissipá-la, podendo ser encontrada na Coleccção Pombalina da BNP
um documento intitulado «Discurso histórico juridico sobre a pureza de sangue dos
Lafetás.»484
480 Cecil Roth, «Sir Edward Brampton, alias Duarte Brandão: Governor of Guernesey, 1482-1485». In Sep.
Report and transactions o f La Société Guernesiaise, Vol. XVI, pt. II. Guernsey: La Société Guernesiaise,
The Guille-Allès Library, 1957, pp. 160-170, p. 165. Tradução literal de Knight o f the Body, também
conhecidos por Esquires in Ordinary o f the King's Body ou, simplesmente, Esquires o f the Body.
481 Ditos portugueses dignos de memória. História íntima do século XVI anotada e comentada por José H.
Saraiva. Póvoa do Varzim: Publicações Europa-América, s.d., p. 237.
482 Maria do Rosário de Sampaio Themudo Barata, Rui Fernandes de Almada. Diplomata Português do
Século XVI. Lisboa: Instituto de Alta Cultura, Centro de Estudos Históricos, 1971, p. 21.
483 Baseámo-nos no estudo de Nunziatella Alessandrini, Os italianos de 1500 a 1680: das hegemonias
florentinas às genovesas, Vol I. Lisboa: [s.n.], 2009. Tese de Doutoramento em História Moderna. Esta
refere que «a profunda influência do conde Affaitati no mercado português é nitidamente evidenciada por
Lope Hurtado, embaixador espanhol em Lisboa, que escreve: “Acá no puden hazer cosa buena sin ele”»,
p. 139.
484 BNP, Pombalina, Ms. 688, fls. 261-270 e 342-361
485 Alexandra Pelúcia, Martim Afonso de Sousa e a sua linhagem: trajectórias de uma elite no império de
D. João III e D. Sebastião. Lisboa: CHAM, 2009, P. 315
Pág. 96
Notas sobre os reparos
saber-se se a mulher de Pero Esteves [o pai de Maria Pinheiro] era ou não Judia, isso é
averiguação em que não me meto»486. Certo é que seria o reparo observado em quase um
quarto dos 127 homens referidos por Torcy, número que ascende a 60% quando só
considerados os titulares e os ofícios maiores no final do século XVIII, podendo assim
ser apelidado o grande reparo da aristocracia portuguesa. Numa sátira ao conde da
Castanheira, dir-se-á:
486 Anselmo Braamcamp Freire, Brasões da Sala de Sintra, Liv. I. Coimbra: Imprensa da Universidade,
1922, p. 227.
487 Ibidem, p. 226.
488 Qualquer outra combinação destes cinco reparos, num total de 26 possíveis, não devolveu nenhum
resultado.
Pág. 97
Anexo 4
1. ARAGÃO
De acordo com Torcy, «D. Juan d’Arragon, père de Ferdinand le Catholique, eut
des bastards d’une jeune nommée la Blanca Coneja. Ceux qui en descendent sont regardés
comme /88/ estant de race juive»489.
O reparo passou a Portugal através de Leonor de Milão e Aragão que casou com
D. Nuno Manoel, senhor de Salvaterra de Magos e almotacé-mor do rei D. Manuel I,
sendo perpetuado pela sua descendência. Esta Leonor de Milão e Aragão era filha
bastarda de Afonso de Aragão, 1.° duque de Villahermosa e de Maria Junquers, sendo
Afonso de Aragão ele próprio também filho bastardo do rei João II e de Leonor Escobar.
É precisamente nesta sucessão de bastardos que se identifica uma confusão de gerações,
porque Torcy refere que seria pela mulher de quem o rei João II teve bastardos que o
reparo teria chegado a Portugal, o que representa uma interpretação distinta dos
genealogistas portugueses.
Pág. 98
Notas sobre os reparos
desconstruir os rumores que existiam sobre Leonor de Milão e Aragão, «Donzella nobre
Catalãa, que ele estimou muito, e a quem entregou o cuidado dos seus filhos»490 e não
uma «mulher ordinaria, e de nascimento escuro, como alguns mal instruidos
entenderaõ»491. Este esclarecimento, que se estende por várias páginas com recurso a
textos e estudos genealógicos estrangeiros, vem confirmar que este seria um reparo com
importância na aristocracia portuguesa e sobre o qual, terá achado o padre D. António,
valeria a pena desvanecer quaisquer dúvidas quanto ao facto de não ser verdade.
Em relação a seu marido, D. Afonso mestre de Calatrava, escreve que «era filho
delRey D. Joaõ II. de Aragaõ, havido em D. Leonor de Escovar,filha de Affonso
Rodrigues, Alcaide môr da terra delRey D. Joaõ de Navarra, em Castella, da Casa de
Escovar, de quem procedem ilustres Casas»492, permitindo-nos concluir sobre Torcy se
ter, de facto, enganado na sua descrição.
490 D. António Caetano de Sousa, Historia Genealogica da Casa Real Portugueza, Livro XII, Primeira
Parte pp. 424-425.
491 Ibidem, pp. 428-429.
492 Ibidem, pp. 431.
Pág. 99
Anexo 4
Apenas não nos foi possível confirmar o reparo em Francisco Álvares Botelho, 1.°
conde de S. Miguel, que não descenderia de Leonor de Milão e Aragão, salientando-se
que, inversamente, não aparece referido como tendo este reparo D. João de Almeida, 2.°
conde de Assumar, o que estranhamos dado que o teria por sua mãe, Margarida André de
Noronha, filha de D. Fernando Mascarenhas, 1.° conde da Torre.
2. AZAMBUJA
Torcy refere que Diogo d’Azambuja «eust deux bastardos d’une femme inconnue
nommée Leonor Botelha qui soit soupçonée de Judaisme.»494 Sabemos apenas que foi
Cavaleiro da Ordem de Avis e que teve uma vida longa, sendo que em 1508, já quase
octogenário, é mandado regressar à pátria - das suas inúmeras incursões expansionistas
- pelo rei D. Manuel I, sobre o que terá comentado «que o Rei o achara moço para
conquistar a cidade e velho para a defender»495. Em Portugal, foi feito membro do
conselho do rei e vedor-mor da artilharia, morrendo dez anos depois, com 86 anos.
Nunca casou, tendo filhos de uma mulher, Leonor Botelho, com quem, defendem
alguns genealogistas, se terá casado após o fim da obrigação de verificação do celibato
por parte de membros da ordem. Desconhece-se, no entanto, a ascendência de Leonor
Botelho, inclusivamente se seria ou não cristã-nova, sabendo apenas que posteriormente
Monterroyo defendeu que teria casado não com esta Leonor, mas com Leonor Velha,
Pág. 100
Notas sobre os reparos
irmã de Fernão Velho, comendador de Almorol496, contradições que muitas vezes são
indicadoras de suspeitas de cristã-novice.
Apesar de Sousa apenas identificar duas filhas, Cecília e Catarina, e defender que
a primeira teria «sido legitimada, ainda por João II, em 1486» levando em dote, quando
casou, o morgado de seu pai, encontramos referência, nos índices do Geneall, a um filho,
António, também com descendência. De qualquer forma, podemos concluir, face ao
desconhecimento da linhagem de Diogo d’Azambuja, que a sua descendência terá sido
amplamente beneficiada pelo estatuto, social e económico, alcançado por este e que, por
aí, entrou na ascendência de algumas das principais Casas aristocráticas portuguesas.
D. Miguel de Noronha, 2.° duque de Linhares, não é referido por Torcy, apesar de
ser primo co-irmão do marquês de Gouveia, referindo um duque de Linhares, talvez o 1.°,
como não tendo reparos.
3. BOCANEGRA
Este será um dos mais conceituados reparos, reflexo também da importância que
as Casas que o tinham foram ganhando ao longo do período de análise pelo seu
investimento nas suas políticas de reprodução social: se para uns foi motivo de
maledicência, para outros foi a possibilidade de se ligarem, ancestralmente, ao reputado
núcleo de famílias que se relacionavam com os Távoras, das quais as Casas dos marqueses
de Fontes e de Fronteira e dos condes de S. Miguel, Atouguia, Alvor e Sarzedas497 são
bons exemplos.
496 Ibidem, p. 59
497 Relembramos que foi, precisamente, pelo casamento do 1 ° marquês de T ávora com uma filha do 1 °
conde de Sarzedas que este reparo entrou na Casa dos marqueses de Távora.
Pág. 101
Anexo 4
Torcy refere que «Francisco Idasques, appellé Bocca Negra, passa en Portugal
avec Caterine, femme du Roy D. João tròisieme. On dit qu’il étoit cuisinier de cette
princesse, comme tous les Espagnols qui viennent en Portugal sont ordinairement Juifs
on l’acusoit aussi de l’être»498. Podemos comprovar por este texto que os fundamentos
que consubstanciavam muitas destas suspeitas de judaísmo na ascendência destas Casas
eram fracos e pobres e estavam longe de poderem ser comprovados factualmente. Ao
falar da Casa da rainha D. Catarina de Áustria, Buesco escreve que «Quando entrara em
Portugal, naturalmente a sua casa era sobretudo composta por castelhanos», lembrando
que «o protagonismo de certas famílias que a acompanharam - como os Bocanegra,
Velasquez e Aguilar - revelou-se marcado»499, o que mais uma vez parece confirmar a
prática do puritanismo enquanto reacção à importância que Casas recém-criadas, de
ascendência desconhecida, e também de Casas estrangeiras, principalmente espanholas,
foram adquirindo na sociedade de corte portuguesa.
Pág. 102
Notas sobre os reparos
Torcy não refere, no entanto, o 3.° conde da Ericeira, D. Luís de Menezes, que
teria este reparo pela mãe, D. Margarida de Lima, o 2.° marquês de Minas, D. António
Luís de Sousa, pelo lado da sua mãe, D. Eufrásia Filipa de Noronha, neta de D. Joana de
Lima, e a Casa dos condes de S. Vicente - através do seu herdeiro, o 3.° conde -, que
adquiriria este reparo pelo casamento do 2.° conde por casamento, Miguel Carlos de
Távora, sem reparos, com Maria Caetana da Cunha, herdeira da Casa dos condes de S.
Vicente e neta paterna de D. Francisca de Lima.
4. Granada
Tal como a maior parte dos reparos que ora identificamos, também o de Granada
foi comentado no seu tempo, sendo este o único a ter a particularidade de juntar não
apenas a mancha de judaísmo, mas também de mourismo, apesar de, como refere Torcy,
a de judaísmo ser considerada «la plus considerable»503. Já para a corte da rainha D.
Catarina, mulher de D. João III, existem relatos de reacções menos positivas à
permanência de D. Madalena de Granada, camareira da rainha, e que foi quem trouxe o
reparo para Portugal. Buescu relata um conflito que existiu entre esta e D. Maria de
Menezes, filha de João Rodrigues de Sá de Menezes, sobre uma questão de precedências
no serviço à rainha que acabou com a dispensa de D. Maria de Menezes no seu serviço.
A rainha terá comunicado isto ao pai da jovem, lembrando-lhe que «D. Madalena de
Granada era filha de rei», que lhe terá respondido «Esses reis senhora, trazemos nós cá
Pág. 103
Anexo 4
pelas nossas estrebarias», sendo que, depois da rainha ripostar, lhe terá ainda respondido
«Vossa Alteza fala-me como estrangeira»504.
Pág. 104
Notas sobre os reparos
5. Zuniga
Pág. 105
ANEXO 5: Alguns contributos para o estudo da Confraria dos Escravos
do Santíssimo Sacramento de Santa Engrácia
1630 "Nos abaixo assinados juramos aos Santos Evangelhos em que pomos as mãos de servir a Nosso Senhor nesta Confraria intitulada
Escravos do Santíssimo Sacramento, e guardaremos o compromisso que para ella se fez inteiramente como nelle se contem e nunca em
tempo algum [notaremos] que se extinga nem diminua; antes procuraremos ampliá-lo em serviço de Nosso Senhor e lhe pedimos nos
receba por seus Escravos iluminados para o servirmos este anno e os mais que nos nomearem com toda a prefeição em consideração do
desacato que os sacrílegos ereges apóstatas fizeram nesta Igreja [...] de 15 para 16 de Janeiro deste anno de seiscentos e trinta, e de como
a si o prometemos e juramos assinando este termo que fez nosso Irmão D. António da Silva que serve de Escrivão em Lisboa na Igreja
de Santa Engrácia em 19 de Mayo de 1630.
1633 "Em 15 de Janeiro de 1633 foi eleito Pedro da Cunha por morte de Simão de Mello.
510 BNP, COD. 170, fls. 23-32. [Extrato] Livro da Criação dos Irmãos da Confraria intitulada do Santíssimo Sacramento cita na Igreja de Santa Engrácia. Em dia do Espírito
Santo que foi a 19 de Mayo de 1630.
Pág. 107
Anexo 5
Em 18 de Janeiro de 1633 foram eleitos o Governador Conde de Castro [Daire], e Manuel da Cunha, Inquisidor, D. António Pereira,
Presidente do Desembargo do Paço, e Pedro da Cunha e o Alcaide-mor de Sintra, e Henrique Correia da Silva e o conde D. Diogo da
Silva e Jorge de Mello e D. Álvaro da Costa e o conde de Castelo Novo e Fernão de Sousa e António Telles.
Escrivão Manuel da Cunha; Tesoureiro: Fernão de Sousa; Procurador: António Teles; Escravo dos Escravos: D. António da Silva"
1634 "Em 18 de Janeiro de 1634 foram eleitos o Príncipe Nosso Senhor o Inquisidor Geral D. Francisco de Castro, o Conde de
Miranda, e Tristão de Mendonça Furtado, e D. Lourenço de CastelloBranco, D. António de Alcáçova, D. Álvaro de Abranches, Martim
Correa da Silva, o conde de Castelo Novo D. Fernão Mascarenhas, D. Antão de Almada, Lourenço Pires Carvalho, o conde de Atouguia.
Escrivão: conde de Miranda; Tesoureiro: conde de Atouguia; Procurador: D. Álvaro de Abranches; Escravo dos Escravos: D. António
da Silva."
1635 "Em 18 de Janeiro de 1635 foram eleitos a Sr.a Princesa Margarida o conde de Cantanhede, o Barão de Alvito, Tomé de Sousa, D.
João de CastelloBranco, Francisco de Mendonça, D. Tomás de Noronha, Luís da Cunha, D. Luís de Almada, Luís da Silva, D. Manuel
de Castro.
Escrivão: conde de Cantanhede; Tesoureiro: D. Tomás de Noronha; Procurador das demandas: Francisco de Mendonça Furtado;
Superintendente dos foros: D. João de Castelo Branco andador com o título de Escravo dos Escravos do Santíssimo Sacramento na
forma do Compromisso D. António da Silva."
1636 "Em 18 de Janeiro de 1636 foram eleitos o arcebispo de Évora, o Arcebispo de Lisboa, António de Mendonça, Comissário da Cruzada,
Diogo de Sousa, Deputado do Santo Ofício, D. João Lobo de Faro, Fernão Martins Freire, Senhor de Bobadela, o Marques de Porto
Seguro, Tristão da Cunha de Menezes, Ruy Fernandes de Almada, Provedor da Casa da Índia, D. Francsico de Menezes, D. Álvaro de
Portugal.
Pág. 108
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
Escrivão: António de Mendonça; Tesoureiro: Diogo de Sousa; Procurador das Demandas: Fernão Martins Freire; Contador e Tesoureiro
das Obras: D. António da Silva"
1637 "Em 18 de Janeiro de 1637 foram eleitos D. António Luís de Menezes, D. João de Castelo-Branco, João da Silva Tello, Luís Francisco
de Oliveira, Luís de Saldanha, D. Lucas de Portugal, Francisco Moniz, D. Francisco de Faro, D. João de Almeyda, Gaspar de Sousa,
Ayres de Saldanha, o conde de Penaguião.
Escrivão: D. João da Silva Tello de Menezes; Tesoureiro: D. António Luís de Menezes; Procurador: D. João de Almeida; e para Andador
D. António da Silva."
1638 "Em o anno de 1638 falta o acento dos eleitos, e tem o juramento , no qual assinam João da Silva Tello de Menezes, que era Escrivão,
o Marques que entendo ser de Porto Seguro, o conde de Santa Cruz, D. António de Almeyda, o conde de Villa Franca, Francisco Soares,
Lourenço da Silva, Ruy Lourenço de Távora, D. Pedro de Almeyda, António de Saldanha, o conde de S. Miguel, João de Saldanha da
Gama, o conde de Linhares.
Escrivão: conde de Vila Franca; Tesoureiro: Francisco Soares; Procurador: António de Saldanha"
1639 "No anno de 1639 em 18 de Janeiro se achou serem falecidos dos cento três irmãos e em seu lugar foram eleitos, o Marques de Gouveia,
e D. João de Sáa porem não elenca quaes foram os que morreram e se escolheram para servirem nesste anno da primeira Mesa os que
se achavam nesta cidade, o conde de S. João, o conde Capitão, D. Gonçalo Coutinho, D. António da Silva, e da segunda para
cumprimento dos doze Álvaro Pires de Távora, D. Jeónimo de Ataíde, D. João Mascarenhas, Fernão Cabral, e João Gomes da Silva.
Escrivão: Jerónimo de Ataíde; Tesoureiro: Álvaro Pires Távora; Procurador: D. João Mascarenhas; para correr com as obras D. Fernão
Cabral Chanceler-mor"
Pág. 109
Anexo 5
1640 "Em 18 de Janeiro de 1640 se elegeo em lugar do conde de Atouguia que Deus perdoe foi eleito seu filho o conde de Atouguia. Seu
filho D. Jerónimo de Ataíde e se elegeram da Mesa mais antiga D. Miguel de Almeyda, o conde de Vila Nova, António Tavares, e o
conde de Odemira, Fernão Telles, D. Pedro de Alcáçova, António Luís de Távora, conde de S. João, estes da terceira Mesa de 1632 e
da de 1633 D. António Pereira, António Telles, o conde da Castanheira, Jorge de Mello.
Escrivão: D. Miguel de Almeida; Tesoureiro: o conde de Vila Nova; Procurador: António Teles; Escravo dos Escravos: António de
Alcáçova."
1641 "Em 18 de Janeiro de 1641 por se acharem falecidos cinco irmãos a saber: o conde de Castelo Novo, D. Lourenço Coutinho, D. Álvaro
de Portugal, D. Gonçalo Coutinho, Álvaro Pires de Távora e de se haver de eleger em lugar do Príncipe de Castela ao Príncipe Nosso
Senhor e se fez assim e foram eleitos: o Príncipe de Portugal no dito lugar o marquês de Ferreira, D. Pedro de Menezes, D. Luís de
Almeyda, o Monteiro-mor e dos velhos serviram o visconde, o conde dos Arcos, Gonçalo Pires Carvalho, D: Álvaro da Costa,
Capellão mor, Pedro da Cunha, Pedro da Cunha, Pedro Cunha Vedor.
Escrivão: D. Álvaro da Costa, capellão mor; Tesoureiro: Gonçalo Pires Carvalho; Procurador: D. Luís de Almeyda; Escravo: Jorge de
Mello."
1642 "Em 18 de Janeiro de 1642 eram falecidos o Conde de Odemira, o Marquês de Villa Real, Tristão de Mendonça, Lourenço Pires Carvalho
- entraram o Conde de Unhão, Estevão da Cunha, Cristóvão de Távora, Francisco de Lucena, o Conde de Vimioso, Sebastião César, o
Conde da Torre, Ruy de Moura Telles.
Em 9 de Março de 1642 por morte de Cristóvão de Távora foi eleito o Conde de Valle de Reis.
Em 3 de Agosto do anno em lugar de Dom Lourenço de Castelo-Branco foi eleito Martim Affonso de Lucena.
Pág. 110
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
Nota lateral: Ausentes em Castella D. Francisco de Menezes, Luís da Silva e se [...] os seus lugares reputandos dos ditos e da Princesa
Margarida."
1643 Em 1643 eram falecidos o Arcebispo de Lisboa, António Tavares, Dom Álvaro da Costa capelão-mor, conde de Unhão, conde de Basto
- E por estarem ausentes e seus bens confiscados o Marques de Castelo Rodrigo, o Marques de Porto Seguro, o Conde de Linhares.
Foram eleitos António Telles, D. António de Lencastre, o Barão do Alvito, Luís César, Francisco de Mello, Tristão da Cunha, Pedro
Vieira da Silva, Dom João de Castro, e para completar o numero de cento, o Conde de Castelo Melhor, Luís de Mello, o Conde de
Redondo.
1644 "Em 18 de 1644 eram falecidos Francisco de Mendonça, Francisco de Lucena, o Arcebispo de Évora D. João Coutinho.
Em de do dito mes e anno se fez hum acento de privarem do lugar a Martim Afonso de Lucena pella infamia em que encorreo por seu
Rey e [...] e em seu lugar foi eleito António Cavide.
Em 6 de Novembro de 1644 se fez mesa por ser falecido o Conde de Cantanhede. Em 2 de Dezembro do dito anno era falecido D. Antão
de Almada."
1645 Em 18 de Janeiro de 1645 eram falecidos João de Saldanha da Gama, Ayres de Saldanha, D. António Pereira e Lourenço da Silva.
1646 Em 1646 a 18 de Janeiro eram falecidos o Marques de Ferreira, Henrique Correa da Silva, D. Pedro de Alcáçova e Jerónimo de Mello
é ausente provido no Bispado de Astorga D. Bernardo de Ataíde.
1647 Em 18 de Janeiro de 1617 eram falecidos o Bispo Conde, Gonçalo Pires Carvalho, e Fernão Cabral. Neste anno de 1647 foi eleito por
aclamação o Infante D. Affonso depois Rey.
Pág. 111
Anexo 5
1648 Em 18 de Janeiro de 1648 D. João de Castelo Branco, D. Carlos de Noronha, o Conde dos Arcos, o Conde de Alegrete, o Conde de
Penaguião, o Conde de Cantanhede e D. João de Castro. Em 31 de Agosto de 1648 era falecido João Gomes da Silva foi eleito o Conde
do Prado.
1649 Em 9 de Novembro de 1649 era falecido o visconde. Em 1649 foi eleito o Infante D. Pedro.
1650 Em 18 de Janeiro de 1650 por impedimentos que houve se juntaram a 27 de Agosto e se achou serem falecidos no anno passado Marques
de Aguiar, o Bispo do Brasil, o Conde de Feira, o Bispo do Algarve, o Conde de Serem e Tomé de Sousa.
1651 Em 18 de Janeiro de 1651 eram falecidos Fernão Martins Freire, Tristão da Cunha, Francisco Soares. Escusou-se da Irmandade D. Pedro
de Lencastre.
1652 Em 18 de 1652 eram falecidos Conde de Santa Cruz, o Conde João da Silva Tello, o Conde de Unhão, o Monteiro-mor Francisco de
Melo, António Teles de Silva, D. Leão de Noronha e D. António da Silva.
1653 Em 18 de Janeiro de 1653 eram falecidos o Marquês de Montalvão, Pedro de Mendonça, o Reposteiro-mor, D. Rodrigo de Mello, o
Inquisidor Geral.
1655 Em 1655 faleceram o Barão de Alvito, o Estribeiro-mor Pedro Guedes e António de Saldanha.
1656 Em 1656 eram falecidos Tristão da Cunha de Ataíde, Domingos Dias Preto, o Conde de Vimioso, Francisco Moniz, o Conde de Redondo.
1657 Em 1657 eram falecidos D. João Lobo de Faro, o Conde Capitão, o Conde de Sarzedas, o Conde de Abrantes e S. Majestade [..]
1658 Em 1658 eram falecidos Pedro da Silva de Faria, D. Francisco de Almeida, Fernando de Castro, Pedro da Cunha, D. Rodrigo de Lencastre
D. António de Alcáçova.
1659 Em 18 de Janeiro de 1659 eram falecidos nove irmãos e não os nomeia senão os que elegem - no dito anno faleceo D. João de Lencastre
e D. Manuel de Eça.
Pág. 112
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
1660 Em data do anno de 1660 era falecido D. João de Meneses e se houve por morto a D. Fernando Teles de Faro por se passar para Castela
- neste anno faleceram D. Álvaro de Abranches e o Conde da Feira, e elegeram os irmãos em 6 de Julho.
1661 Em data do anno de 1661 era falecido D. Luís de Almada e tinham passado para Castela o Duque de Aveiro e em seu lugar foi eleito o
duque de Cadaval e D. António de Lencastre.
1662 Em 18 de Janeiro de 1662 eram falecidos D. Nuno de Ataíde, o Conde de Odemira, D. João de Almeyda, Francisco de S. Payo.
1663 Em 18 de Janeiro de 1663 eram falecidos D. Pedro de Meneses, Bispo eleito do Porto, Estevão da Cunha, Bispo eleito de Miranda e
Luís da Silva Telles.
1664 Em 18 de Janeiro de 1664 eram falecidos D. Francisco de Noronha, João Rodrigues de Sousa, o Conde de Redondo - em 1664 faleceo
o Conde de Soure a 22 de Janeiro.
1665 Em 18 de Janeiro de 1665 eram falecidos D. João de Sousa da Silveira e Pedro Severim de Noronha.
1666 Em 18 de Janeiro de 1666 eram falecidos o Conde de Atouguia, D. Rodrigo da Cunha, Jorge de Mello.
1667 Em 18 de Janeiro de 1667 eram falecidos o Conde de Villa Nova, Martim Fonseca da Silva, Gaspar de Faria Severim, António de Sousa
Tavares, Luís César, Pedro César de Meneses. Neste anno faleceo o Marques de Sande em Setembro.
1668 Em 1668 não faltou irmão para a eleição de 18 de Janeiro. Depois faleceo o Conde de Santa Cruz D. João Mascarenhas em Fevereiro, a
16, sahio eleito João da Silva Tello filho do conde de Aveyras e tomou posse a 20 de Setembro.
1669 Em 1669 faleceram Luís de Saldanha, D. Diogo de Meneses e Francisco Correa da Silva - em este anno faleceu o Conde da Castanheira.
1670 Em 18 de Janeiro de 1670 eram falecidos o Conde de S. Vicente vice-rei da India, o Conde Dos Arcos, Manuel de Sousa da Silva, o
Bispo de Targa, Luís de Sousa Copeiro-mor. Luís de Sousa foi eleito no lugar do Bispo de Targa e o Conde da Ericeira D. Luís de
Meneses.
1671 Em 18 de Janeiro de 1671 era falecido D. Fradique da Câmara. Neste anno foi eleito Miguel Carlos de Távora. Neste anno em Outubro
a 16 se fez eleição pela morte do Conde de S. Lourenço.
Pág. 113
Anexo 5
1672 Em 18 de Janeiro de 1672 eram falecidos o Conde de Avintes, o Bispo de Lisboa, Luís de Mello Porteiro-mór. Neste anno faleco João
de Saldanha e se fez eleição a 16 de Julho.
1673 Em 18 de Janeiro de 1673 eram falecidos Sebastião César de Meneses, Luís da Cunha de Ataíde, o Conde de Vila Franca D. Rodrigo
da Câmara, o Conde de Aveiras Luís da Silva e o Marques de Távora Luís Alvares.
1674 Em 18 de Janeiro de 1674 eram falecidos o Conde da Ribeira, D. Affonso de Faro, Jorge Furtado. Nesta eleição foi [...] o Conde de
Soure eleito.
1675 Em 18 de Janeiro de 1675 eram falecidos o Marques de Cascaes, o Marques de Minas, o Visconde de Asseca, Christóvão de Mello, D.
Pedro Mascarenhas, Francisco de Faria Almotacé-mor, Luis Freire, Conde de Vila Verde, Fernão Mascarenhas, Francisco Mendonça -
em 28 de Novembro do dito ano por morte do Marques de Marialva foi eleito seu filho.
1676 Em 18 de Janeiro de 1676 eram falecidos o Arcebispo de Lisboa D. António de Mendonça, D. Rodrigo de Menezes, o conde de S. Tiago,
Antão de Faria, D. João de Castro, o Conde de Pombeiro.
1677 Em 18 de Janeiro de 1677 eram falecidos Pedro Vieira da Silva, Bispo de Leiria, o Conde de Santa Cruz, D. Francisco Rolim, Rui de
Moura Teles, Marques de Nisa.
1678 Em 18 de Janeiro de 1678 eram falecidos o Marques de Fontes, o Conde de Vila Flor, D Pedro da Costa. Em 4 de Julho faleceu D.
Vasco Mascarenhas, conde de Óbidos, como se vê do acento de 10 do dito mês e anno.
1679 Em 18 de Janeiro de 1679 eram falecidos D. Diogo Sousa, Arcebispo de Évora, Gil Vaz Lobo Freire, Luís de Saldanha de Albuquerque,
D. Vasco Mascarenhas, conde de Óbidos, Francisco de Miranda Henriques, Rui Fernandes de Almada e Rui de Figueiredo.
1681 Em 18 de Janeiro de 1681 era falecido Salvador Correia de Sá, e a cinco se lhe elegeo outro no lugar que elle tinha. Depois na eleição
de 18 do dito mês se acharam vagos os seguintes, o Conde de Soure, D. João de Sousa Prior do Crato, D. Pedro de Almeyda, Viso Rey
da India, Tristão da Cunha Mestre de Campo General de Trás os Montes, Alexandre de Sousa Freire.
1682 Em 18 de Janeiro de 1682 eram falecidos Simão de Vasconcelos e Sousa, Marques de Fronteira, o Conde de Vimioso
Pág. 114
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
1685 Em 18 de Janeiro de 1685 eram falecidos Manuel de Magalhães de Meneses, o [Capitão?] da Guarda Martim Afonso de Melo, D. Lucas
de Portugal.
1688 Em 18 de Janeiro de 1688 eram falecidos o Conde de S. Miguel, o Conde de Unhão, D. João da Gama e o Conde de Figueiró.
1690 Em o anno de 1690 falta acento da eleição e está o do juramento feito a 18 de Março do dito anno - em o dito dia ficaram [...] oficiais
[...].
1691 Em o anno de 1691 também falta acento e está o do juramento feito a 3 de Abril do dito anno, e a eleição dos oficiais a 20 do dito mês.
1692 Em o anno de 1692 também falta acento do dia 18 de Janeiro, e tem o juramento e a eleição dos oficiais, e huma declaração a 22 de
Setembro em que diz que no anno passado não fizera acento o que para as eleições futuras faria grande confusão. Declara os que foram
eleitos e que vagara um lugar e que entrara em um lugar vago o Sr. Infante D. Francisco.
1693 Em 18 de Janeiro de 1693 eram falecidos o Cardeal de Lencastre, o Conde de Val de Reys, D. Miguel da Silveira, Pedro de Melo, D.
Diogo Fernandes de Almeida. Neste anno foi eleito o Duque de Cadaval D. Luís
1695 Em o anno de 1695, não fala mais que na eleição e não de que se provesse lugar vago
1696 Em 18 de Janeiro de 1696 eram falecidos Manuel de Melo Prior do Crato e D. Marcos de Noronha
1697 Em 1697 a 18 de Janeiro eram falecidos D. Diogo de Almeyda, o Conde de Pontével e o Conde de Pombeiro. E foi eleito o Sr. Infante
D. António.
Pág. 115
Anexo 5
1698 Em 18 de Janeiro de 1698 eram falecidos D. João de Castro Teles, D. Manuel de Sousa, Diogo de Mendonça Furtado. Neste anno foi
eleito o Inf. D. Manuel e o Cardeal da Cunha.
1699 Em 18 de Janeiro de 1699 eram falecidos Manuel de Melo de Castro, João de Vasconcelos e Sousa Deão da Sé de Lisboa, Henrique
Correa da Silva, D. Diogo de Faro, nesta anno entraram o Marques de Cascaes D. Manuel de Castro o conde de Atalaya D. João Meneses.
Neste anno a 20 de Novembro era falecido Ayres de Sousa e Castro.
1700 No anno de 1700 a 18 de Janeiro se não fez acento depois houve quem o declarou e faleceram o conde da Ericeira D. Fernando de
Menezes, João de Melo da Silva, o Conde da Feira
1703 Em 18 de Janeiro de 1703 eram falecidos António Luís Conde Almotacé-mor, o Conde da Ponte Garcia de Melo
1704 Em 18 de Janeiro de 1704 eram falecidos D. João de Sousa, Nuno da Silva Teles, Bernardim de Távora, Pedro Sanches Farinha, D.
Nuno Álvares de Portugal e o Conde de Vila Nova.
1705 Em 18 de Janeiro de 1705 eram falecidos o Conde de Vila Flor, D. Cristóvão Manoel e D. Bernardo de Noronha.
1706 Em 18 de Janeiro de 1706 eram falecidos José de Vasconcelos, Deão de Lisboa, o Conde Barão, o Inquisidor Geral D. Jorge de Lencastre.
Neste anno por acento de 28 de Novembro era falecido D. Manoel da Câmara.
1707 Em 18 de Janeiro de 1707 eram falecidos Garcia de Melo Monteiro-mor, o Conde de Sarzedas, D. Luis da Silveira, D. Pedro de Sousa.
Nesta eleição por El Rey Nosso Senhor passar a ser Protetor da Irmandade se proveu o seu lugar. Em 5 de Julho do mesmo ano era
falecido o conde de Redondo e se proveu o seu lugar no Secretário Diogo de Mendonça Corte-Real. Em 20 de Novembro do dito anno
era falecido o Conde de Val de Reys Lourenço de Mendonça e foi provido no seu lugar D. Rodrigo de Melo, filho do duque.
1708 Em 18 de Janeiro de 1708 eram falecidos D. João de Lencastre, o Marques de Nisa, Mendo Foyos Pereira.
Pág. 116
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
1711 Em 18 de Janeiro de 1711 eram falecidos o Conde de Alvor, o Conde da Castanheira, o Arcebispo de Lisboa D. João de Sousa. Em 15
de Abril do dito anno se [ . ] o lugar de D. Francisco de Sousa.
1713 Em 18 de Janeiro de 1713 eram falecidos Francisco de Melo Monteiro-mor, o Conde de Atouguia, D. Fernando de Almeida
1714 Em 18 de Janeiro de 1714 eram falecidos o marquês de Arronches, o Conde de Viana, D. Rodrigo de Mello, filho do duque, Cristovão
de Almada, Manuel Galvão. Neste anno entrou o o Principe Nosso Senhor na Irmandade. Era o Sr. D. Pedro que já era falecido a 14 de
Novembro do dito ano em entrou no seu lugar o Sr. D. José.
1715 Em 18 de Janeiro de 1715 eram falecidos o Conde de Valadares D. Miguel Luís de Menezes, D. Felipe de Sousa, João Furtado de
Mendonça, Diogo Luís Ribeiro Soares. Nesta mesma foi eleito o Infante D. Miguel filho de El Rey D. Pedro. Em 11 de Julho do dito
anno era falecido Luís de Miranda e foi provido o seu lugar
1716 Em 18 de Janeiro de 1716 eram falecidos o Bispo do Algrave, o Arcebispo de Évora, o Conde de Avintes, D. Lourenço de Lencastre.
Nesta ocasião foi provido o Sr. D. José filho de El Rey D. Pedro
1717 Em 18 de Janeiro de 1717 eram falecidos D. Francisco da Silveira, Álvaro da Silveira, D. Luís Manoel
1718 Em 18 de Janeiro de 1718 eram falecidos o Bispo de Coimbra D. António de Vasconcelos. Em 6 de Abril do dito ano era falecido o
Conde dos Arcos D. Marcos de Noronha
1719 Em 18 de Janeiro de 1719 eram falecidos D. João Rolim de Moura, o Conde de S. Lourenço, Bernardo de Vasconcelos, o Conde
Meirinho-Mor
1721 Em 18 de Janeiro de 1721 eram falecidos o Conde de Castellomilhor, o Marquês de Cascaes, o Marquês de Távora, Luís César de
Meneses, Bartolomeu de Sousa Mexia
Pág. 117
Anexo 5
1722 Em 18 de Janeiro de 1722 eram falecidos Luís de Saldanha da Ganam Marquês de Minas
1723 Falta o asento de dia 18 de Janeiro, e esta o termo do juramento feito a 22 de Março do dito ano.
1724 Em 18 de Janeiro de 1724 eram falecidos o Marquês de Gouveia D. Martinho Mascarenhas, o Conde da Ribeira D. Luís Manuel da
Câmara. E já a 17 do dito mês e anno se tinha feito eleição do lugar do Infante D. Miguel por ser falecido
1729 Está em falta e a 11 de Março se fez eleição do lugar de D. Lourenço de Almada por ser falecido
1730 A 18 de Janeiro eram falecidos o marquês de Fronteira D. Fernando Mascarenhas D. João Mascarenhas
1731 Em 18 de Janeiro de 1731 eram falecidos o Conde de Avintes D. Luís de Almeida, o Conde de Sarzedas D. Rodrigo da Silveira, Pedro
Sanches Farinha Francisco de Almada
1734 Está em falta o acento. Porem a 16 de Janeiro foi provido o lugar de José Pedro da Câmara
2. Relações familiares dos Tesoureiros e Escrivães da Confraria dos Escravos de Santa Engrácia (1690 - 1716)
25-11 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: Francisco de Monteiro-mór do Reino. Teria o reparo de
1690 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Melo (n. 1659). Azambuja pelo avô paterno. A avó
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da materna, Luísa de Mendonça, era irmã de
Cerveira/ Irmandade dos escravos do Helena de Mendonça, casada com o
Administração Santíssimo Sacramento de Santa Trinchante da Casa Real Pedro da Cunha,
da Casa 1392- irmão da 1.a condessa de Vilar Maior. Do
511 Não procedemos à validação das fontes, tendo apenas consultado, online, os descritivos de cada uma delas, que continham as informações que precisávamos para a elaboração
desta relação.
Pág. 118
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
1842/ Caixa 21/ Engrácia, da esmola que deu para lado da mãe descendia da Casa puritana
N.° 74512 obras da igreja nova. dos Senhores de Palma (Mascarenhas).
Casa duas vezes: a primeira com uma filha
do 1.° marquês de Alegrete; e a segunda
com uma filha do 1.° marquês de Angeja.
31-05 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: D. Francisco Almirante de Portugal. Teria os reparos de
1691 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila de Castro (n. c. 1650, m. Pinheiro e Zuniga pelo pai e Granada e
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da 1693). Pinheiro pela mãe. Era primo dos condes
Cerveira/ Irmandade dos escravos do de Figueiró e de Vila Nova de Portimão e
Administração Santíssimo Sacramento de Santa casado com uma filha do porteiro-mór. O
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para filho H. casa na Casa dos condes de
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova. Castelo Melhor, com uma sobrinha do 6.°
N.° 79 conde da Calheta, casado com uma filha do
1.° marquês de Angeja.
08-01 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: Aires de Deputado da Junta dos Três Estados. Não
1693 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Sousa de Castro (n. c. teria reparos, apenas identificadas as
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da 1660, m. 1699) mesmas bastardias que o marquês de
Cerveira/ Irmandade dos escravos do Arronches. Casa com uma filha de um filho
512 Todas as fontes poderão ser identificadas, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, pela cota: Viscondes de Vila Nova de Cerveira, Cx. e n.° (neste caso, Cx. 21, n.° 74), ou
pelo Código de Referência PT/TT/VNC/B/Cx. e n.° (neste caso PT/TT/VNC/B/21074).
Pág. 119
Anexo 5
30-05 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: Luís Igual ao descrito como Escrivão em 1691
1699 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Saldanha da Gama (n. c.
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da 1640, m. 1721)
Cerveira/ Irmandade dos escravos do
Escrivão: Aires de Sousa Igual ao descrito como Tesoureiro em 1693
Administração Santíssimo Sacramento de Santa
e Castro (n. c. 1660, m.
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
1699)
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
N.° 85
10-03 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: Luís Igual ao descrito como Escrivão em 1691.
1700 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Saldanha da Gama (n. c.
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da 1640, m. 1721)
Cerveira/ Irmandade dos escravos do
Escrivão: conde de 3.° Conde de Aveiras. Teria, pelo lado da
Administração Santíssimo Sacramento de Santa
Aveiras (3.°), João da mãe, os reparos de Pinheiro e Talaveira,
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
Silva Telo de Menezes sendo neto materno do 1.° marquês de
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
(n. 1648, m. depois de Cascais. Casa com uma filha do conde de
N.° 83
1726) Soure e o seu filho H. casa, em 1700, com
uma filha do 1.° conde de Alvor.
02-09 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: marquês de 1.° Marquês de Abrantes, 3.° marquês de
1700 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Fontes (3.°), D. Fontes, 7.° conde de Penaguião e
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Francisco Anes de Sá camareiro-mór. Teria os reparos de
Pág. 120
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
Cerveira/ Irmandade dos escravos do Almeida e Menezes (n. Bocanegra pela via paterna e de Granada
Administração Santíssimo Sacramento de Santa 1676,m. 1733) pela materna. Casa com uma filha do 1.°
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para duque de Cadaval, assim como dois dos
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova. seus filhos.
N.° 84
Escrivão: conde de Vila 2.° Conde de Vila Verde, 1.° marquês de
Verde (2.°), D. Pedro Angeja. Puritano. Casa com uma filha do
António de Noronha (n. 1.° marquês de Arronches. O filho H. casa
1661, m. 1731) com uma filha do 4.° conde de Tarouca.
30-12 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: conde de 3.° Conde de Vilar Maior, 2.° marquês de
1701 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Vilar Maior52 (3.°), Alegrete, gentil-homem da câmara do rei.
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Fernando Teles da Silva Puritano. Casa com uma filha do 3.° conde
Cerveira/ Irmandade dos escravos do (n. 1662, m. 1731) dos Arcos e o seu filho H. casa com uma
Administração Santíssimo Sacramento de Santa filha do 1.° duque de Cadaval.
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
Escrivão: Miguel Puritano. Casa com a H. da Casa dos
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
Carlos53 de Távora, 2.° condes de S. Vicente, com o reparo
N.° 81
conde de S. Vicente (n. Bocanegra, sendo feito 2.° conde de S.
1641, m. 1726) Vicente, motivo pelo qual a sua
descendência deixa de ser puritana.
ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: D. João de 2.° Conde de Assumar. Teria os reparos de
Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Almeida54, 2.° conde de Aragão, Bocanegra e Pinheiro pela via
52 Acreditamos ser este o conde de Vilar Maior em 1701, dado que o seu pai, o 1.° marquês de Alegrete (1641-1709), ainda estaria vivo nesta data, motivo pelo qual é referido
o título menos graduado da Casa, utilizado pelo seu filho H.
53 Vem apenas referido como “Miguel Carlos”, que assumimos ser Miguel Carlos de Távora, 2.° conde de S. Vicente por casamento, e irmão do 1.° marquês de Távora e do 1.°
conde de Alvor.
54 Em 1704 existiam dois “D. João de Almeida” que poderiam ser este Tesoureira: o 2.° conde de Assumar, e o irmão do 3.° conde de Avintes e de D. Tomás de Almeida, 1.°
cardeal patriarca de Lisboa. Não é fácil a opção entre um deles porque, por um lado, estranhamos que o 2.° conde de Assumar não se apresente como tal (dado que terá sido
Pág. 121
Anexo 5
30-07 Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Assumar (n. 1663, m. materna. Casou com uma filha do 1.°
1704 Cerveira/ Irmandade dos escravos do 1733) marquês de Fronteira e não tem qualquer
Administração Santíssimo Sacramento de Santa relação com famílias puritanas.
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
Escrivão: conde da 2.° Conde da Ribeira Grande. Teria o
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
Ribeira Grande (2.°), D. reparo de Pinheiro pela sua avó materna.
N.° 69
José Rodrigo da Câmara Casou com uma princesa estrangeira e o
(n. 1665, m. 1724) seu filho H. casa com uma filha do 9.°
conde de Atouguia, com o reparo de
Bocanegra, mas ligada à casa dos Távoras,
não tendo no entanto qualquer relação de
parentesco com famílias puritanas.
12-11 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: D. Filipe de Capitão da Guarda Alemã. Puritano. Casa
1705 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Sousa (Calhariz) (n. com uma filha do 1.° marquês de Alegrete e
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da 1666,m. 1714) o seu filho H. com uma princesa de
Cerveira/ Irmandade dos escravos do Holstein-Beck.
Administração Santíssimo Sacramento de Santa
Escrivão: conde de Puritano. Casa com a filha H. da Casa dos
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
Tarouca (4.°), João condes de Tarouca, pelo que é feito 4.°
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
Gomes da Silva (n. 1671, conde de Tarouca. É filho do 1.° marquês
N.° 70
m. 1738) de Alegrete e irmão do 2.° marquês, já
identificado nesta Relação.
30-10 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: conde de 4.° Conde de Vale de Reis. Teria os reparos
1707 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Vale de Reis (4.°516), de Aragão e Pinheiro, o primeiro pelo avô
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Nuno Manuel de paterno e o segundo pelo materno. Casa em
encartado do título em 1694, de acordo com os índices do ANTT), e por outro, a idade de apenas 29 anos de D. João de Almeida (Avintes). Por estar em desacordo com os
demais, pesa mais a idade como motivo de exclusão, pelo que interpretamos D. João de Almeida como sendo o 2.° conde de Assumar, que aparece como escrivão em 1714.
516 O 3.° conde de Vale de Reis, e pai do 4.° conde, teria morrido quatro dias antes da data deste Conhecimento do pagamento realizado pelo visconde de Vila Nova de Cerveira.
Pág. 122
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
Cerveira/ Irmandade dos escravos do Mendonça (n. 1670, m. 1700 com uma filha do 1.° marquês de
Administração Santíssimo Sacramento de Santa 1732) Angeja, casando o seu filho H. na mesma
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para casa, com uma filha do 2.° marquês.
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
Escrivão: conde de 3.° Conde de Avintes. Teria os reparos de
N.° 78
Avintes (3.°), D. Luís de Aragão e Pinheiro pelo avô paterno, sendo
Almeida Portugal (n. neto materno do 3.° conde de Arcos, sendo
1669, m. 1730) sobrinho, por essa via, do 10.° visconde de
Vila Nova de Cerveira e do 2.° marquês de
Alegrete. Casa com uma sobrinha, filha do
10.° visconde de Vila Nova de Cerveira.
30-12 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: conde da 5.° Conde da Calheta e reposteiro-mór.
1708 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Calheta (5.°), Afonso de Teria os reparos de Caiada pelo avô
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Vasconcelos e Sousa paterno e de Granada pela avó paterna.
Cerveira/ Irmandade dos escravos do Cunha Câmara Faro e Casa com uma estrangeira e o seu filho H.
Administração Santíssimo Sacramento de Santa Veiga (n. 1664, m. 1734) casa com uma filha do 2.° marquês de
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para Angeja.
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
Escrivão: visconde de Puritano. Casa com uma estrangeira. Não
N.° 78
Vila Nova de Cerveira tendo descendência varonil, a sua filha H.
(11.°), D. Tomás de Lima casa com um filho segundo do 2.° marquês
Vasconcelos e Menezes de Alegrete.
de Brito Nogueira (n.
1674)
06-01 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: conde da Igual ao descrito como Tesoureiro em
1709 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Calheta (5.°), Afonso de 1708.
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Vasconcelos e Sousa
Pág. 123
Anexo 5
30-12 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: marquês de 2.° marquês de Minas. Teria os reparos de
1711 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Minas517 (2.°), D. Aragão, Bocanegra e Pinheiro. O filho H.
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da António Luís de Sousa casa com uma estrangeira e o neto H. casa,
Cerveira/ Irmandade dos escravos do (n. 1644, m. 1721) logo em 1712, com uma filha do 4.° conde
Administração Santíssimo Sacramento de Santa dos Arcos.
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
Escrivão: marquês de 2.° Marquês de Fronteira. Teria os reparos
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
Fronteira (2.°), D. de Aragão, Bocanegra e Pinheiro. Casa
N.° 75
Fernando Mascarenhas com uma filha do 9.° conde de Atouguia e a
(n. 1655, m. 1729) sua família não tem qualquer relação de
parentesco com famílias puritanas.
28-11 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: conde de Igual ao descrito como Tesoureiro em
1712 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Vilar Maior (3.°), 1701.
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Fernando Teles da Silva
Cerveira/ Irmandade dos escravos do (n. 1662, m. 1731)
Administração Santíssimo Sacramento de Santa
Escrivão: conde da Igual ao descrito como Escrivão em 1704.
da Casa 1392-
Ribeira Grande (2.°), D.
517 Vem referido que quem assina o documento não é o marquês de Minas, mas o conde de Vilar Maior.
Pág. 124
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
1842/ Caixa 21/ Engrácia, da esmola que deu para José Rodrigo da Câmara
N.° 76 obras da igreja nova. (n. 1665, m. 1724)
28-05 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: Tesoureiro: Igual ao descrito como Tesoureiro em
1713 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila D. Filipe de Sousa 1705.
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da (Calhariz) (n. 1666, m.
Cerveira/ Irmandade dos escravos do 1714)
Administração Santíssimo Sacramento de Santa
Escrivão: não refere.
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
N.° 71
05-05 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: D. João de Puritano. Eclesiástico e irmão de D. Filipe
1714 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Sousa, prior de de Sousa (Calhariz).
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Guimarães
Cerveira/ Irmandade dos escravos do
Escrivão: Tesoureiro: D. Igual ao descrito como Tesoureiro em
Administração Santíssimo Sacramento de Santa
João de Almeida, 2.° 1704.
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
conde de Assumar (n.
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
1663,m. 1733)
N.° 71
21-11 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: conde da Igual ao descrito como Tesoureiro em
1716 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Calheta (5.°), Afonso de 1708.
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Vasconcelos e Sousa
Cerveira/ Irmandade dos escravos do Cunha Câmara Faro e
Administração Santíssimo Sacramento de Santa Veiga (n. 1664, m. 1734)
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
Escrivão: Escrivão: Igual ao descrito como Escrivão em 1708.
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
visconde de Vila Nova
N.° 82
de Cerveira (11.°), D.
Pág. 125
Anexo 5
Tomás de Lima
Vasconcelos e Menezes
de Brito Nogueira (n.
1674)
11-12 ANTT/ Conhecimento do pagamento feito por Tesoureiro: conde da Igual ao descrito como Tesoureiro em
1716 Viscondes de D. Tomás de Lima, Visconde de Vila Calheta (5.°), Afonso de 1708.
Vila Nova de Nova de Cerveira, irmão da Vasconcelos e Sousa
Cerveira/ Irmandade dos escravos do Cunha Câmara Faro e
Administração Santíssimo Sacramento de Santa Veiga (n. 1664, m. 1734)
da Casa 1392- Engrácia, da esmola que deu para
Escrivão: Escrivão: Igual ao descrito como Escrivão em 1708.
1842/ Caixa 21/ obras da igreja nova.
visconde de Vila Nova
N.° 80
de Cerveira (11.°), D.
Tomás de Lima
Vasconcelos e Menezes
de Brito Nogueira (n.
1674)
Pág. 126
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
3 Caiada, Torres e
Luís de Saldanha da Gama Conselheiro da Guerra 3 Não Não Bobadilha
5 João da Silva Telo de Menezes 3.° Conde de Aveiras 1 Não Sim Pinheiro e Talaveira
6 Francisco de Sá Almeida e
Menezes 1.° Marquês de Abrantes 1 Não Sim Bocanegra e Granada
7 D. Pedro António de Noronha 1.° Marquês de Angeja 1 Sim Sim Não tem
8 Fernando Teles da Silva 2.° Marquês de Alegrete 2 Sim Sim Não tem
9 Miguel Carlos de Távora 2.° Conde de S. Vicente 1 Sim Sim Não tem
11 João Gomes da Silva 4.° Conde de Tarouca 1 Sim Sim Não tem
12 Aragão, Bocanegra e
D. João de Almeida 2.° Conde de Assumar 2 Não Não Pinheiro
13 D. José Rodrigo da Câmara 2.° Conde da Ribeira Grande 2 Não Não Pinheiro
14 Nuno Manuel de Mendonça 4.° Conde de Vale de Reis 1 Não Sim Aragão e Pinheiro
15 D. Luís de Almeida Portugal 3.° Conde de Avintes 1 Não Sim Aragão e Pinheiro
Pág. 127
Anexo 5
16 Afonso de Vasconcelos e
Sousa 5.° Conde da Calheta 4 Não Sim Caiada e Granada
18 Aragão, Bocanegra e
D. António Luís de Sousa 2.° Marquês Minas 1 Não Não Pinheiro
19 Aragão, Bocanegra e
D. Fernando Mascarenhas 2.° Marquês de Fronteira 1 Não Não Pinheiro
33
Pág. 128
Alguns contributos para o estudo da Confraria (da nobreza) de Santa Engrácia
Pág. 129
ANEXO 6: A casa “real” da Mouraria: o contributo de Pedro Silva
Miguel518
518 A presente descrição baseia-se no trabalho desenvolvido por Pedro Silva Miguel, Descobrir a dimensão
palaciana de Lisboa na primeira metade do século XVIII. Titulares, a Corte, vivências e sociabilidades, Vol. II.
Lisboa: [s.n.], 2012. Dissertação de Mestrado em História Moderna, pp. 6-13. As fontes e imagens utilizadas
poderão, também, ser encontradas no mesmo estudo.
519 Mafalda Soares da Cunha e Nuno Gonçalo, «As Grandes Casas», In, Nuno Gonçalo Monteiro (coord.), «A
Idade Moderna...», p. 209.
Pág. 131
Anexo 6
Por entre as ruas estreitas da Mouraria erguer-se-ia, assim, um imponente palácio, casa
de uma reputada família da Corte portuguesa e símbolo de poder e prestígio de uma Casa
aristocrática que tão bem o soube capitalizar, aliando-o a um modelo de reprodução social que,
apesar de amplamente criticado, foi sendo silenciosamente procurado e seguido pela demais
aristocracia portuguesa.
Pág. 132