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HISTÓRIA ANTIGA ORIENTAL

OS PERSAS

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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1. Conhecer os resíduos documentais sobre os persas;

2. identificar a organização política de Ciro e a importância do zoroastrismo no mundo persa.

Bons estudos!

1 O império persa

Figura 1 - Mapa Império Persa

Assíria, Média, Pérsia, Madedônia: as quatro monarquias universais do mundo antigo, os quatro pontos de

referência de cronologia da história humana e ao mesmo tempo tão pouco e tão difíceis de serem estudadas. Este

é o desafio do nosso trabalho.

O império persa de que se tratará nestas próximas aulas é o primeiro dos reinos persas que se sucederam na

área irânica antiga. Para se ter uma ideia, o império persa só é definitivamente vencido no século VII depois de

Cristo, com a derrota da dinastia sassânida para o Islão.

Você sabe quem são os Medos e os persas? Madã e Parsã das inscrições Aquemênidas, primeira dinastia. Paras

wmaday do Antigo Testamento, Medói e Pérsai, dos gregos.

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Os historiadores gregos não sabiam nada das origens obscuras e da pré-história dos povos irânicos. Os

Medos não entram em cena antes do século VII, nem os persas antes do século VI. No entanto, Madã e

Párshua são nomes de regiões associadas pelas fontes assírias da segunda metade do século IX aC.

Povos afins do ponto de vista étnico e cultural, falando línguas indo-europeias, os Medos e os persas

habitavam desde o século IX, pelo menos as áreas montanhosas do Elburz e do Zagros. Viviam de

pastoreio e banditismo e eram governados por seus numerosos reis tribiasi ou regionais que pagavam

tributo aos reis assírios.

2 Você sabe o que é Helenismo?


Helenismo, de maneira clássica, é a cultura, o conjunto de práticas sociais que advém da relação do mundo grego

e do império persa.

Saiba mais
Só é possível se entender o helenismo a partir da figura e da organização do governo da
Macedônia, da expansão de Alexandre para o Oriente e como esse traço cultural influenciou de
maneira clara a estrutura romana. O problema é que sempre se pensa em Roma olhando para a
Grécia. Se forem observadas as várias posições no mediterrâneo, verifica-se que boa parte dos
domínios romanos são domínios orientais. Dessa forma, as áreas que antigamente se definiam
como áreas de característica, diretamente, como persas, egípcias, hebraicas, vão estar em
contato e vão fazer parte do mundo romano.

Uma influência cultural é uma transformação, uma transição e não, um resto de cultura grega. Qualquer estudo

de processo histórico sempre terá continuidades e rupturas. E, quando estuda esse elemento, tem uma

possibilidade real de compreender o conjunto de transformação social.

Não se pode imaginar que somos um herdeiro da tradição oriental. O olhar dos gregos e romanos como

particulares, ancestrais, babilônios e egípcios, como algo interessante, mas distante; os hebreus como parentes

por conta de um monoteísmo e / ou cristianismo que avança posteriormente na tradição bíblica.

Não existe este parentesco. Isso é uma construção retórica que foi feita a partir de vários períodos históricos e

uma das principais declarações no movimento iluminado do século XVII.

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Se isso for entendido, retire uma ideia de que se estuda coisas legais. Não procure o berço da civilização e nem

parente nenhum. Procure uma necessidade de entender os processos históricos e, para isso, a primeira coisa que

precisa fazer é questionar mais.

Não se deve prender à mania de se buscar queda, crise, auge. Isso pode, dentro de um discurso, inventar o

momento que mais é interessante para cada um.

Figura 2 - Mapa

O termo império não exige uma idéia de unidade. Em Roma, o poder era totalmente fragmentado, apesar de

todos os mitos, idéias e construções.

Se você precisa entender a organização do mundo, entenda que está usando uma leitura posterior para entender

esta prática. Não há tradição em uma palavra como imperador ou qualquer expressão.

É uma apropriação teórica influenciada, nos fatores romanos, que coloca lado a lado quando se define uma

dominação e que, nessa dominação, influencia as práticas econômicas, políticas, sociais e culturais.

Isso acontece com o mundo romano, com quem chama depois do império inglês durante o momento do

neocolonialismo e com o império português.

Império não deve ser entendido como uma nomenclatura da época, mas sim como um conceito. Então, porque se

usa o termo império brasileiro?

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Figura 3 - Caravela

Tem-se a unificação de duas áreas, diferentemente do que nos é ensinado. O Brasil não era uma unidade, tinha-se

o vice-reino do Brasil e o vice-reino do Grão-Pará, fora as demais possessões portuguesas. Eram dois vice-reinos

sobre o domínio português que, inclusive, a navegação não podia ser feita da mesma forma porque era onde

viravam os ventos na altura, mais ou menos do Maranhão, e a navegação que vinha para Pernambuco não era a

navegação que ia para região norte.

A administração da região norte era tão difícil que foi colocada uma Cia. de comércio para sua administrar, no

modelo holandês.

Então, quando se tem a figura de um monarca, primeiro se quer demarcar a comparação com o reino de

Portugal, donde se tem a ideia de um império português.

Estamos falando da unificação e da força de várias regiões consideradas distintas. Por isso, tem-se a ideia de

dominação cultural. É um arremedo, é uma utilização, é diferente. Não se parte do conceito, mas da leitura

teórica para entender o que aconteceu. Quando se fala em conceito, tem-se o mesmo sentido quando tratamos,

por exemplo, a questão da escravidão. Avance a tela para entender melhor.

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Figura 4 - Escravidão

Escravidão não é igual em todos os lugares. Ao entendermos escravidão como um conceito, fala-se com

supressão de liberdade de maneira compulsória. Nesta conotação, pensa-se em escravos como um conceito e a

leitura do conceito feita em diversas sociedades.

Sendo assim, quando se fala em império aqui entre os persas, estamos utilizando um conceito que pressupões

uma forma de dominação política em que existe um centro, uma série de relações econômicas e militares, mas

politicamente existem regiões com uma autonomia bastante grande, desde que reconhecendo que há um poder

maior.

Até agora, falamos das planícies do Oriente próximo. Quando se termina a área de planícies, tem-se uma

cordilheira ao norte que é justamente o que divide a ideia de Oriente Médio e Extremo Oriente. Acompanhe a

seguir.

Na descida da cordilheira, têm-se os caminhos tanto para Índia tanto para China. E, nessa descida da

cordilheira, como se fala na região entre rios, muitos autores definem que é da mesma família que vais

se estender até o norte da Europa e compor os Urais. O que se pretende entender... Montanhas novas

(grandes picos), uma estrada que foi, durante muito tempo, a passagem dessa região do Crescente Fértil

para as áreas do Oriente.

Essa estrada começa a aparecer na história dos assírios e babilônios contando que, a partir das buscas de

guerras começavam a se buscar cavalos "como nunca se viu" cavalos mais rápidos, poderosos, que iam

ser buscados nas terras dos Medos. Assim, consegue-se posicionar minimamente aquilo de depois será

chamado de persas, dentro de uma posição nessa área montanhosa. Posição essa claramente, dominada

pelo Império Assírio, do século XVI até o século VIII a.C.

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Figura 5 - O que se sabe sobre os persas

A principal referência que tem sobre as pessoas é grega. Sendo grega, tem-se como referências das guerras

médicas. Além disso, é possível contar com os registros de Heródoto: ou pai da história.

Ele foi aquele que registrou boa parte daquilo que é entendido como tradição. O problema que o seu olhar é

grego e quando ele faz essa leitura, deve desconectar algumas coisas. Em especial, porque as persas por conta

das Guerras Médicas vão ser um inimigo importante desse mundo grego.

Ele foi criticado, chamado de filobárbaro, ou amante dos bárbaros, porque contém elementos desta formação.

Existem também alguns escritos egípcios que fazem referência às vitórias de Cambises no Egito, como os textos

bíblicos que relacionam ou papéis de reis dos reis, ora como libertadores, ao terminar com o cativoiro da

babilônia, ora como algo como em uma das destruições do templo em Jerusalém.

Há textos de caráter religioso que foram reproduzidos e reescritos. Nós temos fios do passado persa e os fios

desse passado acabam gerando uma enorme dificuldade em saber qual é o começo do mito e os limites da

história. Não que o mito não seja interessante para pensar a história, mas é extremamente problemático quando

houver o mito.

3 Conheça agora o Mito da fundação dos Medos


Um monarca organiza os Medos e consegue conter uma pequena vila, uma área mais oriental e inicia a primeira

batalha de insurreição contra o domínio Assírio. Esses, enfraquecidos, não conseguem sobreviver aos ataques

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nas montanhas. Esse monarca tem uma filha que sonhou que teria uma criança que urinava sem parar até afogar

todo o reino, que acabaria sucumbindo inteiramente.

O intérprete do monarca diz que era um sinal, que seu neto viria para fazer sucumbir o poder do rei. Ele então

decide matar a criança. Isso é, claramente, um mito com características gregas. Tem-se uma leitura de uma

tradição que é o oráculo de delfos e os gregos em um olhar etnocêntrico fazem a sua interpretação do mundo

grego.

Figura 6 - Luta

O que se deve considerar nessa história é a vitória dos Parsha sobre os Medos, como um dos principais

elementos de uma associação para entender toda uma nova força, uma força que tem, na sua principal base, uma

cavalaria rápida e muito violenta. É dessa cavalaria que Ciro se vale para vencer e exterminar, praticamente, todo

Império Assírio.

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Os Assírios já tinham pouca força por terem perdido parte de seu império para os babilônios e outra parte para

os Medos. Agora enfrentam uma nova aliança de características expansionistas no momento em que o combate

entre a babilônia e os Parshas, ou como serão chamados a partir disso, pelos Persas, torna-se iminente.

Ciro, que vinha com vitórias importantes, cerca de uma babilônia, mas decide, por uma série de elementos, não

destrói a cidade e exige que a monarca reconheça seu poder. Uma vez feito isso acabaria ou combate.

Ciro cansado e envelhecido é substituído por seus dois filhos. Bardyra assume o império como parte do Extremo

Oriente, combatendo a direção do Afeganistão, China e Índia (não tinham esse nome).

Em determinado momento, tem-se o outro filho, Cambises, beneficiando-se por ocupar as regiões ocidentais e

conseguir uma série de vitórias militares, as mesmas contadas por Heródoto.

Cambises vence o Egito, torna-se faraó, obtendo riquezas que seu pai não havia conhecido. No entanto, sua

predileção pelas terras egípcias, vai gerar com que ocorram uma série de revoltas contra o seu governo.

Cambises: Asheri nos ajuda a compreender um pouco mais sobre este filho de Ciro. Cambiza, personagem talvez

um pouco excêntrica, um julgamento pelo seu comportamento escandaloso no templo de Marduk na Babilônia

durante as cerimônias do Ano Novo em 538 aC, e conseguiu o pai no verão de 530. Ao vencer o Egito, Cambiza

inaugura uma nova dinastia, sendo o primeiro dos faraós, reconhecidos formalmente pelo clero egípcio.

Gaumata : Durante os anos de 522 aC, é possível trocar Zargros, mas, no entanto, morre no caminho. Menos

antes, se você compartilhar uma versão tendenciosa do Dario na inscrição do Behistun, um nome Gaumata

assumido pelo poder da Pérsis, será exibido sob o nome de Bardiya, filho do Ciro e, como tal, herdeiro legítimo

do trono em posição de câmbio. Segundo esta mesma versão, o verdadeiro Bardiya foi assassinado pelo irmão

Cambises antes da campanha no Egito.

Heródoto: Nas suas histórias romanceadas do falso Esmérdis, Heródoto não está disponível nesta versão nos

fatos históricos somente em detalhes. Isso não significa absolutamente que a versão de Dario seja verdadeira. A

inscrição de Behistum é um texto de propaganda cujo fim é apresentado como um impostor, usurpador e

subversor do direito hereditário legítimo de Dario ao trono de Aquemênida. A verdade fatal pode ser bem

diferente: tudo indica que o que é usurpado seja o próprio Dario, um dos principais líderes militares.

O que vamos aprender na próxima aula:


• O governo de Dário e Xerxes;
• as guerras médicas;
• o zoroastrismo.

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CONCLUSÃO
Nesta unidade você teve a oportunidade de:
• Compreender que a expansão Pérsia é fundamental para a compreensão da antiguidade;
• Aprender que os documentos sobre a história persa são parcos e superficiais;
• Analisar a formação do império persa na figura de Ciro e Cambises.

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