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ESTRATÉGIA OAB

Reta Final

Sumário

1. Considerações Iniciais .................................................................................................................................... 2

2.Direito do Trabalho ......................................................................................................................................... 3

2.1 Pílulas Estratégicas de Doutrina............................................................................................................... 4

Hipóteses de Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho............................................................. 4

Jornada de Trabalho ................................................................................................................................ 11

1 – Controle de Jornada ............................................................................................................................... 15

2 – Ausência de Controle de Jornada .......................................................................................................... 22

3 – Trabalho Noturno................................................................................................................................... 23

Jornadas Especiais de Trabalho ............................................................................................................... 28

Trabalho Extraordinário e Compensação de Jornada.............................................................................. 35

3. Direito Processual do Trabalho .................................................................................................................... 45

3.1 Pílulas Estratégicas de Doutrina............................................................................................................. 45

Audiência ................................................................................................................................................. 45

1 - Atraso na Audiência ................................................................................................................................ 47

2 - Fracionamento da Audiência .................................................................................................................. 48

3 - Comparecimento e Ausência das Partes em Audiência ......................................................................... 49

Provas no Processo do Trabalho .............................................................................................................. 59

Sentença................................................................................................................................................... 78

4. Considerações Finais .................................................................................................................................... 80

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Reta Final

RETA FINAL EM PDF PARA O XXXV EXAME DE


ORDEM
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Sejam muito bem-vindas e bem-vindos, futuras advogadas e futuros advogados!!

Eu sou a Professora Isabella Pires, aprovada no concurso da


Magistratura Estadual (TJBA), na Assembleia Legislativa do Estado
de Sergipe (ALESE) e em outras fases de concursos de Juiz Federal
e Defensor Público. Sou graduada em Direito pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, especialista em Direitos
Humanos e em Direito Penal e Processo Penal.

Aqui no Estratégia Carreiras Jurídicas, bem como no Estratégia


OAB, sou idealizadora e coordenadora dos nossos cursos Reta Final
em PDF.

Assim, desde já, coloco-me à disposição para sanar eventuais


dúvidas quanto ao curso, bem como para receber sugestões de vocês, nossas alunas e
nossos alunos!

Vocês podem entrar em contato pelo fórum do curso ou ainda:

E-mail: isabella.almeida@estrategia.com

Instagram: @profaisabellapires

No PDF de hoje veremos os seguintes temas:

MATÉRIA ASSUNTO MOTIVAÇÃO ESTUDADO OBSERVAÇÕES

Direito do
Trabalho
Suspensão e Interrupção
do Contrato de trabalho;
-Altíssima incidência.

Jornadas de Trabalho e
Intervalos;
Direito
Processual do
Audiência, Provas e
Sentença
- Incidência alta.

Trabalho

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Profa. Isabella Pires:

Como vocês já sabem, nosso projeto conjuga os nossos PDF’s com a revisão dos temas em
videoaulas!

Assim, em semanas alternadas, teremos PDF (2 temas) + Aula em Vídeo e, no período


seguinte, apenas PDF (com três temas cada!).

Para facilitar o acesso às aulas e a organização do estudo de vocês, seguem os links das
aulas em vídeo, correspondentes aos temas aqui estudados!!

DIREITO DO TRABALHO:

https://www.youtube.com/watch?v=2U-6_hThWQs&list=PL_R-F0SJS638Tkk-
XGoXCDcOYGDKHp1o9

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:

https://www.youtube.com/watch?v=ZTSl4ZUzmgw&list=PL_R-F0SJS63-
BrLwlmbKhpAMwQ9CGjwJe

Mãos à obra, minhas queridas e meus queridos!!

Sigam firmes e bons estudos!

2.DIREITO DO TRABALHO
Nosso estudo se concentrará nos seguintes temas:

- Suspensão e Interrupção do Contrato de trabalho;

- Jornadas de Trabalho e Intervalos;

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Profa. Isabella: Os temas escolhidos para dar início ao nosso estudo em Direito do Trabalho
levaram em conta a alta incidência dos temas nas últimas provas, estando entre os pontos
mais cobrados na matéria!
Assim, mãos à obra e vamos avançar rumo à aprovação!

Por dizer respeito a tema predominantemente doutrinário, nosso ponto abrangerá:

>Pílulas Estratégicas de Doutrina;

>Questões Comentadas ao longo do PDF.

Vamos dar início?

2.1 Pílulas Estratégicas de Doutrina

Profa. Isabella Pires: As explanações a seguir tomam por base as aulas 03 e 04 do Curso
Regular de Direito do Trabalho ministrada pela Professora Priscila Ferreira, para a qual
vocês deverão se encaminhar, caso sintam a necessidade de complementação do estudo
com os demais temas relacionados.

Hipóteses de Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho

O contrato de trabalho poderá ser suspenso ou interrompido, de forma que, em ambos os casos, há a
ausência da prestação de serviço; entretanto, em um caso prevalece a remuneração e a contagem de tempo
de serviço, e no outro não, conforme artigos 471 a 476-A, ambos dispositivos presentes na CLT.

No caso de interrupção do contrato de trabalho, teremos a ausência da prestação do labor, porém, com
remuneração e contagem de tempo de serviço; já na suspensão do contrato de trabalho, igualmente não
haverá prestação de serviço laboral, porém sem qualquer contraprestação financeira ao empregado e
contagem de tempo de serviço.

Interrupção Suspensão

Ausência de labor, com oab.estrategia.com | 4


remuneração e contagem de tempo 80
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de serviço.
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Ausência de labor, sem


remuneração e contagem de tempo
de serviço.

Logo, observe algumas hipóteses de interrupção do Contrato de Trabalho:

INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO DIAS


Falecimento de cônjuge, ascendente, 2 dias consecutivos
descendente, irmão ou pessoa que, declarada em
sua CTPS, viva sob sua dependência
Casamento 3 dias consecutivos

Atenção com à licença gala do empregado (a)


professor (a). Veja:

Art. 320, § 3º, da CLT - "Não serão descontadas, no


decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadas por
motivo de gala ou de luto em conseqüência de
falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho."
Doação voluntária de sangue 1 dia a cada 12 meses
Alistamento eleitoral 2 dias consecutivos ou não
Nos dias em que estiver comprovadamente Pelo período necessário
realizando provas de exame vestibular para
ingresso em estabelecimento de ensino superior
Quando tiver que comparecer a juízo Pelo período necessário
Acompanhar consultas médicas e exames 2 dias consecutivos
complementares durante o período de gravidez de
sua esposa ou companheira
Acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta 1 dia por ano
médica
Nascimento de filho 1 dia no decorrer da primeira semana
Férias Pelo período determinado
Descanso Semanal Remunerado Pelo período determinado – mínimo 24 horas
consecutivas, preferencialmente aos domingos
Intervalo Remunerado Pelo período determinado pelo empregador ou em
lei
Licença Maternidade 120 dias

Abordo não criminoso Duas semanas – O empregador deverá efetuar o


recolhimento do FGTS
Licença paternidade 5 dias
Prontidão e sobreaviso Pelo período determinado pelo empregador,
observados os limites legais

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Lock Out – Paralisação das atividades por iniciativa Pelo período determinado pelo empregador
do empregador
Hipóteses previstas em Negociação Coletiva. Pelo período determinado no ACT ou CCT

Agora, vamos observar algumas das hipóteses de suspensão do contrato de trabalho, as quais o
empregado não recebe qualquer contraprestação financeira:

SUSPENSÃO DO CONTRATO DE
CARACTERÍSTICAS
TRABALHO
Suspensão Disciplinar Observada a determinação do empregador e o limite máximo
legal de 30 dias, conforme artigo 474 da CLT.
Greve O período de greve poderá ser remunerado se assim pactuado
em acordo ou convenção coletiva.
Benefícios previdenciários, como - O empregado passa a receber os benefícios pelo INSS.
auxílio doença e aposentadoria por
invalidez - No caso do empregado perceber no afastamento auxílio-
doença acidentário, este encargo fica por conta do INSS, mas o
empregador deverá recolher o FGTS do período
correspondente.

*Atenção à Súmula nº 440 do TST:

“Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou de


assistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não
obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de
auxílio-doença acidentário ou de aposentadoria por
invalidez.”.
Intervalo intrajornada e interjornada Não há remuneração no período
Inquérito Judicial para apuração de falta Durante o inquérito, o contrato fica suspenso, mas, se julgado
grave improcedente, o afastamento adquirirá natureza de
interrupção.
Serviço Militar obrigatório Não há pagamento de salário pelo empregador, este ficando
obrigado a apenas recolher o FGTS do período – Artigo 4º,
parágrafo único e 472 da CLT.
Período de inatividade do contrato de Não há remuneração no período de inatividade, e tampouco
trabalho intermitente contagem de tempo de serviço.

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Acerca do tema, observe os seguintes fundamentos legais:

Art. 471 - Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta,
todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que
pertencia na empresa.
Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar, ou de
outro encargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de
trabalho por parte do empregador.
§ 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em
virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que
notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se verificar a respectiva baixa ou a
terminação do encargo a que estava obrigado.
§ 2º - Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem
as partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva
terminação.
§ 3º - Ocorrendo motivo relevante de interesse para a segurança nacional, poderá a
autoridade competente solicitar o afastamento do empregado do serviço ou do local de
trabalho, sem que se configure a suspensão do contrato de trabalho.
§ 4º - O afastamento a que se refere o parágrafo anterior será solicitado pela autoridade
competente diretamente ao empregador, em representação fundamentada com audiência
da Procuradoria Regional do Trabalho, que providenciará desde logo a instauração do
competente inquérito administrativo.
§ 5º - Durante os primeiros 90 (noventa) dias desse afastamento, o empregado continuará
percebendo sua remuneração.
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do
salário:
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente,
descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência
social, viva sob sua dependência econômica;
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de
sangue devidamente comprovada;
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos têrmos da lei
respectiva.
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas
na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço
Militar).
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular
para ingresso em estabelecimento de ensino superior.

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VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de
entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do
qual o Brasil seja membro.
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares
durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira;
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.

(FGV/XXIII Exame de Ordem Unificado) Os irmãos Pedro e Júlio Cesar foram contratados como
empregados pela sociedade empresária Arco Doce S/A e lá permaneceram por dois anos. Como foram
aprovados em diferentes concursos públicos da administração direta, eles pediram demissão e, agora,
com a possibilidade concedida pelo Governo, dirigiram-se a Caixa Econômica Federal (CEF) para sacar o
FGTS. Na agência da CEF foram informados que só havia o depósito de FGTS de 1 ano, motivo por que
procuraram o contador da Arco Doce para uma explicação. O contador informou que não havia o depósito
porque, no último ano, Pedro afastara-se para prestar serviço militar obrigatório e Júlio Cesar afastara-se
pelo INSS, recebendo auxílio-doença comum (código B-31). Diante desses fatos, confirmados pelos ex-
empregados, o contador ponderou que não havia obrigação de a empresa depositar o FGTS durante 1 ano
para ambos.
Sobre a questão retratada e de acordo com a legislação em vigor, assinale a afirmativa correta.
A) A sociedade empresária tem razão na justificativa de Júlio Cesar, mas está errada em relação a Pedro.
B) A sociedade empresária está errada em relação a ambos os empregados.
C) No que tange a Pedro, a sociedade empresária está certa, mas, no tocante a Júlio Cesar, não tem razão.
D) A pessoa jurídica está correta em relação a Pedro e a Júlio Cesar.
Comentários
Diante dos fatos narrados, devemos observar duas situações:
I – Aquele que se afasta do trabalho, em razão de serviço militar, apesar do contrato de trabalho ficar
suspenso, continua a ter direito aos depósitos do FGTS, a serem realizados pelo empregador, conforme
dispõe o artigo 4º, parágrafo único e artigo 472, ambos dispositivos da CLT.
II – Já o empregado que se afasta por auxílio-doença comum, no caso, Júlio Cesar, não terá direito aos
depósitos do FGTS. Destaca-se que diferente seria se o afastamento fosse por auxílio-doença acidentário.
Gabarito: “A”

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(FGV/XX Exame de Ordem Unificado) Após ter sofrido um acidente do trabalho reconhecido pela empresa,
que emitiu a competente CAT, um empregado afastou-se do serviço e passou a receber auxílio-doença
acidentário.
Sobre a situação descrita, em relação ao período no qual o empregado recebeu benefício previdenciário,
assinale a afirmativa correta.
A) A situação retrata caso de suspensão contratual e a empresa ficará desobrigada de depositar o FGTS na
conta vinculada do trabalhador.
B) Ocorrerá interrupção contratual e a empresa continua com a obrigação de depositar o FGTS para o
empregado junto à CEF.
C) Ter-se-á suspensão contratual e a empresa continuará obrigada a depositar o FGTS na conta vinculada do
trabalhador.
D) Haverá interrupção contratual e a empresa estará dispensada de depositar o FGTS na conta vinculada do
trabalhador.
Comentários
Diante dos fatos narrados, devemos observar que o empregado afastou-se na modalidade auxílio-doença
acidentário, que o faz ter direito aos depósitos do FGTS efetuados pelo empregador (§ 5º, do artigo 15, da
Lei nº 8.036/91).
Gabarito: “C”
(FGV/IX Exame de Ordem Unificado) Após sofrer um acidente automobilístico de gravíssimas proporções
enquanto viajava a lazer, o empregado Pedro foi aposentado por invalidez pelo INSS.
Assinale a alternativa que indica o efeito desse fato no seu contrato de trabalho.
A) o contrato de Pedro será interrompido.
B) o contrato de Pedro será suspenso.
C) o contrato de Pedro será extinto.
D) o contrato de Pedro continuará em vigor e ele terá todos os direitos trabalhistas assegurados.
Comentários
O contrato de trabalho fica suspenso quando da aposentadoria por invalidez, sendo que, neste período, o
empregador não fica obrigado ao recolhimento do FGTS, conforme dispõe o artigo 475 da CLT.
Gabarito: “B”
(FGV/XIX Exame de Ordem Unificado) Maria trabalha para a sociedade empresária Beta e recentemente
foi aposentada por invalidez. Diante desse fato, a empresa cancelou o plano de saúde de Maria.
Em relação a hipótese retratada e de acordo com a lei e o entendimento sumulado do TST, assinale a
afirmativa correta.
A) A sociedade empresária agiu corretamente, pois a aposentadoria por invalidez rompeu o contrato de
trabalho.
B) A sociedade empresária poderia, diante da situação retratada e a seu exclusivo critério, manter ou não o
plano de saúde.

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C) A sociedade empresária terá obrigação de manter o plano por 12 meses, quando terminaria a estabilidade
da obreira.
D) A sociedade empresária se equivocou, porque o contrato está suspenso, devendo ser mantido o plano de
saúde.
Comentários
O contrato de trabalho fica suspenso, mas a obrigação do empregador manter o plano de saúde, mantém-
se, nos termos da Súmula nº 440 do TST.
Gabarito: “D”
(FGV/XXI Exame de Ordem Unificado) Paula e Joyce são empregadas de uma mesma sociedade
empresária. O irmão de Paula faleceu e o empregador não autorizou sua ausência ao trabalho. Vinte dias
depois, Joyce se casou e o empregador também não autorizou sua ausência ao trabalho em nenhum dia.
Como advogado(a) das empregadas, você deverá requerer
A) em ambos os casos, a ausência ao trabalho por três dias consecutivos.
B) um dia de ausência ao trabalho para Paula e de três dias para Joyce.
C) a ausência ao trabalho por dois dias consecutivos, no caso de Paula e, de até três dias, para Joyce.
D) a ausência ao trabalho por dois dias úteis no caso de Paula e, de até três dias úteis, para Joyce.
Comentários
Paula, cujo irmão faleceu, teria direito a ausentar-se do trabalho por dois dias consecutivos e “corridos”,
sem prejuízo de sua remuneração, causa, portanto, de interrupção de seu contrato de trabalho, conforme
dispõe o artigo 473, I da CLT; já a empregada Joyce, que se casou, teria direito a ausentar-se no trabalho,
sem prejuízo do salário, por três dias consecutivos e “corridos”, nos termos do artigo 473, II, da CLT.
Gabarito: “C”
(FGV/XXXI Exame de Ordem Unificado) Enzo é professor de Matemática em uma escola particular, em que
é empregado há 8 anos. Após 2 anos de namoro e 1 ano de noivado, irá se casar com Carla, advogada,
empregada em um escritório de advocacia há 5 anos.
Sobre o direito à licença pelo casamento, de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta.
A) O casal poderá faltar aos seus empregos respectivos por até 3 dias úteis para as núpcias.
B) Carla, por ser advogada, terá afastamento de 5 dias e Enzo, por ser professor, poderá faltar por 2 dias
corridos.
C) Enzo poderá faltar ao serviço por 9 dias, enquanto Carla poderá se ausentar por 3 dias consecutivos.
D) Não há previsão específica, devendo ser acertado o período de afastamento com o empregador,
observado o limite de 10 dias.
Comentários
Enzo, por ser professor, poderá se ausentar do serviço por 9 dias, conforme Art. 320, §3º, CLT. Já a
empregada Carla poderá se ausentar por 3 dias consecutivos, também em razão da licença gala, nos termos
do artigo 473, II, da CLT.
Gabarito: “C”

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(FGV/XVIII Exame de Ordem Unificado) Jefferson, empregado da sociedade empresária Editora Século XIX,
resolve adotar, sozinho, uma criança de 5 anos de idade.
Diante da hipótese, de acordo com a legislação em vigor, assinale a afirmativa correta.
A) Jefferson não terá direito à licença-maternidade, por falta de dispositivo legal.
B) Jefferson receberá salário-maternidade, mas não terá direito à licença-maternidade, porque a regra
aplica-se apenas às mulheres.
C) Jefferson terá direito à licença-maternidade, pois este direito aplica-se à pessoa que adotar,
independentemente do gênero.
D) Jefferson terá direito à licença-maternidade de 60 dias.
Comentários
Conforme Art. 392-A, §5º, da CLT, a adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-
maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada.
Gabarito: “C”

Jornada de Trabalho

Vamos iniciar esta aula comentando um pouco sobre a jornada de trabalho e suas consequências jurídicas.
Lembrando que, quando pensamos em jornada, automaticamente devemos sempre nos recordar da regra
constitucional limitadora de jornada em 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais,
conforme artigo 7º, XIII da CF, que assim dispõe:

“duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho.”

Assim, o empregado, em regra, deve laborar no máximo 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas
semanais, esta aplicável, inclusive, aos domésticos, nos termos da LC nº 150/2015 (leitura obrigatória),
conforme dispõe seu artigo 2º, in verbis:

Art. 2o A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44
(quarenta e quatro) semanais, observado o disposto nesta Lei.

Devemos, ainda, lembrar que a reforma trabalhista flexibilizou tal aspecto em seu artigo 611-A, I da CLT, o
qual prevê:

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, observados os incisos III
e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre:
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais.

Ou seja, por meio de negociação coletiva poderá ser estipulada jornada de trabalho do empregado, esta se
sobrepondo, inclusive, às disposições legais, desde que seja respeitado o limite constitucional
supramencionado.

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Uma característica que surge e legaliza-se com a reforma trabalhista é a jornada de trabalho variável/móvel,
como ocorre no trabalho intermitente, quando o trabalhador laborará conforme convocação, por horas,
dias, meses, tudo a depender da necessidade da empresa, e para fins remuneratórios, sempre se respeitando
o valor do salário mínimo/hora ou piso salarial, de forma proporcional (OJ nº 358 da SDI-I/TST).

Nesta toada, observe a OJ nº 358 da SDI-I/TST:

Jornada de trabalho. Salário mínimo e piso salarial proporcional à jornada reduzida.


Possibilidade. CF/88, art. 7º, IV e XIII (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno
realizada em 16.2.2016).
I - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão
constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento
do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.
II – Na Administração Pública direta, autárquica e fundacional não é válida remuneração
de empregado público inferior ao salário mínimo, ainda que cumpra jornada de trabalho
reduzida. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.

Portanto:

JORNADA DE TRABALHO HORÁRIO DE TRABALHO


Tempo à disposição do empregador, como Início e término do período que engloba jornada de
decorrência do contrato de trabalho. trabalho e intervalo intrajornada.

O artigo 4º da CLT dispõe que é considerado como tempo de serviço efetivo o período em que o empregado
esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial
expressamente consignada.

Ou seja, há a possibilidade de o empregado não estar laborando, mas, ainda assim, encontrar-se à disposição
do empregador no aguardo de ordens, real ou fictamente, como se observa no sobreaviso e prontidão:

✓ SOBREAVISO: O empregado permanece em sua residência, ou local determinado, de forma


a ter sua locomoção reduzida. Este período poderá perdurar por, no máximo 24 horas,
quando o empregado perceberá apenas 1/3 da hora normal. No entanto, quando convocado,
a sua hora de trabalho, contratualmente estabelecida, será paga normalmente.

Tal tema já foi exigido pela banca examinadora da OAB, quando esta trouxe a informação de que o
empregado se encontrava em sobreaviso simplesmente por portar telefone celular da empresa, e o deixar
ativado aos finais de semana. Logo, na condição de advogado da empresa, deveria se elaborar uma
contestação e, como tese de defesa, dever-se-ia explanar o teor da Súmula nº 428 do TST:

I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao


empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle
patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de

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plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço


durante o período de descanso.

Desta forma, entende-se que o simples uso de aparelho celular, por si só, não caracteriza o regime de
sobreaviso, sendo necessário que o empregado efetivamente esteja aguardando ordens, em local
determinado, pelo empregador.

Importante ainda ressaltar que a doutrina e a jurisprudência entendem ser aplicável o regime de sobreaviso,
por analogia, a qualquer empregado cuja atividade justifique sua adoção (por exemplo, os eletricitários —
Súmula 229 TST). O entendimento prevalecente é no sentido de que não é necessário que o empregado
permaneça em sua própria casa durante a escala de sobreaviso, bastando que permaneça em local ajustado
com o empregador para que possa ser chamado para a execução de eventuais serviços que venham a ser
necessários, restando caracterizada a restrição de locomoção do trabalhador.

No mais, durante o período de sobreaviso, ressalta-se que o empregado não faz jus a adicional de
periculosidade ou insalubridade, já que não está submetido a qualquer tipo de risco neste ínterim.

✓ PRONTIDÃO: A prontidão caracteriza-se por ser o período em que o empregado encontra-se


à disposição do empregador, mas dentro das dependências da empresa, conforme artigo 244
da CLT. Nesta situação, deverá ser remunerado na razão de 2/3 (dois terços) da hora normal,
até ser efetivamente convocado, quando a remuneração será paga nos termos contratuais,
sendo que o período máximo de prontidão é de 12 (doze) horas.

Com o advento da reforma trabalhista, alguns institutos sofreram um forte impacto, uma vez que não
mais caracterizam-se como tempo à disposição do empregador, como se observará:

✓ O período de DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E A EFETIVA OCUPAÇÃO DO POSTO DE


TRABALHO não deve mais ser computado na jornada de trabalho e, portanto, não será
considerado como tempo à disposição do empregador, independentemente do tempo que
o empregado demorar no período de deslocamento, inclusive, se superar a dez, vinte ou
trinta minutos diários.

Neste sentido, observamos o artigo 58, § 2º, da CLT:

O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do
posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte,
inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por
não ser tempo à disposição do empregador.

Assim, na análise deste dispositivo legal, observamos que o tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho, o que inclui o período portaria – posto de trabalho,
não será computado na jornada de trabalho.

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✓ HORAS IN ITINERE: Anteriormente à reforma trabalhista, o período despendido pelo


empregado entre a sua casa e o seu trabalho poderia ser computado na jornada de trabalho,
quando se referisse a um local de difícil acesso e a condução fosse fornecida pelo
empregador. Logo, quando se tivesse preenchido os requisitos legais, acima consignados, o
tempo despendido pelo empregado entre casa-trabalho, trabalho-casa, deveriam ser
computados na jornada de trabalho, ao que excedesse a 8 (oito) horas diárias e pagos como
hora extra.

Logo, com a reforma trabalhista, o instituto das horas in itinere foi extinto, não cabendo em nenhuma
hipótese o cômputo na jornada de trabalho do período entre casa-trabalho e trabalho-casa, ainda que se
refira a local de difícil acesso, sem transporte público, e o empregador forneça condução. Neste sentido,
preceitua o artigo 58, § 2º da CLT:

O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do
posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte,
inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por
não ser tempo à disposição do empregador.

Para fins de aprofundamento no tema, a justificativa para a modificação no regramento é que o


empresariado não pode ser prejudicado em virtude de carência do transporte público, cujo dever de
fornecimento é do dever público.

(FGV/VI Exame de Ordem Unificado) Determinada empresa encontra-se instalada em local de difícil
acesso, não servida por transporte público regular. Em razão disso, fornece condução para o deslocamento
dos seus empregados, da residência ao trabalho e vice-versa, mas cobra deles 50% do valor do custo do
transporte. Na hipótese, é correto afirmar que
A) O tempo de deslocamento não é considerado tempo à disposição do empregador, não havendo que se
falar em horas in itinere.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

B) O tempo de deslocamento não será considerado hora in itinere porque é custeado pelo empregado, ainda
que parcialmente.
C) O empregado tem direito ao recebimento do vale-transporte.
D) Metade do tempo de deslocamento será considerada hora in itinere porque é a proporção da gratuidade
do transporte oferecido.
Comentários
Com o advento da reforma trabalhista, foi suprimido totalmente o que se denomina de horas in itinere.
Na legislação em vigor, o tempo de deslocamento dispendido pelo empregado no percurso casa-trabalho,
trabalho-casa, em nenhuma hipótese, será computado na jornada de trabalho e nem remunerado,
independentemente das condições de acesso ou transporte do local.
Gabarito: “A”
(FGV/XVI Exame de Ordem Unificado - Adaptada) Paulo é operador de máquinas de uma montadora de
automóveis. Seu horário de trabalho é das 7:00 às 16:00, dispondo de uma hora de intervalo. O aparelho
para registro do ponto eletrônico fica situado ao lado da máquina operada por Paulo e os controles são
marcados no início e no fim da efetiva jornada de trabalho. Paulo diariamente chega ao trabalho às 6:15,
horário em que sai da condução que o deixa na porta da empresa. Porém, tem que caminhar por cerca de
trinta minutos até o local de início efetivo do trabalho. Insatisfeito, Paulo decidiu mover uma reclamação
trabalhista em face de seu empregador. Considerando o caso acima, assinale a afirmativa correta.
A) Paulo não tem direito às horas extras, pois o tempo despendido pelo empregado até a efetiva ocupação
do posto de trabalho e para o seu retorno não é computado na jornada de trabalho.
B) Tendo havido extrapolação de 5 (cinco) minutos no tempo de deslocamento entre o portão e o local de
trabalho, Paulo faz jus a 10 (dez) minutos extras no início e no fim da jornada.
C) Paulo tem direito às horas extras (minutos) no início e no fim da jornada, dada a distância entre o portão
da empresa e o local de trabalho, que supera 10 (dez) minutos de deslocamento.
D) Paulo tem direito às horas extras registradas em seu cartão de ponto.
Comentários
Nos termos do artigo 58, § 2º da CLT, não será computado na jornada de trabalho o tempo dispendido pelo
empregado entre a portaria até o efetivo posto de trabalho, independentemente do tempo que o
empregado se valha neste percurso.
Gabarito: “A” z

1 – Controle de Jornada
Inicialmente, observamos que ao empregador, dentro do seu poder de controle, caberá fiscalizar a jornada
de trabalho de seus empregados, inclusive por meio de anotação de entrada e saída por registro manual
(livro de ponto), mecânico (relógio de ponto) ou eletrônico (cartões magnéticos ou controle biométrico).

A lei exige, ainda, que seja dada publicidade do horário de trabalho aos empregados, prevendo a necessidade
de fixação de quadro de horário em “lugar bem visível”.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Quanto ao dever de fiscalização, ao empregador caberá ter controle de ponto, com anotação de entrada e
saída, de forma obrigatória apenas quando a empresa contiver mais de 20 (vinte) empregados em seu
estabelecimento, conforme dispõe o artigo 74, § 2º da CLT.

Desta forma, tendo o empregador o dever de controlar o horário de entrada e saída e demonstrar as
anotações de ponto realizadas, quando tiver mais de 20 (vinte) empregados em seu estabelecimento, a sua
recusa em apresentá-los, quando em audiência trabalhista diante de uma Reclamação Trabalhista proposta
pelo empregado, terá por consequência a presunção de veracidade das informações apresentadas pelo
empregado.

Nesse sentido, em exceção a tal regra, devemos ressaltar que o empregador doméstico deverá ter meios de
controle de horário de entrada e saída do empregado doméstico, sendo tal exigência legal
independentemente do número de empregados, conforme artigo 12 da LC nº 150/2015:

É obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por qualquer meio


manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo.

Logo, o empregador doméstico pode ter um único empregado, ou ainda, vinte empregados, por exemplo,
mas o controle de jornada sempre se revelará obrigatório, nos termos acima consignados.

A Lei nº 13.874/2019 trouxe ao Direito do Trabalho a regulamentação do ponto por exceção, o qual poderá
ser estipulado mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Nesta
modalidade, o empregado realiza anotações apenas das exceções a regular jornada de trabalho, assim
entendidas, faltas, atrasos e trabalho extraordinário.

Ademais, a doutrina e a jurisprudência, ainda, conceituam o fraudulento “cartão de ponto britânico”, como
sendo aquele com horário de entrada e saída uniformes, os quais não possuirão qualquer finalidade
probatória na Justiça do Trabalho, logo, sendo tidos como inválidos.

Para fins de ilustração, um cartão de ponto britânico se apresentaria da seguinte forma:

Dia Entrada Início - Intervalo Fim - Intervalo Saída


Segunda-feira 09:00 12:00 13:00 18:00
Terça-feira 09:00 12:00 13:00 18:00
Quarta-feira 09:00 12:00 13:00 18:00
Quinta-feira 09:00 12:00 13:00 18:00
Sexta-feira 09:00 12:00 13:00 18:00
Sábado 09:00 12:00 13:00 13:00
Domingo Descanso Descanso Descanso Descanso

Ou seja, o empregado tem horários sempre idênticos, sem qualquer tipo de variação, de forma claramente
inverossímil. A entrada do empregado deveria se apresentar com pequenas variações para ser tida como
válida, como por exemplo:

✓ Entrada: 09h02min
✓ Saída: 18h05min

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Nessa situação retratada, a apresentação pelo empregado do cartão de ponto em audiência, na modalidade
britânica, ensejará a inversão do ônus da prova, cabendo ao empregador demonstrar que os horários
apontados pelo empregado em inicial trabalhista não são verídicos.

Nesse sentido, tome nota do artigo 74, § 2º, CLT:

Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação


da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme
instruções expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso.

A forma como o registro de jornada será realizado poderá ser estipulado por meio de negociação coletiva,
sobrepondo-se, inclusive, às disposições legais, conforme artigo 611-A, X, da CLT:

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, observados os incisos III
e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre:
X - modalidade de registro de jornada de trabalho.

Por fim, devemos nos ater que o registro de ponto poderá ter uma variação de 10 (dez) minutos diários, não
excedente a 5 (cinco) minutos na entrada e na saída sem que sejam computados como período extra de
trabalho, nos termos do artigo 58, § 1º, da CLT:

Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de


horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo
de dez minutos diários.

A norma acima consignada não poderá ser ampliada quanto à variação do registro de ponto, ainda que
mediante acordo ou convenção coletiva, e caso o seja, será inválido e gerará direito ao pagamento de hora
extra no que ultrapassar os dez minutos diários, conforme Súmula nº 449 do TST:

A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da


CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o
limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração
das horas extras.

Assim, caso a variação do ponto ultrapasse dez minutos diários, em regra, o período será pago como
extraordinário. Contudo, os dispositivos acrescidos a CLT, em razão da reforma trabalhista, trouxeram
hipóteses em que os 5 (cinco) minutos diários podem ser ultrapassados, sem que se caracterize como tempo
à disposição do empregador, conforme artigo 4º, § 2º, da CLT:

Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à


disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial
expressamente consignada.
(...)

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

§ 2o Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como
período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de
cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por
escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más
condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa
para exercer atividades particulares, entre outras:
I - práticas religiosas;
II - descanso;
III - lazer;
IV - estudo;
V - alimentação;
VI - atividades de relacionamento social;
VII - higiene pessoal;
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca
na empresa.

Assim, não se considera como tempo à disposição do empregador quando o obreiro valer-se do tempo
excedente a 5 (cinco) minutos diários para objetivar:

▪ PROTEÇÃO PESSOAL - Quando o empregado utilizar-se do tempo na empresa, ao final do


expediente, para buscar proteção pessoal, em razão de insegurança nas vias públicas ou más
condições climáticas, e este tempo ultrapassar o limite de tolerância, não será considerado
como tempo à disposição do empregador.

A título de exemplificação para fins de provas e exames, podemos verificar as seguintes situações:

✓ Alagamento na cidade, em que o empregado priorize por ficar na empresa até


a normalização da situação;
✓ Greve de metrô e ônibus que desperte grande insegurança das vias públicas.

Cabe destacar, entretanto, que em qualquer das hipóteses mencionadas, bem como em outros casos
igualmente cabíveis, deve-se sempre aplicar o Princípio da Primazia da Realidade para verificar se, de fato,
o empregado ficou prestando serviço ou se estava em busca tão somente de proteção pessoal. Caso seja
verificado que o empregado estava realizando atividades em prol do empregador, este período será
considerado como hora extraordinária e assim deverá ser remunerado.

▪ REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES PARTICULARES - Por fim, quando o trabalhador adentrar na


empresa ou lá permanecer para o exercício de atividades particulares, este período não deve
ser considerado como tempo à disposição do empregador. Com intuito de exemplificar
algumas atividades de cunho particular, o legislador apresenta um rol exemplificativo, neste
sentido:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

I – Práticas Religiosas;

II - Descanso;

III - Lazer;

IV - Estudo;

V - Alimentação;

VI - Atividades de relacionamento social;

VII - Higiene pessoal;

VIII - Troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca
na empresa.

Assim, quando qualquer dessas atividades, dentre outras hipóteses, forem praticadas pelo empregado nas
dependências da empresa, não serão tidas como tempo à disposição do empregador.

(FGV/XXIV Exame de Ordem Unificado) Um empresário explora o ramo de farmácias e drogarias,


possuindo 18 filiais divididas por dois estados da Federação. Cada filial tem 5 empregados, todos com CTPS
assinada. O empresário, desejando saber se precisa manter controle escrito dos horários de entrada e
saída dos empregados, procura você para, como advogado, orientá-lo. Diante da situação retratada e com
base na CLT, assinale a afirmativa correta.
A) O controle de ponto deverá ser mantido, porque a empresa possui mais de 10 empregados.
B) A análise deverá ser feita por cada estado da Federação, sendo obrigatório o ponto se houver mais de 10
empregados no espaço geográfico do estado.
C) O empresário não precisará manter controle escrito, porque tem menos de 20 empregados por
estabelecimento.
D) A Lei é omissa a respeito, daí porque, a título de cautela, é recomendável que seja marcado o controle,
podendo haver a pré-assinalação da pausa alimentar.
Comentários
A quantidade de empregados deverá ser computada por estabelecimento, de forma individualizada, sendo
que os estabelecimentos com menos de 20 (vinte) empregados ficam dispensadas do controle de ponto,
conforme disposição do artigo 74, § 2º da CLT.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Gabarito: “C”

(FGV/IX Exame de Ordem Unificado - Adaptada) Sobre o controle da jornada de trabalho do empregado,
assinale afirmativa incorreta.
A) O acréscimo de salário poderá ser dispensado se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho,
o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira
que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem
seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
B) As variações de horário no registro de ponto, não excedentes de 5 minutos, não serão descontadas nem
computadas como jornada extraordinária, observado o limite de 10 minutos diários.
C) Os empregados sob o regime de tempo parcial não podem prestar horas extras.
D) O acordo escrito entre empregado e empregador permite que não sejam pagas as horas extraordinárias
prestadas no curso da semana feitas para compensar a ausência de labor aos sábados.
Comentários
De acordo com o artigo 58-A, ''caput'' da CLT, os empregados em tempo parcial, cuja duração da jornada
não exceda 26 (vinte e seis) horas semanais, poderão ter acréscimo de até 6 horas suplementares semanais.
Gabarito: “C”

(FGV/XIX Exame de Ordem Unificado) Pedro é empregado rural na Fazenda Granja Nova. Sua jornada é de
segunda a sexta-feira, das 21 às 5h, com intervalo de uma hora para refeição. Considerando o caso
retratado, assinale a afirmativa correta.
A) A hora noturna de Pedro será computada como tendo 60 minutos.
B) A hora noturna rural é reduzida, sendo de 52 minutos e 30 segundos.
C) A hora noturna de Pedro será acrescida de 20%.
D) Não há previsão de redução de hora noturna nem de adicional noturno para o rural.
Comentários
A única alternativa correta é a letra “A”, pois a hora noturna do empregado rural será remunerada com
adicional de 25% e não há redução da jornada (hora ficta).
Gabarito: “A”

(FGV/XXVII Exame de Ordem Unificado) Renato trabalha na empresa Ramos Santos Ltda. exercendo a
função de técnico de manutenção. De segunda a sexta-feira, ele trabalha das 8h às 17h, com uma hora de
almoço, e, aos sábados, das 8h às 12h, sem intervalo.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Ocorre que, por reivindicação de alguns funcionários, a empresa instituiu um culto ecumênico toda sexta-
feira, ao final do expediente, cujo comparecimento é facultativo. O culto ocorre das 17h às 18h, e Renato
passou a frequentá-lo.
Diante dessa situação, na hipótese de você ser procurado como advogado(a) em consulta formulada por
Renato sobre jornada extraordinária, considerando o enunciado e a legislação trabalhista em vigor, assinale
a afirmativa correta.
A) Renato não faz jus a qualquer valor de horas extras.
B) Renato tem direito a uma hora extra semanal, pois o culto foi instituído pela empregadora.
C) Renato tem direito a uma hora extra diária, de segunda a sexta-feira, em razão do horário de trabalho das
8h às 17h.
D) Renato tem direito a nove horas extras semanais, sendo cinco de segunda a sexta-feira e mais as 4 aos
sábados.
Comentários
Conforme Art. 4º, § 2º, da CLT, não se considera tempo à disposição do empregador, e não será computado
como período extraordinário o que exceder a jornada normal, o empregado, por escolha
própria, permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre
outras: práticas religiosas.
Gabarito: “A”

(FGV/XXVIII Exame de Ordem Unificado) Você, como advogado(a), foi procurado por Pedro para ajuizar
ação trabalhista em face da ex-empregadora deste.
Pedro lhe disse que após encerrar o expediente e registrar o efetivo horário de saída do trabalho, ficava na
empresa em razão de eventuais tiroteios que ocorriam na região. Nos meses de verão, ocasionalmente,
permanecia na empresa para esperar o escoamento da água decorrente das fortes chuvas. Diariamente,
após o expediente, havia culto ecumênico de participação voluntária e, dada sua atividade em setor de
contaminação radioativa, era obrigado a trocar de uniforme na empresa, o que levava cerca de 20 minutos.
Considerando o labor de Pedro, de 10/12/2017 a 20/09/2018, e a atual legislação em vigor, assinale a
afirmativa correta.
A) Apenas o período de troca de uniforme deve ser requerido como horário extraordinário.
B) Todo o tempo que Pedro ficava na empresa gera hora extraordinária, devendo ser pleiteado como tal em
sede de ação trabalhista.
C) Nenhuma das hipóteses gera labor extraordinário.
D) Como apenas a questão religiosa era voluntária, somente essa não gera horário extraordinário.
Comentários
Conforme Art. 4º, § 2º, da CLT, não se considera tempo à disposição do empregador, e não será computado
como período extraordinário o que exceder a jornada normal, o empregado, por escolha
própria, permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: troca
de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Gabarito: “A”

(FGV/XXII Exame de Ordem Unificado) Suely trabalha na casa de Rogério como cuidadora de seu pai,
pessoa de idade avançada e enferma, comparecendo de segunda a sexta-feira, das 8:00 s 17:00 h, com
intervalo de uma hora para refeição.
De acordo com o caso narrado e a legislação de regência, assinale a afirmativa correta.
A) O controle escrito não é necessário, porque menos de 10 empregados trabalham na residência de Rogério.
B) A lei de regência prevê que as partes podem acertar, por escrito, a isenção de marcação da jornada
normal, assinalando apenas a eventual hora extra.
C) A Lei é omissa a respeito, da por que a existência de controle deve ser acertado entre as partes envolvidas
no momento da contratação.
D) Rogério deve, por fora de Lei, manter controle escrito dos horários de entrada e saída da empregada
doméstica.
Comentários
Conforme art. 12, da LC 150/2015, é obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico
por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo.
Gabarito: “D”

2 – Ausência de Controle de Jornada


O artigo 62 da CLT indica três tipos de empregados em relação aos quais não é possível o empregador exercer
efetivos controle e fiscalização sobre a jornada realizada, razão pela qual não fazem jus à percepção de horas
extras:

Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:


I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário
de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social
e no registro de empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se
equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou
filial.
III - os empregados em regime de teletrabalho.
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados
mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança,
compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo
salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).

Assim, não estão submetidos ao controle de jornada:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

1. Empregados que exercem atividade externa (não incluso nesta categoria os empregados em
regime de teletrabalho), incompatíveis com a fixação de horário de trabalho, devendo tal
condição ser anotada na sua CTPS e no registro de empregados. Em relação à ausência de
controle ou de fiscalização da jornada de trabalho, o legislador estabelece uma presunção
relativa que pode ser elidida por prova em sentido contrário produzida pelo empregado, ou
seja, provando o empregado que ocorria controle ou fiscalização de qualquer tipo em relação
ao seu horário de trabalho, a exclusão não será aplicável, sendo devidas as horas extras
eventualmente prestadas;
2. Gerentes com poderes de gestão e que percebem gratificação mínima de 40% (quarenta)
sobre o salário efetivo. Lembrando que, quando se referir a gerente bancário, a gratificação
deve ser, no mínimo, 1/3 (um terço) sobre o salário efetivo. Destaca-se, ainda, que a
convenção e o acordo coletivo de trabalho podem identificar os cargos que se enquadram
como função de confiança, conforme dispõe o artigo 611-A, V da CLT, caso em que gera uma
presunção de exercício de funções que afasta o direito a horas extras (a presunção, porém, é
relativa, admitindo prova em sentido contrário, sendo do empregador o ônus);
3. Aqueles que laboram em regime de teletrabalho, este equivalente à prestação de serviços
preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias
de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho
externo. Importante salientar que o comparecimento do empregado às dependências do
empregador para a realização de atividades específicas que exijam sua presença no
estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho, de acordo com a disposição do
artigo 75-B, parágrafo único da CLT.

3 – Trabalho Noturno
A jornada do empregado pode se iniciar, bem como se encerrar, no período diurno ou noturno, de forma
que a CLT os diferencia conforme o horário e, inclusive, traz ao obreiro o direito de ganhar adicional salarial
por laborar em período tido como noturno, já que o trabalho em horário noturno é mais desgastante para o
trabalhador, trazendo-lhe inegáveis prejuízos à saúde, além de dificultar-lhe o convívio familiar e social. Por
essa razão, nos termos do artigo 7º, IX da CF, a remuneração do trabalho noturno será superior à do trabalho
diurno:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo
de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30
segundos.
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22
horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não
mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em
vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relação às
empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumento será
calculado sobre o salário mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando
exceder desse limite, já acrescido da percentagem.
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos,
aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus
parágrafos.
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

O período considerado noturno depende se o empregado é tido como urbano ou rural, conforme tabela
abaixo:

Urbano Rural Lavoura Rural Pecuário


Horário 22 às 5 horas 21 às 5 horas 20 às 4 horas
52 minutos e 30
Hora Ficta 60 minutos 60 minutos
segundos
Adicional 20% 25% 25%

Neste sentido, observe alguns aspectos:

✓ O adicional noturno do trabalhador rural é maior do que o trabalhador urbano;


✓ A hora noturna do trabalhador urbano é tido como ficta ou reduzida, o que implica dizer que
uma hora no período noturno não equivale a 60 minutos, e sim 52 minutos e 30 segundos,
conforme disposição do artigo 73, § 1º da CLT e OJ SDI-1 127 do TST. Em contrapartida, este
benefício não se estende aos empregados rurais;
✓ O adicional noturno possui natureza salarial e integra a remuneração do empregado para
todos os efeitos, gerando reflexo no 13º (décimo terceiro), férias, FGTS, descanso semanal
remunerado (Súmula 60, I do TST) e aviso prévio;
✓ A alteração de turno do empregado de diurno para o noturno considera-se majoritariamente
como ilícita, uma vez que é prejudicial à saúde do empregado, já o inverso, noturno para
diurno, é tida como válida e implicará a perda do respectivo adicional, conforme dispõe a
Súmula 265 do TST;

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

✓ O adicional noturno é conhecido como salário-condição, e nesta situação só deverá ser pago
quando o empregado laborar no período noturno, ou seja, ainda que labore por dez anos no
período noturno, a sua transferência para o período diurno não implica a manutenção do
adicional;
✓ A jornada pode ainda ser cumprida em horários mistos, ou seja, parte no período noturno e
outra parte no período diurno, quando o empregado receberá adicional noturno apenas pelo
período eminentemente noturno;
✓ A jornada iniciada no período noturno e prorrogada para o período diurno, posteriormente
às 05h00min, implicará continuação ao pagamento do adicional noturno, bem como ao
direito à hora noturna reduzida, conforme Súmula 60, II do TST, o que não se aplica na
jornada 12x36, conforme artigo 59-A, § 1º da CLT, visto que a remuneração mensal pactuada
nesse tipo de jornada engloba todos os pagamentos devidos referentes ao descanso semanal
remunerado e ao descanso em feriados, considerados, portanto, como compensados em
caso de trabalho noturno (se houver).

Assim, tome nota do disposto na Súmula nº 60 do TST:

ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO


(incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 6 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e
25.04.2005
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos
os efeitos. (ex-Súmula nº 60 - RA 105/1974, DJ 24.10.1974)
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é
também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-OJ
nº 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996).

Para melhor visualização acerca do tema, importante observar a tabela que se segue:

TRABALHADOR CARACTERÍSTICAS – LABOR NOTURNO


Empregado Urbano Noturno = 22h às 5h

Hora Noturna Reduzida = 52'30''

Adicional Noturno = 20% sobre a hora diurna


Empregado Rural Agricultura = das 21h às 5h

Pecuária = das 20h às 4h

- Não há hora noturna reduzida


- Adicional Noturno = 25% sobre a hora diurna

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Portuários Noturno = 19 às 7h

Não há hora noturna reduzida

Adicional Noturno = 20% sobre a hora diurna


Advogados Empregados Noturno = 20h às 5h

Não há hora noturna reduzida

Adicional Noturno = 25% sobre a hora diurna


Menor de 18 anos Proibido

(FGV/III Exame de Ordem Unificado) Paulo possuía uma casa de campo, situada em região rural da cidade
de Muzambinho – MG, onde costumava passar todos os finais de semana e as férias com a sua família.
Contratou Francisco para cuidar de algumas cabeças de gado destinadas à venda de carne e de leite ao
mercado local. Francisco trabalhava com pessoalidade e subordinação, de segunda a sábado, das 11h às
21h, recebendo um salário mínimo mensal. Dispensado sem justa causa, ajuizou reclamação trabalhista
em face de Paulo, postulando o pagamento de horas extraordinárias, de adicional noturno e dos
respectivos reflexos nas verbas decorrentes da execução e da ruptura do contrato de trabalho. Aduziu,
ainda, que não era observada pelo empregador a redução da hora noturna.
Diante dessa situação hipotética e considerando que as verbas postuladas não foram efetivamente pagas
pelo empregador, assinale a alternativa correta.
A) Francisco tem direito ao pagamento de horas extraordinárias e de adicional noturno, não lhe assistindo o
direito à redução da hora noturna.
B) Francisco tem direito ao pagamento de horas extraordinárias, mas não lhe assiste o direito ao pagamento
de adicional noturno, já que não houve prestação de serviços entre as 22h de um dia e as 5h do dia seguinte.
C) Francisco não tem direito ao pagamento de horas extraordinárias e de adicional noturno, por se tratar de
empregado doméstico.
D) A redução da hora noturna deveria ter sido observada pelo empregador.
Comentários
Os empregados urbanos e rurais possuem direito ao adicional noturno, mas a redução da hora noturna (hora
ficta) está prevista somente para o empregado urbano, nos termos do artigo 73, § 1º da CLT.
Gabarito: “A”

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Reta Final

(FGV/IX Exame de Ordem Unificado) Acerca do trabalho noturno, assinale a afirmativa incorreta.
A) O adicional noturno constitui base de cálculo das horas extras prestadas dentro do módulo noturno.
B) O adicional de periculosidade, pago pela exposição do trabalhador em período integral a condições
perigosas, não é considerado base de cálculo do adicional noturno.
C) A remuneração do trabalho noturno implica pagamento de adicional legal de, no mínimo, 20% sobre o
valor da hora do trabalho diurno.
D) No caso de a jornada trabalhada na integralidade do período noturno ultrapassar o horário assim
considerado pela lei, é devida a remuneração do adicional pelas horas que ultrapassarem o módulo noturno.
Comentários
A afirmativa "b" está incorreta, pois contraria o entendimento unificado na OJ 259 da SDI-1 do TST, que
assim dispõe:
“O adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo do adicional noturno, já que também neste
horário o trabalhador permanece sob as condições de risco.”
Gabarito: “B”

(FGV/XX Exame de Ordem Unificado) Lívia trabalha em uma empresa de jornalismo, cumprindo jornada
de 23h00min às 5h00min, recebendo regularmente o adicional noturno. Após 12 meses nessa jornada, o
empregador resolveu transferi-la para o horário de 10h00min às 16h00min. Diante do caso e do
entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.
A) Lívia tem direito adquirido ao adicional noturno porque nele permaneceu 12 meses, de modo que o seu
pagamento não pode ser suprimido.
B) A supressão do adicional noturno exigiria, no caso, o pagamento de uma indenização de 1 mês de adicional
noturno.
C) O adicional noturno poderá ser suprimido porque Lívia não mais se ativa em horário noturno.
D) O adicional noturno deva ser pago pela metade, segundo determinação do TST.
Comentários
É licita a supressão do adicional noturno quando o empregado for transferido para o período diurno, por
tratar-se de salário-condição, conforme o disposto na Súmula 265 do TST.
Gabarito: “C”

(FGV/XIX Exame de Ordem Unificado) Pedro é empregado rural na Fazenda Granja Nova. Sua jornada é de
segunda a sexta-feira, das 21 às 5h, com intervalo de uma hora para refeição. Considerando o caso
retratado, assinale a afirmativa correta.
A) A hora noturna de Pedro será computada como tendo 60 minutos.
B) A hora noturna rural é reduzida, sendo de 52 minutos e 30 segundos.

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Reta Final

C) A hora noturna de Pedro será acrescida de 20%.


D) Não há previsão de redução de hora noturna nem de adicional noturno para o rural.
Comentários
A única alternativa correta é a letra “A”, pois a hora noturna do empregado rural será remunerada com
adicional de 25% e não há redução da jornada (hora ficta).
Gabarito: “A”

(FGV/XI Exame de Ordem Unificado) Marco Aurélio é advogado empregado em um escritório de


advocacia, com CTPS assinada, tendo acertado na contratação a dedicação exclusiva. Num determinado
mês, Marco cumpriu jornada de 2ª a 6ª feira das 12:00 às 21:00 h com intervalo de uma hora para refeição.
Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) Não haverá pagamento de adicional noturno porque a jornada não ultrapassou as 22:00 h.
B) Marco tem direito ao adicional noturno de 25% sobre a jornada compreendida entre 20:00 e 21:00 h
C) Marco tem direito a horas extra, sendo assim reputadas as que ultrapassam a 4ª hora diária, com
acréscimo de 50%.
D) Marco tem direito ao adicional noturno de 20% sobre a jornada compreendida entre 20:00 e 21:00 h.
Comentários
O Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94) fixa, em seu artigo 20, § 3º, a jornada noturna do advogado,
assim sendo das 20h às 5h, e assegura o adicional noturno de 25%, sem previsão quanto à redução da
jornada (hora ficta).
Gabarito: “B”

Jornadas Especiais de Trabalho

REGIME POR TEMPO PARCIAL – Art. 58-A da CLT.

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou,
ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade
de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional
à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo
integral.
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante
opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de
negociação coletiva.
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

§ 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido


em número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este
quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3o,
estando também limitadas a seis horas suplementares semanais.
§ 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas
diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita
a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam
compensadas.
§ 6º É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço
do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário.
§ 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta
Consolidação.

O trabalho em regime por tempo parcial tem por objetivo aumentar os postos de trabalho, tendo em vista
que a redução da jornada permitirá ao empregado laborar para diferentes tomadores.

Nesta toada, a reforma trabalhista alterou a carga horária deste tipo de trabalho, de forma a limitá-la a 30
(trinta) horas semanais, sendo que o empregador, nesta hipótese, não poderá exigir a prestação de serviço
extraordinário pelo empregado.

Entretanto, na hipótese da jornada de trabalho limitada em até 26 (vinte e seis) horas semanais, torna-se
possível requerer a prestação de horas suplementares, limitadas em até 6 (seis) horas semanais, com
adicional de, no mínimo, 50% sobre o salário-hora normal, conforme disposição do artigo 58-A, § 3o da CLT.

Desta forma, o trabalho a tempo parcial conceitua-se como aquele que não excede:

Até 30 horas semanais Até 26 horas semanais


Sem a possibilidade de horas suplementares Há a possibilidade de acréscimo de até 6 horas
semanais. suplementares semanais, pagas com acréscimo de,
no mínimo 50% sobre o salário-hora normal.

Nesse sentido, caso queiram, as partes poderão estipular que as horas suplementares da jornada de trabalho
normal serão compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução.

Ademais, a referida modalidade de jornada de trabalho poderá ser aderida pelos atuais empregados da
empresa, desde que firmada tal escolha mediante negociação coletiva, uma vez que poderá importar em
redução salarial pela nova jornada imposta, como se observa no § 2o do artigo 58-A da CLT:

(...)
Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante
opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de
negociação coletiva.

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Reta Final

No que tange à remuneração, estes empregados serão remunerados de forma proporcional às horas
trabalhadas, sendo a hora equivalente aos empregados que laboram nas mesmas funções, em regime
integral, nos termos do artigo 58-A, § 1º da CLT:

(...)
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional
à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo
integral.

Nesta modalidade de jornada, o empregado usufruirá de 30 (trinta) dias de férias, independente da jornada
a qual esteja subordinado, podendo, excepcionalmente, a duração ser reduzida dependendo do número de
faltas injustificadas que o empregado tiver durante o período aquisitivo, nos exatos termos do artigo 130 da
CLT, conforme previsto no artigo 58-A, § 7º da CLT.

Assim sendo:

Faltas injustificadas Nº de dias de férias


Até 5 faltas 30
De 6 a 14 faltas 24
De 15 a 23 faltas 18
De 24 a 32 faltas 12

Ainda poderá converter 1/3 de suas férias a que tiver direito em abono pecuniário (abono de férias), caso
queira e solicite ao empregador, dentro do prazo de 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.

Assim, as férias não são mais concedidas de forma proporcional à carga horária laborada pelo empregado,
conforme artigo 58-A, §6º e 7º da CLT:

(...)
§ 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço
do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário.
§ 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta
Consolidação.

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO

O trabalho em atividades empresariais ininterruptas organiza-se por meio de turnos, que nada mais são do
que grupos de trabalhadores que se sucedem no desempenho de suas atividades de tal sorte que a atividade
empresarial não seja interrompida.

Ou seja, tratam-se de empresas que funcionam, em tese, sem interrupção (24 horas seguidas), e alternam
os turnos dos empregados de forma intensa, no período da manhã, à tarde e à noite.

Os turnos podem organizar-se de duas formas distintas: os turnos ininterruptos fixos, que são aqueles em
que o empregado sempre trabalha no mesmo turno, tendo seu horário de entrada e saída definido, sem

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Reta Final

sofrer modificação; e os turnos ininterruptos de revezamento, nos quais há constante modificação dos
horários de trabalho dos empregados, com alternância fixada por escalas de revezamento.

Em razão do prejuízo à saúde do trabalhador que decorre da alternância constante de horário de trabalho,
o artigo 7º, XIV da CF estabelece que a jornada dos turnos ininterruptos de revezamento será de 6 (seis)
horas diárias. Ademais, quando essas horas coincidirem com o período noturno, o empregado fará jus ao
adicional noturno de 20% (vinte por cento), além da hora noturna ficta, de 52 minutos e 30 segundos.

Observe os seguintes preceitos legais:

Súmula nº 360 do TST - “A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação,


dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de
revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.”
OJ 395, SDI-I/TST - O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não
retira o direito à hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as
disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da Constituição Federal.

Ainda se ressalta que, neste regime, o empregador poderá estabelecer uma jornada de 8 (oito) horas diárias
por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, sendo que a ausência da negociação coletiva gerará
o pagamento de horas suplementares, conforme entendimento sedimentado na OJ nº 275 da SDI-I/TST:

Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o empregado horista submetido


a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao pagamento das horas extraordinárias
laboradas além da 6ª, bem como ao respectivo adicional.

A norma coletiva a qual dispor acerca de jornada de 8 (oito) horas neste regime terá efeito ex nunc, ou seja,
não terá a retroatividade dos seus efeitos, de forma que caso o empregado tenha laborado 8 (oito) horas
diárias antes de firmada a pactuação, o período excedente a 6 (seis) horas deverá ser pago como hora
extraordinária. Veja os preceitos contidos na OJ nº 420 da SDI-I/TST:

É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações pretéritas, estabelece


jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento.

No mais, nesta situação, o empregado não poderá laborar mais de 8 (oito) horas diárias, nem mesmo na
hipótese de compensação.

A Súmula nº 423 do TST também prevê que:

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular
negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento
não têm direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

JORNADA 12X36

A jornada 12x36 refere-se a um regime de compensação no qual o empregado labora 12 horas consecutivas,
e descansa prolongadamente por 36 horas, este incluído já o descanso semanal remunerado.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Neste sentido,

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes,


mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,
estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas
de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

A admissão deste tipo de jornada, em regra, fica condicionada à previsão legal para a respectiva categoria,
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

Caso a jornada do trabalhador em suas 12 (doze) horas coincida com o descanso semanal remunerado ou
feriados, estes serão tidos como compensados em sua remuneração mensal, não havendo que se pleitear
pagamento em dobro pelo labor realizado em tais dias, conforme parágrafo único do artigo 59-A da CLT:

Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste
artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo
descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações
de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta
Consolidação.

No mais, cabe salientar alguns aspectos por meio da leitura do supramencionado dispositivo: o empregado
que laborar nesse regime compensatório de 12x36 também não fará jus ao adicional noturno e, tampouco,
à hora ficta/reduzida de 52 minutos e 30 segundos caso venha a laborar de forma prorrogada ao labor
noturno, ou seja, após as 05:00 horas.

Já no que tange ao intervalo intrajornada destinado à refeição e descanso, mais uma alteração foi
impactante, considerando que nesta modalidade de jornada o referido intervalo poderá ser concedido como
regra, ou ainda, indenizado, situação em que o descanso intrajornada não será usufruído pela parte e tão
somente indenizado pelo período que lhe foi suprimido.

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Reta Final

Tal aspecto poderia soar como uma ilegalidade, mas assim não deverá ser interpretado, visto que a reforma
trabalhista alterou o fundamento legal que trazia como premissa básica o intervalo intrajornada como norma
de segurança, saúde e segurança do obreiro. A atual redação do dispositivo traz, expressamente, que o
intervalo não se trata de uma norma de saúde, higiene e segurança do trabalho, logo, passível de
flexibilização mediante negociação coletiva.

Por fim, importante ressaltar que a indenização pelo intervalo caracterizar-se-á como uma verba de natureza
indenizatória e não salarial, logo, não gerando reflexos em outras verbas, conforme novos preceitos
trabalhistas.

A LC nº 150/2015, Lei das Domésticas, já trazia a autorização legal deste tipo de regime de compensação de
jornada aos empregados domésticos, sendo necessária para sua validade pelo menos a existência de um
acordo individual, com a possibilidade, ainda, de se respeitar o intervalo intrajornada, descanso ou refeição,
ou de indenizá-lo, conforme artigo 10 da LC:

É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horário de trabalho
de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de descanso,
observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

A jornada de trabalho 12x36 pode ser realizada em ambiente insalubre, sem que haja autorização/licença
prévia para essa compensação, nos termos do artigo 60 da CLT:

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros


mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham
a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer
prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão
aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer
diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e
municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de
trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.

Em paralelo, devemos observar o disposto no artigo 611-A, XIII da CLT:

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a
lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades
competentes do Ministério do Trabalho;

Ou seja, dentre as hipóteses em que o negociado se sobrepõe ao legislado encontra-se a prorrogação de


jornada em ambiente insalubre, hipótese em que, havendo previsão em Acordo Coletivo de Trabalho ou
Convenção Coletiva de Trabalho, dispensar-se-á a licença prévia da autoridade competente, como já ocorre
na jornada 12x36.

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Reta Final

(FGV/XX Exame de Ordem Unificado) Leônidas trabalha 44 horas semanais como churrasqueiro em um
restaurante e recebe salário de R$ 1.400,00 mensais. Considerando o aumento da clientela, o restaurante
contratou Vinícius, também como churrasqueiro, a tempo parcial, para que ele cumpra jornada de 22
horas semanais e receba R$ 700,00 por mês.
Diante da hipótese retratada e de acordo com a CLT e o entendimento do TST, assinale a afirmativa correta.
A) O salário pago a Vinicius é ilegal porque inferior ao salário mínimo nacional, cabendo então reivindicar a
diferença correspondente.
B) O salário é de livre estipulação em cada contrato, daí porque não cabe ao Judiciário interferir nos valores
fixados livremente pelas partes.
C) A situação retrata discriminação salarial, pois não pode haver divergência salarial entre empregados que
exercem a mesma função.
D) É possível a estipulação do salário de Vinicius nessa base, pois ele guarda relação com o de Leônidas, que
cumpre a jornada constitucional.
Comentários
Na situação retratada (salários e jornadas), ambos os trabalhadores mantêm o salário-hora, logo, não há
qualquer irregularidade quanto ao tempo laborado e o salário pago.
Gabarito: “C”

(FGV/XX Exame de Ordem Unificado) Denise é empregada doméstica e labora em sistema de escala de 12
horas seguidas por 36 horas ininterruptas de descanso na residência da sua empregadora.
Em relação ao caso concreto, e de acordo com a Lei de Regência, assinale a afirmativa correta.
A) O sistema de 12x36 horas para o doméstico depende da assinatura de acordo coletivo ou da convenção
coletiva de trabalho.
B) É vedada a adoção do sistema 12x36 horas para os empregados domésticos, daí porque inválido o horário
adotado.
C) A Lei de regência é omissa a respeito, daí porque, em razão da proteção, não se admite o sistema de escala
para o doméstico.
D) É possível a fixação do sistema de escala de 12x36 horas para o doméstico, desde que feito por acordo
escrito individual.
Comentários

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Reta Final

Nos termos do art. 10, da LC n. 150/2015, observa-se que:


"Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horário de trabalho de 12
(doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os
intervalos para repouso e alimentação.
§1º A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos
devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados
os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art.
73 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943,
e o art. 9o da Lei no 605, de 5 de janeiro de 1949."
Gabarito: “C”

Trabalho Extraordinário e Compensação de Jornada

Jornada extraordinária é aquela prestada além da jornada normal de cada empregado, seja máxima, seja
especial. A jornada extraordinária pode ser realizada tanto antes do início da jornada normal como após o
seu término, ou ainda, durante a jornada, quando exista trabalho nos intervalos intrajornada remunerados.

Conforme mencionado anteriormente, o empregado poderá laborar em regime extraordinário limitado, em


regra, a 2 (duas) horas extras por dia. No entanto, há algumas hipóteses em que o empregador poderá
pactuar diferentes regimes de compensação, legalmente admitidos e a depender do cumprimento dos
requisitos previstos em lei, conforme disposição do artigo 59 da CLT e artigo 7º, XVI da CF. Cabe, portanto,
destacar esses requisitos como sendo:

✓ Existência de Acordo de Prorrogação de Jornada;


✓ Cumprimento de, no máximo, 2 (duas) horas extras diárias;
✓ Pagamento das Horas Extras.

LABOR EXTRAORDINÁRIO – FORMAS DE COMPENSAÇÃO:

Inicialmente, o labor extraordinário deve ser remunerado com o correspondente adicional de 50%
(cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal, nos termos supracitados da Constituição Federal e da
Consolidação das Leis do Trabalho, respectivamente:

Art. 7º CF São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

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Reta Final

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento


à do normal;
Art. 59. CLT A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número
não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.
§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à
da hora normal.

Desta forma, sempre que realizado labor em regime extraordinário, de forma excepcional, este deverá ser
remunerado, de forma, inclusive, que as variações no registro de ponto não sejam excedentes a 05 (cinco)
minutos, observado o limite de 10 (dez) minutos diários, não passíveis de ampliação por meio de negociação
coletiva.

Conforme já mencionado nesta aula, tal pagamento não será realizado na modalidade de hora extra
quando o empregado tiver sua jornada flexibilizada em razão de qualquer das hipóteses contidas no artigo
4º da CLT.

Com base no exposto, ainda, ressalta-se que a CLT prevê algumas hipóteses excepcionais quando o
empregado poderá prorrogar a sua jornada além do limite legal de 2 (duas) horas extras,
independentemente de negociação coletiva, nos termos do artigo 61 da CLT:

Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite


legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à
realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo
manifesto.
§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente de convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora
excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste
artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora
normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe
expressamente outro limite.
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de
força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho
poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o
número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de
10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita
essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.

Hipóteses excepcionais:

Em situação de força maior, o empregado poderá laborar em regime extraordinário, independentemente


de previsão em negociação coletiva e comunicação prévia à autoridade competente, sendo tais horas
remuneradas posteriormente com adicional de 50% (cinquenta por cento), sem que haja na legislação a
previsão de “teto” máximo de horas extras a serem prestadas nessa situação, uma vez que o não labor pode

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

ocasionar graves prejuízos à empresa, incluindo até mesmo seu fechamento e falência. Nesta modalidade,
o empregado menor de 18 anos também poderá prestar horas extras, mas limitado a uma carga horária de
12 (doze) horas diárias, nos termos do artigo 413, II da CLT.

Na hipótese de conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízos, o empregado
também poderá laborar em regime extraordinário, este limitado a 4 (quatro) horas diárias, totalizando até
12 (doze) horas de trabalho, conforme artigo 61, § 2º da CLT, independentemente de negociação coletiva
e prévia comunicação ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

Por fim, na hipótese de recuperação de horas, o empregado poderá laborar em regime extraordinário em
até 2 (duas) horas, totalizando 10 (dez) horas diárias, durante todo o período em que seu trabalho for
indispensável para a recuperação do tempo perdido. Apesar de esta hipótese legal não exigir negociação
coletiva para o labor extraordinário, exige-se que haja prévia autorização da autoridade competente, bem
como que o período de labor extraordinário não exceda ao período não superior a 45 (quarenta e cinco)
dias por ano.

➢ ACORDO DE PRORROGAÇÃO (COMPENSAÇÃO DE JORNADA) - SEMANAL

As partes poderão estipular a realização de um acordo de prorrogação, de forma que, quando necessário, o
empregado laborará em regime extraordinário e lícito, desde que preenchidos os seguintes requisitos:

1. Acordo de prorrogação firmado mediante acordo individual (TÁCITO OU ESCRITO) ou


contrato coletivo de trabalho, nos termos do artigo 59, cáput da CLT:

A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não
excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.

2. A prorrogação da jornada pode ser de no máximo duas horas diárias, com exceção aos
motoristas profissionais que poderá ser de até 4 (quatro) horas extras diárias, quando
estabelecido mediante negociação coletiva, conforme disposição do artigo 235-C da CLT.

Caso não observado os preceitos legais acima mencionados, o empregador deverá ser autuado pela
fiscalização do trabalho, o que não o eximirá de pagar o respectivo período extraordinário com o adicional
de 50% (cinquenta por cento).

➢ COMPENSAÇÃO DE JORNADA MENSAL

O empregado e empregador poderão celebrar acordo de compensação de jornada, quando o empregado


laborará acima do limite legal, ou seja, em regime extraordinário, para em alguns outros dias descansar, de
forma a se ter uma redistribuição de sua carga horária semanal/mensal, não ocasionando o pagamento de
horas extras com adicional de 50%.

Desta forma, objetivando que o acordo de compensação seja válido, devem-se observar as seguintes
diretrizes legais:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

A. ACORDO TÁCITO OU ESCRITO – Autoriza-se o estabelecimento de acordo de compensação,


mediante acordo individual ou negociação coletiva.

Observem que antes da reforma trabalhista, admitia-se tão somente por negociação
coletiva, agora, o acordo individual torna-se plenamente válido para fins de estipular
compensação de jornada.

B. O EMPREGADO LABORE NO MÁXIMO 10 HORAS DIÁRIAS – O empregado poderá laborar no


máximo dez horas diárias, para fins de compensação em outro dia, com exceção aos
motoristas profissionais que poderá ser de até 4 horas extras diárias, quando estabelecido
mediante negociação coletiva (artigo 235-C da CLT).
C. O PERÍODO DE COMPENSAÇÃO - SEMANAL OU MENSAL – Quando o empregado laborar
além do limite legal, realizando horas extraordinárias, estas deverão ser compensadas no
período máximo de um mês, em respeito 220 horas mensais, e conforme os requisitos legais
acima mencionados.

Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não
excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.
§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à
da hora normal.
§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção
coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo
de dez horas diárias.
§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação
integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá
direito ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da
remuneração na data da rescisão.

No entanto, em caso de inobservância aos preceitos legais acima mencionados, observar-se-á a seguinte
consequência:

Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive
quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das
horas excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal,
sendo devido apenas o respectivo adicional.
Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada e o banco de horas.

Logo, quando o regime de compensação não observar os preceitos legais, como nos casos em que a
compensação não se realizar no período de 1 (um) mês, ou ainda, se ultrapassar o limite legal de 02 (duas)
horas além da jornada diária, as horas laboradas em regime extraordinário, compensadas com o descanso
correspondente e em respeito às 44 (quarenta e quatro) horas semanais, gerarão o direito apenas ao
adicional de 50% (cinquenta por cento) sobre o período correspondente; no entanto, se ultrapassada a
jornada semanal, sem que tenha ocorrido a compensação, estas horas deverão ser pagas como horas extras
(hora com o adicional de 50%).

Nesse sentido, observa-se, ainda, que a prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada e o banco de horas.

Por fim, se terminado o contrato de trabalho sem que tenha ocorrido a devida compensação das horas
excedentes, o empregador deverá remunerá-las como horas extraordinárias.

➢ COMPENSAÇÃO DE JORNADA SEMESTRAL E ANUAL

O denominado “banco de horas” poderá, por meio da reforma trabalhista, ser estipulado na modalidade
semestral, ou seja, o empregado terá o prazo de seis meses para compensar as horas extras laboradas
durante o período contratual delimitado. A estipulação do banco de horas semestral poderá ocorrer
mediante acordo individual de trabalho ou negociação coletiva de trabalho.

Tal regramento se diferente das hipóteses de banco de horas anual, uma vez que o empregado poderá
compensar a jornada excedente de um dia no período de até um ano e, claro, para sua validade, a estipulação
do instituto deve ter ocorrido igualmente mediante negociação coletiva.

Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha ocorrido a devida compensação de jornada,
implica no pagamento das horas não compensadas como horas extras, logo, acrescidas do respectivo
adicional de 50%. Neste sentido, observam-se os parágrafos do artigo 59 da CLT, acerca do tema:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção
coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à
soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo
de dez horas diárias.
§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação
integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá
direito ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da
remuneração na data da rescisão.
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser pactuado por acordo
individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.

Por fim, nas atividades insalubres, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença
prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, Ministério do Trabalho e
Emprego, além da realização de inspeção prévia no local, com fulcro no artigo 60 da CLT:

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros


mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham
a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer
prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão
aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer
diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e
municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de
trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso

No entanto, tais requisitos ficam dispensados, em especial, a licença prévia, quando a jornada for pactuada
na modalidade 12x36, doze horas de trabalho por trinta e seis horas de descanso, ou ainda, houver previsão
em negociação coletiva neste sentido.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Período de Compensação Forma do Acordo de Compensação


Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) ou Acordo
Anual
Coletivo de Trabalho (ACT)
Semestral CCT, ACT ou Acordo Individual Escrito
Mensal CCT, ACT ou Acordo Individual (Tácito ou Escrito)

(FGV/VI Exame de Ordem Unificado) Com relação às normas de duração do trabalho, assinale a alternativa
correta.
A) A concessão de intervalos para repouso e alimentação durante a jornada de seis horas descaracteriza o
regime de turno ininterrupto de revezamento.
B) Considera-se de “prontidão” o empregado que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço, com escala de, no máximo, vinte e quatro horas, sendo contadas as
respectivas horas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal.
C) A compensação de jornada de trabalho pode ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo
ou convenção coletiva.
D) A mera insuficiência de transporte público regular enseja o pagamento de horas in itinere.
Comentários
Com a reforma trabalhista ampliou-se as hipóteses de compensação de jornada, de forma a ser possível
estipular por acordo individual de trabalho e negociação coletiva de trabalho, o que se torna plenamente
válido para fins de estipular a compensação de jornada.
Gabarito: “C”

(FGV/XXVIII Exame de Ordem Unificado) Rita de Cássia é enfermeira em um hospital desde 10/01/2018,
no qual trabalha em regime de escala de 12x36 horas, no horário das 7.00 às 19.00 horas. Tal escala

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

encontra-se prevista na convenção coletiva da categoria da empregada. Alguns plantões cumpridos por
Rita de Cássia coincidiram com domingos e outros, com feriados. Em razão disso, a empregada solicitou
ao seu gestor que as horas cumpridas nesses plantões fossem pagas em dobro.
Sobre a pretensão da empregada, diante do que preconiza a CLT, assinale a afirmativa correta.
A) Ela fará jus ao pagamento com adicional de 100% apenas nos feriados.
B) Ela não terá direito ao pagamento em dobro nem nos domingos nem nos feriados.
C) Ela terá direito ao pagamento em dobro da escala que coincidir com o domingo.
D) Ela receberá em dobro as horas trabalhadas nos domingos e feriados.
Comentários
Conforme Art. 59-A, parágrafo único, da CLT, a remuneração mensal pactuada pelo horário previsto abrange
os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão
considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que
tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.
Gabarito: “B”

(FGV/XIX Exame de Ordem Unificado) Maria trabalha como soldadora em uma empresa há 7 anos. Sua
jornada contratual deveria ser de segunda a sexta-feira, das 9 às 18h, com intervalo de uma hora para
refeição e, aos sábados, das 8 às 12h. Nos últimos 3 anos, no entanto, o empregador vem exigindo de
Maria a realização de uma hora extra diária, pois realizou um grande negócio de exportação e precisa
cumprir rigorosamente os prazos fixados. Findo o contrato de exportação, o empregador determinou que
Maria retornasse à sua jornada contratual original.
Nesse caso, considerando o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.
A) As horas extras se incorporaram ao salário de Maria e dela não podem ser retiradas, sendo vedada a
alteração maléfica.
B) O empregador deverá pagar a Maria uma indenização de 1 mês de horas extras por cada ano de horas
extras trabalhadas e, assim, suprimir o pagamento da sobrejornada.
C) O empregador deverá conceder uma indenização à empregada pelo prejuízo financeiro, que deverá ser
arbitrada de comum acordo entre as partes e homologada no sindicato.
D) Maria terá de continuar a trabalhar em regime de horas extras, pois não se admite a novação objetiva na
relação de emprego.
Comentários
Nesta situação, aplica-se o disposto na Súmula 291 do TST, como se observa: "A supressão total ou parcial,
pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano,
assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas,
total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima
da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses
anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão".
Gabarito: “B”

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Reta Final

(FGV/XXVI Exame de Ordem Unificado) Felisberto foi contratado como técnico pela sociedade empresária
Montagens Rápidas Ltda., em janeiro de 2018, recebendo salário correspondente ao mínimo legal. Ele não
está muito satisfeito, mas espera, no futuro, galgar degraus dentro da empresa. O empregado em questão
trabalha na seguinte jornada: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h48min com intervalo de uma hora
para refeição, tendo assinado acordo particular por ocasião da admissão para não trabalhar aos sábados
e trabalhar mais 48 minutos de segunda a sexta-feira.
Com base na situação retratada e na Lei, considerando que a norma coletiva da categoria de Felisberto é
silente a respeito, assinale a afirmativa correta.
A) Há direito ao pagamento de horas extras, porque a compensação de horas teria de ser feita por acordo
coletivo ou convenção coletiva, não se admitindo acordo particular para tal fim.
B) Não existe direito ao pagamento de sobrejornada, porque as partes podem estipular qualquer quantidade
de jornada, independentemente de limites.
C) A Lei é omissa a respeito da forma pela qual a compensação de horas deva ser realizada, razão pela qual
caberá ao juiz, valendo-se de bom senso e razoabilidade, julgar por equidade.
D) A situação não gera direito a horas extras, porque é possível estipular compensação semanal de horas,
inclusive por acordo particular, como foi o caso.
Comentários
Conforme Art. 59, § 6º, da CLT, é lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo
individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.
Gabarito: “D”

(FGV/XIV Exame de Ordem Unificado) Jefferson é balconista numa loja e, por determinação do
empregador e necessidade do serviço, precisou trabalhar 8 horas em um domingo. Agora Jefferson fará,
na mesma semana, a compensação dessas horas. Sobre essa situação, assinale a opção correta.
A) Uma vez que as horas foram prestadas no dia de domingo, a compensação deverá ser feita em dobro, ou
seja, em 16 horas.
B) Por imposição legal, as horas devidas devem ser compensadas e pagas ao trabalhador, com acréscimo de
100%, em função do seu sacrifício.
C) A compensação deve ser feita pela hora simples (8 horas), pois não deve ser confundida com o pagamento,
que, no caso, receberia acréscimo de 100%.
D) Se a empresa estivesse em dificuldade financeira e não quisesse realizar a compensação, poderia criar um
banco de horas extras diretamente com o empregado, e lançar nelas as horas extraordinárias.
Comentários
A compensação deverá ser feita na modalidade simples, e caso assim não a seja, deverá ser feito o
pagamento de forma dobrada, conforme disposição da Súmula n. 146 do TST.
Gabarito: “C”

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Reta Final

(FGV/XVII Exame de Ordem Unificado) Lúcio é enfermeiro num hospital e, após cumprir seu expediente
normal de 8 horas de serviço, tratando dos pacientes enfermos, recebe solicitação para prosseguir no
trabalho, realizando hora extra. Lúcio se nega, afirmando que a prorrogação não foi autorizada pelo órgão
competente do Ministério do Trabalho e do Emprego. Diante desse impasse e de acordo com a CLT,
marque a afirmativa correta.
A) Lúcio está errado, pois seu dever é de colaboração para com o empregador. A resistência injustificada à
sobrejornada dá margem à ruptura por justa causa, por ato de insubordinação.
B) Lúcio está correto, pois é pacífico e sumulado o entendimento de que nenhum empregado é obrigado a
realizar horas extras.
C) Lúcio está errado, pois a legislação em vigor não exige que eventual realização de hora extra seja
antecedida de qualquer autorização de órgão governamental.
D) Lúcio está correto, pois, tratando-se de atividade insalubre, a prorrogação de jornada precisa ser
previamente autorizada pela autoridade competente.
Comentários
Nas atividades insalubres, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das
autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, além da
realização de inspeção prévia no local, com fulcro no artigo 60 da CLT.
Gabarito: “D”

(FGV/II Exame de Ordem Unificado - Adaptada) A respeito do regime de compensação de jornada do banco
de horas semestral, assinale a alternativa correta.
A) Pode ser instituído mediante acordo individual escrito, entre empresa e empregado, facultando-se a
participação dos sindicatos representantes das categorias.
B) Admite compensação de jornada que ultrapassar o limite máximo de 10 horas diárias.
C) Pode ser compensado após a rescisão do contrato de trabalho, se houver crédito em favor do trabalhador,
respeitado o limite de validade do acordo.
D) O excesso de jornada a ser compensada não pode exceder, no prazo legal máximo de um ano, a soma das
jornadas semestrais previstas para o período.
Comentários
Nos termos do artigo 59, parágrafo quinto da CLT, observa-se que poderá ser estipulado banco de horas
semestral através de acordo individual escrito ou negociação coletiva.
Gabarito: “A”

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Reta Final

3. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO


Nosso estudo se concentrará nos seguintes temas:

- Audiência, Provas e Sentença;

Os referidos temas são de incidência altíssima no Exame de Ordem, ocupando o ranking de temas mais
cobrados na matéria, razão pela qual trouxe para compor nosso estudo na aula de hoje!

Outro ponto importante a se destacar, é que das últimas vezes em que cobrado, a banca utilizou abordagem
legalista, explorando os dispositivos legais pertinentes, razão pela qual no nosso estudo contaremos com:

>Pílulas Estratégicas de Doutrina;

>Questões comentadas ao longo do PDF;

Vamos começar?

3.1 Pílulas Estratégicas de Doutrina

Profa. Isabella Pires: ressalto para vocês que as considerações a seguir foram extraídas da
Aula 04 do Curso Regular de Direito Processual do Trabalho ministrado pela Professora
Priscila Ferreira.

Audiência

A audiência é um dos principais atos no Direito Processual do Trabalho, em especial, por ser o momento em
que serão ouvidas as testemunhas e as partes, apresentada a defesa e as razões finais e, por fim, prolatada
a sentença.

Na Justiça do Trabalho, a audiência observa as peculiaridades contidas no artigo 813 da CLT:

As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do


Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas,
não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
§ 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências,
mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24
(vinte e quatro) horas.
§ 2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias,
observado o prazo do parágrafo anterior.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Assim, observe as seguintes características do instituto em questão:

✓ Publicidade;

As audiências são públicas, e serão realizadas na sede do juízo, em regra.

✓ Local da Audiência;

Como informado, em regra, a audiência ocorre na sede do juízo ou Tribunal, quando não designado outro
local, quando a parte será notificada com no mínimo 24 horas de antecedência.

✓ Audiência deve ser realizada em dias úteis, e no horário das 08h00min às 18h00min.

✓ Duração da Audiência – 5 horas seguidas;

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

A duração máxima da audiência é de cinco horas seguidas, sendo excepcionalmente admitida a sua
prorrogação, quanto tratar-se de matéria urgente.

No mais, audiências extraordinárias podem ser convocadas desde que seja publicada em edital afixado na
sede do juízo ou Tribunal e com antecedência mínima de 24 horas.

✓ Comparecimento em audiência;

Nos termos do artigo 814, da CLT, observa-se que:

Às audiências deverão estar presentes, comparecendo com a necessária antecedência. os


escrivães ou secretários.

O magistrado tem o dever de zelar para que a audiência ocorra de forma ordenada e tranquila, devendo,
quando necessário, retirar os assistentes que a perturbarem, conforme artigo 816 da CLT:

O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandar retirar do recinto
os assistentes que a perturbarem.

1 - Atraso na Audiência

No que tange ao atraso em audiência, verifica-se que há uma tolerância de atraso tão somente à figura do
magistrado, o qual poderá atrasar em, no máximo, 15 minutos para a primeira audiência da pauta.
Ultrapassado este prazo, as partes poderão se retirar e constar o ocorrido no livro de registro de audiências.

No entanto, caso o atraso do magistrado seja em razão do excesso de pautas no dia, tal fato impede que as
partes e advogados se retirem do fórum, sob pena de se aplicar os efeitos processuais decorrentes da
ausência das partes em audiência.

Neste sentido, ...

Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita
pelo secretário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que
devam comparecer.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente
não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do
livro de registro das audiências.

Tal prerrogativa concedida ao magistrado aplica-se tão somente a sua figura, uma vez que às partes e
advogados não é concedida nenhuma flexibilização de prazo para fins de atraso.

2 - Fracionamento da Audiência

A audiência na Justiça do Trabalho, como regra geral, deve ser una e contínua, ou seja, todos os atos
processuais devem ser praticados em uma única oportunidade, a audiência. Logo, o fracionamento da
audiência deve ser tido como exceção no Processo do Trabalho.

Acerca do tema,...

A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a
primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.

Assim, em havendo fracionamento da audiência, a praxe forense tem por característica dividi-la em:

✓ Audiência Inaugural;

Oportunidade em que se realizará a primeira proposta de conciliação e apresentação da defesa.

✓ Audiência de Instrução;

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Nesta hipótese, haverá a colheita de provas orais, como interrogatório, oitiva de testemunhas e partes etc.

✓ Audiência de Julgamento.

Tal audiência costuma ser meramente fictícia, já que não há a necessidade de comparecimento das partes e
advogado, mas será o momento em que se fará a publicação da audiência.

3 - Comparecimento e Ausência das Partes em Audiência

Inicialmente, destacamos que reclamante e reclamada devem comparecer em audiência,


independentemente do comparecimento dos representantes em juízo, nos termos do artigo 843 da CLT:

Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,


independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-
se representar pelo Sindicato de sua categoria.
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro
preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não
for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por
outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.

Caso o empregador ou empregado queiram se fazer substituir em audiência, poderá fazê-lo nos seguintes
termos:

EMPREGADO

➢ Representação do empregado pelo sindicato nas reclamações plúrimas;


➢ Representação do empregado pelo sindicato nas ações de cumprimento;
➢ Representação do empregado por outro empregado que pertença a mesma profissão ou pelo
sindicato, quando comprovada ausência por motivo poderoso ou doença.

No que tange à ausência do reclamante em audiência e, não havendo ninguém para representá-lo nas
condições acima, poderá se ter diferentes efeitos, a depender da fase do processo, como se verifica:

Em se tratando de audiência inaugural, a ausência do reclamante importará no arquivamento da reclamação


trabalhista, com a sua consequente extinção sem resolução de mérito. Nesta hipótese, conforme preceitos
da reforma trabalhista, o reclamante deverá arcar com as custas processuais, caso não demonstre em quinze
dias que a ausência em audiência se deu por motivo justificável.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Assim, caso demonstrado o motivo, a audiência será remarcada pelo magistrado; agora, caso não haja
motivo justificável, o pagamento das custas processuais torna-se condição sine qua non para propositura de
nova demanda.

Desta forma, caso não demonstrado motivo justificável para ausência do reclamante em audiência inaugural,
terá as seguintes consequências:

1. Arquivamento da Reclamação Trabalhista;


2. Pagamento de custas processuais;
3. O pagamento das custas processuais torna-se condição processual para propositura de nova
demanda.

Lembrando que, se o reclamante der causa a dois arquivamentos seguindo pelo não comparecimento em
audiência, tal fato irá ensejar ao empregado os efeitos da perempção (artigo 731 e 732 da CLT).

Agora, em se tratando de audiência de instrução/julgamento, a ausência do reclamante, quando intimado


para essa cominação, importará em confissão ficta quanto à matéria de fato, ou seja, presumem-se como
verdadeiros os fatos.

Acerca do tema, observe:

Súmula nº 74 do TST - CONFISSÃO.


I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não
comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a
confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não
implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores.
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica,
não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
Súmula nº 9 do TST - AUSÊNCIA DO RECLAMANTE
A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em
audiência, não importa arquivamento do processo.

Quanto à ausência na audiência de julgamento, verifica-se que:

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Reta Final

Na audiência de julgamento, quando requerida à presença das partes, reclamante e


reclamada, e estas não comparecerem, a consequência será o início do prazo recursal, a
contar da publicação, independentemente de sua presença – Súmula 197 do TST.

EMPREGADOR

Em audiência poderá haver a representação do empregador por gerente ou preposto, sendo este aquele
que tenha conhecimento dos fatos, não necessitando tê-los presenciado, ou tampouco que seja empregado.

Nestes termos, preceitua o artigo 843, §1º e 3º, da CLT:

§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro


preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
(...)
§ 3º O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.

Agora, quando comparecer em juízo preposto do empregador, o qual não tenha conhecimento dos fatos,
deverá o magistrado aplicar confissão ficta à parte, a qual poderá ser elidida por prova em sentido contrário,
nos termos do artigo 386 e 389 do CPC e Súmula nº 74, II do TST.

Súmula nº 74 do TST - CONFISSÃO.


I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não
comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a
confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não
implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores.
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica,
não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.

O preposto do empregador, quando o substitui em audiência, todos os atos por ele praticados vincularão
diretamente o preponente, inclusive, para fins de acordo, confissão, defesa, depoimento etc.

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Reta Final

Por fim, no que tange à ausência da reclamada em audiência, e não havendo ninguém para representá-lo
nas condições acima, observar-se-á:

A reclamada, quando ausente em audiência inaugural, sofrerá os efeitos da revelia, em especial, o de


confissão quando a matéria de fato, nos termos do artigo 844 da CLT:

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da


reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão
quanto à matéria de fato.

Ressalto, neste momento, que a pessoa jurídica de direito público se sujeita aos efeitos da revelia, nos
termos da OJ nº 152 da SDI-I/TST.

Já quando a ausência da reclamada se der em audiência de instrução, não haverá revelia, uma vez que a
defesa já foi apresentada, mas se terá o efeito da confissão ficta.

Quanto à audiência de julgamento, verifica-se que:

Na audiência de julgamento, quando requerida a presença das partes, reclamante e


reclamada, e estas não comparecerem, a consequência será o início do prazo recursal, a
contar da publicação, independentemente de sua presença – Súmula 197 do TST.

Agora, caso o empregador não se faça presente na audiência, e estando o advogado munido com a
contestação, esta deverá ser recebida, o que afastará a revelia, mas gerará confissão ficta devido à ausência
da reclamada para depor, o que enseja o indeferimento de novas provas posteriormente, sem que isto gere
cerceamento de defesa.

Tal regramento foi implementado com a reforma trabalhista por meio do artigo 844, §5º da CLT:

“Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a


contestação e os documentos eventualmente apresentados.”

No entanto, o magistrado, como condutor do processo, poderá, ainda, determinar a realização e produção
de provas que entender necessário, nos termos do item III da Súmula nº 74 do TST:

“A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não
afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.”

Assim, com a finalidade de estruturar todos os aspectos de seu estudo, observe os esquemas abaixo:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

AUDIÊNCIA AUDIÊNCIA DE AUDIENCIA DE


PARTE AUSENTE
INAUGURAL/ UNA INSTRUÇÃO JULGAMENTO
Arquivamento e
RECLAMANTE pagamento de custas Confissão. Inicia o prazo recursal.
processuais.
Confissão e revelia
RECLAMADA quanto à matéria de Confissão. Inicia o prazo recursal.
fato.
Confissão das duas
partes, quando se
RECLAMANTE/ julgará com base na
Arquivamento. Inicia o prazo recursal.
RECLAMADA prova dos autos e nas
regras de ônus da
prova.

Na análise da tabela, fechamos o nosso estudo deste tema, observando que, quando ausente reclamante e
reclamada na audiência inicial, o magistrado deve arquivar o processo. Agora, quando se referir à audiência
de instrução, aplicar-se-á confissão ficta ao reclamante e a reclamada, devendo o magistrado julgar o
processo com base nas provas constantes nos autos, em conjunto com as regras de distribuição do ônus da
prova.

(FGV/IX Exame de Ordem Unificado) Em audiência inicial de uma ação trabalhista, infrutífera a proposta
de conciliação, foi recebida a contestação e, ato contínuo, adiada a audiência em razão da ausência da
testemunha indicada pelo réu. Foram intimadas as partes e patronos, sob as penas da lei, para
comparecimento em nova data para produção das demais provas requeridas, isto é, oitiva de testemunhas
e depoimento pessoal das partes. Na data e hora marcadas o autor se atrasou e não respondeu ao pregão
quando chamado seu nome.
Dados os fatos acima, assinale a afirmativa correta.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

A) A ausência do reclamante à audiência pode resultar na confissão em seu desfavor, se cominada.


B) A ausência do reclamante à audiência provoca a revelia.
C) A ausência do reclamante provoca automaticamente a improcedência dos seus pedidos.
D) A ausência do reclamante à audiência provoca o arquivamento do processo.
Comentários
A ausência do Reclamante à audiência de instrução implica confissão ficta quanto à matéria de fato.
Gabarito: ''A''

(FGV/XIX Exame de Ordem Unificado - Adaptada) A sociedade empresária Sucos Naturais Ltda., empresa
de pequeno porte, teve contra si ajuizada uma reclamação trabalhista, na qual Alice, uma de suas ex-
empregadas, postula o pagamento de horas extras. Para a audiência, a sociedade empresária enviou como
preposto o empregado que foi contratado para substituir Alice. Em razão disso, o advogado da reclamante
protestou contra tal fato, requerendo a aplicação da confissão, pois o preposto não havia presenciado os
fatos.
Segundo a sistemática da CLT, assinale a afirmativa correta.
A) A impugnação deve ser acolhida, pois não se pode admitir a existência de um preposto que não tenha
testemunhado os fatos.
B) A lei é omissa acerca de o preposto precisar, ou não, ter testemunhado os fatos, daí porque, diante da
omissão legislativa, caberá ao juiz definir.
C) A impugnação deve ser acolhida, pois é necessário que o preposto tenha vivenciado os fatos, tanto assim
que ele obrigatoriamente deverá ser empregado da empresa.
D) A impugnação deve ser rejeitada, pois o preposto precisa apenas ter conhecimento dos fatos.
Comentários
Com o advento da reforma trabalhista, o preposto necessita apenas ter conhecimento dos fatos, nos termos
do artigo 843, parágrafo terceiro da CLT.
Gabarito: ''D''

Questão – OAB – X EXAME DE ORDEM - Em reclamação trabalhista movida contra um município, este não
comparece à audiência inaugural. Diante dessa hipótese, assinale a afirmativa correta.
A) Não se cogita de revelia porque o direito é indisponível.
B) Aplica-se a revelia contra o ente público.
C) Não há revelia, mas se aplica a confissão.
D) O juiz deve designar audiência de instrução, haja vista tratar-se de ente público.
Comentários
A ausência da Reclamada a audiência inaugural acarreta a aplicação da pena de revelia ante a não
apresentação de defesa, conforme disposto no artigo 844 “caput” da CLT. A Revelia também é aplicada ao

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

ente público, conforme entendimento exarado na OJ 152 da SDI-1 que dispõe: "Pessoa jurídica de direito
público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.”
Gabarito: ''B''

(FGV/XI Exame de Ordem Unificado) Ícaro, piloto de avião, foi empregado da empresa VoeAlto Linhas
Aéreas S/A de 12 de maio de 2010 a 20 de abril de 2012. Ao ser dispensado, deixou de receber parte de
seus haveres trabalhistas da extinção, razão pela qual ajuizou reclamação trabalhista. A audiência foi
designada para 10/10/2013. Porém, nessa data Ícaro estaria fora do país, já que necessitado de emprego
e com a escassez do mercado nacional, empregou-se como piloto na China, onde reside, e não faz voos
para o Brasil. Você é o advogado de Ícaro que, naturalmente, tem pressa em receber seus direitos
sonegados.
Assinale a alternativa que indica a medida legal a ser adotada para o mais rápido desenrolar do processo.
A) Deverá ser requerido o adiamento da audiência sem data posterior e, tão logo Ícaro informe quando
poderá estar no Brasil, será requerido ao juiz a designação da realização da audiência.
B) Como advogado de Ícaro você deverá ter procuração com poderes especiais para representá-lo e assisti-
lo em audiência suprindo assim a ausência.
C) Tendo em vista tratar-se de motivo relevante, e estar devidamente comprovado, Ícaro poderá fazer-se
representar por outro empregado de mesma profissão ou por seu sindicato de classe.
D) Tendo em vista tratar-se de motivo poderoso, e estar devidamente comprovado, Ícaro poderá fazer-se
representar por membro de sua família ou outro empregado da mesma empresa empregadora.
Comentários
A CLT permite que, mediante justo motivo, o empregado impossibilitado de comparecer à audiência seja
representado pelo seu sindicato de classe ou empregado da mesma profissão.
Gabarito: ''C''

(FGV/XII Exame de Ordem Unificado) Em 10/04/2013 a empresa AlfaBeta Ltda. recebeu cópia da petição
inicial de ação em face dela ajuizada, com notificação citatória para audiência no dia 14/04/2013. Nesta
data, compareceu apenas o preposto da ré, munido da respectiva carta e carteira de trabalho, sem portar
defesa, requerendo oralmente o adiamento da audiência. A partir do caso apresentado, assinale a
afirmativa correta.
A) O juiz deverá manter a audiência e aplicar a revelia por ausência de defesa.
B) O juiz deverá adiar a audiência pela exiguidade de tempo entre a citação e a realização da audiência.
C) O juiz deverá manter a audiência, podendo o preposto apresentar defesa oral no prazo legal de 20
minutos, já que vigora o jus postulandi.
D) Face aos princípios da celeridade e economia processual, o juiz deverá manter a audiência, mas em razão
da presença da ré, evidente o ânimo de defesa, não aplicará a revelia.
Comentários

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

O Juiz deverá designar nova audiência, pois não foi respeitado o prazo de 5 (cinco) dias entre a notificação
da Reclamada e a audiência, previsto no artigo 841, “caput”, da CLT.
Gabarito: ''B''

(FGV/XIV Exame de Ordem Unificado) Determinada audiência, designada para as 10h, só teve início às
12h, ocasião em que o preposto e o advogado da empresa já tinham se ausentado. A pauta de audiências
fora pontualmente iniciada pelo juiz; porém, a complexidade de processos e depoimentos gerou atrasos
substanciais.
A partir da situação sugerida, assinale a opção correta.
A) Não haverá a revelia, pois o atraso do juiz está limitado a 15 minutos, podendo as parte se retirar.
B) Diante do atraso, o juiz deverá adiar a audiência, já que a parte ré está ausente, mas se fez presente no
horário inicial.
C) O juiz deverá aguardar a parte ausente por 15 minutos, pelo princípio da reciprocidade.
D) A audiência deverá ser realizada normalmente, cabendo a aplicação da revelia e confissão à parte ré.
Comentários
Cabe aplicação da Revelia e confissão ante a ausência do preposto e advogado munido de defesa
representando a empresa. No mais, inexiste previsão legal sobre o atraso da pauta de audiências ser motivo
relevante para ausência das partes.
Gabarito: ''D''

(FGV/XV Exame de Ordem Unificado) Jorge, que presta serviços a uma companhia aérea na China, é autor
de um processo em face da Viação Brasil S/A, sua ex empregadora. Na data da audiência, Jorge estará,
comprovadamente, trabalhando na China.
Considerando que Jorge tem interesse no desfecho rápido de seu processo, deverá
A) requerer o adiamento para data próxima.
B) dar procuração com poderes específicos ao seu advogado para que este o represente.
C) fazer-se representar por outro empregado da mesma profissão ou pelo seu sindicato.
D) deixar arquivar a demanda e ajuizar uma nova.
Comentários
A CLT permite que, mediante justo motivo, o empregado impossibilitado de comparecer à audiência seja
representado pelo seu sindicato de classe ou empregado da mesma profissão.
Gabarito: ''C''

(FGV/XXIV Exame de Ordem Unificado) Em reclamação trabalhista, na qual você figurava como advogado
da ré, seu processo era o primeiro da pauta de audiências, designado para as 9h00min. Entretanto, já

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

passados 25 minutos do horário da sua audiência, o juiz ainda não havia comparecido e você e seu cliente
tinham audiência em outra Vara às 9h40min.
Nesse caso, de acordo com previsão expressa na CLT, assinale a opção que apresenta o procedimento a
ser adotado.
A) O advogado e o cliente poderão se retirar, devendo o ocorrido constar do livro de registro de audiências.
B) O advogado e o cliente deverão aguardar até que se completem 30 minutos para, então, se retirar e
consignar o ocorrido em livro próprio.
C) O advogado e o cliente deverão tentar inverter a pauta de audiências, comunicando ao secretário de
audiências que estarão em outra Vara para posterior retorno e realização da assentada.
D) O advogado e o cliente deverão se retirar e depois juntar cópia da ata da audiência da outra Vara com a
justificativa pela ausência.
Comentários
Como se trata da primeira audiência da pauta e não foram respeitados os 15 minutos de tolerância previstos
no artigo 815 da CLT, poderá a parte se ausentar, sem sofrer as cominações legais, hipótese em que o fato
deverá constar em documento próprio.
Gabarito: ''A''

(FGV/XXXI Exame de Ordem Unificado) Você foi contratado(a) para atuar nas seguintes ações trabalhistas:
(I) uma ação de cumprimento, como advogado da parte autora;
(II) uma reclamação plúrima, também como advogado da parte autora;
(III) uma reclamação trabalhista movida por João, ex-empregado de uma empresa, autor da ação;
(IV) uma reclamação trabalhista, por uma sociedade empresária, ré na ação.
Sobre essas ações, de acordo com a legislação trabalhista em vigor, assinale a afirmativa correta.
A) Tanto na ação de cumprimento como na ação plúrima, todos os empregados autores deverão
obrigatoriamente estar presentes. O mesmo deve ocorrer com João. Já a sociedade empresária poderá se
fazer representar por preposto não empregado da ré.
B) O sindicato de classe da categoria poderá representar os empregados nas ações plúrima e de
cumprimento. João deverá estar presente, em qualquer hipótese, de forma obrigatória. A sociedade
empresária tem que se fazer representar por preposto, que não precisa ser empregado da ré.
C) Nas ações plúrima e de cumprimento, a parte autora poderá se fazer representar pelo Sindicato da
categoria. João deverá estar presente, mas, por doença ou motivo ponderoso comprovado, poderá se fazer
representar por empregado da mesma profissão ou pelo seu sindicato. Na ação em face da sociedade
empresária, o preposto não precisará ser empregado da ré.
D) O sindicato da categoria poderá representar os empregados nas ações plúrima e de cumprimento. João
deverá estar presente, mas, por doença ou motivo ponderoso comprovado, poderá se fazer representar por
empregado da mesma profissão ou pelo seu sindicato. Na ação em face da sociedade empresária, o preposto
deverá, obrigatoriamente, ser empregado da ré.
Comentários

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Conforme Art. 843, da CLT, observa-se que na audiência de julgamento deverão estar presentes o
reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos
de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar
pelo Sindicato de sua categoria.
Gabarito: ''C''

(FGV/XXVI Exame de Ordem Unificado) Uma sociedade empresária ajuizou ação de consignação em
pagamento em face do seu ex-empregado, com o objetivo de realizar o depósito das verbas resilitórias
devidas ao trabalhador e obter quitação judicial da obrigação. No dia designado para a audiência una, a
empresa não compareceu nem se justificou, estando presente o ex-empregado.
Indique, de acordo com a CLT, o instituto jurídico que ocorrerá em relação ao processo.
A) Revelia.
B) Remarcação da audiência.
C) Arquivamento.
D) Confissão ficta.
Comentários
Conforme art. 844, da CLT, o não comparecimento do autor, implica em arquivamento da ação.
Gabarito: ''C''

(FGV/XX Exame de Ordem Unificado) Mário ajuizou reclamação trabalhista em face de seu ex-
empregador. No dia da audiência, não compareceu, razão pela qual o processo foi arquivado. Em nova
ação proposta em idênticos termos, o juiz extinguiu o feito sem resolução do mérito, pois a ré não foi
localizada. Imediatamente, Mário ajuizou a demanda pela terceira vez. Na audiência, com todos
presentes, o advogado da sociedade empresária aduziu que o juiz deveria extinguir o processo sem
resolução do mérito em razão da perempção, pois não decorreu o prazo de seis meses entre o segundo e
o terceiro processo.
Sobre a hipótese apresentada, na qualidade de advogado de Mário, assinale a afirmativa correta.
A) Deverá ser requerido que o juiz apenas suspenda o processo.
B) Deverá desistir da ação para evitar a condenação em custas.
C) Deverá aduzir que o prazo de seis meses é contado da primeira ação.
D) Deverá aduzir que não houve perempção e requerer o prosseguimento do feito..
Comentários
A perempção trabalhista é aplicável quando houver dois arquivamentos consecutivos em razão de seu não
comparecimento à audiência inaugural, conforme artigos 732 e 731 da CLT. Na situação retratada não houve
perempção, uma vez que houve apenas um único arquivamento pelo não comparecimento do autor, sendo
o seguinte por motivo diverso.
Gabarito: ''D''

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Provas no Processo do Trabalho

Iniciamos o estudo de prova trazendo o seu conceito como sendo:

Segundo Eduardo Arruda Alvim1:

“a expressão ‘prova’ pode ser compreendida em dois significados: um objetivo, abrangente


dos meios destinados a convencer o juiz dos fatos relativos ao processo; outro subjetivo,
relativo à “convicção que as provas produzidas no processo geram no espírito do juiz
quanto à existência ou inexistência dos fatos”

Ainda, explicam Rennan Thamay, Marcelo Hugo da Rocha e Vanderlei Garcia Jr2:

“Os direitos buscados através da ação são baseados em fatos, cuja veracidade,
demonstrada através das provas, terá reflexo na convicção do juiz no momento de dar uma
solução ao litígio. Portanto, não basta a simples alegação dos fatos, sendo necessário a sua
comprovação”.

A prova tem como objetivo comprovar o direito controvertido e alegado pela parte, ou ainda, impugnar o
direito pela parte reversa quando essa alegar que o autor não faz jus ao pleiteado.

No processo do trabalho, o embasamento legal acerca do tema está fundado nos arts. 818 da CLT e 373 do
CPC, respectivamente:

Art. 818. O ônus da prova incumbe:


I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do reclamante.
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor.

Observe que, no âmbito do Processo do Trabalho, não se aplicará o Princípio do In Dubio Pro Operário, uma
vez que as partes são tidas como isonômicas neste quesito, logo, não há que se fazer qualquer tipo de
diferença entre as partes. Neste aspecto, qualquer decisão deve ser respaldada nos critérios de distribuição
do ônus da prova.

1
ALVIM, Eduardo Arruda. Direito processual civil. 5. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: RT, 2013, p. 515.

2
THAMAY, Rennan; ROCHA, Marcelo Hugo da; GARCIA JR., Vanderlei. Direito Processual Civil. 2ª ed. São Paulo: Sarava, 2017, p.
239.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Com base nesta premissa, iniciamos o estudo afirmando que ao reclamante cabe fazer prova dos fatos
constitutivos de seu direito; ao reclamado, prova de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito
do autor.

Neste sentido, observe:

1. Fatos Impeditivos –são os fatos que obstam a produção de um ou de alguns efeitos da


relação jurídica (Ex. vícios de vontade).

2. Fatos Modificativos – são aqueles que implicam alteração do direito que regularmente
derivariam do fato constitutivo (Ex. pagamento parcial, com relação ao pagamento
integral).

3. Fatos Extintivos – são aqueles que fulminam todo o direito alegado pelo autor, fazendo
encerrar a relação jurídica original (Ex. pagamento total da dívida, o perdão da dívida etc.).

O regramento acima mencionado tem por base a Teoria Estática do Ônus da Prova, ou seja, que segue o
regramento do artigo 818 da CLT.

Em um linguajar muito sucinto, a regra é a seguinte: Quem alega deve provar, logo, se aleguei que fazia
horas extras diariamente, como regra, a mim caberá fazer prova deste fato constitutivo do meu direito, e a
parte reversa prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor.

Todavia, com base no princípio da proteção ao processo do trabalho, em determinadas situações, a


legislação prevê a inversão do ônus da prova a favor do empregado. Ou seja, passa a ser do empregador o
dever de provar que as alegações do empregado são inverídicas.

Com intuito de esquematizar os preceitos mencionados, veja:

PARTE ÔNUS DA PROVA


RECLAMANTE (AUTOR) Fatos constitutivos.
Fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do
RECLAMADA (RÉU)
direito do autor.

Em contraponto ao explanado, devemos nos ater também à Teoria Dinâmica do Ônus da Prova, a qual foi
prevista pela Reforma Trabalhista de forma expressa em que há possibilidade de o julgador inverter o ônus

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

da prova, quando verificar a dificuldade excessiva da parte em se desincumbir do ônus sob que a ela recai.
Tal inversão poderá ocorrer quando:

✓ A lei assim determinar;

✓ Diante das peculiaridades do caso, em razão da dificuldade excessiva em fazer prova por aquela
parte, ou ainda, pela maior facilidade de produção de prova pela parte contrária.

A inversão do ônus da prova deve ser determinada pelo magistrado por meio de decisão interlocutória
fundamentada e anteriormente à fase de instrução processual, artigo 818, §2º da CLT, já que, se
posteriormente fosse perderia a sua finalidade, uma vez o momento processual já teria se esgotado.

Claro que a inversão do ônus da prova não deve criar para a parte a qual foi atribuído tal ônus uma excessiva
dificuldade em se desincumbir dele, o que denominamos no direito de produção de prova diabólica, artigo
818, §3º da CLT.

Neste sentido, ...

Art. 818. O ônus da prova incumbe:


I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do reclamante.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo
ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus
da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.
§ 2º A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da
instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará
provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.
§ 3º A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.

Assim, devemos mencionar algumas hipóteses legais de inversão do ônus da prova, decorrente de lei:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Horas Extras – Como regra, ao empregado cabe fazer prova do seu fato constitutivo, ou seja, acerca da
alegação de horas extras. No entanto, nas empresas com mais de vinte empregados, ao empregador cabe
apresentação obrigatória do cartão de ponto e caso este assim não o faça, ou ainda, apresente o cartão de
ponto na modalidade britânica, ter-se-á por consequência a inversão do ônus da prova e a presunção relativa
das alegações do empregado. Acerca do tema, tome nota do artigo 74 da CLT:

Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados.


§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a
anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico,
conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do
Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso.

Vinculo de emprego e término do contrato de trabalho, Súmula nº 212 do TST:

O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de


serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação
de emprego constitui presunção favorável ao empregado.

Nos termos da mencionada Súmula do TST, podemos concluir acerca da regra de ônus da prova que:

FATO ALEGADO PELO EMPREGADOR ÔNUS DA PROVA


- Nega a prestação de serviço. Reclamante
- Admite a mera prestação de serviço, sem vínculo
Reclamada
empregatício.
- Negada a prestação de serviço e o despedimento. Reclamada

Vale-Transporte, em regra, aplica-se a premissa básica de que o empregado, ao solicitar, deverá demonstrar
a necessidade de tal verba. Quando solicitado pelo empregado e presumível for a sua necessidade, far-se-á
presunção relativa de que este necessita do transporte coletivo para sua locomoção, independente de
comprovação do fato constitutivo, artigo 1º da Lei nº 7418/85.

No entanto, se o empregador entender que o empregado não satisfaz as condições do vale-transporte,


inclusive em sede de ação judicial, a ele caberá o ônus de fazer prova, conforme Súmula 460 do TST:

É do empregador o ônus de comprovar que o empregado não satisfaz os requisitos


indispensáveis para a concessão do vale-transporte ou não pretenda fazer uso do
benefício.

Recebimento da Notificação pelo Empregador, Súmula nº 16 do TST:

Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O


seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do
destinatário.

Diferença no recolhimento do FGTS, Súmula nº 461 do TST

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos depósitos do FGTS, pois


o pagamento é fato extintivo do direito do autor (art. 373, II, do CPC de 2015).

Nos termos do artigo 374 do CPC, alguns fatos alegados por qualquer das partes independem de prova, a
saber:

✓ Fatos Notórios (refere-se ao fato de conhecimento público);


✓ Fatos Confessados (fato alegado pela parte e confessado pela outra);
Fatos Incontroversos (fato alegado por uma parte e não questionado pela outra parte do processo);
✓ Fatos em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade – presunção relativa
(admite prova em sentido contrário) ou absoluta (não admite prova em sentido contrário).

Quanto às provas quanto ao meio de produção, podemos destacar:

Testemunhal;

A prova testemunhal é uma das mais relevantes ao Processo do Trabalho e, com base no Princípio da
Primazia da Realidade, utilizar-se-á o depoimento de terceiros para trazer a verdade dos fatos ao processo.
Nesta toada, nada impede no processo as provas produzidas serem estritamente testemunhais, cabendo às
testemunhas firmar compromisso de dizer a verdade.

Algumas pessoas que prestarem depoimento não possuem compromisso com a verdade, sendo as suas
declarações utilizadas apenas como informações, nos termos do artigo 829 da CLT:

A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de
qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples
informação.

A testemunha que prestar compromisso com a verdade e, ainda assim, alterar a verdade dos fatos, mesmo
que seja por calar a verdade, responderá criminalmente pelo crime de falso testemunho, artigo 342 do CP,
além de multa nos termos do artigo 793-D da CLT:

Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que


intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da
causa.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.

Nesta situação, a parte que alterar a verdade dos fatos ou omitir fato essencial ao processo poderá ser
multada em percentual acima de 1% e inferior a 10% sobre o valor da causa, igualmente, nas hipóteses de
litigância de má-fé.

Por fim, quando a testemunha não falar a língua nacional, a sua oitiva ocorrerá por meio de intérprete
nomeado pelo juiz, artigo 819 da CLT.

Observe:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua
nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.
§ 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo,
ou de mudo que não saiba escrever.
§ 2º As despesas decorrentes do disposto neste artigo correrão por conta da parte
sucumbente, salvo se beneficiária de justiça gratuita.

O número de testemunhas a serem ouvidas no processo está intimamente ligado ao procedimento que
esse segue, como se observa:

PROCEDIMENTO NÚMERO DE TESTEMUNHA


Ordinário 3
Sumaríssimo 2
Inquérito Judicial para apuração de falta grave 6

O magistrado deverá primeiro fazer oitiva das testemunhas do autor, as quais não deverão ser ouvidas de
forma conjunta, mas sim, isoladas, até como forma de não “contaminar” os depoimentos (artigo 824 da
CLT). Nesta situação, a testemunha será inquirida pelo juiz, ou por meio deste, mas conforme
questionamento do advogado da parte.

Ou seja, na Justiça do Trabalho veda-se que a parte seja inquirida diretamente pelos advogados, cabendo ao
juiz intermediar qualquer dos questionamentos a serem realizados, podendo, ainda, indeferi-los se
impertinentes ou irrelevantes.

Depoimento pessoal;

O depoimento pessoal das partes, reclamante e reclamada, é utilizado no processo com a finalidade de
interrogar as partes, podendo ser a pedido da parte contrária, ou ainda, a pedido do juiz.

Desta forma, observe as seguintes características:

▪ O depoimento pessoal deve ser colhido em audiência de instrução;


▪ O não comparecimento da parte, quanto intimada para esta cominação, implica confissão
ficta;
▪ O artigo 848 da CLT e a Súmula nº 74 do TST regulamenta o tema:
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente,
ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes.

Súmula nº 74 do TST - CONFISSÃO.


I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não
comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a
confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não
implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores.
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica,
não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.

A confissão também pode ser aplicada ao reclamante nos termos da Súmula nº 09 do TST:

A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em


audiência, não importa arquivamento do processo.

Nesta toada, observamos que a confissão real se diferencia da confissão ficta, nos seguintes termos:

- Confissão real: É aquela que a parte efetivamente confessa oralmente ou por escrito, nos termos do artigo
389 do CPC;

- Confissão Ficta: É aquela que ocorre de forma “ficta”, gerando a presunção relativa de veracidade dos
fatos, sempre que a parte não comparecer para depor; ou, comparecendo, se recusar a depor; ou, ainda, em
razão da decretação da revelia.

Documental;

A prova documental refere-se a todos os meios de prova escritos, como fotografias, gravações sonoras,
reproduções digitalizadas etc.

A CLT trata do tema entre os artigos 777, 780, 787 e 830, como se pode verificar:

Art. 777 - Os requerimentos e documentos apresentados, os atos e termos processuais, as


petições ou razões de recursos e quaisquer outros papéis referentes aos feitos formarão
os autos dos processos, os quais ficarão sob a responsabilidade dos escrivães ou
secretários.
Art. 780 - Os documentos juntos aos autos poderão ser desentranhados somente depois
de findo o processo, ficando traslado.
Art. 787 - A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde logo
acompanhada dos documentos em que se fundar.
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo
próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será
intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao
serventuário competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses
documentos.

O documento juntado ao processo com a finalidade de fazer prova sobre determinado fato poderá ser
juntado na modalidade original ou autenticada, sendo que o advogado se responsabiliza de forma pessoal
pelos documentos juntados em cópia simples, conforme preceito do artigo 830 da CLT:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo
próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será
intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao
serventuário competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses
documentos.

Quanto se tratar de documento comum às partes, ainda que não autenticadas, elas possuem valor
probatório, quando não houver impugnação ao seu conteúdo, nos termos da OJ nº 36 da SDI-I/TST:

O instrumento normativo em cópia não autenticada possui valor probante, desde que não
haja impugnação ao seu conteúdo, eis que se trata de documento comum às partes.

O questionamento que sempre surgiu em prova refere-se ao momento limitador de apresentação de prova,
o qual poderá ser realizado em sede de recurso, desde que demonstrado que se refere a fato posterior à
sentença, ou ainda, em razão de justo impedimento, com fulcro na Súmula nº 8 do TST:

A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo


impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.

Contudo, o procedimento sumaríssimo diverge um pouco deste aspecto ao prever no artigo 852-H da CLT
que:

Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda
que não requeridas previamente.
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta
impossibilidade, a critério do juiz.

A Súmula 357, do TST, trata da possibilidade de a testemunha já ter litigado com o empregador em outro
processo, e, ainda assim, não ser tida como suspeita para fins de depoimento, como se verifica:

Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra
o mesmo empregador.

Por fim, esclareço que a falsidade documental é ônus probatório da parte que argui-lo, devendo-se observar
os preceitos básicos contidos no artigo 427 e seguintes do CPC.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Material.

A prova material refere-se a outras materialidades que poderão ser utilizadas para fins probatórios, como
perícias, inspeções etc.

Nesta toada, ressaltamos a prova pericial, a qual é uma das mais questionada em prova: A prova pericial será
necessária quando o juiz depender de conhecimento técnico ou específico para resolução da presente lide.

Os exames periciais serão realizados por perito habilitado e designado pelo juiz, fixando-se prazo para a
entrega do laudo, nos termos do art. 3º da Lei nº 5.584/70:

Art 3º Os exames periciais serão realizados por perito único designado pelo Juiz, que fixará
o prazo para entrega do laudo.
Parágrafo único. Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cuja laudo terá
que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena de ser
desentranhado dos autos.

O exemplo clássico que a legislação exige a produção de prova pericial refere-se às hipóteses de pleito de
insalubridade ou periculosidade, em que a perícia deve ser realizada para fins de caracterização e
classificação da insalubridade ou periculosidade, conforme verificado por médico ou engenheiro do
trabalho, ainda que o reclamado seja revel e confesso quanto à matéria de fato.

Corroborando o preceito acima mencionado está o artigo 195 da CLT e OJ nº 278 da SDI-I do TST:

Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo


as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do
Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
(...)
§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por
Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste
artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do
Trabalho.
A realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando não for
possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador
utilizar-se de outros meios de prova.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Em exceção a tais regramentos, verifica-se a Súmula 406 do TST:

O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empresa,


ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual inferior
ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art.
195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições perigosas.

Neste sentido, observa-se que o magistrado não está vinculado ao laudo pericial, devendo sempre indicar
na sentença os motivos que o levaram a considerar ou não o laudo pericial para fins de concessão ou não.

No que tange aos honorários periciais, estes deverão ser arcados pela parte sucumbente na ação, ainda que
beneficiária da justiça gratuita, como regra. Ou seja, a União arcará com tal encargo, apenas quando o
beneficiário da justiça gratuita não tiver obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa.

Já os honorários dos assistentes técnicos serão de responsabilidade da parte que os contratou:

Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte


sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça
gratuita.
§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
§ 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.
§ 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de
perícias.
§ 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo
créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a
União responderá pelo encargo.

SÚM- 341, TST. HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO.


A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos
respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia.

Desta forma, tome nota das regras referentes aos honorários periciais:

✓ A responsabilidade pelo pagamento é da parte sucumbente na pretensão, ainda que seja


beneficiária da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 790-B da CLT;
✓ A legislação admite o parcelamento dos honorários periciais;
✓ No entanto, o magistrado não pode exigir adiantamento de valores, referentes aos honorários
periciais. Neste sentido, prevê a OJ nº 98 da SDI-II do TST:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a
incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de segurança
visando à realização da perícia, independentemente do depósito.

✓ Por fim, caso haja, no processo, assistente de perito, este, como foi nomeado pela parte interessada,
esta é que deverá arcar com os custos decorrentes desta contratação, nos termos da Súmula nº 341
do TST:

A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos


respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia.

Quanto à inspeção judicial, observa-se que esta é admitida no processo do trabalho, mas regulamentada
sob a égide do CPC/2015 entre os artigos 481 a 484:

Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo,
inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da
causa.
Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos.
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva
observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves
dificuldades;
III - determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando
esclarecimentos e fazendo observações que considerem de interesse para a causa.
Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando
nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa.
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

(FGV/II Exame de Ordem Unificado) Com relação às provas no processo do trabalho, assinale a alternativa
correta.
A) As testemunhas devem ser necessariamente arroladas pelas partes dentro do prazo estabelecido pelo
juiz, a fim de que sejam notificadas para comparecimento à audiência.
B) Cada uma das partes não pode indicar mais de três testemunhas, inclusive nas causas sujeitas ao
procedimento sumaríssimo, salvo quando se tratar de inquérito para apuração de falta grave, caso em que
este número pode ser elevado a seis.
C) Na hipótese de deferimento de prova técnica, é vedada às partes a apresentação de peritos assistentes.
D) Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente quando a prova do fato o exigir, ou for
legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da
perícia e nomear perito.
Comentários
A – Incorreta - O comparecimento das testemunhas em audiência, em regra, independe de prévia
notificação. Desta forma, a Justiça do Trabalho não tem por praxe o arrolamento de testemunhas.
B – Incorreta – Cada procedimento tem quantidades diferentes de testemunhas que podem ser
apresentadas. Por exemplo, no procedimento sumaríssimo são 2 testemunhas.
C – Incorreta – As partes podem apresentar peritos assistentes, sendo seus honorários custeados por aquele
que o contratar.
D – Correta – A assertiva está expressamente prevista no artigo 852-H § 4º da CLT.

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Reta Final

Gabarito: ''D''

(FGV/V Exame de Ordem Unificado) A respeito da prova testemunhal no processo do trabalho, é correto
afirmar que
A) Em se tratando de ação trabalhista pelo rito ordinário ou sumaríssimo, as partes poderão ouvir no máximo
três testemunhas cada; sendo inquérito, o número é elevado para seis.
B) Apenas as testemunhas arroladas previamente poderão comparecer à audiência a fim de serem ouvidas.
C) No processo do trabalho sumaríssimo, a simples ausência da testemunha na audiência enseja a sua
condução coercitiva.
D) As testemunhas comparecerão à audiência independentemente de intimação e, no caso de não
comparecimento, serão intimadas de officio ou a requerimento da parte.
Comentários
No processo do trabalho, as testemunhas comparecerão à audiência independente de intimação. Contudo,
caso não compareçam, serão intimadas pelo juízo ou a requerimento, podendo inclusive ser determinada a
condução coercitiva.
Gabarito: ''D''

(FGV/VI Exame de Ordem Unificado) Cíntia Maria ajuíza reclamação trabalhista em face da empresa Tictac
Ltda., postulando o pagamento de horas extraordinárias, aduzindo que sempre labutou no horário das 8h
às 19h, de segunda a sexta-feira, sem intervalo intrajornada. A empresa ré oferece contestação,
impugnando o horário indicado na inicial, afirmando que a autora sempre laborou no horário das 8h às
17h, com 1 hora de pausa alimentar, asseverando ainda que os controles de ponto que acompanham a
defesa não indicam a existência de labor extraordinário. À vista da defesa ofertada e dos controles
carreados à resposta do réu, a parte autora, por intermédio de seu advogado, impugna os registros de
frequência porque não apresentam qualquer variação no registro de entrada e saída, assim como porque
não ostentam sequer a pré-assinalação do intervalo intrajornada.
Admitindo-se a veracidade das argumentações do patrono da parte autora e com base na posição do TST
acerca da matéria, é correto afirmar que:
A) Compete ao empregado o ônus de comprovar o horário de trabalho indicado na inicial, inclusive a
supressão do intervalo intrajornada, a teor do disposto no art. 818 da CLT.
B) Diante da impugnação apresentada, inverte-se o ônus probatório, que passa a ser do empregador,
prevalecendo o horário da inicial, se dele não se desincumbir por outro meio probatório, inclusive no que se
refere à ausência de intervalo intrajornada.
C) Em se tratando de controles de ponto inválidos, ao passo que não demonstram qualquer variação no
registro de entrada e saída, não poderá a ré produzir qualquer outra prova capaz de confirmar suas
assertivas, porquanto a prova documental é a única capaz de demonstrar a jornada de trabalho cumprida.
D) Diante da impugnação apresentada, inverte-se o ônus probatório, que passa a ser do empregador,
prevalecendo o horário da inicial, se dele não se desincumbir, exceto quanto ao intervalo intrajornada, cujo
ônus probatório ainda pertence à parte autora.

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Reta Final

Comentários
A apresentação de cartões de pontos com horário britânico são inválidos como meio de prova, invertendo-
se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da
inicial se dele não se desincumbir, a teor do disposto no item III da Súmula 338 do TST.
Gabarito: ''B''

(FGV/VI Exame de Ordem Unificado) No Processo do Trabalho, em relação ao ônus da prova, assinale a
alternativa correta.
A) É do empregador quanto à alegação de inexistência de vínculo de emprego, se admitida a prestação de
serviços com outra qualidade.
B) É sempre do empregador nas reclamações versando sobre horas extras.
C) Sempre da parte que fizer a alegação, não importando o comportamento da parte contrária a respeito.
D) É sempre do empregador nas reclamações versando sobre equiparação salarial.
Comentários
A alternativa correta está em total consonância com o entendimento do TST exarado na Súmula nº 212.
Gabarito: ''A''

(FGV/XI Exame de Ordem Unificado) Após trabalhar como empregado durante 6 meses, Paulo ajuizou
reclamação trabalhista em face de sua ex empregadora, a empresa Alfa Beta Ltda., pretendendo horas
extras, nulidade do pedido de demissão por coação, além de adicional de insalubridade. Na primeira
audiência o feito foi contestado, negando a ré o trabalho extraordinário, a coação e a atividade insalubre.
Foram juntados controles de ponto e carta de próprio punho de Paulo pedindo demissão, documentos
estes que foram impugnados pelo autor. Não foi produzida a prova técnica (perícia). Para a audiência de
prosseguimento, as partes estavam intimadas pessoalmente para depoimentos pessoais, sob pena de
confissão, mas não compareceram, estando presentes apenas os advogados. Declarando as partes que
não têm outras provas a produzir, o Juiz encerrou a fase de instrução, seguindo o processo concluso para
sentença.
Com base nestas considerações, analise a distribuição do ônus da prova e assinale a afirmativa correta.
A) A ausência das partes gera a confissão ficta recíproca, devendo ser aplicada a regra de que para os fatos
constitutivos cabe o ônus da prova ao autor, e para os extintivos, modificativos e impeditivos, o ônus será
do réu. Assim, todos os pedidos deverão ser julgados improcedentes.
B) Não há confissão em razão da presença dos advogados. Mas não havendo outras provas, os pedidos
deverão ser julgados improcedentes.
C) Em razão da confissão, presumem-se verdadeiros os fatos alegados. Tal aliado ao princípio da proteção
ao hipossuficiente leva à presunção de que Paulo foi coagido a pedir demissão, trabalhava
extraordinariamente e faz jus ao adicional de insalubridade. Logo, os pedidos procedem.
D) Em razão da confissão, os pedidos de horas extras e nulidade do pedido de demissão procedem. Porém,
improcede o de adicional de insalubridade, pois necessária a prova pericial para configurar o grau de
insalubridade. Logo, este pleito improcede.

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Reta Final

Comentários
A ausência de ambas as partes gera a confissão ficta recíproca, não havendo que se falar em inversão de
ônus da prova, vigorando, assim, a regra geral do ônus probatório.
Logo, cabe ao autor provar os fatos constitutivos de seu direito, e ao réu os fatos extintivos, modificativos e
impeditivos à concessão do direito pleiteado.
Gabarito: ''A''

(FGV/XII Exame de Ordem Unificado) Carlos Alberto foi caixa numa instituição bancária e ajuizou
reclamação trabalhista, postulando o pagamento de horas extras, já que em uma das agências, na qual
trabalhou por dois anos, cumpria jornada superior à legal. Em contestação, foram apresentados os
controles, que não continham sobrejornada, e por essa razão foram expressamente impugnados pelo
acionante. Na instrução, o banco não produziu prova, mas Carlos Alberto conduziu uma testemunha que
com ele trabalhou sete meses na agência em questão e ratificou a jornada mais extensa declarada na
petição inicial.
Diante desta situação e de acordo com o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.
A) Uma vez que a testemunha trabalhou com o autor somente sete meses, este é o limite de tempo que
limitará eventual condenação.
B) Se o juiz se convencer, pela prova testemunhal, que a sobrejornada ocorreu nos dois anos, poderá deferir
as horas extras em todo o período.
C) Uma vez que a testemunha trabalhou com o autor em período inferior à metade do tempo questionado,
não poderá ser fator de convencimento acerca da jornada.
D) Considerando que os controles foram juntados, uma única testemunha não poderia servir de prova da
jornada cumprida.
Comentários
No direito processual do Trabalho vigora o livre convencimento motivado do juiz, assim, caso ele entenda
com base na prova testemunhal que a sobrejornada ocorreu por todo o período laborado, poderá deferir o
pleito.
Gabarito: ''B''

(FGV/XIV Exame de Ordem Unificado - Adaptada) Sandro Vieira ajuizou reclamação trabalhista contra a
empresa Trianon Bebidas e Energéticos Ltda. pleiteando o pagamento de horas extras, pois alegou
trabalhar de 2ª feira a sábado, das 9h às 19h, com intervalo de uma hora para refeição. Em defesa, a ré
negou a jornada descrita na petição inicial, mas não juntou os controles de ponto. Em audiência, ao ser
interrogado, o preposto informou que a ré possuía 22 empregados no estabelecimento.
Diante da situação retratada, e considerando o entendimento consolidado do TST, assinale a opção
correta.
A) Aplica-se a pena de confissão pela ausência de juntada dos controles, sendo então considerada verdadeira
a jornada da petição inicial, na qual o juiz irá se basear na condenação de horas extras.

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

B) Haverá inversão do ônus da prova, que passará a ser da empresa, prevalecendo a jornada da inicial se
dele não se desincumbir com sucesso.
C) Diante do impasse, e considerando que, com menos de 30 empregados, a empresa não é obrigada a
manter controle escrito dos horários de entrada e saída dos empregados, o juiz decidirá a quem competirá
o ônus da prova.
D) A falta de controle quando a empresa possui mais de 10 empregados é situação juridicamente
imperdoável, o que autoriza o indeferimento da oitiva das testemunhas da empresa porventura presentes à
audiência.
Comentários
É ônus do empregador que conta com mais de 20 (vinte) empregados o registro da jornada de trabalho.
Logo, a não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da
jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário, conforme Súmula nº 338 do TST.
Gabarito: ''B''

(FGV/Xv Exame de Ordem Unificado) Simone, ré em uma demanda trabalhista ajuizada por sua ex
empregada doméstica, em audiência una requereu ao juiz o adiamento para juntada de documento
suplementar, que não conseguiu obter, pois se referia ao depoimento prestado pela ora autora em outro
processo como testemunha, no qual confessava nunca haver laborado em horário extraordinário. O
documento não foi obtido por Simone, pois, logo após a audiência daquele processo, os autos seguiram
para conclusão, sem que fosse permitido a ela o acesso ao depoimento. O juiz da causa ora em audiência
indeferiu o adiamento requerido por Simone, e, ao sentenciar, condenou a ao pagamento de horas extras.
No prazo de recurso ordinário, Simone finalmente teve acesso ao documento que comprovava a
inexistência do labor extraordinário.
Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) Simone poderá juntar o documento no recurso ordinário.
B) Não cabe juntada do documento em recurso ordinário.
C) Precluiu a possibilidade de produção da prova documental por Simone.
D) Simone só poderia juntar o documento em embargos de declaração.
Comentários
Simone poderá juntar o documento no recurso ordinário, pois há um justo motivo que lhe impediu de
apresentá-lo na fase instrutória. Nesse sentido, temos a Súmula nº 8 do TST que dispõe: “A juntada de
documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua oportuna
apresentação ou se referir a fato posterior à sentença."
Gabarito: ''A''

(FGV/XIX Exame de Ordem Unificado) José ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade
empresária ABCD Ltda., requerendo horas extras. A sociedade empresária apresentou contestação

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Reta Final

negando as horas extras e juntou os cartões de ponto, os quais continham horários variados de entrada e
saída, marcados por meio de relógio de ponto. O advogado do autor impugnou a documentação.
Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) Na qualidade de advogado do autor, você não precisará produzir qualquer outra prova, pois já impugnou
a documentação.
B) Na qualidade de advogado da ré, você deverá produzir prova testemunhal, já que a documentação foi
impugnada.
C) Na qualidade de advogado do autor, o ônus da prova será do seu cliente, razão pela qual você deverá
produzir outros meios de prova em razão da sua impugnação à documentação.
D) Dada a variação de horários nos documentos, presumem se os mesmos inválidos diante da impugnação,
razão pela qual só caberá o ônus da prova à empresa ré.
Comentários
No caso narrado, a empresa Reclamada se desincumbiu do seu ônus probatório, cabendo ao Reclamante
provar os fatos que constituem o seu direito.
Gabarito: ''C''

(FGV/XX Exame de Ordem Unificado) O juiz, em sede de reclamação trabalhista, após ouvir os
depoimentos pessoais das partes, deu início à oitiva de testemunha da parte ré, já que o autor não
produziu a prova testemunhal. Como as três testemunhas da empresa permaneceram na sala de audiência
durante toda a audiência, o juiz ouviu cada uma delas sem que as outras se retirassem.
De acordo com a CLT, assinale a opção que indica o procedimento a ser adotado pelo advogado da parte
autora.
A) Deverá ser requerida a invalidação dos depoimentos.
B) Não há nada a ser requerido, pois o procedimento foi normal visando à celeridade e à economia
processual.
C) Deverá ser requerido o adiamento da audiência para a produção de prova testemunhal pelo autor.
D) Deverá ser requerida a oitiva das testemunhas como informantes.
Comentários
A inquirição das testemunhas deve acontecer de maneira individual para não ocorrer o que
doutrinariamente é conhecido como contaminação de depoimentos. No casso narrado, a parte deve
requerer a invalidação dos depoimentos.
Gabarito: ''A''

(FGV/XXI Exame de Ordem Unificado) Um empregado ajuizou reclamação trabalhista postulando o


pagamento de vale transporte, jamais concedido durante o contrato de trabalho, bem como o FGTS não
depositado durante o pacto laboral. Em contestação, a sociedade empresária advogou que, em relação ao

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Reta Final

vale transporte, o empregado não satisfazia os requisitos indispensáveis para a concessão; no tocante ao
FGTS, disse que os depósitos estavam regulares.
Em relação à distribuição do ônus da prova, diante desse panorama processual e do entendimento
consolidado pelo TST, assinale a afirmativa correta.
A) O ônus da prova, em relação ao vale transporte, caberá ao reclamante e, no tocante ao FGTS, à reclamada
B) O ônus da prova para ambos os pedidos, diante das alegações, será do reclamante.
C) O ônus da prova, em relação ao vale transporte, caberá ao reclamado e, no tocante ao FGTS, ao
reclamante.
D) O ônus da prova para ambos os pedidos, diante das alegações, será da sociedade empresária.
Comentários
A Sociedade empresária alegou fatos modificativos e extintivos do direito do autor, atraindo para si o ônus
probatório de suas alegações, conforme Súmula nº 460 e 461 do TST.
Gabarito: ''D''

(FGV/XVII Exame de Ordem Unificado) A papelaria Monte Fino Ltda. foi condenada numa reclamação
trabalhista movida pelo ex-empregado Sérgio Silva. Uma das parcelas reivindicadas e deferidas foi o 13º
salário, que a sociedade empresária insistia haver pago, mas não tinha o recibo em mãos porque houve
um assalto na sociedade empresária, quando os bandidos levaram o cofre, as matérias-primas e todos os
arquivos com a contabilidade e os documentos da sociedade empresária. Recuperados os arquivos pela
polícia, agora, no momento do recurso, a Monte Fino Ltda. pretende juntar o recibo provando o
pagamento, inclusive porque a sentença nada mencionou acerca da possível dedução de valores pagos
sob o mesmo título.
De acordo com o caso apresentado e o entendimento jurisprudencial consolidado, assinale a afirmativa
correta.
A) É possível a juntada do documento no caso concreto, porque provado o justo impedimento para sua
oportuna apresentação.
B) O momento de apresentação da prova documental já se esgotou, não sendo possível fazê-lo em sede de
recurso.
C) Pelo princípio da primazia da realidade, qualquer documento pode ser apresentado com sucesso em
qualquer grau de jurisdição, inclusive na fase de execução, independentemente de justificativa.
D) Há preclusão, e o juiz não pode aceitar a produção da prova em razão do princípio da proteção, pois isso
diminuiria a condenação.
Comentários
A alternativa está em consonância com o disposto na Súmula nº 8 do TST, eis que provado o justo motivo
para apresentação do documento em sede recursal.
Gabarito: ''A''

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

(FGV/VII Exame de Ordem Unificado) Josenildo da Silva ajuizou reclamação trabalhista em face da
empresa Arca de Noé Ltda., postulando o pagamento de verbas resilitórias, em razão de dispensa
imotivada; de horas extraordinárias com adicional de 50% (cinquenta por cento); das repercussões devidas
em face da percepção de parcelas salariais não contabilizadas e de diferenças decorrentes de equiparação
salarial com paradigma por ele apontado. Na defesa, a reclamada alega que, após discussão havida com
colega de trabalho, o reclamante não mais retornou à empresa, tendo sido surpreendida com o
ajuizamento da ação; que a empresa não submete seus empregados a jornada extraordinária; que jamais
pagou qualquer valor ao reclamante que não tivesse sido contabilizado e que não havia identidade de
funções entre o autor e o paradigma indicado.
Considerando que a ré possui 10 (dez) empregados e que não houve a juntada de controles de ponto,
assinale a alternativa correta.
A) Cabe ao reclamante o ônus de provar a dispensa imotivada.
B) Cabe à reclamada o ônus da prova quanto à diferença entre as funções do equiparando e do paradigma.
C) Cabe ao reclamante o ônus de provar o trabalho extraordinário.
D) Cabe à reclamada o ônus da prova no tocante à ausência de pagamento de salário não contabilizado.
Comentários
No caso narrado, não há inversão do ônus da prova, pois a empresa ré conta com 10 (dez) empregados, não
sendo assim obrigatório manter controle de pontos – art. 74, parágrafo segundo da CLT. Como se trata de
fato constitutivo de seu direito, cabe a Josenildo provar a jornada extraordinária.
Gabarito: ''C''

(FGV/XXIV Exame de Ordem Unificado - Adaptada) Jorge trabalhou em uma sociedade empresária
francesa, no Brasil. Entendendo que o valor das horas extras não lhe havia sido pago corretamente, ajuizou
ação trabalhista. Como impugnara os controles de horário, necessitou apresentar prova testemunhal,
porém, sua única testemunha, apesar de trabalhar a seu lado, não fala português. Diante disso, Jorge
requereu ao juiz a nomeação de um intérprete.
Nesse caso, nada mais estando em discussão no processo, assinale a opção que indica a quem caberá o
custeio dos honorários do intérprete.
A) A Jorge, que é a parte interessada no depoimento da testemunha.
B) As despesas decorrentes do disposto neste artigo correrão por conta da parte sucumbente, salvo se
beneficiária de justiça gratuita
C) Ao réu, já que era empregador de Jorge e da testemunha, que era de nacionalidade igual à da sociedade
empresária.
D) O depoimento ocorrerá fora do processo, por tradutor juramentado, custeado pela parte requerente, que
depois deverá juntá-lo ao processo.
Comentários
De acordo com o artigo 819, §2º, da CLT, em caso da necessidade de contratação de intérprete, as despesas
correrão por conta da parte sucumbente, salvo se beneficiária de justiça gratuita.
Gabarito: ''B''

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Reta Final

(FGV/XX Exame de Ordem Unificado) O juiz, em sede de reclamação trabalhista, após ouvir os
depoimentos pessoais das partes, deu início à oitiva de testemunha da parte ré, já que o autor não
produziu a prova testemunhal. Como as três testemunhas da empresa permaneceram na sala de audiência
durante toda a audiência, o juiz ouviu cada uma delas sem que as outras se retirassem.
De acordo com a CLT, assinale a opção que indica o procedimento a ser adotado pelo advogado da parte
autora.
A) Deverá ser requerida a invalidação dos depoimentos.
B) Não há nada a ser requerido, pois o procedimento foi normal visando à celeridade e à economia
processual.
C) Deverá ser requerido o adiamento da audiência para a produção de prova testemunhal pelo autor.
D) Deverá ser requerida a oitiva das testemunhas como informantes.
Gabarito: ''A''
Comentários
No caso retratado houve a "contaminação" da prova testemunhal, uma vez que o artigo 824, da CLT
preceitua que o juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não seja
ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.

Sentença

No processo do trabalho, as sentenças podem ser classificadas em declaratórias, constitutivas e


condenatórias, bem como em decisões com ou sem resolução do mérito.

As sentenças na seara trabalhista estão regulamentadas entre os artigos 832 e seguintes da CLT:

Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa,
a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
§ 1º Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as
condições para o seu cumprimento.
§ 2º A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.
§ 3º As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica
das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de
responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o
caso.
(...)

Caso o magistrado observe na decisão proferida evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de
cálculo, poderá o magistrado corrigi-los de ofício, ou os fazer a requerimento das partes ou do Ministério
Público, nos termos do artigo 833 da CLT:

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ESTRATÉGIA OAB
Reta Final

Art. 833 - Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de


cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a
requerimento dos interessados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.

Quanto a coisa julgada, esta pode ser tida como formal ou material, como se passa a explanar:

Forma-se a coisa julgada formal tanto na sentença terminativa (sem resolução de mérito) como na
definitiva (com resolução de mérito), tornando-a imutável naquele processo, em razão de as partes já terem
utilizado todos os recursos cabíveis ou quando simplesmente deixaram de recorrer no prazo legal.

Por seu turno, na coisa julgada material, é a imutabilidade da sentença, impedindo que a questão venha a
ser novamente decidida em outro processo. Dada a sua importância, a coisa julgada está prevista na
Constituição Federal, no art. 5º, XXXVI, sendo um corolário da segurança jurídica, de modo que o julgamento
do mérito torna o dispositivo indiscutível.

Finalmente, o juiz deverá decidir a lide nos limites do pedido do reclamante, sendo defeso, segundo o
art.492, do CPC/2015, proferir sentença de natureza diversa da pretendida ou em objeto diverso do que
lhe foi demandado (extra petita) ou em quantidade superior ao que foi pedido(ultra petita), bem como ser
omisso em algum dos pedidos (citra petita).

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Reta Final

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Profa. Isabella Pires:
Com isso, me despeço de vocês por hoje! Voltaremos amanhã para dar continuidade ao
nosso projeto rumo à aprovação!
Aproveito para, mais uma vez, deixar meus contatos caso tenham dúvidas, críticas,
sugestões!
Vocês podem entrar em contato pelo fórum do curso ou ainda:
E-mail: isabella.almeida@estrategiaconcursos.com.br

Instagram: @profaisabellapires

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