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AUTORITARISMO
marcostaroco07@hotmail.com
RESUMO
O objetivo deste trabalho é analisar os condicionantes do regime autoritário brasileiro para as políticas
econômicas formuladas e as reformas institucionais aplicadas no âmbito da implementação do PAEG
(1964-1967). A partir da busca de alguns elementos teóricos da relação de pesquisa proposta, investiga-se
a influência do contexto autoritário para a gerência da economia no caso do PAEG e em quais políticas
econômicas e reformas institucionais essa influência se fez mais decisiva.
ABSTACT
The objective of this article is to analyze Brazillian dictatorship conditioning for economic policies and
institutional reforms applied under PAEG implematation (1964-1967). Starting of the search of some
theorical elements on the proposed research relation, investigates the influence of authoritarian context for
economic management in the case of PAEG and which economic policies and institutional reforms it can
be better viewed.
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Bolsista CAPES do Mestrado em Economia da Universidade Federal de Alfenas (Campus Varginha).
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Professor Adjunto no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Alfenas.
PAEG: A Gestão Econômica Sob A Influência Do Autoritarismo – Marcos Taroco
Resende e Roberto Pereira Silva
INTRODUÇÃO
Fishlow (1974), Macarini (2000) e Hermann (2005) afirmam que o PAEG era
ortodoxo, amparado num diagnóstico de inflação de demanda. O primeiro autor aponta,
com base no documento do PAEG, que as três causas tradicionais arroladas pelo PAEG
são: déficits públicos, expansão de crédito às empresas e o aumento dos salários em
proporção maior que o aumento da produtividade. Isso decorria de 1) dispêndio
governamental superior a retirada do poder de compra privado, seja por meio de impostos
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A não escolha pela opção do tratamento de choque no combate a inflação é justificado por vários outros
motivos, tais como a defasagem intertemporal dos reajustes salariais das diferentes “classes sociais”,
preocupação para não prejudicar a poupança nacional devido às políticas restritivas já realizadas, a
imediata eliminação do déficit público acarretaria na queda dos investimentos públicos, a possibilidade de
alta de preços e desemprego em vários setores após uma abrupta queda da demanda global, etc..
(BRASIL, 1965)
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PAEG: A Gestão Econômica Sob A Influência Do Autoritarismo – Marcos Taroco
Resende e Roberto Pereira Silva
Esses debates e outros não serão o centro de análise do trabalho. Esses temas
serão abordados ocasionalmente de forma a atender aos objetivos do trabalho.
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Na interpretação de Fishlow (1974) o diagnóstico de inflação de demanda era totalmente inconsistente
para a análise do processo inflacionário, que na verdade, tinha seus fundamentos na inflação de custos. As
verdadeiras causas seriam atreladas às estruturas de mercados não competitivas (monopólio e oligopólio)
da economia brasileira.
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Resende e Roberto Pereira Silva
O problema norteador deste trabalho pode ser descrito nos seguintes termos:
Qual a influência do poder autoritário do governo Castello Branco para a implementação
das medidas econômicas do PAEG? E em quais dimensões da política econômica e das
reformas institucionais essa influência pode ser observada?
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Resende e Roberto Pereira Silva
1. ECONOMIA E AUTORITARISMO.
Coats (1981 apud Loureiro, op.cit) exemplifica que em vários países como
Inglaterra, Japão, Itália, Estados Unidos, Noruega os economistas são empossados em
cargos intermediários nas agências burocráticas e não em altos cargos de direção
econômica e política5.
5
Para uma análise detalhada e comparativa consultar o capítulo 3 de Loureiro (op.cit)
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Abreu Júnior (2015) demonstra que pelo conceito de patrimonialismo costuma-se a se referir
originalmente a Marx Weber em sua análise sociológica de tipos ideais, propriamente, nos tipos de
dominação, a saber, tradicional, carismática e legal. O patrimonialismo seria uma dominação política em
que não há separação entre as esferas públicas e privadas na administração do Estado. Em sua revisão da
literatura mais recente a cerca do conceito, com base em Hinnerk Bruhns e Shmuel N. Eisenstadt, o autor
mostra que a diferença entre os regimes patrimoniais e neopatrimoniais se dá pelas novas formas de
dominação e o quadro político contemporâneo, de modo que no último, “os grupos de interesse político
que se acercam do poder se utilizariam do estado burocrático para assegurarem seus interesses
clientelistas, ainda que de forma legal” (ibid, s.d).
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No trabalho de Loureiro (1997) o economista dirigente é visto como aquele que apenas passa pela
política, o órgão público apenas faz parte de uma carreira profissional maior.
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Resende e Roberto Pereira Silva
A autonomia do Estado não deve ser tomada a priori. Ela ou a não autonomia
deve ser analisada em situações específicas, construída a partir de relações concentras
entre Estado e sociedade em dado momento histórico. Nesse processo certos fatores
podem facilitar ou dificultar a autonomia, a saber, natureza autoritária do governo,
momentos de graves crises econômicas, ameaças militares externas, disponibilidade de
paradigmas hegemônicos, carreiras burocráticas, critérios meritocráticos, etc...
Uma segunda fonte é que governos autoritários (Chile e Coréia são exemplos)
têm mais eficácia para realizar amplas reformas estruturais do que os democráticos. Uma
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Neste caso se as autoridades que dão poderes aos tecnocratas de tomar decisões
provém de um regime ditatorial e as decisões tomadas não são alvos de questionamentos
por parte da população e dos representantes políticos tem-se um poder tecnocrático
(exemplos são os Chicago Boys no Chile e Delfim Neto no Brasil).
Uma ressalva importante feita pela autora é que a autonomia do Estado pode
significar independência de uns grupos, mas dependência e subordinação a interesse de
outros grupos.
Em suma, nos parece que Loureiro (1997, p.176) resume a situação da tomada
de decisão na América Latina assim:
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O Brasil foi um dos mais intervencionistas ao longo do século XX, e com isso
conseguiu alterar sua estrutura industrial a níveis mais sofisticados que a maioria dos
países da região através de políticas de desenvolvimento econômico e planejamento
estatal (FONSECA, 2003; LOUREIRO, 1997). O país foi um dos poucos países a
expandir a industrialização para faixas de bens de consumo duráveis e aprofundar bens
intermediários e bens de capital (TAVARES, 1972).
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Do ponto de vista de Resende (2014, p.201) a política fiscal foi a mais bem
sucedida das políticas econômicas. A elevação dos impostos diretos e indiretos permitiu
a redução dos déficits governamentais de 4,2% do PIB em 1963, para 3,2% em 1964,
1,6% em 1965 e 1,1% em 1966. Desse modo, pode-se entender que os resultados foram
condizentes com os objetivos da reforma tributária e de redução do déficit público (1º e
2º pontos do instrumento da ação da política financeira e o primeiro objetivo da política
tributária).
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Para Resende (op.cit) a importância dessa reforma decorre do fato de que até
então SUMOC dividia funções com Banco do Brasil como autoridade monetária. O
Banco do Brasil além de banco comercial acumulava funções de banqueiro do Tesouro e
banqueiro do sistema bancário através da Caixa de Redesconto e Caixa de Mobilização
Bancária. A criação do Banco Central foi uma ação fundamental para modernização do
sistema, apesar de que o Banco do Brasil continuou tendo acesso aos fundos do Banco
Central.
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Para esta autora, a criação de um mercado de títulos da dívida pública foi o maior
mérito da reforma do sistema financeiro, ao permitir o financiamento não monetário dos
déficits orçamentários.
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No documento do PAEG há uma análise de inúmeras falhas do sistema tributário brasileiro e com isso
haveria necessidade da reforma se dar ao longo dos anos, e não rapidamente. Com isso, os objetivos aqui
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O “razoável equilíbrio de preços em longo prazo” não pode ser qualificado, pois
provavelmente refere-se a um período posterior ao plano, o que de fato aconteceu no
período de 1968-1972. No desempenho do período o balanço de pagamentos (consoante
também ao quinto ponto dos objetivos gerais do PAEG), evidencia-se que algum grau de
equilíbrio foi alcançado, ainda que inconsistente. Os déficits de 1964 e 1966 foram
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mínimos, o de 1965 foi de grande magnitude de US$ 218 bilhões, enquanto houve um
volumoso déficit de US$ 262 bilhões em 1967.
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Havia ainda outras políticas, cujas análises fugiriam dos objetivos do trabalho. 2) política agrária com
objetivo de aumentar produção e produtividade do setor e melhorar o emprego rural; 3) política
habitacional para favorecer aquisição de imóveis a classes de menor renda; 4) política educacional com
objetivo de ampliar acesso à educação, buscando racionalizar também o uso dos recursos, além de ajustar
o ensino às necessidades “técnicas e culturais” das sociedades modernas (BRASIL, 1965).
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Esta medida foi implementada pela Circular 10 para Administração Federal e aos demais órgãos da
União em 1965. Em 1966 estendeu-se a forma ao setor privado (HERMANN, 2005; RESENDE, 2014).
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Esses dois aspectos podem ajudar a explicar, por exemplo, a reforma tributária
que segundo Hermann (2005) uma das características mais evidentes foi sua centralização
de recursos na União em detrimento dos demais entes federativos.
Para o autor é isso que as políticas econômicas ortodoxas tentam fazer por
intermédio da recessão. A diferença, segundo ele, é que a ortodoxia com políticas de
restrição de liquidez deixa o mercado distribuir os custos da estabilização aos mais fracos,
enquanto os governos autoritários podem fazer isso simplesmente pela ação política
autoritária na determinação dos salários.
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Lessa (1981) concebe o Plano de Metas como uma resposta ao conflito entre
setores industriais e as tentativas de políticas de estabilização, instrumentalizadas no
financiamento monetário do déficit público e na expansão de crédito. Para este autor “O
processo de industrialização já havia atingido um estágio em que explicava seus
interesses” (LESSA, op.cit, p.73), colocando assim o problema da inflação subordinado
11
Informação retirada do documento síntese do PAEG – BRASIL (1965).
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Programa de Estabilização Monetária (PEM) de 1958 no Governo de Juscelino Kubitschek e o Plano
Trienal de 1962 sob o Governo de João Goulart.
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temor do financiamento das safras de 1958-1959 ser afetado pela redução do gasto
público.
Quer-se dizer que o PAEG não mais colocava a estabilização como subordinada
ás políticas de desenvolvimento e isso mexia com os interesses econômicos de certos
grupos, principalmente os industriais.
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A uma primeira avaliação poder-se-ia parecer que a política monetária tenha sido
demasiadamente expansionista. Entretanto, apesar expansão dos meios de pagamentos
maior que a prevista pelas metas, cabe ressaltar que os níveis de inflação também
estiveram num patamar mais elevado que o programado, de modo que, os índices de
liquidez real13 nos dá uma ideia mais consistente da situação monetária, já que a equipe
econômica colocava em sua análise as variações dos meios de pagamento consoante às
dos preços. Tanto pelos dados trimestrais de Resende (2014) como os anuais de Hermann
(2005) sugere-se que os anos de 1964 e 1966 foram de contração real dos meios de
pagamento e do crédito, enquanto 1965 e 1967 de expansão.
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Deflacionamento das variações nominais por algum índice de preço.
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1966 a restrição dos créditos foi menor que o aperto monetário, especialmente pela
atuação do Banco do Brasil.
A maior autonomia do Estado também pode ter ser sido conferida pela ocasião
da crise econômica ocorrida em princípios dos anos de 1960. Ás vésperas do golpe que
derrubou o Presidente João Goulart a economia brasileira passava por sérias dificuldades
econômicas de ordens interna e externa, a saber, respectivamente, a queda da atividade
econômica aliado ao aumento do processo inflacionário, caracterizando a “estagflação”,
e os desequilíbrios no balanço de pagamentos (HERMANN, 2005). Isso pode ser
observado nas taxas de crescimento que no início da década de 1960 ainda se
encontravam num nível elevado, de aproximadamente 9%, em 1962 caiu para 6,6% e em
1963 os sinais da crise configuraram numa clara desaceleração, quando o crescimento do
PIB foi de 0,6%. Ao mesmo tempo, verificou-se uma escala de preços, medida pelo Índice
Geral de Preços (IGP), acelerando-se de 30,5% em 1960 e 47,8% em 1961 para 79,9%
em 1963, e chegando a 92,1% ao final de 1964, já com alguns meses do período militar
(GIAMBIAGI et al, 2005).
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A primeira versão desse trabalho foi publicada em 1963. Portanto no seio do contexto da crise.
15
A autora vê a necessidade da transição para um novo modelo de desenvolvimento em meio a crise, no
qual o Estado assumiria de forma efetiva e decidida os investimentos e o processo de desenvolvimento.
16
Neste trabalho, os autores discordam da interpretação corrente da estagnação dos anos de 1960. Para
eles, olhando retrospectivamente (dos anos 70 para os 60 – portanto tendo em vista a experiência do
“milagre econômico”, o crescimento econômico pode continuar mesmo com estrutura agrária e
concentração de renda). O que aconteceu nos anos de 1960 para os autores, com os sintomas da
estagnação, estaria ligado à queda do nível de investimentos, determinada pela taxa de rentabilidade
(Eficiência Marginal do Capital) e as expectativas dos empresários, após a grande concentração de
investimentos complementares no tempo na ocasião do Plano de Metas.
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A crise, salopando o crescimento com altas taxas de crescimento e nas bases até
então conhecidas (assentado no Estado e no maior crescimento relativo da indústria)
permitiu, num ambiente autoritário, a concentração de poder e prestígio nos economistas
como dirigentes políticos, cujas ideias prezavam em alguma medida a estabilização da
inflação. Um dos pontos mais enfatizados para os neoliberais (Gudin e Octávio G.
Bulhões), conforme caracterizou Bielshowsky (2000) era a necessidade de promover
políticas econômicas que promovessem o saneamento financeiro do Estado, e assim
efetuasse o rígido controle do processo inflacionário. Por outro lado, Roberto campos era
classificado na corrente de pensamento econômico “desenvolvimentista do setor público
não nacionalista”, que entendia era fundamental a participação do capital estrangeiro nos
investimentos para o impulsionamento da industrialização (como ocorreu no Plano de
Metas), porém enfatizava o aspecto da estabilização como de suma importância, mesmo
num contexto de expansão econômica (BIELSCHOWSKY, op.cit) 17.
17
Roberto Campos é atualmente conhecido como grande representante do liberalismo no Brasil. Mas a
análise de Bielshowsky (2000) se fez num contexto específico, no auge do desenvolvimentismo
brasileiro, de 1945-1964. Segundo Daconal (2015) a “conversão” de Roberto Campos para liberal se faz
na década de 1970.
18
Os dois economistas foram delegados brasileiros na reunião de Bretton Woods em 1944. Roberto
Campos participou do Departamento Econômico do Itamarati no início dos anos de 1940 e foi
embaixador brasileiro nos Estados Unidos de 1961 a 1964 (LOUREIRO, op.cit)
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De acordo com o autor isto não era o recorrente na história brasileira. Analisando
retrospectivamente os períodos anteriores, o autor aponta que
Por três vezes antes disso, - durante a breve passagem de Eugênio Gudin
pelo Ministério da Fazenda, de setembro de 1954 a abril de 1955, com
o Programa de Estabilização Monetária introduzido no final de 1958 e
nos primeiros meses da presidência de Quadros em 1961 - a política de
contenção da inflação mediante restrição da demanda não obtivera
apoio decidido e contínuo por parte do Executivo. No primeiro caso, os
protestos inevitáveis contra a restrição do crédito conduziram à
renúncia de Gudin depois de apenas 6 meses na pasta e, com isso, ao
relaxamento do crédito; o segundo episódio terminou com a renúncia
do Ministro da Fazenda, Lucas Lopes, em agosto de 1959, vinculada à
decisão de Kubitschek de romper as negociações com o FMI; e,
finalmente, o apoio indeciso de Quadros ao seu Ministro da Fazenda,
Clemente Mariani, introduziu a discussão de questões que
extravasavam o campo das opções monetárias, em que fora instaurado
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Aqui está implícito novamente que sob a natureza autoritária do governo pós-
1964. O grau de autonomia do Estado, na expressão do Executivo e da equipe econômica,
foi maior devido a possibilidade de o Executivo limitar ou não ceder a pressões de grupos
sociais contra os ministros responsáveis pela área econômica, o que num sistema
democrático seria mais difícil de não o fazê-lo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugere-se que embora o governo autoritário possuísse uma maior autonomia que
governos democráticos, também buscava a legitimação do poder. Essa busca de
legitimação frequentemente baseava-se nos estratos e grupos sociais mais altos dentro da
sociedade brasileira, em detrimentos dos trabalhadores.
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como suporte da análise econômica -, não só desse objeto, mas também de outros, pode
ser de grande valia para o aprimoramento metodológico para estudar os fenômenos da
ciência econômica.
REFERÊNCIAS
BASTIAN, E.F; EARP, F. S. O Combate à Inflação no Brasil, 1958-67: uma análise dos
planos de estabilização gradualistas. In: Anais do XL Encontro Nacional de
Economia. Porto de Galinhas (PE): 2012.
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Resende e Roberto Pereira Silva
TAVARES, M. C.; SERRA, José. Além da estagnação: uma discussão sobre o estilo de
desenvolvimento recente no Brasil. In: TAVARES, M. C., Da substituição de
importações ao capitalismo financeiro. Ensaios sobre economia brasileira. Rio de
Janeiro: Zahar, 1972.
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