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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA


CURSO:
ENGENHARIA ELÉCTRICA
´´PÓS-LABORAL´´
DISCIPLINA:
PROTECÇÕES E AUTOMAÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS
TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO

TITULO:

MÉTODOS DE LINEARIZAÇÃO

DISCENTE: DOCENTE:

Pangaia, Marcelino Sinete Regente: Engº. Fernando Chachaia, Msc.

Assistente: Engº.Albino Anacleto, Msc.

Maputo, Novembro de 2022


Índice

1. Introdução ........................................................................................................................... 3

4.6. Dimensionamento de sistema de aterramento formado por hastes alinhadas em


paralelo, igualmente espaçadas .................................................................................................. 4

4.7. Dimensionamento de sistema de aterramento com hastes em triângulo......................... 9

4.8. Dimensionamento de sistemas de com hastes em quadrado vazio ............................... 11

4.9. Dimensionamento de sistema com hastes em quadrado cheio ..................................... 12

4.10. Dimensionamento de sistema com hastes em circunferência ................................... 14

4.11. Hastes profundas ....................................................................................................... 15

5. Conclusão ......................................................................................................................... 20

Marcelino Pangaia 1
Índice de figuras

Figura 1: Hastes alinhadas em paralelo ..................................................................................... 4


Figura 2: Hastes cravada no solo ............................................................................................... 4
Figura 3: Parâmetros das mútuas entre as hastes ´´h´´ e ´´m´´ .................................................. 5
Figura 4: Sistema com quatro hastes alinhadas ......................................................................... 6
Figura 5: Curva ................................................................. 9
Figura 6: Triângulo equilátero ................................................................................................... 9
Figura 7: Curvas dos K X e ...................................................................................................... 10
Figura 8: Quadrado vazio......................................................................................................... 11
Figura 9: Oito hastes em quadrado Vazio ................................................................................ 11
Figura 10: Trinta e seis hastes em quadrado Vazio ................................................................. 12
Figura 11: Quadrado cheio....................................................................................................... 13
Figura 12: Quatro hastes em Quadrado cheio .......................................................................... 13
Figura 13: Trinta e seis hastes em Quadrado cheio ................................................................. 13
Figura 14: Haste em circunferência ......................................................................................... 14
Figura 15: Haste em circunferência com nove metros de raio................................................. 15
Figura 16: Haste com rosca e luva de conexão ........................................................................ 16
Figura 17: Bate-estaca e Hastes emendáveis ........................................................................... 17
Figura 18: Haste profunda ....................................................................................................... 17
Figura 19: Perfuração do buraco .............................................................................................. 18

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1. Introdução

O aterramento é de extrema importância para a segurança das pessoas e dos


equipamentos, um aterramento bem feito pode colaborar na diminuição da grande quantidade
de acidentes, devidos os choques eléctricos.

O aterramento ainda é um assunto que gera muitas dúvidas quanto às suas normas e
seus procedimentos, não só entre cidadãos comuns, mas até mesmo entre os profissionais
electricistas.

Em virtude dessas dúvidas da falta de compreensão sobre o aterramento, ainda se


comentem muitos equívocos no seu uso. Diante desse cenário, é importante que se tenha um
material sobre aterramento de instalações Industriais que seja mais básico e esclarecedor,
afim de auxiliar o aprendizado dos estudantes de Engenharia Eléctrica.

Referir que o aterramento eléctrico ou a ligação a terra deve possuir baixa resistência de terra
e alta capacidade de condução ou escoamento de corrente, portanto deve-se manter um valor
da resistência de aterramento constante, sobre todas condições climáticas independente do
material utilizado, proporcionando a segurança do pessoal e a protecção dos equipamentos,
mantendo os níveis de potenciais dentro dos limites adequados (ou seja, limites de tensão e
corrente que não causem danos aos equipamentos, choques eléctricos e fibrilação do
coração).

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4.6. Dimensionamento de sistema de aterramento formado por hastes alinhadas em
paralelo, igualmente espaçadas

Um sistema de aterramento formado por hastes alinhadas em paralelo, é um sistema


simples e eficiente, muito empregado em sistema de distribuição de energia eléctrica, no
aterramento de equipamento isolados. Dentro da área urbana, efectua-se o aterramento ao
longo do meio fio do passeio, o que é económico e não prejudica o trânsito.

Figura 1: Hastes alinhadas em paralelo

Para o cálculo da resistência equivalente de hastes paralelas alinhadas é feito usando as


formulas 1,2,3 3 4, pela fórmula 6 é calculado o coeficiente de redução (K).

( )[ ] [1]

Figura 2: Hastes cravada no solo

Onde:
 Resistividade aparente do solo [Ω.m];
 Cumprimento da haste [m];
 Diâmetro do círculo equivalente à área da secção transversal da haste [m];

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∑ [2]

Onde:

 Resistencia apresentada pela haste ´´h´´ inserida no conjunto considerando as


interferências das outras hastes;
 Número de hastes paralelas;
 Resistência individual de cada haste sem presença de outras hastes (formula
1);
 Acréscimo da resistência na haste ´´h´´ devido à interferência mútua da haste
´´m´´, dada pela expressão 3;

( )
[ ( )
] [3]

Onde:

 Espaçamento entre a haste ´´h´´ e a haste ´´m´´ (em metros);


 Cumprimento da haste [m];

A representação de bhm esta na figura 3, o seu valor é obtida pela expressão 4.

Figura 3: Parâmetros das mútuas entre as hastes ´´h´´ e ´´m´´

√ [4]

[5]

[6]

 Indice de aproveitamento ou índice da redução (K)

É definido como a relação entre a resistência equivalente do conjunto (Req) e a resistência

Marcelino Pangaia 5
individual de cada haste sem a presença de outras hastes.

Exemplo 1: calcular a resistência equivalente do aterramento de quatro hastes alinhadas


como mostra a figura 4 em função da . Determinar o índice de redução (K).

Figura 4: Sistema com quatro hastes alinhadas

Para o sistema de 4 hastes tem-se:

Como as hastes são todas do mesmo formato, tem-se:

( ) ( )

Devido a zona de bloqueio, as resistências mútuas de acréscimo são obtidas:

( )
* +
( )

√ √ √

( )
* +
( )

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( )
* +
( )

( )
* +
( )

( )
* +
( )

√ √

( )
* +
( )

Cálculo de R1, R2, R3, R4:

Devido a simetria e

Cálculo da resistência equivalente ( ),

Indice de redução (K)

Marcelino Pangaia 7
Isso significa que a resistência equivalente de quatro hastes é igual a 31% da resistência de
uma haste isolada. Para evitar todo esse caminho, o coeficiente de redução (K) é tabelada e
este apresentado nas tabelas do apêndice A.

Nas tabelas tem-se disponível o valor da resistência de uma haste, obtida usando a fórmula 1
em função a . Além da coluna do K, tem-se a coluna do em função de .
Assim, no exemplo anterior, usando-se a tabela A.0.5, pode-se ter directamente o índice de
redução eo .

Analisando as tabelas do coeficiente de redução (K) para hastes alinhadas pode-se observar-
se que também existe uma saturação na diminuição da resistência equivalente com o aumento
do número de hastes. Na prática, o número de hastes alinhadas é limitado a 6, acima do qual
o sistema torna-se a dispendioso.

Exemplo 2:

Um sistema de aterramento consiste de 8 haste, espaçadas de 3 metros, cravadas em um solo


com . O cumprimento das hastes é de 2,4 metros e o diâmetro de . Pode-se:

a) Resistência do sistema de aterramento;

( ) ( )

Para oito hastes, conforme a tabela A.0.5. do apêndice A.

b) Quantas hastes devem ser cravadas para ter-se uma resistência máxima de 10Ω?

Da tabela A.0.5 obtém-se 6 hastes ou mais.

C) Fazer uma curva com para as hastes dadas.

Marcelino Pangaia 8
Usando sistematicamente a tabela A.0.5, efectua-se a curva que esta apresentada na figura 5

Figura 5: Curva

4.7. Dimensionamento de sistema de aterramento com hastes em triângulo

Para este sistema as hastes são cravadas nos vértices de um triângulo equilátero.

Figura 6: Triângulo equilátero

Todo o dimensionamento do sistema em triângulo, baseia-se na definição do índice de


redução (k).

Onde:

 Resistencia eléctrica de uma haste cravada isoladamente no solo;


 Indice de redução do sistema de aterramento;

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 Resistencia equivalente apresentada pelo sistema de aterramento em triângulo
com lado ´´e´´;

Os índices de redução (K) são obtidos directamente das curvas da figura abaixo.

Figura 7: Curvas dos K X e

As curvas são para hastes de e 1´´, com tamanhos de 1,2: 1,8; 2,4 e 3 metros.

Exemplo 3:

Num solo onde , Determinar a resistência do sistema de aterramento com três


hastes cravadas em triângulo com lado de 2 metros, sendo o comprimento da haste 2,4metros

e o diâmetro . ( ) ( )

A relação acima pode-se tirar directamente da tabela A.0.5.

Da figura 7, tem-se:

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4.8. Dimensionamento de sistemas de com hastes em quadrado vazio

A figura 8, mostra o sistema com o formato de quadrado vazio, onde as hastes são colocadas
na periferia a uma distância ´´e´´ das hastes adjacentes.

Figura 8: Quadrado vazio

A resistência equivalente do sistema é dada pela expressão 6, com o índice de redução (K)
obtido das figuras 9 e 10.

Figura 9: Oito hastes em quadrado Vazio

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Figura 10: Trinta e seis hastes em quadrado Vazio

Exemplo 4: Oito hastes formam um quadrado vazio com , sendo o comprimento da


haste 3m e diâmetro 1’’, determinar a [] .

[]

Da figura 9, tem-se

[]

4.9. Dimensionamento de sistema com hastes em quadrado cheio

As hastes são cravadas como mostra a figura 11.

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Figura 11: Quadrado cheio

Os índices de redução (K) são obtidos pelas curvas das figuras 12 e 13.

Figura 12: Quatro hastes em Quadrado cheio

Figura 13: Trinta e seis hastes em Quadrado cheio

Marcelino Pangaia 13
Exemplo 5:

Quatro hastes de 2,4m e Formam um quadrado com e estão cravadas num

solo com . Determinar o valor de [] .

[]

Da figura 12, tem-se

[]

4.10. Dimensionamento de sistema com hastes em circunferência

As hastes estão igualmente espaçadas ao longo da circunferência com raio R (figura 14). Os
respectivos índices de redução são obtidos na figura 15.

Figura 14: Haste em circunferência

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Figura 15: Haste em circunferência com nove metros de raio

Exemplo 6: Determinar a resistência equivalente do sistema formado com 20 hastes com


e que estão cravadas ao longo de uma circunferência de raio 9m. A

resistividade aparente é igual a 180 .

[]

Da figura 15, tem-se

4.11. Hastes profundas

O objectivo principal é aumentar o comprimento L da haste, o que faz, de acordo com a


expressão 1, decair o valor da resistência praticamente na razão inversa de L.

Na utilização do sistema com hastes profundas, vários factores ajudam a melhorar ainda mais
a qualidade do aterramento. Estes factores são:

 Aumento do cumprimento da haste;

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 Camadas mais profundas com resistividade menores;
 Condição de água presente estável ao longo do tempo;
 Produção de gradientes de potencial maiores no fundo do solo, tornando os potenciais
de passo na superfície praticamente desprezíveis.

Assim, devidas as considerações acima, obtém-se um aterramento de boa qualidade, com o


valor da resistência estável ao longo do tempo. A dispersão de corrente se da nas condições
mais favoráveis, procurando regiões mais profundas de menor resistividade, oque atenua
consideravelmente os gradientes de potencial na superfície do solo.

Pra a execução desse sistema, usa-se basicamente dois processos.

a) Bate-estaca

Por este método, as hastes são uma a uma cravadas no solo por um bate-estacas- as hastes
emendáveis possuem rosca nos extremos e a conexão é feita por luvas.

Figura 16: Haste com rosca e luva de conexão

Um bate – estaca produz, normalmente, 80 batidas por minuto e a haste vai sendo lentamente
cravada no solo.

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Figura 17: Bate-estaca e Hastes emendáveis

Dependendo das condições do terreno é possível, por este processo, conseguir ate 18 metros
de profundidade.

b) Moto – perfuratriz

A dispersão das correntes em uma haste profunda se dá praticamente na camada de menor


resistividade. Com isso, algumas empresas de energia eléctrica, ao invés de cravar hastes
emendáveis, usam a técnica de cavar o buraco no solo e emendáveis seguida, introduzir uma
única haste soldada a um fio longo que vai até a superfície.

Figura 18: Haste profunda

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Recomenda-se também, introduzir no buraco, limalha de cobre. Esta limalha distribuída no
buraco vai, lentamente, penetrando o solo, aumentando consideravelmente o efeito da
actuação da haste, que facilita a dispersão da corrente no solo, pois se obtém uma menor
resistência eléctrica do sistema.

O processo de cavar o buraco no solo utiliza uma moto-perfuratriz de poço manual (figura
19). Por este processo pode-se conseguir até 60 metros de profundidade, dependendo das
características do solo.

Figura 19: Perfuração do buraco

Mas essa técnica apresenta problemas, tais como:

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 Risco para operador;
 Ruído excessivo causado pelos motores da perfuratriz e da bomba de água;

Para contornar esses problemas, pode-se usar:

 Moto-perfuratriz acoplada ao braço de um guindaste;


 Perfuratriz e bomba de água accionados por transmissão flexível acoplada a
transmissão do veículo;
 Perfuratriz e bomba de água accionadas hidraulicamente por pressão do óleo do
guindaste;

Sendo que a última alternativa tem melhores resultados, dai que recomenda-se:

O controlo da resistência eléctrica é feito com medições durante a escavação. Alcançando-se


o resultado esperado, tira-se a broca e coloca-se rapidamente o cabo com a haste na ponta.
Com o tempo a resistência eléctrica diminui devido a movimentação do terreno fechando e
compactando completamente o buraco.

Com este processo, caso não seja alcançado os bons resultados, recomenda-se como
alternativas:

 Fazer uma malha de terra;


 Deslocar o equipamento a ser aterrado;

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5. Conclusão

Entre todos os sistemas de aterramento formado por hastes alinhadas em paralelo a


melhor é da colocaçaode hastes profundas, apesar de muito dispendioso pela quantidade de
maqteriais a seem usadas e envolvidos.

Para obter-se um aterramento de boa qualidade, o valor da resistência deve ser estável ao
longo do tempo. Sendo que para a melhor dispersão de corrente deve-se ter uma menor
resistividade do solo.

6. Bibliografia

 Kindermann, G., & Campagnolo, J. M. (1995). Aterramento eléctrico. Porto Alegre:


Sagra-DC-Luzzatto.

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