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Resumo
Este trabalho inicia-se com uma breve explicação sobre sistemas de polias e alguns de seus
princiais componentes. Tem-se como objetivo propor três sistemas de polias diferentes. Será
padronizado um cabo que atenda os requisistos mínimos de entrada. Em seguida será
verifcado a vida útil do cabo em cada sistema de polias. A metodologia utilizada se deu
através da utilização de planilhas para cálculos característicos através dos dados de entada. Ao
final, será discutida a influência de sistemas diferentes para a vida util do cabo. Do mesmo
modo, será tratada a atuação de uma polia compensadora no sistema.
1 Introdução
Ao passar dos anos, com intuito de facilitar o esforço mecânico e físico, o homem teve
a necessidade de construir uma peça capaz de facilitar a transmissão de força, para elevação
de materiais e objetos pesados através da diminuição de seu grau de peso. Foi assim que
surgiram as polias (roldanas), que foi um grande avanço da engenharia na área de transportes
e máquinas de elevação.
As polias são tipos de rodas, que através de sua configuração e associação, são capazes
de diminuir a força aplicada para erguer um objeto. Estas direcionam a força de tração
aplicada através de fios ou cabos, de modo que possibilite mudar seu sentido e direção. Esse
elemento de máquina classifica-se de duas formas, como polia fixa e polia móvel.
A polia fixa permite apenas rotação. Mantém-se presa a um suporte, fazendo com que
as forças possam agir em seus extremos. Esse tipo de polia é mais empregado no
levantamento de objetos, servindo apenas para mudar a direção e sentido da força. A polia
móvel pode realizar movimentos de rotação e translação, de modo que a cada polia móvel
adicionada ao sistema, reduz a força aplicada pela metade. Em contrapartida, essa adição de
polias móveis ao sistema aumenta o tempo de içamento do objeto. Há ainda a polia
compensadora, na qual ajusta o movimento do cabo.
Para um sistema de polias sua especificação esta diretamente ligada com o diâmetro
do cabo de aço, na qual estes têm a função de sustentar o peso dos objetos através da tração
aplicada. São elementos de aço flexível compostos por fios, pernas e núcleos estirados e
torcidos formando um único conjunto. As características básicas que garantem boa utilização
do cabo de aço são: boa flexibilidade, grande capacidade de carga, durabilidade e
padronização.
Apoiados pela polia, por estarem em constante movimento e atrito, esses componentes
podem sofrer desgaste natural ou atingirem seu limite de fadiga de acordo com seu
funcionamento ou carga aplicada. Alguns dos fatores construtivos para uma escolha do cabo
de aço para uma aplicação de elevação são: número de pernas, números de arames e tipo de
alma, sentido de torção, lubrificação, passo, resistência do cabo, diãmetros indicados para
2 Metodologia
𝐾𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 é o fator de carga, com 𝑄𝑚.𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 sendo a carga média no cabo e 𝑄 𝑛. 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 sendo a
carga nominal do projeto.
ℎ 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝐾𝑎𝑛𝑜 = (2)
365 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝐾𝑎𝑛𝑜 é o fator de utilização média da máquina, sendo ℎ 𝑑𝑖𝑎𝑠 o número de horas de utilização
diária.
ℎ 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝐾𝑑𝑖𝑎 = (3)
24 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
FT é o fator de trabalho do equipamento, sendo 𝑡𝑜𝑝 seu tempo de operação e 𝑡𝑝𝑎 os tempos de
parada.
Uma vez que os fatores foram calculados, classificou-se a operação como leve, médio,
pesado ou muito pesado. Após classificar o sistema, selecionou-se em catálogos de
fabricantes cabos de aço que supostamente seriam capazes de atender à demanda com o
sistema de polias escolhido e processeguiu-se com a realização dos cálculos.
Ao selecionar o cabo, tornam-se conhecidos parâmetros como número de fios i, tensão
de ruptura 𝜎𝑏 , que juntamente com o fator de segurança da operação K e a relação 𝐷𝑚𝑖𝑛 ⁄𝑑 ,
permitem calcular o valor da área útil F do cabo. A área útil F do cabo foi calculada através da
Equação 5, uma considerando um cabo com o número de fios igual a 114.
𝑆𝑤 ′
𝐹(114) = (5)
𝜎𝑏 𝑑
𝐾 +𝐷 ∙ 50000
𝑚𝑖𝑛
𝑆𝑤 ′ = 𝑆𝑤 ∙ 𝐾 (6)
𝑄𝑚.𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
𝑆𝑤 = (7)
𝑁∙𝜂
Sendo 𝑁 o número de pernas de cabo que sustentam a carga e 𝜂 a eficiência da talha. Através
da área útil do cabo F e da tração 𝑆𝑤 ′ sofrida no mesmo, dada pela Equação 6, foi possível
obter a tensão real no cabo σ através da Equação 8.
𝐹
𝜎=
𝑆𝑤 ′ (8)
Após a determinação da tensão real no cabo, calculou-se m, um fator que depende do número
de flexões repetidas e que é utilizado no cálculo da vida do cabo. O cálculo do valor de m se
deu através da Equação 9.
𝐷
𝑚= (9)
𝑑 ∙ 𝜎 ∙ 𝐶 ∙ 𝐶1 ∙ 𝐶2
Finalmente, a vida útil aproximada do cabo foi determinada através da Equação 11.
𝑧1
𝑁= (11)
𝑎 ∙ 𝑧2 ∙ 𝛽1
Este procedimento foi realizado várias vezes até que se fosse encontrado um cabo que
atendesse aos critérios de vida solicitados no projeto.
Após a determinação da vida útil do cabo, seguiu-se para o dimensionamento e selação
dos acessórios necessários para o sistema, tais como, polias, luvas, gancho e tambor.
Para o dimensinamento das polias que deverão ser utilizadas no sistema escolhido,
utilizou-se a tabela 16, de Rudenko (1976), pag. 76, que realaciona as dimensões da ranhura
da polia com o diâmetro do cabo. Para determinar as dimensões da polia para um cabo com
um diametro de 29 mm foi feita uma interpolação linear, uma vez que tal diâmetro não se
encontrava na tabela. A Figura x indica a localização de cada parâmetro na polia.
4𝑄
𝑝= (12)
(𝑑12 + 𝑑22 )𝜋
4𝑄
𝑑1 = √ + 𝑑² (13)
𝑝𝜋
𝑄
ℎ= (14)
𝜋𝑑[𝜏]𝑐𝑖
𝜎𝑏𝑟 + 0,4 ∙ 2𝑝
𝑑3 = 𝑑1 √ (15)
𝜎𝑏𝑟 − 1,3 ∙ 2𝑝
𝜎𝑏𝑟 + 0,4 ∙ 2𝑝
𝑑3 = 𝑑2 √ (16)
𝜎𝑏𝑟 − 1,3 ∙ 2𝑝
O tabor a ser utilizado no sistema de polias foi dimensionado para uma altura de
elevação igual a 4 metros. As Equações 17, 18 e 19 foram utilizadas para o calculo dos
parametros geométricos do tambor.
𝐷 = 𝑑 ∙ 10 (17)
2𝐻𝑖
𝐿=( + 12) 𝑠 + 𝑙1 (18)
𝜋𝐷
As dimenções das ranhuras foram determinadas de acordo com a tabela 17, de Rudenko
(1976), pág. 80.
Finalmente, foi selecionado um gancho com caracteríticas que suportem com
segurança e dentro dos critérios estabelecidos, a carga a ser movimentada pelo sistema.
3 Resultados
Para fins de análise da influência de alguns fatores na vida útil do cabo de aço, foram
escolhidos três tipos de sistemas para a realização dos cálculos. Através da utilização da
planilha desenvolvida, calculou-se inicialmente os fatores 𝐾𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎, 𝐾𝑎𝑛𝑜, 𝐾𝑑𝑖𝑎 e 𝐹𝑇 associados
ao tipo de utilização e a capacidade requerida. Estes fatores permanecerão os mesmos para
todos os cálculos, independentemente do tipo de sistema de polias. A Tabela 1 apresenta os
valores de cada fator calculado.
Após a escolha do cabo, foi calculada sua vida para tipo de sistema de polias
escolhido. Foram escolhidos três tipos de sistemas distintos, um sistema com 5 roldanas (3
móveis e duas fixas) – 6 flexões, outro sistema com 3 roldanas (duas móveis e uma fixa) - 3
flexões, e o último sistema com 3 roldanas (duas móveis e uma fixa) - 4 flexões. A Figura 4
mostra uma representação de cada sistema escolhido.
Figura 4 – Representação dos sistemas de polias escolhido.
Após os calculos da vida útil do cabo, e unindo todas as informações sobre o projeto
do mesmo, foi feito o cálculo para o dimensionamento da polia, da luva e do tambor que será
utilizado no sistema.
Os parâmetros geométricos calculados para a polia são apresentados na Tabela 4.
4 Considerações Finais
Ao final deste trabalho, foi visto como é feita a escolha (padronização) de cabos de
aço em razão de seu diâmetro e vida útil. Bem como as influências causadas pela escolha do
sistema de polias em sua vida útil. Ou seja, quanto maior for o número de flexões sofrido pelo
cabo no sistema de polias, menor será sua vida útil. Os três sistemas utilizados possuem polias
autocompensadoras, sendo assim, não foi possível analisar a atuação destas no sistema em
relação ao cabo. O dimensionamento e padronização dos outros componentes presentes no
sistema de polias dependem da escolha do cabo de aço e todos levam em considerações
tabelamento de fabricantes. Todos os dimensinamentos realizados basearam-se na literatura
citada e em normas e catálogos de fabricantes. Com isso, o objetivo proposto foi alcançado
que foi o de propor sistemas de polias diferentes, utilizando polias autocompensadoras, e
através disto selecionar um cabo que atendesse uma vida útil de 72 meses e verificar sua
atuação nos sistemas distintos.
Referências
BECKER, M. et al. Polias. 2015. 21f. Trabalho avaliativo – Universidade Tuiuti do Paraná,
Curitiba, 2015. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/olivema91/polias>. Acesso em 11 de
julho de 2018.
PIEVE, C. dos S. da. Máquinas de Elevação e Transporte: Polias. 5f. Centro Universitário
Anhanguera de Campo Grande, Campo Grande. Disponível em:
<http://repositorio.pgsskroton.com.br/bitstream/123456789/8769/1/05%20-
%20Maquina%20de%20eleva%C3%A7%C3%A3o%20e%20tranporte%20polias.pdf>.
Acesso em 11 de julho de 2018.