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O transformador é um dispositivo que opera com base nos princípios da lei de Faraday,
utilizando-se corrente alternada. Com ele, é possível transformar tensões, correntes e também
impedâncias (elevar ou diminuir).
Lei de Faraday
Essa corrente que passa pelo condutor, acontece devido uma tensão induzida no
condutor, chamada de força eletromotriz induzida 𝑓. 𝑒. 𝑚, ela pode ser escrita como:
𝑑∅
𝑓. 𝑒. 𝑚 = − (1)
𝑑𝑡
Sendo ∅ o fluxo magnético que passa pelo condutor.
Como na maioria das vezes o condutor é configurado em forma de várias espiras, a força
eletromotriz 𝑒(𝑡) pode ser escrita da seguinte forma:
𝑑∅
𝑒(𝑡) = −𝑁 [𝑉] (2)
𝑑𝑡
Sendo N o número de espiras da bobina.
Lei de Lenz
De acordo com Lenz, “A direção da 𝑓. 𝑒. 𝑚. é tal que o fluxo gerado pela corrente
induzida se opõe à mudança no fluxo.” Essa frase vem em consequência da regra da mão direita
utilizada para determinar o sentido do fluxo magnético gerado. Resumindo, se o fluxo que
atravessa a bobina aumentar, a corrente gerada terá seu fluxo oposto ao primeiro. Já se o fluxo
que atravessa a bobina diminui, a corrente terá seu fluxo aumentado. Isso explica o sinal
negativo imposto nas equações anteriores aqui apresentadas.
Figura 1 - Transformador monofásico ideal (Fonte:Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2016)
Sendo B1 a largura do núcleo, B2 a largura da “janela” (que contém apenas ar), B3 a largura do
núcleo com formato I e B4 a largura ocupada pela bobina. Já os termos H1, H2 e H3 são
referentes às alturas: total do núcleo, “janela” e do núcleo com formato I.
𝑃 = 1,1𝑃 (5)
Assim como em (4), a corrente primária pode ser escrita como:
𝑃
𝐼 = (6)
𝑉
Onde os índices 1 referem-se aos termos de entrada.
𝑆 = 𝐵4𝐻2 (7)
𝑆 = 4 𝐿3 𝐻2 (9)
𝑆 é a área restante do núcleo correspondente a lâmina E, o valor de 4 presente na equação é
devido a essa área se repetir 4 vezes no núcleo.
𝑆 = 𝑆 + 𝑆 (10)
Calculada as áreas, conseguimos calcular o volume do transformador, multiplicando pela
espessura das lâminas:
𝑉 = 𝑆 𝐸 (11)
𝑉 = 𝑆 𝐸 (12)
𝑉 = 𝑉 + 𝑉 (13)
Sendo V os volumes e E a espessura das lâminas, os índices são referentes à janela, núcleo e o
total.
Por último, mas não menos importante, é necessário saber o número de espiras
empregado no sistema, utilizando a equação (Martignoni, 1991; Aguiar, 1999):
𝑉 10
𝑁 = (14)
4,44 𝐵 𝑆 𝑓
Sendo:
𝑁 o número de espiras;
𝑆 seção magnética;
𝑓 frequência.
Perdas por correntes parasitas: São perdas de energia ocasionadas por diversos fatores, assim
reduzindo a eficiência do sistema. Alguns dos fatores são relacionados a resistência elétrica,
atrito e calor. No caso do transformador, são mais ligadas ao calor. São calculadas através
(Aguiar, 1999; Godoy, 2010):
Perdas por histerese: São perdas relacionadas a materiais magnéticos quando expostos a
campos magnéticos variáveis. Quando é gerado um campo magnético em torno de um material
magnético, as regiões magnetizadas tendem a mudar de orientação com a mudança do campo
magnético, seguindo uma trajetória que é chamada de ciclo de histerese. Esse ciclo resulta em
fricção interna, assim produzindo calor, diminuindo a eficiência do sistema. Podendo ser
calculadas por (Aguiar, 1999; Godoy, 2010):
,
𝑃 =𝐾𝐵 𝑓 [𝑊] (16)
𝑃 = 𝑃 + 𝑃 [𝑊] (17)
Por último, calcula-se as perdas relacionadas ao condutor (Martignoni, 1991; Aguiar, Camacho,
2011),
𝑃 = 𝑅 𝐼 + 𝑅 𝐼 [𝑊] (18)
Sendo 𝑅 as resistências, dadas em Ohm.
“Transformadores. Teoria – Parte I”. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2016
disponível em
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1614721/mod_resource/content/2/Transfomadores
Teo1_2016PEA3311.pdf