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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PENTENCOSTAL DO NORDESTE

CURSO DE BEL. TEOLOGIA. CONC. MISSIOLOGIA

REGINALDO CURSINO BENEVIDES NETO

BATALHA ESPIRITUAL – SAINDO DO CATIVEIRO

RECIFE/2018
REGINALDO CURSINO BENEVIDES NETO

BATALHA ESPIRITUAL – SAINDO DO CATIVEIRO

Trabalho realizado para atender as


exigências da disciplina de Batalha
Espiritual, ministrada pelo prof.º Thomas
Fodor.

RECIFE/2018
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................04

1 O CATIVEIRO ESPIRITUAL........................................................................................05
1.1 SITUAÇÕES DE CATIVEIRO ESPIRITUAL..................................................................06
1.1.1 Cativeiro espiritual na igreja local............................................................................06
1.1.2 Há cativos na igreja de Cristo?..................................................................................07
1.1.3 Crentes podem ser vítimas de opressões espirituais?..............................................09
1.1.4 Crentes podem ficar endemoninhados?....................................................................11
1.1.5 O que são Cativeiros coletivos?..................................................................................11
2 ALIANÇAS ESPIRITUAIS.............................................................................................13
2.1 TIPOS DE ALIANÇAS ESPIRITUAIS.............................................................................13
2.1.1 Alianças entre Deus e o homem.................................................................................13
2.1.2 Alianças entre o homem e os deuses (demônios)......................................................14
2.1.3 Alianças entre um homem e uma mulher.................................................................16
2.1.4 Alianças entre duas pessoas.......................................................................................17
2.2 ETAPAS PARA UMA LIBERTAÇÃO PESSOAL...........................................................18
2.2.1 Cuidados e preparação anteriores à libertação........................................................19
2.2.2 Oração inicial...............................................................................................................19
2.2.3 Arrependimento e confissão.......................................................................................19
2.2.4 Oração de renúncia.....................................................................................................20
2.2.5 Oração de desligamento..............................................................................................20
2.2.6 Quebrando maldições.................................................................................................20
2.2.7 Expulsão de demônios.................................................................................................21
2.2.8 Liberando perdão........................................................................................................21
2.2.9 Limpando a casa..........................................................................................................21
2.2.10 Cuidados posteriores...................................................................................................21
CONCLUSÃO.........................................................................................................................22

REFERÊNCIAS......................................................................................................................23
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INTRODUÇÃO

Quando pensamos na palavra cativeiro, automaticamente nos vem à mente uma


situação de aprisionamento. Iremos tentar resumir, expor e compartilhar nesse trabalho, o
estudo do livro “Saindo do Cativeiro – Como ajudar pessoas a se libertarem de alianças do
passado” do Pastor Alcione Emerich. O título do livro revela de forma clara o propósito do
autor, apresentando embasamento bíblico, além de alguns testemunhos de experiências
vividas nessa área. Ele concorda que a santificação é um processo que junta a atuação do
Espírito Santo à busca e esforço do crente.

O homem foi feito para ser livre, já que esse foi o propósito de Deus desde a criação.
No entanto, Deus não autorizou uma liberdade independente da sua vontade. A desobediência
a vontade de Deus, leva o homem a escravidão espiritual. A liberdade fora dos limites
divinos, conduz o homem ao cativeiro do pecado, e dessa forma um caminho de morte e
escuridão o aguarda.

Muitos cristãos confessos ainda têm vínculos com o domínio satânico em suas vidas.
Pelo poder da oração e renúncia, abre-se uma porta para a libertação genuína e definitiva. Os
crentes podem ser aprisionados por hábitos e vícios, e as renúncias dos vínculos com o
passado são necessárias para conseguir a libertação. Existem vínculos criados por alianças
pré-cristãs, que não são anulados pela falta de entrega da vida genuinamente ao Senhor Jesus
Cristo. Estes vínculos são manifestados de forma física e espiritual.

Os cristãos devem ter uma vida orientada pela Palavra de Deus. Através da Palavra
de Deus observamos diversas experiências de libertação, e que os discípulos de Jesus também
podem ser vítimas de ataques terríveis do inimigo, como na passagem que Jesus intercede por
Pedro, quando o diabo pediu o direito de peneirá-lo. Por meio da intercessão do Senhor, é
possível alcançar restauração total, mesmo tendo Pedro negado Jesus por três vezes.

“Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém,
roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus
irmãos. Ele, porém, respondeu: Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão como para a
morte. Mas Jesus lhe disse: Afirmo-te, Pedro, que hoje, três vezes negarás que me conheces, antes que
o galo cante” (Lc 22:31-34).
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Iremos nos aprofundar no estudo sobre libertação, mostrando as causas do cativeiro,


suas implicações na igreja, o cuidado e a importância das Alianças espirituais, além das etapas
para se obter uma libertação pessoal.

Desejamos que os todos os cristãos, através do entendimento e conhecimento do


propósito de libertação, possam ter sua visão aberta sobre o assunto, se capacitando para
libertar pessoas do jugo de escravidão.

1 O CATIVEIRO ESPIRITUAL

O cativeiro espiritual é um lugar de grande angústia, medo e desesperança, onde


parece que não há saída. Ninguém vai para um cativeiro por livre e espontânea vontade, pois
ninguém quer estar lá. As pessoas lutam a fim de evitá-lo, mas acabam sem forças sendo
apanhadas. Só está sob cativeiro espiritual quem deu lugar ao diabo. No cativeiro existe uma
situação de monitoramento, onde guardas vigiam o local. Além de estar preso, há seres
espirituais que cuidam para que o indivíduo continue nesse estado de prisão.

É um lugar onde ninguém quer estar, mas de onde não se consegue sair. Quem se
encontra em um cativeiro ou tem uma área de sua vida aprisionada, não consegue, se ver livre
de um pensamento, de um sentimento, de uma vontade, de um vício e de pecados que são
verdadeiras amarraduras.

Um cativeiro pode ser invisível do ponto de vista espiritual. Talvez a grande maioria
das pessoas que esteja nesta situação ainda não se deu conta disso. Muitos dos que estão em
nossas igrejas parecem estar sob cativeiros espirituais. São vícios incontroláveis,
enfermidades misteriosas e escravizantes, negócios que não vão à frente, casamentos que
teriam tudo para dar certo e não dão, pensamentos e sentimentos incontroláveis.

Existem passagens bíblicas que mostram que os cristão podem ter problemas com
esses cativeiros. Como vemos nos versículos abaixo:

“Tira a minha alma do cárcere, para que eu dê graças ao teu nome; os justos me rodearão,
quando me fizeres esse bem” (Sl 142:7).
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“Porque fazes resplandecer a minha lâmpada; o SENHOR, meu Deus, derrama luz nas
minhas trevas” (Sl 18:28).

“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas,
desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta” (Hb 12:1).

“Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns
dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei
a coroa da vida” (Ap 2:10).

Deus quer uma igreja liberta do pecado, dos vícios, das amarrações, dos pesos, das
trevas interiores, dos pensamentos profanos e impuros, das obras da carne, dos pactos
passados, das opressões espirituais, enfim, uma igreja que caminhe em liberdade, pois, para
isso que Cristo nos libertou, como afirma Paulo na passagem a seguir:

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais,
de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5:1).
.
1.1 SITUAÇÕES DE CATIVEIRO ESPIRITUAL

Após o estudo, observamos algumas situações de cativeiro espiritual e suas


implicações na igreja local. A partir daí ficam as seguintes indagações: Existem cativos na
igreja de Cristo? O crente pode ser vítima de opressões espirituais? Crentes podem ficar
endemoniados? Por último, veremos o que são cativeiros coletivos.

1.1.1 Cativeiro espiritual na igreja local

Devemos entender que a igreja é um lugar de culto, de adoração, de pregação da


Palavra, mas não podemos nos esquecer que também é uma comunidade terapêutica, curadora
e libertadora, para trazer libertação para aqueles que estão cativos. Muitas igrejas, ministram
seus cultos a Deus, pregam a Palavra, mas continuam deixando os cativos em cativeiros.

Uma passagem bíblica que deixa essa situação de forma bem clara, é a cura da
mulher encurvada, que se encontra no Evangelho de Lucas. Aquela mulher frequentava a
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sinagoga (igreja) a pelo menos dezoito anos, o que chamou atenção de Jesus, era que ela
estava andando encurvada, e padecia de um mal espiritual, ou seja, estava aprisionada pelo
diabo. Diante da situação, Jesus atua confrontando o espírito de enfermidade e liberta aquela
mulher, trazendo grande alegria para toda congregação.

“Ora, ensinava Jesus no sábado numa das sinagogas. E veio ali uma mulher possessa de
um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder
endireitar-se. Vendo-a Jesus, chamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade; e,
impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus. O chefe da sinagoga,
indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve
trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado. Disse-lhe, porém, o Senhor:
Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu jumento,
para levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha
de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos? Tendo ele dito estas palavras, todos os seus
adversários se envergonharam. Entretanto, o povo se alegrava por todos os gloriosos feitos que Jesus
realizava.” (Lc 13:10-17).

O ministério de libertação dentro da visão bíblica, exalta o poder de Jesus e coloca o


diabo no seu devido lugar: fora das pessoas. Muitas das igrejas e também líderes,
permanecem na mais completa esterilidade espiritual. Quanto maior esse grupo, maior nossa
eficiência como líderes e igreja, pois, fomos chamados para salvar, curar e libertar. Isso ficou
evidenciado na passagem anterior, aquela mulher há anos frequentava uma igreja que nada
parecia acrescentar-lhe, pois já vinha padecendo do mal espiritual fazia tempo, além de ter um
pastor estéril, e a igreja acaba sendo o espelho do seu pastor. Precisamos acordar e abrir os
olhos para não cair no mesmo erro.

Devemos ser uma comunidade de adoradores, de pregadores, mas também de


curadores e libertadores. O ministério de Cristo teve pelo menos três objetivos: evangelizar
trazendo salvação, curar os enfermos e também libertar os oprimidos pelo diabo.

1.1.2 Há cativos na igreja de Cristo?

Por que será que há irmãos em nosso meio com tantas dificuldades em seu
crescimento espiritual? Já percebeu que existem outros que estão sempre incidindo nos
mesmos pecados? Há também aqueles que estão sempre cheios de dores, não conseguem
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permanecer acordados nos cultos, não conseguem ler a Bíblia, porque sentem uma sensação
de sono imediato, e, o mais curioso, quando vão dormir, padecem de insônia. Já percebeu
quanta dificuldade as pessoas egressas do espiritismo pesado têm para permanecerem firmes
na igreja? Infelizmente em muitos desse casos, quando não se tem solução e a pessoa não se
sente totalmente liberta de seus vínculos passados, elas acabam deixando o Evangelho e
voltando para as antiga práticas. Mas, Deus seja glorificado, há aqueles que,
independentemente das pressões de Satanás, permanecem fiéis ao Senhor, e deles temos um
contingente expressivo em nossas igrejas. No entanto, caminham enfrentando muitas
opressões no dia a dia. O Evangelho é vivido a “trancos e barrancos”. Um verdadeiro inferno
mental.

Há também aqueles que se entregaram a práticas sexuais pervertidas


(homossexualismo, sexo com animais, com cadáveres e etc). E, apesar de convertidos,
padecem de compulsões enormes na área sexual, vivem com as mentes constantemente
assediadas por pensamentos pornográficos, com seus sentimentos e pensamentos presos a
parceiros do passado. Isso pode trazer uma angústia profunda.

Além do envolvimento com práticas de ocultismo, com a promiscuidade sexual,


podemos enumerar outras práticas como: mentira, roubo, músicas satânicas, drogas, álcool,
tentativa de suicídio, abortos, idolatria, envolvimento com seitas, práticas místicas, festas
pagãs e etc. Parece que muitos irmãos, mesmo depois de convertidos ao Senhor, ainda
padecem de sequelas do seu passado. Isso pode se dar através de pesos espirituais,
compulsões para determinados pecados e amarrações na vida cristã.

Em muito desse casos, é certo que as pessoas ainda não entregaram suas vidas a
Cristo e por isso estão debaixo do jugo satânico. Há aqueles que vivem na prática de pecados
e vícios, e nada fazem para romper com essa situação. Mas, existem aqueles que buscam
manter-se puros diante de Deus, são assíduos em suas igrejas e com cargos de grande
responsabilidade, mas que apesar disso tudo, ainda sentem tremenda dificuldade de crescer
espiritualmente. Como disse o salmista: “Tira a minha alma da prisão!”, “Eu quero ser livre,
Senhor, e não estou conseguindo”, “Ajuda-me, manda socorro”, “Quem pode entender o que
estou passando?”

Muitos dos cativeiros que ainda carregamos se devem a alianças do passado que
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ainda não foram devidamente canceladas.

1.1.3 Crentes podem ser vítimas de opressões espirituais?

Antes de entrarmos no assunto propriamente dito sobre as opressões espirituais nos


crentes, precisamos entender as dimensões da composição do homem e as implicações do
novo nascimento em Cristo. Podemos observar na Palavra de Deus as bases para confirmação
da natureza tricotômica do homem, conforme a seguir: Em 1 Tessalonicenses 5:23, ...e o vosso
espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis..., e também em Hebreus 4:12,
Porque a Palavra de Deus é viva, e eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e
penetra até ao ponto de dividir alma e espírito....

O nosso espírito foi regenerado e recriado por obra do Espírito Santo; por isso,
teologicamente, o diabo não poderia tocá-lo. Apesar de permanecer a dúvida se o espírito
daquele que nasceu de novo, apesar de regenerado, pode ser contaminado pelo pecado e então
permitir, concomitantemente, a opressão dos demônios. O autor prefere seguir a linha mais
tradicional, de que o nosso espírito não pode ser alcançado pelos demônios nem mesmo pelo
pecado. Já no que tange a alma e corpo, percebesse claramente o fato de serem esferas que
estão ainda em progressivo aperfeiçoamento por meio da operação do Espírito Santo e podem
conter brechas e imperfeições espirituais, de modo que os demônios tentarão impor seu
controle nelas. É exatamente nessa área que se percebesse a ação dos demônios.

A total transformação da alma e corpo em semelhança de Cristo, entretanto, é um


processo que dura a vida inteira e apenas se completará de maneira real quando ele receber
seu corpo ressurreto e glorificado. É nessa área de nossa própria responsabilidade de crescer
em Cristo que a atividade de Satanás se concentra contra nós. O emissário de Satanás tentará
obter ajuda para fazer a mudança, e eles procurarão impor a você em determinadas áreas o
que deve sentir, pensar e agir. Podemos tomar como base bíblica para observarmos a ação
demoníaca nos cristãos, oprimindo-os, no texto de Gênesis 3, quando a serpente incitou Eva a
que comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, e esta, por sua vez, incitou
a Adão a comê-lo. Deus havia determinado:

“E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas
da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia que comeres, certamente
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morrerás (Gn 2.16:17).

A questão em si não era o fruto, mas, sim, a palavra de Deus, ou seja, a expressão de
sua vontade. O pecado não foi terem comido do fruto, mas, sim, terem desobedecido à ordem
do Senhor. Temos diversos exemplos da ação demoníaca nos cristão na Palavra de Deus,
como aconteceu com Saul (1Sm 16:14), na história de Jó, em várias ocasiões com Davi (Sl
18:28; Sl 142:7). Observamos no Novo Testamento, Paulo entregar o corpo de um jovem a
Satanás, a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor (1Co 5:5). Em 2 Coríntios, ele
escreve sobre a necessidade de se perdoar este mesmo irmão, para que Satanás não alcance
vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios (2Co 2:11). Outro fato interessante
foi o fato de Paulo ter escrito aos Coríntios dizendo que, por permissão divina, lhe foi posto
um espinho na carne, um mensageiro de Satanás (2Co 12:7). O objetivo de tal provação, foi
para que Paulo não se engrandecesse com tudo aquilo que Deus lhe havia concedido
sobrenaturalmente.

Temos também os casos clássicos de Pedro e Judas, onde o último representa nos
nossos dias, qualquer cristão que por um dia caminhou e experimentou o poder de Deus, mas
que, em um determinado momento da vida, começou a abrir guarda para o diabo e caiu em
desgraça. Judas chegou ao cúmulo de trair o próprio Mestre e depois, percebendo o mal que
fizera, tirou sua própria vida. Há também muitos casos de cristãos atualmente que traem a
Jesus e sucumbem em suas vidas espirituais. Em alguns casos, alguns têm chegado ao
suicídio, assim como Judas.

Judas pregou o Evangelho, curou os enfermos e libertou os cativos de Satanás tanto


como os outros. Mas Jesus já havia alertado:

“Repara, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas” (Lc 11:35).

Precisamos observar o desdobramento dos fatos, percebemos que Judas começa a dar
lugar ao diabo. O seu ponto fraco era a ganância financeira. Por não ter vigiado, teve um final
trágico. O processo de dominação satânica é gradativo. Primeiro o diabo coloca no seu
coração a ideia de trair a Jesus, e posteriormente após encontrar espaço, ele entra na pessoa,
como aconteceu com Judas.
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“Durante a ceia, tendo o diabo já posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que
traísse a Jesus” (Jo 13:2).

“E, após, o bocado, imediatamente, entrou nele Satanás. Então, disse Jesus: O que
pretendes fazer, faze-o depressa” (Jo 13:27).

Fica claro que o diabo só encontra base para nos atingir através do pecado. O pecado
legaliza, biblicamente a ação demoníaca em nossas vidas. Com exceção dos casos onde
vemos claramente Deus permitindo o seu toque em alguns, visando seus sábios propósitos,
todo ataque demoníaco se faz porque há uma base que lhe foi franqueada legalmente.

1.1.4 Crentes podem ficar endemoninhados?

O termo “endemoninhados” no grego é diamonizomai, que quer dizer estar com


demônios ou ter demônios. Nesse grau os demônios já não são apenas influenciadores
externos, como nas opressões, mas internamente na pessoa, ou seja, podem tomar o corpo e a
consciência da vítima. A palavra correta para descrever a invasão e também a manifestação de
demônios no Novo Testamento é “endemoninhamento”, e não possessão.

O crente pode ser invadido por demônios, o domínio satânico sempre é progressivo.
Se um cristão vai abrindo portas e mais portas para o pecado, pode ser que um diabo não veja
mais empecilho para invadir sua vida. Mas esse processo não é imediato, leva algum tempo.
Em muitos casos o endemoninhamento não chega a acontecer. Mas, chegamos à conclusão de
que é possível, havendo legalidade, o diabo colocar fortes jugos sobre os cristãos.

Outra ponto importante, é tirar o discurso teórico da prateleira quando falamos sobre
a libertação espiritual, a igreja tem que estar envolvida com a prática de libertar pessoas de
demônios. É perigoso, incorrer no erro de produzir um discurso teórico pouco conectado com
a realidade prática. É necessário difundirmos uma teologia prática, um ensino alicerçado
substancialmente na Bíblia, mas que ao mesmo tempo possa ser comprovado na prática, por
meio da experiência cristã.

1.1.5 O que são Cativeiros coletivos?


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Os cativeiros coletivos acontecem quando várias pessoas tornam-se endemoninhadas


ou, então, sofrem a ação de um mesmo espírito em um mesmo local. Os poderes espirituais,
além de dominarem pessoas individualmente, podem também agir sobre estruturas sociais
inteiras, cidades, nações, a cultura de uma comunidade e até sobre a política. Existem textos
bíblicos que corroboram com a interpretação. No livro de Daniel, quando o profeta recebe a
revelação de Deus de dois principados atuando sobre dois países: o príncipe da Pérsia (Dn
10:13) e, o príncipe da Grécia (Dn 10:20). Na passagem do endemoniados geraseno (Mc 5),
vemos demônios atuando em território específico. A partir dessa visão, podemos constatar
que muitas igrejas podem estar vivendo em cativeiros coletivos.

“Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. Ao desembarcar,


logo veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo. O qual vivia nos
sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo; porque, tendo sido muitas vezes preso
com grilhões e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E ninguém
podia subjugá-lo. Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes,
ferindo-se com pedras. Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou, exclamando com alta voz:
Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes!
Porque Jesus lhe dissera: espírito imundo, sai desse homem! E perguntou-lhe: Qual é o teu nome?
Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogou-lhe encarecidamente que não
mandasse para fora do país” (Mc 5:1-10).

A origem de determinadas igrejas influi bastante. Se a base está comprometida, o


resto da edificação, deverá seguir o mesmo rumo. Muitas igrejas têm suas bases
comprometidas por conta do pecado. Algumas iniciaram através de uma atitude rebelde do
pastor, semelhantes a Lúcifer, se rebelando e levando consigo um grupo. Se você não
concorda com a visão do seu pastor, saia pela porta da frente sem levar ninguém, evitando o
pecado de rebeldia. Caso contrário se submeta à sua visão, pois ele é a autoridade local.

Na medida que uma igreja obedece ao Senhor, assim como caminha na luz, terá a
ação e o benefício de anjos bons corroborando durante os cultos e ajudando no seu
crescimento. Mas, caso haja pecados de líderes e também do povo que vão se prolongando
por anos e anos, a tendência é que esses anjos bons sejam substituídos por anjos maus,
enviados para encarnar o estado de espiritualidade local, transformando a espiritualidade
interna da igreja.
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Os cativeiros coletivos a que muitas igrejas estão sujeitas não são somente o de
rebeldia, divisão e problemas financeiros, mas também podem envolver adultérios,
maledicência, murmuração, avareza, politicagem, esterilidade, legalismo, divórcio etc.
Quando há um cativeiro espiritual, esses pecados contaminam todos ou a grande maioria que
se encontra debaixo da mesma atmosfera espiritual. Temos que romper com esses padrões
espirituais de pecado, neutralizando e expulsando a ação desses poderes espirituais da
maldade, em nome do nosso Deus.

2 ALIANÇAS ESPIRITUAIS

A palavra aliança tem alguns significados, a interpretação preferida pela maioria dos
estudiosos associa o termo “aliança” com a palavra acadiana birtu, que tem os seguintes
significados: grilhão, vínculo, algemas, atar. Sendo assim, as partes que realizam uma aliança
passam a estar “algemadas uma a outra”, ou seja, ficam presas espiritualmente ao
compromisso estipulado. Esta então seria a ideia original da palavra “aliança”. O
Interpreter’s Dictionary of the Bible nos traz também uma definição conceitual precisa desta
palavra: “Uma promessa solene feita ligando duas ou mais pessoas, grupos, famílias,
organizações, através de juramento, que pode ser de forma verbal ou por meio de uma ação
simbólica. Tal ação ou fórmula é reconhecida por ambas as partes como ato formal que liga os
envolvidos a cumprirem sua promessa”.

2.1 TIPOS DE ALIANÇAS ESPIRITUAIS

As alianças são situações legais e espirituais que o homem realiza com Deus, mas
também pode realizar em outras situações: com outros deuses (demônios), por meio de
casamento e do sexo, e também por meio de amizades inescrupulosas.

2.1.1 Alianças entre Deus e o Homem

Deus se relaciona com Israel e também com a sua Igreja na perspectiva de um


casamento. Nele, Deus é o esposo fiel, e a Igreja, a esposa amada, como vemos no livro de
Oséias. Calvino disse, nesse santo matrimônio que exista fidelidade mútua. Como Deus
desempenha de forma integral todos os deveres de um esposo fiel e verdadeiro, assim, por sua
vez, de nós exige amor e castidade conjugal; ou seja, que não prostituamos a nossa alma com
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Satanás, pela concupiscência e pelos impuros apetites da carne sendo (por eles) desonrada.
Essa foi a forma que Deus utilizou para evidenciar o seu ensino ao seu povo. Ele e a Igreja
estão perpetuamente ligados por meio de uma aliança. Deus nunca manteve qualquer contato
mais íntimo com o homem sem antes estipular um pacto. Temos vários exemplos bíblicos das
alianças de Deus com o homem, como a aliança com: Adão (Os 6:7), Noé (Gn 6:18), Abraão
(Gn 15:8), Isaque (Lv 26:42), Jacó (Lv 26:42), Davi (2Sm 7) e Salomão (1Rs 9:4-7; 11:11-
13).

A Aliança é sinônimo de compromisso. A questão é que nem todos querem uma


relação com fortes laços de responsabilidade e fidelidade. Por isso, a convivência torna-se
muitas vezes frouxa, pouco envolvente e com grandes possibilidades de não dar certo. Deus
não quer um relacionamento superficial com o homem, mas, sim um relacionamento de
profundo comprometimento. Tem que haver uma total entrega de nossas vidas a Ele. É um
casamento espiritual, que se concretiza pelo sangue de Jesus, símbolo da nova aliança entre
Deus e o homem a partir do Novo testamento.

“por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança” (Hb 7:22).

“e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores
ao que fala o próprio Abel” (Hb 12:24).

As alianças têm caráter inalterável e obrigatório, não podendo ser canceladas pelas
partes envolvidas. Caso ocorra uma ação contrária às estipulações do pacto, as consequências
são inevitáveis. Deus convida o homem a entrar em aliança com Ele, esclarecendo que a
fidelidade ao pacto firmado implica em bênçãos tremendas, mas, no caso de seu rompimento
ou quebra, maldições sobreviriam contra seu povo, como vemos em Deuteronômio 27 e 28.

2.1.2 Alianças entre o homem e os deuses (demônios)

Quem atua no campo de libertação e está constantemente aconselhando pessoas que


no passado estabeleceram alianças com os demônios, percebe que tal assunto é de uma
relevância fora do comum. Um dos motivos que levam as pessoas a ignorarem o significado
de determinados ritos do passado ou práticas ocultistas, é a falta de esvaziamento dos
símbolos, que podem ser determinantes para a situação da vida atual das pessoas.
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As pessoas que antes de conhecerem a Cristo estavam envolvidas com práticas


espíritas, maçônicas, satânicas, esotéricas, orientais, místicas etc., são as mais esclarecidas das
consequências do que fizeram no passado. As experiências mostram que todos os ritos nos
quais se envolviam no passado fortaleciam cada vez mais seus vínculos com o reino das
trevas.
O que não pode ocorrer é o exagero do “aspecto simbólico” dos sacramentos
bíblicos, difundidos principalmente pela igreja católica. E aí, devido ao fato de ter havido um
exagero do esvaziamento simbólico por parte dos evangélicos, muitos crentes participam
deles sem entender o conteúdo espiritual e pactual que está por trás de cada um, porque tudo é
simbólico, e aí, acabam tirando toda a espiritualidade por trás dos símbolos. Tanto o batismo,
como a Santa ceia representam, nas regiões celestes, elementos pactuais carregados de fortes
conteúdos espirituais.

Se os nosso ritos sacramentais nos unem anda mais ao Senhor, o diabo, sabendo
disso, elaborou também os seus ritos, já que ele caiu porque queria ser semelhante a Deus. O
diabo tem objetivos de fazer com que as pessoas fiquem cada vez mais presas a ele. É por isso
que, quando alguém, assiste a sessões, come dos alimentos, bebe sangue, invoca as entidades,
conversa com elas, faz pedidos e promessas, e entre outras coisas, tal pessoa está, por meio de
ritos “simbólicos”, estabelecendo alianças fortíssimas com o diabo. Por conta disso, pessoas
que vieram de um contexto espírita ou ocultista, têm dificuldade na hora de renunciar a todos
os ritos praticados no passado. Quanto maior a quantidade de práticas realizadas, maior o
nível de demonização e maior também a dificuldade para renunciá-las.

A Palavra de Deus nos mostra que as alianças com deuses estranhos são verdadeiras
armadilhas e laços espirituais, como veremos a seguir:

“Vós, porém, não farei aliança com os moradores desta terra; antes, derribareis os seus
altares; contudo, não obedeceste à minha voz. Que é isto que fizeste? Pelo que também eu disse: não
os expulsarei de diante de vós; antes, vos serão por adversários, e os seus deuses vos serão laços” (Jz
2:2-3).

“Não farás aliança nenhuma com eles, nem com os seus deuses. Eles não habitarão na tua
terra, para que te não façam pecar contra mim; se servires aos seus deuses, isso te será cilada.” (Êx
16

23:32-33).

Diante disso, Deus nos orienta sobre as formas como as pessoas podiam estar se
ligando aos deuses, ou seja, demônios, segundo Deuteronômio 32:17. Seguem algumas dessas
formas: Sacrificando (Êx 22:30); Adorando (Êx 20:5); Fazendo imagens (Êx 20:4); Prestando
culto (Êx 20:5); Proferindo o nome dos deuses (Êx 23:13); Inclinando-se perante os deuses
(Êx 25:2); Comendo comida consagrada (Êx 25:2); Tomando bebida na casa dos deuses (Am
2:8); Ouvindo outros deuses (Dt 8:19); Jurando pelos deuses (Js 23:7); Clamando aos deuses
(Jz 10:14); Apegando-se aos deuses (1Rs 9:9); Queimando incenso aos deuses (2Cr 28:25);
Oferecendo libações aos deuses (Jr 7:18); Louvando aos deuses (Dn 5:4,23); Olhando para os
deuses (Os 3:1). Todas essas formas de culto às entidades malignas firmam os vínculos com o
inferno. Geralmente os ritos espíritas e ocultistas, fazem exatamente o que a Bíblia acaba de
advertir.

Mas, graças a Deus, há esperança por meio da cruz de Cristo para todo problema
espiritual. Nela, temos completa provisão. Na cruz, Jesus Cristo cumpriu todas as exigências
da aliança e suportou as maldições que nós merecíamos por tê-la quebrado. Além de termos o
sacrifício vicário de Cristo como base para a libertação, é importante que as pessoas
verbalizarem seu rompimento com as práticas e votos que fizeram no passado.

2.1.3 Alianças entre um homem e uma mulher

O casamento entre um homem e uma mulher, representa uma aliança diante de Deus,
e o que sela esta relação é o ato sexual. O ato sexual deve ser praticado com a benção de Deus
no matrimônio, e nunca fora dele.

“E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher
da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher de tua aliança”
(Zc 2:14).

“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à mulher, tornando-se os dois uma só carne”
(Gn 2:24).

A Aliança entre um homem e uma mulher fora do casamento pode trazer


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consequências terríveis. Deus nos adverte:

“Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque,
como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.
Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que
pratica imoralidade peca contra o próprio corpo” (1Co 6:16-18).
Infelizmente o ambiente sensualizado de nossa nação tem sido o causador da
erotização e sexualização precoce de nossas crianças. Sabemos que tudo isso é resultado de
uma ação de principados de alto escalão, que foram designados para semear seus frutos de
destruição sexual em nosso país. Fazendo com que o sexo seja experimentado de forma
corrompida.

Os demônio na medida que vão atuando em alguém, procuram impor sua


personalidade maligna sobre a pessoa. No caso de nosso país, esse desregramento quase
generalizado na área sexual pode demonstrar um cativeiro coletivo, onde todos
voluntariamente ou involuntariamente acabam sendo influenciados por tais forças espirituais.
Evidenciamos isso na biblicamente conforme a seguir:

“nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade
do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência.” (Ef 2:2).

Esses espíritos malignos energizam as pessoas, trazendo influência, potencializando


seus impulsos e comportamentos. Devido a isso, muitas pessoas que passam por uma
libertação, testemunham que muitas das suas inclinações para a violência, depressão,
ansiedade, medo, sexo etc., diminuíram consideravelmente, se encontrando livres para terem
uma personalidade independente das forças espirituais ocultas.

A prática sexual com uma ou mais pessoas fora do casamento, pode trazer
aprisionamento espiritual e contaminações com as pessoas envolvidas. As consequências de
um caso eventual podem ser perigosas e duradouras. Os laços da alma formados podem
realmente prender uma pessoa por toda vida. Além do que durante o ato sexual, podem
ocorrer a transferência de demônios, contaminando aquele que não possuía.

2.1.4 Alianças entre duas pessoas


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Deus chamou o seu povo e o separou de todos os outros, para que assim servisse de
referencial aos demais, instruiu-lhe acerca das implicações espirituais dessas alianças. O que
anteriormente não se fazia com zelo e cuidado, agora não deveria ocorrer de qualquer forma.
Alianças realizadas fora da vontade de Deus, trazem verdadeiras maldições e armadilhas do
inimigo para nossas vidas.
“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver
entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e
o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?” (1Co 6:14-15).

Esses tipos de alianças e pactos desaprovados por Deus, podem ser vistos também
em amizades íntimas e relacionamentos com quem está carregando trevas espirituais, tudo
isso pode acarretar alianças prejudiciais e perniciosas do ponto de vista espiritual. Como
vemos na Bíblia nas Aliança entre: Jacó e Labão (Gn 31:54-55); Abraaão e Abimeleque (Gn
21:27); Davi e Jônatas (1Sm 18:3); Aliança entre Israel e o rei (2Cn 23:3).

Mas, as alianças também têm um aspecto lícito e podem em muito nos beneficiar,
quando entendidas e feitas corretamente. O homem pode fazer alianças com Deus, estabelecer
votos, promessas e, então prezando pelo seu cumprimento, atrair bênçãos para a sua vida.

Existem também alianças entre irmãos que trazem benefícios para suas vidas, como a
aliança de confidencialidade, importante sobretudo para os que são líderes. Neste tipo de
aliança, dividimos os nossos fardos, culpas passadas, pecados inconfessos, fraquezas pessoais
dissimuladas, e tantas outras coisas, vivendo uma vida mais saudável, mais alegre, mais santa
diante de Deus, confessando nossos pecados, velando por nossa integridade espiritual,
colocando em prática o que Paulo disse:

“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6:2).

“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes
curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5:16).

2.2 ETAPAS PARA UMA LIBERTAÇÃO PESSOAL


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A libertação é um processo onde as pessoas fecham todas as portas que abriram,


tanto no passado como no presente, para a invasão de forças demoníacas. Essas portas são
pecados que ainda não foram devidamente confessados a Deus, nem mesmo renunciados. São
também essas alianças que ainda podem estar nos prendendo no mundo espiritual. Temos que
cobrir todas essas brechas espirituais em nossa vida. O alvo de tudo isso seria impedir que os
demônios expulsos não mais retornem.
2.2.1 Cuidados e preparação anteriores à libertação

Para se ministrar a libertação, temos que tomar alguns cuidados e nos prepararmos
anteriormente: devemos criar uma equipe de libertação, com cobertura espiritual, ou seja,
com o pastor de acordo e supervisionando o grupo; a ministração pode ser coletiva ou
individual, deve-se analisar cada caso, e nos casos mais graves seria interessante uma
ministração individual; ter um local específico bem cuidado, confortável e livre de
interrupções.

Devemos observar alguns pontos referentes à vida espiritual de quem está recebendo
a ministração, como: a certeza da salvação e novo nascimento, se a pessoa tem o desejo de ser
liberta, se tem maturidade espiritual para ser ministrada, se a pessoa está sendo honesta no
processo, ou seja, deve ser feito um diagnóstico apurado, fazendo um levantamento em três
níveis: pessoal, familiar e psicológico, antes da ministração propriamente em dita.

Após tomarmos os cuidados anteriores, devemos depender da orientação do Espírito


Santo no trato com cada pessoa, e pode ser que muitas vezes a ministração se dê de forma
diferente nos mais variados casos. Seguem as dicas de como se deve proceder o trabalho de
libertação de uma pessoa.

2.2.2 Oração Inicial

Podemos iniciar louvando a Deus pela presença do Senhor Jesus em nosso meio e
por Ele ser verdadeiramente o nosso libertador. Toda hora e glória sejam dadas a Ele.
Devemos orar entregando a total dependências de todos os participantes ao Senhor, já que
dependemos do Espírito Santo, pediremos também que Deus envie seu exército celestial, ou
seja, seus anjos ministradores para estar conosco durante toda ministração, e nos protegendo
de qualquer retaliação. Oremos entregando a pessoa ser ministrada nas mãos do Pai e que o
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Senhor nos revista de toda armadura, além de pedir proteção para a família de todos debaixo
da cobertura do sangue de Jesus. Por fim vamos pedir pela manifestação de todos os dons
espirituais.

2.2.3 Arrependimento e confissão

A pessoa a ser ministrada deve confessar e se arrepender de todos os seus pecados,


através disso o sangue de Jesus começa a limpar todas as áreas sujas da pessoa, removendo
toda a legalidade do inimigo.

2.2.4 Oração de renúncia

Deve-se fazer a renúncia de alianças feitas no passado, por intermédio de práticas


mágicas, espíritas, maçônicas, católicas, místicas, e ocultistas. É interessante fazer a oração de
arrependimento e renúncia juntas para ganhar tempo, conforme a seguir:

“Pai celestial, em nome de Jesus, quero confessar esses pecados (citando cada um) e assim
pedir o Teu perdão para a minha vida. Eu também renuncio esses pecados, assim como todos esses
vínculos que me ligaram a Satanás e seus demônios. Ordeno que todos os demônios que agiram em
minha vida, a partir dessas portas que eu abri, sejam repreendidos agora, em nome de Jesus, e que
nunca mais voltem.”

2.2.5 Oração de desligamento

Podemos incluir o desligamento de parceiros sexuais do passado e também


relacionamentos inescrupulosos (lascívia, sensualidade, fornicação, adultério, prostituição,
masturbação, pornografia, homossexualismo, bigamia, incesto, bestialidade etc.), citando
nome por nome. Às vezes tudo começou depois de um abuso sexual na infância. É preciso
cortar laços da alma entre a pessoa e o abusador. Pode se orar da seguinte forma:

“Pai celestial, quero neste momento confessar todos os meus pecados sexuais e todas as
vezes que entreguei ilicitamente o meu corpo aos espíritos de prostituição (citando cada pecado).
Quero nesta hora, também renunciar e desligar-me no mundo espiritual de cada parceiro com que me
envolvi no passado (citando os nomes de cada um). Declaro que o meu corpo, minha alma, e espírito
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estão separados dessas pessoas. Eu tomo a espada do Espírito e corto todas essas ligações. Eu ponho
a mão em meu coração e entrego todas as partes dessa pessoa que estão em mim e devolvo tudo que é
dela que ainda permanece em mim. E finalmente, coloco o sangue de Jesus entre mim e cada parceiro
sexual do passado, em nome de Jesus.”

2.2.6 Quebrando maldições

Para a apropriação de quebra de maldições hereditárias, é preciso seguir algumas


etapas pela qual a pessoa deverá passar: Fazer um diagnóstico meticuloso acerca dos sinais de
maldição que têm estado presente na vida e na de seus familiares; Reconhecer humildemente
que sua vida e família podem estar sob o jugo de uma maldição; Confessar os pecados de toda
sua família, incluindo ancestrais; Tomar posse e declarar, conforme Gálatas 3:13, que Cristo
já levou todas as suas maldições na cruz; Ordenar aos espíritos familiares que saiam da sua
vida e da sua linhagem familiar. Usando aa autoridade para ligar e desligar.

2.2.7 Expulsão de demônios

Na medida que a libertação é encaminhada, precisaremos confrontar os espíritos e


entidades malignas que estiverem atuando na vida da pessoa.

2.2.8 Liberando perdão

A falta de perdão faz com que não alcancemos a plena liberdade em Cristo. Jesus nos
ensinou que aquele que não perdoa está sujeito a prisões espirituais, na parábola do credor
incompassivo (Mt 18:34-35), além das pessoas que não nos perdoam podem estar nos
prendendo no mundo espiritual.

2.2.9 Limpando a casa

A pessoa deve fazer uma limpeza em sua casa, de todas as imagens, amuletos,
quadros consagrados, livros de ocultismo etc, todos devem ser destruídos a fogo, para que não
haja legalidade para que os demônios voltem.

2.2.10 Cuidados posteriores


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Após a pessoa passar por todas essas etapas teremos cumprido os pontos necessários
para uma libertação. Entretanto, para que as pessoas não voltem ao estado inicial antes da
libertação, alguns cuidados são necessários posteriormente, como: exercícios espirituais e
discipulado, busca da santificação diariamente, perseverança e cura interior.

CONCLUSÃO

A partir do estudo sobre a libertação de cativeiros espirituais, desejamos que Deus


levante pessoas como pastores e líderes cheios do Espírito Santo e também cheios de
sabedoria, para que possamos ser, então, ganhadores de almas, mas também grandes
curadores e libertadores de almas que estão presas pelo diabo, para que assim Cristo, ao
voltar, leve para si sua gloriosa igreja, sem mácula, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa
e irrepreensível.

Que a graça e a misericórdia do Senhor Jesus Cristo estejam sobre todos nós, e a
comunhão do Espírito Santo possa estar cada vez mais presente em nossas vidas, para honra e
glória de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
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REFERÊNCIAS

EMERICH, Alcione – Saindo do cativeiro: como ajudar pessoas a se libertarem de alianças do


passado – Rio de Janeiro – Danprewan, 2002.

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