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A Música de Protesto:

Uma análise da arte como forma de revolta

(2022)

Miguel Singer
SUMÁRIO

1.0 Introdução..........................................................................................................................

2.0 Desenvolvimento................................................................................................................

Bob Dylan.................................................................................................................................

2.1 Contexto Temporal..................................................................................................

2.2 Contexto Cultural....................................................................................................

2.3 Análise: Música 1............................................................….........…........…...........

2.4 Análise: Música 2............................................................….........…........…...........

2.5 Análise: Música 3............................................................….........…........…...........

2.4 Análise geral da Obra......................................................….........…........…...........

Chico Buarque..........................................................................................................................

2.5 Contexto Temporal..................................................................................................

2.6 Contexto Cultural....................................................................................................

2.7Análise: Música 1............................................................….........…........…...........

2.8 Análise: Música 2............................................................….........…........…...........

2.9 Análise geral da Obra......................................................….........…........…...........

3.0 Conclusão.........................................................................................................................

4.0 Bibliografia......................................................................................................................
1.0 INTRODUÇÃO:

O ativismo social sempre foi intimamente relacionado a arte no geral, e, mais


especificamente, à música. Em uma entrevista para a American Magazine, o compositor
Irving Berlin disse a seguinte frase:
“Music is so important. It changes thinking, it influences everybody, whether they know it or
not”.
Tradução: “Música é tão importante. Muda pensamento, influencia a todos, saibam eles ou
não”.
Tendo um apelo mais comercial, a música, ao contrário das artes plásticas, consegue atingir
audiências maiores, e como Berlin disse, influenciando a maneira que essas pessoas pensam.
É esse alcance e força que a música tem que proporcionou que houvesse um gênero musical
dedicado ao ativismo político: A música de protesto.
O propósito desse ensaio é traçar uma análise de como se acontece essa junção de política e
música, mais especificamente na década de 60’. Serão utilizados dois artistas como
exemplos. O primeiro é Bob Dylan (nome de nascença Robert Zimmermann), nascido em
Minnesota, em 1941. O segundo é Chico Buarque de Hollanda, nascido no Rio de Janeiro,
em 1944. A escolha desses dois artistas para o ensaio foi pelo fato de ambos se encaixarem
como cantores-compositores de música de protesto na década de 1960, mas também por pelas
diferenças que esses têm entre si. Sendo Chico brasileiro, e, por consequência, concentrando
suas críticas na ditadura militar brasileira, e Dylan norte-americano, assim tendo suas críticas
voltadas à sociedade americana.
Bob Dylan, ganhador do prêmio Nobel de Literatura, é um influente músico de folk,
rock e country, que, além de ter revolucionado a indústria musical, e ter escrito algumas das
canções mais aclamadas criticamente e bem-sucedidas do século XX, foi extremamente
influente politicamente. Várias de suas músicas se tornaram hinos de movimentos de
protestos nas décadas de 60’ e 70’.
Chico Buarque, um dos mais importantes músicos brasileiros, é cantor, compositor,
dramaturgo e autor. É um dos maiores nomes do MPB (música popular brasileira). Fez parte
de um grupo de artistas que se opuseram à ditadura, tendo se autoexilado em 1969. ‘
2.0 DESENVOLVIMENTO
2.1 Contexto Temporal

Com as implicações da guerra fria, conflito entre Estados Unidos e União Soviética, o
militarismo e a opressão do pensamento de esquerda se tornaram características ainda mais
fortes na sociedade americana.
A guerra do Vietnã (1959-1975), levou aos Estados Unidos enviarem mais de 500 mil jovens
para a guerra. As razões dadas pelo governo americano para a entrada na guerra não
ressoavam com os jovens, a “ameaça comunista” e o dever de disseminar a democracia pelos
continentes que os EUA diziam ter, pareciam, para muitos, desculpas sem sentido. Assim a
juventude americana começou a se organizar em movimentos de protesto, se opondo ao envio
de jovens para guerra e as crueldades e carnificinas (massacre de Mỹ Lai), relatadas por
soldados, no Vietnã.
A contracultura florescia. um idealismo político e social se disseminava pelos jovens, a luta
era pela paz, pelo amor e pela igualdade. Por mais que os objetivos dos movimentos de
ativismo políticos fosse o fim da guerra e a luta pelos direitos civis, se consolidava como
inimigo dessa juventude o corporativismo e a politicagem. Existia uma vontade por uma
revolução que fosse mais do que cultural, a meta real era acabar com uma sociedade
americana capitalista, desigual, militar e conservadora.
A luta pelos direitos civis foi outra parte essencial do ativismo político americano nessa
época. A sociedade americana era, ainda mais do que a atual, repleta de estruturas que
perpetuam o racismo. As leis Jim Crow, implementadas nos estados do sul até 1965,
imponham uma série de divisões raciais em locais públicos, como em transporte, hotéis e
restaurantes.

2.2 Contexto Cultural

As influências musicais de Dylan eram variadas, do folk ao blues. O primeiro sendo


um estilo musical com suas raízes na Inglaterra do século XVI, mas que, a partir da década de
´20 se tornou uma música de protesto e resistência. Já o blues é uma música de origem negra,
que foi, em essência, uma forma de manifestação da população negra americana durante o
final da escravidão e os anos, de opressão, que a sucederam
Woody Guthrie foi provavelmente a maior de suas influências sendo ele um dos
principais músicos folks do começo do século XX. Carregava com sigo ideais socialistas e
progressistas, era um porta-voz da causa sindicalista americana. Famosamente, em sua
guitarra estava escrito, em tinta vermelha, a seguinte frase: “essa máquina mata fascistas”.
Na década de 50 também se inicia um movimento literário, de contracultura,
conhecido como Movimento Beat. Alguns dos principais autores desse movimento foram
Jack Kerouac (On the Road), e Allan Ginsberg (The Howl). A indústria cultural americana e
o próprio governo propagavam uma ideia de uma sociedade americana idealizada, o
American Way of Life, esses poetas e romancistas eram extremamente combativos desta ideia,
defendendo que a sociedade do American Way of Life não condizia com a realidade. Estes
promoviam um país com mais liberdades a todos, não apenas para a burguesia branca, e mais
justo. A poesia Beat tinha como objetivo final a criação de um público crítico e consciente da
realidade social que os cercavam.
O movimento Beat também tinha uma tendência em juntar poesia, música e crítica
social. Allen Ginsberg dizia que seus poemas devem ser lidos em voz alta, pois, as poesias
que ele escrevia eram feitas de forma a abraçar a ritmicidade e a musicalidade. Bob Dylan foi
um grande admirador de Ginsberg, e logo, se tornou, de certa forma, seu discípulo. De acordo
com o crítico Robert Shelton, “Dylan é o produto da geração Beat”.
É no mundo da música de protesto folk que Bob Dylan emerge na década de 60, com
seu álbum autointitulado (Bob Dylan). Mas é apenas em 1963 com Blowing In The Wind, um
álbum composto apenas de composições originais, que Dylan adere ao mundo da música de
protesto. Em referência a seu segundo álbum Dylan disse: " minhas músicas protestam contra
a guerra, as bombas, os preconceitos raciais e contra o conformismo". As músicas A Hard
Rain a Gonna Fall e Blowin' in the Wind, presentes neste LP, se tornaram hinos do
movimento dos direitos civis e antiguerra.
Os próximos dois álbuns de Dylan, The Times they are a Changing e Another Side of
Bob Dylan, ambos lançados em 1964, mantiveram a temática social e combativa. Após esse
período, o compositor-cantor começa a diversificar os temas de suas canções, e se afasta da
música de protesto.

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