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Larissa Jardim Soares

Lilian Fernanda Suncin Venanci


Marcela Rodrigues
Maria Clara Alves
Roberta Alessandra Sant Ana Formento

RESUMO ESCRITO SOBRE O CAPÍTULO ¨A POLÍTICA EDUCACIONAL


DE 1964 ATÉ 1975¨ DO LIVRO ¨ESCOLA, ESTADO E SOCIEDADE¨
ESCRITO POR BARBARA FREITAG.

Araraquara, São Paulo


2023
Larissa Jardim Soares
Lilian Fernanda Suncin Venanci
Marcela Rodrigues
Maria Clara Alves
Roberta Alessandra Sant Ana Formento

RESUMO ESCRITO SOBRE O CAPÍTULO ¨A POLÍTICA EDUCACIONAL


DE 1964 ATÉ 1975¨ DO LIVRO ¨ESCOLA, ESTADO E SOCIEDADE¨
ESCRITO POR BARBARA FREITAG.

Trabalho escrito sobre a apresentação


de seminário como requisito avaliativo
da disciplina Estrutura e Funcionamento
da Educação Básica sob a orientação
da professora Luci Regina Muzzeti.

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RESUMO

Na década de 1960, o Brasil não conseguia mais importar tudo o que precisava e
teve que produzir mais coisas aqui. Mas para continuar crescendo, era preciso que
mais pessoas tivessem dinheiro para gastar. Então, era necessário criar novas
oportunidades de trabalho e melhorar as condições de vida da população. Isso
poderia ser feito fazendo reformas importantes, como mudanças na agricultura, para
que mais pessoas pudessem ter uma vida melhor e comprar mais coisas. O objetivo
era criar um novo espaço econômico e aumentar a demanda por bens produzidos
no país, para que o processo de acumulação pudesse continuar. Isso poderia ser
alcançado sem mudar o modo de produção capitalista, por meio de reformas
estruturais que permitissem a inclusão das massas populares num padrão de
consumo democratizado.

Na década de 1950 e 1960, o governo brasileiro queria fazer reformas para


melhorar a vida das pessoas, mas os ricos tinham medo de perder poder e
controle. Então, o governo decidiu criar uma nova demanda por bens produzidos no
país, em vez de depender tanto das importações. Isso significava que as pessoas
ricas podiam comprar coisas mais sofisticadas, enquanto o Brasil exportava muitos
produtos manufaturados. Houve menos investimento em substituir importações e
mais investimento em produzir bens de consumo sofisticados para as pessoas ricas
e para exportação. Isso levou a uma concentração de riqueza e consumo, enquanto
o país exportava mais e mais.

Para manter o ritmo de crescimento desejado na economia brasileira, foi


necessário criar novas oportunidades de consumo. Isso poderia ser alcançado de
duas maneiras: por meio de reformas estruturais que incluíssem as classes
populares no consumo de bens, ou por meio da criação de demanda adicional por
meio da reorganização da estrutura de consumo interno e da expansão das
exportações. A segunda opção foi escolhida e implicou em uma concentração
extrema de renda no país, com uma pequena elite consumindo bens sofisticados
produzidos pela indústria nacional e pelas empresas transnacionais instaladas no
país. As grandes empresas estrangeiras foram cruciais para o sucesso do esforço

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exportador, utilizando suas subsidiárias no Brasil e redes internacionais de
comercialização para garantir a venda dos produtos brasileiros no exterior. No
entanto, essas empresas adotaram tecnologias excludentes que poupam mão de
obra, resultando em uma maior concentração de renda e um mercado elitista de
consumo. Esse mercado consumidor exigente reforçou a tendência da
industrialização de se tornar cada
vez mais um processo internacionalizado, “criando um ciclo em que o capital
estrangeiro cria e atende a seu próprio consumidor”.

Sobre a relação entre a demanda interna e a exportação na economia de um país:


quando há uma demanda interna muito alta por bens de consumo, é necessário
gastar muito dinheiro para importar tecnologia e recursos para produzir esses bens.
Isso pode levar a um endividamento externo crescente, o que significa que o país
fica devendo muito dinheiro para outros.

Para evitar isso, o país precisa aumentar as exportações, o que traz mais dinheiro
para a economia e ajuda a pagar as dívidas. No entanto, esse processo pode
aumentar as desigualdades sociais, já que nem todos os setores da economia se
beneficiam igualmente. Isso se tornou possível depois que houve uma mudança na
aliança política do país, onde a burguesia nacional se aliou ao capital monopolista
internacional.

Para lidar com essa situação, o país precisa reorganizar a produção industrial
usando novas técnicas de produção e garantir a produção dos setores mais
dinâmicos da economia. Isso resulta em uma nova fase de industrialização com a
hegemonia dos consórcios internacionais.

A nova situação econômica exige que o Estado represente os interesses das


empresas nacionais e estrangeiras. O Estado, que antes representava interesses da
classe média e das classes subalternas, agora é forçado a se alinhar com a
tendência de "internacionalização do mercado interno". Neste momento, as Forças
Armadas assumem o Estado e servem a interesses que acreditam ser os da nação.
Os setores políticos tradicionais são aniquilados e a influência militar se torna
necessária para o desenvolvimento e a segurança nacional.

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Essa reorganização do Estado leva a uma mudança na estrutura de classes da
sociedade. A burguesia nacional se une à burguesia internacional para garantir mais
lucros, e alguns setores da classe média são cooptados para
ajudar a implantar e manter o novo modelo econômico. Esses grupos se tornam os
principais consumidores dos bens produzidos, enquanto as classes subalternas são
excluídas da participação política e econômica e têm seus mecanismos
democráticos limitados. Os aparelhos repressivos do Estado assumem o controle
dos meios de comunicação, escolas e sindicatos.

Segundo o texto, a educação estaria a serviço dos interesses econômicos que


fizeram necessária a sua reformulação, e a nova legislação seria um instrumento de
controle e disciplina sobre estudantes e operários. A análise se estrutura em torno
de dois eixos: um horizontal, que trata da política educacional em três níveis -
legislação, planejamento e realidade educacional - e um vertical, que procura
estabelecer os vínculos necessários entre esses três níveis em torno da temática do
disciplinamento e controle de estudantes e operários (era, portanto, uma
institucionalização de um modelo autoritário em todos os níveis da política
educacional). O texto também destaca a importância de analisar as dinâmicas entre
as instâncias da sociedade política e da sociedade civil na política educacional,
mostrando como o Estado é o
mediador dos interesses da classe hegemônica (ou seja, da classe dominante).

Iniciativas Governamentais de Maior Destaque na Educação “Militar”:


a) A Nova Constituição de 1967 ainda promulgada no governo Castello Branco;
b) Na Lei 5.540 de reforma do ensino superior em 1968;
c) Na institucionalização do Mobral com os Decretos-lei 5.379 (de 1967), 62.484 e,
finalmente, a legislação de financiamento do Movimento em 1970;
d) Na Lei 5.692 de reforma do ensino de Io e 2o graus de 1971;
e) No Decreto-lei 71.737 que verdadeiramente institucionaliza o “ensino supletivo”
previsto na Lei 5.692, nos parágrafos 81, 91 e 99.

Essas leis são precedidas de dois Decretos-Lei de grande importância: um que


caracteriza a orientação do governo aos estudantes e a outra aos operários

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(trabalhadores). Trata-se no primeiro caso da Lei 4.464, conhecida como Lei Suplicy
de Lacerda, que proíbe a UNE (União Nacional dos Estudantes). No segundo caso,
da Lei 4.440, também de 1964, que institucionaliza o salário-educação. Essa lei fixa
a arrecadação de 2% do salário mínimo da região, a ser pago pelas empresas à
Previdência Social em relação a todos os empregados. 50% ficam à disposição das
unidades da Federação para desenvolver o ensino fundamental e os outros 50%
são controlados pela União através do Fundo Nacional do Desenvolvimento da
Educação, que os aplica em medidas de investimento ao ensino fundamental nas
unidades menos privilegiadas.

BIBLIOGRAFIA

FREITAG, Bárbara. Escola, estado e sociedade. São Paulo, Edart, 7ed., 2005

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