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TEMA: Raízes da Nossa Fé

21/05/2023
LIÇÃO: A relação da providência e o cuidado da
igreja

EBD – Escola Bíblica Dominical


TEXTO BASE: Is 46.9-10
PALAVRAS CHAVE: Deus, Providência, Decretos
OBJETIVO: Compreender a obra da providência de Deus à luz da confissão de fé batista
de 1689
COMPETÊNCIAS DA LIÇÃO: Ao final da lição o aluno deverá Compreender os aspectos
principais sobre a obra da providência de Deus; Avaliar seu entendimento dessa doutrina
na prática diária; Empenhar-se em observar as concepções bíblicas presentes na lição;
Experimentar e praticar, com o coração aberto, a submissão à vontade de Deus para sua
igreja.

Para entender

“Lembrem-se das coisas passadas, das coisas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há
outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim. Desde o princípio anuncio o que há
de acontecer e desde a antiguidade revelo as coisas que ainda não sucederam. Eu digo: o
meu conselho permanecerá em pé, e farei toda a minha vontade." (Isaías 46.9-10)

INTRODUÇÃO
Na presente lição, exploraremos o último artigo a respeito da providência, conforme
expressa na CFB 1689. Nas lições anteriores, fomos conduzidos a compreender a estreita
relação entre a Providência Divina e o Decreto Divino. Ao adentrarmos nesses tópicos,
percebemos a diversidade das ações de Deus e nos maravilhamos com a amplitude do Seu
governo, que abrange todas as criaturas. Assim, nossa esperança, em tudo isso, foi
fortalecida, pois estamos certos de que Deus, de forma magnífica, direciona todas as
coisas para o bem daqueles que O amam.
Avançando em nossos estudos a respeito desta doutrina, buscaremos organizar as
diversas aplicações desse tema; e para fins didáticos, deveremos ter em mente que a
Providência age sobre todas as criaturas (eleitos e não eleitos). Porém, deve-se
compreender que esta doutrina tem sua aplicação especial na vida da igreja verdadeira
de Jesus. Contudo, antes de avançarmos para este ponto focal, passemos a compreender,
de forma breve, quais seriam as diversas perspectivas, de natureza equivocada e errônea,
a respeito deste fabuloso tema da providência, a saber: (1) Deísmo; (2) Dualismo; (3)
Panteísmo; (4) Indeterminismo; (5) Determinismo; (6) Causalidade; (7) Destino ou
acaso.

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I. VISÕES ERRADAS SOBRE A PROVIDÊNCIA

A. DEÍSMO
Esta visão afirma que Deus criou o mundo e se afastou dele, comparando Deus a um
relojoeiro. Ele criou o mundo e o colocou em movimento, assim como se dá corda em um
relógio. O mundo funciona como uma máquina, e tudo o que acontece segue as causas
secundárias já incorporadas nele. Portanto, Deus é apenas um observador do universo e
nunca interfere nele.
A perspectiva do deísmo pode ter algumas consequências práticas para a vida cristã.
Aqui estão algumas delas:
1. Limitação da revelação divina: O deísmo não aceita revelações divinas específicas ou
escrituras sagradas como fontes de conhecimento sobre Deus. Isso pode levar a uma
limitação na compreensão da vontade divina e dos princípios morais que os cristãos
consideram fundamentais para orientar suas vidas.
2. Ênfase na razão e observação da natureza: Os deístas enfatizam a razão e a
observação da natureza como formas de buscar conhecimento sobre Deus. Isso pode levar
a uma ênfase maior na busca intelectual e científica, mas potencialmente negligenciar a
importância da experiência espiritual e da fé no relacionamento com Deus.
3. Diminuição da importância da oração e da adoração: Como o deísmo acredita que
Deus não interfere ativamente no mundo, pode haver uma diminuição da importância da
oração e da adoração na vida cristã. A comunicação direta com Deus e a busca de uma
relação pessoal com Ele podem ser menos enfatizadas.
4. Ênfase na ética e na moralidade: O deísmo geralmente enfatiza a importância da
moralidade e da conduta ética. Isso pode ser percebido positivamente pelos cristãos, pois
ambos compartilham a ênfase em princípios morais. No entanto, o deísmo pode não ter
uma base teológica clara para esses princípios e não reconhecer a necessidade da
redenção e transformação espiritual proporcionada por Jesus Cristo.

B. DUALISMO:
Esta visão sustenta que o mundo é governado por dois poderes: um bom e outro mau, duas
forças antagônicas, de igual proporção, que guerreiam pelo universo. Assim, essa visão
postula a existência de duas realidades fundamentais e opostas, geralmente concebidas
como bem e mal, espírito e matéria, mente e corpo, ou luz e trevas. Essas duas realidades
são consideradas independentes e distintas, com características próprias e influências
separadas sobre a vida e o universo. O dualismo frequentemente enfatiza a luta ou o
equilíbrio entre essas duas forças opostas, buscando compreender a existência e a
natureza humana a partir dessa dualidade. Nesta visão equivocada, Deus representa o
poder bom e compartilha o controle do universo com o poder mau (Satanás).
A perspectiva do dualismo pode ter algumas consequências práticas para a vida
cristã. Aqui estão algumas delas:
1. Desvalorização do corpo: O dualismo muitas vezes enfatiza a oposição entre espírito
e matéria, levando a uma tendência de considerar o corpo como algo inferior ou negativo.
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Isso pode resultar em negligência ou até mesmo em uma visão negativa do cuidado com o
corpo e da importância da integridade física na vida cristã, que é considerada como um
templo do Espírito Santo.
2. Tendência ao legalismo ou libertinagem: A visão dualista pode levar a duas
extremidades na prática cristã. Por um lado, pode haver uma ênfase exagerada na
espiritualidade e uma negligência das questões práticas e éticas do mundo material. Isso
pode resultar em um legalismo rígido, focado apenas em regras e desprezando a realidade
diária. Por outro lado, pode ocorrer uma tendência à libertinagem, desconsiderando os
valores e princípios morais cristãos em nome de uma suposta superioridade espiritual.
3. Dificuldade em integrar fé e vida cotidiana: A separação dualista entre o sagrado e o
profano pode dificultar a integração da fé cristã com a vida diária. Se a espiritualidade é
vista como algo separado e distinto da realidade material, pode ser desafiador para os
cristãos aplicar seus princípios e valores cristãos em todos os aspectos da vida, como no
trabalho, nas relações pessoais e na tomada de decisões éticas.
4. Potencial enfraquecimento da ênfase na redenção: O dualismo pode levar a uma
minimização da importância da redenção e da obra de Jesus Cristo. Se houver uma ênfase
excessiva na luta entre o bem e o mal como forças igualmente poderosas e independentes,
pode-se subestimar a necessidade da salvação e do poder transformador de Cristo na vida
dos indivíduos.
C. PANTEÍSMO:
Esta visão absorve o mundo em Deus, o que significa que a criação participa e constitui o
próprio Ser de Deus. Nesta perspectiva: “Deus é tudo e tudo é Deus”. Nessa perspectiva
de mundo, a divindade está presente em todas as coisas e é identificada com o universo
como um todo. Assim, não há separação entre o divino e o mundo material, pois tudo é
considerado parte de uma única realidade divina. O panteísmo valoriza a natureza e a
interconexão de todos os seres, buscando uma compreensão holística do cosmos.
A perspectiva panteísta pode ter algumas consequências práticas para a vida cristã.
Aqui estão algumas delas:
1. Redução do caráter pessoal de Deus: O panteísmo tende a enfatizar a identificação
do divino em todas as coisas, o que pode levar a uma visão menos pessoal de Deus. Isso
pode resultar em uma diminuição da importância do relacionamento pessoal com Deus e
da ideia de que Deus é um Ser pessoal que se envolve e se comunica com as pessoas.
2. Desvalorização da transcendência de Deus: O panteísmo pode levar a uma
diminuição da transcendência de Deus, ou seja, a Sua existência e poder além do mundo
material. Se tudo é divino, incluindo o mundo natural, pode haver uma tendência a
considerar Deus como imanente e inseparável da criação, e assim perder a compreensão
da Sua natureza transcendente.
3. Minimização da necessidade da redenção: Como o panteísmo tende a ver a divindade
presente em todas as coisas, pode haver uma minimização da necessidade da redenção e
da salvação através de Jesus Cristo. A noção de pecado e da necessidade de reconciliação
com Deus pode ser reduzida, pois não há uma distinção clara entre o divino e o humano.
4. Ênfase excessiva na natureza em detrimento do espiritual: O panteísmo
frequentemente valoriza a natureza e a sua conexão com o divino. Embora a criação seja
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importante na Bíblia, o panteísmo pode levar a uma ênfase desproporcional na adoração e
reverência à natureza, negligenciando a importância do mundo espiritual, da alma humana
e do relacionamento com Deus.
Há ainda outras perspectivas que podem ser consideradas equivocadas no que diz
respeito a providência, vejamos objetivamente:
D. Indeterminismo: Afirma que o mundo não está sujeito a nenhum tipo de controle.
Nada do que acontece é planejado ou controlado por um poder.
Consequências: Essa visão pode levar as pessoas ao ateísmo prático,
desconsiderando a realidade divina, qualquer fundamentação moral da vida e
desacreditando das Escrituras Sagradas.
E. Determinismo: Esta visão defende que existe um poder superior que exerce
controle absoluto, anulando a responsabilidade e a liberdade das criaturas. Segundo
essa teoria, não há causas secundárias no mundo.
Consequências: Nesse caso, a liberdade das criaturas é considerada uma ilusão
completa. As pessoas podem passar a viver de qualquer maneira libertina crendo
que não possuem responsabilidade sobre seus atos.
F. Casualidade: Sustenta que qualquer poder controlador do universo é irracional.
Consequências: Essa visão desconsidera um Deus sábio e soberano no controle
de toda a história. Não admite que as Escrituras Sagradas devam fornecer
orientação e instrução para a vida cristã.
G. Destino ou acaso: Essa doutrina afirma que os acontecimentos são incontroláveis
e não possuem nenhum propósito benévolo.
Consequências: O ser humano pode viver da maneira que quiser, pois tudo neste
mundo é considerado mero acaso.

II. A VISÃO BÍBLICA DA PROVIDÊNCIA


A confissão reconhece uma providência guiada pelo decreto eterno de Deus, assim, atribui
“a presciência e ao decreto de Deus” o título de “causa primeira”. Assim, por meio dessa
causa, isto é, o decreto eterno e imutável de Deus, todas as coisas estão determinadas ou
pré-ordenadas (colocadas em ordem). Contudo, essas coisas pré-dispostas não acontecem
automaticamente, mas são executadas no tempo e no espaço pela obra da
providência.
Por meio da providência, obra do infinito poder e sabedoria de Deus, Ele sustenta, dirige,
dispõe e governa todas as coisas. Vemos nas Escrituras que nem mesmo um pardal cai
em terra sem a suprema determinação de Deus (Mt 10.29), que Deus controla até o número
de fios de cabelo que há sobre a nossa cabeça (Mt 10.30). De fato, o Senhor determina os
rumos e a força dos ventos (Sl 148.8), os diferentes tempos e épocas da história e as
regiões em que as pessoas devem morar (At 17.26). Nenhum mal acontece nas cidades
sem que Deus o tenha feito (Am 3.6) e nenhuma crueldade toma lugar no mundo sem que
ele a tenha planejado (Is 37.26-27). Na verdade, dele procedem tanto o bem como o mal
(Lm 3.37-38) e é ele quem determina as decisões que os governantes tomam, sejam elas
boas ou ruins (Êx 9.12; Ed 7.27; Pv 21.1).
Por isso a confissão diz: “nada acontece por acaso ou sem a Sua providência”. A
Confissão abrange toda a criação — tudo e todos. A providência governando todas as
coisas exclui o acaso.

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III. A PROVIDÊNCIA E A IGREJA
Agora avançaremos para a parte central dessa lição. Lemos na confissão, em seu
último parágrafo, no capítulo 5, sobre a Providência divina:
Assim como a providência de Deus, em geral, atinge todas as criaturas, assim
também, de uma forma mui especial, Ele cuida de Sua Igreja, e dispõe de todas
as coisas para o bem dela.

A. Organizando as sentenças

1. "Assim como a providência de Deus, em geral, atinge todas as criaturas":


"Vêde as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso
Pai celestial as alimenta." (Mateus 6:26a).
João Calvino: "Não há nenhuma criatura que não esteja sujeita ao governo e à providência
de Deus." (Institutas da Religião Cristã, Livro 1, Capítulo 16, Seção 2).
2. "Assim também, de uma forma muito especial, Ele cuida de Sua Igreja":
"Não tendes vós muito mais valor do que elas?" (Mateus 6:26b).
Charles Haddon Spurgeon: "A providência de Deus é uma verdade abençoada, mas Sua
providência sobre a Igreja é uma verdade ainda mais abençoada." (Tesouro de Davi, vol.
1, p. 23).
3. "Dispõe de todas as coisas para o bem dela":
"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28).
John Owen: "A providência de Deus é uma garantia segura de que tudo será ordenado
para o bem da Igreja." (The Works of John Owen, vol. 16, p. 171).

B. A atuação da providência de Deus


Cada detalhe da vida dos seres humanos foi decretado por Deus (Jó 23.13-14; Sl 138.8),
incluindo a forma como vão morrer (Jo 21.18-19). No campo da salvação, ele preordenou
o trajeto que a expansão do evangelho deveria seguir (At 16.6-10) e, desde a eternidade,
escreveu em seu livro os nomes daqueles que seriam salvos (Ap 17.8), determinando que
os demais permanecessem na desobediência (1Pe 2.8; Jd 4). Ele faz isso porque é Deus
e “tem misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz” (Rm 9.18), sendo
certo que ninguém tem o direito de questionar suas decisões ou lhe dizer “que fazes?” (Rm
9.19-20). Deus executa todos seus planos por meio da sua providência. Essa
providência é sempre em direção ao bem, mesmo que os meios utilizados sejam maus aos
nossos olhos.
Um exemplo claro é a história de José no Antigo Testamento: José é vendido como
escravo por seus irmãos, mas ascende ao poder do Egito livrando o povo da fome (cf. Gn
50.20).

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Vejamos a compreensão da doutrina da providência na história:
Catecismo de Heidelberg (1563)
Pergunta 27. O que é a providência de Deus?
Resposta: É o poder onipotente e onipresente de Deus, pelo qual, como que por
sua mão, ele sustenta o céu e a terra, com todas as criaturas, e os governa de
tal modo que ervas e plantas, chuva e seca, anos frutíferos e estéreis, comida e
bebida, saúde e doença, riqueza e pobreza, todas as coisas não nos vêm por
acaso, mas de sua mão paternal.
A Confissão Belga (1561)
Artigo 13. A doutrina da providência de Deus
Cremos que este bom Deus, depois de haver criado todas as coisas, não as
abandonou ao destino ou ao acaso, mas, segundo a sua santa vontade, ele as
dirige e governa de tal modo que neste mundo nada acontece sem o arranjo
ordeiro de Deus.
Catecismo Puritano (1855)
Pergunta 11. Quais são as obras da providência de Deus?
As obras de providência de Deus são o modo santo (Salmo 145:17), sábio (Isaías
28:29) e poderoso (Hebreus 1:3) de preservar e governar todas as Suas criaturas
e Suas ações (Salmo 103:19).
C. A providência é especialmente para a igreja de Cristo
A providência consiste no cuidado ou atenção que é dada a algo de antemão. No parágrafo
7, a confissão deixa claro que o foco especial do cuidado e atenção de Deus na sua
providência real e universal é o seu povo, a igreja (cf. Pv 2.7-8; Is 43.3-5, 14; Am 9.8-9;
Rm 8.28; Ef 1.11,22; 3.10,11,21; 1 Tm 4.10).
A providência de Deus, portanto, é o meio (ordinário ou extraordinário) pelo qual Deus
assegura que todas as coisas que acontecem, dentro ou fora da igreja, é para o bem da
igreja. O texto da confissão diz:
“Ele [Deus] cuida de Sua Igreja, e dispõe de todas as coisas para o bem dele”.
Em termo mais objetivos, poderíamos perguntar: “quem são aqueles que desfrutam do
cuidado de Deus?”. São os famosos, os grandes, os líderes políticos, os judeus, pecadores
que não estão sendo disciplinados? De modo nenhum! É a igreja. Assim, o alvo final da
somatória do mosaico de todas as providências de Deus é o bem de Sua Igreja amada.
Diante disso, compreendemos que Deus cuida de Sua Igreja de uma maneira especial. Isto
se aplica a toda igreja verdadeira, a cada um de seus membros. Romanos 8:28 diz: “E
sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. O termo, todas as coisas,
na Confissão ecoa de “todas as coisas” em Romanos 8:28.
Dessa forma, onde está o ponto focal da providência de Deus no mundo? Será Jerusalém,
onde ficava o templo? Será Roma, no Vaticano? Será Meca? Não é nenhum desses
lugares, mas é onde nós, a igreja, estamos. Diante disso, não absorva uma mentalidade
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secularizada e ateia de como encarar a vida, pois é para o bem da igreja que todas as
coisas nesta vida acontecem.
Além disso, vemos outras passagens importantes que declaram o cuidado de Deus
principalmente pelos fiéis e por aqueles que são preciosos aos olhos dEle: Sua igreja (cf.
1Tm 4.19; Is 43.3-5).
Thomas Watson maravilhosamente disse:
“Veja aqui, aquilo que pode fazer-nos anelar pelo tempo quando o grande
mistério da providência de Deus será plenamente desvelado para nós. Agora
nós escassamente sabemos o que faz a providência de Deus, e estamos prontos
a censurar o que não entendemos; mas no Céu, veremos como todas as Suas
providências (doença, perdas, sofrimento) contribuíram para a nossa salvação.
Aqui vemos apenas algumas partes obscuras da providência de Deus, e é
impossível julgar as Suas obras pelas partes; mas quando chegarmos ao Céu,
e veremos o todo e retrato de Sua providência expresso em suas cores vivas,
será glorioso contemplá-lo. Então, veremos como todas as providências de Deus
cooperaram para cumprir as Suas promessas. Não há nenhuma providência,
senão aquelas nas quais identificamos um milagre ou uma misericórdia nela”
Sem dúvida a doutrina da providência de Deus é motivo de alegria e segurança para os
salvos. Esta consideração tem consequências para a espiritualidade cristã. É uma
libertação para o homem saber que é governado por um Deus Pai e Providente, e não
por um destino cego. Porém, por outro lado, ela é motivo de terror para os incrédulos. Os
ímpios vivem suas vidas como se nunca terão de prestar contas a alguém. Mas por mais
que pensem o contrário, eles nunca conseguirão escapar das mãos de Deus (Ap 6:15-17).
APLICAÇÃO:
1. Confie no Senhor mesmo em meio às incertezas: Lembre-se de que Deus está
no controle de todas as coisas, mesmo quando enfrentamos tempos de incerteza e
dificuldades. Confie que Ele está trabalhando em todas as circunstâncias para o Seu
propósito e o bem daqueles que O amam.

2. Busque constantemente a vontade de Deus: Perceba que, sob a providência


divina, cada evento em sua vida tem um propósito. Busque conhecer a vontade de Deus
em todas as situações e busque segui-la em obediência, sabendo que Ele está
direcionando nossos passos.

3. Descanse na fidelidade de Deus: Quando enfrentar desafios e provações, lembre-


se de que Deus é fiel. Ele cuida de Sua Igreja e não nos desampara. Confie em Sua
fidelidade e descanse em Sua presença, sabendo que Ele proverá tudo o que precisamos.

4. Seja grato pela provisão de Deus: Cultive uma atitude de gratidão pela maneira
como Deus tem cuidado de você e de Sua Igreja. Reconheça Sua bondade e providência
em todas as áreas da sua vida, desde as necessidades básicas até as bênçãos
abundantes.

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5. Participe ativamente na obra de Deus: Reconhecendo o cuidado de Deus pela
Sua Igreja, envolva-se ativamente em Seu trabalho. Participe da comunidade cristã, sirva
aos outros, compartilhando as bênçãos que você recebeu da providência divina.

6. Busque discernimento espiritual: Peça ao Espírito Santo que lhe conceda


discernimento espiritual para reconhecer a obra da providência de Deus em sua vida e na
Igreja. Esteja atento às maneiras pelas quais Ele está agindo e busque se alinhar com Seus
propósitos.

7. Ame a igreja: Imite o amor de Deus por Sua igreja. Todas as providências de Deus
somadas visam o bem da igreja, a santificação e o aperfeiçoamento. Zele, preserve,
defenda a noiva de Cristo. Seja o meio livre pelo qual Deus, providencialmente, cuidará da
Santa igreja que Ele certamente virá buscar.

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