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Introdução
Este trabalho consiste de um amálgama entre duas obras de Plínio Marcos: “Barrela” e “Inútil
canto e inútil pranto pelos anjos caídos”. Com quase vinte anos separando os dois trabalhos, o
primeiro possui uma linguagem mais crua e bruta, demonstrando um aspecto agressivo de
uma cadeia e como os presos são vistos - o texto inteiro descreve seus personagens como
verdadeiros animais, em uma clara metáfora -, já o segundo é escrito de maneira mais poética
e, sendo um texto de prosa e não teatral, possui uma certa distância em relação ao que está
sendo contado. Como proposta de trabalho temático, desenvolvemos uma pequena cena
teatral que busca juntar os dois trabalhos, dando uma outra visão sobre ambos.
Os guardas acabam de passar na cela. É uma noite chuvosa, fria. Os cinco encontram-se nos
seus cantos, mas, devido à proporção do local, ainda estão muito próximos.
Escorado em um canto, Fernando acorda com o grito, claramente bravo com a situação.
Eles se deitam. Lipe, outrora tristonho, está sentando, inquieto, no seu cantinho. Indignado,
irritado e com medo, ele parte para cima de Fernando, que está de costas. Iniciando
primeiramente com um chute, ele logo chama a atenção dos outros. Fernando, meio zonzo,
grita com a confusão, mas mal se levanta e é jogado no chão por Lipe, que lhe bate com
força, com os outros em volta, em grande indiferença. No meio disso, um barulho alto de
passos ecoa no corredor e, de repente, um par de olhos surgem na porta cela. Lipe volta
para seu canto. Seu semblante antes tristonho agora só está coberto de raiva.
Finalização