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DIETOTERAPIA CHINESA

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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

DIETOTERAPIA CHINESA ..................................................................... 3

INTRODUÇÃO A DIETOTERAPIA .......................................................... 3

CONCEITO DE DIETOTERAPIA CHINESA E SUA METODOLOGIA .... 4

OS SABORES E A NATUREZA DOS ALIMENTOS ................................ 7

MOVIMENTO TERRA E A NUTRIÇÃO DO BAÇO (Pi) E ESTÔMAGO 11

O cuidado nutricional ............................................................................. 15

DIETOTERAPIA CHINESA ................................................................... 17

PRÍNCIPIOS GERAIS DA DIETOTERAPIA CHINESA ......................... 18

CRITÉRIOS PARA DIETOTERAPIA ..................................................... 21

DIETOTERAPIA CHINESA COMO PRINCÍPIO FARMACOLÓGICO ... 22

ALIMENTOS REGULADORES.............................................................. 28

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 32

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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DIETOTERAPIA CHINESA

INTRODUÇÃO A DIETOTERAPIA

A muitos anos a humanidade já utilizava os alimentos e ervas para


fins medicinais, pois, ainda não existiam o que chamamos hoje de
medicamentos.
A dietoterapia é uma ferramenta da saúde, e em especial do profissional
nutricionista, que usa dos alimentos (principalmente), para o tratamento e
prevenção de enfermidades, levando ao organismo a adquirir os nutrientes
necessários para a boa perfomace e saúde.
Os alimentos podem auxiliar sobremaneira a recuperação da saúde,
sendo, em alguns casos, a única opção de tratamento de algumas doenças. A
terapia que os utiliza como complemento ou única forma de tratamento é
chamada dietoterapia. Dietoterapia é a parte da ciência da nutrição que se
dedica às dietas especificas para cada enfermidade.

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CONCEITO DE DIETOTERAPIA CHINESA E SUA
METODOLOGIA

A Dietoterapia Chinesa é a proposta da Nutrição dentro dos fundamentos


da Medicina Chinesa que atua na promoção da saúde, mas de maneira mais
branda que a Fitoterapia, conforme reforça Andrea Arantes (2015). O objetivo
dessa proposta não é obter a cura, mas sim, mudar hábitos alimentares e se
tornar uma ferramenta mais acessível à população, sendo utilizada como uma
abordagem terapêutica. Como Lorraine (2008) afirma, os chineses se deliciam
com todos os aspectos do alimento: desde o planejamento até a preparação e a
escolha de cada prato. O ato de comer é um grande prazer para os orientais e o
segredo para eles é olhar para a comida como algo que vai nutri-lo e não, como
uma fonte de calorias indesejáveis.
O Qi às vezes é mal-entendido quando traduzido como “energia” porque
leva a uma comparação com o conceito Ocidental de caloria, mas uma coisa não
tem nada a ver com a outra.
O Qi nesse caso tem mais a ver com qualidade do que quantidade. Como
bem diz Lorraine (2008), qualidade é tudo na cozinha chinesa!! Em vez de ver a
comida como inimiga e focar no que “não comer”, o que muitas vezes priva o
organismo dos nutrientes necessários, os chineses focam no prazer que a
comida proporciona, em como ela pode ser mais saborosa e capaz de nutrir o
corpo.
Os chineses comem mais calorias sim, mas não “calorias vazias” cheias
de gorduras, açúcares e desprovidas de nutrientes. Para trabalhar com a
Dietoterapia Chinesa é necessário ter conhecimento sobre a Medicina Chinesa,
não necessariamente sobre a Acupuntura.
É claro que a formação em 28 Acupuntura ajuda e muito, mas existem
outras áreas dentro da Medicina Chinesa que também permitem esse olhar da
alimentação, como a Fitoterapia, a Massoterapia e as Artes marciais.
Mole (2007). Como no Ocidente, a formação das técnicas orientais mais
difundida é a Acupuntura, fica a cargo desses profissionais utilizarem a
alimentação chinesa e fazerem as recomendações adequadas aos pacientes.

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Andrea Arantes (2015) também menciona que é necessária uma boa conversa
com o paciente para que o diagnóstico se torne mais completo.
É importante perguntar sobre os hábitos alimentares, preferências de
sabor e aroma, e tudo o que diz respeito aos assuntos digestivos, como:
coloração e quantidade de urina, consistência e periodicidade das fezes, dores
ou desconfortos pelo trajeto digestivo, gosto na boca, salivação, mastigação, etc.
Existem alguns princípios básicos que norteiam a Dietoterapia Chinesa,
mas para entende-los é necessário primeiro, relembrar como é a linha de
raciocínio para o diagnóstico e como são identificados os sinais de desequilíbrio
do corpo.
Então, como Sônia Hirsch (2000) apresenta, é recomendado que primeiro
sejam observadas as características Yin, relativas às estruturas do corpo e
também, as características Yang, que correspondem às funções dos órgãos. As
doenças de natureza Yang são quentes, provocam ardência e vermelhidão,
inquietação, agitação do corpo e da mente.
As doenças de natureza Yin já se destacam pela lentidão, pelo frio, pelo
aspecto pálido e fraco do paciente. O segundo sinal a ser observado é
justamente sobre o aspecto de frio ou calor que está mais afetando o organismo.
Se tem frio tem contratura muscular, tem secreção branca, sensação constante
de frio, urina clara e abundante, podendo ter dores.
Se tem calor tem face avermelhada, inflamação, urina escura e escassa,
erupção na pele e agitação. Para fechar esse diagnóstico de sinais de
desequilíbrio, Maciocia (2007) também apresenta a análise sobre as
características de deficiência ou excesso.
Se há deficiência de Yang, as funções ficam prejudicadas, logo, o
metabolismo diminui e há propensão de acúmulo de Umidade pelo corpo.
Quando há deficiência de Yin, as estruturas ficam enfraquecidas,
havendo falta de nutrição, por isso há fraqueza. Se há excesso, aí é necessário
verificar se existem fatores internos, relacionados com alguma alteração
emocional ou se houve alguma invasão de fator patogênico.
Quando a patologia ou desconforto se encontra mais na superfície do
corpo é mais fácil de ser tratada do que quando está bem no interior. E como
bem menciona Andrea Arantes (2015), em qualquer caso de patologia, uma
alimentação inadequada pode piorar o quadro.

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Os orientais avaliam a necessidade de um alimento com as fraquezas
internas de um indivíduo. Isso quer dizer que, um corpo carente de metais e
minerais não vai pedir especificamente tais elementos, e sim, alimentos ricos
nesses itens. Por isso, é muito importante que seja avaliada com cautela essa
parte da alimentação na hora do diagnóstico.
O corpo é muito sábio e nos dá a todo momento os sinais e repostas que
estamos procurando para equilibrá-lo.
Analisando como é feito o diagnóstico, fica mais fácil entender como
realizar a Dietoterapia Chinesa a partir de alguns princípios fundamentais,
descritos por Flaws (1998) (apud Andrea Arantes, 2015). São eles:
 Buscar por alimentos saudáveis: dar preferência para os alimentos
naturais ao invés dos industrializados e com poucos nutrientes. A aproximação
com a natureza está na alimentação. Quanto melhor a qualidade do alimento,
melhor a qualidade do Qi ingerido
.  Selecionar os alimentos de acordo com a necessidade de cada corpo:
Os alimentos também precisam ser vistos como um medicamento e o
profissional deve saber escolher os alimentos certos para o tratamento mais
adequado ao paciente.
 Associar os cinco sabores nas refeições: segundo a visão oriental, os
alimentos são classificados em cinco sabores, os quais tonificam órgãos e
vísceras e propiciam um melhor equilíbrio ao organismo. São eles: salgado,
azedo, amargo, doce e picante.
 Cozinhar os alimentos no tempo apropriado: cada alimento ou grupo de
alimentos tem um certo tipo de preparo e é importante saber a diferença entre
eles para aproveitar melhor os nutrientes.
 Recuperar as funções do Baço (Pi) e Estômago (Wei) para promover o
paladar: na visão dos orientais, quem cuida do paladar é o Baço (Pi). Qualquer
alteração ou dificuldade em distinguir os gostos, é necessário um trabalho mais
pesado sobre esses dois órgãos.
 Alimentar-se nos horários corretos: é importante se alimentar bem e
também seguir os horários mais recomendados. Segundo os chineses, há um
relógio biológico que marca o horário específico em que cada órgão possui o seu
ápice de energia. 30

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 Respeitar as contraindicações: o diagnóstico da Medicina Chinesa não
tem mistério. Se o paciente tem sintoma de frio, tem que tratar com calor ou com
alimentos que esquentam o corpo.
Se a patologia é de calor, tem que tirar esse calor interno ou utilizar
alimentos que resfriam o corpo. Da mesma forma como agimos no tratamento é
importante fazer esse raciocínio para prevenção e evitar alimentos muito frios ou
muito quentes que podem sim, provocar alguma alteração interna.
Depois de ter compreendido o processo de diagnóstico e identificado as
síndromes correspondentes, é possível prescrever alimentos que beneficiem o
tratamento do paciente.
Além dessa combinação específica da alimentação, é possível
acrescentar um fator na recomendação ao paciente que a Sônia Hirsch (2000)
ressalta muito bem e que faz parte da metodologia da Dietoterapia Chinesa:
“assim como o sol, que a cada momento do dia ilumina uma parte da casa, a
recarga energética atua sobre um dos órgãos do nosso corpo, como um relógio”.
E dentro de uma proposta alimentar chinesa, os horários para a
alimentação são pontuados conforme a circulação energética do Qi, que ressalta
as funções dos órgãos internos. Andrea Arantes (2015) complementa que
segundo a medicina chinesa, o corpo humano precisa de cinco refeições ao dia,
já que gasta muita energia ao comer, andar, falar e pensar.
Essas refeições são: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche
da tarde e jantar.
Algumas pessoas estão acostumadas a pular algumas refeições e
relatam que se sentem bem. Tudo bem que cada corpo é único, mas se há gasto
de energia, ela precisa naturalmente ser reposta, caso contrário o organismo
estará utilizando a energia da essência para se manter nutrido e ocasionalmente,
lesar o Baço (Pi) pela deficiência de uma correta alimentação.

OS SABORES E A NATUREZA DOS ALIMENTOS

A comida que está no prato mostra como lidamos com nossos desejos e
nossas necessidades. Sônia Hirsch (2000) fala que comer só pelo desejo

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costuma trazer enormes carências nutricionais e comer só pela necessidade tira
o prazer do gosto.
Quem liga demais para o que come, pondo em segundo plano a emoção
e o pensamento, corre o risco de viver em busca de uma refeição perfeita e
perder chances maravilhosas de mergulhar no caos para se renovar, mas quem
não liga para o que come, despreza uma parte importante do contato com a vida.
O sabor, segundo Sônia Hirsch (2000), é uma espécie de código do
alimento. Algo que marca a forma e tem poder de atrair ou repugnar. Andrea
Arantes (2015) complementa esse pensamento dizendo que sabor não tem a ver
com o gosto em si, mas com a direção de energia que esse alimento proporciona
dentro do organismo.
Essa direção é valorizada tanto na Dietoterapia quanto na Fitoterapia
Chinesa, como bem observa Cheng, LD (2000) nessa passagem:
“Os sabores de várias ervas descritas nas matérias médicas não
correspondem aos seus sabores reais, e muitas vezes, a determinação dessa
propriedade é feita de acordo com as ações da erva no organismo.
Exemplificando, se uma determinada erva é comprovadamente capaz de
dispersar fatores patogênicos na superfície, ainda que a degustação não seja
picante, ela será classificada como tal.”
Tudo o que vimos até aqui se baseia no princípio do Yin e Yang.
Com os alimentos isso não seria diferente. Segundo Lorraine (2008), os
alimentos também podem ser classificados como Yin e Yang. Os alimentos Yin
afundam e ajudam no funcionamento dos órgãos internos, ao passo que os Yang
sobem e agem sobre a superfície do corpo para melhorar a imunidade e
combater os fatos patogênicos que penetrarem.
Os alimentos Yang possuem, em geral, energias quentes ou mornas e
geram calor no corpo, enquanto os alimentos Yin, em geral, têm propriedades
frias ou frescas e resfriam o corpo.
Os alimentos molhados e úmidos são classificados como Yin e os
alimentos secos e crocantes, como Yang.

Os alimentos possuem uma correspondência Yin e Yang e os órgãos


internos possuem uma correspondência de sabor. Todos os alimentos naturais,

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segundo Sônia Hirsch (2000), são divididos em cinco sabores, conforme seus
respectivos movimentos:
- Ácido ou Azedo (madeira): age no Fígado (Gan) e beneficia a Vesícula
Biliar (Dan), nutre o sangue, promove absorção, controla e obstruir os
movimentos
. - Amargo (fogo): age no Coração (Xin) e desce para o Intestino Delgado
(Xiao Chang), nutre o sangue, acalma a mente, reduz o calor do corpo, seca a
umidade, drena os fluidos corporais e provoca eliminações intestinais.
- Doce (terra): atua no Baço (Pi) e no Estômago (Wei) beneficiando a
digestão e o metabolismo, tonifica e harmoniza o Qi e acalma sensações agudas
de desconforto.
- Picante (metal): atua nos Pulmões (Fei) e no Intestino Grosso
(Dachang) beneficiando as vias respiratórias, dispersa edema, estimula o
sistema imunológico, promove a circulação de Qi e faz suar.
- Salgado (água): nutre o yin e yang do Rim (Shen), promove vitalidade,
estimula a libido, amacia a rigidez de músculos e glândulas e elimina a
turvacidade.
O quadro abaixo, retirado do livro Manual do Herói, aborda como os
sabores prevaleceriam diante de cada estação do ano:

Segundo o texto clássico do Huang Di Nei Jing, cap 22 que Chuncai


(1999) traduz no seu livro, diz: “a comida com sabor picante tem função de
dispersar, a comida com sabor ácido tem a função de contrair, a comida com

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sabor doce tem a função de moderar, a comida com sabor amargo tem a função
de secar e a comida com sabor salgado tem a função de aliviar a dureza”.
E seguido o mesmo raciocínio, encontramos no LingShu, cap. 78 a
passagem que diz: “Nos cinco deslocamentos, o azedo desloca aos tendões, o
picante desloca o Qi, o amargo desloca o sangue, o salgado desloca os ossos e
o doce desloca à carne”.
Sendo assim, para fechar o pensamento, encontramos no Su Wen, cap.
10, a passagem que diz: “Por isso que muitos alimentos salgados levam a
congelamento nos vasos e alteração na compleição. Muitos alimentos amargos
levam a pele seca e queda de pelos. Muitos alimentos picantes levam a tensão
nos tendões e dessecamento das unhas.
Muitos alimentos azedos levam a calosidades na musculatura e nos
lábios. Muitos alimentos doces levam a dores nos ossos e queda de cabelos.
Estas são as lesões dos cinco sabores”. Já entendemos que cada movimento
tem um sabor correspondente, e que este também se refere a um órgão interno,
mas além dele, Sônia Hirsch (2000) reforça que os alimentos possuem uma
natureza, ou seja, uma capacidade de esfriar ou aquecer.
Existem alimentos de natureza morna, cuja energia é da primavera; os de
natureza quente têm a energia do verão; os de natureza fresca têm a energia do
outono e os de natureza fria têm energia do inverno. Andrea Arantes (2015) dá
mais detalhes dessas divisões, abaixo: -
Natureza Fria: relaciona-se com os alimentos que resfriam o corpo, por
isso não devem ser consumidos diariamente. São mais usados para eliminar
calor interno.
Natureza Quente: relaciona-se com alimentos que aquecem o organismo
e também não devem ser consumidos diariamente, apenas quando for
necessário eliminar o frio interno.
Natureza Fresca: são alimentos que refrescam e umedecem o organismo.
Podem ser consumidos todos os dias porque melhoram as funções intestinais.
Aqui estão as frutas e as verduras.
Natureza Morna: está relacionada com alimentos que aquecem
harmonicamente o organismo. Podem também ser ingeridos diariamente porque
beneficiam a digestão. Aqui encontramos os caules, legumes e tubérculos. –

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Natureza Neutra: se relaciona com alimentos que tem uma ação neutra e
suave e que beneficiam o organismo e a formação de Qi. Corresponde à
algumas sementes e cereais que constituem a base da alimentação.

E por fim, quanto a característica de movimento dos alimentos, Sônia


Hirsch (2000) relata que tal particularidade, diz respeito a capacidade de
provocar respostas no organismo. Tais propriedades são utilizadas tanto para
corrigir algum padrão de adoecimento quanto para provocar alguma reação
específica, por exemplo, suar para eliminar fator patogênico. São elas:
- Movimento Ascendente (fazer subir e flutuar): são indicados para dar
energia e melhorar doenças que afetam as partes inferiores do corpo.
- Movimento Descendente (fazer descer e aprofundar): são utilizados
para acalmar amente ou dispersar um calor excessivo.
Como Andrea Arantes (2015) diz, as regras devem ser respeitadas para
que o tratamento dê resultado para cada indivíduo. Não adianta você tomar um
remédio para o estômago, por exemplo, para ajudar na digestão, se em seguida
tomar um sorvete ou um alimento mais gelado e úmido que irão prejudicar o
funcionamento do Baço (Pi).
Também não adianta pacientes que já possuem calor interno ingerirem
alimentos quentes ou cujas propriedades aumentem ainda mais o calor do corpo,
como por exemplo, frutos do mar. O profissional precisa utilizar uma linguagem
mais adequada e ensinar aos pacientes a melhor forma de se alimentarem. Cada
corpo é de um jeito, por isso o que é bom para um, pode não ser bom para o
outro nesse momento.
Todos os sabores são importantes e nenhum deles deve ser retirado do
cardápio, a menos que esteja provocando algum tipo de reação ao organismo.

MOVIMENTO TERRA E A NUTRIÇÃO DO BAÇO (Pi)


E ESTÔMAGO
(Wei) Andrea Arantes (2015) aborda em seu livro que o Baço (Pi) é o
responsável pelo paladar e pela mastigação e que o sabor doce tonifica suas
funções. Só que o doce que a Terra precisa são dos alimentos que vêm da terra,
e não os processados e ricos em açúcares que comemos.

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É preciso ingerir raízes e tubérculos como: inhame, cará, cenoura, batata
doce, beterraba, abobrinha, mandioca etc. Em geral, como diz Lorraine (2008),
o nosso paladar costuma nos informar que buscamos determinados sabores no
intuito de controlar algo que está em excesso no corpo.
Se consumimos muitos alimentos azedos, significa que é uma tentativa
do corpo controlar a Madeira que está em excesso. Se consumimos muitos
alimentos picantes, também é uma tentativa do corpo tentar controlar o Metal em
excesso. E se a Terra é o centro de todos os demais movimentos e precisa do
sabor doce para nutrir todo o organismo, quanto mais o movimento Terra estiver
em excesso, maior será o desejo de doce.
Se a ingestão por alimentos ricos em açúcares e farinhas brancas (vazios
de nutrientes) for consideravelmente aumentada, as funções do Baço (Pi) serão
enfraquecidas, alterando todo o equilíbrio entre forma e função (Yin e Yang).
Segundo Sônia Hirsch (2000), Terra precisa dos carboidratos simples e
complexos fornecidos por cereais, feijões, tubérculos, raízes, bulbos, frutas,
enfim: uma alimentação farta e variada. Cebola, abóbora, nabo, maxixe e outros
vegetais redondos, favorecem a Terra.
Entre as frutas: maça, mamão, manga, laranja-lima, e outras mais ou
menos amarelas. Sempre bem mastigadas ou chupadas, não em suco. Seus
chás: camomila, erva-doce, artemísia, erva-cidreira, capim-limão. Andrea
Arantes (2015) complementa dizendo que todos os alimentos de sabor doce, de
natureza neutra ou morna tonificam o Qi, agem para cima e beneficiam o
Estômago (Wei) e o Baço (Pi), facilitam a digestão, melhoram o cansaço e
harmonizam o organismo, trazendo sensação de nutrição, aconchego e
acolhimento. Para nutrir o Baço (Pi) em nível físico, a autora recomenda a prática
de exercícios físicos e alimentação mais saudável.
Preferência por grãos integrais, legumes e verduras e a eliminação de
alimentos gordurosos, embutidos e laticínios para não acumular umidade
patogênica (Shi). Para nutrir o Baço (Pi) em nível emocional é preciso se livrar
da preocupação excessiva.
É preciso concentrar no que deseja ser feito e não postergar os planos.
A procrastinação é um mal que leva o ser humano a ficar mais ansiosos e
consequentemente a comer mais, porque tira o senso de realidade.

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Aqui o exercício é focar no seu eu interior, ser mais paciente e amorosos
consigo mesmo, sem muitas críticas
. Tirar um dia para relaxar, para fazer o que gosta e adquiri serenidade
para encarar os desafios da vida. E por último, para nutrir o Baço (Pi) em um
nível espiritual, é preciso associar a nutrição ao amor.
O ser humano só cresce quando recebe cuidado. A prática de caminhar
na terra, cuidar de uma horta ou ter um animal de estimação ajuda muito, pois o
ato de cuidar de um ser com amor e dedicação provoca a sensação de ser útil,
isso proporciona bem-estar interno.
Terra precisa de contato com a terra para se manter em sintonia. Cuidar
de uma horta é unir o útil ao agradável. Ativar a oxigenação e a circulação do
sangue através de exercícios também é muito importante pra Terra.
Caminhar em ritmo acelerado durante quarenta minutos, pela manhã e à
tarde, costuma produzir ótimos efeitos sobre todo o sistema. Sônia Hirsch
(2000).
Foi visto anteriormente, o pensamento chinês em relação ao horário de
maior energia de cada órgão.
Isso quer nos dizer que é nesse momento que devemos fazer nossa
primeira refeição do dia. Sônia Hirsch (2000) descreve que ao acordar,
necessitamos de ingerir energia através dos alimentos, então engana-se quem
vai trabalhar sem tomar café da manhã ou quem come algo para dar aquela
enganada no estômago.
Nesse horário devem ser consumidos alimentos leves e de preferências
que tenham mais carboidratos simples para ser digerido com mais facilidade,
como: chás, sopas de legumes, arroz com legumes, omelete de legumes, ovos
mexidos, crepioca recheada com legumes e tubérculos, purê de batata doce,
torrada com patês de legumes etc. Segundo a apostila do curso de Dietoterapia
ministrado na Ebramec em 2012, a única restrição alimentar que os orientais
fazem é com relação ao café da manhã.
Tudo é permitido com moderação, respeitando a qualidade do Qi natural
dos alimentos, mas o ideal é que no período da manhã, que corresponde ao
horário do Estômago (wei) e Baço (Pi), sejam consumidos os alimentos que
nutrirão a Terra.

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Esses dois órgãos nutridos e tonificados, conseguirão levar energia ao
restante do corpo. Das nove às onze da manhã já é o horário do Baço (Pi),
melhor momento para fazer um lanche e potencializar o consumo de alimentos
que darão mais energia para o dia, como sucos e frutas. Andrea Arantes (2015)
complementa que aflições estomacais, arrotos, dificuldades de aceitar alimentos
ou de permanecer sem eles podem ser sintomas de desarmonia no Estômago
(Wei), e precisam ser levados bem a sério, pincipalmente se a queixa aparecer
logo pela manhã. Falta de atenção, de concentração, de memória no período da
manhã, assim como problemas com a voz e o cantarolar excessivo, também
podem estar revelando alguma coisa relacionada ao Baço (Pi). 38 Fonte:
(Dietoterapia Chinesa - Andrea Arantes 2015, pg 91) Tonificar o movimento
Terra, segundo Sônia Hirsch (2000), significa fortalecer, revigorar e reforçar o
Baço (Pi) e o Estômago (Wei).
O fraco da Terra é a boca. Seu sabor eleito doce, se abusado, corre o
risco de não só lesar fisicamente o corpo, mas acentuar a insegurança, a rigidez
mental, criando desequilíbrio no metabolismo e dificultando o processo de
emagrecimento. Andrea Arantes (2015) reforça que se o Baço (Pi) for entendido
como o grande “pai” do metabolismo, que contribui significativamente para a
formação de Qi e Xue (Sangue), será possível compreender a importância do
alimento de natureza doce na base da pirâmide alimentar, onde estão todos os
grãos, vegetais e alimentos integrais.
Por isso é que os alimentos nutritivos contribuem para a formação de Qi
e Xue (Sangue), Em contrapartida, alimentos como doces, biscoitos, iogurtes e
bolos, não contribuem para a boa nutrição, e o consumo excessivo desses itens
não irão nutrir, apenas originar um quadro patológico que os chineses chamam
de Umidade (Shi).
Quando a Dietoterapia Chinesa surgiu, há milhares de anos, não havia
estudos sobre as pirâmides alimentares, mas a Faculdade de Saúde Pública de
Harvard e a Organização Americana Oldways deram origem à pirâmide
alimentar asiática, considerando a alimentação de alguns países como: China,
Índia, Indonésia, Bangladesh, Japão, Malásia, Mongólia, Nepal, Coréia do Norte,
Coreia do Sul, Filipinas, Cingapura, Taiwan, Tailândia e Vietnã.
No seu livro, Andrea Arantes (2015) apresenta essa pirâmide, conforme
podemos ver na figura abaixo, e descreve resumidamente que o corpo precisa

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do equilíbrio entre o Yin e o Yang, do repouso à noite e das atividades durante o
dia; precisa de uma nutrição mais Yin através de grãos, cereais, raízes,
tubérculos e alimentos para nutrir a função do Yang, como folhas, frutos do mar,
óleos vegetais.

É preciso observar o prato que estamos comendo e quais alimentos


realmente são necessários para cada corpo, procurando respeitar os horários de
consumo e os alimentos que nos fazem bem. Andrea Arantes (2015) ainda
complementa que a saúde não é estática, mas um processo dinâmico que
envolve o cuidado constante do corpo, mente e espírito.

O cuidado nutricional

O cuidado nutricional é o processo de ir ao encontro das diferentes


necessidades nutricionais de uma pessoa e isto, vai depender do tipo de
enfermidade que acomete o indivÍduo. Para uma pessoa saudável, o cuidado
nutricional pode significar apenas a avaliação nutricional de rotina.
Uma pessoa saudável necessita de cuidado nutricional na forma de
educação quanto aos hábitos alimentares.
Já o cuidado nutricional para paciente enfermo ou hospitalizado é mais
complexo. Deve incluir o acompanhamento da ingestão de alimentos, a
adequação destes alimentos à sua patologia e quando ela for inadequada,
deverá incluir o aconselhamento do paciente.
Compete aos profissionais das unidades de saúde a avaliação e
identificação do estado nutricional de seus clientes. Para tanto, faz-se necessário
adotar certos cuidados que dependerão da presença da doença (ou de alguma
doença potencial), ambiente e estado de crescimento e desenvolvimento do
indivíduo. Muitas são as etapas que compõem o cuidado nutricional.
A seguir, citamos as cinco fundamentais, ressalvando que algumas são
específicas do nutricionista mas todas envolvem o conhecimento e participação
de uma equipe multiprofissional que tem por objetivo restabelecer a saúde das
pessoas.

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Avaliar o estado nutricional do indivíduo de acordo com as
recomendações relativas à sua faixa etária, utilizando os seguintes parâmetros:
– antropométricos (peso, comprimento/altura, circunferências, dentre
outros);
– bioquímicos (sangue, urina, fezes);
– clínicos (sinais e sintomas de carências nutricionais); Nutrição e
Dietética,dietéticos (avaliação da alimentação com base em realização de
entrevista sobre hábitos, alimentos ingeridos, preferências, aversões e alergias
alimentares); Identificar as necessidades ou os problemas nutricionais
- os resultados da etapa anterior possibilitam identificar os problemas de
saúde relacionados à alimentação;
Planejar e priorizar os objetivos do cuidado nutricional – compete ao
nutricionista traçar um plano com dieta individualizada e orientação quanto ao
cuidado e maneiras corretas de preparo dos alimentos, bem como possíveis
modificações no padrão alimentar;
Executar as atividades nutricionais necessárias para atingir os objetivos -
nessa etapa, toda a equipe de saúde deverá envolver- se com vistas ao
desenvolvimento das atividades pertinentes ao sucesso do cuidado nutricional;
Avaliar os resultados do cuidado nutricional - esta fase é fundamental
para a manutenção ou não do tratamento proposto. Com base na avaliação
frequente e no monitoramento dos parâmetros nutricionais anteriormente
mencionados, serão efetuadas modificações e adequações necessárias.
O cuidado nutricional de pacientes hospitalizados é bem mais complexo
do que o mero fornecimento de refeições.
Práticas hospitalares simples podem ser aplicadas com vistas à melhoria
do estado nutricional dos mesmos.
Muitas delas, abaixo listadas, estão diretamente ligadas às atribuições e
responsabilidades do profissional de nutrição em suas diversas áreas de
atuação: – registrar as medidas antropométricas (peso e comprimento/altura)
frequentemente; – conhecer a prescrição da dieta a que o paciente está
submetido; – observar a aceitação da dieta pelo paciente, informando ao médico
e ou nutricionista responsável as possíveis intercorrências; – observar e informar
à equipe de saúde as alterações funcionais relacionadas à alimentação
(diarreias,vômitos, distensão abdominal); – estimular o paciente e informá-lo

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acerca da importância de seguir rigorosamente a dieta prescrita; – auxiliar o
paciente, se necessário, na administração de suas refeições; – procurar tornar o
horário das refeições um momento de prazer para os pacientes; – informar, ao
paciente e seus familiares, o funcionamento e as rotinas do serviço de nutrição

DIETOTERAPIA CHINESA

A dietoterapia chinesa (Yin Shi Zhi Liao Fa) constitui um dos pilares mais
importantes da Medicina Tradicional Chinesa, tem como objetivo: tonificar os
órgãos, equilibrar o Qi (fluxo de energia que circula pelo corpo), promover a
saúde e a nutrição através de uma alimentação saudável e natural.
Para a realização da dietoterapia é necessário que o profissional faça a
mesma coleta de dados que serviria para uma sessão de acupuntura, feito isso
os alimentos são selecionados conforme a síndrome apresentada e associada a
outra atividade que colabore para a harmonia dos cincos movimentos (Wu Xing),
aos quais os órgãos e vísceras (Zang Fu) estão relacionados.
A identificação da síndrome em medicina tradicional chinesa determina o
princípio do tratamento, que é feito a partir da natureza da doença. O
metabolismo é o resultado de todas as reações químicas do nosso corpo. Na
visão oriental, tudo o que acontece no corpo está relacionado com cinco órgãos
vitais: Fígado (Gan), coração (Xin), Baço (Pi), pulmões (Fei) e rins (Shen).
Para manter as funções, o organismo depende dos alimentos e do
equilíbrio adequado, além disso, emoções destrutivas também prejudicam o
funcionamento do corpo. O baço e estomago são responsáveis em digerir e
absorver não só alimentos e nutrientes, mas tudo em nossa vida, são
responsáveis pela nossa capacidade de concentração, fixação, aprendizado e
daquilo que vimos e vivemos. Na Medicina Chinesa o baço é o grande
responsável pela transformação e pelo transporte dos alimentos, e na conversão
em Qi (energia).
Os alimentos são considerados o suporte para o corpo e a mente (Shen)
e tem dois aspectos Yin (material substancial e nutricional) e o aspecto Yang
(energético e metabólico). Eles devem ser escolhidos em função de sua
natureza: sabor, aroma, cor, temperatura, textura, movimento,

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umidade, qualidades Yin ou Yang e pela correspondência de cada sabor com os
órgãos e vísceras, com as emoções e estações do ano.
O sabor correspondente ao órgão realiza a tonificação se ele estiver com
sua função deficiente, mas se ele estiver com excesso de energia, o sabor
correspondente pode ser prejudicial. Nos casos em que os órgãos estão
trabalhando em plenitude, com excesso de energia, há sabores que podem atuar
com efeitos reguladores.
O paciente que utiliza a alimentação terapêutica chinesa associada a
outros recursos da medicina oriental, irá usufruir de resultados rápidos e
eficazes, conseguindo assim atingir o equilíbrio da forma mais natural
encontrada na natureza, corrigindo desequilíbrios e evitando doenças futuras.
Curar também consiste em aprender a mensagem que a vida trouxe em um
pacote chamado doença.

PRÍNCIPIOS GERAIS DA DIETOTERAPIA CHINESA

A dietoterapia Chinesa, diferente da farmacologia Chinesa, tem uma ação


mais lenta e mais fraca, permitindo uma ingestão prolongada e normalmente são
indicadas para doenças crônicas, incluindo a prevenção e manutenção, embora
ela também possa ser aplicada como fármaco em situações agudas, como a
segunda parte deste compêndio propõe.
Os alimentos (assim como os fármacos) são divididos nas seguintes
classificações: 4 Qi
• Frio
• Fresco
• Morno
• Quente
Os 4 Qi são ligados às sensações que são sentidas pelas pessoas no
estômago ou na pele quando ingerem alimentos com essa classificação.
Por exemplo; para doenças de natureza fria, deve-se ingerir alimentos de
natureza morna ou quente e para doenças de natureza quente, deve-se ingerir
alimentos de natureza fria ou fresca.

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É importante ressaltar que o Qi dos alimentos muda conforme o seu
preparo, como por exemplo a cenoura, que crua é fresca e cozida ou tostada é
morna (normalmente o alimento cozido aquece sua natureza).
Para identificar os alimentos, existe uma vasta literatura que deve ser um
guia de consultório. Uma dica interessante é que a ingestão de determinados
órgão e vísceras fazem bem ao seu correspondente no corpo. Por exemplo; o
rim animal é bom para o rim humano; o fígado animal é bom para o fígado
humano e assim por diante.
Existe também uma correlação com a forma dos alimentos e sua ação
nutritiva. Por exemplo; o feijão tem a forma de um rim e beneficia o rim humano;
o inhame e o maxixe tem a forma semelhante aos gânglios linfáticos e beneficiam
os mesmos no ser humano; as sementes de gergelim tem a forma de neurônios
e as nozes tem a forma de cérebro e portanto atuam no sistema nervoso; a raiz
de ginseng se assemelha ao corpo humano e portanto é utilizada para todo ele
como um tônico geral.
Alimentos classificados de acordo com os 4 Qi: Natureza Fria agar-agar,
alface romana, algas em geral, amora, aspargo, azedinha, banana, beldroega,
broto de bambu, caldo de cana, caqui, carambola, caranguejo, clara de ovo,
escargot, germe de trigo, manga, mariscos em geral, melancia, ostra, polvo,
quiabo, raiz-de-lótus, ruibarbo, sal, siri, tomate, toronja. Natureza Fresca
Abacaxi, abóbora, abóbora-d'água, acelga, agrião, aipo, alcachofra, alface,
aveia, banchá, berinjela, camomila, cevada, cevada perolada, chá verde,
chicória, chuchu, cogumelo comum, espinafre, farelo de trigo, feijão branco,
feijão verde, fígado de carneiro, folha de inhame, glúten (seitan), hortelã, laranja,
limão, lúpulo, maçã, melão, óleo de gergelim, orégano, ovo de pata, painço,
pepino, pera, rã, rabanete, soja, tangerina, tofu, trigo, trigo-sarraceno.
Natureza Morna Abobrinha, açafroa, açúcar mascavo, alcaparra, alecrim,
alho, alho-poró, amasake, anchova, aneto, arroz moti, batata-doce, café,
camarão, castanha, cebola, cebolinha, cereja, coentro, cominho, damasco seco,
enguia, ervadoce, fígado de galinha e de porco, mostarda, tabaco, frango,
gengibre, girassol, goiaba, hortelã-pimenta, leite de coco, leite de ovelha, louro,
maltose, manjericão, manteiga, morango, noz, pêssego, pinhão, pistache, rim de
boi e de carneiro, salsa, sorgo, tâmara, uva, vinho.

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Natureza Quente canela, gengibre seco, pimenta, pimentão, óleo de soja,
truta. Natureza Neutra abóbora-d'água, açafrão, açúcar branco, alcaçuz, alfafa,
ameixa, amêndoa, amendoim, arenque, arroz branco, arroz integral, atum,
azeitona, batata-inglesa, beterraba, boi, cabelo de milho, cação, cará, carneiro,
carpa, cenoura, centeio, coco (polpa), cogumelo shiitake, couve, couve-flor,
ervilha, esturjão, farelo de arroz, feijão azuki, feijão-decorda, fígado de boi, figo,
folha de goiaba, folha de rabanete, framboesa, gema de ovo, gergelim preto,
inhame, leite humano, leite de vaca, maçã ácida, mamão, mel, milho, moela de
galinha, nabo, óleo de amendoim, ovo de galinha, pato, peixe de carne branca,
pombo, queijo, repolho, rim de porco, sardinha, semente de lótus, uva. 5 Sabores
• Azedo • Amargo • Adocicado • Picante • Salgado
Os 5 sabores são ligados a cada um dos 5 elementos do pentagrama,
reforçando sua energia quando debilitados. Abaixo segue a lista de referências:
• AzedoFígado
• Amargo Coração
• Adocicado Baço
• Picante Pulmão
• Salgado Rim
É importante citar que o excesso de determinado sabor característico de
um elemento, prejudicará o seu elemento dominado de acordo com o cliclo de
dominância, a saber:
• O excesso de azedo prejudica o Baço – altera músculos (tônus) e lábios
• O excesso de amargo prejudica o Pulmão – altera pele e pêlos • O
excesso de adocicado prejudica o Rim – altera ossos e cabelos
• O excesso de picante prejudica o Fígado – altera músculos (cinética) e
unhas
• O excesso de salgado prejudica o Coração – altera sangue e face
Alimentos classificados de acordo com os 4 Qi: Sabor Azedo azeitona,
carne branca de aves, damasco, inhame, laranja, limão, manga, pera, queijo
branco, tomate, uva. Sabor Amargo alface, almeirão, chás (bardana, boldo, flor
de laranjeira, casca seca de tangerina, valeriana), chicória, escarola, espinafre,
rúcula, fígado de coelho, jiló, ruibarbo, soja. Sabor Adocicado abóbora,
abobrinha, alcachofra, arroz, batata, berinjela, carne de boi, chás (alcaçuz, erva-
doce), champignon, couveflor, espinafre, mamão, mel, figo, frango, ovo de

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galinha, peixe magro. Sabor Picante alho, alho-poró, canela, cebola, cebolinha,
chá (hortelã, casca seca de laranja), nabo, orégano, pimenta, pimenta-doreino,
pistache, rabanete. Sabor Salgado alga marinha, camarão, escargot, feijão,
frutas secas, marisco, ostra, ovo de codorna, pé de porco, peixe de água
salgada, rim de porco, tartaruga.

CRITÉRIOS PARA DIETOTERAPIA

Existem algumas regras que devem ser seguidas na administração do


alimento como recurso terapêutico e sem dúvida, é necessário um acertado
diagnóstico dos desequilíbrios energéticos presentes no paciente,
conjuntamente com uma detalhada relação dos alimentos que ele costuma
ingerir diariamente.
Existe um esquema básico a saber:
1. Faça uma classificação dos alimentos ingeridos diariamente pelo
paciente em termos de Qi e sabor.
2. Aumente o que está deficiente e reduza o que está em excesso.
3. Destine alimentos quentes e mornos para doenças frias e alimentos
frios e frescos para doenças quentes.
4. A mastigação adequada (liquefazer o sólido) é importante para que os
órgãos possam absorver seus sabores correspondentes
. 5. Evitar comidas muito frias para que Baço e Estômago não sejam
agredidos. Conjugue alimentos quentes e frios numa mesma refeição, exceto
quando se tratar de um tratamento específico de curta duração (agudo).
6. Em casos de obstruções severas, separe um dia da semana para que
o paciente faça uma desintoxicação que pode ser somente com vegetais ou
frutas.
7. Não passe mais do que uma hora sem pelo menos um gole d’água
enquanto estiver acordado, todos os dias, pelo resto da vida.
8. Se precisar beber líquidos com a refeição que seja água sem gelo, em
pequeninos goles, para não prejudicar a amilase salivar que digere o amido.

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9. É importante que haja um predomínio de alimentos mornos, frescos e
neutros em todas as estações do ano.
Tentar manter a temperatura dos alimentos ingeridos conforme a estação
climática, por exemplo; em dias muito quentes evitar alimentos frios ou gelados
ingeridos sozinhos... devem sempre estar acompanhados de alimentos mornos
para evitar o choque térmico. Em dias muito frios evitar alimentos quentes ou
condimentados sozinhos... devem sempre estar acompanhados de alimentos
frescos ou frios.

DIETOTERAPIA CHINESA COMO PRINCÍPIO


FARMACOLÓGICO

Será apresentado um compêndio de alimentos separados por categorias,


que podem ser utilizados direcionados para uma Síndrome de Desequilíbrio
Energético específica, atuando assim de acordo com o princípio farmacológico
da MTC.
Contudo, as regras propostas na primeira parte deste apostilado, devem
ser estritamente seguidas para que advenham os devidos resultados aqui
propostos. Na listagem de alimentos sugeridos em cada uma das categorias, é
necessário esclarecer que existe um preparo e uma administração específica,
que não foi abordada neste compêndio, pois o tornaria demasiado longo.
Na Medicina Tradicional Chinesa, os alimentos que tem a função de
aumentar a imunologia corpórea, são chamados de alimentos tônicos. Existem
quatro categorias de alimentos tônicos comuns com o potencial de melhorar a
função imunológica corpórea e uma categoria que pode fortalecer um órgão
interno específico: 1. Tônico de energia
2. Tônico de sangue
3. Tônico de Yin (Yin Renal)
4. Tônico de Yang (Yang Renal)
5. Tônicos Orgânicos

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Os alimentos tônicos presentes na Medicina Tradicional Chinesa, tem a
intenção, assim como o Ocidente, de corrigir uma deficiência específica no
organismo.
O Ocidente utiliza a análise microscópica para identificar fontes de
vitaminas, sais minerais e outros elementos que um organismo, que apresente
uma deficiência, necessite receber.
Já a Medicina Tradicional Chinesa, aplica os alimentos com a intenção
de corrigir uma deficiência especifica no organismo, segundo a análise da função
energética de cada alimento. Tônico de energia A deficiência energética pode
estar presente em todo organismo ou em um sistema específico. Suas causas
incluem; doenças crônicas, doenças severas, fatores genéticos (constitucional)
e idade avançada.
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
deficiência energética; são elas:
• Leucopenia
• Asma brônquica
• Miastenia grave
• Resfriados frequentes
• Infecções cutâneas
A deficiência energética está ligada mais diretamente ao Estômago e ao
Baço, ocasionando uma baixa imunológica, pois quando esses sistemas são
afetados é comprometida a matriz da energia (Gu Qi) que é a base da função
imunológica orgânica.
Por isso os tônicos energéticos aumentam a imunologia. São alimentos
tônicos energéticos: Carne de boi, ninho de andorinha, semente amarga de
abóbora, milho-zaburro, cerejas, galinha, coco, carne de garça-azul, tâmaras,
enguia, arroz glutinoso fermentado, noz japonesa, ginsém, ganso, uvas,
arenque, mel, jaca, alcaçuz, “longan”, pó de rizoma de lótus, cavalinha, peixe
mandarim, polvo, ovo e carne de pomba, batatas-doces e brancas, coelho,
tâmaras pretas e vermelhas, arroz glutinoso e polido, açúcar em pedra,
barbatana de tubarão, cogumelo shiitake, abóbora, esturjão, queijo tipo tofu e
vagens brancas. . Tônicos de Sangue A deficiência de sangue pode resultar de
uma hemorragia ou absorção pobre de nutrientes.

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Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
deficiência de sangue; são elas:
• Anemia hemolítica
• Alergia
• Urticária Podem haver casos em que uma deficiência de sangue gere
uma deficiência de energia. Nesse caso a pessoa deve ingerir alimentos tônicos
energéticos e de sangue ao mesmo tempo. São alimentos tônicos de sangue:
Carne de boi, figado de boi, “blood clams”, ovos de galinha, siba, “donggui”, uvas,
presunto, nozes de lechia, “longan”, peixe mandarim, leite humano e de égua,
polvo, rabada, ostras, semente de palmeira, fígado e pé de porco, pepino do mar,
fígado de carneiro e de cabra, pele de feijão-de-soja preta e espinafre. 3. Tônicos
de Yin (Tônicos de Yin Renal) Esta deficiência diz respeito aos líquidos
corpóreos ou ao sêmem nos homens. Normalmente resulta de uma doença
crônica, sexo excessivo (principalmente nos homens) e partos frequentes nas
mulheres. Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
deficiência de yin; são elas:
• Púrpura alérgica
• Lúpus eritematoso
• Reumatismo • • Tuberculose
• Hepatite crônica

São alimentos tônicos de Yin: Haliote, vesícula natatória de tubarão,


maças, semente de damasco doce, aspargos, queijo tofu, ninho de andorinha,
abóbora amarga (“balsam pear), açúcar mascavo, cantalupo (melão
almiscarado), queijo, ovos de galinha, moluscos de água salgada, leite de coco,
caranguejo, siba, tâmaras, pato e ovos de pata, figos, moluscos de água doce,
rã, cogumelo branco, tartaruga verde, mel, feijões comuns, “kumquat, toucinho,
limão, nozes de lechia, loquat, maltose, tangerinas, mangas, leite de vaca,
mexilhões, ostras, ervilhas, pêras. abacaxis, romãs (fruta doce), carne de porco
e tutano de porco, coelho, pimentas-da-jamaica vermelhas, arroz polido, geléia
real, pepino do mar, camarão, fruta estrelar (carambola), vagens, cana-de-
açúcar, tomates, nozes, melancia, açúcar branco, filhote de arenque e inhames.
. Tônicos de Yang (Tônicos de Yang Renal) Esta deficiência diz respeito ao Fogo
Ministerial renal, que é o responsável por manter o calor no organismo. Os

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fatores que predispõem a esta deficiência incluem a velhice, a doença crônica e
excessos sexuais.
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
deficiência yang; são elas:
• Asma brônquica
• Traqueite asmática
• Rinite alérgica
• Nefrite crônica
• Vitiligo
• Psoríase
• Tuberculose nos ossos
• Osteoporose
• Diabetes mellito
São alimentos tônicos de Yang: Vesícula natatória de tubarão, rim de boi,
fruta cássia japonesa, castanhas, sementes de cebolinho, canela, cravo-da-índia
e óleo de cravo-da-índia, rim de cervo, sementes de endro, raízes e sementes
de erva-doce, sementes de alforva (alforva Oriental). sementes de cebola verde,
lagosta, sementes de tangerina, rabada, nozes de pistache, testículos de porco,
raízes de freixo picante, framboesas, testículos e rins de cabra e carneiro,
camarão, ovos de pardal, anis estrelar, morangos e “sword beans” (“saber
beans”). Tônicos Pulmonares Alguns alimentos interagem com determinadas
síndromes de desequilíbrio energético do pulmão.
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
deficiência pulmonar; são elas
: • Bronquite crônica
• Asma brônquica
• Tuberculose
• Enfisema
São alimentos tônicos pulmonares: Vesícula natatória de tubarão, queijo,
alho, noz japonesa, ginsém, lágrimas de jó, leite de vaca, pulmões e pâncreas
de porco, arroz glutinoso, nozes, filhote de arenque e inhames.
Tônicos Hepáticos Essa categoria de alimentos vão interagir com o
fígado, atuando principalmente na prevenção das deficiências hepáticas.

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Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
deficiência hepática; são elas:
• Neurose
• Hipertensão
• Hepatite não ictérica.
São alimentos tônicos hepáticos: Sementes de gergelim pretas, fígado
de boi, galinha, porco, coelho, carneiro e de cabra, sementes de cebolinho,
“matrimony vine fruit” (fruta do espinheiro de casca branca), amoras, mexilhões,
“perch”, framboesa, geléia real, tâmaras azedas, morangos e flores de nabo. 7.
Tônicos Coronários
Esses alimentos interagem com a deficiência do coração de maneira
muito efetiva. Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
deficiência coronária; são elas
: • Coronariopatia
• Insuficiência coronária
• Choque
• Neurose
• Anemia
São alimentos tônicos coronários: Vesícula natatória de tubarão, âmbar-
cinzento, cerveja, chicória, café, folhas de nogueira do Japão, ginsém, carapaça
de “longan”, sementes e frutas de lótus, “matrimony vine fruit” (fruta do espinheiro
de casca branca), açúcar em pedra, chá e trigo. Tônicos Estomacais Esses
alimentos tratam e ajudam a prevenir deficiências estomacais.
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
deficiência estomacal; são elas:
• Gastrite
• Náusea matinal
• Diabetes mellito
São alimentos tônicos estomacais: Flores-macho de nozes de areca, raiz
de azaléa, carne de boi, “blood clams”, sementes de cardamomo, “grass carp”,
frutas e casca da cássia japonesa, folhas de cerejeira, castanhas, canela, óleo
de cravo-da-índia, “crown daisy”, pato, sementes de erva-doce, cogumelos
brancos, “hairtail”, “hyacinth bean flowers”, folhas de lágrimas-de-jó, mangas,
leite de vaca, perch, tâmaras pretas e vermelhas, pimentas-da-jamaica

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vermelhas, arroz polido, cogumelo shiitake, laranjas trifoliadas, filhote de
arenque e qualquer peixe esbranquiçado ou prateado da família do salmão.
Tônicos Esplênicos
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
deficiência esplênica; são elas:
• Gastrite crônica
• Hepatite
• Enterite
• Prolapso de útero, do estômago e do ânus
• Micção frequente
• Úlceras pépticas
• Nefrite crônica
• Hepatite viral São alimentos tônicos esplênicos: “Apple cucumber”,
carne de boi, ninho de andorinha, milho-zaburro, sementes de alcaravia, “grass
carp gall”, cenouras, casca de cássia japonesa, folhas de cerejeira, castanhas,
canela, milho, “crown daisy”, sementes de endro, osso de cachorro, rã, alho,
presunto, “horse beans”, “hyacinth beans and flowers”, raiz de lágrimas-de jó,
“longan”, sementes e frutas de lótus, tainha, “pearl sago”, “perch”, faisão,
abacaxis, nozes de pistache, pâncreas de porco, tâmaras pretas e vermelhas,
arroz polido e glutinoso, brotos de arroz, geléia real, sangue de carneiro ou de
cabra, vagens verdes e brancas, qualquer peixe esbranquiçado ou prateado da
família do salmão e inhames.
Os alimentos da categoria tônica podem ser consumidos em grande
quantidade para reforçar a função imunológica orgânica em quadros onde
determinadas doenças a tenham consumido severamente.
Contudo, os alimentos tônicos não corrigem a deficiência imunológica,
eles a reforçam, fato esse que reforça a necessidade de um grande consumo
desses alimentos.
É fundamental saber qual categoria de alimentos tônicos o paciente
realmente necessita, ou seja, se precisa de tônicos de yin, yang, qi ou sangue.
Se forem administrados alimentos tônicos de yang, por exemplo, em uma pessoa
com deficiência de yin, isso agravará esta deficiência.

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ALIMENTOS REGULADORES

Alimentos para reduzir Calor Tóxico Existem pessoas predisponentes ao


desenvolvimento de calor tóxico, dentre elas, os fumantes, alcoólatras, pessoas
com alimentação picante frequente, cancerígenos, etc.
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de calor
tóxico; são elas:
• Febre hemorrágica epidêmica
• Meningite cerebroespinhal epidêmica
• Pneumonia viral
• Gripe
• Hepatite viral aguda
• Pneumonia lobar
• Abscesso pulmonar
• Infecções biliares agudas
• Infecções urinárias agudas
• Leucemia aguda
• Tumores malignos
São alimentos que reduzem calor tóxico (de natureza fria ou fresca):
Feijões e flores azuqui, aloe vera, aspargos, brotos de bambu, banana e rizoma,
vesícula biliar de urso, vaca, ganso, porco e de galinha, endiva chinesa e
amarga, abóbora amarga (“balsam pear”), samambaia, bardana, menta
canforada, partasanas, sementes de aipo, claras de ovos de galinha, folhas de
“toon” chinês, crisântemos, várias espécies de moluscos bivalves, caranguejo,
figos, rã, toranjas, folhas de uva, “hair vegetable”, mel, madressilva e talo da
folha, folhas de beterraba, limões, alcaçuz, flor-de-lis, rizoma e caule de lótus,
raiz de malva, brotos e pó de “mung bean”, folhas de orquídea, casca de pêra,
madrepérola, hortelã-pimenta, batata, ovos de pata em conserva, amaranto
picante, beldroega, coelho, “rambutan”, alface romana, rosa chinesa, azeitonas
russas (oleastro), frutas de açafroa, sal, pasta de feijão-de-soja, abóbora,
carambola, morangos, manjericão doce, cascas de tangerina, chá de melões,
óleo de chá, queijo tofu e trigo.

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Alimentos para reduzir Calor Úmido É comum a umidade se combinar
com o calor para afetar o meio interno. Os alimentos utilizados para tratar calor
úmido tem um grande índice de resultados e são comuns nos tratamentos em
hospitais na China.
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de calor
úmido; são elas:
• Hepatite (76,2% de cura no Chinese Army Hospital (1974-1975),
combinando alimentos que reduzem calor úmido com medicina ocidenta
l. • Infecção aguda no trato biliar – cálculos biliares e colescistite (84,5%
de cura no Nan-Kai Hospital em Tianjin, China, combinando alimentos que
reduzem calor úmido com medicina ocidental.
• Cânceres de pele (77,5% de cura no Health Hospital of Honan Province,
combinando alimentos que reduzem calor úmido com medicina ocidental. São
alimentos que reduzem calor úmido: Brotos de feijão azuqui, raízes de alfafa e
de gramadeira, trigo-sarraceno, cantalupo (melão almiscarado), carpa, raizes de
aipo, repolho Chinês, folhas de cidreira, casca de coco, barbas de milho, caules
e “cucumber vines”, hemerocales, brotos de feijão-de-soja pretos e secos,
berinjela (aubergina) e cálice, folhas de figueira, rã, caule de arroz glutinoso,
tartaruga verde, “hawthorn fruits”, raiz de lágrimas-de-jó, toucinho, azeitonas,
banana de São-Tomé, amaranto picante, raiz de abóbora-moranga, caracol, óleo
de feijão-de-soja, feijões-de-soja amarelos, raízes e flores de abóbora,
carambola, girassóis, sementes de nabo e arbusto de trigo.
Alimentos para eliminar catarro (expectorantes) O catarro acaba sendo
responsável por obstruções que podem levar à determinados sinais e sintomas.
Os alimentos por consequência tem o papel de desobstruir e “despoluir” o
sistema afetado.
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de catarro;
são elas:
• Traqueíte crônica
• Hidrotórax (acúmulo não inflamatório de líquido na cavidade pleural) •
Doença de Meniére São alimentos que reduzem catarro: Vesícula natatória de
tubarão, amêndoas, cascas de maçã, sementes de damasco, assafétida,
aspargos, flores de azaléa, sementes de gergelim preto, óleo de bambu, bebida
de feijão-de-soja, cabaceiros, samambaia, aipo, vesícula biliar de galinha, cidra,

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várias espécies de moluscos bivalves, gomo de cogumelos comuns, tâmaras,
raiz de berinjela, “epiphyllum”, figos, “fingered citron”, alho, nogueira-do-Japão,
toranja, “hair vegetable”, mel, medusa, folhas de couverábano, “kumquats”, algas
marinhas, mostarda marrom ou folhosa, folhas e cascas de limão, alcaçuz,
lagosta, fruta da longevidade, flores, folhas e sementes de loquat, cascas de
tangerina secas, orégão, semente de mostarda, azeitonas, cebolas, folhas e
cascas de laranja, ostras, conchas de ostras, flor de pessegueiro, amendoins,
pêras, madrepérola, pimenta-do-reino e branca, hortelã-pimenta, caqui, bananas
de São-Tomé e sementes, flores de ameixeira, sementes e raízes de rabanete,
açúcar em pedra, sal, lesma do mar, erva marinha, alga marinha, barbatana de
tubarão, cogumelo shiitake, cascas de laranja verde doces e amargas, cálice de
abóbora, sementes de tangerina, chá, tomilho, queijo tofu, nozes, castanhas
d’água, semente de mostarda branca ou amarela e açúcar branco.
Alimentos para promover a Circulação Energética (Estagnação do Qi) A
estagnação do Qi é um desequilíbrio energéticos mais frequentes no quadro de
síndromes dentro da Medicina Tradicional Chinesa.
Deve-se observar que a estagnação só ocorre quando temos uma
predisponente má circulação de energia no organismo. Num primeiro momento
é necessário desestagnar e num segundo momento corrigir as causas que
geraram a má circulação energética, senão, estaremos tratando só a
manifestação e não a causa ou causas.
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de
Estagnação; são elas
: • Colescistite
• Distúrbios gastrointestinais
• Úlceras pépticas
• Hepatite
São alimentos que eliminam a estagnação: Âmbar-cinzento, carne de boi,
cânfora, sementes de alcaravia, sementes de cardamomo, cenouras, raízes de
cerejeira, ovos de galinha, cebolinhos, cidras, várias espécies de moluscos
bivalves, gomos de cogumelos comuns, sementes de endro, sementes e raízes
de erva-doce, raízes de figueira, raízes de “fingered citrons”, alho, toranjas
incluindo flores e raízes, cabeças de cebolas verdes e raízes fibrosas, tartaruga
verde, “hawthorn fruits”, flores de jasmim, “kumquats” e raízes, caço de abóbora,

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folha ou mostarda marrom, folhas de limoeiro, limões-doces, nozes de lechia,
sementes de “longan”, sementes de loquat, talos de lótus, malte, folhas de
mangueira. manjerona, sementes de melão almiscarado, mexilhões, sementes
de mostarda, caules e folhas de laranja, folhas de orquídea, folhas de rabanete,
semente de colza, feijões vermelhos, rosas, açafrão, bulbos de cebolinha verde,
cogumelo shiitake, hortelã, anis estrelar, vagem, manjericão doce, cascas de
laranjas doces, raízes de “sword beans”, tangerina incluindo cascas e sementes,
sementes de chá, açafrão-da-índia e vinagre.
Alimentos para promover a Circulação Sanguínea (Estase Sanguínea)
Mais uma vez, temos uma estagnação decorrente de uma má circulação de
sangue. Portanto os alimentos devem ser utilizados primeiro para promover a
desestagnação e posteriormente buscar as causas da má circulação se sangue.
Existem determinadas doenças ocidentais que são indicativas de estase
sanguínea; são elas:
• Mesntruação irregular com coágulos roxos e pretos São alimentos que
elimiam a estase sanguínea: Âmbar-cinzento, chifres do veado, planta aquática
do gênero Sagittaria, raízes de pimenta-da-jamaica, açúcar rnascavo, camélia,
cantalupo, raízes de mamona, pólen de partasana, aipo incluindo as raízes,
castanhas, sangue de galinha, pimentas incluindo folhas e rizoma, cebolinhos
incluindo raízes e bulbos, várias espécies de moluscos bivalves, coentro, raízes
de milho, caranguejos incluindo patas e carapaças, grãos destiladores, osso de
cachorro, sangue de enguia, berinjela incluindo folhas, arroz glutinoso
fermentado, vesícula natatória de peixe, folhas de gengibre, cebola verde
Incluindo cabeça branca e raiz fibrosa e suco fresco, tartaruga verde, “hawthorn
frults”, cânhamo, raízes de kiwi, folha de beterrabas, folha ou mostarda marrom,
raízes de limão, flores de lôtus incluindo rizoma e brotos, sementes de melão
almiscarado, pêssegos incluindo flores, miolos das sementes e raízes, flores da
peônia e casca da raiz, bananas de São-Tomé, miolos das sementes de ameixa,
pedículo da abóbora-moranga, “purslane”, rabanetes, colza, semente de colza,
arroz glutinoso, roseira chinesa incluindo folhas e rosas, frutas de açafroa,
açafrão, erva marinha, tubarão, sangue de carneiro ou de cabra, feijões-de-soja
pretos e amarelos, esturjão, manjericão doce, vagens de “sword bean”, queijo
tofu, açafrão da índia, vinagre e sementes de mostarda branca e amarela.

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REFERÊNCIAS

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