Você está na página 1de 6

Paolla Dixini Coelho - 4º ano Medicina

02/06/2020

Alimentação da criança
● Práticas adequadas de alimentação infantil:
○ Fornecer uma quantidade de alimentos adequada para suprir os requerimentos nutricionais.
○ Proteger as vias aéreas da criança contra aspiração de substâncias estranhas.
○ Não exceder a capacidade funcional do TGI e dos rins da criança.
○ Uma alimentação infantil adequada compreende a prática do aleitamento materno e a introdução em tempo
oportuno, de alimentos apropriados que complementam o aleitamento materno (alimentação complementar)
■ Até os 6 meses: aleitamento materno exclusivo.
■ Após os 6 meses os alimentos são complementos, mas a amamentação ainda é a base principal.
● Os 10 passos da alimentação dos menores de 2 anos são:
○ 1º = dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás, ou qualquer outro alimento.
○ 2º = a partir dos 6 meses oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2
anos ou mais.
■ A partir dos 6 meses o organismo da criança já está preparado para receber outros tipos de alimentação
diferentes do leite materno, que são chamados de alimentos complementares.
■ A criança deve mamar no peito até 2 anos ou mais.
● A mãe vai modificando as quantidades e os componentes do leite materno de acordo com o
crescimento da criança.
● Além de oferecer todas as vitaminas e nutrientes, o leite materno é composto por todos os
componentes de que a criança necessita.
○ 3º = a partir dos 6 meses dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carne, leguminosas, frutas e
legumes) 3 vezes ao dia se a criança recebe leite materno e 5 vezes ao dia se estiver desmamada.
○ 4º = a alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horário, respeitando-se sempre a vontade da
criança.
■ No seio, a criança desenvolve cedo o autocontrole sobre ingestão de alimentos (saciedade e fome).
Esquema rígido (determinar horas certas para determinados alimentos) interfere nesse sistema.
■ Este aprendizado precoce é fundamental na formação das diferenças nos estilos de controle da ingestão
de alimentos nos primeiros anos de vida.
■ Algumas crianças devem ser estimuladas a se alimentarem, mas nunca forçadas.
○ 5º = a alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida em colher; começar com
consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente aumentar sua consistência até chegar na alimentação da
família.
■ Recomenda-se o uso de copos (copinhos) para oferecer água ou outros líquidos e dar alimentos semi-
sólidos e sólidos nos pratos e com colheres.
○ 6º = oferecer a criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida
(verduras, legumes, etc).
■ Alimentação variada evita a monotonia da dieta e garante a quantidade de ferro e vitaminas que a
criança necessita para um bom crescimento e uma boa saúde.
■ Dar os alimentos em separados para que a criança identifique as cores e sabores. Colocar as porções dos
alimentos no prato sem misturá-los (não fazer aquela “gororoba”).
○ 7º = estimular o consumo diário de frutas, legumes e verduras nas refeições.
■ As crianças devem acostumar a comer frutas, verduras e legumes desde cedo, pois estes alimentos são
fontes importantes de vitaminas, cálcio, ferro e fibras, etc.
■ Para temperar os alimentos recomenda-se o uso de cebolas, alho, óleo e ervas (salsinha, cebolinha,
coentro, etc.) e pouco sal.
● Após os 6 meses de idade é importante aferir a pressão arterial das crianças.
Paolla Dixini Coelho - 4º ano Medicina
02/06/2020
○ 8º = evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros
anos de vida.
■ Esses alimentos não são bons para a nutrição da criança e competem com alimentos mais produtivos.
Açúcar, sal e frituras devem ser usados com moderação, pois seu excesso pode trazer problemas de
saúde no futuro.
■ Devem ser evitados dar à criança alimentos muito condimentados (pimenta, mostarda, ketchup,
temperos industrializados).
○ 9º = cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação
adequados.
■ Deve-se usar alimentos frescos, maduros e de bom estado de conservação. Guardados em locais frescos
e protegidos.
■ Devem ser preparados pouco antes do consumo; nunca oferecer resto de uma refeição. Deve lavar bem
as mãos e os alimentos que vão ser consumidos, assim como os utensílios.
○ 10º = estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus
alimentos preferidos, respeitando a sua preferência.
■ A criança doente tem menos apetite.
■ Aconselha-se a oferecer alimentos de sua preferência, para que melhor aceite e aumentar a oferta de
líquidos.
● Melhora da alimentação infantil: trabalhar em 3 níveis.
○ Nível individual: dentro da casa da criança.
■ Aconselhar, estimular, parabenizar e encorajar os familiares a adotarem uma alimentação adequada
àquela criança.
■ Orientar a dieta saudável e culturalmente aceitável.
■ Menores modificações possível da alimentação habitual.
■ Corrigir hábitos alimentares indesejáveis.
■ Reforçar práticas desejáveis para manutenção da saúde.
■ Orientar à escolha de uma dieta saudável com os recursos econômicos da família.
■ Levar em conta a variação sazonal.
○ Nível institucional: nas escolas, creches.
■ Estimular a presença de nutricionistas nessas instituições.
■ Subsidiar o programa social e de alimentação e nutrição.
■ Repassar aos profissionais de saúde mensagens adequadas sobre a alimentação e nutrição.
■ Fornecer informações básicas para ser incluído no currículo das escolas em todos os níveis.
■ Servir de base para a formação e capacitação em nutrição de profissionais de diversas áreas e níveis.
○ Nível de indústria agro-alimentícia e alimentação de coletividade: indústrias que fabricam os alimentos.
■ Orientar os familiares a observarem os rótulos, as informações nutricionais.
■ Incentivar as indústrias na produção de alimentos nutricionalmente adequados às necessidades das
crianças menores de 2 anos.
■ Alertar sobre a importância da correta rotulagem nutricional dos produtos da indústria alimentícia.
■ Aprimoramento da legislação específica de rotulagem nutricional.
■ Incentivar e promover a produção e preparação de alimentos saudáveis em locais de alimentação
coletivas (creches, pré-escolas, restaurantes e lanchonetes, etc).
● Aleitamento materno - definições da OMS e OPAS:
○ Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno, diretamente das mamas ou
extraído, e nenhum outro líquido ou sólido, com exceção de gotas ou xaropes de vitaminas, minerais e/ou
medicamentos.
○ Aleitamento materno predominante: quando recebe além do leite materno, água ou bebidas à base de água,
como chás, sucos de frutas.
Paolla Dixini Coelho - 4º ano Medicina
02/06/2020
○ Aleitamento materno: quando a criança recebe leite materno diretamente do seio ou extraído, independente de
estar recebendo qualquer alimento líquido, incluindo leite não-humano.
● Alimentação complementar:
○ Definição: alimentos complementares são quaisquer alimentos que não o leite humano oferecidos a criança
amamentada.
○ Quando iniciar: a OMS e o MS recomenda que os alimentos complementares sejam introduzidos a partir dos 6
meses de idade.
○ Existe consenso de que a introdução dos alimentos complementares não deve ser recomendada antes dos 4
meses de idade, uma vez que os malefícios da introdução são maiores que qualquer benefício em potencial.
■ Até os 4 meses a alimentação é puramente láctea, ou seja, nenhum alimento/líquido complementar deve
ser administrado ao bebê.
■ Dos 4-6 meses, se for necessário, pode-se administrar algum componente complementar de origem não-
humana.
○ Sempre devem ser esgotadas todas as possibilidades de recondução ao aleitamento materno.
○ Energia em Kcal necessária dos alimentos complementares:

○ Fontes de energia:
■ Gorduras:
● Em crianças de 6-11 meses, a gordura do leite materno é em torno de 3,8 g/100g em mães com
reservas adequadas.
○ A alimentação complementar deve conter de 0-9% de energia proveniente das gorduras.
● Em crianças de 12-23 meses a energia proveniente das gorduras é de 26%. Quanto menor a
ingestão de leite materno, maior o teor de gorduras provenientes da alimentação complementar.
○ Por isso não deve-se utilizar leite desnatado na alimentação da criança, mesmo que esta
esteja “acima do peso”.
○ Até os 2 anos de idade o cérebro cresce 75% de todo o seu crescimento na vida. Esse
processo de dá a partir de mielinização, sendo, portanto, muito importante a aquisição
de gorduras na dieta.
Paolla Dixini Coelho - 4º ano Medicina
02/06/2020
■ Proteínas:
● Nos alimentos complementares é recomendado a quantidade de proteínas de 0,7g/100kcal dos
6-24 meses de idade.
● Acredita-se que, se o conteúdo energético da dieta for adequada, provavelmente a quantidade de
proteínas o será.
● Além da quantidade das proteínas da dieta, são importantes a sua qualidade e digestibilidade. As
melhores são do leite materno e depois nos produtos de origem animal (leite, carne e ovos).
Verduras podem fornecer proteínas de alta qualidade, dependendo da quantidade e combinação
de vegetais.
○ As proteínas das verduras algumas vezes não apresentam boa digestibilidade, portanto a
criança acaba não “aproveitando” todo o potencial da verdura.
■ Ferro:
● O ferro é um micronutriente muito importante na alimentação da criança pequena. Sua
deficiência está associada com anemia ferropriva, retardo do DNPM, diminuição da capacidade
intelectual e motora.
○ Hoje, muitas farinhas de trigo vêm complementadas com ferro, visto a importância
desse micronutriente.
● Leite maternos apesar de ter um conteúdo baixo de ferro, supre as necessidades até os 6 meses.
Após esse período deve ser suplementado o ferro pois o leite materno passa a ser deficiente.
● O ferro de origem vegetal (não-heme) é pouco absorvido (1-6%).
● O ferro de origem animal (hem) é absorvido até 22%.
● O ferro do leite materno é absorvido até 70% → importância do aleitamento materno.
● Ferro é:
○ Menos absorvido na presença de ovo, chá, leite, mate ou café.
○ Melhor absorvido na presença de vitamina C, frutose, carne ou peixe.
● Pirâmide alimentar:
○ Está composta por 8 grupos de alimentos distribuídos em 4 níveis, apresentados da base ao topo da pirâmide,
considerando a sua participação na dieta em quantidades respectivamente maiores ou menores de porções:
○ Nível 1:
■ Grupo 1: cereais, pães e tubérculos (3-5 porções) → fornece energia.
○ Nível 2:
■ Grupo 2: verduras e legumes (3 porções).
■ Grupo 3: frutas (3-4 porções).
● Grupo 2 e 3 fornecem os nutrientes.
○ Nível 3:
■ Grupo 4: leites, queijos e iogurtes (3 porções).
■ Grupo 5: carne e ovos (2 porções).
■ Grupo 6: feijões (1 porção).
○ Nível 4:
■ Grupo 7: óleos e gorduras (2 porções).
■ Grupo 8: açúcares e doces (1 porção).
○ Os alimentos representativos de cada nível da pirâmide foram selecionados pelos macro e micronutrientes.
■ Nível 1: os carboidratos.
■ Nível 2: as vitaminas e sais minerais.
■ Nível 3: as proteínas.
■ Nível 4: os lipídeos e açúcares.
○ Quantificados em função do valor calórico total diário.
Paolla Dixini Coelho - 4º ano Medicina
02/06/2020
○ Não pode-se trocar alimentos de grupos diferentes (exemplo: arroz ser trocado por fruta), apenas os
componentes dentro de um mesmo grupo podem ser trocados entre si (exemplo: substituir arroz por pão).

● Equivalência calórica por grupo de alimentos da pirâmide: cada quadrado corresponde a 1 porção.
Paolla Dixini Coelho - 4º ano Medicina
02/06/2020

Você também pode gostar