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Sessão 21

Complementação alimentar

Tempo: 40 min
Método: aula dialogada
Objetivos:

Ao concluir esta sessão, os participantes serão capazes de:

• Orientar as mulheres como introduzir novos alimentos aos seus


filhos e como alimentá-los, a partir dos 6 meses de vida

• Citar 3 alimentos ou condimentos que não devem ser incluídos na


alimentação da criança menor de 2 anos

• Descrever os cuidados com a higienização dos alimentos e


utensílios relacionados à alimentação da criança

• Orientar e apoiar as mães durante o processo de


suspensão da amamentação
O que é ?

É uma estratégia necessária para fortalecer


as ações de apoio e promoção à alimentação
complementar saudável no Sistema Único de
Saúde.
O que se pretende?

Incentivar a orientação alimentar como atividade de rotina


nos serviços de saúde, contemplando a formação de hábitos
alimentares saudáveis desde a infância, com a introdução
da alimentação complementar em tempo oportuno e de
qualidade, respeitando a identidade cultural e alimentar
das diversas regiões brasileiras
ALIMENTAÇÃO
COMPLEMENTAR
• A alimentação complementar é o período da transição
do aleitamento materno para os alimentos consumidos
pela família, que deve ser iniciada aos seis meses de
idade e concluída aos 24 meses.

• A introdução de alimentos deve ser feita em tempo


oportuno, em quantidade e qualidade adequadas a cada
fase do desenvolvimento infantil.

(PNAN, 2012)
ALIMENTAÇÃO
COMPLEMENTAR
•Esse é o momento em que os primeiros hábitos são adquiridos e
formados e a correta inserção dos alimentos tem o papel de
promoção à saúde e hábitos saudáveis, além de proteger a
criança de deficiências de micronutrientes e doenças crônicas na
idade adulta.

•Segundo a PNDS, a introdução precoce de alimentos, antes dos


dois meses de idade, era uma prática em 14% das crianças,
evoluindo para mais de 30% nas crianças entre quatro e cinco
meses (BRASIL, 2009a).
Alimentação complementar oportuna:
a partir dos 6 meses de idade

• O principal argumento contra a introdução precoce dos


alimentos complementares é o aumento da morbi-mortalidade,
especialmente em locais com condições precárias de higiene.

• O consumo precoce dos alimentos complementares diminui a


ingestão de leite materno  a criança recebe menos fatores de
proteção.

• 6 a 24 meses de idade: maior prevalência de desnutrição e de


certos micronutrientes  período crítico para a promoção de
uma nutrição adequada.
Guia Alimentar
para Crianças Menores de 2
anos
Sobre o guia...

• Foi elaborado com base em dados e pesquisas.


• Criou um conjunto de recomendações para alimentação
complementar saudável.
• É recomendado para subsidiar e nortear práticas clínicas e
educativas.
• Sua implementação auxilia na redução de riscos e agravos à saúde
da criança.
Quais são os Passos que podem auxiliar em uma
Alimentação Complementar Adequada?
Passo 1 - Dar somente leite
materno até os 6 meses, sem
oferecer água, chás ou qualquer
outro alimento
Passo 2 - Ao completar 6 meses, introduzir de
forma lenta e gradual outros alimentos,
mantendo o leite materno até os dois
anos de idade ou mais
• Necessidades nutricionais da criança já não são mais
atendidas só com o leite materno, embora este ainda
continue sendo uma fonte importante de calorias e
nutrientes.
• A alimentação deve complementar o leite materno e não
substituí-lo.
• Oferecer água nos intervalos (tratada, filtrada e fervida)
• Respeitar a identidade cultural e alimentar; resgatar e
valorizar alimentos regionais.
• A introdução dos alimentos complementares dever ser
feita com colher ou copo, no caso de oferta de líquidos
Passo 3 - Ao completar 6 meses, dar alimentos
complementares (cereais, tubérculos, carnes,
leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia,
se a criança estiver em aleitamento materno

• A partir do momento que a criança começa a receber


qualquer outro alimento, a absorção do ferro do leite
materno reduz significativamente.

• Para aumentar a absorção de ferro

• O ovo cozido pode ser iniciado aos 6 meses integralmente


(clara e gema)  avaliar história familiar de alergias
alimentares;
Grupos de alimentos
Esquema alimentar para crianças amamentadas

• Papa salgada = papa de vegetais com carne

• A papa salgada deve conter um alimento do grupo dos cereais ou tubérculos, um dos
legumes e verduras, um do grupo dos alimentos de origem animal e um das leguminosas

• Ao completar 8 meses, a criança já pode receber a alimentação básica da família desde


que não muito temperada, sem alimentos industrializados e com pouco sal
Passo 4 - A alimentação complementar deve ser
oferecida de acordo com os horários de refeição
da família, em intervalos regulares e de forma a
respeitar o apetite da criança
• Sem rigidez de horário, mas com intervalos regulares para que
a criança sinta necessidade de se alimentar (fome), para não
prejudicar a capacidade da criança de distinguir a sensação de
fome e de estar satisfeita após a refeição

• A criança aprende a testar novos sabores e texturas de


alimentos.

• Cuidado com a oferta de um volume maior de alimentos do que


a capacidade gástrica da criança pequena, para evitar
rejeições.
Quantidade de alimentos a oferecer para uma criança pequena por
refeição (almoço e/ou jantar)

MEDIDA CASEIRA
IDADE TEXTURA FREQUÊNCIA QUANTIDADE A CADA REFEIÇÃO
(1 colher de sopa = 25 g)

1 vez a dia + Iniciar com 2 a 3 colheres de sopa,


Papa pastosa, alimentos bem
amamentação aumentando gradativamente, 2 a 3 colheres de sopa
amassados
frequente conforme a aceitação
A partir de 6 meses

2 vezes ao dia + Aumentar gradativamente até 2/3


Alimentos bem amassados amamentação de uma xícara ou tigela de 250 ml 5 a 6 colheres de sopa
frequente (capacidade gástrica = 165ml)
A partir dos 7 meses
Alimentos bem cortados ou
2 vezes ao dia + 3/4 de uma xícara ou tigela de 250
levemente amassados, se 7 a 8 colheres de sopa
amamentação ml (capacidade gástrica = 190 ml)
9 a 11 meses necessário
Alimentos bem cortados ou
2 vezes ao dia + 1 xícara ou tigela de 250 ml
levemente amassados, se 10 colheres de sopa
amamentação (capacidade gástrica = 250 ml)
12 a 24 meses necessário
Fonte: "Dez passos para uma alimentação saudável - Guia alimentar para menores de dois anos" (MS, 2010)
Passo 5 - A alimentação complementar deve ser
espessa desde o início; iniciar com a consistência
pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a
consistência até chegar à alimentação da família

• Quanto mais espessas e consistentes as refeições  maior a


densidade energética.

• Início da introdução de alimentos complementares: criança


consome poucas colheradas (capacidade gástrica pequena) 
necessário garantir o aporte calórico com papas de alta
densidade energética.

• A utilização do liquidificador e da peneira é totalmente


contraindicada.
• Alimentação espessa: estimula a lateralização da língua,
desenvolve melhor a musculatura facial e a capacidade de
mastigação.
Passo 6 - Oferecer à criança diferentes alimentos
ao dia. Uma alimentação variada é uma
alimentação colorida

• Colorida significa ter mais vitaminas, minerais e outros


nutrientes que são necessários.

• Procurar variar as escolhas dentro de cada grupo de alimentos.


Passo 7 - Estimular o consumo diário de frutas, verduras
e legumes nas refeições

• Se a criança recusar determinado alimento, oferecer novamente em


outras refeições, de oito a dez exposições.

• Não é recomendado que os alimentos sejam muito misturados 


para que a criança aprenda a conhecer novos sabores e texturas
dos alimentos

• Quando a criança já senta à mesa, o exemplo do consumo dos


alimentos pela família vai encorajá-la a consumi-los
Passo 8 - Evitar açúcar, café, enlatados, frituras,
refrigerantes, balas, salgadinhos e outras
guloseimas, nos primeiros anos de vida.
Usar sal com moderação

• O consumo de alimentos não nutritivos está associado à


presença de anemias, ao desenvolvimento de excesso de peso
e às alergias alimentares

• A criança pequena não pode “experimentar” todos os


alimentos consumidos pela família (por ex.: macarrão
instantâneo, bebidas alcoólicas, salgadinhos, biscoitos
recheados, entre outros). Orientar os irmãos maiores e
familiares para não oferecerem esses alimentos para a criança

• O mel é totalmente contra-indicado no primeiro ano de vida 


risco de botulismo
Passo 9 - Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos
alimentos; garantir o seu armazenamento e
conservação adequados
• Os alimentos complementares podem ser uma importante
fonte de contaminação das crianças.

• Lavar as mãos em água corrente e sabão antes de preparar e


oferecer a alimentação para a criança.

• Manter os alimentos sempre cobertos.

• Oferecer água o mais limpa possível (tratada, filtrada e fervida)


para a criança e também para o preparo das refeições.

• Não oferecer à criança sobra de alimentos da refeição anterior.


Orientar que os alimentos sejam preparados em quantidade
suficiente para o momento do consumo.
Passo 10 - Estimular a criança doente e convalescente a
se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus
alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

• Entre os alimentos saudáveis, a mãe deve ser orientada a


oferecer para a criança os de sua maior preferência, em
quantidade pequenas e com maior freqüência

• Ter atenção a quantidade consumida pela criança.

• Não apressar a criança.

• Alimentar a criança tão logo ela demonstre fome. Se a criança


esperar muito ela pode perder o apetite
Materiais da ENPACS

Disponíveis em: http://nutricao.saude.gov.br


OBRIGADA!
Lilian Gleicy Ehrlich
Nutricionista
Secretaria Municipal da Saúde de
Caraguatatuba
DAS

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