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Camila Machado RA: 201152894

Resumo – Mineralogia Ótica


Capítulo VI
A existência da platina rotativa é necessária para que possam ser observadas
determinadas características dos minerais quando atravessados pela luz. Isto
porque a maioria dos minerais comporta-se de maneira diferente consoante a
direção em que a luz os atravessa.
De certo modo, pode-se considerar que a luz é formada por partículas e por
ondas que vibram em todas as direções. Quando a radiação luminosa atravessa
os nicóis, as respectivas ondas passam a vibrar apenas num único plano. No
microscópio petrográfico, o polarizador e o analisador estão colocados de modo
a que os respectivos planos de polarização sejam perpendiculares. Isto é, se não
estiver a ser observada nenhuma amostra, o campo do microscópio apresenta-
se totalmente escuro quando os dois polarizadores estão inseridos.

As observações com microscópio de luz transmitida são sempre efetuadas com


luz polarizada, uma vez que o polarizador está sempre inserido. As observações
com luz polarizada analisada designam-se, normalmente, por observações com
luz polarizada ou com nicóis cruzados.
As cores de interferência exibidas por um fragmento, significa, quando um
mineral tem uma certa espessura constante e uma orientação, que se verifica a
destruição de uma determinada cor. Essa determinada cor é a cor de
interferência do mineral visível. Desta forma seus índices de refração são
proporcionalmente diferentes a sua espessura e a cor de interferência pode se
repetir várias vezes, pois a interferência é destrutiva quando a diferença de
caminhamento é um múltiplo inteiro do comprimento de onda.
As direções de vibração das ondas são ortogonais entre si e estão arranjadas
concentricamente ao redor do eixo óptico. Segundo as direções N-S e E-W da
figura de interferência, as direções de vibração coincidem com aquelas do
polarizador e do analisador. Em tais direções, somente as ondas que vibram
segundo E-W atravessam a placa do cristal, mas essas serão bloqueadas pelo
analisador. O incremento nas cores de interferência, em direção à borda do
campo de observação, é ocasionado pelo aumento do retardo das ondas O e
das ondas E desde o centro até a periferia.
O intervalo potencial de cores visíveis é limitado pela birrefringência máxima
perpendicular ao eixo óptico, que é específica do mineral. Para minerais
uniaxiais, a birrefringência é máxima quando o mineral é cortado paralelamente
à seção principal. Assim esses grãos cujo eixo cristalográfico é paralelo a platina
do microscópio, apresentam cores de interferência de maior ordem. Já os grãos
cujos eixos óticos são perpendiculares à platina do microscópio, apresentam
birrefringência nula.
A placa de mica, a placa de gipsita ou de quartzo e a cunha de quartzo são os
acessórios mais comuns do microscópio petrográfico. Todos eles possuem as
posições de vibrações dos raios lento e rápido. As placas possuem grossuras
uniformes e eles auxiliam na determinação das posições dos raios lento e rápido
do mineral e da ordem das cores de interferência, do sinal ótico dos minerais
uniaxiais e biaxiais.
Um raio de luz polarizada propaga se através de um mineral com velocidades
diferentes, v1 e v2, o raio que se propaga com velocidade maior no mineral é o
raio rápido e assim segue pro raio lento.
Quando as duas direções de vibração do mineral são paralelas ao plano de
vibração do polarizador e do analisador, ele está extinto, o mineral se apresenta
na máxima luminosidade as duas direções de vibração do mineral são paralelas
às do raio lento e rápido acessório, a adição das cores de interferência ocorre
quando a direção do raio lento do mineral é paralela á direção do raio lento do
acessório, a adição das cores de interferência do mineral indica que o raio lento
do mineral é paralelo ao lento do acessório.
Sua espessura pode ser variável, a cunha de quartzo ao ser introduzida no
microscópio adiciona ou subtrai de uma certa sequencia e uma diferença de
caminhamento crescente proporcional à sua espessura, após seus raios lento e
rápido sejam ou não paralelos comparados ao lento e rápido do mineral. Para
ocorrer uma adição de cores, a vibração do raio lento do mineral deve ser
paralelo ao lento da cunha de quartzo. E subtração, as vibrações lenta e rápida
do mineral devem ser paralelas as do raio rápido e lento do acessório,
respectivamente.
O uso da cunha de quartzo consiste em trazer o mineral para a posição de
extinção perfeita pela rotação da platina, localizando as posições das duas
direções de vibração do mineral e observar as cores de interferência.
Em certas situações onde o tamanho no grão é constante, como em lâminas
delgadas as cores de interferência variam de grão para grão devido às
orientações óticas diferentes. A cor mais alta está relacionada á parte mais
espessa desses grãos. Muitas vezes a determinação dessas cores necessita de
um acessório para que ela seja analisada e para cada mineral se utilizada um
determinado tipo de acessório.
Ângulo de extinção é o ângulo formado por uma direção qualquer como: traço
de clivagem, face do cristal, eixos cristalográficos, etc. Na posição de extinção,
as ondas E-W que saem do polarizador são exatamente paralelas a uma das
duas possíveis direções de vibração do cristal. Deste modo, as ondas não
precisam ser divididas. Estas atravessam o mineral sem qualquer mudança na
direção de vibração, que está segundo E-W, e se propagam com a velocidade
específica da direção no cristal.
Após atravessarem o cristal, as ondas E-W são bloqueadas pelo analisador
orientado na posição N-S, e o cristal então aparece extinto (preto). Quando o
cristal está fora da posição de extinção, ao rotar a platina do microscópio, o plano
de polarização da luz que entra no cristal não é mais paralelo a qualquer uma
das direções principais de vibração no cristal. As ondas E-W que saem do
polarizador são então divididas, ao atravessarem o cristal, em duas ondas que
vibram ortogonalmente e possuem índices de refração, ou então, no caso geral
de minerais anisotrópicos.
Os cristais com hábito colunar a acicular, ou tabular a lamelar, exibem seções
cristalinas alongadas que são, respectivamente, paralelas ao eixo morfológico
mais longo ou perpendiculares ao plano basal mais desenvolvido. Quando tais
seções alongadas são rotadas para a posição diagonal, sob polarizadores
cruzados e com a placa compensadora inserida, elas mostrarão tanto a adição,
como a subtração das cores de interferência dependendo do sinal óptico do
mineral.
A adição é observada quando a onda com o maior índice de refração vibra em
paralelo, ou em pequeno ângulo, com a maior dimensão da seção cristalina.
A subtração é observada quando a onda com o menor índice de refração (nx’)
vibra em paralelo, ou em pequeno ângulo, com a maior dimensão da seção
cristalina
Determinação da espessura do mineral se conhecer a diferença de
caminhamento produzida por um mineral de birrefringência máxima conhecida,
pode-se determinar a espessura do mineral através da fórmula fundamental.

= e (n1 – n2)
Para saber a birrefringência máxima de um mineral, deve-se saber a espessura
da lâmina delgada e sua cor de interferência. Pode-se calcular a birrefringência
máxima aproximada do mineral pela fórmula fundamental

n1 – n2 = m/e= m /0,03
Quando os minerais são observados com nicóis cruzados, sua geminação fica
bem visível, pois ela apresenta orientação ótica diferente e, dessa forma, não se
extinguem todos simultaneamente. Os indivíduos de um grão de mineral que
possuem as direções de vibração paralelas ao plano do polarizador e analisador
estão extintos, porém os demais não estão.
As maclas são geradas pelo intercrescimento, controlado pela estrutura
cristalina, de dois ou mais segmentos de um cristal individual, segundo uma
relação simétrica. As maclas podem também resultar da deformação tectônica,
as partes individuais de um mineral maclado são intercrescidas de modo tal que
uma é a imagem especular da outra, ou então, elas estão rotadas uma em
relação à outra, ou ambos.
O zoneamento de um mineral é uma consequência da variação de composição
química dentro do grão e resulta pequena diferença na orientação ótica das
diversas lâminas de mineral. Essas zonas não se extinguem todas
simultaneamente.
A cor de interferência anômola ocorre quando um minera anisiotrópico se
comporta isotrópicamente para determinadas radiações da luz branca. Alguns
exemplos são: algumas variedades de clorita e a zoisita.
A mudança na cor de interferência quando o compensador é inserido, as isógiras
devem estar posicionadas de tal modo que o plano dos eixos ópticos esteja na
diagonal.

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