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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Por
2012
3
aprova a Dissertação
elaborado por
COMISSÃO EXAMINADORA:
RESUMO
Dissertação de mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Santa Maria
ABSTRACT
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Santa Maria
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – (a) vista lateral, (b) corte transversal de uma mandioca. Fonte: Lopes (1999) ................... 16
Figura 2 - Pé de mandioca recém colhido (a). Detalhe da raiz (b). ...................................................... 17
Figura 3 - Manivas prontas para o plantio. Fonte: Tudo sobre plantas (2012). .................................... 18
Figura 4 – (a) cultura de mandioca no Ceará. Fonte: Castanhal (2012), (b) cultura de
mandioca no Rio Grande do Sul. ........................................................................................ 19
Figura 5 – Canteiros preparados para o plantio (a). Raiz com formato uniforme (b). .......................... 19
Figura 6 - Raiz recém colhida e carga de mandioca que será descascada. ........................................ 20
Figura 9 - Grupo de indígenas descascando mandioca. Fonte: Tio Miga Marajo (2012)..................... 22
Figura 10 - Descasque manual da mandioca em condições insalubres (a); crianças
expostas a condições inadequadas (b). Fonte: IICD (2012). .............................................. 23
Figura 11 - Farinha de mandioca. ......................................................................................................... 23
Figura 10 - Mandioca cozida (a) e frita (b). Fonte: Delícias da Mandioca (2012). ................................ 24
Figura 13 - Produção mundial de alimento. Fonte FAO (2010). ........................................................... 25
Figura 14 - Divisão da produção de mandioca entre os continentes. Fonte: FAO (2010).................... 26
Figura 15 - Principais produtores de mandioca no mundo e sua porcentagem. Fonte FAO
(2010). ................................................................................................................................. 26
Figura 16 - Produção de mandioca nas unidades da federação brasileira. Fonte IBGE
(2010). ................................................................................................................................. 27
Figura 17 - Produção mundial de mandioca em 10 anos. Fonte: FAO (2010) ..................................... 28
Figura 18 – Fluxograma do processo de produção da farinha de mandioca. Fonte
Embrapa (2012)................................................................................................................... 29
Figura 19 - Processo de descasque da mandioca. ............................................................................... 30
Figura 20 - Produção de mandioca no Brasil e no Rio Grande do Sul. Fonte IBGE (2012)................. 31
Figura 21 – Desenvolvimento passo a passo de um produto em série. Fonte: Pahl et al.
(2005). ................................................................................................................................. 36
Figura 22 – Etapa desenvolvida. Fonte: Adaptado de Pahl et al. (2005). ............................................ 40
Figura 23 – Fluxograma do método utilizado. ....................................................................................... 40
Figura 26 - Porcentagem de estabelecimento de agricultura familiar em cada unidade da
federação brasileira. Fonte IBGE (2010). ........................................................................... 51
Figura 27 - Porcentagem dos estabelecimentos de agricultura familiar que produzem
mandioca. Fonte: IBGE (2010)............................................................................................ 51
Figura 28 - Porcentagem da produção oriunda da agricultura familiar por unidade da
federação. Fonte: IBGE (2010). .......................................................................................... 52
Figura 29 - Ciclo de vida da máquina. .................................................................................................. 55
Figura 30 - Clientes e usuários em cada etapa do ciclo de vida da máquina. ..................................... 63
Figura 31 - Processo de preparação da mandioca para consumo mesa. ............................................ 66
Figura 32 - Diagrama de Mudge para valoração dos requisitos dos clientes e usuários. (1
= pouco; 3 = médio; 5 = muito mais importante). ................................................................ 70
Figura 33 – Matriz do QFD. ................................................................................................................... 73
Figura 34 - Função global da máquina. ................................................................................................ 75
Figura 35 - Determinação das subfunções e funções elementares...................................................... 76
Figura 36 - Primeiro conceito produzido com os princípios de solução................................................ 85
Figura 37 - Segundo conceito gerado pelos princípios de solução. ..................................................... 86
Figura 38 - Modelagem 3D do conceito selecionado. ........................................................................... 88
Figura 39- Vista em corte para descrição. ............................................................................................ 89
Figura 40 - Vista explodida do modelo do conceito escolhido. ............................................................. 90
Figura 41 - Vista explodida do elemento móvel do conceito selecionado. ........................................... 91
Figura 42 – Vista isométrica do modelo funcional construído. (a) esquerda; (b) direita. ..................... 92
Figura 43 – (a) Vista superior; (b) vista do bocal. ................................................................................. 92
Figura 44 - Máquina desmontada. ........................................................................................................ 93
Figura 45 - Fixação. .............................................................................................................................. 94
Figura 46 - Mola de ajuste do fio de nylon. ........................................................................................... 94
Figura 47 - Vista da entrada do conjunto descascador. ....................................................................... 95
Figura 48 - Vista isométrica do conjunto descascador pronto para iniciar o descasque. ..................... 95
Figura 49 - Preparação da raiz para o descasque. ............................................................................... 95
Figura 50 - Iniciando o descasque. ....................................................................................................... 96
Figura 51 - Etapa 1. ............................................................................................................................... 96
7
LISTA DE QUADOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 10
1.1 Objetivos ................................................................................................................................. 12
1.1.1 Objetivo principal ....................................................................................................................... 12
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................................................. 12
1.2 Justificativa ............................................................................................................................. 13
1.3 Estrutura do trabalho ............................................................................................................. 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................... 16
2.1 O cultivo da mandioca ........................................................................................................... 16
2.1.1 A mandioca ................................................................................................................................ 16
2.1.2 Importância econômica do plantio da mandioca ....................................................................... 25
2.2 Ergonomia e segurança no trabalho .................................................................................... 31
2.3 Mecanização agrícola ............................................................................................................ 33
2.4 Projeto metodológico ............................................................................................................ 35
2.4.1 Etapas do desenvolvimento de um produto .............................................................................. 36
2.4.2 Descrição do MR – PDMA (Modelo de Referência para o Processo de Desenvolvimento
de Máquinas Agrícolas) ............................................................................................................. 36
3 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 40
3.1 Descrição do método a ser utilizado .................................................................................... 40
3.1.1 Planejamento do produto .......................................................................................................... 41
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................ 50
4.1 Planejamento do produto ...................................................................................................... 50
4.1.1 Descrição do mercado pretendido ............................................................................................ 50
4.2 Projeto informacional ............................................................................................................ 55
4.2.1 Fatores de influência ................................................................................................................. 56
4.2.2 Identificação das necessidades e requisitos dos clientes ......................................................... 62
4.2.3 Definição dos requisitos de projeto e as especificações de projeto.......................................... 71
4.3 Projeto conceitual .................................................................................................................. 74
4.3.1 Estrutura funcional da máquina ................................................................................................. 74
4.3.2 Desenvolvimento das concepções alternativas ........................................................................ 78
4.3.3 Seleção da concepção .............................................................................................................. 86
4.3.4 Modelagem em CAD ................................................................................................................. 88
4.3.5 Modelo funcional ....................................................................................................................... 91
4.3.6 Realização de testes ................................................................................................................. 93
5 CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 101
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................................................106
APÊNDICES...........................................................................................................................112
1 INTRODUÇÃO
terra, plantio das ramas, tratos culturais, colheita, separação da raiz do caule,
limpeza inicial, descasque, corte, limpeza final até o controle de qualidade a
embalagem e a liberação para o congelamento.
1.1 Objetivos
1.2 Justificativa
essas situações ideais com aquelas que podem estar expostos os trabalhadores do
descasque da mandioca, fica fácil imaginar que as condições são de muita
insegurança, ainda mais quando se trata de crianças convivendo neste meio.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1 A mandioca
(a) (b)
Figura 1 – (a) vista lateral, (b) corte transversal de uma mandioca. Fonte: Lopes (1999)
(a) (b)
Figura 2 - Pé de mandioca recém colhido (a). Detalhe da raiz (b).
O plantio da mandioca é realizado com manivas, que são partes das hastes
ou ramas da planta cortadas em pedaços com mais ou menos 20 cm de
comprimento. Devido à multiplicação vegetativa, a seleção das ramas e o preparo
das manivas são pontos importantes para o sucesso da plantação. Na Figura 3,
pode-se visualizar as manivas prontas para o plantio.
18
Figura 3 - Manivas prontas para o plantio. Fonte: Tudo sobre plantas (2012).
(a) (b)
Figura 4 – (a) cultura de mandioca no Ceará. Fonte: Castanhal (2012), (b) cultura de mandioca no Rio
Grande do Sul.
(a) (b)
Figura 5 – Canteiros preparados para o plantio (a). Raiz com formato uniforme (b).
20
Valor por
Nutrientes Unidade 100 g
Água g 59,68
Calorias kcal 160
Proteínas g 1,36
Lipídios totais (gordura) g 0,28
Carboidratos g 38,0
Fibra total dietética g 1,8
Cinzas g 0,62
Minerais
Cálcio, Ca mg 16
Ferro, Fe mg 0,27
Magnésio, Mg mg 21
Fósforo, P mg 27
Potássio, K mg 271
Sódio, Na mg 14
Zinco, Zn mg 0,34
Cobre, Cu mg 0,1
Manganês, Mn mg 0,384
Selênio, Se mcg 0,7
Vitaminas
Vitamina C, ácido ascórbico total mg 20,6
Tiamina mg 0,087
Riboflavina mg 0,048
Niacina mg 0,854
Ácido pantotênico mg 0,107
Vitamina B6 mg 0,088
Folato total mcg 27
Vitamina B12 mcg 0
Vitamina A UI 13
Vitamina A mcg 1
Lipídios
Ácidos graxos, total saturados g 0,074
Ácidos graxos, total mono-insaturados g 0,075
Ácidos graxos, total poli-insaturados g 0,048
Colesterol mg 0
Quadro 1 - Informações nutricionais da mandioca. Fonte: Unifest (2012).
22
A mandioca era o alimento mais usado pelos índios. Dela, eles faziam a
farinha, a tapioca, o beiju e bebidas alcoólicas. Também a consumiam misturada
com frutas (como o caju), legumes e carne. (Museu do Índio, 2012)
Figura 7 - Grupo de indígenas descascando mandioca. Fonte: Tio Miga Marajo (2012).
insalubres, soma-se o fato de, muitas vezes, crianças estarem presentes nestes
ambientes de trabalho, acompanhando os pais ou mesmo trabalhando juntos.
(a) (b)
A Manihot esculenta não pode ser comida frita ou cozida devido ao alto teor
de cianeto. Porém, através de processos que promovem a separação destas
substâncias, é possível a fabricação de farinha destas raízes. Hoje, algumas são
muito comuns: farinha amarela, farinha d'água, farinha de tapioca. (LOPES, 1999).
Na Figura 9, confere-se um exemplo de farinha obtida através deste processamento.
Já a Manihot utilíssima pode ser cozida e frita. Suas folhas são utilizadas para fazer
maniçoba1. Na Figura 10, estão alguns exemplos de pratos que podem ser
preparados com esta variedade da mandioca.
(a) (b)
Figura 10 - Mandioca cozida (a) e frita (b). Fonte: Delícias da Mandioca (2012).
1
Maniçoba, também conhecida como feijoada paraense, é um dos pratos da culinária
brasileira, de origem indígena. (WIKIPEDIA, 2012)
25
18%
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
África Ásia Américas Oceania Europa
18%
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
Nigeria Brazil Indonesia Thailand Democratic Ghana Angola
Republic of
the Congo
Figura 13 - Principais produtores de mandioca no mundo e sua porcentagem. Fonte FAO (2010).
20%
18%
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
Figura 14 - Produção de mandioca nas unidades da federação brasileira. Fonte IBGE (2010).
Toda mandioca cultivada nos diversos países tem como função principal a
geração de alimento para a população e para os animais. Uma pequena parte é
destinada para outros fins que não a alimentação, como a indústria química,
farmacêutica e têxtil.
14000000
12000000
10000000
África
80000000 Ásia
60000000 Américas
40000000 Oceania
Europa
20000000
0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Lavagem e
Colheita Ralação
descascamento
Peneiragem
Esfarelamento Prensagem
(opcional)
Através da visualização dos dados da FAO, nota-se que entre 2001 e 2010 a
produção do Brasil está estabilizada. Esta característica é bem marcante no Rio
Grande do Sul. Esta estagnação na produção está relacionada com uma
característica cultural deste Estado e região. De acordo com Almeida (2010), a
preferência pela mandioca cozida ou frita faz com que o consumo de mandioca in
natura seja grande. No entanto, a crescente participação das mulheres no mercado
de trabalho, faz com que a aquisição de mandioca in natura para o consumo tornar-
se inviável devido ao tempo necessário para o preparo da refeição. Em
contrapartida, ha um aumento na procura por mandioca já descascada vendida de
forma congelada. No entanto, este aumento na procura pelo produto esbarra na
ineficiência da sua preparação, uma vez que o descasque é realizado a mão (Figura
17). O resultado é que muitos produtores, não possuindo a capacidade de suprir a
demanda do mercado por mandioca descascada, optau por vender na forma in
natura para não perderem clientela, no entanto a um valor reduzido com relação à
mandioca descascada. Muitos outros produtores, diante dessa condição, resolveram
mudar de ramo, pois consideraram inviável este ramo do negócio. De acordo com
pesquisa realizada junto a CEASA/RS, o preço médio praticado na mandioca com
casca é de R$ 0,65/kg, no entanto, o preço da mandioca descascada no comércio
varejista de Santa Maria/RS é de R$ 2,60/kg.
30
30000000,00
20000000,00
Brasil
10000000,00
RS
0,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Figura 18 - Produção de mandioca no Brasil e no Rio Grande do Sul. Fonte IBGE (2012).
Duarte (2002) diz que um fator determinante do êxito dos projetos industriais
é considerar, na concepção, não somente as situações normais de funcionamento,
mas também o conjunto de situações possíveis em função de variáveis de matéria-
prima, de produtos, máquinas e ambiente.
32
Em Iida (2005) pode-se ver que o ambiente físico exerce grande influência
sobre os acidentes. Quando um trabalhador é forçado a manter uma postura
inadequada ou manipular controles fora do alcance ou realizar movimentos difíceis,
aumentam-se os riscos de acidentes, ao contrário de ambientes bem
dimensionados, limpos e seguros.
Essas questões tendem a ficar mais polêmicas quando são analisadas por
discussões simplistas, que apenas levam em conta a redução de mão-de-obra em
países que necessitam de emprego (MUELLER, 1976).
Uma representação das etapas por que um produto passa desde o início do
desenvolvimento do projeto até a produção em larga escala pode ser visualizada na
Figura 19.
Figura 19 – Desenvolvimento passo a passo de um produto em série. Fonte: Pahl et al. (2005).
2.4.2.1 Planejamento
2.4.2.2 Projetação
2.4.2.3 Implementação
3 METODOLOGIA
INÍCIO
PLANEJAMENTO DO PRODUTO
Plano de produto
PROJETO INFORMACIONAL
Especificações de
projeto
PROJETO CONCEITUAL
FIM
PLANEJAMENTO DO PRODUTO
Descrição do mercado
Descrição do Determinar o
Análise de Tamanho e fatia de
mercado tamanho do
mercado mercado por região
pretendido mercado
Objetivo do
Análise da trabalho 1ª avaliação das
Avaliar as MA
concorrência máquinas
disponíveis no
disponíveis no
mercado
Benchmarking mercado
Preço MA
Definir o preço de Análise do preço Preço de venda
disponíveis no
venda preliminar de venda preliminar
mercado
Descrever as Característica de
características de mercado da MA
Característica de
mercado da MA
Estratégia de mercado da MA
para definição da Fatores-chave de
oferta de produtos sucesso produto, mercado
e tecnologia
Quadro 3 - Tarefas para realizar uma adequação ao mercado pretendido. Fonte: Adaptado de
Romano (2003).
A saída que se almeja com esta etapa são as especificações de projeto. Para
que se obtenha tais informações é necessário a realização das tarefas presentes no
Quadro 4.
43
PROJETO INFORMACIONAL
Definir os fatores de influência
- Analisar a 1ª avaliação das máquinas disponíveis no mercado
- Levantar as informações relacionadas com a operação agrícola a ser
executada
Quadro 6 - Definição dos Requisitos dos clientes. Fonte: Adaptado de Romano (2003).
Comparar as Comparativo
especificações de técnico
projeto da MA
com as
especificações
técnicas das MA
disponíveis no
mercado
Esta fase do projeto também sofreu uma adaptação com relação ao MR-
PDMA original. Com a realização do projeto conceitual, obtém-se a definição do
conceito do mecanismo de descasque da mandioca. No entanto, neste trabalho,
após a definição do conceito, construiu-se o modelo funcional realizaram-se testes
46
Selecionar a concepção
- Avaliar comparativamente as concepções relacionando com as
especificações de projeto
- Avaliar comparativamente as concepções com relação à manufatura,
custo, qualidade e segurança.
- Selecionar a concepção da máquina
Modelar em CAD
- Modelar geometricamente em CAD os elementos do protótipo
Métodos
convencionais
(busca na
literatura, análise
de sistemas
existentes,
análise de
sistemas naturais)
Continua
48
Avaliar Objetivo do
comparativamente projeto
as concepções
com relação à
manufatura,
custo, qualidade e
segurança
Requisitos dos
clientes/usuários
Avaliação das
concepções
alternativas
Quadro 13 - Construção do modelo funcional e teste do mesmo. Fonte: Adaptado de Romano (2003).
50
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Amazonas
Acre
Goias
Piauí
Paraná
Maranão
Pará
Bahia
Paraíba
Roraima
Rondônia
Alagoas
Minas Gerais
Sergipe
Tocantins
Distrito Federal
Pernambuco
Amapá
São Paulo
Santa Catarina
Rio de Janeiro
Espirito Santo
Mato Grosso
Figura 22 - Porcentagem de estabelecimento de agricultura familiar em cada unidade da federação
brasileira. Fonte IBGE (2010).
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Mato Grosso…
Rio Grande do…
Tocantins
Piauí
Paraná
Pernambuco
Maranão
Pará
Ceará
Bahia
Paraíba
Amapá
São Paulo
Santa Catarina
Espirito Santo
Rondônia
Amazonas
Acre
Sergipe
Goias
Distrito Federal
Mato Grosso
Rio de Janeiro
Roraima
Minas Gerais
120%
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Alagoas
Tocantins
Piauí
Paraná
Pernambuco
Maranão
Pará
Ceará
Bahia
Paraíba
Amapá
São Paulo
Santa Catarina
Espirito Santo
Rondônia
Amazonas
Acre
Sergipe
Goias
Rio Grande do Norte
Distrito Federal
Rio Grande do Sul
Mato Grosso
Roraima
Minas Gerais
Rio de Janeiro
Figura 24 - Porcentagem da produção oriunda da agricultura familiar por unidade da federação.
Fonte: IBGE (2010).
Com a realização desta pesquisa foi, possível determinar que a maior parte
da produção de mandioca no Brasil é oriunda da agricultura familiar (Figura 24).
Entretanto, não foi possível determinar a quantidade desta produção que é
direcionada para a produção de mandioca de mesa. Dessa forma, não é possível
determinar o tamanho do mercado para uma máquina descascadora para este fim.
Mesmo assim, como o objetivo deste trabalho é a obtenção de um conceito do
mecanismo de descasque e não a validação de uma máquina, a qual representaria
uma etapa futura, pode-se afirmar que as informações obtidas são suficientes para
orientar a escolha de uma solução mais adequada ao mercado pretendido.
para a produção de mandioca de mesa, uma vez que, para tal finalidade, a raiz deve
estar livre da casca e entrecasca, sem possuir irregularidades na superfície, como
machucados ou sobras de casca, deve sobrar uma massa limpa e clara. Com
relação à quarta máquina encontrada, a informação obtida revela que ela é portátil e
não especifica qual tipo de produto é processado, nem se está disponível no
mercado. No Quadro 14, podem-se visualizar as máquinas pesquisadas.
Descrição Ilustração
Nome:
Produto:
indefinido
Nome:
Descascador e lavador
Produto:
Nome:
Produto:
Nome:
Produto:
Quadro 15 - Fatores de influência: sistema de cultivo. Fonte: Adaptado de Fukuda e Otsubo (2003).
57
Planta A variedade
“vassourinha” e
“pronta a mesa”
Continua
59
Continua
60
Transporte Sim
Continua
62
Projeto:
Equipe de Fabricação:
desenvolvimento Empresa fabricante
do projeto
Usuário: Venda:
Produtor Rural Vendedor
Manutenção: Reciclegem:
Mecânico e Empresa de
agricultor reciclagem
No primeiro dia do mês de abril de 2011, foi realizada uma visita à EMATER
Passo Fundo, onde a recepção foi feita pelo Engenheiro Agrônomo responsável
(EMATER Ernestina), que conhece a demanda. Nesta ocasião em reunião realizada
junto com a diretoria regional da EMATER, tratou-se de assuntos relacionados à
importância da produção de mandioca para a região, o estado e o país. Além disso,
fez-se uma contextualização das características dos produtores e também sobre as
dificuldades encontradas durante o processo de descasque da mandioca. Foi
comentado também que há em andamento, em alguma propriedades, experimentos
com o objetivo de melhorar a produtividade e o formato da raiz de mandioca.
64
Tempo (estimado)
nº de pessoas Tempo por pessoa
Colheita 2 30 60
Lavagem 2 20 40
Descasque
4 150 600
Corte
Limpeza 2 60 120
Embalagem
2 60 120
Congelamento
320 940
Quadro 22 - Tempo de processamento da mandioca.
Colheita Lavagem
60min 40min
Embalagem e
congelamento
120min
Qual a quantidade de mandioca processada por dia? Processado hoje: De 250 kg a 300 kg/dia
Qual o cuidado que se deve tomar com a raiz durante Evitar arranhões que acumulem sujeira
o processamento?
Sim.
A alimentação de uma eventual máquina pode ser
manual?
Não, a mesma atualmente não é aproveitada
Existe a necessidade de descasque da ponta da raiz?
A definição das necessidades foi feita através de uma análise das respostas
do produtor rural, além da adição de informações oriundas de constatações
realizadas pelos membros da equipe de projeto. Sendo assim, as necessidades de
cada usuário podem ser visualizadas no Quadro 24.
Cliente Necessidades
Seja resistente
Ofereça segurança
Continua
69
Quadro 24 - Definição das necessidades dos clientes e usuários em cada etapa do ciclo de vida da
máquina.
Continua
70
B C D E F G H I J L M N O P Q R TOTAL
•Possível de ser projetado com os recursos disponíveis A B3 C3 D3 E3 F5 A3 H3 I5 J5 L3 M5 N1 O3 P3 A3 A5 13
•Poucas peças especiais B D3 B3 F5 B5 H3 I5 J3 L3 M3 B3 B3 B3 B1 B3 B3 21
•Peças especiais de fácil fabricação C D3 C3 F5 C5 H3 I5 J3 L5 M1 C3 C3 P1 C3 C5 25
•Encaixes precisos D D3 F5 D5 D3 I3 D3 L1 D3 D3 D3 D3 D5 D5 36
•Montagem rápida e sem esforços E F5 E3 H5 J1 L3 M3 E3 E3 E1 P3 E3 E3 16
•Realize o trabalho desejado F F5 F3 F1 F1 G3 F3 F3 F3 F3 F5 F5 32
•Aparência que agrade o comprador G H5 I5 J5 L5 M5 N5 O5 P5 Q3 R3 0
•Preço acessível H I3 J3 L1 M1 H5 H5 H5 H5 H5 36
•Retirar a casca e a entrecasca da mandioca I J3 L1 I5 I5 I5 I5 I5 I5 36
•Produção equivalente a realizada por uma família J L3 J3 J3 J3 J3 J5 J5 22
•Poucas paradas de máquina e peças de baixo custo L L3 L5 L5 L5 L5 L5 28
•Poucos comandos, regulagens automáticas M M3 M3 M3 M5 M5 19
•Fácil acesso aos componentes N N3 P1 N3 N3 9
•Necessidade de poucas ferramentas e padronizadas O P3 O5 O5 10
•Utilização do maior número possível de peças padronizadas P P5 P5 10
•Utilizar a maior quantidade possível de materiais recicláveis Q Q3 3
•Elementos não recicláveis ou tóxicos de fácil separação R
Figura 28 - Diagrama de Mudge para valoração dos requisitos dos clientes e usuários. (1 = pouco; 3 =
médio; 5 = muito mais importante).
Valor de
Valoração dos Requisitos dos Clientes Importância
•Retirar a casca e a entrecasca da mandioca 36
•Preço acessível 36
•Encaixes precisos 36
•Realize o trabalho desejado 32
•Poucas paradas de máquina e peças de baixo custo 28
•Peças especiais de fácil fabricação 25
•Produção equivalente a realizada por uma família 22
•Poucas peças especiais 21
•Poucos comandos, regulagens automáticas e partes perigosas protegidas 19
•Montagem rápida e sem esforços 16
•Possível de ser projetado com os recursos disponíveis 13
•Necessidade de poucas ferramentas e padronizadas 10
•Utilização do maior número possível de peças padronizadas 10
•Fácil acesso aos componentes 9
•Utilizar a maior quantidade possível de materiais recicláveis 3
•Aparência que agrade o comprador 0
2
SacPro, QFD 3.0 Casa da Qualidade, UFSC – EMC – NEDIP, Florianópolis 1998.
73
Função
elementar Princípio de solução
F.E.1.1
c) Entrada
Direcionar a a) Entrada por um b) Entrada por um através de um d) Entrada através
mandioca orifício vertical orifício horizontal tubo de uma rampa
F.E.1.2
a) Controle através c) Controle
Controlar a de abertura b) Controle através através de um
entrada corrediça de roletes atuador linear d) Pelo operador
Continua
79
F.E.2.1
a) Energia b) Energia
Fornecer mecânica oriunda mecânica oriunda
energia de energia elétrica de energia química c) Manual d) Manual
F.E.2.2
d) Sistema
Controlar a a) Embreagem ou b) Inversor de hidráulico ou
energia alavanca frequência c) Potenciômetro pneumático
Função
Princípio de solução
elementar
F.E.2.6
Cortar a
casca
c) Lâmina com
b) Elemento uma cunha e
cortante uma aresta de
descartável corte combinada
a) Lâmina com uma combinado com um com um disco de d) Lâmina com
cunha e uma aresta fio flexível corte duas arestas de
cortante corte
Continua
80
Função
Princípio de solução
elementar
F.E.2.4
Ajustar a
aresta de
corte
b) Lâminas de corte
ajustadas
transversalmente à d) Lâminas
a) Discos de corte montadas na
raiz através de
ajustados borda de um
alavancas
longitudinalmente à orifício. Ajuste
raiz através de c) Discos limitado ao
alavancas ajustados diâmetro do orifício
longitudinalment
e por meio de
alavancas e
lâminas
ajustadas de
forma tangente à
raiz
Função
Princípio de solução
elementar
F.E.2.3
Apoiar a
mandioca
b) Raiz apoiada
pelas bordas d) Raiz apoiada
permitindo o giro e c) Raiz apoiada por três roletes
o movimento de pelas bordas por longitudinais
translação roletes montados à 120º
longitudinal transversais que que permitem um
permite o movimento
movimento de helicoidal
translação
longitudinal
_______________________________
Função
Princípio de solução
elementar
F.E.2.5
Realizar o
movimento e
descasque
a) Raiz com
movimento giratório
com lâminas b) Raiz com
montadas de forma movimento de
tangente translação
longitudinal e
lâminas apoiadas
na longitudinal
F.E.2.7
Função
Princípio de solução
elementar
F.E.3.1
Desfazer os
apoios a
mandioca Direcionar a raiz
para fora dos
roletes
Suspender os
Suspender os apoios fixos
roletes
84
F.E.4.1
Armazenar a
casca
Nível de Nível de
Concepção satisfação da Concepção satisfação da
1 concepção 1 2 concepção 2
Especificação de
Requisitos de Projeto projeto vi
Processos de fabricação Convencionais 1472 10 5 50,00 5 50,00
Porcentagem de peças especiais < 50% 1327 9,01 3 27,04 1 9,01
Custo industrial ? 1163 7,9 5 39,50 5 39,50
Ajustes de acordo com a norma ABNT 1071 7,28 5 36,38 5 36,38
Produção horária da máquina 50 kg/h 1041 7,07 5 35,36 3 21,22
Profundidade do descasque 3 mm 1036 7,04 5 35,19 3 21,11
Número de elementos de fixação 50% > das uniões 800 5,43 5 27,17 3 16,30
Número de intervenções mecânicas 1/mês 15,88
mínimas necessárias 779 5,29 3 15,88 3
Número de comandos para por em 2 comandos 25,41
funcionamento 748 5,08 5 25,41 5
Porcentagem de peças metálicas 95% 649 4,41 5 22,04 5 22,04
Tempo necessário para as manutenções < 4h 632 4,29 5 21,47 3 12,88
Número de ferramentas necessárias < 15 568 3,86 3 11,58 3 11,58
Tempo de remoção dos elementos não 1h 6,22
recicláveis/tóxicos 305 2,07 5 10,36 3
Valor máximo das peças de desgaste R$ 50,00 219 1,49 5 7,44 5 7,44
Porcentagem de materiais recicláveis > 50% 117 0,79 5 3,97 5 3,97
368,80 298,95
Legenda:
5 - Atende
3 - Antende parcialmente
1 - Não atende
Estrutura funcional
Função global: retirar a casca e a entrecasca da mandioca
Subfunção Função elementar Local de
atendimento
Alimentar Direcionar a raiz A
Controlar a entrada A
Descascar Apoiar a mandioca C
Ajustar a aresta de corte D, G e I
Realizar o movimento de B
descasque
Cortar a casca D
Direcionar a casca para longe da FeH
raiz
Descarregar a mandioca e a casca Desfazer os apoios Após a
posição I
Continua
88
Descrição do funcionamento:
A existência desse fio de nylon tensionado por molas, combinado com a ação
das molas na lateral das peças móveis, mantém o conjunto superior unido ao inferior
(conjuntos formados por roletes e lâminas) possibilitando o ajuste do conjunto para o
descasque.
O fio de nylon também une os dois elementos móveis. Este encontra-se preso
em cada elemento por meio de molas helicoidais de tração.
(a) (b)
Figura 38 – Vista isométrica do modelo funcional construído. (a) esquerda; (b) direita.
(a) (b)
Figura 41 - Fixação.
Figura 47 - Etapa 1.
97
Figura 48 - Etapa 2.
Figura 49 - Etapa 3.
Figura 50 - Etapa 4.
Figura 51 -Etapa 4.
Figura 52 -Etapa 5.
99
A raiz passa completamente pelo mecanismo saindo sem casca (Figura 53).
Figura 53 - Etapa 6.
Feita a mandioca passar por este processo, a mesma segue em frente sem a
casca e a casca sai partida em duas partes pelas laterais do mecanismo (Figura 54).
Figura 54 - Etapa 7
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations. Disponível em:
<http://www.fao.org/>. Acesso em: 12 de janeiro de 2012.
IIDA,I. Ergonomia: projeto e produção. 2 ed. ver. ampl. São Paulo, Edgard
Blücher, 2005.
LOPES, Sônia, Bio introdução ao estudo dos seres vivos. 4 ed. São Paulo,
Saraiva, 1999. 200 p
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