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Aula 02

UEAP (Assistente Administrativo)


Arquivologia - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
Ricardo Campanario

26 de Março de 2023

01856635244 - Kleberson Marcos


Ricardo Campanario
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Índice
1) Instituições Arquivísticas Brasileiras - AULA SIMPLIFICADA
..............................................................................................................................................................................................3

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INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICA BRASILEIRAS

Órgãos de Documentação

Vamos começar esta aula falando sobre os Órgãos de Documentação: arquivos, bibliotecas, museus
e centros de documentação.

Esse é um assunto bastante cobrado em prova, especialmente as principais definições de cada um


deles, suas semelhanças e diferenças. Portanto, mãos à obra!

Durante um bom tempo, as percepções destes diversos órgãos de documentação (arquivos,


bibliotecas, museus e centros de documentação) se confundiam tanto pela finalidade e forma física dos
documentos como pelo fato de que esses órgãos tinham aparentemente um mesmo objetivo.

Todos verdadeiramente funcionavam como depósitos de documentos, independentemente de suas


espécies.

Com a evolução da disciplina da Arquivologia, da tecnologia e de outros adventos como o surgimento


da imprensa, estes órgãos de documentação passaram a ter escopos e objetivos distintos, que é o que
vamos estudar a partir de agora.

Note que todos eles ainda possuem a função de guarda como atividade principal, o pode ser
encarado como a maior semelhança entre eles.

Além disso, podemos assumir que recolher documentos, trata-los, transferi-los e difundir
informações é o objetivo convergente de todos esses órgãos.

Por outro lado, há alguns outros objetivos específicos de cada um que atualmente são
significativamente diferentes. E são justamente esses os mais cobrados pelas bancas.

Segundo Heloísa Bellotto, "partindo de material diverso e através de mecanismos técnicos


completamente distintos, essas instituições devem estar aptas a cobrir, da maneira mais
completa possível, um campo de investigação. Tem em comum, portanto, as finalidades a
que se destinam e o papel que ocupam no processo social, cultural e administrativo de uma
sociedade".

Trago essa afirmativa da arquivista Bellotto pois ela possui conceitos importantes. Note que a
estudiosa chama a atenção para o uso de mecanismos técnicos completamente distintos por cada um dos
órgãos. Essa é uma das maiores diferenças que vamos estudar entre os diferentes órgãos de documentação.

Bellotto chama ainda atenção para o campo de investigação, exclusivo para cada um dos órgãos,
assim como para o papel comum de todos eles, ou seja, a importância que representam para a sociedade

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em relação ao seu processo social, cultural e administrativo e seus objetivos convergentes de recolher
documentos, trata-los, transferi-los e difundir informações.

Definições básicas

Feita esta pequena introdução, vamos começar a definir cada um dos órgãos de documentação. Isso
cai muito em prova e é simples. Basta ter alguma intimidade com os conceitos para faturar alguns pontinhos
em prova.

Vou aqui utilizar as definições propostas por Marilena Leite Paes que, em geral, são as mais utilizadas
pelas bancas. Atenção!

Arquivo - é a acumulação ordenada de documentos, em sua maioria textuais, criados por


uma instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, e preservados para a consecução de
seus objetivos, visando a utilidade que poderão oferecer no futuro.

Biblioteca - é o conjunto de material, em sua maioria impresso, disposto ordenadamente


para estudo, pesquisa e consulta.

Museu - é uma instituição de interesse público, criada com a finalidade de conservar,


estudar e colocar à disposição do público conjuntos de peças e objetos de valor cultural.

Centro de Documentação - é o órgão de documentação que colige (reúne), armazena,


classifica, seleciona e dissemina toda a informação e documentos sob seu poder. Inclui
atividades da biblioteconomia, da arquivística e da informática.

Preste atenção à definição de arquivo e lembre-se do que já estudamos nas aulas anteriores. Arquivo
possui diversas definições. Vamos lembrar das 4 principais, que constam no DBTA:

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1. Conjuntos de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva,


pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades,
independente da natureza do suporte.
2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o processamento técnico,
a conservação e o acesso a documentos.
3. Instalações onde funcionam arquivos.
4. Móvel destinado a guarda de documentos.

Perceba que neste momento estamos falando da definição em negrito, a número 2. Já falamos sobre
isso. Para responder questões sobre o termo "arquivo" na prova, sempre preste atenção ao contexto antes
de assinalar qualquer alternativa.

As bancas costumam cobrar as definições de arquivos como documentos (é a número 1 acima) ou


como órgãos de documentação (é a número 2 acima).

Perceba ainda que a definição número 2 do DBTA é muito parecida com a trazida por Marilena Leite
Paes. Ambas falam sobre a atividade de custódia/acumulação de documentos e a conservação/preservação
destes documentos, para o atingimento de objetivos futuros.

(VUNESP/CM-Piracicaba-SP/Arquivista/2019) Arquivos permanentes, bibliotecas, centros de


documentação e museus, sem esquecer dos chamados centros de memória, são instituições diferentes
que aplicam procedimentos técnicos diferentes a materiais que possuem origens distintas. Apesar de
tantas diferenças, todos têm o mesmo objetivo, que é
a) a elaboração do catálogo institucional para difusão dos serviços prestados ao público na internet.
b) recolher, tratar, transferir e difundir informações sobre seus respectivos acervos.
c) digitalizar todo o acervo para acesso online, reaproveitando a sala de consulta para instalação de terminais
de trabalho.
d) a elaboração e publicação online do guia do acervo, contendo a descrição detalhada de cada fundo ou
coleção do acervo, chegando ao nível item da ISAD(G) ou NOBRADE.
e) recolher e digitalizar documentos de valor intermediário e eliminá-los de acordo com o plano de
classificação e a tabela de temporalidade da entidade.
Comentário:
Note que acabamos de estudar este tema. Embora cada um dos órgãos de documentação tenha suas
características particulares (já vimos um pouco disso e vamos aprofundar ao longo da aula), todos eles
mantêm uma função comum que é recolher documentos, trata-los, transferi-los e difundir informações

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sobre seus respectivos acervos. Essa é literalmente uma das alternativas. Dessa forma a alternativa B é a
correta e gabarito da questão.
As demais alternativas trazem funções ou atividades referentes a apenas um ou alguns dos órgãos de
documentação e que, nem sempre, podem ser considerados os objetivos destes órgãos. Vejamos:
As alternativas A, C e D falam da digitalização ou disponibilização online de catálogos do acervo. Isso aplica-
se certamente a bibliotecas e centros de documentação, podendo também ser aplicado a museus e mesmo
arquivos, porém, certamente não é o objetivo desses órgãos.
Pode ser considerada uma atividade meio, ou seja, uma atividade que dá apoio à consecução das atividades-
fim de uma instituição. Também chamada atividade mantenedora (mais uma definição do DBTA!).
Por último, a alternativa E fala de atividades típicas de arquivo, que não se aplicam a museus, bibliotecas e
centros de documentação que não seguem, nenhum deles, a rotina de eliminação documental.

(ACEP/Pref. Aracati-CE/Técnico Arquivo/2019) Arquivos e bibliotecas, apesar de serem instituições ligadas


à documentação e à informação, possuem diferenças fundamentais. Essa afirmação pode parecer estranha
sob um olhar menos cuidadoso. Contudo, ao adentrar de forma mais profunda nas atividades dessas
instituições percebe-se que as bibliotecas têm finalidades essencialmente culturais, enquanto os arquivos,
embora tenham valores culturais, têm finalidades primordialmente funcionais. Marque a alternativa que
contém característica dos arquivos.
a) Os documentos são produzidos e conservados com objetivos culturais.
b) Os documentos são colecionados de fontes diversas adquiridos por compra ou doação.
c) Há uma significação orgânica entre os documentos.
d) Os documentos existem em numerosos exemplares.
Comentário:
Se voltarmos a definição de arquivos de Marilena Leite Paes: " é a acumulação ordenada de documentos, em
sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, e preservados para a
consecução de seus objetivos, visando a utilidade que poderão oferecer no futuro", e fácil notar que se fala
de "acumulação ordenada de documentos".
Lembra-se do Princípio da Cumulatividade, que já estudamos? Pois é. Ele diz que o arquivo é uma formação
progressiva, natural e orgânica, ou seja, ele é formado naturalmente, ao longo do tempo, por documentos
que derivam do curso da atividade daquela organização, como também salienta Leite Paes. Sendo assim a
alternativa C é a correta e gabarito da questão.
A alternativa A sugere que os documentos nos arquivos são produzidos e conservados com objetivos
culturais. Não é uma verdade completa. Há sim objetivo cultural nas atividades do arquivo (lembre-se do
conceito de valor secundário), mas o objetivo principal de um arquivo é prover o acesso aos documentos em
função de seu valor primário, ou seja, finalidades funcionais. Vamos relembrar as definições:
Valor Primário - valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade
produtora, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, e seu valor legal e fiscal.
Valor Secundário - valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade
produtora e outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foi
originalmente produzido.

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A alternativa B fala de "coleção". Isso ficará ainda mais claro ao longo da aula, mas, desde já, é bom
combinarmos que quem "coleciona" é a biblioteca e nunca o arquivo, que, sim, "acumula". Essas são as
palavras corretas para um e outro e isso cai demais em prova!
Por fim a alternativa D fala em "numerosos exemplares". Essa é uma outra forma de diferenciar os órgãos
de documentação como veremos mais adiante. Uma biblioteca geralmente trabalha com múltiplos
exemplares de seus documentos, já um arquivo não. Essa é a regra, portanto, não caia nessa pegadinha da
banca.

Veremos adiante que o que determina a condição de um documento como sendo de arquivo,
biblioteca, museu ou centro de documentação é a razão de sua origem e de seu emprego e não o suporte
sobre o qual está constituído.

Dessa forma, a maneira pela qual se origina o acervo em questão e o tipo de documento a ser
preservado são fundamentais para essa definição:

- um impresso ou audiovisual resultante de atividade cultural e técnica ou científica, seja ela criação
artístico-literária, pesquisa ou divulgação -> documento de biblioteca

- material de gama variável desde que seja oriundo de atividade funcional ou intelectual de
instituições ou pessoas e produzido de forma natural e relativa à suas funções -> documento de
arquivo

- objetos de origem artística ou funcional -> museu

Já em relação aos fins, temos:

Bibliotecas e museus - fins didáticos, culturais, técnicos ou científicos.

Arquivos - fins administrativos e jurídicos.

Em resumo, os documentos de biblioteca instruem e ensinam, enquanto os de arquivo provam.

Por último, os centros de documentação, no que se refere tanto a origem como aos fins (emprego)
de seus documentos, representam o agrupamento de tudo que foi acima discutido.

Como podem ser definidos também como a "transposição das informações primárias para outros
recursos", segundo Heloísa Bellotto, os centros de documentação acabam absorvendo todas as
características das demais instituições.

Sendo assim, têm como finalidade informar com objetivos cultural, científico, funcional ou jurídico,
conforme a natureza do material reproduzido ou referenciado. Note que é uma mescla dos fins estudados
(culturais e científicos - bibliotecas / administrativos e jurídicos - arquivos), assim como mistura também
diferentes origens de materiais.

Vamos estudar isso de forma mais detalhada.

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Origens

De acordo com a origem de seus documentos, veja abaixo como cada um dos órgãos de
documentação pode ser caracterizado:

Arquivo - produzidos por entidade público ou privada ou por família ou pessoa no desempenho de
suas funções naturais, gerando relação orgânica entre esses documentos (lembre-se dos Princípios da
Organicidade e da Cumulatividade, já estudados nesse curso). Surgem basicamente por motivos funcionais
administrativos e legais. Devem provar ou testemunhar alguma coisa e podem ser manuscritos, impressos
ou audiovisuais. Em geral são exemplares únicos produzidos sobre formas e suportes variados.

Biblioteca - resultam de criação artística ou pesquisa. Material que informa para instruir ou ensinar
nos campos científico, humanístico, filosófico, etc. Documentos são geralmente gráficos (impressos,
manuscritos, mapas, plantas, etc.) ou audiovisuais. Forma usual é, além de impressa, múltipla (muitos
exemplares, ao contrário dos arquivos). São mais acessíveis e mais conhecidos pelo grande público.
==28d7ae==

Museu - surgem da criação artística ou da produção material de uma comunidade. Testemunham


épocas ou atividades, informando visualmente a audiência de acordo com a proposta da instituição.
Geralmente são objetos tridimensionais, dos mais variados tipos, formas, dimensões, etc.

Centro de Documentação - são geralmente reproduções ou referências virtuais que podem prover
de bibliotecas, museus ou arquivos. Material sonoro, gravado ou em suporte eletrônico também é
característico deste órgão de documentação.

Formas de Entrada

Arquivo - é um órgão receptor (recolhe naturalmente o que produz a administração do órgão ao qual
presta serviços). Documentos do acervo são reunidos de acordo com origem e função. Seus objetivos
primários são jurídicos, funcionais e administrativos; secundários são culturais e de pesquisa histórica. Sua
fonte geradora é única: a própria organização ou a pessoa ligada ao arquivo. A este processo dá-se a
denominação de "recolhimento" ou "acessões" por transferência ou por depósito. O arquivista avalia todo
este material.

Biblioteca - é um órgão colecionador (reúne artificialmente o material que surge e interessa a sua
especialidade). Unidades reunidas pelo conteúdo (assunto). Possui objetivos culturais, técnicos e científicos
e múltiplos fornecedores (livrarias, editoras, gráficas, etc.). Já a este processo dá-se o nome de "aquisições",
ou seja, compras, doações e permutas. O bibliotecário seleciona e classifica o material.

Museu - também é um órgão colecionador. Coleção é artificial e classificada segundo a natureza do


material e finalidade do próprio museu. Objetivos educacionais e culturais.

Centro de Documentação - é um órgão colecionador e referenciador (quando referencia dados sem


armazenar documentos). Objetivos exclusivamente científicos. Coleção formada de originais ou
reproduções. Segundo Viviane Tessitore, no manual “Como implantar Centros de Documentação”, estas
instituições são mesclas de arquivos, bibliotecas e museus, e podem reunir seu acervo a partir da compra,
doação ou permuta de suas unidades documentais.

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(IDIB/CREMEPE/Assistente Técnico/2021) A principal característica de um item do acervo de um arquivo,


que o difere de outros órgãos de documentação como bibliotecas e museus, é que este item
provavelmente:
a) tem inúmeros exemplares, pois circularão entre o público.
b) é uma peça rara com finalidade cultural, histórica ou artística.
c) é único exemplar, pois foi produzido administrativamente e tem valor de prova.
d) é um item descartável, pois pode ser facilmente reproduzido.
Comentário:
Acabamos de ver que os itens de arquivo são constituídos por exemplares únicos, têm fins administrativos e
jurídicos (ou seja, surgem em função de seu valor administrativo/primário) e tem valor de prova. Dessa forma
a alternativa C é a correta e gabarito da questão.

Indo além, arquivos não possuem inúmeros exemplares. Essa é uma característica de bibliotecas (na A); suas
peças não possuem finalidade artística, o que pode acontecer em bibliotecas e museus (alternativa B) e seus
itens também não são descartáveis ou reproduzíveis (letra D), visto estarem revestidos de seu caráter único,
além de só poderem ser eliminados após complexo processo de avaliação e eliminação documental.

(SUGEP/UFR-PE/Aux. Administração/2016) O arquivo possui as seguintes características:


1) essência funcional/administrativa, constituindo-se de um ilimitado número de cópias.
2) conteúdo exclusivamente formado por documentos produzidos e/ou recebidos.
3) origem no desempenho das atividades que o geraram.
4) natureza organizacional e operacional.
5) caráter orgânico.
Estão corretas, apenas:
a) 1, 2 e 3.
b) 1, 2 e 4.
c) 1, 4 e 5.
d) 2, 3 e 5.
e) 3, 4 e 5.
Comentário:
Antes de avaliar as alternativas, vamos avaliar cada uma das características propostas com base no que
estudamos até agora sobre o arquivo como órgão documental:

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1) essência funcional/administrativa, constituindo-se de um ilimitado número de cópias: a essência está


correta, porém, como acabamos de estudar, um arquivo geralmente tem exemplares únicos à disposição, ao
contrário das bibliotecas, por exemplo. Portanto, errada.

2) conteúdo exclusivamente formado por documentos produzidos e/ou recebidos: está ok. Lembre-se que
esta é mesmo a forma de recebimento de documentos de um arquivo, que é um órgão receptor (recolhe
naturalmente o que produz a administração do órgão ao qual serve), ao contrário de bibliotecas, museus e
centros de documentação que são órgãos colecionadores, como acabamos de estudar. Está correto.

3) origem no desempenho das atividades que o geraram - certo. Arquivos tem seus documentos natural e
organicamente gerados pelas atividades relacionadas a função da organização da qual faz parte. Princípio da
Organicidade, não se esqueça! Correta.

4) natureza organizacional e operacional: esta é um pouco mais complexa. A natureza é na verdade orgânica,
como vimos acima e não organizacional. O conceito "operacional" também não é o melhor a esta altura.
Deveria ser usado o conceito "funcional" para arquivo. Dessa forma arquivos tem documentos que são
gerados de maneira orgânica e funcional e não organizacional e operacional. Errada.

5) caráter orgânico: perfeito. É exatamente o ponto que exploramos em algumas das afirmativas acima.
Correta.

Desta forma temos as afirmativas 2, 3 e 5 como corretas. A alternativa D é a correta e gabarito da questão.

Processamento Técnico

Em relação ao tratamento documental (ou técnico), veja abaixo as principais variações entre os
métodos empregados pelos órgãos de documentação:

Arquivo - tratamento técnico não é realizado por unidade, mas por séries documentais, que formam
agrupamentos lógicos e orgânicos dentro dos diferentes fundos. Nos arquivos usam-se as técnicas de
registro, arranjo (de acordo com a proveniência) e descrição (constituindo agregado de peças, diferente da
biblioteca e sua abordagem descritivo individual), gerando guias, inventários, catálogos, etc.

Biblioteca - tratamento documental é feito peça por peça, de forma isolada. Usa-se os métodos de
tombamento, classificação e catalogação descritiva por meio de fichários e de sistemas lógicos pré-
determinados, ao contrário dos arquivos que tem abordagem orgânica e funcional.

Museu - tratamento documental também é feito peça por peça. Assim como nas bibliotecas, usa-se
as técnicas de tombamento e de catalogação, com o uso de inventários e catálogos.

Centro de Documentação - tratamento varia de acordo com a natureza do material. Dessa forma,
usa-se, portanto, praticamente todas as técnicas listadas: tombamento, classificação e catalogação, com o
uso de fichários ou computador.

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Públicos

Em relação aos principais públicos usuários, cada um dos órgãos de documentação também tem as
suas características:

Arquivo - enquanto nos períodos da primeira e segunda idade (arquivos corrente e intermediário),
tem seu público composto pelo administrador e demais produtores do documento dentro da organização,
além de profissionais jurídicos, pesquisadores ou cidadãos. Já no período da terceira idade (arquivo
permanente), o público passa a ser composto majoritariamente por historiadores ou profissionais cujas
funções estejam relacionadas com o material disponível.

Biblioteca - é o órgão que possui a audiência mais estendida. Atende a pesquisadores (acadêmicos e
professores) e o grande público, que vai dos estudantes ao cidadão comum.

Museu - possui o público ligado ao seu posicionamento e ao que suas dependências oferecem sob o
ponto de vista de entretenimento e lazer.

Centro de Documentação - público composto basicamente por pesquisadores que buscam os mais
variados tipos de documentos em diferentes suportes, respeitando a especialização do centro.

Visto tudo isso, conclui-se, de acordo com Heloisa Bellotto, que "arquivos, bibliotecas,
centros de documentação e museus têm, portanto, fronteiras bem definidas. Não devem
ser confundidos nem quanto à documentação que guardam, nem quanto ao trabalho
técnico que desenvolvem a fim de organizar seus acervos e de transferir e disseminar
informação. Sendo instituições públicas ou particulares preocupadas com a transmissão
cultural e com a custódia e a divulgação de informações técnicas e científicas, possuem,
cada uma, per si, um espaço social próprio e independente no qual devem agir".

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Trago o quadro abaixo para tentar esquematizar as principais diferenças entre cada um dos órgãos de
documentação

CENTRO DE
ARQUIVO BIBLIOTECA MUSEU
DOCUMENTAÇÃO
TIPO DE Manuscritos, Impressos, Objetos Audiovisuais
SUPORTE impressos, manuscritos, bi/tridimensionais, (reproduções) ou
audiovisuais, audiovisuais, exemplar único virtual, exemplar
exemplar único exemplares único ou múltiplo
múltiplos
TIPO DE Fundos; Coleção; Coleção; Coleção; documentos
CONJUNTO documentos documentos unidos documentos unidos pelo conteúdo
unidos pela pelo conteúdo unidos pelo
proveniência conteúdo ou pela
(origem) função
PRODUTOR Máquina Atividade humana Atividade Atividade humana
administrativa individual ou humana, a
coletiva natureza
FINS DE Administrativos, Culturais, científicos, Culturais, Científicos
PRODUÇÃO jurídicos, técnicos, artísticos, artísticos,
funcionais e educativos funcionais
legais
OBJETIVO Provar, Instruir, informar Informar, entreter Informar
testemunhar
ENTRADA DOS Passagem Compra, doação, Compra, doação, Compra, doação,
DOCUMENTOS natural de fonte permuta de fontes permuta de fontes pesquisa
geradora única múltiplas múltiplas
PROCESSMENTO Registro, Tombamento, Tombamento, Tombamento,
TÉCNICO arranjo, classificação, catalogação: classificação,
descrição: guias, catalogação: inventários, catalogação: fichários
inventários, fichários catálogos ou computador
catálogos, etc.
PÚBLICO Administrador e Grande público e Grande público e Pesquisador
pesquisador pesquisador pesquisador
Quadro adaptado de "Arquivos Permanentes - Tratamento Documental" - Bellotto, Heloísa.

Vamos a mais uma questão para explorar os conceitos estudados até aqui.

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(IDIB/CREMEPE/Assistente Técnico/2021) Uma das principais características do arquivo, diferentemente


de bibliotecas e museus, é que ele tem, entre outros objetivos, o de:
a) provar
b) instruir
c) educar
d) preservar
Comentário:
Vimos que umas das principais funções dos documentos arquivísticos é provar, ao contrário do que
encontramos em bibliotecas e museus. Material voltado à instrução e/ou ensino/educação é tipicamente
encontrado em bibliotecas e não em arquivos. Já em relação a preservação, em verdade todos os órgãos de
documentação têm esse objetivo e não só os arquivos.
Dessa forma a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

(FCC/ALE-SE/Arquivologia/2018) Ao contrário do que ocorre com os documentos de museus e bibliotecas,


os de arquivo
a) mantêm autonomia uns em relação aos outros.
b) são dotados de unicidade.
c) ingressam nas instituições de custódia por compra, doação ou permuta.
d) têm caráter contingente.
e) devem ser abordados a partir de seu conteúdo.
Comentário:
Essa é uma questão interessante pois tem alguma complexidade.
A alternativa A fala que os documentos de arquivo mantêm autonomia entre eles. É exatamente o contrário
do que estudamos, lembra? Veja o que falamos de documentos de arquivo ao longo da aula: para os arquivos
o "tratamento técnico não é realizado por unidade, mas por séries documentais, que formam agrupamentos
lógicos e orgânicos dentro dos diferentes fundos", ou seja, os documentos não são independentes como
alega a banca. Ao contrário, são tratados de maneira orgânica e em conjunto, ao contrário dos documentos
das bibliotecas.
Na letra B o Princípio da Unicidade é invocado. Lembra-se dele? Vamos lá: o princípio da Unicidade relata
que, independentemente de sua forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu
caráter único, em função de seu contexto de produção. Está correto. Geralmente os documentos de arquivo,
além de serem exemplares únicos, mantém o seu caráter de Unicidade por terem sido produzidos

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especificamente por uma razão e dentro de um contexto. Dessa forma a alternativa B é a correta e gabarito
da questão.
Na alternativa C o examinador alega que documentos de arquivo entram nas instituições por meio de
compra, doação ou permuta. Errado! Essas são as características da biblioteca ou do museu. Os arquivos
possuem fonte geradora única: a própria organização ou a pessoa ligada ao arquivo. A este processo dá-se a
denominação de "recolhimento" ou "acessões" por transferência ou por depósito.
A alternativa D fala em caráter contingente, o que está fora do escopo para todos os órgãos.
Por fim, a alternativa E diz que os documentos de arquivo devem ser abordados a partir do seu conteúdo, o
que também não procede já que vimos que esses documentos são abordados de acordo com a sua
proveniência. Vejamos o que estudamos (na tabela acima) no item que tratava do Tipo de Conjunto dos
órgãos: nos arquivos os documentos são tratados como fundos, ou seja, são unidos pela proveniência
(origem), ao contrário dos demais órgãos nos quais os documentos são sim tratados pelo conteúdo.

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Organismos Arquivísticos

Após falarmos sobre cada um dos órgãos de documentação, vamos agora estudar os chamados
organismos arquivísticos.

Mas você pode estar perguntando nesse momento: "O que são esses organismos arquivísticos e quais
as diferenças entre eles e os órgãos de documentação, já que os nomes são parecidos?!". Pois é, são nomes
parecidos mesmo, mas são bastante diferentes em relação aos seus papéis.

Enquanto os órgãos de documentação, como acabamos de ver, são os órgãos que recolhem (recebem
ou colecionam) documentos, tratam, transferem e difundem informações, dividindo-se em arquivos,
bibliotecas, museus e centros de documentação, os organismos arquivísticos são instituições que regulam,
monitoram e normatizam a atividade arquivística nos ambientes que estão sob sua jurisdição.

Alguns exemplos que talvez você já tenha ouvido falar são o Arquivo Nacional, o CONARQ, o SINAR
e o SIGA. Conhece algum deles? Se não conhece, não há problema. Estudaremos com calma cada um deles
logo adiante, mas, antes disso, vamos conhecer um pouco do contexto arquivístico brasileiro e em seguida
estudamos todos esses organismos. Vamos lá.

Após cerca de três décadas tentando criar no Brasil uma legislação específica arquivística, em
08/01/1991 foi finalmente promulgada a Lei 8.159/91 que dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos e privados. É a chamada Lei Nacional dos Arquivos, um marco na arquivística nacional, a partir do
momento que estabelece as responsabilidades do Poder Público em relação a gestão documental e a
proteção especial a documentos de arquivos, assim como disciplina inúmeros outros conceitos,
responsabilidades e competências no cenário arquivístico brasileiro.

Atenção, pois, a Lei 8.159/1991 apresenta uma ótima relação custo-benefício em seu processo
de estudos! Ela tem apenas 28 artigos e tudo que está nela costuma cair em prova! Não deixe de
estudá-la e revisá-la na véspera de sua prova de Arquivologia. A chance de ter uma pergunta
cuja resposta está na Lei é altíssima!

Já falamos um pouco sobre a Lei 8.159/91 nas aulas anteriores e falaremos ainda mais quando
chegarmos as aulas de legislação arquivística, mas, por enquanto, é importante saber que a Lei atribuiu ao
Conarq (Conselho Nacional de Arquivos), a responsabilidade por definir a política nacional de arquivos
como órgão central do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).

Vejamos o artigo 26 da Lei, constante em suas disposições finais:

Artigo 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), órgão vinculado ao


Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão central de um
Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).

§ 1º - O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo


Nacional e integrado por representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas,
públicas e privadas.

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§ 2º - A estrutura e funcionamento do conselho criado neste artigo serão estabelecidos em


regulamento.

Veremos um pouco mais adiante que o Decreto 10.148/2019 cria um pequeno conflito em relação a
essa definição mas, por enquanto, fiquemos com ela. O mais importante é você gravar que o Conarq define
a política nacional de arquivos e é o órgão central do SINAR - Sistema Nacional de Arquivos. Essas duas
referências caem muito em prova!

Ainda em relação à normatização, em 2023 vem o Decreto 11.345/2023, que também traz alterações
significativas em relação a estrutura e gestão dos organismos arquivísticos. Tudo isso será abordado mais
adiante.

Segundo Marilena Leite Paes, a criação do Conarq foi "um grande passo para o estabelecimento de
uma eficiente rede de arquivos públicos e privados, que possibilitará o aperfeiçoamento das instituições, a
simplificação e a racionalização de procedimentos...", entre outros benefícios que exploraremos mais
adiante.

CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos

Bem, acabamos de ver no tópico anterior que o Conarq é o principal responsável pela elaboração
das políticas públicas relacionadas a arquivos no Brasil.

Isso consta no artigo 1o do Decreto 4.073/2002, que é o Decreto que regulamenta a Lei 8.159/91. O
Decreto 4.073/2002, porém, foi recentemente alterado pelo Decreto 10.148/2019. Vejamos a nova redação
de seu primeiro artigo:

O Conselho Nacional de Arquivos - Conarq, órgão colegiado, instituído no âmbito do


Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, tem por
finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.148, de 2019)

Aqui é importante salientar a diferença entre as duas redações pois isso costuma ser muito cobrado
e, justamente agora, como temos um conflito normativo, é possível que as bancas explorem essa
complexidade.

O Decreto 4.073/2002 dizia que o Conarq era um "órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional”.
Isso é exatamente o que diz a Lei 8.159/1991, que diz que o Conarq é “órgão vinculado ao Arquivo Nacional,
que definirá a política nacional de arquivos”. Nesse contexto veio o Decreto 10.148/2019 que redefine o
Conarq como “órgão colegiado instituído no âmbito do Arquivo Nacional”. Note que o novo Decreto não
menciona mais que o Conarq é um órgão “vinculado” ao Arquivo Nacional, mas sim “instituído no âmbito do
Arquivo Nacional”.

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Chamo atenção desse tema pois, embora muito específico, sempre foi um tema cobrado pelas bancas e que
pode gerar confusão ao aluno. A partir de agora, se a banca não fizer qualquer referência ou citar a Lei
8.159/1991, o Conarq continua sendo “vinculado” ao Arquivo Nacional, porém, caso cite o Decreto
10.148/2019, o Conarq passa a ser “instituído no âmbito do Arquivo Nacional” e não mais vinculado.
Cuidado!!

Desde sua criação, o Conarq (que deve funcionar "junto" ao Arquivo Nacional, conforme norma
vigente) tem disponibilizado ao mercado e aos diversos órgãos de documentação do país um robusto
conjunto de normas que regulam matérias arquivísticas sobre diversos temas relativos à gestão, à
preservação e ao acesso aos documentos públicos.

O Conarq é o responsável pela edição de decretos regulamentadores da Lei n. 8.159, e de orientações


técnicas e resoluções que tratam de temas diversos relativos à gestão de documentos convencionais e
digitais, microfilmagem, digitalização, transferência e recolhimento de documentos de qualquer suporte,
classificação, temporalidade e destinação de documentos, acesso aos documentos públicos, capacitação de
recursos humanos, terceirização de serviços arquivísticos públicos, dentre outros.

Agora vamos olhar as principais funções e papéis do Conarq. Vale lembrar que o Decreto
11.345/2023 mantém as competências do Conarq. Vejamos:

Decreto 11.345/2023 - Seção IV

Dos órgãos colegiados

Art. 54. Ao Conselho Nacional de Arquivos cabe exercer as competências estabelecidas


no Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002.

Além dos papéis de definidor de políticas e normativas, como já vimos, o Conarq promove ações
técnico-científicas, como seminários e cursos, por intermédio de suas Câmaras Técnicas e Setoriais, e
Comissões Especiais, constituídas por especialistas da área arquivística e de outras áreas do conhecimento
como ciência da informação, biblioteconomia, tecnologia da informação, administração e direito.

Finalmente, o Conarq, como uma das principais fontes de informação sobre arquivos, padrões e
melhores práticas arquivísticas, produz e divulga um amplo repertório de publicações técnicas, com o
objetivo de disseminar conhecimento arquivístico.

Após a sua criação em 1991, por meio da Lei 8.159, foi regulamentado em 2002 por meio do Decreto
4.073/02, vejamos todas as suas competências previstas neste mesmo Decreto em seu Artigo 2o (já
atualizado com a nova redação trazida pelo Decreto 10.148/2019):

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Art. 2o Compete ao CONARQ:

I - estabelecer diretrizes para o funcionamento do Sistema Nacional de Arquivos -


SINAR, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivos;

II - promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados com vistas ao


intercâmbio e à integração sistêmica das atividades arquivísticas;

III - propor ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública atos normativos


necessários ao aprimoramento e à implementação da política nacional de arquivos públicos
e privados; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

IV - zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e legais que norteiam o


funcionamento e o acesso aos arquivos públicos;

V - estimular programas de gestão e de preservação de documentos públicos de


âmbito federal, estadual, distrital e municipal, produzidos ou recebidos pelo Poder
Público; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

VI - subsidiar a elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo metas


e prioridades da política nacional de arquivos públicos e privados;

VII - estimular a implantação de sistemas de arquivos nos Poderes Executivo,


Legislativo e Judiciário da União, dos Estados, do Distrito Federal e nos Poderes Executivo
e Legislativo dos Municípios;

VIII - estimular a integração e modernização dos arquivos públicos e privados;

IX - identificar os arquivos privados de interesse público e social, nos termos do art. 12


da Lei no 8.159, de 1991;

X - propor ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública a declaração de


interesse público e social de arquivos privados; (Redação dada pelo Decreto nº
10.148, de 2019)

XI - estimular a capacitação técnica dos recursos humanos que desenvolvam


atividades de arquivo nas instituições integrantes do SINAR;

XII - recomendar providências para a apuração e a reparação de atos lesivos à política


nacional de arquivos públicos e privados;

XIII - promover a elaboração do cadastro nacional de arquivos públicos e privados,


bem como desenvolver atividades censitárias referentes a arquivos;

XIV - manter, por meio do Arquivo Nacional, intercâmbio com outros colegiados e
instituições, cujas finalidades sejam relacionadas ou complementares às suas, para prover
e receber elementos de informação e juízo, conjugar esforços e encadear
ações; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

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XV - articular-se com outros órgãos do Poder Público formuladores de políticas


nacionais nas áreas de educação, cultura, ciência, tecnologia, informação e
informática; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

XVI - propor a celebração, por meio do Arquivo Nacional, de acordos, convênios, parcerias
e termos de cooperação técnica com órgãos e entidades públicas e privadas em matéria de
interesse mútuo; e (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

XVII - editar orientações técnicas para a implementação da política nacional de arquivos,


por meio de resolução. (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

Mais algumas alterações que precisamos prestar atenção a esta altura, todas provocadas pelo
Decreto 10.148/2019 e que podem ser cobradas em prova justamente pelo seu ineditismo. Preste atenção
aqui pois se você já estuda faz algum tempo, pode estar defasado em relação as novas competências. Vamos
analisar duas alterações que têm probabilidade de serem cobradas pois eram textos explorados pelas bancas
com frequência em seu formato anterior:

Inciso III - a redação antiga dizia que competia ao Conarq propor ao Ministro de Estado da
Justiça normas legais necessárias ao aperfeiçoamento e à implementação da política
nacional de arquivos públicos e privados. A nova redação diz que cabe ao Conarq, propor
ao mesmo Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública atos normativos (e não
normas legais) necessários ao aprimoramento e à implementação da política nacional de
arquivos públicos e privados.

Inciso X - a redação antiga dizia que competia ao Conarq propor ao Presidente da


República, por intermédio do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de interesse
público e social de arquivos privados. A nova redação diz que cabe ao Conarq, propor ao
Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública (e não mais ao Presidente da
República!) a declaração de interesse público e social de arquivos privados.

Avançando, a representatividade do Conarq é assegurada não só entre representantes da esfera


governamental como entre representantes da sociedade civil.

O Conselho é presidido pelo diretor geral do Arquivo Nacional e possui membros conselheiros,
representantes dos 3 Poderes Federais, de instituições de ensino e pesquisa, dos Arquivos Públicos Estaduais,
Distrital e Municipais, de associações de arquivistas, entre outras entidades representadas.

A intenção desta pluralidade na representação é justamente equilibrar os interesses do Estado e da


sociedade.

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Vamos conhecer a representatividade do Conarq, prevista no Decreto 4.073/2002 em sua nova


redação, bastante alterada pelo Decreto 10.148/2019:

Art. 3o São membros conselheiros do CONARQ:

I - o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o presidirá;

II - dois representantes do Poder Executivo Federal;

III - um representante do Poder Judiciário federal; (Redação dada pelo Decreto


nº 10.148, de 2019)

IV - dois representantes do Poder Legislativo Federal;

V - um representante dos arquivos públicos estaduais e distrital; (Redação dada


pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

VI - um representante dos arquivos públicos municipais; (Redação dada pelo


Decreto nº 10.148, de 2019)

VII - um representante de associações de arquivistas; e (Redação dada pelo


Decreto nº 10.148, de 2019)

VIII - quatro representantes de instituições de ensino e pesquisa, organizações ou


instituições com atuação na área de tecnologia da informação e comunicação, arquivologia,
história ou ciência da informação. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

§ 1º Cada membro do CONARQ terá um suplente, que o substituirá em suas ausências


e impedimentos. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

§ 2º Os membros do CONARQ e respectivos suplentes serão


indicados: (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

§ 3º Os membros do CONARQ e respectivos suplentes serão designados pelo Ministro


de Estado da Justiça e Segurança Pública. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148,
de 2019)

§ 4º Os membros do CONARQ de que tratam os incisos VII e VIII do caput e respectivos


suplentes terão mandato de dois anos. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de
2019)

§ 5o O Presidente do CONARQ, em suas faltas e impedimentos, será substituído por


seu substituto legal no Arquivo Nacional.

Mais uma vez, observe uma alteração que vale a pena ser salientada, novamente provocada pelo
Decreto 10.148/2019 e que pode ser cobrada em prova.

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Inciso III - a redação antiga previa dois representantes do Poder Judiciário Federal no
Conarq. Na nova redação, a representatividade caiu para apenas um, embora o Executivo
e o Legislativo continuem com dois. Preste atenção pois não é algo intuitivo...

Para agilizar a operacionalização do SINAR (veremos mais detalhes abaixo), podem ser criadas
diversas comissões e câmaras técnicas para a elaboração de estudos e normatizações necessárias a áreas
específicas do cenário de arquivologia brasileiro. Isso está estabelecido no caput do artigo 7o do Decreto.
Vejamos:

Art. 7º O CONARQ poderá instituir câmaras técnicas consultivas com a finalidade de


auxiliar o Conselho a elaborar estudos e propostas normativas e propor soluções para
questões da política nacional de arquivos públicos e privados e do funcionamento do
Sistema Nacional de Arquivos. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

Por fim, vale lembrar que o Conarq até 2023 esteve vinculado a estrutura do Ministério da Justiça e
da Segurança Pública, porém, com a publicação do Decreto 11.345/2023 ele passa a fazer parte da estrutura
do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (assim como o Arquivo Nacional), e não mais
do Ministério da Justiça, aonde estava acomodado até o início de 2023. Vejamos:

Art. 2º O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos tem a seguinte


estrutura organizacional:

I - órgãos de assistência direta e imediata ao Ministro de Estado:

II - órgãos específicos singulares:

III - órgão colegiado: Conselho Nacional de Arquivos; e

IV - entidades vinculadas:

...

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(IBADE/Pref. Mun. Mario Andreazza-RO/Agente Administrativo/2020) O órgão vinculado ao Arquivo


Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema Nacional de
Arquivos (SINAR) é a/o:
a) Biblioteca Nacional
b) Secretaria da Educação
c) Central de Arquivos Públicos
d) Ministério da Educação
e) Conselho Nacional de Arquivos
Comentário:
Conforme acabamos de estudar, a banca está se referindo ao Conarq, e toma como base a redação da Lei
8.159/1991 e não a nova redação do Decreto 10.148/2019, ou seja, refere-se ao Conarq como órgão
vinculado ao Arquivo Nacional.
Desta forma, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.

SINAR - Sistema Nacional de Arquivos

O art. 26 da Lei nº 8.159/91, criou o Conselho Nacional de Arquivos - Conarq e também institui o
Sistema Nacional de Arquivos - SINAR, cuja competência, organização e funcionamento também estão
regulamentados pelo Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002.

Note que, de acordo com esse dispositivo legal, em seu artigo 10o., o SINAR tem por finalidade
implementar a política nacional de arquivos públicos e privados, visando à gestão, à preservação, e ao
acesso aos documentos de arquivo. Isso é o que é mais cobrado em prova sobre o SINAR: implementar a
política nacional de arquivos. Vejamos o que diz o Decreto 4.073/2002:

Art. 10. O SINAR tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos
públicos e privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de
arquivo.

Lembre-se que o SINAR é um sistema composto por diversas organizações brasileiras


(especialmente órgãos de documentação) relacionadas à Arquivística no país. Sua principal
função é a implementação de uma política nacional de arquivos. Tem como órgão central
o próprio Conarq.

De acordo com o Artigo 12 do Decreto 4073/2002, integram o SINAR o Arquivo Nacional, os arquivos
do Poder Executivo Federal, os arquivos do Poder Legislativo Federal, os arquivos do Poder Judiciário

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Federal, os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os arquivos do Distrito Federal
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo.

Para ficar mais fácil, grave que todos os arquivos de qualquer poder (Legislativo, Executivo
e Judiciário) e de qualquer dimensão (Federal, Estadual, Distrital ou Municipal) fazem parte
do SINAR. Atenção, pois, só há uma exceção e ela costuma cair em prova: o Judiciário
Municipal. Fácil entender o motivo, correto? Isso. Ele não existe... Não há Judiciário
Municipal e, obviamente, ele não pode fazer parte do SINAR.

Vejamos o que diz o Decreto a respeito disso:

Art. 12. Integram o SINAR:

I - o Arquivo Nacional;

II - os arquivos do Poder Executivo Federal;

III - os arquivos do Poder Legislativo Federal;

IV - os arquivos do Poder Judiciário Federal;

V - os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;

VI - os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;

VII - os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo.

§ 1o Os arquivos referidos nos incisos II a VII, quando organizados sistemicamente,


passam a integrar o SINAR por intermédio de seus órgãos centrais.

§ 2o As pessoas físicas e jurídicas de direito privado, detentoras de arquivos, podem


integrar o SINAR mediante acordo ou ajuste com o órgão central.

Todos esse integrantes devem seguir as diretrizes e normas emanadas do CONARQ, sem prejuízo de
sua subordinação e vinculação administrativa. Lembre-se que o Conarq define as políticas e o SINAR
implementa!

Outro ponto muito cobrado em prova é o artigo 11 do Decreto, que estabelece o Conarq como órgão
central do SINAR. Fique atento abaixo:

Art. 11. O SINAR tem como órgão central o CONARQ.

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Por fim, o artigo 13 do mesmo Decreto 4.073/2002, lista as competências do Sistema Nacional de
Arquivos - SINAR. Vejamos na sequência. Esse foi o único artigo do Decreto 4.073/2002 alterado pelo Decreto
10.148/2019 (inciso XII), no que diz respeito ao SINAR:

I - Promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos documentos na sua


esfera de competência, em conformidade com as diretrizes e normas emanadas do órgão
central;

II - Disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e normas estabelecidas pelo órgão


central, zelando pelo seu cumprimento;

III - Implementar a racionalização das atividades arquivísticas, de forma a garantir a


integridade do ciclo documental;

IV - Garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanente;

V - Apresentar sugestões ao Conarq para o aprimoramento do SINAR;

VI - Prestar informações sobre suas atividades ao Conarq;

VII - Apresentar subsídios ao Conarq para a elaboração de dispositivos legais necessários


ao aperfeiçoamento e à implementação da política nacional de arquivos públicos e
privados;

VIII - Promover a integração e a modernização dos arquivos em sua esfera de atuação;

IX - Propor ao Conarq os arquivos privados que possam ser considerados de interesse


público e social;

X - Comunicar ao Conarq, para as devidas providências, atos lesivos ao patrimônio


arquivístico nacional;

XI - Colaborar na elaboração de cadastro nacional de arquivos públicos e privados, bem


como no desenvolvimento de atividades censitárias referentes a arquivos;

XII - Possibilitar a participação de especialistas de órgãos e entidades, públicos e privados,


nas câmaras técnicas e na Comissão de Avaliação de Acervos Privados; (Redação dada pelo
Decreto nº 10.148, de 2019)

XIII - Proporcionar aperfeiçoamento e reciclagem aos técnicos da área de arquivo,


garantindo constante atualização.

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Arquivo Nacional

O Arquivo Nacional foi afetado recentemente por importantes alterações legislativas que afetam sua
estrutura de governança e lista de competências.

De acordo com o Decreto 11.345/2023 o Arquivo Nacional (assim como o Conarq) agora fazem parte
da Estrutura do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e não mais do Ministério da Justiça,
aonde estava acomodado até o início de 2023. Vejamos:

Art. 2º O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos tem a seguinte


estrutura organizacional:

I - órgãos de assistência direta e imediata ao Ministro de Estado:

...

II - órgãos específicos singulares:

...

h) Arquivo Nacional;

III - órgão colegiado: Conselho Nacional de Arquivos; e

IV - entidades vinculadas:

...

Desta forma, relembrando o histórico dessas transições (é um tema bastante cobrado pelas bancas),
a estrutura arquivística nacional está a partir de 2023 subordinada ao Ministério da Gestão e da Inovação
em Serviços Públicos. Antes disso esteve subordinada ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública (entre
2011 e 2023), por força do Decreto 7.430/2011. Antes disso o Arquivo Nacional ficou décadas subordinado
ao Ministério da Justiça até que em 2000 sua subordinação foi transferida para a Casa Civil, onde ficou até
2011 quando retornou ao Ministério da Justiça:

Até 2000 - Ministério da Justiça


2000-2011 - Casa Civil
2011-2023 - Ministério da Justiça
2023 em diante - Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos

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Atenção pois o Arquivo Nacional não faz parte do Ministério da Cultura. É muito comum o
examinador fazer essa troca! E nem está mais na estrutura do Ministério da Justiça em
função da recente mudança que vimos acima.

Em relação às competências do Arquivo Nacional, o Decreto 10.148/2019 inseriu o artigo 2oA no


Decreto 4.073/2002, trazendo as seguintes competências para o órgão:

Art. 2º-A Compete ao Arquivo Nacional, quanto à implementação da política nacional de


arquivos públicos e privados, no âmbito da administração pública federal:

I - celebrar acordos, convênios, parcerias e termos de cooperação com órgãos e entidades


públicas e privadas em matéria de interesse mútuo;

II - propor atos normativos ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública relativos


ao aprimoramento e à implementação da política nacional de arquivos públicos e
privados;

III - fornecer subsídios para o arquivamento de documentos públicos em meio eletrônico,


óptico ou equivalente, observado a legislação; e

IV - estabelecer as diretrizes para a preservação e o acesso aos documentos públicos,


independentemente de sua forma ou natureza.

Note que a reorganização estrutural que leva o Arquivo Nacional para a estrutura de outro Ministério
em 2023 traz alguns conflitos normativos como a do inciso II acima, que continua recomendando a
proposição de atos normativos ao Ministério da Justiça, a quem o órgão se vinculava anteriormente. Fique
de olho pois tais ajustes normativos devem ser feitos a qualquer momento!

Ainda mais recentemente o Decreto 11.345/2023 traz novas competências ao Arquivo Nacional, que
agora precisam ser observadas em conjunto com as trazidas pelo Decreto 10.148/2019. Confira a seguir:

Art. 52. Ao Arquivo Nacional, órgão central do Sistema de Gestão de Documentos e


Arquivo da Administração Pública Federal, compete:

I - orientar os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal na implementação de


programas de gestão de documentos, em qualquer suporte;

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II - fiscalizar a aplicação dos procedimentos e das operações técnicas referentes à


produção, ao registro, à classificação, ao controle da tramitação, ao uso e à avaliação de
documentos, com vistas à modernização dos serviços arquivísticos governamentais;

III - promover o recolhimento dos documentos de guarda permanente para tratamento


técnico, preservação e divulgação, de forma a garantir acesso pleno à informação; e

IV - acompanhar e implementar a Política Nacional de Arquivos, estabelecida pelo Conselho


Nacional de Arquivos.

Avançando e dando um pouco mais de contexto, os grandes arquivos nacionais surgiram


provavelmente na civilização grega.

Segundo o arquivista Schellenberg, "nos séculos V e IV a.C. os atenienses guardavam seus


documentos de valor no templo da mãe dos deuses, isto é, no Metroon, junto à corte de justiça na praça
pública em Atenas. No templo conservavam-se os tratados, leis, minutas da assembleia popular e demais
documentos oficiais".

Note que, desde essa época, já havia o interesse das sociedades em guardar seus documentos mais
importantes - que registravam sua história, sua evolução e direitos e deveres da sociedade e de cidadãos -
em locais específicos, públicos e revestidos de simbolismo.

Vale lembrar também que, ao longo de muito tempo, os documentos adquiriam autenticidade com
base no local onde eram depositados. Isso é muito importante. Muitos documentos, independentemente de
serem ou não autênticos, ganhavam credibilidade em função do local de depósito.

Lembre-se que foi isso que despertou o pensamento crítico em relação a documentos que conferiam
inúmeros benefícios e privilégios, sobretudo à igreja e a nobreza, o que incentivou o surgimento de
disciplinas que objetivavam de fato determinar se o documento era autêntico ou não, como por exemplo a
Diplomática e a Paleografia.

Conto tudo isso pois essa foi a origem dos arquivos nacionais e dos grandes arquivos públicos em
todo o mundo.

Aqui no Brasil, o Arquivo Nacional, criado em 1838, está sediado no Rio de Janeiro e é o órgão central
do Sistema de Gestão de Documentos de Arquivos-SIGA, da administração pública federal, integrante da
estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública, tudo isso de acordo com o Decreto 4.915/2003 em
seu artigo 3o

De acordo com a Lei 8.159/1991 em seu artigo 18, compete ao Arquivo Nacional a gestão e o
recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e
facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política nacional de
arquivos.

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Atenção, pois, é muito comum a confusão em relação à competência sobre o recolhimento


dos documentos Federais. Cabe ao Arquivo Nacional o recolhimento apenas dos
documentos do Executivo Federal.

Documentos do Legislativo e do Judiciário Federal não são recolhidos ao Arquivo Nacional, mas sim
aos Arquivos Federais dos Poderes Legislativa e Judiciário, respectivamente. Vejamos o que diz a Lei
8.159/1991 a respeito do tema:

Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos documentos


produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o
acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política nacional
de arquivos.

Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo Nacional poderá criar
unidades regionais.

Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão e o recolhimento


dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal no exercício das
suas funções, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.

Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão e o recolhimento


dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas
funções, tramitados em juízo e oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar e
facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.

Já de acordo com o artigo 4o. do Decreto 4.073/02, caberá ao Arquivo Nacional dar o apoio técnico e
administrativo ao CONARQ.

Tudo isso visa garantir o pleno acesso à informação, apoiar as decisões governamentais de caráter
político-administrativo, o cidadão na defesa de seus direitos e incentivar a produção de conhecimento
científico e cultural.

SIGA - Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo

No ano de 1980 têm início o Programa de Modernização do Arquivo Nacional, bem como a retomada
das relações técnicas com os órgãos e entidades da administração pública federal. Essas ações permitiram
delinear uma política arquivística para o governo federal.

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Na década de 1990 é concebido o Sistema Federal de Arquivos do Poder Executivo – SIFAR, como a
primeira tentativa de articulação sistêmica das atividades de gestão de documentos, que entre os anos
de 2000 e 2001 foi aperfeiçoado, passando a ser denominado Sistema de Gestão de Documentos e
Informações – SGDI, do Poder Executivo Federal.

Após esse momento, estudos e proposições são elaboradas visando à concretização do Sistema de
Gestão de Documentos, o que resulta na edição do Decreto 4.915/03, que cria o Sistema de Gestão de
Documentos de Arquivo - SIGA, da administração pública federal, organizando, sob a forma de sistema, as
atividades de gestão de documentos de arquivo no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública
Federal.

Vejamos o artigo do Decreto que trata da criação do SIGA (artigo 1o):

Art. 1º As atividades de gestão de documentos no âmbito dos órgãos e entidades da


administração pública federal ficam organizadas sob a forma de sistema denominado
Sistema de Gestão de Documentos e Arquivos - Siga. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148,
de 2019)

§ 1º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se arquivo o conjunto de documentos


produzidos e recebidos pela administração pública federal, em decorrência do exercício de
atividades específicas, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos
documentos. (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

§ 2o Considera-se gestão de documentos, com base no art. 3o da Lei no 8.159, de 8 de


janeiro de 1991, o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção,
tramitação, uso, avaliação e arquivamento dos documentos, em fase corrente e
intermediária, independente do suporte, visando a sua eliminação ou recolhimento para
guarda permanente.

Já de acordo com o artigo 2º do Decreto 4.915/03, tome nota das principais competências do SIGA.
Veja que o Decreto 4.915/2003 também foi sensivelmente alterado pelo Decreto 10.148/2019:

I - garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades da administração pública federal o acesso


aos arquivos e às informações neles contidas, de forma ágil e segura, resguardados os
aspectos de sigilo e as restrições legais; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de
2019)

II - integrar e coordenar as atividades de gestão de documentos e arquivo desenvolvidas


pelos órgãos setoriais e seccionais que o integram; (Redação dada pelo Decreto nº
10.148, de 2019)

III - divulgar normas relativas à gestão e à preservação de documentos e


arquivos; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

IV - racionalizar a produção da documentação arquivística pública;

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V - racionalizar e reduzir os custos operacionais e de armazenagem da documentação


arquivística pública;

VI - preservar o patrimônio documental arquivístico da administração pública federal;

VII - articular-se com os demais sistemas que atuam direta ou indiretamente na gestão da
informação pública federal; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

VIII - fortalecer os serviços arquivísticos nos órgãos e nas entidades da administração


pública federal, com vistas à racionalização e eficiência de suas atividades. (Incluído
pelo Decreto nº 10.148, de 2019)

Ainda de acordo com o artigo 3º do mesmo Decreto, o Arquivo Nacional exerce a função de Órgão
Central do SIGA e as unidades responsáveis pela coordenação das atividades de gestão de documentos e
arquivos nos órgãos e nas entidades da administração pública federal exercem a função de Órgãos Setoriais.

Por fim o Decreto 10.148/2019 cria a Comissão de Coordenação do SIGA, com as seguintes
competências:

CAPÍTULO I

DA COMISSÃO DE COORDENAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE DOCUMENTOS E ARQUIVOS

Art. 1º Fica instituída, no âmbito do Arquivo Nacional, a Comissão de Coordenação do


Sistema de Gestão de Documentos e Arquivos da administração pública federal - Comissão
de Coordenação do Siga, à qual compete:

I - propor diretrizes e normas relativas à gestão e à preservação de documentos e arquivos,


no âmbito da administração pública federal;

II - orientar os órgãos integrantes do Siga quanto às modificações necessárias ao


aprimoramento dos mecanismos de gestão de documentos e arquivos;

III - monitorar a aplicação das normas e seus resultados, com vistas à modernização e ao
aprimoramento do Siga;

IV - fornecer informações sobre os órgãos setoriais e seccionais ao órgão central do Siga; e

V - assessorar o órgão central do Siga na execução de suas competências.

Parágrafo único. Compete ao Arquivo Nacional, na qualidade de órgão central do Siga,


submeter as propostas de que trata o inciso I do caput, aprovadas pela Comissão de
Coordenação do Siga, à aprovação do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública.

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(VUNESP/Pref. Mun. Itapevi-SP/Analista Documental/2019) De acordo com o Decreto nº 4.073, de 3 de


janeiro de 2002, que regulamenta a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991,
a) o Arquivo Nacional é o órgão colegiado que tem por finalidade definir a política nacional de arquivos
públicos e privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção
especial aos documentos de arquivo.
b) compete ao CONARQ – Conselho Nacional de Arquivos estabelecer as diretrizes para o funcionamento do
Arquivo Nacional visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivos.
c) cabe ao Arquivo Nacional promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados com vistas ao
intercâmbio e à integração sistêmica das atividades arquivísticas.
d) o Sistema Nacional de Arquivos (SINAR) tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos
públicos e privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivo.
e) o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) tem como órgão central o Sistema Nacional de Arquivos
(SINAR) para implementar a racionalização das atividades arquivísticas, de forma a garantir a integridade do
ciclo documental.
Comentário:
Como vimos, o SINAR tem a finalidade de implementar a política nacional de arquivos públicos e privados,
política essa elaborada pelo Conarq.
Desta forma, a alternativa D é a correta e gabarito da questão.
As bancas adoram perguntar isso e, muitas vezes, invertem os papéis! Fique atento e veja abaixo a confusão
provocada pelo examinador nas outras alternativas!
A alternativa A atribui ao Arquivo Nacional competência do Conarq. Na B as competências estão
equivocadas. Na verdade, compete ao Conarq estabelecer diretrizes para o funcionamento do SINAR, mas
não do Arquivo Nacional. Na C, a competência elencada é do Conarq e não do Arquivo Nacional. E, por fim,
na E, novamente a banca inverte os papéis. O Conarq é o órgão central do SINAR e não o contrário.

(IADES/ALE-GO/Arquivista/2019) O formulador de políticas públicas de arquivo no Brasil é o


a) Ministério da Justiça.
b) Arquivo Nacional.
c) Ministério da Cultura.
d) Conselho Nacional de Arquivos.
e) Sistema Nacional de Arquivos.
Comentário:
Essa é uma ótima questão para exercitarmos os conceitos estudados.

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Vimos com profundidade que o responsável pela formulação de políticas públicas de arquivo no Brasil é o
Conarq. Isto é o que está estabelecido no artigo 1o do Decreto 4.073/2002. Vejamos: "O Conarq...tem por
finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer orientação
normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo". Desta forma, a
alternativa D é a correta e gabarito da questão.
Na alternativa A o examinador traz o Ministério da Justiça. Preste atenção! Entre 2011 e 2023 o Arquivo
Nacional e, portanto, o Conarq e o SINAR, estiveram submetidos ao Ministério da Justiça e da Segurança
Pública, porém, a geração de políticas públicas de arquivo é de competência do Conarq e não dos Ministérios
aos quais ele está vinculado. Não confunda!
Na alternativa B a mesma armadilha é colocada. Embora o Conarq seja criado no âmbito e de forma vinculada
ao Arquivo Nacional, cabe ao CONARQ e não ao Arquivo Nacional a elaboração de políticas públicas sobre
arquivos no Brasil.
A alternativa C sugere a vinculação do Arquivo Nacional ao Ministério da Cultura. Não procede. Durante
décadas o Arquivo Nacional foi vinculado ao Ministério da Justiça. Em 2000 passou a Casa Civil e voltou ao
Ministério da Justiça em 2011. A partir de 2023 passou a estrutura do Ministério da Gestão e da Inovação
em Serviços Públicos.
Finalmente, a alternativa E traz o SINAR. Lembre-se que a principal competência do SINAR é colocar em
prática ou implementar as políticas públicas elaboradas pelo Conarq. Relembre duas de suas principais
competências: I - promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos documentos na sua
esfera de competência, em conformidade com as diretrizes e normas emanadas do órgão central e II -
disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e normas estabelecidas pelo órgão central, zelando pelo
seu cumprimento.

(AOCP/UFPB/Arquivista/2019) Em relação ao Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo (SIGA),


assinale a alternativa INCORRETA:
a) O SIGA tem por finalidade integrar e coordenar as atividades de gestão de documentos de arquivo
desenvolvidas pelos órgãos setoriais e seccionais que o integram.
b) O Diretor-Geral do Arquivo Nacional deve compor a Comissão de Coordenação do SIGA como presidente.
c) Integram o SIGA: I - como órgão central, o Conselho Nacional de Arquivos; II - como órgãos setoriais, as
unidades responsáveis pela coordenação das atividades de gestão de documentos de arquivo nos Ministérios
e órgãos equivalentes; III - como órgãos seccionais, as unidades vinculadas aos Ministérios e órgãos
equivalentes.
d) Compete ao Órgão Central do SIGA orientar a implementação, a coordenação e o controle das atividades
e rotinas de trabalho relacionadas à gestão de documentos nos órgãos setoriais.
e) Compete aos Órgãos Setoriais do SIGA implantar, coordenar e controlar as atividades de gestão de
documentos de arquivo, em seu âmbito de atuação e de seus seccionais.
Comentário:
Como a questão pede a alternativa incorreta, ela é ótima para treinar os conceitos estudados. Vamos lá.
A alternativa A traz exatamente uma das principais competências do SIGA, ou seja, "integrar e coordenar as
atividades de gestão de documentos de arquivo desenvolvidas pelos órgãos setoriais e seccionais que o
integram".

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Na letra B o examinador alega que o Diretor Geral do Arquivo Nacional é o presidente da comissão de
coordenação do SIGA, o que também está correto e é o mesmo padrão seguido pelo Conarq.
A alternativa C possui uma pegadinha clássica. Logo no início diz que o órgão central do SIGA é o Conarq.
Atenção! Está errado. O órgão central, assim como no próprio Conarq é o Arquivo Nacional! Não se confunda.
O restante da alternativa está correto. A afirmativa C portanto é incorreta. Desta forma, a alternativa C é a
correta e gabarito da questão.
Na letra D o examinador traz competências do Arquivo Nacional, no papel de órgão central do SIGA. Está
correto.
Finalmente, na letra E fala-se das competências dos órgãos setoriais do SIGA, que também estão corretas
como vimos em aula.

(AOCP/UFPB/Arquivista/2019) A respeito do Arquivo Nacional e do Conselho Nacional de Arquivos


(Conarq), assinale a alternativa correta:
a) O Arquivo Nacional tem por finalidade definir a política nacional de arquivos, como órgão central de um
Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).
b) Compete ao Conarq a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder
Executivo Federal.
c) Compete ao Arquivo Nacional estabelecer diretrizes para o funcionamento do Sistema Nacional de
Arquivos (SINAR), visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivos.
d) Cabe ao Conarq dar o apoio técnico e administrativo ao Arquivo Nacional.
e) O Conarq tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer
orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo.
Comentário:
Conforme estudamos especialmente no item do Conarq, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.
O Conarq tem mesmo como principal função a elaboração das políticas públicas relacionadas a arquivos
públicos e privados no Brasil, assim como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à
proteção especial aos documentos de arquivo. Correta e gabarito.
Na alternativa A o examinador traz justamente a competência do Conarq (definir a política nacional de
arquivos) e a atribui ao Arquivo Nacional. Errada.
Na letra B a banca atribui ao Conarq a competência sobre a gestão e o recolhimento dos arquivos públicos
do Poder Executivo Federal. Quem recolhe esses documentos é o arquivo do órgão e não o Conarq.
A alternativa C traz uma competência do CONARQ que é atribuída ao Arquivo Nacional. Cabe ao Conarq
estabelecer diretrizes para o funcionamento do SINAR e não ao Arquivo Nacional.
Por último, na alternativa D o examinador afirma que cabe ao Conarq dar apoio técnico e administrativo ao
Arquivo Nacional quando a realidade é exatamente inversa. Reveja o art. 4º do Decreto 4.073/02 - "Caberá
ao Arquivo Nacional dar o apoio técnico e administrativo ao Conarq"

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (IADES/ALE-GO/Arquivista/2019) Aquilo que une os documentos de arquivo e lhes dá uma


característica que não é encontrada nos documentos de biblioteca e museu é a:
a) confiabilidade.
b) integridade.
c) completeza.
d) acessibilidade.
e) organicidade.

Comentários:

Essa questão é interessante pois o examinador traz conceitos e definições do Glossário de Documentos
Arquivísticos Digitais e as aplica a documentos de arquivos, museus e bibliotecas. Vamos a elas:

A alternativa A está incorreta. De acordo com o Glossário de Documentos Arquivísticos Digitais do Conarq,
"confiabilidade" é a "credibilidade de um documento arquivístico enquanto uma afirmação do fato. Existe
quando um documento arquivístico pode sustentar o fato ao qual se refere, e é estabelecida pelo exame da
completeza, da forma do documento e do grau de controle exercido no processo de sua produção". Dentro
desse contexto, tanto os documentos de arquivo como os de museu e biblioteca, em tese, têm a mesma
relação com a confiabilidade. Embora tenham formas de entrada diferentes e na maioria das vezes variem
em relação ao suporte, não há como diferenciá-los apontando níveis diferentes neste quesito.

A alternativa B está incorreta. Segundo o mesmo glossário, "integridade" é o "estado dos documentos que
se encontram completos e que não sofreram nenhum tipo de corrupção ou alteração não autorizada nem
documentada". Aplica-se aqui a mesma justificativa. Não é possível diferenciá-los com base na integridade.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o Glossário de Documentos Arquivísticos Digitais do Conarq,
"completeza" é o "atributo de um documento arquivístico que se refere à presença de todos os elementos
intrínsecos e extrínsecos exigidos pela organização produtora e pelo sistema jurídico-administrativo a que
pertence, de maneira a ser capaz de gerar consequências." Também não é o elemento que nos permite
diferenciar os documentos de arquivo dos documentos de museu e biblioteca.

A alternativa D está incorreta. Novamente, de acordo com o Glossário de Documentos Arquivísticos Digitais
do Conarq, "acessibilidade" é a "facilidade no acesso ao conteúdo e ao significado de um objeto digital".
Também não é o que procuramos para diferenciar os documentos em questão.

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A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Organicidade é um dos Princípios da Arquivologia e


pode ser definida como "a relação natural entre documentos de um arquivo em decorrência das atividades
da entidade produtora". Essa é uma característica de que apenas os documentos de arquivo dispõem e, de
fato, os diferencia dos documentos de museu e biblioteca.

2. (CESPE/PGE-PE/Assist. de Procuradoria/2019) A respeito de princípios e conceitos arquivísticos, julgue


o item a seguir. O vínculo arquivístico, um dos elementos principais para a distinção entre arquivo,
biblioteca e museu, é o inter-relacionamento existente entre os documentos acumulados pela mesma
atividade da organização.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
A afirmativa está CORRETA. Lembra quando falamos sobre o vínculo arquivístico em aulas anteriores? Pois
é. O conceito de vínculo arquivístico foi desenvolvido pela arquivologista italiana, radicada no Canadá,
Luciana Duranti, uma das maiores referências da área no mundo.
O vínculo arquivístico é um conceito na teoria arquivística referente à relação que cada registro arquivador
tem com os outros registros produzidos como parte da mesma transação ou atividade e localizados no
mesmo agrupamento.
É a base também do Princípio da Organicidade, que acabamos de ver na questão anterior, característica
típica dos documentos de arquivo e que os diferencia dos documentos de biblioteca e museu, como já
pudemos ver.

3. (AOCP/UFPB/Arquivista/2019) Relacione as colunas, que tratam sobre Arquivos, Bibliotecas e Centros


de Documentação, e assinale a alternativa com a sequência correta.
1. Arquivo.
2. Biblioteca.
3. Centro de Documentação.
( ) Reúne documentos por compra, doação, permuta ou recolhimento obrigatório de reproduções (de
documentos, por sua vez, múltiplos ou únicos), originados por fontes múltiplas.
( ) Frequentemente não reúne materialmente os documentos: referencia-os através de catálogos coletivos
ou similares.
( ) Reúne materiais de gama variável, oriundos de atividade funcional ou intelectual de instituições ou de
pessoas, produzidos no decurso de suas funções.
( ) O acervo é resultante da atividade cultural, seja ela a criação artístico-literária ou a pesquisa de
divulgação técnico-cientifica à humanística.
( ) Reúne organicamente os documentos. Seu acervo faz-se natural e cumulativamente.

a) 1 – 2 – 1 – 3 – 2.
b) 2 – 2 – 3 – 1 – 3.
c) 2 – 3 – 2 – 1 – 3.
d) 3 – 2 – 1 – 3 – 1.
e) 3 – 3 – 1 – 2 – 1.

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Comentários:

Antes de avaliarmos as alternativas, vamos verificar cada uma das características trazidas pela banca e quais
as suas correspondências:

Reúne documentos por compra, doação, permuta ou recolhimento obrigatório de reproduções (de
documentos, por sua vez, múltiplos ou únicos), originados por fontes múltiplas - cuidado pois o início se
parece com características de biblioteca porém, quando fala das reproduções, dá a pista que precisávamos
para entender que é o caso de centro de documentação, que também possuem múltiplas fontes como as
bibliotecas, o que contrasta ambos com a fonte única dos arquivos. Portanto 3-X-X-X-X.

Frequentemente não reúne materialmente os documentos: referencia-os através de catálogos coletivos ou


similares - essa é uma característica do centro de documentação que tem a alternativa de não ter os
documentos em formato físico. Lembre-se que o centro de documentação é um órgão colecionador e
referenciador, ou seja, pode ter reproduções ou referências virtuais dos documentos que se propõem a
organizar e disponibilizar. Temos então 3-3-X-X-X.

Reúne materiais de gama variável, oriundos de atividade funcional ou intelectual de instituições ou de


pessoas, produzidos no decurso de suas funções - a "dica" principal aqui é a produção com base no decurso
das funções da organização. Isso é característica típica de arquivo! 3-3-1-X-X.

O acervo é resultante da atividade cultural, seja ela a criação artístico-literária ou a pesquisa de divulgação
técnico-cientifica à humanística - agora temos característica típica de biblioteca, ou seja, um acervo
resultante de atividade cultural. Temos então: 3-3-1-2-X

Reúne organicamente os documentos. Seu acervo faz-se natural e cumulativamente - grupo de


características que diferenciam os arquivos, como já estudamos. Organicidade e produção natural e
cumulativa de seus documentos: 3-3-1-2-1.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

4. (VUNESP/CM Piracicaba-SP/Arquivista/2019) Levando-se em conta as diferenças existentes entre


arquivos, bibliotecas e museus, é correto afirmar:
a) a produção de documentos em museus tem finalidades administrativas, jurídicas, funcionais e legais.
b) a entrada dos documentos em arquivos é por compra, doação ou permuta de fontes múltiplas, como
ocorre com os museus.
c) o público-alvo dos museus, assim com o das bibliotecas, é o grande público, o pesquisador e o gestor dos
arquivos administrativos.
d) manuscritos, impressos, audiovisuais e exemplar único são encontrados nos arquivos.
e) fundos, coleções e documentos unidos pela proveniência (ou melhor, pelo conteúdo) são conjuntos
documentais típicos dos arquivos.

Comentários:

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A alternativa A está incorreta. Temos dois problemas com a alternativa. Em primeiro lugar museus não
produzem documentos e sim os colecionam. Em segundo, os fins de um museu são didáticos, culturais,
técnicos ou científicos, não correspondendo ao listado pelo examinador.

A alternativa B está incorreta. Como já estudamos o arquivo é um órgão receptor (recolhe naturalmente o
que produz a administração do órgão ao qual presta serviços). A este processo dá-se a denominação de
"recolhimento" ou "acessões" por transferência ou por depósito.

A alternativa C está incorreta. O público alvo dos museus está ligado ao seu posicionamento e ao que suas
dependências oferecem sob o ponto de vista de entretenimento e lazer. Especialmente o "gestor dos
arquivos administrativos" como é trazido pela banca, está fora desse universo.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Tanto manuscritos, como impressos, audiovisuais e
exemplar único são encontrados nos arquivos. Uma "dica" importante da alternativa é a menção a
exemplares únicos. Essa é uma característica que típica dos arquivos e que os diferencia especialmente das
bibliotecas.

A alternativa E está incorreta. Coleções não são conjuntos documentais típicos de arquivos, ao contrário de
fundos e documentos unidos pela proveniência que, sim, compõem os arquivos.

5. (INDEPAC/CM Guarujá-SP/Agente Legislativo/2018) Bibliotecas e arquivos possuem campos de


atuação bem definidos. Sendo assim, quanto à aquisição e custódia dos documentos nos arquivos, é
correto afirmar que:
a) os documentos existem em numerosos exemplares.
b) os documentos são colecionados de fontes diversas, adquiridos por compra ou doação.
c) a significação documental independe da relação que os documentos tenham entre si.
d) os documentos provêm tão só das atividades públicas ou privadas, servidas pelo arquivo.
e) os documentos são adquiridos unicamente com objetivos culturais.

Comentários:

Questão que aborda as principais características dos arquivos como órgãos de documentação. Vamos as
alternativas:

A alternativa A está incorreta. Nos arquivos, em regra os documentos possuem apenas um exemplar, com
poucas exceções.

A alternativa B está incorreta. Nos arquivos os documentos não são colecionados e também não são
adquiridos de fontes diversas. Arquivos tem fonte única: a organização da qual faz parte e que produz
documentos de forma natural e orgânica, de acordo com as suas atividades.

A alternativa C está incorreta. Os arquivos compartilham o Princípio da Organicidade, como já vimos. Diz o
princípio que a Organicidade deve ser considerada "a relação natural entre documentos de um arquivo em
decorrência das atividades da entidade produtora", ou seja, a significação documental está diretamente
ligada à relação que os documentos têm entre si e não independe dela, como diz a alternativa.

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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. É basicamente o que acabamos de falar. O arquivo
tem uma fonte única de geração de documentos que são justamente as atividades públicas ou privadas da
organização servida pelo arquivo.

A alternativa E está incorreta. Já vimos que os objetivos do arquivo são funcionais, administrativos e legais
e não culturais. Além disso, documentos de arquivos não são adquiridos pois os arquivos são órgãos
receptores.

6. (CESPE/IPHAN/Técnico/2018) A respeito das características de arquivos, bibliotecas e museus, julgue


o item que se segue. Os arquivos são órgãos receptores, enquanto bibliotecas e museus são
colecionadores.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
A afirmativa está CORRETA. É bom fixar esses conceitos pois isso cai com razoável frequência. Arquivos são
órgãos receptores e de fonte geradora única. Já bibliotecas e museus são órgãos colecionadores e possuem
múltiplos fornecedores.

7. (VUNESP/Pref. Itapevi-SP/Arquivologia/2019) De acordo com o Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de


2002, que regulamenta a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991,

a) o Arquivo Nacional é o órgão colegiado que tem por finalidade definir a política nacional de arquivos
públicos e privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção
especial aos documentos de arquivo.

b) compete ao Conarq – Conselho Nacional de Arquivos estabelecer as diretrizes para o funcionamento do


Arquivo Nacional visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivos.

c) cabe ao Arquivo Nacional promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados com vistas ao
intercâmbio e à integração sistêmica das atividades arquivísticas.

d) o Sistema Nacional de Arquivos (SINAR) tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos
públicos e privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivo.

e) o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) tem como órgão central o Sistema Nacional de Arquivos (SINAR)
para implementar a racionalização das atividades arquivísticas, de forma a garantir a integridade do ciclo
documental.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Quem tem a competência do estabelecimento da política nacional de arquivos
é o Conarq e não o Arquivo Nacional. Veja o que diz o Artigo 1o do Decreto: "O Conselho Nacional de Arquivos
- Conarq, órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro
de 1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer
orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo".

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A alternativa B está incorreta. Mais uma vez o examinador tenta confundir o candidato. De acordo com o
artigo 2o do mesmo Decreto, cabe ao Conarq "estabelecer diretrizes para o funcionamento do Sistema
Nacional de Arquivos - SINAR, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivos", e
não para o funcionamento do Arquivo Nacional. Note que a banca usa os artigos em sua literalidade, mas
troca os atores, misturando organismos documentais como o Arquivo Nacional, o CONARQ e o SINAR.

A alternativa C está incorreta. O mesmo recurso das anteriores. Dessa vez o examinador traz o artigo 3o do
Decreto, mas substitui Conarq (certo) por Arquivo Nacional (errado). De acordo com a Lei, compete ao
Conarq "promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados com vistas ao intercâmbio e à
integração sistêmica das atividades arquivísticas”.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O Decreto diz o seguinte em seu artigo 10o: "O SINAR
tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos públicos e privados, visando à gestão, à
preservação e ao acesso aos documentos de arquivo".

A alternativa E está incorreta. É exatamente o contrário. De acordo com o artigo 11 do Decreto: "O SINAR
tem como órgão central o Conarq”.

8. (CONSULPLAN/CM Belo Horizonte-MG/Arquivista/2018) Referente ao Sistema Nacional de Arquivos


(SINAR) previsto no Decreto nº 4.073, de 03 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei Federal nº
8159/1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Os arquivos das câmaras municipais integram o Sistema Nacional de Arquivo.

b) Os integrantes do SINAR seguirão as diretrizes e normas emanadas do Conarq.

c) O SINAR tem por finalidade estimular a integração e modernização dos arquivos públicos e privados.

d) Aos integrantes do SINAR compete garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanente.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Os arquivos municipais dos poderes Executivo e Legislativo integram o SINAR
de acordo com o Decreto, portanto a afirmativa está certa.

A alternativa B está incorreta. Em seu artigo 14, o Decreto literalmente diz que: "Os integrantes do SINAR
seguirão as diretrizes e normas emanadas do Conarq, sem prejuízo de sua subordinação e vinculação
administrativa”. Afirmativa está certa.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O Decreto 4.073/2002, lista as competências do


Conarq. Entre elas temos que compete ao Conarq: "estimular a integração e modernização dos arquivos
públicos e privados”. Dessa forma, essa é uma competência do Conarq e não do SINAR. Sendo assim, a
afirmativa está errada e a alternativa, correta.

A alternativa D está incorreta. Isso é exatamente o que diz o inciso IV do artigo 13 do Decreto. Cabe aos
integrantes do SINAR "garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanente”, ou seja,
afirmativa certa e alternativa errada.

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9. (AOCP/FUNPAPA/Aux. de Administração/2018) É o órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que tem por


finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer orientação
normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo.

a) CONARQ.

b) CONPDEC.

c) CONANDA.

d) CADE.

e) CODEFAT.

Comentários:

Essa é uma questão relativamente simples, que se refere novamente ao Decreto 4.073/2002 e que não pode
ser desperdiçada.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Já vimos que no artigo 1o do Decreto temos que: "O
Conselho Nacional de Arquivos - Conarq, órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26
da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e
privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos
documentos de arquivo", ou seja é a literalidade do que é perguntado. Tudo atribuído ao Conarq. Portanto,
alternativa correta.

A alternativa B está incorreta. O CONDPEC não é o órgão responsável por tais atividades de acordo com o
Decreto 4.073/2002.

A alternativa C está incorreta. O CONANDA não é o órgão responsável por tais atividades de acordo com o
Decreto 4.073/2002.

A alternativa D está incorreta. O CADE não é o órgão responsável por tais atividades de acordo com o Decreto
4.073/2002.

A alternativa E está incorreta. O CODEFAT não é o órgão responsável por tais atividades de acordo com o
Decreto 4.073/2002.

10. (FGV/ALE-RO/Analista Legislativo/2018) Sobre o Conselho Nacional de Arquivos – Conarq, órgão


colegiado que tem divulgado publicações técnicas, com o objetivo de disseminar conhecimento
arquivístico, analise as afirmativas a seguir.

I. É um órgão subordinado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão
central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).
II. É presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional, além de integrado por representantes de
instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas.

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III. Propõe ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de
interesse público e social de arquivos privados.

Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

Comentários:

Antes de avaliarmos as alternativas, vamos avaliar cada uma das afirmativas trazidas pelo examinador:

I. É um órgão subordinado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão
central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR) - atenção com esta afirmativa pois ela é parcialmente
correta. O Conarq é mesmo o órgão que definirá a política nacional de arquivos e é o órgão central do SINAR,
porém não está subordinado, mas sim VINCULADO, ao Arquivo Nacional. Portanto a afirmativa não está
correta.

II - É presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional, além de integrado por representantes de instituições
arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas - correto. O Diretor Geral do Arquivo Nacional é o presidente
do Conarq e, de acordo com o Decreto 4.073/2002, ele é integrado por representantes de instituições
arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas.

III - Propõe ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de
interesse público e social de arquivos privados - correto, mas em 2018, ou seja, antes das alterações no
Decreto 4.073/2002. Hoje compete ao Conarq “propor ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública
a declaração de interesse público e social de arquivos privados”, porém, antes da alteração era exatamente
o que propunha o inciso X do artigo 2o do Decreto 4.073/2002. Vejamos: "Compete ao Conarq propor ao
Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de interesse público
e social de arquivos privados".

Dessa forma, as afirmações II e III estão corretas (no cenário de 2018!). A alternativa D está correta e é o
gabarito da questão.

11. (CESPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito das políticas públicas de arquivo, julgue o item a seguir. O
Poder Judiciário Federal tem representatividade no Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), e seus
arquivos integram o Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).
a) Certo
b) Errado
Comentários:

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A afirmativa está CORRETA. Também de acordo com o Decreto 4.073/2002, o Poder Judiciário Federal tem
representatividade entre os membros conselheiros do Conarq (assim como o Executivo e o Legislativo) e
seus arquivos integram o SINAR (da mesma forma também os do Executivo e do Legislativo).

12. (COPEVE/UFMG/Técnico em Arquivo/2018) Numere a coluna II de acordo com a coluna I, associando


os órgãos às suas respectivas finalidades.

(1) Arquivo Nacional

(2) CONARQ

(3) SINAR

(4) SIGA

( ) Realizar a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo
Federal.

( ) Promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados com vistas ao intercâmbio e à


integração sistêmica das atividades arquivísticas.

( ) Estimular programas de gestão e de preservação de documentos públicos de âmbito federal, estadual,


do Distrito Federal e municipal, produzidos ou recebidos em decorrência das funções executiva, legislativa
e judiciária.

( ) Promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos documentos na sua esfera de


competência, em conformidade com as diretrizes e normas emanadas do órgão central.

( ) Garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades de administração pública federal, de forma ágil e segura,
o acesso aos documentos de arquivo e às informações neles contidas, resguardados os aspectos de sigilo
e restrições administrativas ou legais.

Assinale a sequência correta:

a) 1.2.2.3.4

b) 2.3.3.4.1

c) 1.2.3.4.1

d) 1.2.3.3.4

Comentários:

Antes de avaliar as alternativas, vamos avaliar afirmativa a afirmativa:

Realizar a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal -
competência do Arquivo Nacional. Lembre-se que, como estudamos, a função principal do Arquivo Nacional
é implementar e acompanhar a política nacional de arquivos definida pelo Conselho Nacional de Arquivos -
Conarq, por meio da gestão, do recolhimento, do tratamento técnico, da preservação e da divulgação do
patrimônio documental do País.

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Promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados com vistas ao intercâmbio e à integração


sistêmica das atividades arquivísticas - essa é uma das competências do Conarq, prevista no inciso II do artigo
2o do Decreto 4.073/2002.

Estimular programas de gestão e de preservação de documentos públicos de âmbito federal, estadual, do


Distrito Federal e municipal, produzidos ou recebidos em decorrência das funções executiva, legislativa e
judiciária - essa é mais uma das competências do Conarq, prevista no inciso V do artigo 2o do Decreto
4.073/2002.

Promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos documentos na sua esfera de


competência, em conformidade com as diretrizes e normas emanadas do órgão central - essa é uma das
competências do SINAR, prevista no inciso I do artigo 13 do Decreto 4.073/2002.

Garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades de administração pública federal, de forma ágil e segura, o
acesso aos documentos de arquivo e às informações neles contidas, resguardados os aspectos de sigilo e
restrições administrativas ou legais - essa é uma das competências do SIGA, prevista no inciso I do artigo 2o.
do Decreto 4.915/2003. que institui o SIGA - Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo.

Dessa forma, verificamos que as atividades acima estão atribuídas, pela ordem, a(o): Arquivo Nacional -
Conarq - Conarq novamente - SINAR - SIGA. Portanto temos 1-2-2-3-4.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

13. (AOCP/UNIR-RO/Arquivista/2018) A respeito das finalidades do Sistema Nacional de Arquivos – SINAR


–, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. Definir a política nacional de arquivos públicos
e privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção
especial aos documentos de arquivo.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
A afirmativa está ERRADA. Esta é a finalidade do Conarq. Veja o artigo 1o do Decreto 4.073/2002: “O
Conselho Nacional de Arquivos - Conarq, órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26
da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e
privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos
documentos de arquivo”.

14. (NC-UFPR/UFPR/Arquivista/2018) O Decreto nº 4.915, de 12 de dezembro de 2003, organiza sob a


forma de sistema, com a denominação de Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo (SIGA), as
atividades de gestão de documentos no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública
federal. Em relação aos seus integrantes, a função de órgão central é exercida:

a) pelo Ministério da Justiça.

b) pelo Conselho Nacional de Arquivos.

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c) pelo Arquivo Nacional.

d) pela Casa Civil da Presidência da República.

e) pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. O órgão central do SIGA, de acordo com o Decreto 4.915/2003 é o Arquivo
Nacional.

A alternativa B está incorreta. O órgão central do SIGA, de acordo com o Decreto 4.915/2003 é o Arquivo
Nacional.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o inciso I do artigo 3o do Decreto
4.915/2003, "Integram o SIGA: como órgão central, o Arquivo Nacional". Atenção aqui pois geralmente os
examinadores tentam fazer confusão com isso:

Conarq-> vinculado ao Arquivo Nacional

SINAR -> Conarq é órgão central

SIGA -> Arquivo Nacional é o órgão central

A alternativa D está incorreta. O órgão central do SIGA, de acordo com o Decreto 4.915/2003 é o Arquivo
Nacional.

A alternativa E está incorreta. O órgão central do SIGA, de acordo com o Decreto 4.915/2003 é o Arquivo
Nacional.

15. (COMPROV/UFGV/Assistente de Administração/2016) O Conselho Nacional de Arquivos - Conarq é um


órgão colegiado, que tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados,
vinculado ao Arquivo Nacional do(a):

a) Ministério do Planejamento.

b) Casa Civil da Presidência da República.

c) Presidência da República.

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d) Ministério da Justiça,

e) Sistema Nacional de Arquivos.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. O Arquivo Nacional esteve desde 2011 subordinado ao Ministério da Justiça
e da Segurança Pública. A partir de 2023 passou a se subordinar ao Ministério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos.

A alternativa B está incorreta. O Arquivo Nacional esteve desde 2011 subordinado ao Ministério da Justiça
e da Segurança Pública. A partir de 2023 passou a se subordinar ao Ministério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos. Antes disso sim, entre os anos 2000 e 2011, foi subordinado à Casa Civil.

A alternativa C está incorreta. O Arquivo Nacional esteve desde 2011 subordinado ao Ministério da Justiça
e da Segurança Pública. A partir de 2023 passou a s e subordinar ao Ministério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Lembre-se que é uma questão de 2016! Este é outro
tema com cai com razoável frequência e é simples, mas, às vezes, não parece intuitivo e passou por algumas
mudanças. O Arquivo Nacional está subordinado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública desde 2011,
por força do Decreto 7.430/2011. Vale lembrar que o Arquivo Nacional ficou décadas subordinado ao
Ministério da Justiça até que em 2000 sua subordinação foi transferida para a Casa Civil, onde ficou até 2011,
quando retornou ao Ministério da Justiça. A partir de 2023 passou a se subordinar ao Ministério da Gestão
e da Inovação em Serviços Públicos.

Ministério da Justiça -> até 2000

Casa Civil -> 2000 - 2011

Ministério da Justiça -> 2011 - 2023

Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos - 2023 em diante

A alternativa E está incorreta. O Arquivo Nacional esteve desde 2011 subordinado ao Ministério da Justiça e
da Segurança Pública. A partir de 2023 passou a se subordinar ao Ministério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos.

16. (CESPE/CNJ/Analista Judiciário Arquivologia/2013) Acerca de princípios e conceitos arquivísticos,


julgue o item a seguir. O aumento do volume documental, após a Segunda Guerra Mundial, foi um dos
motivos para a elaboração dos princípios e conceitos arquivísticos utilizados atualmente na
intervenção na realidade documental das organizações.
a) Certo
b) Errado
Comentários:

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A afirmativa está CORRETA. De acordo com José Maria Jardim, o nascimento da formulação do conceito de
gestão de documentos como conhecemos hoje iniciou-se no período da Segunda Guerra Mundial, época em
que o volume de documentos no âmbito das administrações públicas cresceu exponencialmente, havendo a
necessidade de racionalização e controle dessas grandes massas de documentos que passavam a ser
produzidas e acumuladas em arquivos.

17. (CESPE/FUB/Arquivista/2015) Julgue o item seguinte, relativo ao diagnóstico da situação arquivística


e à realidade arquivística brasileira. É correto afirmar que os arquivos brasileiros enfrentam limitações
com relação a recursos materiais e humanos.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
A afirmativa está CORRETA. Mais uma afirmativa que pode ser embasada pela obra do autor José Maria
Jardim. Segundo ele, em relação ao recolhimento dos documentos públicos produzidos, a atuação dos
arquivos públicos tem-se caracterizado pela passividade. Deficiências quantitativas e qualitativas de recursos
humanos, limitações de espaço físico, instalações físicas impróprias e a ausência de tecnologias adequadas
agravam este quadro.

18. (CESPE/MPOG/Arquivista/2015) Acerca da realidade arquivística brasileira, julgue o item a seguir. O


gerenciamento da informação nos arquivos públicos e nos serviços arquivísticos das organizações
governamentais é padronizado, com recursos materiais e tecnológicos que facilitam o processamento
técnico da informação.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
A afirmativa está ERRADA. Novamente de acordo com José Maria Jardim em seu artigo "A invenção da
memória nos arquivos públicos": “Seja nos arquivos públicos ou nos serviços arquivísticos dos órgãos
governamentais, a ausência de padrões de gerenciamento da informação, somada às limitações de recursos
humanos, materiais e tecnológicos, resulta em deficiências no processamento técnico".

19. (CESPE/MPOG/Arquivista/2015) Acerca da realidade arquivística brasileira, julgue o item a seguir. O


acesso do cidadão à informação dos serviços arquivísticos das instâncias organizacionais públicas, com
fins científicos ou de comprovação de direitos, é limitado devido a condições físicas e intelectuais dos
acervos.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
A afirmativa está CORRETA. Mais uma vez recorremos ao artigo acima de José Maria Jardim. Veja o que ele
escreve no item em que aborda os Arquivos Públicos no Brasil: "Por outro lado, as restrições de consulta e
as condições de acesso físico e intelectual dos arquivos limitam consideravelmente sua utilização pelo
administrador público e o cidadão. O acesso do cidadão à informação governamental com objetivos
científicos ou de comprovação de direitos mostra-se, portanto, extremamente limitado".

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GABARITO

1. E
2. CORRETA
3. E
4. D
5. D
6. CORRETA
7. D
8. C
9. A
10. D
11. CORRETA
12. A
13. ERRADA
14. C
15. D
16. CORRETA
17. CORRETA
18. ERRADA
19. CORRETA

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