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Autor:
Ricardo Campanario
26 de Março de 2023
Índice
1) Instituições Arquivísticas Brasileiras - AULA SIMPLIFICADA
..............................................................................................................................................................................................3
Órgãos de Documentação
Vamos começar esta aula falando sobre os Órgãos de Documentação: arquivos, bibliotecas, museus
e centros de documentação.
Note que todos eles ainda possuem a função de guarda como atividade principal, o pode ser
encarado como a maior semelhança entre eles.
Além disso, podemos assumir que recolher documentos, trata-los, transferi-los e difundir
informações é o objetivo convergente de todos esses órgãos.
Por outro lado, há alguns outros objetivos específicos de cada um que atualmente são
significativamente diferentes. E são justamente esses os mais cobrados pelas bancas.
Trago essa afirmativa da arquivista Bellotto pois ela possui conceitos importantes. Note que a
estudiosa chama a atenção para o uso de mecanismos técnicos completamente distintos por cada um dos
órgãos. Essa é uma das maiores diferenças que vamos estudar entre os diferentes órgãos de documentação.
Bellotto chama ainda atenção para o campo de investigação, exclusivo para cada um dos órgãos,
assim como para o papel comum de todos eles, ou seja, a importância que representam para a sociedade
em relação ao seu processo social, cultural e administrativo e seus objetivos convergentes de recolher
documentos, trata-los, transferi-los e difundir informações.
Definições básicas
Feita esta pequena introdução, vamos começar a definir cada um dos órgãos de documentação. Isso
cai muito em prova e é simples. Basta ter alguma intimidade com os conceitos para faturar alguns pontinhos
em prova.
Vou aqui utilizar as definições propostas por Marilena Leite Paes que, em geral, são as mais utilizadas
pelas bancas. Atenção!
Preste atenção à definição de arquivo e lembre-se do que já estudamos nas aulas anteriores. Arquivo
possui diversas definições. Vamos lembrar das 4 principais, que constam no DBTA:
Perceba que neste momento estamos falando da definição em negrito, a número 2. Já falamos sobre
isso. Para responder questões sobre o termo "arquivo" na prova, sempre preste atenção ao contexto antes
de assinalar qualquer alternativa.
Perceba ainda que a definição número 2 do DBTA é muito parecida com a trazida por Marilena Leite
Paes. Ambas falam sobre a atividade de custódia/acumulação de documentos e a conservação/preservação
destes documentos, para o atingimento de objetivos futuros.
sobre seus respectivos acervos. Essa é literalmente uma das alternativas. Dessa forma a alternativa B é a
correta e gabarito da questão.
As demais alternativas trazem funções ou atividades referentes a apenas um ou alguns dos órgãos de
documentação e que, nem sempre, podem ser considerados os objetivos destes órgãos. Vejamos:
As alternativas A, C e D falam da digitalização ou disponibilização online de catálogos do acervo. Isso aplica-
se certamente a bibliotecas e centros de documentação, podendo também ser aplicado a museus e mesmo
arquivos, porém, certamente não é o objetivo desses órgãos.
Pode ser considerada uma atividade meio, ou seja, uma atividade que dá apoio à consecução das atividades-
fim de uma instituição. Também chamada atividade mantenedora (mais uma definição do DBTA!).
Por último, a alternativa E fala de atividades típicas de arquivo, que não se aplicam a museus, bibliotecas e
centros de documentação que não seguem, nenhum deles, a rotina de eliminação documental.
A alternativa B fala de "coleção". Isso ficará ainda mais claro ao longo da aula, mas, desde já, é bom
combinarmos que quem "coleciona" é a biblioteca e nunca o arquivo, que, sim, "acumula". Essas são as
palavras corretas para um e outro e isso cai demais em prova!
Por fim a alternativa D fala em "numerosos exemplares". Essa é uma outra forma de diferenciar os órgãos
de documentação como veremos mais adiante. Uma biblioteca geralmente trabalha com múltiplos
exemplares de seus documentos, já um arquivo não. Essa é a regra, portanto, não caia nessa pegadinha da
banca.
Veremos adiante que o que determina a condição de um documento como sendo de arquivo,
biblioteca, museu ou centro de documentação é a razão de sua origem e de seu emprego e não o suporte
sobre o qual está constituído.
Dessa forma, a maneira pela qual se origina o acervo em questão e o tipo de documento a ser
preservado são fundamentais para essa definição:
- um impresso ou audiovisual resultante de atividade cultural e técnica ou científica, seja ela criação
artístico-literária, pesquisa ou divulgação -> documento de biblioteca
- material de gama variável desde que seja oriundo de atividade funcional ou intelectual de
instituições ou pessoas e produzido de forma natural e relativa à suas funções -> documento de
arquivo
Por último, os centros de documentação, no que se refere tanto a origem como aos fins (emprego)
de seus documentos, representam o agrupamento de tudo que foi acima discutido.
Como podem ser definidos também como a "transposição das informações primárias para outros
recursos", segundo Heloísa Bellotto, os centros de documentação acabam absorvendo todas as
características das demais instituições.
Sendo assim, têm como finalidade informar com objetivos cultural, científico, funcional ou jurídico,
conforme a natureza do material reproduzido ou referenciado. Note que é uma mescla dos fins estudados
(culturais e científicos - bibliotecas / administrativos e jurídicos - arquivos), assim como mistura também
diferentes origens de materiais.
Origens
De acordo com a origem de seus documentos, veja abaixo como cada um dos órgãos de
documentação pode ser caracterizado:
Arquivo - produzidos por entidade público ou privada ou por família ou pessoa no desempenho de
suas funções naturais, gerando relação orgânica entre esses documentos (lembre-se dos Princípios da
Organicidade e da Cumulatividade, já estudados nesse curso). Surgem basicamente por motivos funcionais
administrativos e legais. Devem provar ou testemunhar alguma coisa e podem ser manuscritos, impressos
ou audiovisuais. Em geral são exemplares únicos produzidos sobre formas e suportes variados.
Biblioteca - resultam de criação artística ou pesquisa. Material que informa para instruir ou ensinar
nos campos científico, humanístico, filosófico, etc. Documentos são geralmente gráficos (impressos,
manuscritos, mapas, plantas, etc.) ou audiovisuais. Forma usual é, além de impressa, múltipla (muitos
exemplares, ao contrário dos arquivos). São mais acessíveis e mais conhecidos pelo grande público.
==28d7ae==
Centro de Documentação - são geralmente reproduções ou referências virtuais que podem prover
de bibliotecas, museus ou arquivos. Material sonoro, gravado ou em suporte eletrônico também é
característico deste órgão de documentação.
Formas de Entrada
Arquivo - é um órgão receptor (recolhe naturalmente o que produz a administração do órgão ao qual
presta serviços). Documentos do acervo são reunidos de acordo com origem e função. Seus objetivos
primários são jurídicos, funcionais e administrativos; secundários são culturais e de pesquisa histórica. Sua
fonte geradora é única: a própria organização ou a pessoa ligada ao arquivo. A este processo dá-se a
denominação de "recolhimento" ou "acessões" por transferência ou por depósito. O arquivista avalia todo
este material.
Biblioteca - é um órgão colecionador (reúne artificialmente o material que surge e interessa a sua
especialidade). Unidades reunidas pelo conteúdo (assunto). Possui objetivos culturais, técnicos e científicos
e múltiplos fornecedores (livrarias, editoras, gráficas, etc.). Já a este processo dá-se o nome de "aquisições",
ou seja, compras, doações e permutas. O bibliotecário seleciona e classifica o material.
Indo além, arquivos não possuem inúmeros exemplares. Essa é uma característica de bibliotecas (na A); suas
peças não possuem finalidade artística, o que pode acontecer em bibliotecas e museus (alternativa B) e seus
itens também não são descartáveis ou reproduzíveis (letra D), visto estarem revestidos de seu caráter único,
além de só poderem ser eliminados após complexo processo de avaliação e eliminação documental.
2) conteúdo exclusivamente formado por documentos produzidos e/ou recebidos: está ok. Lembre-se que
esta é mesmo a forma de recebimento de documentos de um arquivo, que é um órgão receptor (recolhe
naturalmente o que produz a administração do órgão ao qual serve), ao contrário de bibliotecas, museus e
centros de documentação que são órgãos colecionadores, como acabamos de estudar. Está correto.
3) origem no desempenho das atividades que o geraram - certo. Arquivos tem seus documentos natural e
organicamente gerados pelas atividades relacionadas a função da organização da qual faz parte. Princípio da
Organicidade, não se esqueça! Correta.
4) natureza organizacional e operacional: esta é um pouco mais complexa. A natureza é na verdade orgânica,
como vimos acima e não organizacional. O conceito "operacional" também não é o melhor a esta altura.
Deveria ser usado o conceito "funcional" para arquivo. Dessa forma arquivos tem documentos que são
gerados de maneira orgânica e funcional e não organizacional e operacional. Errada.
5) caráter orgânico: perfeito. É exatamente o ponto que exploramos em algumas das afirmativas acima.
Correta.
Desta forma temos as afirmativas 2, 3 e 5 como corretas. A alternativa D é a correta e gabarito da questão.
Processamento Técnico
Em relação ao tratamento documental (ou técnico), veja abaixo as principais variações entre os
métodos empregados pelos órgãos de documentação:
Arquivo - tratamento técnico não é realizado por unidade, mas por séries documentais, que formam
agrupamentos lógicos e orgânicos dentro dos diferentes fundos. Nos arquivos usam-se as técnicas de
registro, arranjo (de acordo com a proveniência) e descrição (constituindo agregado de peças, diferente da
biblioteca e sua abordagem descritivo individual), gerando guias, inventários, catálogos, etc.
Biblioteca - tratamento documental é feito peça por peça, de forma isolada. Usa-se os métodos de
tombamento, classificação e catalogação descritiva por meio de fichários e de sistemas lógicos pré-
determinados, ao contrário dos arquivos que tem abordagem orgânica e funcional.
Museu - tratamento documental também é feito peça por peça. Assim como nas bibliotecas, usa-se
as técnicas de tombamento e de catalogação, com o uso de inventários e catálogos.
Centro de Documentação - tratamento varia de acordo com a natureza do material. Dessa forma,
usa-se, portanto, praticamente todas as técnicas listadas: tombamento, classificação e catalogação, com o
uso de fichários ou computador.
Públicos
Em relação aos principais públicos usuários, cada um dos órgãos de documentação também tem as
suas características:
Arquivo - enquanto nos períodos da primeira e segunda idade (arquivos corrente e intermediário),
tem seu público composto pelo administrador e demais produtores do documento dentro da organização,
além de profissionais jurídicos, pesquisadores ou cidadãos. Já no período da terceira idade (arquivo
permanente), o público passa a ser composto majoritariamente por historiadores ou profissionais cujas
funções estejam relacionadas com o material disponível.
Biblioteca - é o órgão que possui a audiência mais estendida. Atende a pesquisadores (acadêmicos e
professores) e o grande público, que vai dos estudantes ao cidadão comum.
Museu - possui o público ligado ao seu posicionamento e ao que suas dependências oferecem sob o
ponto de vista de entretenimento e lazer.
Centro de Documentação - público composto basicamente por pesquisadores que buscam os mais
variados tipos de documentos em diferentes suportes, respeitando a especialização do centro.
Visto tudo isso, conclui-se, de acordo com Heloisa Bellotto, que "arquivos, bibliotecas,
centros de documentação e museus têm, portanto, fronteiras bem definidas. Não devem
ser confundidos nem quanto à documentação que guardam, nem quanto ao trabalho
técnico que desenvolvem a fim de organizar seus acervos e de transferir e disseminar
informação. Sendo instituições públicas ou particulares preocupadas com a transmissão
cultural e com a custódia e a divulgação de informações técnicas e científicas, possuem,
cada uma, per si, um espaço social próprio e independente no qual devem agir".
Trago o quadro abaixo para tentar esquematizar as principais diferenças entre cada um dos órgãos de
documentação
CENTRO DE
ARQUIVO BIBLIOTECA MUSEU
DOCUMENTAÇÃO
TIPO DE Manuscritos, Impressos, Objetos Audiovisuais
SUPORTE impressos, manuscritos, bi/tridimensionais, (reproduções) ou
audiovisuais, audiovisuais, exemplar único virtual, exemplar
exemplar único exemplares único ou múltiplo
múltiplos
TIPO DE Fundos; Coleção; Coleção; Coleção; documentos
CONJUNTO documentos documentos unidos documentos unidos pelo conteúdo
unidos pela pelo conteúdo unidos pelo
proveniência conteúdo ou pela
(origem) função
PRODUTOR Máquina Atividade humana Atividade Atividade humana
administrativa individual ou humana, a
coletiva natureza
FINS DE Administrativos, Culturais, científicos, Culturais, Científicos
PRODUÇÃO jurídicos, técnicos, artísticos, artísticos,
funcionais e educativos funcionais
legais
OBJETIVO Provar, Instruir, informar Informar, entreter Informar
testemunhar
ENTRADA DOS Passagem Compra, doação, Compra, doação, Compra, doação,
DOCUMENTOS natural de fonte permuta de fontes permuta de fontes pesquisa
geradora única múltiplas múltiplas
PROCESSMENTO Registro, Tombamento, Tombamento, Tombamento,
TÉCNICO arranjo, classificação, catalogação: classificação,
descrição: guias, catalogação: inventários, catalogação: fichários
inventários, fichários catálogos ou computador
catálogos, etc.
PÚBLICO Administrador e Grande público e Grande público e Pesquisador
pesquisador pesquisador pesquisador
Quadro adaptado de "Arquivos Permanentes - Tratamento Documental" - Bellotto, Heloísa.
Vamos a mais uma questão para explorar os conceitos estudados até aqui.
especificamente por uma razão e dentro de um contexto. Dessa forma a alternativa B é a correta e gabarito
da questão.
Na alternativa C o examinador alega que documentos de arquivo entram nas instituições por meio de
compra, doação ou permuta. Errado! Essas são as características da biblioteca ou do museu. Os arquivos
possuem fonte geradora única: a própria organização ou a pessoa ligada ao arquivo. A este processo dá-se a
denominação de "recolhimento" ou "acessões" por transferência ou por depósito.
A alternativa D fala em caráter contingente, o que está fora do escopo para todos os órgãos.
Por fim, a alternativa E diz que os documentos de arquivo devem ser abordados a partir do seu conteúdo, o
que também não procede já que vimos que esses documentos são abordados de acordo com a sua
proveniência. Vejamos o que estudamos (na tabela acima) no item que tratava do Tipo de Conjunto dos
órgãos: nos arquivos os documentos são tratados como fundos, ou seja, são unidos pela proveniência
(origem), ao contrário dos demais órgãos nos quais os documentos são sim tratados pelo conteúdo.
Organismos Arquivísticos
Após falarmos sobre cada um dos órgãos de documentação, vamos agora estudar os chamados
organismos arquivísticos.
Mas você pode estar perguntando nesse momento: "O que são esses organismos arquivísticos e quais
as diferenças entre eles e os órgãos de documentação, já que os nomes são parecidos?!". Pois é, são nomes
parecidos mesmo, mas são bastante diferentes em relação aos seus papéis.
Enquanto os órgãos de documentação, como acabamos de ver, são os órgãos que recolhem (recebem
ou colecionam) documentos, tratam, transferem e difundem informações, dividindo-se em arquivos,
bibliotecas, museus e centros de documentação, os organismos arquivísticos são instituições que regulam,
monitoram e normatizam a atividade arquivística nos ambientes que estão sob sua jurisdição.
Alguns exemplos que talvez você já tenha ouvido falar são o Arquivo Nacional, o CONARQ, o SINAR
e o SIGA. Conhece algum deles? Se não conhece, não há problema. Estudaremos com calma cada um deles
logo adiante, mas, antes disso, vamos conhecer um pouco do contexto arquivístico brasileiro e em seguida
estudamos todos esses organismos. Vamos lá.
Após cerca de três décadas tentando criar no Brasil uma legislação específica arquivística, em
08/01/1991 foi finalmente promulgada a Lei 8.159/91 que dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos e privados. É a chamada Lei Nacional dos Arquivos, um marco na arquivística nacional, a partir do
momento que estabelece as responsabilidades do Poder Público em relação a gestão documental e a
proteção especial a documentos de arquivos, assim como disciplina inúmeros outros conceitos,
responsabilidades e competências no cenário arquivístico brasileiro.
Atenção, pois, a Lei 8.159/1991 apresenta uma ótima relação custo-benefício em seu processo
de estudos! Ela tem apenas 28 artigos e tudo que está nela costuma cair em prova! Não deixe de
estudá-la e revisá-la na véspera de sua prova de Arquivologia. A chance de ter uma pergunta
cuja resposta está na Lei é altíssima!
Já falamos um pouco sobre a Lei 8.159/91 nas aulas anteriores e falaremos ainda mais quando
chegarmos as aulas de legislação arquivística, mas, por enquanto, é importante saber que a Lei atribuiu ao
Conarq (Conselho Nacional de Arquivos), a responsabilidade por definir a política nacional de arquivos
como órgão central do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).
Veremos um pouco mais adiante que o Decreto 10.148/2019 cria um pequeno conflito em relação a
essa definição mas, por enquanto, fiquemos com ela. O mais importante é você gravar que o Conarq define
a política nacional de arquivos e é o órgão central do SINAR - Sistema Nacional de Arquivos. Essas duas
referências caem muito em prova!
Ainda em relação à normatização, em 2023 vem o Decreto 11.345/2023, que também traz alterações
significativas em relação a estrutura e gestão dos organismos arquivísticos. Tudo isso será abordado mais
adiante.
Segundo Marilena Leite Paes, a criação do Conarq foi "um grande passo para o estabelecimento de
uma eficiente rede de arquivos públicos e privados, que possibilitará o aperfeiçoamento das instituições, a
simplificação e a racionalização de procedimentos...", entre outros benefícios que exploraremos mais
adiante.
Bem, acabamos de ver no tópico anterior que o Conarq é o principal responsável pela elaboração
das políticas públicas relacionadas a arquivos no Brasil.
Isso consta no artigo 1o do Decreto 4.073/2002, que é o Decreto que regulamenta a Lei 8.159/91. O
Decreto 4.073/2002, porém, foi recentemente alterado pelo Decreto 10.148/2019. Vejamos a nova redação
de seu primeiro artigo:
Aqui é importante salientar a diferença entre as duas redações pois isso costuma ser muito cobrado
e, justamente agora, como temos um conflito normativo, é possível que as bancas explorem essa
complexidade.
O Decreto 4.073/2002 dizia que o Conarq era um "órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional”.
Isso é exatamente o que diz a Lei 8.159/1991, que diz que o Conarq é “órgão vinculado ao Arquivo Nacional,
que definirá a política nacional de arquivos”. Nesse contexto veio o Decreto 10.148/2019 que redefine o
Conarq como “órgão colegiado instituído no âmbito do Arquivo Nacional”. Note que o novo Decreto não
menciona mais que o Conarq é um órgão “vinculado” ao Arquivo Nacional, mas sim “instituído no âmbito do
Arquivo Nacional”.
Chamo atenção desse tema pois, embora muito específico, sempre foi um tema cobrado pelas bancas e que
pode gerar confusão ao aluno. A partir de agora, se a banca não fizer qualquer referência ou citar a Lei
8.159/1991, o Conarq continua sendo “vinculado” ao Arquivo Nacional, porém, caso cite o Decreto
10.148/2019, o Conarq passa a ser “instituído no âmbito do Arquivo Nacional” e não mais vinculado.
Cuidado!!
Desde sua criação, o Conarq (que deve funcionar "junto" ao Arquivo Nacional, conforme norma
vigente) tem disponibilizado ao mercado e aos diversos órgãos de documentação do país um robusto
conjunto de normas que regulam matérias arquivísticas sobre diversos temas relativos à gestão, à
preservação e ao acesso aos documentos públicos.
Agora vamos olhar as principais funções e papéis do Conarq. Vale lembrar que o Decreto
11.345/2023 mantém as competências do Conarq. Vejamos:
Além dos papéis de definidor de políticas e normativas, como já vimos, o Conarq promove ações
técnico-científicas, como seminários e cursos, por intermédio de suas Câmaras Técnicas e Setoriais, e
Comissões Especiais, constituídas por especialistas da área arquivística e de outras áreas do conhecimento
como ciência da informação, biblioteconomia, tecnologia da informação, administração e direito.
Finalmente, o Conarq, como uma das principais fontes de informação sobre arquivos, padrões e
melhores práticas arquivísticas, produz e divulga um amplo repertório de publicações técnicas, com o
objetivo de disseminar conhecimento arquivístico.
Após a sua criação em 1991, por meio da Lei 8.159, foi regulamentado em 2002 por meio do Decreto
4.073/02, vejamos todas as suas competências previstas neste mesmo Decreto em seu Artigo 2o (já
atualizado com a nova redação trazida pelo Decreto 10.148/2019):
XIV - manter, por meio do Arquivo Nacional, intercâmbio com outros colegiados e
instituições, cujas finalidades sejam relacionadas ou complementares às suas, para prover
e receber elementos de informação e juízo, conjugar esforços e encadear
ações; (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
XVI - propor a celebração, por meio do Arquivo Nacional, de acordos, convênios, parcerias
e termos de cooperação técnica com órgãos e entidades públicas e privadas em matéria de
interesse mútuo; e (Incluído pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Mais algumas alterações que precisamos prestar atenção a esta altura, todas provocadas pelo
Decreto 10.148/2019 e que podem ser cobradas em prova justamente pelo seu ineditismo. Preste atenção
aqui pois se você já estuda faz algum tempo, pode estar defasado em relação as novas competências. Vamos
analisar duas alterações que têm probabilidade de serem cobradas pois eram textos explorados pelas bancas
com frequência em seu formato anterior:
Inciso III - a redação antiga dizia que competia ao Conarq propor ao Ministro de Estado da
Justiça normas legais necessárias ao aperfeiçoamento e à implementação da política
nacional de arquivos públicos e privados. A nova redação diz que cabe ao Conarq, propor
ao mesmo Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública atos normativos (e não
normas legais) necessários ao aprimoramento e à implementação da política nacional de
arquivos públicos e privados.
O Conselho é presidido pelo diretor geral do Arquivo Nacional e possui membros conselheiros,
representantes dos 3 Poderes Federais, de instituições de ensino e pesquisa, dos Arquivos Públicos Estaduais,
Distrital e Municipais, de associações de arquivistas, entre outras entidades representadas.
Mais uma vez, observe uma alteração que vale a pena ser salientada, novamente provocada pelo
Decreto 10.148/2019 e que pode ser cobrada em prova.
Inciso III - a redação antiga previa dois representantes do Poder Judiciário Federal no
Conarq. Na nova redação, a representatividade caiu para apenas um, embora o Executivo
e o Legislativo continuem com dois. Preste atenção pois não é algo intuitivo...
Para agilizar a operacionalização do SINAR (veremos mais detalhes abaixo), podem ser criadas
diversas comissões e câmaras técnicas para a elaboração de estudos e normatizações necessárias a áreas
específicas do cenário de arquivologia brasileiro. Isso está estabelecido no caput do artigo 7o do Decreto.
Vejamos:
Por fim, vale lembrar que o Conarq até 2023 esteve vinculado a estrutura do Ministério da Justiça e
da Segurança Pública, porém, com a publicação do Decreto 11.345/2023 ele passa a fazer parte da estrutura
do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (assim como o Arquivo Nacional), e não mais
do Ministério da Justiça, aonde estava acomodado até o início de 2023. Vejamos:
IV - entidades vinculadas:
...
O art. 26 da Lei nº 8.159/91, criou o Conselho Nacional de Arquivos - Conarq e também institui o
Sistema Nacional de Arquivos - SINAR, cuja competência, organização e funcionamento também estão
regulamentados pelo Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002.
Note que, de acordo com esse dispositivo legal, em seu artigo 10o., o SINAR tem por finalidade
implementar a política nacional de arquivos públicos e privados, visando à gestão, à preservação, e ao
acesso aos documentos de arquivo. Isso é o que é mais cobrado em prova sobre o SINAR: implementar a
política nacional de arquivos. Vejamos o que diz o Decreto 4.073/2002:
Art. 10. O SINAR tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos
públicos e privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de
arquivo.
De acordo com o Artigo 12 do Decreto 4073/2002, integram o SINAR o Arquivo Nacional, os arquivos
do Poder Executivo Federal, os arquivos do Poder Legislativo Federal, os arquivos do Poder Judiciário
Federal, os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os arquivos do Distrito Federal
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo.
Para ficar mais fácil, grave que todos os arquivos de qualquer poder (Legislativo, Executivo
e Judiciário) e de qualquer dimensão (Federal, Estadual, Distrital ou Municipal) fazem parte
do SINAR. Atenção, pois, só há uma exceção e ela costuma cair em prova: o Judiciário
Municipal. Fácil entender o motivo, correto? Isso. Ele não existe... Não há Judiciário
Municipal e, obviamente, ele não pode fazer parte do SINAR.
I - o Arquivo Nacional;
Todos esse integrantes devem seguir as diretrizes e normas emanadas do CONARQ, sem prejuízo de
sua subordinação e vinculação administrativa. Lembre-se que o Conarq define as políticas e o SINAR
implementa!
Outro ponto muito cobrado em prova é o artigo 11 do Decreto, que estabelece o Conarq como órgão
central do SINAR. Fique atento abaixo:
Por fim, o artigo 13 do mesmo Decreto 4.073/2002, lista as competências do Sistema Nacional de
Arquivos - SINAR. Vejamos na sequência. Esse foi o único artigo do Decreto 4.073/2002 alterado pelo Decreto
10.148/2019 (inciso XII), no que diz respeito ao SINAR:
Arquivo Nacional
O Arquivo Nacional foi afetado recentemente por importantes alterações legislativas que afetam sua
estrutura de governança e lista de competências.
De acordo com o Decreto 11.345/2023 o Arquivo Nacional (assim como o Conarq) agora fazem parte
da Estrutura do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e não mais do Ministério da Justiça,
aonde estava acomodado até o início de 2023. Vejamos:
...
...
h) Arquivo Nacional;
IV - entidades vinculadas:
...
Desta forma, relembrando o histórico dessas transições (é um tema bastante cobrado pelas bancas),
a estrutura arquivística nacional está a partir de 2023 subordinada ao Ministério da Gestão e da Inovação
em Serviços Públicos. Antes disso esteve subordinada ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública (entre
2011 e 2023), por força do Decreto 7.430/2011. Antes disso o Arquivo Nacional ficou décadas subordinado
ao Ministério da Justiça até que em 2000 sua subordinação foi transferida para a Casa Civil, onde ficou até
2011 quando retornou ao Ministério da Justiça:
Atenção pois o Arquivo Nacional não faz parte do Ministério da Cultura. É muito comum o
examinador fazer essa troca! E nem está mais na estrutura do Ministério da Justiça em
função da recente mudança que vimos acima.
Note que a reorganização estrutural que leva o Arquivo Nacional para a estrutura de outro Ministério
em 2023 traz alguns conflitos normativos como a do inciso II acima, que continua recomendando a
proposição de atos normativos ao Ministério da Justiça, a quem o órgão se vinculava anteriormente. Fique
de olho pois tais ajustes normativos devem ser feitos a qualquer momento!
Ainda mais recentemente o Decreto 11.345/2023 traz novas competências ao Arquivo Nacional, que
agora precisam ser observadas em conjunto com as trazidas pelo Decreto 10.148/2019. Confira a seguir:
Note que, desde essa época, já havia o interesse das sociedades em guardar seus documentos mais
importantes - que registravam sua história, sua evolução e direitos e deveres da sociedade e de cidadãos -
em locais específicos, públicos e revestidos de simbolismo.
Vale lembrar também que, ao longo de muito tempo, os documentos adquiriam autenticidade com
base no local onde eram depositados. Isso é muito importante. Muitos documentos, independentemente de
serem ou não autênticos, ganhavam credibilidade em função do local de depósito.
Lembre-se que foi isso que despertou o pensamento crítico em relação a documentos que conferiam
inúmeros benefícios e privilégios, sobretudo à igreja e a nobreza, o que incentivou o surgimento de
disciplinas que objetivavam de fato determinar se o documento era autêntico ou não, como por exemplo a
Diplomática e a Paleografia.
Conto tudo isso pois essa foi a origem dos arquivos nacionais e dos grandes arquivos públicos em
todo o mundo.
Aqui no Brasil, o Arquivo Nacional, criado em 1838, está sediado no Rio de Janeiro e é o órgão central
do Sistema de Gestão de Documentos de Arquivos-SIGA, da administração pública federal, integrante da
estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública, tudo isso de acordo com o Decreto 4.915/2003 em
seu artigo 3o
De acordo com a Lei 8.159/1991 em seu artigo 18, compete ao Arquivo Nacional a gestão e o
recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e
facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política nacional de
arquivos.
Documentos do Legislativo e do Judiciário Federal não são recolhidos ao Arquivo Nacional, mas sim
aos Arquivos Federais dos Poderes Legislativa e Judiciário, respectivamente. Vejamos o que diz a Lei
8.159/1991 a respeito do tema:
Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo Nacional poderá criar
unidades regionais.
Já de acordo com o artigo 4o. do Decreto 4.073/02, caberá ao Arquivo Nacional dar o apoio técnico e
administrativo ao CONARQ.
Tudo isso visa garantir o pleno acesso à informação, apoiar as decisões governamentais de caráter
político-administrativo, o cidadão na defesa de seus direitos e incentivar a produção de conhecimento
científico e cultural.
No ano de 1980 têm início o Programa de Modernização do Arquivo Nacional, bem como a retomada
das relações técnicas com os órgãos e entidades da administração pública federal. Essas ações permitiram
delinear uma política arquivística para o governo federal.
Na década de 1990 é concebido o Sistema Federal de Arquivos do Poder Executivo – SIFAR, como a
primeira tentativa de articulação sistêmica das atividades de gestão de documentos, que entre os anos
de 2000 e 2001 foi aperfeiçoado, passando a ser denominado Sistema de Gestão de Documentos e
Informações – SGDI, do Poder Executivo Federal.
Após esse momento, estudos e proposições são elaboradas visando à concretização do Sistema de
Gestão de Documentos, o que resulta na edição do Decreto 4.915/03, que cria o Sistema de Gestão de
Documentos de Arquivo - SIGA, da administração pública federal, organizando, sob a forma de sistema, as
atividades de gestão de documentos de arquivo no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública
Federal.
Já de acordo com o artigo 2º do Decreto 4.915/03, tome nota das principais competências do SIGA.
Veja que o Decreto 4.915/2003 também foi sensivelmente alterado pelo Decreto 10.148/2019:
VII - articular-se com os demais sistemas que atuam direta ou indiretamente na gestão da
informação pública federal; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.148, de 2019)
Ainda de acordo com o artigo 3º do mesmo Decreto, o Arquivo Nacional exerce a função de Órgão
Central do SIGA e as unidades responsáveis pela coordenação das atividades de gestão de documentos e
arquivos nos órgãos e nas entidades da administração pública federal exercem a função de Órgãos Setoriais.
Por fim o Decreto 10.148/2019 cria a Comissão de Coordenação do SIGA, com as seguintes
competências:
CAPÍTULO I
III - monitorar a aplicação das normas e seus resultados, com vistas à modernização e ao
aprimoramento do Siga;
Vimos com profundidade que o responsável pela formulação de políticas públicas de arquivo no Brasil é o
Conarq. Isto é o que está estabelecido no artigo 1o do Decreto 4.073/2002. Vejamos: "O Conarq...tem por
finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer orientação
normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo". Desta forma, a
alternativa D é a correta e gabarito da questão.
Na alternativa A o examinador traz o Ministério da Justiça. Preste atenção! Entre 2011 e 2023 o Arquivo
Nacional e, portanto, o Conarq e o SINAR, estiveram submetidos ao Ministério da Justiça e da Segurança
Pública, porém, a geração de políticas públicas de arquivo é de competência do Conarq e não dos Ministérios
aos quais ele está vinculado. Não confunda!
Na alternativa B a mesma armadilha é colocada. Embora o Conarq seja criado no âmbito e de forma vinculada
ao Arquivo Nacional, cabe ao CONARQ e não ao Arquivo Nacional a elaboração de políticas públicas sobre
arquivos no Brasil.
A alternativa C sugere a vinculação do Arquivo Nacional ao Ministério da Cultura. Não procede. Durante
décadas o Arquivo Nacional foi vinculado ao Ministério da Justiça. Em 2000 passou a Casa Civil e voltou ao
Ministério da Justiça em 2011. A partir de 2023 passou a estrutura do Ministério da Gestão e da Inovação
em Serviços Públicos.
Finalmente, a alternativa E traz o SINAR. Lembre-se que a principal competência do SINAR é colocar em
prática ou implementar as políticas públicas elaboradas pelo Conarq. Relembre duas de suas principais
competências: I - promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos documentos na sua
esfera de competência, em conformidade com as diretrizes e normas emanadas do órgão central e II -
disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e normas estabelecidas pelo órgão central, zelando pelo
seu cumprimento.
Na letra B o examinador alega que o Diretor Geral do Arquivo Nacional é o presidente da comissão de
coordenação do SIGA, o que também está correto e é o mesmo padrão seguido pelo Conarq.
A alternativa C possui uma pegadinha clássica. Logo no início diz que o órgão central do SIGA é o Conarq.
Atenção! Está errado. O órgão central, assim como no próprio Conarq é o Arquivo Nacional! Não se confunda.
O restante da alternativa está correto. A afirmativa C portanto é incorreta. Desta forma, a alternativa C é a
correta e gabarito da questão.
Na letra D o examinador traz competências do Arquivo Nacional, no papel de órgão central do SIGA. Está
correto.
Finalmente, na letra E fala-se das competências dos órgãos setoriais do SIGA, que também estão corretas
como vimos em aula.
QUESTÕES COMENTADAS
Comentários:
Essa questão é interessante pois o examinador traz conceitos e definições do Glossário de Documentos
Arquivísticos Digitais e as aplica a documentos de arquivos, museus e bibliotecas. Vamos a elas:
A alternativa A está incorreta. De acordo com o Glossário de Documentos Arquivísticos Digitais do Conarq,
"confiabilidade" é a "credibilidade de um documento arquivístico enquanto uma afirmação do fato. Existe
quando um documento arquivístico pode sustentar o fato ao qual se refere, e é estabelecida pelo exame da
completeza, da forma do documento e do grau de controle exercido no processo de sua produção". Dentro
desse contexto, tanto os documentos de arquivo como os de museu e biblioteca, em tese, têm a mesma
relação com a confiabilidade. Embora tenham formas de entrada diferentes e na maioria das vezes variem
em relação ao suporte, não há como diferenciá-los apontando níveis diferentes neste quesito.
A alternativa B está incorreta. Segundo o mesmo glossário, "integridade" é o "estado dos documentos que
se encontram completos e que não sofreram nenhum tipo de corrupção ou alteração não autorizada nem
documentada". Aplica-se aqui a mesma justificativa. Não é possível diferenciá-los com base na integridade.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o Glossário de Documentos Arquivísticos Digitais do Conarq,
"completeza" é o "atributo de um documento arquivístico que se refere à presença de todos os elementos
intrínsecos e extrínsecos exigidos pela organização produtora e pelo sistema jurídico-administrativo a que
pertence, de maneira a ser capaz de gerar consequências." Também não é o elemento que nos permite
diferenciar os documentos de arquivo dos documentos de museu e biblioteca.
A alternativa D está incorreta. Novamente, de acordo com o Glossário de Documentos Arquivísticos Digitais
do Conarq, "acessibilidade" é a "facilidade no acesso ao conteúdo e ao significado de um objeto digital".
Também não é o que procuramos para diferenciar os documentos em questão.
a) 1 – 2 – 1 – 3 – 2.
b) 2 – 2 – 3 – 1 – 3.
c) 2 – 3 – 2 – 1 – 3.
d) 3 – 2 – 1 – 3 – 1.
e) 3 – 3 – 1 – 2 – 1.
Comentários:
Antes de avaliarmos as alternativas, vamos verificar cada uma das características trazidas pela banca e quais
as suas correspondências:
Reúne documentos por compra, doação, permuta ou recolhimento obrigatório de reproduções (de
documentos, por sua vez, múltiplos ou únicos), originados por fontes múltiplas - cuidado pois o início se
parece com características de biblioteca porém, quando fala das reproduções, dá a pista que precisávamos
para entender que é o caso de centro de documentação, que também possuem múltiplas fontes como as
bibliotecas, o que contrasta ambos com a fonte única dos arquivos. Portanto 3-X-X-X-X.
O acervo é resultante da atividade cultural, seja ela a criação artístico-literária ou a pesquisa de divulgação
técnico-cientifica à humanística - agora temos característica típica de biblioteca, ou seja, um acervo
resultante de atividade cultural. Temos então: 3-3-1-2-X
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Temos dois problemas com a alternativa. Em primeiro lugar museus não
produzem documentos e sim os colecionam. Em segundo, os fins de um museu são didáticos, culturais,
técnicos ou científicos, não correspondendo ao listado pelo examinador.
A alternativa B está incorreta. Como já estudamos o arquivo é um órgão receptor (recolhe naturalmente o
que produz a administração do órgão ao qual presta serviços). A este processo dá-se a denominação de
"recolhimento" ou "acessões" por transferência ou por depósito.
A alternativa C está incorreta. O público alvo dos museus está ligado ao seu posicionamento e ao que suas
dependências oferecem sob o ponto de vista de entretenimento e lazer. Especialmente o "gestor dos
arquivos administrativos" como é trazido pela banca, está fora desse universo.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Tanto manuscritos, como impressos, audiovisuais e
exemplar único são encontrados nos arquivos. Uma "dica" importante da alternativa é a menção a
exemplares únicos. Essa é uma característica que típica dos arquivos e que os diferencia especialmente das
bibliotecas.
A alternativa E está incorreta. Coleções não são conjuntos documentais típicos de arquivos, ao contrário de
fundos e documentos unidos pela proveniência que, sim, compõem os arquivos.
Comentários:
Questão que aborda as principais características dos arquivos como órgãos de documentação. Vamos as
alternativas:
A alternativa A está incorreta. Nos arquivos, em regra os documentos possuem apenas um exemplar, com
poucas exceções.
A alternativa B está incorreta. Nos arquivos os documentos não são colecionados e também não são
adquiridos de fontes diversas. Arquivos tem fonte única: a organização da qual faz parte e que produz
documentos de forma natural e orgânica, de acordo com as suas atividades.
A alternativa C está incorreta. Os arquivos compartilham o Princípio da Organicidade, como já vimos. Diz o
princípio que a Organicidade deve ser considerada "a relação natural entre documentos de um arquivo em
decorrência das atividades da entidade produtora", ou seja, a significação documental está diretamente
ligada à relação que os documentos têm entre si e não independe dela, como diz a alternativa.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. É basicamente o que acabamos de falar. O arquivo
tem uma fonte única de geração de documentos que são justamente as atividades públicas ou privadas da
organização servida pelo arquivo.
A alternativa E está incorreta. Já vimos que os objetivos do arquivo são funcionais, administrativos e legais
e não culturais. Além disso, documentos de arquivos não são adquiridos pois os arquivos são órgãos
receptores.
a) o Arquivo Nacional é o órgão colegiado que tem por finalidade definir a política nacional de arquivos
públicos e privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção
especial aos documentos de arquivo.
c) cabe ao Arquivo Nacional promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados com vistas ao
intercâmbio e à integração sistêmica das atividades arquivísticas.
d) o Sistema Nacional de Arquivos (SINAR) tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos
públicos e privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivo.
e) o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) tem como órgão central o Sistema Nacional de Arquivos (SINAR)
para implementar a racionalização das atividades arquivísticas, de forma a garantir a integridade do ciclo
documental.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Quem tem a competência do estabelecimento da política nacional de arquivos
é o Conarq e não o Arquivo Nacional. Veja o que diz o Artigo 1o do Decreto: "O Conselho Nacional de Arquivos
- Conarq, órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro
de 1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer
orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo".
A alternativa B está incorreta. Mais uma vez o examinador tenta confundir o candidato. De acordo com o
artigo 2o do mesmo Decreto, cabe ao Conarq "estabelecer diretrizes para o funcionamento do Sistema
Nacional de Arquivos - SINAR, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivos", e
não para o funcionamento do Arquivo Nacional. Note que a banca usa os artigos em sua literalidade, mas
troca os atores, misturando organismos documentais como o Arquivo Nacional, o CONARQ e o SINAR.
A alternativa C está incorreta. O mesmo recurso das anteriores. Dessa vez o examinador traz o artigo 3o do
Decreto, mas substitui Conarq (certo) por Arquivo Nacional (errado). De acordo com a Lei, compete ao
Conarq "promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados com vistas ao intercâmbio e à
integração sistêmica das atividades arquivísticas”.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O Decreto diz o seguinte em seu artigo 10o: "O SINAR
tem por finalidade implementar a política nacional de arquivos públicos e privados, visando à gestão, à
preservação e ao acesso aos documentos de arquivo".
A alternativa E está incorreta. É exatamente o contrário. De acordo com o artigo 11 do Decreto: "O SINAR
tem como órgão central o Conarq”.
c) O SINAR tem por finalidade estimular a integração e modernização dos arquivos públicos e privados.
d) Aos integrantes do SINAR compete garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanente.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Os arquivos municipais dos poderes Executivo e Legislativo integram o SINAR
de acordo com o Decreto, portanto a afirmativa está certa.
A alternativa B está incorreta. Em seu artigo 14, o Decreto literalmente diz que: "Os integrantes do SINAR
seguirão as diretrizes e normas emanadas do Conarq, sem prejuízo de sua subordinação e vinculação
administrativa”. Afirmativa está certa.
A alternativa D está incorreta. Isso é exatamente o que diz o inciso IV do artigo 13 do Decreto. Cabe aos
integrantes do SINAR "garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanente”, ou seja,
afirmativa certa e alternativa errada.
a) CONARQ.
b) CONPDEC.
c) CONANDA.
d) CADE.
e) CODEFAT.
Comentários:
Essa é uma questão relativamente simples, que se refere novamente ao Decreto 4.073/2002 e que não pode
ser desperdiçada.
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Já vimos que no artigo 1o do Decreto temos que: "O
Conselho Nacional de Arquivos - Conarq, órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26
da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e
privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos
documentos de arquivo", ou seja é a literalidade do que é perguntado. Tudo atribuído ao Conarq. Portanto,
alternativa correta.
A alternativa B está incorreta. O CONDPEC não é o órgão responsável por tais atividades de acordo com o
Decreto 4.073/2002.
A alternativa C está incorreta. O CONANDA não é o órgão responsável por tais atividades de acordo com o
Decreto 4.073/2002.
A alternativa D está incorreta. O CADE não é o órgão responsável por tais atividades de acordo com o Decreto
4.073/2002.
A alternativa E está incorreta. O CODEFAT não é o órgão responsável por tais atividades de acordo com o
Decreto 4.073/2002.
I. É um órgão subordinado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão
central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).
II. É presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional, além de integrado por representantes de
instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas.
III. Propõe ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de
interesse público e social de arquivos privados.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Comentários:
Antes de avaliarmos as alternativas, vamos avaliar cada uma das afirmativas trazidas pelo examinador:
I. É um órgão subordinado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão
central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR) - atenção com esta afirmativa pois ela é parcialmente
correta. O Conarq é mesmo o órgão que definirá a política nacional de arquivos e é o órgão central do SINAR,
porém não está subordinado, mas sim VINCULADO, ao Arquivo Nacional. Portanto a afirmativa não está
correta.
II - É presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional, além de integrado por representantes de instituições
arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas - correto. O Diretor Geral do Arquivo Nacional é o presidente
do Conarq e, de acordo com o Decreto 4.073/2002, ele é integrado por representantes de instituições
arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas.
III - Propõe ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de
interesse público e social de arquivos privados - correto, mas em 2018, ou seja, antes das alterações no
Decreto 4.073/2002. Hoje compete ao Conarq “propor ao Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública
a declaração de interesse público e social de arquivos privados”, porém, antes da alteração era exatamente
o que propunha o inciso X do artigo 2o do Decreto 4.073/2002. Vejamos: "Compete ao Conarq propor ao
Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de interesse público
e social de arquivos privados".
Dessa forma, as afirmações II e III estão corretas (no cenário de 2018!). A alternativa D está correta e é o
gabarito da questão.
11. (CESPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito das políticas públicas de arquivo, julgue o item a seguir. O
Poder Judiciário Federal tem representatividade no Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), e seus
arquivos integram o Sistema Nacional de Arquivos (SINAR).
a) Certo
b) Errado
Comentários:
A afirmativa está CORRETA. Também de acordo com o Decreto 4.073/2002, o Poder Judiciário Federal tem
representatividade entre os membros conselheiros do Conarq (assim como o Executivo e o Legislativo) e
seus arquivos integram o SINAR (da mesma forma também os do Executivo e do Legislativo).
(2) CONARQ
(3) SINAR
(4) SIGA
( ) Realizar a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo
Federal.
( ) Garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades de administração pública federal, de forma ágil e segura,
o acesso aos documentos de arquivo e às informações neles contidas, resguardados os aspectos de sigilo
e restrições administrativas ou legais.
a) 1.2.2.3.4
b) 2.3.3.4.1
c) 1.2.3.4.1
d) 1.2.3.3.4
Comentários:
Realizar a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal -
competência do Arquivo Nacional. Lembre-se que, como estudamos, a função principal do Arquivo Nacional
é implementar e acompanhar a política nacional de arquivos definida pelo Conselho Nacional de Arquivos -
Conarq, por meio da gestão, do recolhimento, do tratamento técnico, da preservação e da divulgação do
patrimônio documental do País.
Garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades de administração pública federal, de forma ágil e segura, o
acesso aos documentos de arquivo e às informações neles contidas, resguardados os aspectos de sigilo e
restrições administrativas ou legais - essa é uma das competências do SIGA, prevista no inciso I do artigo 2o.
do Decreto 4.915/2003. que institui o SIGA - Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo.
Dessa forma, verificamos que as atividades acima estão atribuídas, pela ordem, a(o): Arquivo Nacional -
Conarq - Conarq novamente - SINAR - SIGA. Portanto temos 1-2-2-3-4.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. O órgão central do SIGA, de acordo com o Decreto 4.915/2003 é o Arquivo
Nacional.
A alternativa B está incorreta. O órgão central do SIGA, de acordo com o Decreto 4.915/2003 é o Arquivo
Nacional.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o inciso I do artigo 3o do Decreto
4.915/2003, "Integram o SIGA: como órgão central, o Arquivo Nacional". Atenção aqui pois geralmente os
examinadores tentam fazer confusão com isso:
A alternativa D está incorreta. O órgão central do SIGA, de acordo com o Decreto 4.915/2003 é o Arquivo
Nacional.
A alternativa E está incorreta. O órgão central do SIGA, de acordo com o Decreto 4.915/2003 é o Arquivo
Nacional.
a) Ministério do Planejamento.
c) Presidência da República.
d) Ministério da Justiça,
Comentários:
A alternativa A está incorreta. O Arquivo Nacional esteve desde 2011 subordinado ao Ministério da Justiça
e da Segurança Pública. A partir de 2023 passou a se subordinar ao Ministério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos.
A alternativa B está incorreta. O Arquivo Nacional esteve desde 2011 subordinado ao Ministério da Justiça
e da Segurança Pública. A partir de 2023 passou a se subordinar ao Ministério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos. Antes disso sim, entre os anos 2000 e 2011, foi subordinado à Casa Civil.
A alternativa C está incorreta. O Arquivo Nacional esteve desde 2011 subordinado ao Ministério da Justiça
e da Segurança Pública. A partir de 2023 passou a s e subordinar ao Ministério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Lembre-se que é uma questão de 2016! Este é outro
tema com cai com razoável frequência e é simples, mas, às vezes, não parece intuitivo e passou por algumas
mudanças. O Arquivo Nacional está subordinado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública desde 2011,
por força do Decreto 7.430/2011. Vale lembrar que o Arquivo Nacional ficou décadas subordinado ao
Ministério da Justiça até que em 2000 sua subordinação foi transferida para a Casa Civil, onde ficou até 2011,
quando retornou ao Ministério da Justiça. A partir de 2023 passou a se subordinar ao Ministério da Gestão
e da Inovação em Serviços Públicos.
A alternativa E está incorreta. O Arquivo Nacional esteve desde 2011 subordinado ao Ministério da Justiça e
da Segurança Pública. A partir de 2023 passou a se subordinar ao Ministério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos.
A afirmativa está CORRETA. De acordo com José Maria Jardim, o nascimento da formulação do conceito de
gestão de documentos como conhecemos hoje iniciou-se no período da Segunda Guerra Mundial, época em
que o volume de documentos no âmbito das administrações públicas cresceu exponencialmente, havendo a
necessidade de racionalização e controle dessas grandes massas de documentos que passavam a ser
produzidas e acumuladas em arquivos.
GABARITO
1. E
2. CORRETA
3. E
4. D
5. D
6. CORRETA
7. D
8. C
9. A
10. D
11. CORRETA
12. A
13. ERRADA
14. C
15. D
16. CORRETA
17. CORRETA
18. ERRADA
19. CORRETA