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APRESENTAÇÃO
Olá turma! Nesta aula vamos falar sobre alguns conceitos e procedimentos
relacionados ao trabalho de descrição arquivística. Quando se trata de arquivos
permanentes, esse é um assunto de suma importância, pois, se o arranjo
operacionaliza a organização dos documentos, a descrição complementa esse trabalho
orientando a criação de instrumentos de pesquisa que permitirão o acesso pleno aos
conjuntos documentais.
• Produção;
• Classificação;
• Avaliação;
• Aquisição;
• Difusão;
• Conservação;
• Descrição.
Por mais que o termo “aquisição” possa, incialmente e numa leitura menos
atenta, remeter a uma operação de compra e venda, não é esse seu sentido. Aquisição
vai tratar do planejamento e das operações de entrada dos documentos no arquivo
corrente, da movimentação do arquivo corrente para o intermediário (transferência) e
do arquivo intermediário para o permanente (recolhimento).
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AULA 3 – DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA: PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO
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MOTIVO 1
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MOTIVO 2
CONCEITUANDO DESCRIÇÃO
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Disponível em: http://conarq.gov.br/images/publicacoes_textos/Referencias_descricao.pdf
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AULA 3 – DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA: PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO
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Neste trabalho a CNTDA indica toda a bibliografia utilizada como base para
elaborar a Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE), cujo uso foi
recomendado pela Resolução n° 28/2009 do Conselho Nacional de Arquivos
(CONARQ). Uma pesquisa desse tipo mune os profissionais de arquivo de subsídios
teóricos e metodológicos para o desenvolvimento de suas atividades cotidianas.
Para efetivar uma descrição, o arquivista tem que saber o que precisa ser dito
sobre o documento ou conjunto. Se vamos descrever uma casa, certamente falaremos
algo do tipo “tem uma porta, está pintada de branco, as janelas estão abertas, o chão
é de cerâmica e na frente há um jardim”. Um conjunto de atributos que faz o leitor
imaginar como é a casa sem precisar vê-la ou estar nela.
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Com a imagem, temos uma ideia da estrutura física do documento físico em si,
como é sua escrita, a ordenação de seus elementos e seu estado de conservação.
Dentro de uma lógica editorial a imagem cumpre uma tarefa importante que é a de
melhorar a estética e gerar interesse visual na publicação.
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Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/sobreStfAcervoArquivo/anexo/CatalogodoArquivo.pdf
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CONTEÚDO ESTRUTURA
Conteúdo Data de produção
Título Suporte
- Dimensões
- Local de produção
- Cópias
- Idioma
- Indexação
- Autor
Quadro 1: Elementos de conteúdo e estrutura de uma descrição.
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Disponível e: http://www.arquivonacional.gov.br/br/consulta-ao-acervo/instrumentos-de-
pesquisa.html
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Pensando nesses aspectos é que foram criadas no decorrer dos anos 1990 e
2000 uma série de normas que visam dar diretrizes para os trabalhos de descrição.
Desse grupo, vamos analisar agora a Norma Brasileira de Descrição Arquivística
(NOBRADE).
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ÁREA ELEMENTOS
1. Código de Referência
2. Título
IDENTIFICAÇÃO 3. Data
4. Nível de descrição
5. Dimensão e suporte
6. Nome dos produtores
CONTEXTUALIZAÇÃO 7. História administrativa/biografia
8. História arquivística
9. Procedência
10. Âmbito e conteúdo
CONTEÚDO E ESTRUTURA 11. Avaliação, eliminação e temporalidade
12. Incorporações
13. Sistema de Arranjo
14. Condições de acesso
15. Condições de reprodução
16. Idioma
CONDIÇÕES DE ACESSO E USO 17. Características físicas e requisitos
técnicos
18. Instrumentos de pesquisa
FONTES RELACIONADAS 19. Existência e Localização de originais
20. Existência e localização de cópias
21. Unidade de descrição
22. Notas sobre publicação
NOTAS 23. Notas sobre conservação
24. Notas gerais
CONTROLE DA DESCRIÇÃO 25. Nota do arquivista
26. Regras e convenções
27. Data da descrição
INDEXAÇÃO 28. Pontos de acesso e indexação de
assuntos
Quadro 3: Elementos de descrição divididos pelas 8 áreas.
• código de referência;
• título;
• data(s);
• nível de descrição;
• dimensão e suporte;
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ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO
código de referência:
título:
data(s):
nível de descrição:
dimensão e suporte:
ÁREA DE CONTEXTUALIZAÇÃO
Ok, parece que já temos um modelo de ficha apropriado para descrição, mas
antes, como se trata da descrição de um item documental (nível 5), podemos excluir o
elemento “condições de acesso”, pois como indica a norma ele só é obrigatório para
descrições situadas no nível 0 (acervo da entidade custodiadora), ou nível 1 (fundo) 5.
Isso faz muito sentido, pois se você indica as condições gerais de acesso no
topo da hierarquia de descrição não vai precisar ficar repetindo essa informação em
cada nível abaixo. Importante dizer que a não repetição da informação é um dos
princípios da NOBRADE.
Após essa consideração, no meu exercício aqui, a descrição, ficou com seguinte
formato:
ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO
ÁREA DE CONTEXTUALIZAÇÃO
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Caso esteja confuso, olhem novamente no quadro 2 como funciona a lógica de correspondência entre
os níveis e cada subdivisão dos conjuntos documentais. Lembrem-se que também já exploramos essa
correspondência nas aulas 1 e 2 do curso.
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E a tentativa de vocês ficou parecida ou não saiu nada? Será que algum outro
elemento de descrição, mesmo que não obrigatório, poderia ter sido inserido para
ampliar as possibilidades de busca desse documento? Com essas questões em mente,
vamos explorar algumas possíveis (e naturais) dificuldades que podem ter aparecido
nesse exercício inicial com a NOBRADE.
Título
exemplos objetivo
ELEMENTO DE
DESCRIÇÃO
comentário
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Porém, como, para concluir esta aula, não havia tempo hábil de aguardar a
finalização do processo junto ao CONARQ, convencionamos um o código hipotético
“BR DF CSJT”, que está bem de acordo com a proposta tanto do comentário, quanto
do procedimento e dos exemplos indicados na NOBRADE. Foi assim que preenchi o
elemento. Ou seja, a partir de uma leitura atenta da Norma, podemos facilmente
superar o obstáculo na compreensão de um ou outro elemento.
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ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO
ÁREA DE CONTEXTUALIZAÇÃO
Idioma: Português
Condições de reprodução: Os atos do CJST são de natureza pública e por isso
estão disponibilizados para livre reprodução no Portal do CSJT na web:
http://www.csjt.jus.br/ac2018
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Repararam no código de referência “BR DF TSE 100-0”, que esse exemplo vem
do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)? O TSE publicou um livro inteiro com a descrição de
seu fundo, seções e séries documentais, um trabalho robusto e grande apuro técnico
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Disponível em: http://www.tse.jus.br/hotsites/catalogo-publicacoes/pdf/acervo_arquivistico/Descricao_do_acervo.pdf
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Nesta aula, vamos falar apenas dos 3 instrumentos mais básicos apresentados
na literatura arquivística, o guia, o inventário e o catálogo, que ficam assim
representados:
GUIA
INVENTÁRIO
CATÁLOGO
Dizer que a descrição tem que ser feita do geral para o particular significa
basicamente que os instrumentos de pesquisa mais generalizante devem ser
elaborados com prioridade em relação aos específicos.
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ATIVIDADE ATIVIDADE
Nível 2 - Seção MEIO FIM
Nível 3 - GESTÃO DE
RECURSOS [...]
Série HUMANOS
Nível 3,5 -
Pagamento Treinamento [...]
Subsérie
- Autos de - Controle de
processo de frequência
pagamento; em curso;
Nìvel 4 -
Processo/dossiê - [...] - [...]
- Processo n° 1/2018
Nìvel 5 - - Processo n° 2/2018
- Processo n° 3/2018
Item documental
- Processo n° 4/ 2018
Claro que não! Estaríamos começando muito errado. Não se inicia trabalho de
descrição a partir do nível 5. O correto é olhar para cima na estrutura de arranjo e
buscar primeiramente uma visão do todo, como já dissemos aqui.
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Para ter certeza que todos vão mesmo decorar, vamos, pela última vez, repetir
a estrutura de níveis da NOBRADE aqui:
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guia, por estar no vértice da família hierárquica de instrumentos, deve ser o mais
abrangente e acessível. Sua linguagem e formatação devem ser simples e favorecer a
disseminação em larga escala.
Introdução
Serviços
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Disponível em: http://www.arquivocentral.unb.br/images/documentos/Guias/Guia_de_2012.pdf
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Disponível em: http://www.arquivonacional.gov.br/images/pdf/document.pdf
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Figura 16: Capa dos guias produzidos pela UnB e pelo Arquivo Nacional.
Figura 17: “web guia” disponibilizado pelo Arquivo da cidade do Rio de Janeiro.
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http://dibrarq.arquivonacional.gov.br/index.php/arquivo-geral-da-cidade-do-rio-de-janeiro
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O elemento “datas” informa que o período das imagens vai de 1961 a 1965. O
elemento “notas sobre conservação” nos diz que as fotos estão em bom estado e o
“dimensão física, mensuração e suporte” apresenta a quantidade exata de imagens
disponíveis, discernindo inclusive o formato delas. Isso é um inventário! Informação
sumária e direta que permite o conhecimento rápido sobre um fundo, ou qualquer de
suas partes constituintes.
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HIERARQUIA DE INSTRUMENTOS
Esse aspecto tem relação direta com o princípio da descrição do geral para o
particular. Como já dissemos antes, a orientação básica é elaborar primeiramente o
guia, para dar uma visão geral do acervo, dos fundos custodiados, dos serviços e das
possibilidades de acesso.
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DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES
• A ( ) mais antigos.
• B ( ) em pior estado de conservação.
• C ( ) ligados aos temas mais atrativos no momento.
• D ( ) Aqueles que têm mais consulta.
Analisando a nossa realidade, parece que o ideal mesmo seria olhar para
missão da instituição e seus problemas de acesso à informação e a partir daí calcular o
objetivo da política de descrição. Essa ação traria um fundamento mais palpável para
escolha do critério de priorização dos conjuntos de documentos a serem descritos e
dos instrumentos a serem produzidos.
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Atentem, por exemplo, para o modelo editorial utilizado pelo Arquivo Nacional
em vários de seus instrumentos de pesquisa: http://www.arquivonacional.gov.br/br/consulta-ao-
acervo/instrumentos-de-pesquisa.html.
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ÁREA DE CONTEXTUALIZAÇÃO
nome(s) do(s) produtor(es):
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PLANIFICAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Esperamos que esta terceira aula tenha ajudado na melhor compreensão dos
conceitos relacionados à descrição, agora vamos responder a um controle de leitura,
para já servir de motivação à elaboração dos planos de descrição em cada um dos
TRTs.
BIBLIOGRAFIA
DURANTI, Luciana. Diplomatica. Usos nuevos para uma antigua ciência. Córdoba: [s.n],
1995.
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