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APRESENTAÇÃO
Olá turma!
Chegamos à quarta aula deste curso e vamos continuar o estudo sobre as atividades
características dos arquivos permanentes.
Fornecer informações;
Utilizar canais formais de comunicação;
Aproximar o público dos arquivos;
Realizar eventos, como exposições e conferências.
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Nesse sentido, o art. 216 da Constituição Federal de 1988 traz uma disposição
interessante. Ele diz que os documentos fazem parte do patrimônio cultural brasileiro,
juntamente com determinadas obras, objetos e edificações. Já o art. 215 reforça a
ideia de que o Estado deve garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional.
Figura 1: Medalha comemorativa da instalação do TST, que estar preservada no acervo do órgão.
Esses dois artigos são acompanhados também pela Lei nº 8.159/1991 que diz
ser dever do Poder Público a proteção especial a documentos de arquivo, por
entender que eles são – além de elementos de prova e informação – instrumentos de
apoio à administração, à cultura e ao desenvolvimento científico. Esses dispositivos
legais reforçam a importância do trabalho de difusão realizado pelos arquivos dos
órgãos públicos.
Ações culturais;
Ações educativas; e
Ações editoriais.
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tomado por referência, podemos observar que essas atividades às vezes são realizadas
por arquivos, mas também há modelos em que o órgão titular é um centro de
memória (ou memorial), uma unidade de biblioteca, um cerimonial ou até mesmo uma
escola judicial.
Hoje, os centros de memória são uma realidade mais do que consolidada nos
órgãos da JT. Por motivos didáticos, a partir de agora vamos utilizar, sempre que
possível, a expressão “centro de memória” de forma padronizada para significar toda e
qualquer unidade organizacional responsável por ações de difusão. Isso é importante
para que nossa aula não se perca em meio às múltiplas realidades estruturais e
administrativas dos órgãos da JT. Para que se lembrem do uso diferenciado da
expressão, vamos sempre grafá-la em itálico: centro de memória.
O importante a dizer aqui é que não há problema real no fato de que unidades
organizacionais distintas realizem o trabalho de difusão. A questão central desse
debate é que o centro de memória (seja qual unidade for) deve manter estreita
colaboração com seu entorno criativo, que envolve o arquivo, a biblioteca, o
cerimonial, dentre outras unidades organizacionais que possam ser fontes de
documentos e de informações a serem difundidos.
Observando o sentido dado por Totini e Gagete (2004, p. 124, grifo nosso):
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Onde os autores citam “empresa” é claro que vamos ler “tribunal”, numa
adaptação da definição à nossa realidade. Feitas essas considerações, podemos
explorar os tipos de ações de difusão.
AÇÃO CULTURAL
Para Bellotto (2007) a atividade cultural pode se orientar por duas vias
contrárias de ação. Uma em que a instituição lança elementos para a comunidade
visando atingir potenciais e eventuais clientes. Outra em que ela cria atrativos para
que a comunidade venha ao ambiente do centro de memória.
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Figura 3: O centro de memória do TRT6 também se utiliza de palestras como ação de difusão.
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Figura 5: Exposição do TST, em 2014, chamando atenção para a copa do mundo e o trabalho seguro.
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Um aspecto importante da difusão cultural é que ela não pode ser realizada em
torno de atividades isoladas. Deve haver um planejamento e a previsão de ações
contínuas de discussão e exposição de temas institucionais e sociais relevantes.
Anualmente, o gestor do centro de memória pode, por exemplo, observar o calendário
de datas importantes para o Tribunal e, nas mais apropriadas, prever a realização dos
eventos – planejar e “vender” para a Administração os projetos expositivos.
AÇÃO EDUCATIVA
Para a autora, esse tipo de ação tem como foco os alunos de ensino
fundamental e médio, pois no caso dos estudantes de nível superior a cooperação
pode se dar por meio da atuação em laboratórios de pesquisa histórica. No entanto, os
centros de memória – ao contrário de instituições arquivísticas propriamente ditas,
como o Arquivo Nacional, por exemplo – nem sempre possuem estruturas como os
laboratórios de pesquisa histórica citados.
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Isso posto, vamos considerar a ação educativa de forma mais ampla que a visão
de Bellotto, abrangendo as ações que atingem egressos da educação básica,
fundamental e superior. Vejam o exemplo do trabalho realizado pelo TRT19 por meio
de visitas guiadas:
Público alvo: instituições de ensino público e privado, dos níveis básico e educação
superior;
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Naturalmente, cada TRT que se proponha a esse tipo de trabalho deve definir o
público alvo e o objetivo conforme suas prioridades e recursos. A contribuição
interessante da literatura arquivística para este trabalho está na discussão das
possíveis variações metodológicas do processo.
Indica-se que deve haver uma atuação conjunta entre o responsável pelo
planejamento da ação educativa do centro de memória (arquivista, museólogo, ou
servidor) e os educadores.
A ação educativa deve ser compreendida como uma via de mão dupla. Os
estudantes chegam para compreender aspectos de uma instituição e um campo
temático muitas vezes novo, porém devem receber de volta um complemento aos
temas tratados em sua base curricular.
Esse entrosamento faz com que a visita não seja apenas um evento aleatório,
mas sim uma atividade realmente pedagógica que permite aos estudantes o acesso a
documentos informações chave para compreensão prática dos conteúdos de seu
currículo escolar.
AÇÃO EDITORIAL
Um centro de memória não cumpre bem sua função se o único público atingido
por seus produtos é o interno à própria instituição. Nesse contexto, as publicações
permitem que o centro de memória se lance além de suas fronteiras atingindo um
espectro muito maior de potenciais usuários.
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No link http://www.trt4.jus.br/portal/portal/memorial/textos/memoria há 19
edições do informativo disponíveis. Chama atenção o estilo da publicação, que com
textos muito bem construídos dá publicidade a temas sociais, documentais, culturais e
históricos relativos ao acervo e ao campo de atuação do TRT e do centro de memória.
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Figura 8: Livros publicados pelo TST em 2011 e pelo TRT 23 em 2018 .
Figura 9: Projeto editorial do TRT9 que disponibiliza instrumentos de pesquisa do acervo arquivístico.
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Essas obras estão disponíveis em: https://juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/35199 e
http://www.trt23.jus.br/tnt/DOCUMENTOSTRTNOTICIAS/foi_assim_TRT_MT.pdf
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Com os exemplos que exploramos até agora, é possível dizer que a web é uma
ferramenta privilegiada para prestação de serviços e busca de novos usuários para os
serviços do memorial. Todas as imagens e referências de trabalho que coletamos
tinham sido divulgadas pelos TRTs em suas páginas, ou estavam acessíveis em outros
lugares da rede. Chega, portanto, a hora de explorar as potencialidades do uso da web
para o trabalho de difusão.
Para identificar alguns dos sites dos centros de memória da Justiça do Trabalho,
fizemos uma pesquisa no google com os termos “centro de memória TRT n°” e
“memorial TRT n°”. Numa primeira, tentativa recuperamos facilmente os seguintes
ambientes virtuais, já na primeira página de resultados:
3 https://www.trt3.jus.br/escola/institucional/memoria/apresentacao.htm
4 https://www.trt4.jus.br/portal/portal/memorial
5 https://www.trt5.jus.br/memorial
6 http://www.trt6.jus.br/portal/conteudo/memorial
7 http://www.trt7.jus.br/memorial/
8 http://www2.trt8.jus.br/museuvirtual/
9 http://www.trt9.jus.br/portal/pagina.xhtml?secao=32&pagina=INICIAL
11 https://memorial.trt11.jus.br/
12 http://www.trt12.jus.br/portal/areas/sedoc/extranet/
15 http://portal.trt15.jus.br/web/centro-de-memoria
17 http://www.trtes.jus.br/portais/memoria/
18 http://www.trt18.jus.br/portal/institucional/justica-do-trabalho/centro-de-memoria-da-justica-do-trabalho/
19 http://www.trt19.jus.br/portalTRT19/conteudo/46
24 http://www.trt24.jus.br/centro_memoria/
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Atendimento ao cidadão;
Educação;
Pesquisa cientifica;
Atendimento ao governo.
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Disponível em: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/images/publicacoes_textos/Diretrizes_Construcao_websites.pdf
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Figura 11: Portal do Arquivo Nacional apresenta seus trabalhos de difusão arquivística.
A título de exercício, façamos uma breve compração das páginas iniciais dos
sites do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Advocacia-Geral da
União (AGU). Os dois sites são governamentais e por isso têm extensão .gov, mas
obsevamos uma diferença bastante acentuada na forma como as informações são
estruturadas e apresentadas em cada um deles.
O IBGE em sua estrutura com 3 colunas apresenta uma paleta de cores mais
variada, oferece links para portais e redes sociais com informações congêneres,
notícias relativas à atuação do órgão e também algumas informaçoes estatísticas bem
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Figura 13: TRT3 fala sobre a história e as competências de seu centro de memória.
Figura 14: O centro de memória do TRT15 apresenta um catálogo de serviços em seu website.
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Essa ação pode ser levada à frente mediante projetos colaborativos com a TI e
nos quais, com base em estudos sobre os usuários do site, sejam previstas ações de
melhoria de layout, atualização de informações, aumento de funcionalidades e
desenvolvimento de ferramentas de acessibilidade e segurança do website.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta aula vimos que o trabalho de difusão é uma das atividades mais nobres e
sensíveis desenvolvidas pelas unidades que lidam diretamente com informações e
documentos históricos.
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Para isso é preciso enxergar a difusão como uma ação participativa que tem um
agente condutor principal, porém que não pode ser desenvolvida sem a colaboração
de diversas unidades organizacionais como o arquivo, a biblioteca, a comunicação
social, a tecnologia da informação e as unidades que lidam diretamente com a
atividade-fim do órgão.
Esperamos que essa aula tenha gerado boas ideias a serem desenvolvidas no
ambiente do centro de memória do seu TRT. Se você ainda não tem um centro de
memória tomara que no decorrer do curso tenha se desenhado pelo menos uma ideia
geral para a proposição de um projeto de criação. Por que não? Agora para fixar bem o
conteúdo, vamos responder a mais um controle de leitura.
5. BIBLIOGRAFIA
TOTINI, Beth; GAGETE, Elida. Memória empresaria: uma análise da sua evolução. IN.
NASSAR, Paulo (Org.) Memória de empresa: história comunicação de mãos dadas a
construir o futuro das organizações. São Paulo: Aberje, 2004.
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