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CARLOS ANDRÉ
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PONTUAÇÃO
Comecemos, agora, a estudar todos os sinais de pontuação:
PONTO
PONTO DE INTERROGAÇÃO
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
RETICÊNCIAS
VÍRGULA
PONTO E VÍRGULA
DOIS-PONTOS
TRAVESSÃO
PARÊNTESES
ASPAS
PONTO
PONTO SIMPLES
Segundo Evanildo Bechara, o ponto simples denota o encerramento do período em frases afirmativas e interrogat i-
vas indiretas.
PONTO PARÁGRAFO
Segundo Evanildo Bechara, “ um grupo de períodos cujas orações se prendem pelo mesmo centro de interesse é
separado por ponto. Quando se passa de um para outro centro de interesse, impõe-se nos o emprego do ponto
parágrafo iniciando-se a escrever, na outra linha, com a mesma distância da margem com que começamos o escrito.
Na linguagem oficial dos artigos de lei, o paragrafo é indicado por um sinal especial (§).”.
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PONTO FINAL
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Segundo Evanildo Bechara, “põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa o de incerteza, real
ou fingida, também chamada retórica.
Enquanto a interrogação conclusa de final de enunciado requer maiúscula inicial da palavra seguinte, a interrogaç ão
interna, quase sempre fictícia, não exige essa inicial maiúscula da palavra seguinte:
Pensas que eu e meus avós ganhamos o dinheiro em casas de jogos ou a vadiar pelas ruas? Pelintra! [MA.1,
72].
- Meu padrinho? É Excelentíssimo Senhor coronel Paulo Vaz Lobo Cesar de Andrade e Sousa Rodrigues de Matos
[MA. 1, 32].
O ponto de interrogação, à semelhança dos outros sinais, não pede que a oração termine por ponto final, exceto,
naturalmente, se for interna.
A interrogação indireta, não sendo enunciada em entonação especial, dispensa ponto de interrogação. O nosso sistema
gráfico não distingue o ponto de interrogação da pergunta de sim ou não da pergunta total.
No diálogo pode aparecer sozinho ou acompanhado do de exclamação para indicar o estado de dúvida do personagem
diante do fato:
-“Esteva cá o homem da casa e disse que do próximo mês em diante são mais cinquenta...
-?!...”[ML. 1,226].”.
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Segundo Evanildo Bechara, “põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa:
Põe-se o ponto de exclamação depois de uma interjeição: Olé! exclamei. [MA.I, 74].
Há escritores que denotam a gradação da surpresa através da narração com aumento progressivo do ponto de
exclamação ou de interrogação:
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“E será assim até que um senhor Darwin surja e prove a verdadeira origem do Homo sapiens...
-? !
- Sim. Eles nomear-se-ão Homo sapiens apesar do teu sorriso, Gabriel, e ter-se-ão como feitos por mim de um
barro especial e à minha imagem e semelhança.
- ? ! !”[ML. I, 204].”.
RETICÊNCIAS
Segundo Evanildo Bechara, “denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em
suspenso, ou porque os fatos se dão com breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos
toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo:
"Ao proferir estas palavras havia um tremor de alegria na voz de Marcela: e no rosto como que se lhe espraiou
uma onda de ventura..." [MA. 1, 121].
“Não imagina o que ela é lá em casa: fala na senhora a todos os instantes, e aqui aparece uma pamonha . Ainda
ontem... Digo. Maricota?” [MA. 1, 120].
- "Moro na rua...
- Não quero saber onde mora, atalhou Quincas Borba" [MA.1, 169].
Postas no fim do enunciado, as reticências dispensam o ponto final, como se pode ver nos exemplos acima. Se as
reticências servem para indicar uma enumeração inconclusa, podem ser substituídas por etc.
Numa citação, as reticências podem ser colocadas no inicio, no meio o no fim, para indicar supressão no texto
transcrito, em cada uma dessas partes. Quando há supressão de um trecho de certa extensão, costuma -se usar
uma linha pontilhada. Depois de um ponto de interrogação ou exclamação podem aparecer as reticências.”.
VÍRGULA
O que diz o Manual da Presidência da República: “A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na oração, quer no período.”
Note que a intenção do manual foi a de demonstrar a regra geral de vírgulas: a vírgula é- inicialmente- uma inter-
rupção sintática entre termos independentes.
Observe abaixo uma tentativa didática de fazer com que você perceba isso.
Por exemplo:
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A palavra "novos" (B) não está ligada ao termo "vizinhos" (A), mas ao vocábulo "laços".
Por exemplo:
A vírgula na intercalação de termos e orações constitui-se em regra geral; trata-se, na realidade, de uma
interrupção sintática.
Veja os exemplos abaixo:
Conclusão: A vírgula funciona como uma interrupção sintática entre termos deslocados ou como separação
entre termos vizinhos que não estabelecem relação lógica entre si, ou como marcador discursivo em estruturas
explicativas ou escusativas.
A VÍRGULA
E OS TERMOS DA ORAÇÃO
b) ADJUNTO ADVERBIAL
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Em ordem indireta, o adjunto adverbial recebe a vírgula, sobretudo se for uma locução adverbial (mais de uma
palavra) ou por uma oração( adverbial):
Nem sempre essa regra é seguida; por critérios estilísticos, alguns autores omitem a vírgula.
- "No fim de contas o pobre diabo era vítima de um pesadelo... (No fim de contas = adv)
(Adolfo Caminha)
Observação 1: o mesmo ocorre com o adjunto adnominal!
Observação: Leia abaixo a orientação dada pelo Cespe, sobre o emprego da vírgula em adjuntos adverbiais:
• Apena-se o emprego de vírgula ao final de urna declaração, como, por exemplo, no trecho a seguir: Os softwares
utilizados para usufruir do voip, também evoluem de forma acelerada, os softwares possibilitam a utilização de
recursos de transmissão de voz (...). Nesse exemplo, além do erro no emprego da vírgula após "voip'', que separa
os termos essenciais da oração, identifica-se erro no emprego da vírgula após “acelerada”, termo que encerra uma
declaração.
• Não se apena a ausência de vírgula nos seguintes casos:
- antes de trecho adverbial (adjunto ou oração, incluindo-se as reduzidas) em ordem canônica, ou seja, ao final da
oração/período, a não ser que haja sequência de elementos de natureza adverbial e/ou ambiguidade a ser sanada.
Assim, considera-se correta a construção: Estes dois elementos foram o estopim para que a bomba da violência
explodisse no interior.
• Apena-se a ausência de vírgula nos casos em que ela seja necessária para isolar locuções ou expressões adver-
biais longas (formadas por três ou mais palavras) deslocadas para o inicio da oração, ou intercaladas entre orações
e termos da oração — nesse caso, o emprego de sinal de pontuação independe da estrutura morfossintática do
elemento adverbial. No caso das orações adverbiais deslocadas, apena-se sempre a ausência de vírgula, inde-
pendentemente da extensão da oração; nas orações intercaladas, sem vírgulas, assinala-se apenas um erro.
c) PREDICATIVO
Em ordem direta (no final da frase), o predicativo do sujeito não recebe a vírgula:
É preciso não confundir o predicativo do sujeito com o adjunto adnominal, este não recebe a vírgula. Compare as frases
abaixo.
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d) APOSTO
"Uma noite, no cassino, a Lísia Soares, que fazia-se íntima com ela e desejava ardentemente vê -la casada, dirigiu-
lhe um gracejo acerca do Alfredo Moreira, rapaz elegante que chegara recentemente da Europa."
(José de Alencar)
Há uma série de expressões no português que possuem a finalidade de explicar, concluir e corrigir um termo anterior, ou
ainda constituem-se em orações intercaladas. Inseridos na frase, são separados por vírgula.
além disso, isto é, a saber, aliás, digo, minto, ou melhor, ou antes, outrossim, demais, além disso, então, com efeito.
f) VOCATIVO
Observação: uma vírgula pode alterar o sentido da frase e mudar a função dos termos da oração. Compare as
frases a seguir.
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a) SUBORDINADAS ADJETIVAS
- Joaquim Manuel de Macedo, que também foi professor do Colégio Pedro II, faleceu em 1882.
b) ADVERBIAIS
Observação: Ver observação sobre critérios Cespe, colada após teoria de adjunto adverbial e a vígula
c) SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
Não há vírgula, a não ser nas subordinadas apositivas( por óbvio motivo):
a) COORDENADAS ASSINDÉTICAS
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"...e este livro e meu estilo são como os ébrios, guinam à direita, à esquerda, andam e param, resmungam,
urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam..."
(Machado de Assis)
b) COORDENADAS SINDÉTICAS
Nas coordenadas aditivas, a vírgula aparece quando os sujeitos são diferentes, quando há a reiteração da conjunçã,
ou quando- em uma construaçaõ textual peculiar- for necessária a utilização para a clareza.
Vejamos:
ATENÇÃO:
1. Sujeito e Predicado
Ordem direta:
- "O poeta é um fingidor."
- "Aquela senhora tem um piano"
Ordem indireta:
- É um fingidor o poeta. (O poeta = sujeito)
- Tem um piano aquela senhora (Aquela senhora =sujeito)
(Fernando Pessoa)
2. Objeto
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Ordem direta:
- Nem deixou herança...
Ordem indireta:
- "... nem herança deixou" (herança = obd)
(Chico Buarque)
PONTO E VÍRGULA
O ponto e vírgula é indicado para materializar um grau de coesão menor do que o indicado pela vírgula.
Vejamos:
"Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a
vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma.."
(Vieira - G.N.LR de Rocha Lima)
1. coesão;
2. coerência;
3. progressão lógica;
4. riqueza lexical;
5. concisão;
6. objetividade;
7. aprofundamento.
DOIS-PONTOS
As pretas, com uma tanga no ventre, a arregaçar-lhes um palmo dos vestidos, umas dentro do tanque, outras fora,
inclinadas sobre as peças de roupa, a batê-las, a ensaboá-las, a torcê-las, iam ouvindo e redargüindo às pilhérias do tio
João, e a comentá-las de quando em quando com esta palavra:
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Diz Mônica Rector em Manual de Semântica: "A aceleração do mundo moderno impõe o repensar da ciência a cada
passo e a indagação de questões outrora inexistentes ou submersas, que agora afloram e pedem respostas."
TRAVESSÃO
- Também creio.
- Nunca pensei.
- É de pasmar.
- Só de mandinga!
(José de Alencar)
b) Introduzir intercalações em períodos que possuem muitas vírgulas, comentários e explicações, com o fulcro
de dar ênfase:
"Referimo-nos, naturalmente, a uma comutação formal - isso não significa que esses nomes de flores sejam sinônimos."
(Valter Kehdi)
PARÊNTESES
"Acrecentemos que em português a alternância vocálica pode ser o que podemos chamar submorfêmica. Isto
acontece quando não é ela (como ao contrário, sucede em fiz em face de faz+er) a marca única da noção gramatical por
expressar."
(Joaquim Matfoso Camará Jr)
““...Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis...” ( Machado de Assis)
ASPAS
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"Estamos aqui porque recebemos a denúncia de que vocês aqui nesta espelunca estão dando gato e cachorro pro
leão comer."
(O Assassinato do anão, Plínio Marcos)
Com a raiva de um animal ferido, disse: "Quem será o homem que me enfrentará?"
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