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LETÍCIA BEATRIZ HILLEBRANT Nº31

DISCIPLINA DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE


TURMA S31

TEXTO-BASE:
O cérebro no mundo digital: os desafios da leitura na nossa era

PERGUNTA-CHAVE:
Há realmente perigos para a leitura profunda no meio digital?

RESUMO
Essa pesquisa tem o objetivo de aprofundar a questão já trabalhada no texto-base
sobre o perigo da leitura profunda quando estudada em ambiente digital. Foi
averiguado se o processamento de informações passa a se tornar duvidoso e atrofiado
se comparado aos métodos tradicionais de leitura e discutido os problemas da
dispersão de foco que levam à leitura superficial de textos online.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIRA, Josceline; SENA PEREIRA, Mécia Katarina; DE ALBUQUERQUE FELL, André


Felipe. RESENHA CRÍTICA. A geração superficial: o que a internet está fazendo com
os nossos cérebros. NAVUS - Revista de Gestão e Tecnologia, vol. 7, núm. 2,
abril-junio, 2017, pp. 124-129.

GUERRA, Fabrício; GORGÔNIO, Flavius; GUERRERO, Dalton; FIGUEIREDO, Jorge.


Efeitos da Leitura em Mídia Digital Sobre Velocidade de Leitura e Compreensão
Textual. Computer on the Beach, 2015.
DESENVOLVIMENTO

De fato, a única resposta possível para essa questão é sim, o meio digital
influencia diretamente nossos circuitos cerebrais, desfavorecendo a habilidade de
leitura profunda, que, ao não ser estimulada devidamente e até incentivar o trabalho
contrário, a leitura rápida e superficial, tende a não ser desenvolvida e aprimorada da
forma que deveria.
Cada vez mais na atualidade o ser humano se acostuma com o ato de apenas
“passar os olhos” quando abre o celular e procura por aquilo que quer saber, seja um
fato aleatório pesquisado no Google, notícias diárias lidas no Twitter ou as novidades
de algum influencer no Instagram. O tempo corre e a necessidade da pressa se mostra
inerente à espécie humana. Ninguém mais possui o esforço necessário de passar
horas lendo e indo atrás de mais informações para profundo entendimento de algum
assunto, como exemplo, algum fato ocorrido na política brasileira. Simplesmente, hoje
em dia, a manchete da notícia já nos dá informações necessárias para preencher
nosso cérebro da forma que agora julgamos suficiente, sentimos que já sabemos o que
aconteceu, sendo que os mais de mil caracteres escritos pelo jornalista passam batido
aos nossos olhos, ou se lidos, são filtrados pelo esquema em zigue-zague como dito
pela autor do texto-base, pulando palavras e mais palavras e ainda em busca somente
daquelas que nos interessam.
Unindo esse problema da atualidade ao meio digital, temos um empecilho, a
dispersão do foco. O ambiente online, que seria dedicado à leitura, é extremamente
dispersante devido às várias outras atividades concomitantes, como o recebimento de
notificações, propaganda, redirecionamento por hyperlinks, música de fundo. Isso tudo
leva o indivíduo à dissolução da mente linear, antes concentrada na leitura geradora de
reflexões e consequentemente do conhecimento, para a dispersa, que percorre tudo e
não se aprofunda em nada, a inimiga da leitura profunda. Pode-se comparar a leitura
de um texto impresso à imersão de um mergulhador dentro da água e a
superficialidade de um surfista que apenas desliza sobre a água ao que acontece na
leitura online, um ambiente cheio de interrupções que não te permite ir a fundo. (Lira et
al. 2017).
O trabalho de Guerra et. al.(2015) realizou uma experiência com o objetivo de
investigar os efeitos da leitura em mídia digital, tanto em termos de velocidade de
leitura, quanto de compreensão textual. Diferentes pessoas foram submetidas à leitura
de um mesmo texto, sendo coletado o tempo de leitura e a pontuação de compreensão
através de um pós-teste. O resultado da experiência mostrou que a simples impressão
de um texto numa tela de computador trouxe prejuízos à compreensão textual
comparando com a leitura tradicional, em papel. Em termos de velocidade, a leitura
pelo papel ficou atrás da digital, sendo a última mostrada como mais rápida.
Esse trabalho cabe à questão desta pesquisa ao mostrar que se em um texto
mais simples a compreensão foi prejudicada, o dano pode ser muito maior em textos
mais complexos que exijam maior atividade cognitiva do indivíduo. O ato de “passar os
olhos” com maior velocidade nos textos online podem estar atrofiando a capacidade de
compreensão e análise crítica de argumentos complexos.
Tanto o autor do texto-base quanto Guerra et. al.(2015) e Lira et al. (2017)
chegam na mesma linha de pensamento e solução: o método digital de leitura não
deve ser negado. Os meios digitais ainda são muito novos para a humanidade e pouco
se sabe suas consequências em longo prazo, porém já estão unidos fortemente à vida
dos seres humanos. O que é necessário é a transição adequada para a tecnologia
mediada pela pedagogia à neurociência. Na transição para o digital, mudanças
ocorrem no cérebro do leitor e diferentes formas de ler impactam a cognição e a cultura
e trazem implicações profundas, o que nos leva a mais motivos para aumentar o
cuidado com esse novo ambiente, principalmente da parte dos pedagogos, com as
novas gerações.
COTEJAMENTO
TEXTO: Economia Psíquica dos Algoritmos

Como dito no texto Economia psíquica dos algoritmos, o capitalismo nas mídias
gira em torno da economia de atenção ao explorar vulnerabilidades cognitivas visando
manter os usuários engajados nesses serviços. Na troca de predição de
comportamento para captura, as ferramentas algorítmicas procuram prender o
indivíduo o máximo de tempo conectado possível. Assim, o mecanismo extrai padrões
e assim gera intervenções sobre comportamentos futuros. E no tsunami de
informações dentro de plataformas digitais, para que ocorra essa captura, os estímulos
informacionais se tornam cada vez mais reduzidos e diretos, fazendo com que o
usuário só leia aquilo que prenda sua atenção no momento, pois se o tempo de
tolerância de atenção passar do limite, o indivíduo se negará a continuar lendo para
partir para outro estímulo que renove seu interesse, o que gera um enorme prejuízo
para o produtor do conteúdo, seja uma empresa capitalista ou o que for. Dessa forma,
tudo o que é produzido para as mídias sociais é cuidadosamente planejado pelo
algoritmo para cada vez mais prender o usuário com o menos de informação possível e
maior grau de distração, o que nos leva para um dos pontos do texto O cérebro no
mundo digital: a influência negativa das mídias para a leitura profunda e para a
obtenção correta de informação através do olhar calmo pelos textos.

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