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DISCIPLINA PROFESSOR
REDAÇÃO DAIANE
TEMA
Texto 1 7
TEXTO I
A ampliação de programas sociais que doem livros a pessoas mais pobres pode substituir a isenção a
editoras, defendeu hoje (5) o ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência na Comissão Mista da
Reforma Tributária. O ministro disse que a doação direta de livros é mais eficiente que a concessão de
benefícios fiscais a editoras.
“Vamos dar o livro de graça para o mais frágil, para o mais pobre. Eu também, quando compro meu
livro, preciso pagar meu imposto. Então, uma coisa é você focalizar a ajuda. A outra coisa é você, a
título de ajudar os mais pobres, na verdade, isentar gente que pode pagar”, disse o ministro ao responder
o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).
Guedes não explicou se o governo estuda estímulos para a doação direta de livros. Desde 2004, uma lei
isenta as empresas envolvidas na produção de livros do Programa de Integração Social (PIS) e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Pela proposta de reforma tributária
da equipe econômica, o benefício seria extinto para dar lugar à Contribuição sobre Bens e Serviços
(CBS), com alíquota de 12%.
Ao defender a ampliação dos programas de transferência de renda, Guedes ressaltou que as camadas de
menor renda estão mais preocupadas em comprar comida do que comprar livros. Segundo ele, isso está
demonstrado com o interesse no auxílio emergencial durante a pandemia.
“Ele [o deputado Marcelo Freixo] está preocupado naturalmente com as classes mais baixas. Estas, se
nós aumentarmos o Bolsa Família, atenderemos também. Agora, eu acredito que eles, num primeiro
momento, quando fizeram o auxílio emergencial, estavam mais preocupados em sobreviver do que em
frequentar as livrarias que nós frequentamos”, declarou Guedes.
A proposta da equipe econômica provocou críticas de entidades do setor de livros, como a Câmara
Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), que lançaram um manifesto
em defesa da isenção para as editoras. Segundo as entidades, a elevação do preço dos livros decorrente
da alíquota de 12% não resolverá os problemas tributários do país.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-08/guedes-sugere-doacao-de-livros-pobres-em-vez-de-isencao-
editoras
TEXTO II
Publicado em 05/12/2019 - 18:49 Por Pedro Ivo de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O ministério da Educação (MEC) lançou hoje (05) o programa “Conta pra Mim”, que estimula a leitura
de livros infantis no ambiente familiar. Alunos da rede pública que cursam o 1º e o 2º ano do ensino
fundamental são o público-alvo da iniciativa. O programa faz parte da Política Nacional de
Alfabetização e, além do estímulo da leitura diária, criará “cantinhos de leitura” para narração de
histórias, atividades
O programa prevê o treinamento de “tutores” de leitura, que serão capacitados pelo MEC a partir de
janeiro de 2020. Esses tutores receberão uma bolsa de incentivo de R$ 300 a R$ 400 para colaborar
com os cantinhos de leitura. O treinamento desses tutores deve acontecer pela plataforma de ensino à
distância do MEC, mas também será feito por aulas presenciais ministradas por técnicos da secretaria
de Alfabetização do ministério. “Os dados mostram que o quadro de alfabetização não é bom. Nas
duas últimas provas da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) tivemos mais de 50% dos alunos
com desempenho muito abaixo do esperado. Isso significa que esses alunos não são leitores
proficientes. Esse programa é a nossa resposta para mudar isso”, afirmou o secretário de
Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim.
O custo da iniciativa será de cerca de R$ 45 milhões. Destes, R$ 20 milhões serão usados para a
bolsa de incentivo aos tutores, R$ 17 milhões serão usados na impressão do material e dos kits de
leitura, e R$ 8 milhões para a logística do programa.
Resultado do Pisa
Aprendizado em família
A idéia do programa, segundo Nadalim, é que as crianças levem para casa as práticas de contação de
histórias, leitura, diálogo familiar e motivação da oralidade entre pessoas da mesma família.
Professora de uma escola pública do Plano Piloto, em Brasília, Cíntia Pereira de Paula afirmou estar
entusiasmada com a iniciativa. “Esse projeto é muito importante. Nos deparamos muito com crianças
que possuem pais ou mães analfabetos, e essas crianças levam uma cultura de conversa, de leitura,
de diálogo e de amor pelo conhecimento para um lar onde nada disso existe. É uma forma de inverter
o aprendizado: é o pequeno ensinando o grande”.
O projeto prevê a distribuição de “kits de literacia”, compostos de uma “mini biblioteca” de livros infantis
da Turma da Mônica - confeccionados especialmente para o programa -, caderno de desenho, giz de
cera e um guia de orientações pedagógicas para o estímulo das crianças. Uma parte do conteúdo
estará disponível no portal criado para a iniciativa.
Metodologia
A iniciativa do programa segue o princípio da Curva de Heckman, formulada pelo vencedor do Prêmio
Nobel de Economia de 2000, James Heckman. De acordo com o economista, investimentos feitos nas
camadas mais jovens da população têm maior retorno social.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-12/mec-lanca-projeto-que-estimula-leitura-infantil-com-familiares
TEXTO III
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/04/25/habitos-digitais-estao-atrofiando-nossa-habilidade-de-leitura-e-compreensao.ghtml
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A proposta de reforma tributária do ministro da Economia, Paulo Guedes, tem causado intensos
debates em um segmento até então isento de impostos: o livreiro. Se entrar em vigor da maneira como
o governo federal pretende, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) significará uma taxação de 12%
sobre livros no país.
Com base em argumentos da Receita Federal, a pasta justificou o fim da isenção aos livros alegando que
"famílias com renda de até dois salários mínimos não consomem livros não didáticos" e "a maior parte
desses livros é consumido pelas famílias com renda superior a dez salários mínimos". Em outras
palavras: para o governo federal, livro no Brasil é coisa de rico.
A história de isenções tributárias ao setor no Brasil remonta à década de 1940, quando o escritor e
então deputado federal Jorge Amado (1912-2001) conseguiu aprovar uma emenda que garantia
imunidade tributária para a impressão de livros, revistas e jornais. Em 1988, ela passou a ser garantida
na Constituição e, em 2004, uma lei federal livrou o setor de alíquotas referentes ao Programa de
Integração Social (PIS) e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Para a historiadora Marisa Midori Deaecto, professora livre-docente em História do Livro na Escola de
Comunicações de Artes da Universidade de São Paulo, o atual discurso do governo e a taxação
contribuem para piorar o acesso ao livro no Brasil. "Dos pontos de vista simbólico, moral e financeiro, o
impacto de 12% sobre o preço de capa é muito maior do que os ganhos", afirmou à DW Brasil.
Em entrevista, Deaecto fala sobre as controvérsias desta proposta do governo e o acesso à leitura no
país.
DW Brasil: Entre contribuir para a melhora da arrecadação e formar um país de leitores, como deve
ficar o governo?
Marisa Midori Deaecto: A economia do livro no Brasil é pequena se comparada a de outros países, mas
para nós ela é importante. E, desde 2001, sabemos que houve um crescimento bastante importante.
Mas se pretende-se aumentar o preço de capa em 12%, porque a contribuição no final atinge o
consumidor, há uma contradição. Cria-se uma resposta tributária que trai um princípio constitucional e
incide sobre o preço de capa do livro, atingindo o consumidor e se diz que isso vai ter impacto forte na
arrecadação… Isso é uma grande falácia, é nesse ponto que estamos insistindo.
Cabe ao Estado garantir direitos básicos aos cidadãos e estamos falando em escola e também em
leitura. A contribuição teria um efeito imediato, mas é um efeito muito pequeno em relação ao produto
que atinge. Dos pontos de vista simbólico, moral e financeiro, o impacto de 12% sobre o preço de capa é
muito maior do que os ganhos. Não colabora para as políticas públicas em prol da educação e cultura,
muito pelo contrário. E também não enriquece o tesouro.
O argumento da Receita Federal acabou traduzido como um entendimento de que, no Brasil, "só rico
que lê". De certa forma, isso não evidencia as próprias discrepâncias históricas de nosso país, que se
reflete no consumo de entretenimento e cultura?
Uma mercadoria 12% mais cara pesa muito mais no bolso do pobre do que no bolso do rico, por isso
digo que há um fator moral. Hoje nosso mercado está muito diversificado, de modo que atinge todas as
classes. Isso é fruto de pelo menos 25 anos de políticas públicas, organizações ligadas à área editorial,
campanhas publicitárias até por parte dos veículos de massa. A taxação do livro é imoral,
anticonstitucional e vai na contramão de toda a campanha em favor do livro e da leitura criada nos
últimos 25 anos.
O livro tem uma aura simbólica positiva. Nosso processo de formação de leitores é mais lento e
atrasado [se comparado com países europeus, por exemplo] e deve correr atrás desse atraso que, no
fundo, é multissecular. O que foi feito entre as décadas de 1960 e 1980, pela ditadura? Incentivou-se a
cultura massificada ligada à televisão e ao rádio, em detrimento da cultura literária, exatamente o
mesmo discurso de Bolsonaro nos dias de hoje. Mas não podemos ignorar que [depois disso] houve
uma série de iniciativas que conduziram as crianças às escolas, como [os programas] Bolsa Família,
Sisu, Prouni… Aquela história de pai lavrador, filho doutor se consolidou nos últimos 25 anos. O
mercado [literário brasileiro] é pequeno se comparado a potências editoriais, mas é muito importante
dentro do contexto do Brasil.
O que pode ser feito para resolver essa questão, disseminando mais o prazer da leitura entre todas as
classes sociais?