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A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Neisseria

gonorrhoeae. Existem registros dessa doença desde aproximadamente o século XII e até hoje
perpetua-se na sociedade, registrando 87 milhões de casos por ano segundo a OMS. Como não
existe uma vacina para prevenção, drogas antimicrobianas, os conhecidos antibióticos, são
utilizados para o tratamento da doença.

Alarmantemente, a bactéria vem recentemente desenvolvendo resistência pesada a estas


drogas. Em 2009 no Japão uma trabalhadora sexual realizou um exame de rotina e foi
descoberto que ela estava infectada com gonorreia. Porém, o tratamento padrão para a
doença, com o fármaco ceftriaxona, não mostrou efeito e foi descoberto que ela portava uma
cepa super-resistente da doença.

Um artigo, buscando analisar a resistência desta cepa, realizou dois testes com 30 diferentes
antimicrobianos. Além disso, descobriu qual parte do material genético destas bactérias
conferia esta resistência. O resultado dos testes foi preocupante...

Felizmente, os pesquisadores conseguiram apontar o gene que confere esta resistência,


chamado penA. Entretanto, a bactéria provou-se resistente à esmagadora maioria dos
antimicrobianos, sendo somente suficientemente sensível a dois deles. Isso significa que, por
enquanto, apenas dois remédios têm resultados promissores no combate a esta
supergonorreia.

O resultado dessa descoberta reforça a necessidade de medidas preventivas e políticas de


saúde pública especialmente em países menos desenvolvidos. Em países de primeiro mundo, a
gonorreia não é problema tão grande, havendo maior disponibilidade de exames e
tratamento. Em países mais pobres a gonorreia é bem menos combatida e tratada,
representando um ambiente oportuno para uma epidemia da supercepa.

Mesmo assim, países ricos não estão livres desta situação. Devemos lembrar que a cepa
analisada no estudo foi, afinal, detectada no Japão, um país com tecnologia e infraestrutura de
ponta. Assim, devemos lembrar que o uso de preservativos durante a relação sexual é
essencial para não sermos alvo desta superbactéria.

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