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Tabela 1 faixa etaria dos entrevistados...........................................................................

22
Tabela 2 relação nível de escolaridade e poder de negociação feminino......................28
Tabela 3 preco de compra dos preservativos.................................................................30
Declaração

Declaro que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal e da


orientação da minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Beira, aos 01 de Julho de 2017


___________________________________________
(João Nelson Macedo)
Resumo
O presente estudo pretende apresentar as evidencia que dizem respeito aos factores
de fraca utilização do preservativo feminino por parte das mulheres no Bairro de
Chingussura, ora o preservativo oferece tanto as mulheres como os homens a
possibilidade de cuidar da sua saúde, não obstante existem muitos mito, tabus e
preconceitos a volta do uso do preservativo feminino, no entanto é preciso combater
abordagens incorrectas ou mesmo ideias em volta deste contraceptivo pois fazem com
que muitas mulheres não pautem por este contraceptivo que também é um meio de
prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. De salientar que o estudo incidiu
em 217 mulheres sexualmente activas dos 18 a 45 anos achados ao critério amostral
probabilístico onde o autor avalia o conhecimento das mesmas em relação ao uso e
poder de negociação feminino no uso do preservativo ademais de forma reflexiva com
o intituito de apurar as reais causa do problema.

Palavra chave:

Fraca aderência no uso do preservativo feminino.

Abstract.
The present study intends to present the evidence that refers to the factors of poor use
of the female condom by the women in the Chingussura neighborhood, or the condom
offers both women and men the possibility of taking care of their health, although there
are many myths , Taboos and prejudices about the use of the female condom, however
we must combat wrong approaches or even ideas about this contraceptive because
they cause many women not to walk by this contraceptive that is also a means of
prevention of sexually transmitted infections. It should be noted that the study focused
on 217 sexually active women aged 18 to 45 found in the probabilistic sampling criterion
where the author evaluates their knowledge regarding the use and negotiation power of
women in the use of condoms, in addition, in a reflexive way with the institution The real
cause of the problem.

Keyword:
Low adherence to female condom use.
Lista de termos e abreviações.

Adesão, fem. Sin. Aderência. Regularidade na utilização pelo paciente da terapia


Camisinha, fem. Ver sin. Preservativo

Cancro duro, masc. Lesão primária, causada pelo Treponema pallidum, de forma
arredondada ou oval

Cancro mole, masc. Doença sexualmente transmissível que secaracteriza pelo


aparecimento, nos órgãos genitais
Candidíase, fem. Infecção endógena da vulva e da vagina, causada por um fungo
comensal que habita a mucosa vaginal e a mucosa digestiva.
CTA .Centro de testagem e aconselhamento em aids, masc. Sin.
Chlamydia trachomatis, fem. Bactéria que é responsável pela transmissão de
diferentes doenças sexuais
Citomegalovírus, masc. Vírus do grupo dos herpes vírus que pode atacar vários
órgãos humanos, provocando infecção de diversos tipos.
Co-infecção, fem. Conceito que se refere à ocorrência simultânea de duas ou mais
infecções em um mesmo indivíduo
Comportamento sexual, masc. Comportamento pelo qual os indivíduos exercem sua
sexualidade.
Corrimento, masc. Secreção anormal, de forma líquida, que pode ser expelida da
uretra, da vagina ou do colo do útero.
Criptococose, fem. Infecção causada pelo fungo Cryptococcus neoformans,
encapsulado da divisão Basydiomycotina ou basidiomiceto. Notas: 1. A infecção é
contraída por via respiratória,
Donovanose, fem. Doença crônica progressiva que acomete, de forma preferencial, a
pele e as mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais.
DST, fem. ⇒ Doença sexualmente transmissível.
Feminização da aids, fem. Mudança no padrão de disseminação de ITS’s e do HIV
Gonorréia, fem. Doença infectocontagiosa causada pela bactéria Neisseria
gonorrhoeae ou gonococo
Herpes simples, fem. Doença que se dá pela ocorrência de lesões inflamatórias na
mucosa e na pele, localizada ao redor da cavidade oral – herpes orolabial e da genitália
– herpes anogenital
HPV, masc. ⇒ Papiloma vírus humano
Imunodeprimido, masc. Indivíduo que apresenta o sistema imunológico debilitado.
Imunofluorescência indireta, fem. Teste que revela a presença dos anticorpos por
meio de microscopia de fluorescência.
Incidência, fem. Sin. Coeficiente; Taxa. Número de ocorrências de uma doença ou
grupo de doenças, em uma população definida, durante um intervalo de tempo
específico.
Isosporíase, fem. Infecção intestinal benigna e autolimitante, causada pelo Isospora
belli
ITS’s Infeccoes de transmissao sexual
Janela imunológica, fem. Período entre a infecção pelo HIV e o . início da detecção
de anticorpos específicos por meio de testespadrão.
ONG-aids, fem. Organização não-governamental que atua na área do HIV/aids
Preservativo feminino, masc. Dispositivo contraceptivo e preventivo, cujo formato é
de um tubo de poliuretano, com uma extremidade fechada e a outra aberta, e que se
encontra acoplado a dois anéis flexíveis também de poliuretano
Preservativo masculino, masc. Sin. Camisinha. Dispositivo contraceptivo e
preventivo, cujo formato é de um envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato
sexual.
Sexo anal, masc. Relação sexual em que um indivíduo introduz o pênis no ânus de
outra pessoa.
Sexo oral, masc. Relação sexual em que se utilizam a boca e a língua para estimular
os órgãos genitais de outra pessoa.
Sífilis, fem. Sin. Lues. Doença crônica causada pelo Treponema pallidum,
caracterizada como pápula erodida ou ulcerada, com borda infiltrada, endurecida e com
fundo limpo
SIDA Síndrome da imunodeficiência adquirida,
Soropositivo, masc. Designação usada para identificar portadores, sintomáticos ou
assintomáticos, do HIV/SIDA
Transmissão vertical, fem. Tipo de transmissão do vírus HIV que ocorre da mãe para
o bebê, durante a gestação, o parto ou o aleitamento.
Tricomoníase genital, fem. Infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis
cujo habitat é a cérvice uterina, a vagina e a ur
CAPITULO i.
1.1 Introdução
As infecções sexualmente transmissíveis (ITS´s) caracterizam-se como um grande
problema de saúde pública, em vista do grande número de pessoas acometidas por
estas em particular as Mulheres. O preservativo feminino procura avançar na busca de
novas formas de cuidado à saúde das mulheres, especialmente quando se fala em
poder de negociação. Sendo este um método de barreira que a mulher introduz em seu
intróito vaginal, podendo deste modo garantir a ela maior capacidade de autonomia
sexual.

Desta forma, com este estudo pretende-se avaliar ate que ponto as mulheres tem o
poder de negociar no uso do preservativo com os seus parceiros Como tal, a
estratégia de prevenção é primordial, sendo necessário criar o hábito de utilização do
preservativo, dado ser o único método de barreira capaz de proteger de uma IST e de
uma gravidez indesejada, em simultâneo. Todavia, uma limitação do método para as
mulheres está na dependência do uso pelo parceiro, afectando seu direito de livre
escolha, quando ele não aceita utilizá-lo. Percebe-se que há necessidade de fortalecer
as mulheres para que tenham condições de exercer o auto-cuidado voltado para a
saúde sexual e reprodutiva. Bóia (2008)

A utilização do preservativo feminino (PF) é uma medida que pode ser adoptada, uma
vez que independe da aceitação do parceiro. Mas, para isso, é necessário oferecer
acesso à informação adequada, pautada na discussão e na formação de um
pensamento critico sobre valores sociais, culturais e de género, entretanto com o
presente estudo o autor avalia o conhecimento das mulheres do bairro de chingussura
em volta do uso do preservativo feminino, focalizando-se sobretudo na sua
subutilização, a não priorização bem como a não valorização deste preservativo, com o
intuito de conhecer os factores de fraca aderência do uso do preservativo feminino por
parte das mulheres na região em estudo
1.2 Justificativa de escolha do tema.
O problema surge após o autor ter assistido um programa televisivo no qual abordava-
se sobre a autonomia de prevenção das ITS.s por parte das mulheres. Porém o
preservativo feminino é o único meio contraceptivo que permite a mulher de ela própria
prevenir as ITS,s incluindo HIV, para além da gravidez indesejada este preservativo
oferece tanto as mulheres como os homens a possibilidade de cuidar da sua saúde,não
obstante existem muitos mito, tabus e preconceitos a volta do uso do preservativo
feminino, no entanto é preciso combater abordagens incorretas ou mesmo ideias em
volta deste contraceptivo pois fazem com que muitas mulheres não pautem por este
contraceptivo que também é um meio de prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis.
O preservativo feminino foi reconhecido pela comissão das nações unidas sobre artigos
essências como um dos 13 artigos mais eficazes que salva a vida das mulheres e das
crianças igualmente é reconhecido a sua importância nos diferentes planos
estratégicos nacionais de planeamento familiar concebida para o quinquênio e o plano
nacional de resposta ao HIV e SIDA, mas a sua implementação permanece fraca. o
preservativo feminino continua subutilizado, não priorizado e pouco valorizado
(INSIDA,2009) e nesta perspectiva de prevenção por parte das mulheres que o
pesquisador procura estudar e conhecer os reais motivo que estão por de traz da
problemática, ora as infecções sexualmente transmissíveis (ITS´s) caracterizam-se
como um grande problema de saúde pública, em vista do grande número de pessoas
acometidas por estas. (MISAU, 2005) no entanto com o trabalho espera-se activar o
espírito de prevencao das ITS,s por parte das mulheres da regiao em estudo bem
como as regioes com caracteristicas similares.

1.3 Delimitação da Pesquisa

A pesquisa em abordagem, foi realizada no 15º Bairro de Chingussura na unidade


comunal C, de referir que o bairro de chingussura ê um bairro com cerca de 8 unidades
comunais e (A-H) e 54 quarteirões o bairro localiza-se no posto administrativo de
Inhamizua, cidade da Beira, importa referir que este Bairro tem cerca de 3300
agregados familaires e uma populacao de 12434 habitantes (CMB2008, senco 2007)
de referir tambem que o estudo em causa apenas abrangiu individuos do sexo
feminino ora o tema em abordagem esta ligada a fraca aderencia no uso do
preservativo feminino no combate as ITS’s por parte das mullheres

1.4 Enquadramento do Tema


O Tema ora em causa tem um enquadramento científico bastante amplo que vai desde
os seguintes sectores: académico, social, cultural, da saúde, comércio e o sector
político

1.4.1 Sector Acadêmico

No que diz respeito ao sector académico tema em causa enquadra-se nas cadeiras:
parasitologia humana , Fisiologia animal e humana, ministrados no curso de Biologia
na Universidade Pedagógica (UP) delegação da Beira. O mesmo tem também
enquadramento na disciplina de Biologia, na 12 a classe do sistema nacional de ensino
(SNE) quando se aborda acerca dos fisiologia animal ua das unidades no programa de
ensino.

1.4.2 Sector Social

Este se enquadra neste sector na medida o poder decisório das mulheres na escolha
de meios de prevenção as ITS’s é influenciado pela sociedade atreveis da cultura e
praticas quotidianas do dia-a-dia aceites pela sociedade como sendo corretas, no
entanto o problema em estudo passa a não ser apenas um problema ligado a saúde
mas também um problema de carácter social.

1.4.3 Sector da Saúde

Este tema enquadra-se neste sector devido às implicações que o mesmo pode trazer a
saúde pública, contribuindo deste modo em uma intervenção imediata por parte dos
agentes da saúde com fins a averiguar as reais causas dos traumas causados por esta
doença para depois estudar ou mesmo se apoiar de medidas concretas para a
erradicação do problema.
1.5 Problematização
O fraco ou nulo poder de negociação feminino tem sido um dos factores que tem feito
com que o número de mulheres infectadas ou seropositivas não pare de aumentar em
mocambique ora as representações acerca da mulher, seja na relação familiar ou na
sociedade, passam pelas concepções de fragilidade, dependência e submissão, que
dão ao homem o direito de tutela sobre ela. Fonseca (2005) citado por Arune Joao
Estavela
Segundo a ONUSIDA, 1998 a fraca aderência no uso do preservativo feminino tem
sido um dos factores que tem feito com que o número de mulheres infectadas ou
seropositivas não pare de aumentar mesmo estando estas cientes dos riscos que
correm em relações sexuais não protegidas e a estrutura dos genitais femininos não
contribue muito para que estas tenham prazer sem riscos, entratanto e nesta
perspectiva que o autor indaga-se colocando a seguinte questão:
“Quais os factores que estão por detrás da fraca aderência no uso do preservativo
feminino na prevenção de ITS e por parte das mulheres do Bairro do Chingussura”?

1.6 Hipóteses
1.6.1 Hipótese Básica
 Provavelmente as mulheres devido as questões culturais não têm o poder
decisório sobre o uso do preervativo com os seus parceiros.
1.6.2 Hipóteses Secundárias
 É provável que as mulheres concebem que a responsabilidade da prevenção
pertence ao homem uma vez que na sociedade Moçambicana o homem é
visto como o responsável pelas decisões matrimonias.

 É provável que estas mulheres não tenham sido educada sobre o seu papel
na prevenção das ITS,s.

 Talvez o preço alto do preservativo feminino seja um dos factores da franca


aderência; uma vez que na nossa sociedade, a maior parte das pessoas m
particular as mulheres recorrem aos meios de prevenção mais acessíveis em
termos de valores devido a sua economia.
1.7 Objectivos da pesquisa.
1.7.1 Objectivo Geral

Conhecer os principais factores que estão detrás da fraca aderência no uso do


preservativo feminino, para o combate das ITS’s..

1.7.2 Objectivos Específicos

 Descrever os aspectos culturais da sociedade Beirense em volta das decisões


tomadas na vida conjugal nos casais.

 Identificar a quem pertence a responsabilidade de protecção e prevenção no


acto sexual

 Avaliar o preço e a disponibilidade do preservativo feminino a nível do local a se


efectuar a pesquisa.

 Identificar as causas que levam as pessoas a não aderir ao uso do preservativo


feminino no combate as ITS,s.

 Divulgar toda informação que possibilite a resolução do problema tendo em


conta os resultados obtidos durante a pesquisa.

1.8 Metodologia da pesquisa.


1.8.1 Método Bibliográfico

Com este método o autor apoiar-se-á em livros, artigos e revistas, de modo a colher o
máximo de informações relevantes, possíveis ao tema ora em estudo com o intuito de
melhor se informar a respeito da fraca aderência no uso do preservativo feminino,
questões culturais da sociedade Beirense, vulnerabilidade das mulheres as ITS’s, entre
outros aspectos ligado ao tema em estudo.
1.8.2 Método Documental

De igual forma, com este método o autor colhera informações documentadas em


jornais, folhetos informativos, cartazes entre outros documentos que abordam, ou seja,
ilustram informações relacionadas a fraca aderência do uso do preservativo feminino
na prevenção das ITS,s,
1.8.3 Inquérito

Com este método, o autor dirigiriu-se a algumas farmácias a fim de inquerir os


funcionários locais de modo a obter informações relativas a disponibilidade, preço e a
aderência do preservativo feminino por parte das mulheres na aquisição do mesmo.
1.8.4 Técnica de entrevista.
Com esta técnica o autor entrevistou a amostra da população em estudo a fim de obter
informações relativas as culturais locais, poder de decisão no relacionamento conjugal,
a responsabilidade de prevenção as ITS’s, o papel das mulheres na prevenção as ITS’s
entre outros aspectos de interesse da pesquisa.

1.9 Tratamento dos dados

Para a efectivação da pesquisa e o alcacnce dos objectivos os dados foram


organizados no softwere aplicativo Microsoft office word e analisado no pograma
SPSS Statistic, onde autor fez a analise dos dados colectados no acto da pesquisa
possibilitando deste modo a apuracao das reais causas que estao por de traz da fraca
aderencia no uso do preservativo feminino para o combate as ITSs.

1.9.1 População e amostra

O presente estudo foi realizado no 15º bairro Chingussura unidade comunal C, um


Bairro com cerca de 24480 habitantes dos quais 12434 Homens e 12546 Mulheres
(senso 2007, dados fornecido pelo CMB) de referir que a unidade comunal C conta
com cerca de 3060 mulhere das quais as sexualmente activas são cerca de 2154
porem para o estudo, foram envolvidas 217 mulheres sexualmente activas, tamanho
amostral achado com recurso a critérios de amostragem probabilística.
CAPITULOII. Fundamentação Teórica.

2.1 O preservativo feminino e o combate as ITS’s..


O preservativo feminino (female condom — FC, ou FC1) foi produzido originalmente
como um tubo de poliuretano fino, resistente, transparente e pré-lubrificado, com cerca
de 17 cm de comprimento e 7,8 cm de largura. Possui dois anéis flexíveis, e um deles
fica solto dentro do tubo para ajudar sua inserção e fixação junto ao colo do útero.. A
argola na ponta aberta é ligeiramente maior e permanece fora da vagina, cobrindo
tanto a genitália da mulher como a base do pénis do homem. Os preservativos são
equipados com um lubrificante aguado que facilita a inserção e permite um movimento
confortável durante as relações sexuais. Se for necessário um lubrificante adicional,
qualquer tipo de lubrificante pode ser usado, incluindo produtos com base em óleo que
não podem ser usados com o preservativo masculino. Actualmente os preservativos
devem ser utilizados uma só vez. Contrariamente aos diafagmas e contraceptivos
orais, não é necessária AGHA, S. (2001)

2.1.1 A descoberta do preservativo feminino.


O preservativo feminino foi desenvolvido no final dos anos 80 por uma equipe de
dinamarqueses e, em 1992, a empresa norte-americana Female Health Company
(FHC) passou a comercializá-lo com o nome de Femidom. Em 1993, a Food and Drug
Administration (FDA) aprovou sua comercialização nos Estados Unidos, onde passou a
ser chamado de Reality. (COLLINS, P.Y. et al. 2010, citado por UNFPA (2011) .

2.1.2 Nível de segurança do uso do preservativo feminino.


Por causa do poliuretano utilizado na sua fabricação, o preservativo feminino é tão forte
como durável. Não precisa de condições especiais para ser guardado porque o
poliuretano não é afectado pelas mudanças de temperatura e pela humidade. Pelo
contrário, o látex no preservativo masculino pode estragar-se com o calor, luz e
humidade. A data de expiração do preservativo feminino é 60 meses (5 anos) depois
da data em que foi fabricado. Os investigadores testaram o risco de o preservativo
feminino causar irritação ou de facilitar as bactérias ou outros problemas de saúde na
vagina. Em alguns testes, os preservativos femininos foram usados para relações
sexuais e depois deixados na vagina durante toda a noite, um período muito superior
ao normal. Os resultados mostraram não haver complicações, o que indica que mesmo
as mulheres com pele muito sensível podem usar este preservativo.

2.1.3 Preservativo feminino: autonomia sexual feminina em questão


O preservativo feminino procura avançar na busca de novas formas de proteção e
cuidado à saúde das mulheres, especialmente quando se fala em capacidade e poder
de negociação. Sendo este um método de barreira que a mulher introduz em seu
intróito vaginal, pode garantir a ela maior capacidade de autonomia sexual. Desta
forma, ao conhecerem o preservativo feminino e obterem informações a respeito do
insumo, qual sua função e a que veio, as mulheres passam a idealizar maior autonomia
na decisão e controle da relação sexual, em parte, relacionada às características do
método e aos discursos a ele atribuídos. Tal idealização, na prática sexual, pode ser
reforçada ou desfeita, o que revela a dinâmica na vida do casal a partir dos acordos e
trocas eróticas como resultado cultural das relações de gênero e de poder.
Indubitavelmente, estas situações podem levar à satisfação pessoal ou à frustração
com o uso do método, este último, podendo gerar desavenças entre o casal e suas
consequências, tais como a violência de gênero17 . Assim, vislumbra-se que as
mulheres do estudo idealizam autonomia sexual com uso do preservativo feminino,
uma vez que estas puderam associar o uso do método a uma maior independência em
relação ao parceiro sexual para a realização de um ato sexual seguro. (Grayce 2002)

2.1.4 Protecção contra a gravidez


O preservativo feminino é um método eficaz de contracepção e pode ser atractivo para
mulheres que querem um método não sistemático e que não tenha os efeitos colaterais
que se associam aos métodos hormonais, tais como os contraceptivos orais,
injectáveis ou de implante. A eficácia reportada do seu uso é similar à de outros
métodos de barreira. Quando o preservativo feminino é usado correctamente em todas
as relações sexuais, os casos estimados de gravidez acidental podem ter um índice tão
baixo como o de 5% num período de um ano. (ONUSIDA,1998)

2.1.5 A vulnerabilidade física das mulheres


Vulnerabilidade da Mulher Segundo um estudo da Duke University Medical Center,
University of Washington Seattle citado por Bóia (2008) as doenças sexualmente
transmissíveis são um problema significativo para as jovens mulheres. Este estudo
realça a necessidade dos profissionais de saúde dedicarem mais tempo às jovens
mulheres, identificarem factores de risco, e explicar consequências do sexo sem
protecção, promovendo o uso de preservativo
Porém muitas mulheres poderão não ter acesso ao apoio de profissionais de saúde por
não terem como hábito recorrer ao planeamento familiar, como refere Bóia (2008),
As mulheres, na maioria das vezes, suportam as consequências negativas da
contracepção negligente ou da falha no uso dos preservativos de forma correcta e
consistente Rosenthal, Chen & Biro (2000) referem que, segundo o Institute of
Medicine1, as mulheres têm taxas mais elevadas de IST´s e sofrem consequências
mais profundas como infertilidade e cancro cervical. Esta alta susceptibilidade biológica
reside nas características da anatomia feminina que a tornam especialmente sensíveis
a certas DST´s (Cates, 1990, citado por Rosenthal, Chen & Biro, 2000). Outras
características apontadas são o carácter da mucosa vaginal que é menos espessa e
mais extensa e factores como violência sexual, violação, subjugação sexual ou porque
aceita submeter-se aos desejos dos parceiros (Bóia,2008).

2.2 A cultura e os saberes locais


Na acepção de muitos autores, a cultura tem a ver com os modos de viver e ser, estar
ou fazer de cada indivíduo, enquanto elemento integrante de grupo. Cada país e povo
tem as suas práticas específicas, diferentes das dos outros povos (GONÇALVES,
2002). São as experiências individuais que se transformam em colectivas. Mais tarde,
estas experiências poderão ser apropriadas por futuras gerações. Este facto dá espaço
para a troca de experiências e intercâmbio cultural entre os povos.
As pessoas ou grupos de pessoas têm práticas próprias, modos específicos de fazer as
coisas, que não dependem de ninguém. São acções pelas quais se orgulham por
serem identidades próprias.
2.2.1. Conceitos ritos de iniciação.
Os ritos de iniciação, cidade de Nampula, são uma prática bastante antiga. Quanto ao
significado dos ritos de iniciação, pode-se considerar que: Os ritos de iniciação acham-
se aí para garantir que os iniciados registem o impacto de uma mensagem espiritual
provida das mudanças dos seus corpos. O rito constitui um meio pelo qual encontra e
se reúne com o significado, sendo santificado ou inversamente, o lugar onde a fé é
engajamento espiritual que o corpo recebe (SHORTE, 1989:71).
2.2.1.1 Ritos de iniciação feminina na província de Sofala.
A vida é uma constante passagem de etapas determinadas pelas condições biológicas
e pela cultura. Tem início com o nascimento e finda com a morte. Essas passagens são
quase sempre marcadas por cerimónias e rituais, que VAN GENNEP (1997) chamou
de ritos de passagem.
Os ritos de iniciação das raparigas, tal como referem BONNET & IVALA (1999), são
relativamente menos aparatosos e duram menos tempo comparativamente aos ritos
dos rapazes.
Os ritos das raparigas acontecem quando as meninas atingem a maturidade biológica,
ou seja, aquando da primeira menstruação. Quando tal acontece, a progenitora da
rapariga comunica à pessoa mais velha e responsável de família e sua madrinha (caso
existir antes da sua 1 menstruação). Designa-se a rapariga de malye nesta fase antes
da sua preparação para ser mulher.

2.3 Infecções de transmissão sexual (ITS’s)


O termo pelo qual são actualmente designadas as Infecções Sexualmente
Transmissíveis (ISTs), tem vindo a sofrer alterações ao longo dos tempos. Apesar de
na maioria dos países a especialidade que se dedica às infecções de transmissão
sexual designar-se por dermatovenereologia, a designação de doenças venéreas tem
caído em desuso, uma vez que o termo venéreo refere-se à transmissão
exclusivamente sexual, bem como remete-se ao estigma da prostituição. (GUERRA
RODRIGUES, F. [et. Al.] 2007). Posteriormente, passaram-se a designar por Doença
Sexualmente transmissível (DST), tendo sido substituído em 1999, por Infecção
Sexualmente Transmissível (IST) por este último abranger as infecções de cariz
assintomático, (OMS)
2.3.1 Conceito Infecções de transmissão sexual (ITS’s).
Define-se por I ST, toda a infecção transmitida entre pessoas, durante as relações
sexuais, a partir do contacto com a pele, mucosas (vaginal, oral, anal ou uretral) e
fluidos corporais (secreções uretrais, vaginais, esperma ou sangue do indivíduo
infectado). (BORREGO, Maria José, 2009)

2.3.2 Vias de transmissao

As principais vias de transmissão de IST são:

 as relações sexuais vaginais, não protegidas, entre mulher e homem; ou seja,


quando o pénis é introduzido na vagina sem preservativo (interno ou externo);
 as relações sexuais anais, não protegidas, entre mulher e homem ou entre
homem e homem. Ou seja, quando o pénis é introduzido no ânus sem
a protecção de um preservativo;
 e, para algumas infecções, as relações sexuais orais; ou seja, quando a vagina,
o clitóris ou o pénis estão em contacto directo com a boca do parceiro/a, sem
uma barreira protectora (como uma folha de látex ou plástico impermeável, por
exemplo);
 o risco de transmissão está também relacionado com determinadas práticas ou
comportamentos, como por exemplo a partilha de brinquedos sexuais; para
evitar a transmissão, devem usar-se dams (pequenos lenços de latex) durante o
sexo oral/vaginal, luvas de latex e lubrificantes à base de água durante o toque
ou a penetração no ânus ou vagina, utilizar preservativos e lubrificantes nas
situações de partilha de vibradores, etc.

É fundamental encontrar profissionais de saúde com os quais se sinta confortável para


conversar e que possam assegurar o acompanhamento.

Sempre que se inicia uma nova relação sexual é importante falar com a parceira sobre
as relações anteriores, de modo a prevenir os riscos de contrair uma IST.

De acrescentar que, quando não estão em contacto com o corpo, a maior parte dos
agentes infecciosos responsáveis pelas IST morre rapidamente. OMS, orientacao para
tratamento das ITS,2005)

2.2.3 Sinais e sintomas

Alguns sinais podem traduzir-se na existência de uma IST:

 corrimento vaginal anormal, frequentemente com mau cheiro ou corrimento


uretral;
 presença de vermelhidão, manchas brancas, bolhas, verrugas ou vesículas nos
órgãos genitais ou à sua volta, no ânus, ou na boca;
 alteração de textura e/ou de cor nas unhas e/ou na pele ao seu redor;
 dor ou sensação de queimadura ao urinar;
 dores difusas no baixo ventre;
 sensação de dor ou queimadura aquando das relações sexuais;
 febre.

Certas infecções provocam sintomas apenas no homem outras somente na mulher e,


por vezes, pode existir infecção sem qualquer tipo de sintoma. .( FERRAZ, Luis - 1999).

2.3.3 Prevenção e detenção precoce das ITS;s.

 A melhor estratégia para prevenir o aparecimento de uma IST é a prática de


sexo MAIS seguro;
 O preservativo é o método mais eficaz para evitar uma IST;
 É fundamental estar consciente dos riscos, sobretudo quando se desconhece o
comportamento e o estado clínico das/os parceiras/os sexuais; um maior
número de parceiras/os não se traduz necessariamente em maior risco, desde
que todas as pessoas adoptem comportamentos de minimização do risco;
 Logo que se sintam incómodos ou se detectem lesões na zona genital, deve
consultar-se um médico;
 Quando se diagnostica uma IST, devem informar-se as pessoas com quem se
teve sexo nos últimos tempos; dependendo da IST e de outros factores, "últimos
tempos" pode significar nas últimas semanas, nos últimos meses, ou nos últimos
anos;
 Os exames periódicos são essenciais para despiste das IST, uma vez que os
sintomas são muito difíceis de detectar;
 A prevenção e a detecção precoce são a melhor maneira de evitar complicações
de saúde mais graves;
 Estar atento/a aos sinais(BORREGO, Maria José, 2009)

2.3.4 Tratamento de casos de ITS’s.


O tratamento de um caso de IST é o cuidado de qualquer pessoa com uma síndroma
relacionada com uma IST, ou com teste positivo a uma ou mais IST. As componentes
do tratamento de um caso incluem: recolha do historial, exame clínico, diagnóstico
correcto, tratamento precoce e eficaz, aconselhamento sobre comportamentos sexuais,
promoção e/ou fornecimento de preservativos, notificação e tratamento do parceiro,
notificação e seguimento clínico, conforme adequado. Assim, o tratamento eficaz de
um caso não consiste só na terapia antimicrobiana para curar e reduzir a infectividade,
mas também numa análise e tratamento global da saúde reprodutiva do paciente.
(OMS, Organização Mundial da Saúde,2005 Genebra 27,)
2.4 Comportamento social.

O comportamento, resulta de uma alteração do estado de um organismo, “considerada


do ponto de vista de uma relação paramétrica com um estímulo aplicado a este” (Glória
(2006), pp. 67)

A sexualidade,), constitui o comportamento sexual como resultado de uma construção


social e não só uma manifestação instintiva natural e intrínseca do organismo. como
Pacheco (1998)

Para Bóia (2008), o contexto e a valorização das actividades sexuais, depende das
condições sócio-económicas e sócio-culturais. de que o comportamento sexual é fruto
de uma aprendizagem de normas éticas, impostas desde a infância, relacionadas com
aquilo que é tido como correcto e errado numa determinada sociedade. No entanto, as
perspectivas que insistem excessivamente nos “relativismos culturais ou nas
regularidades normativas, ignoram o papel do sujeito na gestão que faz das suas
experiências e do seu corpo e na significação que atribui aos seus comportamentos.
(Alferes (2006) pp.141)”

2.4.1 Comportamento Sexual Protegido e a Prevenção de Doenças Sexualmente


Transmissíveis

Como todos os aspectos relacionados com a prevenção de doenças sexualmente


transmissíveis têm uma componente comportamental, os pontos cruciais nas
estratégias desenvolvidas para prevenir a aquisição de IST´s em indivíduos
sexualmente activos, segundo Rosenthal, Chen e Biro (2000), são a redução da
frequência de comportamentos de risco e o aumento de comportamentos de promoção
de saúde.

Segundo Lucas (1993) o comportamento que proporciona a infecção de uma


determinada doença sexualmente transmissível, propiciará todas as outras, e, da
mesma forma, o comportamento que evita o contágio de uma delas, evitará o contágio
das outras. O comportamento sexual é fortemente ditado pela cultura em que cada
indivíduo se insere, e, como menciona Bóia (2008), os comportamentos variam de
cultura para cultura, sem existir necessariamente a finalidade de procriação. A religião
tem forte influência sobre a sexualidade e o comportamento, transmitindo um código de
restrições sexuais (Almeida 1996, citado por Bóia, 2008).

Como todos os aspectos relacionados com a prevenção ITS’s têm uma componente
comportamental, os pontos cruciais nas estratégias desenvolvidas para prevenir a
aquisição de ITS’s em indivíduos sexualmente activos, segundo Rosenthal, Chen e Biro
2000, são a redução da frequência de comportamentos de risco e o aumento de
comportamentos de promoção de saúde.

O lidar com uma IST pode ser influenciado pela forma como esta é percebida, como
uma condição clínica ou como uma condição interpessoal, por exemplo, sujeitos com
maiores preocupações acerca da sua saúde podem responder de forma diferente
daqueles que se preocupam mais com as implicações para a sua relação (Rosenthal,
Cohen e Biro, 2000).

CAPITULO III. Apresentação e Análise de Dados

3.1 Dados sociodemográficos dos inquéritos.

No que diz respeito aos dados sociodemográfico importa referir que a pesquisa teve
como referencial as seguintes variáveis: género, idade e nível de escolaridade.
3.1.1 Género.
No concernente a variável género, importa referir que a pesquisa em causa apenas
abrangeu indivíduos do sexo feminino, foram no total duzentas e dezassete (217)
mulheres ora constitui o foco da pesquisa identificar os factores que estão por de traz
da fraca aderência no uso do preservativo feminino por parte das mulheres, De
salientar que para além das entrevistadas também o pesquisador inqueriu alguns
profissionais da saúde em algumas farmácias da cidade da Beira, com o intuito de
avaliar a disponibilidade e o preço do mesmo, ao todo foram entrevistados 7
profissionais, dentre os quais dois (2) gestores de stock de farmácia, quatro (4)
técnicos de farmácia, dentre eles dois (2) do nível superior e dois (2) técnicos médios,.
A seguir são apresentados os dados sociodemográficos dos inqueridos.

3.2.2 Idade.
Em relação a faixa etária dos inqueridos, a tabela a seguir mostra as frequencias dos
inqueridos no Bairro de chingussura Unidade comunal “C”.
Tabela 1 faixa etária dos entrevistados

Faixas etárias dos entrevistados


Frequênci Porcentu Porcentage Porcentage
a al m válida m
acumulativa
18-22 126 58,1% 58,1% 58,1%
22-27 40 18,4% 18,4% 76,5%
Válido 27-32 13 6,0% 6,0% 82,5%
32+ 38 17,5% 17,5% 100,0%
Total 217 100,0% 100,0%
Fonte: do autor,2017

3.2.3 Nivel de escolaridade.


No concernente ao nível de escolaridade, importa referir que o estudo abrangeu quatro
níveis, nomeadamente, nível primário, básico, médio e superior, portanto abaixo segue-
se o gráfico que indica detalhadamente a distribuição dos níveis de escolaridade dos
inqueridos.
Gráfico 2. Nível de escolaridade dos entrevistados.
23 32
11% 15%
Primário
Básico
98 64 Médio
45% 29% Superior

Fonte: do autor 2017.

3.3 Factores de fraca aderência no uso do preservativo feminino, para o combate


as ITS’s.. por parte das mulheres do Bairro de Chingussura.

Conhecimento sobre ITS’s (infecções de transmissão sexual)

Dos duzentos e desassete (217) entrevistados, duzentos e oito (208) que equivalem a
96% dizem ter o conhecimento sobre as ITS’s e oito (8) das entrevistadas que
correspondem a 4% dizem que nunca tinham ouvido falar das ITS’s
Tendo em conta as respostas dadas pelas inqueridas, de acordo com os inquéritos
pode-se afirmar que, não há falta de conhecimento sobre as ITS’s, visto que a maior
parte dos inqueridos 96% dizem ter ouvido falar das ITS’s.
Os dados referentes a esta secção estão representados na figura a seguir.

Gráfico 4. Conhecimento sobre ITS’s.


8
4%

Sim
Não

208
96%

Fonte: do autor, 2017.

O poder de negociação no uso do preservativo


No concernente ao poder de negociação do uso do preservativo parte das mulheres, o
estudo feito mostra que dentre as duzentas e dezassete inqueridas, cento e vinte (120)
o correspondente a 57,83% não tem o poder de negociação com os seus parceiros no
o uso do preservativo, e os restantes noventa e seis (96) que corresponde a 42,13%
afirmam que já decidiram sobre o meio de prevenção a usar numa relação sexual com
os seus parceiros.
Os dados referentes a esta secção estão representados na figura a seguir.
Gráfico 5. Poder de negociação no uso do preservativo.

91
42%
Sim
125 Não
58%

Fonte: do autor, 2017

De acordo com os dados acima representados no gráfico, pode-se afirmar que as


mulheres não tem o poder decisório numa relação sexual, como afirma Araújo, M. F.
citado por Arune Joao Estavela. (2005.) a relação entre homens e mulheres se baseia
na demarcação de papéis distintos, de certa forma favorecendo o homem, permitindo-
lhe oportunidades de modo desigual em relação à mulher, ampliando suas
vulnerabilidades diante das ITS’s.
ainda segundo o mesmo autor, ele diz que desde muito tempo a construção social do
género feminino está baseada na submissão ao homem, na inferioridade e na
incapacidade de garantir direitos iguais para ambos os sexos. autor o fraco ou nulo
poder de negociação feminino tem sido um dos factores que tem feito com que o
número de mulheres infectadas ou seropositivas não pare de aumentar em
Moçambique.

Responsabilidade de prevenção as ITS nas mulheres do Bairro de Chingussura.

No que tange a responsabilidade de prevenção, importa referir que dentre as duzentas


e dezassete (217) pessoas entrevistadas, quatro (4) das entrevistadas correspondente
a 1,8% das entrevistadas, dizem que a responsabilidade de prevenção pertence aos
homens, oito (8) delas correspondente a 3,7% afirmam que a responsabilidade de
prevenção pertence as mulheres e duzentas e cinco (205) afirmam que a
responsabilidade de prevenção pertence aos dois, isto é, pertence aos homens e
mulheres. Os dados relativos a esta sessão encontram-se representados no gráfico a
seguir.

Gráfico 6. Responsabilidade de prevenção as ITS;s.

Fonte: do autor 2017.

De acordo com os resultados obtidos, importa referir que as mulheres estão cientes do
seu papel junto aos homens na prevenção das ITS’s, pois a maior parte delas dizem
que a responsabilidade de prevenção pertence aos dois (aos homens e mulheres) o
que significa que elas reconhecem o seu papel na prevenção das ITS’s, todavia
apesar destas reconhecerem o seu papel, elas ainda são submissas aos seus parceiro
como outrora havia referido no ponto referente ao poder de negociação no uso do
preservativo.
A educação familiar e o papel da mulher na prevenção das ITS,s.

No que tange a educação familiar, importa referir que das 217 entrevistadas oitenta
(80) o correspondente a 36,87% afirmam terem recebido alguma educação familiar
sobre as ITS’s e as outras cento e trinta e sete (137) o correspondente a 63,13% nunca
receberam educação familiar sobre as ITS’s

Gráfico 7. Educação na família.

80
37%
Sim
137
63% Não

Fonte: do autor 2017


De acordo com o gráfico, pode-se afirmar que a maior parte das mulheres não tem
recebido uma educação sobre as ITS’s o que contribui de certa forma para o não
reconhecimento do seu papel na sociedade assim como na prevenção das ITS’s. é de
salientar que a educação da mulher sobre a prevencao das ITS’s contribuiria decerta
forma para uma mudança de actitude evitando deste modo a redução das altas taixas
de ITS’s em mocambique, segundo Almeida (1996), citado por Bóia, (2008) O
comportamento sexual é fortemente ditado pela cultura em que cada indivíduo se
insere, e ainda segundo o mesmo autor os comportamentos variam de cultura para
cultura, sem existir necessariamente a finalidade de procriação. A educação tem forte
influência sobre a sexualidade e o comportamento, transmitindo um código de
restrições sexuais
Como todos os aspectos relacionados com a prevenção ITS’s têm uma componente
comportamental, os pontos cruciais nas estratégias desenvolvidas para prevenir a
aquisição de ITS’s em indivíduos sexualmente activos, segundo Rosenthal, Chen e Biro
2000, são a redução da frequência de comportamentos de risco e o aumento de
comportamentos de promoção de saúde.

Relação nível de escolaridade e o poder de negociação feminina na escolha do


preservativo.

No concernente a este sessão importa referir que notou-se uma relação, entre a as
variáveis nível de escolaridade e o poder de negociação feminino em relação ao poder
de negociação no uso do preservativo, de salientar que o estudo feito mostra que o
poder de negociação aumenta com o nível de escolaridade, isto, é mulheres com nível
primário tem menor poder de negociação em relação uso do preservativo quando
comparado as do nível básico, médio e assim por diante.

Os dados referentes a esta sessão seguem-se na tabela abaixo.

Tabela número 1: relação nível de escolaridade e poder de negociação.

Tabela 2 relação nível de escolaridade e poder de negociação feminino.

Qual é o seu nivel de escolarridade? * já decidiu numa relacao sexual o uso do


preservativo?
Já decidiu algumas Total
vezes o uso do
preservativo numa
relação sexual?
Sim Não
Contagem 6 25 31
% dentro de Qual 19,4% 80,6% 100,0%
Primário
é o seu nivel de
Qual é o seu nivel escolarridade?
de escolarridade? Contagem 14 50 64
% dentro de Qual 21,9% 78,1% 100,0%
Básico
é o seu nivel de
escolarridade?
Contagem 52 46 98
% dentro de Qual 53,1% 46,9% 100,0%
Médio
é o seu nivel de
escolarridade?
Contagem 18 5 23
% dentro de Qual 78,3% 21,7% 100,0%
Superior
é o seu nivel de
escolarridade?
Contagem 90 126 216
% dentro de Qual 41,7% 58,3% 100,0%
Total
é o seu nivel de
escolarridade?
Fonte: do autor, 2017

Disponibilidade e aderência do preservativo.

No concernente a disponibilidade do preservativo feminino, o autor inqueriu alguns


profissionais da saúde em algumas farmácias existentes na cidade da Beira como
outrora foi referido.de salientar que dos sete (7) profissionais das farmácias
inqueridos, em relação a disponibilidade todos eles afirmaram que eles tem tido com
maior frequência o preservativo feminino o que significa que a disponibilidade do
preservativo feminino nas farmácia é nula.

Os dados inerentes a esta sessão são apresentados no gráfico a seguir.

Gráfico 8. Disponibilidade do preservativo feminino em algumas farmácias da cidade da


Beira.
O masculino

7; 100%

Fonte: do autor 2017

De acordo com os dados apresentados no gráfico, a disponibilidade do preservativo


feminino nas farmácia é nula, pois todos os profissionais entrevistados afirmaram que
raramente tem tido os preservativos femininos, ora a procura dos mesmos é
relativamente baixa quase nula, no entanto com base nestes pressupostos importa
referir que, mesmo havendo algum interesse na compra dos mesmos por parte das
mulheres não teriam outra escolha se não aderir o que se encontra disponível.

O preço de compra do preservativo feminino e o masculino.

No que tange a esta sessão, importa referir que dentre os sete (7) entrevistados, dois
(2) que corresponde a 28% afirmaram que o preservativo mais caro é o masculino e
cinco (5) que corresponde a 71% afirmaram que era o feminino.
Tabela 3 preco de compra dos preservativos

Dentre os dois tipos de reservativos qual é mais caro?


Frequênci Porcentage Porcentagem Porcentagem
a m válida acumulativa
O 2 28,6% 28,6% 28,6%
masculino
Válido
O feminino 5 71,4% 71,4% 100,0%
Total 7 100,0% 100,0%
Fonte: do autor 2017
De acordo com os dados representados na tabela, o preservativo feminino é o mais
caro para além da sua fraca disponibilidade no mercado como outrora havia referido na
sessão anterior, o que reduz ainda mais a acessibilidade do mesmo ora na nossa
sociedade em particular as mulheres recorrem aos produtos mais acessíveis devido as
questões económicas o que faz com este preservativo não seja aderido.
O preservativo feminino é mais dispendioso do que o preservativo masculino, embora
a produção em grande escala possa reduzir o preço ao longo do tempo. Em
comparação com o tratamento do VIH/ SIDA durante toda a vida ou com as
consequências que uma gravidez indesejada pode ter, o preservativo feminino tem, na
verdade, uma boa relação qualidade-preço. UNFPA, ( 2011)
Capitulo IV. Sugestões e recomendações.

4.1 Conclusão.
4.1.2 Factores da não aderência do preservativo feminino.

No que diz respeito as causas da não aderência no uso do preservativo feminino,


importa referir que, o autor inqueriu os entrevistados de modo a identificar as causas é
de recordar que nos pontos anteriores falou-se a disponibilidade e o preço de compra,
a educação familiar na prevenção as ITS’s, poder de negociação no uso do
preservativo feminino e relação nível de escolaridade e poder de negociação no uso do
preservativo feminino.

 Disponibilidade e o preço de compra.

Em relação a este ponto, importa referir que os resultados dos inquéritos mostram que
o preservativo feminino não se encontra disponível nas farmácias para além do preço
de compra que também é relativamente alto quando comparado com o masculino que
não permite o fácil acesso do mesmo por parte das mulheres.

O preservativo feminino é mais dispendioso do que o preservativo masculino, embora


a produção em grande escala possa reduzir o preço ao longo do tempo. Em
comparação com o tratamento do VIH/ SIDA durante toda a vida ou com as
consequências que uma gravidez indesejada pode ter, o preservativo feminino tem, na
verdade, uma boa relação qualidade-preço. UNFPA, ( 2011)

 A educação familiar na prevenção as ITS’s,

Segundo os inquéritos os dados mostram que cerca de 63% das entrevistadas afirmam
que nunca tinham recebido uma educação familiar sobre o seu papel na prevenção as
ITS’s e 37% afirmam ter recebido alguma educação sobre o seu papel na prevenção
das ITS’s portanto, a educação ou qualquer outro tipo de educao que esteja
relacionado a prevenção das ITS’s contribuirá de certa forma na prevenção.

 Poder de negociação no uso do preservativo feminino


O outro aspecto que se considera como sendo uma das causas é o poder de
negociação, os dados da pesquisa mostram que a mulher não tem um poder decisório
sobre o uso do preservativo ora são cerca de cento e vinte (120) entrevistadas o
correspondente a 57,83% não tem o poder de negociação com os seus parceiros de
uso preservativo e os restantes noventa e seis (96) que corresponde a 42,13%
afirmam que já decidiram.

Segundo Araújo, M. F. citado por Arune Joao Estavela. (2005.)a relação entre homens
e mulheres se baseia na demarcação de papéis distintos, de certa forma favorecendo
o homem, permitindo-lhe oportunidades de modo desigual em relação à mulher,
ampliando suas vulnerabilidades diante das ITS’s.

Segundo Fonseca (2005) citado por Arune Joao Estavela O fraco ou nulo poder de
negociação feminino tem sido um dos factores que tem feito com que o número de
mulheres infectadas ou seropositivas não pare de aumentar em Moçambique ora as
representações acerca da mulher, seja na relação familiar ou na sociedade, passam
pelas concepções de fragilidade, dependência e submissão, que dão ao homem o
direito de tutela sobre ela.
 Nível de escolaridade.

No que tange a este ponto importa referir que, os estudos mostram o poder de
negociação aumenta com o nível de escolaridade, isto, é mulheres com nível primário
tem menor poder de negociação em relação ao uso do preservativo numa relação
sexual quando comparado as do nível básico, médio e assim por diante.

4.2. Sugestões / Recomendação

Para a mitigação da problemática em epígrafe, recomenda-se ao Ministério da Saúde


(MISAU) que:

 Intensifique as campanhas de divulgação do uso do preservativo feminino


enfatizando sobre tudo a sua importância, vantagens eficácia e nível de
segurança;
 Desenvolva palestras nos hospitais, nas escolas e ao nível das comunidades, de
modo que a população tenham o conhecimento aprofundado sobre este
preservativo.
 Use os órgãos de comunicação para difundir a informação relacionada ao
preservativo feminino.
 Recomenda-se também ao ministério da saúde para que reconheçam o
preservativo feminino nos diversos planos estratégico nacionais como sendo um
dos meios muito importante pelo facto deste permitir as mulheres cuidarem da
sua própria saúde sem que haja dependência do parceiro.
 Haver disponibilidade do preservativo feminino nas Hospitais Farmácias c outros
locais afins, como tem sido com o preservativo Masculino.
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