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Prólogo CAPiTULO 2
VIA AÉREA E VENTILACÃO 22
PreÍácio vtl
Objetivos 23
Agradecimentos XV
lntrodução 24
Análise Geral do Curso XXXI
Via Aérea 74
CAPiTULO Í VentiLação 76
AVALIACÃO E
1 Trata mento da Via Aérea )-7
ATENDIMENTO INICIAIS
Objetivos 3 Controte de Oxigenação 36
AvaLiação Secundária r3
Fisiopatologia do Choque 44
xtix
L SUMARIO DETALHADO
Trabalho em Equipe 78
Prognóstico 124
Resumo do Capítuto 78
Morte Encefática 124
Objetivos 83 CAP|TUTO 7
TRAUMA VERTEBROMEDULAR r28
lntrodução 84
Objetivos 129
Anatomia do Abdome 84
lntrodução r30
Mecanismo de Trauma 85
Anatomia e Fisiologia r30
Ava[iacão 86
Documentacão das Lesões
Trabatho em Eq u ipe 98 Medutares Éaumáticas r35
Prevenção 208
Avaliação Primária e Reanimação
de Doentes com Oueimaduras 170 Trabatho em Equipe 208
Objetivos 227
APÊNDICES 255
lntrodução 278
Atteraçôes Anatômicas e
APÊNDICE A: Trauma Ocular 257
Fisiotógicâs da Gravidez 728 APÊNDICE B: Hipotermia e
Bibtiograf ia 238
CAPÍTULO I SUMÁRIO
OBJEIIVOS NêuroLóBica) N' EDIDAS AUXILIARES À AVALIAÇÃO
. Exposição/Controte do Ambiente SECUN DÁR A
INTRODUCÀO
MEDIDAS AUXILIARÉS À AVALIACÃO REAVALIACÀO
PR EPA RAçAO PRIMÁRIA E REANIMAÇÀO
. Fase Pré-Hospitêlâr . l'4onitoração Eletrocardiográf ica CUIDADOS DEFINITIVOS
. Fase HospitaLar . Oxímetria de PuLso
. FrequênciaRespiratória, REGISTROS E CONSIDERAÇÕES LEGAIS
TRIAGEM Capnografia e Gasometria . ReSistros
. MúttipLas Vítimas . Sondas U.ináriâ e Gástrica . Consentimento para Tratamento
. Vítimas em Massa . Radiografias e Outros Estudos . Evidência Forense
Diagnósticos
AVALTAÇÃO PRrMÁR|A COM TRABALHO EI'4 EOU IPE
REANIMAçÃO slMULTÂNEA CONSIDERAR A TRANSFERÊNCIA DO
. Manutencão de Viâ Aérea com DOENTE RESU NIO DO CAPíTU LO
Restricào aos l'4ovimeôtos da
CoLuôa Cervlcà[ PÔPU LÀCÔES ÉSPECIAIS B BL OG RAF A
. Ventilacào e Resp racão
. CircuLacào corn Coôtrole de AVALIAçÀO SECU NDÁRIA
Hemorragia . Histó.ia
. DisÍuôcão Neurológicâ (Avaliação . Exame Físico
OBJETIVOS
Após a Leiturô deste côpítuLo e ô compreensão dos tópicos de descÍever as medidas pâra evitá-Las
aprendizado do curso AÍL5, você estará apto a:
8. Explicar as técnicas de tratamento aplicadas
l. Expticar a importância do preparo pré e intra- durante a avaliação primária e a estâbil.ização de
hospitatar para facititar a rápida reanimação do mú[tiplas vítimas traumatizôdâs.
doente traumatizado.
9. ldentaficar as medidas auxiLia.es para ãvâLiãção
2 ldentificar sequência correta de prio.idades para
a a e tratamento dos trâumatizados como parte
avaLiaçào do traumatizado. da avaLiação primáaia e rêconhecer as contra-
indicaçÕes parâ utiLizá-tas.
f. úpLicar os princípios da avaLiaÉo primária ê como êLes
se apLicam no atendimento do doênte traumatizado 10. Reconhecer os doentes quê necêssitam de
transferência para outro Serviço paÉ o tratamento
4. Explicar como o passado médico do paciente definitivo.
e os mecanismos de trauma contribuem Para ã
identificaçâo das Lesões. ll. ldentificar os componentes da avaliação secundária
incluindo ês medidôs auxi[iares pertinentes durante
5. Expl"icar a necessidade da reanimação imediata a avatiação.
durante a avaLiôção pÍimária.
12. Discutir a importância da reavatlaçâo do doente
6. Descrever o atendimento inicial de múltiplas que não está respondendo adequadamentê ao
vítimas de tÍauma, utilizando ã sequência corretâ de tratamento e reanimação.
prioridades.
13. ExpLicar a importância do trabatho em equipe na
7 ldentifica. as armadilhas âssociadas com a avaLiação aval"iação iniciaI de doentes traumatizados.
iniciat e o tratamento de pacientes traumatizâdos e
3
4 CAPíTULO I r AvaLiacào e Atendimento niciais
I
o tratar os doenles trâumàrizados, os médicos
i;r+
A *truirirsi:#l;::' :#:T:il;T:
t
:Ê
ü
crucial, é essencial uma abordagem sistemática que possa F \r*t_ L
!i§àÉ-
ser aplicada com rapidez e precisáo. Essa abordagem,
denominada "avaliação inicial", inclü os seguintes elementos: !r
. Preparação I a) §'
. Triagem r-\
. Avaliação primária (ABCDEs ) com reanimaçáo
imediaLa dos doenres com lesões que àmeacem
a vida
I *
. Medidas auxiliares à avaliação primária e à .lr
reanimaçâo
. Considerar a necessidade de traruferência do doente . FIGURA 1-1 Fase Pré-Hospitalar. Duranteê fare pré'hosplralat deveser
. Avaliação secundária (da cabeça aos pés) e dâda ênÍâre a manutenaão da viê aéreâ, aontro e de gangraT1lênto externo
história do doente êahoque, imobiizaçãodôdoenteetranrporte medratopàraohospta
êproprâdo mai5prox mo, de preierênciê Lrm ce ntro de 1ra u ma credenciado.
. Medidas auxiliares à avaliação secundária
o hospital de referência antes que a equipe transpone o
. Reavaliaçâo e monitoração contínuas após a
doente da cena.lsto permÍte amobilização dos membros
Íeanrmaçâo
da equipe de trauma do hospital para que todo o pessoal
. Cuidados definitivos e recuÍsos necessários esteiam prontos no serviço de
emergência (SE) no momento da chegada deste doente.
As avaliações primária e secundáriadevem ser repetidos - Durante a fase pré-hospitalar, os socordstas enÍatizam
com frequência para identificar qualquer alteração apermeabilidade davia aérea, controle do sangramento
no estado do doente que indique a necessidade de externo e choque, imobilização do doente e o tÍansporte
intervenções adicionais. A sequência de avaliaçâo imediato para a hospital apropriado mais próximo,
apresentada neste capítulo reflete uma progressão de preferência um centro de trauma credenciado. Os
linear ou longitudinal de eventos. Contudo, numa socorristas devemfazertodos os esforços paraabreviar o
situaçáo clínica real, muitas destas atiüdades ocorrem tempo nacenâ, um conceito que é sugerido pelo Esquema
simultaneamente. A progressão longitudinal do processo de Decisáo de Triagem de Campo, mostrado na (. FtGURA
de avaliação permite ao médico aoportunidade de rever t-z) e no oplicctivo mwel MyATLS.
mentalmente opÍogresso real de uma reanimaçâo de um Deve-se dar ênfase também na obtenção e na
doente traumatizado. documentação das informações necessárias para a
Os princípios do ATLS@ orientam a avaliação e a triagem na chegada ao hospital, incluindo o tempo do
reanimaçáo do doente traumatizado. É necessário trauma, os eventos relacionados ao trauma e a história
o julgamento adequado para determinar quais os do doente. Os mecanismos de trauma podem sugeriÍ
procedimentos necessários, pois nem todos os doentes o grau de lesào, bem como as lesões específicas que
necessitam de todos esses procedimentos. precisam ser avaliadas e tratadas.
O Comitê de Suporte de Vida Pré-Hospítalar em
PREPARACAO Trauma da Associaçáo Nacional de Técnicos de
Emergências Médicas, em cooperação com o Comitê
A preparação ocorre em dois cenários clínicos de Trauma (COT) do Colégio Americano de Cirurgiôes
diferentes: na cena e no hospital. Durante a fase pré- (ACS), desenvolveu o curso de suporte de vida pré-
hospitalar, todos os eventos devem ser coordenados em hospitalar no trauma (PHTLS). O PHTLS é semelhante
conjunto com os médicos do hospital que irá receber ao curso ATLS no seu formato, embora abranja o
o doente. Durante a fase hospitalar, devem ser feitos âtendimento pré-hospitalar dos doentes traumatizados.
preparativos para facilitar a rápida reanimação do A utilizaçáo de protocolos de atendimento pré-
doente traumatizado. hospitalar e a possibilidade de obter orientação médica
em tempo reaL (ou seja, regulação médica direta)podem
FASE PRÉ.HOSPITALAR facilitar e melhorar os cuidados iniciados na cena. A
revisão multidisciplinar periódica do atendimento
O enüosamento da equipe do pré-hospitalar pode agilizar ao doente através de um processo de melhoria da
muito o tratamento na cena (r rtGunA t-t ). Idealmente, o qualidade é um componente essencial do programa
sistema pré-hospitalar deve ser estruturado para informar de trauma de cada hospitâl.
PREPARACÀO 5
. Todàs
!
penetrantês dacâbêça. pêscoço
às Lesôês . Âmputação prorrm.t ao punhoou
t
stM
tronco e êxtremrdades proxrmàis âo cotoveLô êloelho quàdr
.lnstabrlidade da pà rede torác rca ou dêfoí m rdade {tórâx instávet)
.2 ou môls fràtu.as p.oximais dê ossolon8o . Fraturâ êxposta ou afundàmênto
. EsmaSamento. desLuvâmento, ou êxtremrdadês àmputadàs
Passo 2 NÂo
+
AvàLlê o mecôniimodê Transporte parâ um cêhúo dê trauma depêndêndo das definçÕes do sasteÍnà de
traumâ eas êvidêôcias trauma, não é necesírio quê sêjâ o centro dê traumâ de maior comPlexidàde.
de âtta eoerSiâ
. Quedã
'Adultos'20 pés ou 6 m€tros (2 andãÍêsl
T
5rH
'Criônçâs'10pés ou I metros (2-l vez€s à attu.à da cria6ça)
. Acidente de veicu to âutohoto r de àtto nso
'lntrusâo, incLuindo teto:
'12 poteSàdàs (30 cm)do tâdo do o€upântê:
18 poLê8àdàs (45 cnr)quâtquer tàdo
"'Ejeçào (par.iatou compteta)dà vítimà do veicuto
'MoÍte no mesmo compdrtrmento do passrgêrío
'l.formaçÕes d. tetem€trià do vêÍcuto consrste côm ôtto riso de lesáo
Passo 3 . Auto versus pedestre/brcictêtà ou atrope lamento .om rmpâcto
significàtivo (>20 mph:32 tm/h)ou com ejecão dà vltima
. Âcidentê dê moto,20 mph/32tm/h
Avalie ôs consideraçô€s Transporte parâum cêntro detraumà ou pôraum hospitâl onde sê possà
especiais do pacient€ ou fàzêr a âvâtiaçào ê inrcial e trôtaíÍrento das lêsões potenciàtmente Sraves.
Considerar â orlêntÀção de um médico rê8ulàdor.
Transpôrte d€ âcordo
FASE HOSPITALAR
realmente estào disponíveis. A sequência de tratamento maior possibüdade de sobrevida, cujo atendimento implica
baseia-se nas pdoridades ABC. (Via aérea com proteçào da em menor Easto de tempo, equipanlentos, recursos e
coluna cervical, respiração e circulação com controle da pessoal, serão atendidos primeiro. (Ver Apêndíce D:
hemorragia). Outros fatores que podem afetar a triagem e Gerenciamento paraDesastres e Preporo para Emergências.)
AVALIACÃ' PRIMÁRIA E REANIMAÇÃO SIMUTTANEA 7
ARMADILHA PREVENCÀO
de um déficit. A coluna cewical é protegida com colar Perda Reconhecer o estàdo dinâmrco das
progresgiva da vias aéÍeas.
cervical. Durante a abordagem e tratamento da via
vià âéreâ. Reconhêcer ês lesôes que podêm
aérea, se for necessário, o colar cervical pode ser aberto, resuLtâr êm perdà píogressiva das
enquantoummembrodaequiperestringemanualmente vias àéreas
o movimento da coluna cervical (i ttcURA 14). ReêvàLiar com frequênciâ o doente
Todo esforço deve serfeitopara identificar rapidamente em busca de srnôis de deterioração
das vras âéreâs.
o compromeümento da via aérea e para assegurar uma üa
aérea deÍinitiva; igualmente importante é reconhecer o
potencial de perdaprogressiva de üa aérea. A reavaliaçãô
fÍequente da permeabilidade da via aérea é essencial durante a avaliação primária e muitas vezes requerem
para identificar e tratar os doentes que estào perdendo a atenÇão imediatâ para garantir uma ventilação efetiva.
capacidade de manter uma via aérea adequada. Umavez que um pneumotórax hipertensivo compromete
Estabeleça cirurgicamente uma via aérea se a intubação a ventilação e a circulação de forma drâmática e agudâ,
for contra-indicada ou nào puder ser realizada. a descompressão no tórax deve ocorrer imediatamente
quando existir suspeita na avaliaçáo clínica.
RESPTRAçÃO E vENTTLAçÃO Todo doente traumatizado deve receber oxigênio
suplementar. Se o doente não for intubado, o oúgênio
A permeabilidade da via aérea por si só nào assegura deve seradministrado porum dispositivo de máscara com
ventilaÇão adequada. É necessária uma troca gasosa reservatório para obter oxigenâção ideal. Use um oximeho
adequadapara maximizara oxigenação e a eliminação de pulso para monitorar a saturação adequada de oxigênio
de dióxido de carbono. A ventilaçào requer umâ na hemoglobina. Pneumotórax simples, hemotórax, Ítâhrra
funçào adequada dos pulmôes, da parede torácica e de arcos costais, afundamento de tórax e a contusão
do diafragma; portanto, os médicos devem examinar e pulmonar podem comprometer a ventilação em menor
avaliar rapidamente cada componente. grau e geralmentê são identificados durante a avaliaçáo
O pescoço e o tórax do doente devem ser expostos para secundária. Um pneumotórax simples pode evoluir para
que se possa avaliar adequadamente a distensão dasveias pneumotórax hipertensivo quando um doente é intubado
jugulares, a posição da traqueia e a expansibilidade da e ventilado com pressão positivaantes de ter o hemitórax
parede torácica. Auscr te o tórax para assegurar o fluxo descomprimido com um dreno de tórax,
de gás nos pulmões. A i-nspeçào üsual e a palpação podem O tratamento da via aérea e ventilação são descritos
detectâr lesôes na parede torácica que podem comprometer posteriormente em detalhe no Capítulo 2.
aventilação. Apercussáo do tóraxtambémpode identificar
anormalidades, mâs, durante uma reanimaçào em um crRcuLAçÃo coM coNTRoLE DA HEMORRAGTA
ambiente ruidoso, esta avaliação pode ser imprecisa.
Lesões que prejudicam signúcativamente aventilação O comprometimento circulatório em doentes trauma-
em curto prazo incluem pneumotórax hipertensivo, tizados pode ser resultado de uma variedade de lesões.
hemotórax massivô, pneumotórax aberto e Iesôes traqueaJ Dev€m ser considerados principalmente: volume
ou brônquica. Essas lesões devem ser identificadas sanguíneo, débito cardiaco e sargramento importantes.
AVALIACÂO PRIMARIA E REANIMACÃO SIMULTANEA 9
o nível de consciência, perfusão da pele e opulso. tipagem sanguínea e provas cruzadas. Para avaliar a presença
e grau de choque, obtém-se gasomeüa e/ou dosagem do
Nível de Consciência quando o volume Iactato. Quando o acesso venoso periférico não puder ser
-
de sangue circulante é reduzido, a perfusão obtido, poderáo ser utilizados a infusão intraóssea, acesso
cerebral pode ser prejudicada criticamente, venoso central ou dissecçãovenosadependendo das lesôes
resultando na alteração do nível de consciência do doênte e do nível de habilidade do médrco.
Perfusão da Pele este sinal pode ser útil
A reanimação volêmica agiessiva e contínua não
-
na avaliação de doentes hipovolêmicos o controle deÍinitivo da hemonagia. O choque
substitui
traumatizados. Um doente com pele corada, hipovolêmico é o mais ftequentemente associado às
especialmente na face e nas extremidades, lesôes. Nesses casos, inicia-se a terapia com fluídos IV
raramente está com uma hipovolemia crítica com soluções cristaloides. Todas as soluções IV devem
ser aquecidas por armazenamento em ambiente quente
após trauma. Por outro lado, um doente com
pele acinzentada e extremidades pálidas
(isto é, 37 " Ca 40 " C ou 98.6' F a 104 " F) ou administradas I
elétrica sem pulso (AESP) pode indicar tamponamento acidobásica. No cenário do trauma, baixos níveis de pH
cardíaco, pneumotórax hipertensivo e/ou hipovolemia e excesso de base indicam choque; portanto, a tendência
profunda. Quando há bradicardia, condução aberrante desses valores pode refletir os resultados da reanimação.
ou extra-sístoles e batimentos prematuros, deve-se
suspeitar imediatamente de hipóxia ou hipoperfusão. SONDAS URINÁRIAS E GÁSTRICAS
A hipotermia extrema também pode provocar estas
arritmias. {Ver Copítulo 3: Choque.) A introdução de sondas urinárias e gástricas deve ser
considerada como parte da fase de reanimaçáo. Uma
OXIMETRIA DE PULSO amostra de urina deve ser enviada ao laboratório para
a realização dos exames de rotina.
A oximetria de pulso é um método auxiliar valioso
na monitoração do doente traumatizado. Um pequeno Sondas Urinárias
sensor é colocado nos dedos, no hálux, lóbulo da
orelha ou em outro locâl conveniente. A maioria dos O débito urinário é um indicador sensivel da volemia
dispositivos exibe frequência de pulso e saturação de do doente e reflete a perfusâo renal_A monitoração do
oxigênio continuamente. A absorção relativa de luz débito urinário é realizada de forma mais adequada pela
pela oxihemoglobina (HbO) e desoxihemoglobina é inserçáo de uma sonda vesical. Além disso, uma amostra
avaliada medindo-se a quantidade de Iuz vermelha e de urina deve ser submetida a análise laboratorial de
inftavermelha que emerge dos tecidos atravessados pelos rotina. O cateteÍismô transuretral dabexiga estácontra-
raios de Iuz e processados pelo dispositivo, produzindo indicado nos casos em que se suspeita de uma lesão de
um nível de saturação de oxigênio. A oximetria de pulso q!gt!ê. A lesào uÍetral deve ser suspeitada quando há
não mede a pressão parcial de oxigênio ou dióxido de sangue no meato uretral ou equimose perineal.
carbono. A medição quantitativa desses parâmetros Consequentemente, nào se deve inserir uma sonda
ocorre rapidamente o que o torna prático e repêtitivo vesical antes de examinaro perÍneo e a genitália. Quando
periodicamente para estabelecer tendências. há suspeita de lesão uretral, a integridade da uretra deve
Além disso, a saturação da hemoglobina do oxímetro ser conÍirmada através de uma uretrografia retrógrada
de pulso deve ser comparada com o valor obtido pela antes quê a sonda seja inseriàa.
análise da gasometria arterial. Inconsistência indica Algumas vezes, alterações anatômicas (como por
que uma das duas determinações está errada. exemplo: estenose uretral ou hipertrôÍia prostática)
impedem o posicionamento adequado dos cateteÍes
FREOUÊNCIA RESPIRATóRIA, CAPNOGRAFIA na bexiga, mesmo utilizando-se a técnica adequada.
E GASOMETRIA ARTERIAL Médicos nào especialistas devem evitar a manipulaçào
excessiva da uretra ou usar instrumentos especiais.
A ftequência respiratória, capnografia e gasometria Consulte antes um urologista.
arterialdevem ser utilizadas para monitorar as alteraçôes
do processo respiratório. A ventilaçáo pode ser Sondas Gástricas
monitoradautilizando-se dióxido de carbono
os níveis de
no final da expiração. O CO, ao final da expiração pode A sonda gástricaestá indicada parareduzir adistensão
ser detectado por meio de colorimetria, capnometria do estômago, para diminuir os riscos da aspiraçào e
ou capnografia, uma técnicà de monitoramento não verificar se há hemorragia gastrointestinal alta devido
invasiva que fornece informações sobre a ventilaçâo, a trauma. A descompressão do estômago reduz o risco
a circulação e o metabolismo do doente. Como o tubo de aspiraçâo, mas não a impede totalmente. O conteúdo
endotraqueal pode deslocar'se acidentalmente sempre gástrico espesso e semlsólido nào retornará através da
que o doente for transportado, a capnograÍia pode ser sondaea suacolocaçào poderá induzir o vômito. Para que
utilizada para confirmar a intubaçào da via aérea (vs asondagástrica se.ja eficiente, é necessário que esteja bem
o esôfago). No êntanto, a capnografia não conÍirma posicionada e conectada a um sistema eÍiciente de sucção.
a posiçào correta do tubo na traqueia (ver Capítuiã A presença de sangue no aspirado gástrico pode
z': Yia Aérea e Ventiloção). O fluxo de CO, pode ser representar sangue orofaríngeo (deglutido), trauma na
usado para controle rigoroso da ventilação para evitar hora da colocação da sonda ou lesões no trato digestivo
hipoventilação e hiperventilação. EIe reflete o débito alto. Caso haja fraturas ou mesmo suspeita de ftaturada
cardíaco e é usado parapredizer o retorno da circulação placa crivosa, a sonda gástrica deve serpassada porvia oral
espontânea (RCE) durante a RCP. para evitar que seja introduzida acidentalmente dentro
Adicionalmente, a capnografi a fornece informações do crânio. Nesta situação, qualquer instrumentação
sobre a adequação da oxigenação e ventilaçâo, a nasofaríngea será potencialmente perigosa e recomenda-
gasometriã fornece informações sobre a condição se o uso da via oral.
12 CAPÍTULO Ir AvaLiacào e Atendimento lniclais
! FIGURA l-5ôs estudos râdiográÍi(os tão medidas auxiliares f HGURA l-6 A monitoíização deve 5êr mantada mesmo durantê
importânles no exôme primário. o transporte intaa-hospilalar.
AVALIACÀO SECUNDÁRIA I]
TRAUMA CONTUSO
lmpàcto frontaL . Ératurã de colunã cervrcaI lmpâcto traseiro . Trauma da coluna cervicêL
Col sáo aL-rtomob listrca . Tórax rnstávêL anteriôr CcLLsão automôbrLÍst ca . Trà!mâ craniencêfático
. Contusão mDcárdicà . LêsÕes de partes moles do
. Deformaçào do voLante pescoço
. Lmpressão do loetho no . Roturâ traLrmática dà aorta
parneL . F.atuÉs do bâço ou fíBado E eção do vêícul,o . Aejeção do veícuLo impedê
. Sinat do
otho de boi no . Fratura posteÍioÍ/ a previsão de pâdrôes
parãbrisas deslocarnento da petve ê/ de Lesào, mas o doente
ou joêLho tem maior risco paaà
. Trauma crâniêncefá[co pràticamente todos os
. Faàturas de fàcê mêcanismos de trauma
. Lesão neurovasculàr
. Síndrome compãrtimental
AVALTAÇAO SECUNDARTA 15
Médicos podemfazer uma rápida avaliação da acuidade e essa lesào deve ser presumida até que a avaliação da
visual de ambos os olhos através daleitura do Quadro de coluna ceruical seja concluída. A avaliação pode incluü
Snellen ou de palavras escritas em rótulos de frasco de séries de radiograÍias e /ou TC, que devem ser revisadas por
soro ou emumpacote de gaze. A mobüdade oculardeve um médico experiente na detecção radiológica de fraturas
seravaliada para excluiro bloqueio de músculos extra- da coluna cervical. A avaliação radiográÍica pode não ser
oculares devido aftaturas daórbita. Estes procedimentos realizada em pacientes que atendem aos critérios do Esrudo
geralmente identiÍicam Iesôes ópticas não aparentes Nacional de Uülização de Radiografia X de Emergência
de outra forma. Apêndice A: Trauma Ocular apresenta (NEXUS), Critérios de Baúo Risco (NLC) ou C-Spine Rule
informações detalhadas sobre Iesôes oculares. Canadense (CCR). (Y er Copítalo 7:Troumatismo da Coluna
Vertebral e Meduln Esprnhal.)
Estruturas MaxitofaciaI O exame do pescoço inclui inspeção, palpação e
ausculta. Dor ao Iongo da coluna cervical, enÍisema
O exame da face deve incluir a palpação de todas as subcutâneo, desvio da traqueia e fratura de laringe
€struturas ósseas, avaliação da oclusão, exame intraoral podem ser evidenciados emum exame mais detalhado.
e avaliação das partes moles. O trauma maxilofacial As artérias carótidas devem ser palpadas e auscultadas
que não está associado à obstrução da via aérea ou para verificar a presença de frêmitos e sopros. Um
sangramento importante deve ser tratado somente sinal comum de Iesâo potencial é a marca de cinto de
após a estabilização do doente e as lesóes com risco de segurança. A maioria das lesôes vasculares cervicais
morte terem sido tratadas. A critério de umespecialista, importantes é por trauma penetrante; no entanto, a
o tratamento definitivo pode ser adiado com segurança forçado traumacontuso no pescoço oualesão por tração
sem comprometero atendimento. Doentes com fraturas cervical com uma retenção dos ombros pode resultar
do terço médio da face também podem ter uma fratura em ruptura da íntima, dissecção e trombose. O trauma
da placa crivosa. Para esses doentes, a inserção de sonda contuso da carótida pode estar presente em doentes em
gástrica deve ser realizada por via oral. (Ver Copítulo 6: coma ou sem sinais neurológicos. A angiotomograÍia,
Troumatísmo Cran ienc ef álic o.) arteriografia ou a ultra-sonografia dúplex podem ser
necessárias a fim de excluir a possÍbilidade de lesão
vascular cervical importânte, quando o mecanismo de
ARMADILHA PREVENCAO tràuma sugeriÍ esta possibilidade.
Paraos doentes que usam qualquer tipo de capacete,
O êdêma faciaL em Reâlize o êxãmê ô.utar
são obrigatórias as medidas de proteção relacionadas a
doentes com trauma antes quê o edema sê
dê fâce complexo pode desênvoLva.
uma possível Iesão instável de coluna cervical. Deve-se
ímpossibititar um exame Mrnimize o tomar extremo cuidado durante a retirada do capacete.
oftaLmoLógico compLeto dêsênvoLvimento do A remoção do capacete é descrita no CapÍtulo 2: Via
êdema pela eLevêçào Aérea e Ventilação.
dà câbecei.a da
Ferirnentos cervicais peneEantes podem lesar diferentes
cama {posição de
TrendeLenburg invertidâ órgáos e sistemas. As lesóes que se estendem além do
quândo há suspeita de platisma náo devem ser exploradas manualmente ou
Lesôes na coLuna). com instrumentos no serviço de emergência. Tampouco
devem ser exploradas por profissionais que não sejam
AtSumas fràturàs l'4antenha um aLto índrce tr€inados nos cuidados de tais lesões. É necessária a
maxrloÊaciais, como fÍaturas de suspeita e obtenha avaliação de um cirurgiáo para sua avaliação e tratamento.
ôasals. fÍatlrras zigomáticas imaSens quàndo
O achado de hemorragia arteria.l ativa, hematoma em
nàô cominuüvas e fiaturas nêcessário.
de órbita podem ser Reâvalie os doentes com expansào, ftêmito arterial ou comprometimento da
difÍceis de se identificar frequência. via aérea frequentemente exigem avaliação ciúrgica.
precocemente no Processo Paralisia isolada ou inexplicadados membros superiores,
de âvatiâção. develevantara suspeitadelesão de raiz de nervo cervical
e deve ser documentada cuidadosamente.
Doentes com üauÍra craniencefálico e maxilofacia.l devem A inspeção visual do tórax, em sua face anterior e
ser considerados como portadores de Iesão instável de posterior, permite identificar lesôes como pneumotórax
coluna cervical {ftaturas e/ou lesões de ligamentos) e os aberto e grandes segmentos instáveis (tórax flácido).
moümentos cervicais dsvem ser restringidos. A ausência Uma avaliaçáo completa do tórax requer a palpaçào
de déÍicit neurológico não exclui a lesão da coluna cervical, de toda a caixa torácica incluindo clavículas, costelas
AVALIACÃO SECUNDÁRIA 17
um responsável pelavia aérea, enfermeira e técnico de doente, a menos que condições imediatas de risco de
trauma, bem como vários residentes e estudantes de morte sejam óbvias {ou seja,"hands-off hands-over").
medicina. A especialidade do líderdaequipe de trauma Um acrônimo útil para gerenciar esta etapa é MIST:
e do responsável pelavia aérea depende da prática Iocal,
mas devem ter um profundo conhecimento prático dos . M ' Mecanismo (e tempo) do trauma
princípios do programa ATLS. . I- Lesões encontradas e suspeitas
Para atuar de forma eÍicaz, cada equipe de trauma deve
ter um membro àtuando como líder da equipe. O líder
. 5- Sinais e sintomas
da equipe supervisiona, verifica e düeciona a avaliação; . T- Tratamento iniciado
idealmente, eleou ela não está diretamente envolüdo na
avaliação em si. O lider de equipe não é necessariamente À medida que a avaliação {ABC} prossegue, é vital
a pessoa mais antiga presente, embora ele ou ela deva que cada membro saiba o que os outros membros
ser treinado pelo curso ATLS e noçôes básicas de descobriram e/ou estào fazendo. Este processo é
gerenciamento de equipe médica. O lÍder da equipe facilitado verbalizando-se cada açáo e cada achado
supervisiona a preparação para a chegada do paciente em voz alta sem que mais de uma pessoa da equipe
para garantir uma transiçáo tranquila do ambiente pré- fale ao mesmo tempo. Ordens e pedidos não devem
hospitalarpara o hospital. Ele atribui flrnções e taÍefas aos ser feitos em termos gerais, mas sim direcionados a
membros da equipe, garantindo que cada parlicipante um indivíduo, pelo nome. Esse indivíduo então repete
tenha o treinamento necessário para atuar na função a solicitação/pedido e d€pois confirma sua conclusáo
designada. A seguirestão algumas dasfunções possíveis, e, se aplicável, seu resultado.
dependendo do tamanho e da composição da equipe: O líder da equipe verifica o progresso da avaliação,
resume periodicamente os achados e a condição do
Avaliação do doente, incluindo avaliação e doente e solicita especialistas conforme necessário. Ele
abordagem da via aérea ou ela também solicitam exames adicionais e, quando
apropriado, sugerem/procedem a transferência do
Despireexporodoente doente.
Colocação de equipamentos de monitorização Durante todo o processo, espera-se que todos
os membros da equipe façam comentários, façam
Obtenção de acesso venoso e coleta de amostras
perguntas e ofereçam sugestões, quando apropriado.
de sangue
Nesse caso, todos os outros membros da equipe devem
Servir como escrevente ou realizar o resgistro prestaratençâo e seguir as instruçoes do lider da equipe.
das atividades de reanimação Quando o paciênte deixa o departamento de
emergência, o líder da equipe conduz uma revisão
Na chegada do doente, o líderdaequipe supervisiona "após a ação". Nesta ocasião, a equipe aborda aspectos
garantindo que
a passagem do caso pelos socoÍristâs, técnicos e emocionais da reanimaçáo e identiÍica
nenhum membro da equipe comece a trabalhar no oporrunidades de melhoria do desempenho da equipe.
Todos os capítulos subsequentes contêm um recurso
especial no fim do capítulo intitulado "Trabalho em
Equipe". Esse recurso d€staca aspectos especíÍicos
da equipe de trauma que se relacionam ao capítulo.
O tópico do trabalho em equipe também é explorado
/ \ em detalhes no apêndice E: ATIS e Gerenciamento de
à Recursos da Equipe de Trauma.
I í a
RESUMO DO CAPiTULO
2. Os princípios da avaliação primária e secundária shorten the interval from trauma patient
e os protocolos e técnicas nas fases de reanimação arrival to decision to transfer?.1 Trauma 2Ol7;7 O:
e tratamento definitivo se aplicam para todos os 315-319.
doentes traumatizados. 9. Lee C, Bernard A, Fryman L, et al. Imaging
may delay transfer of rural trauma victims:
3. A história clínica do doente e o mecanismo de üauma a survey of referring physicians. J Traumo
são importantes para a identificação das lesões. 2009;65:1359-1363.
10. Lêeper WR, Leepr Tr, Yogt K, et al. The role
4. As armadilhas associadas com a avaliação inicial of trauma team leaders in missed injuriesr
e tratamento de doentes traumatizados devem does specialty matter? ,l Trauma 2073:7513):
ser antecipadas e geridas de modo a minimizar o 387-390.
seu impacto. 11. Ley E, Clond M, Srour M, et al. Emergency
departm€nt crystalloid resuscitation of 1.5 L or
5. A avaliação inicial deve ser repetidaftequentemente more is associâted with increased mortality Ín
e qualquer anormalidade deverá ser reavaliada- elderly and nonelderly trauma patients.,JTroumo
2011;70(2):398-400.
6. A identificação precoce de doentes que requeiram 12. Lubbert PH, Kaasschieter EG, Hoorntie LE, et al.
transferência para um Hospital de maior Video registration of trauma team performance
complexidade, melhora o prognóstico. in the emergency department: the results of a
2-year analysis in a level l trauma center.I Trauma
2009:67:7412-1420.
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7. Holcomb lB, Dumire RD, Crommett ,W, et
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8. Kappel DA, Rossi DC, Polack EP, et al. Does
the rural Trauma Team development course
.rl
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TRATAMENTO DA VIA AEREA
2 E DA VENT!IACAO
As prioridad,es iniciais no tratamento do doente troumotizado são garantir uma via aérea
intacta e reconhecer umavia aérea comprometida.
CAPITULO 2 SUMARIO
OBJETIVOS coNTROLE DE OXTGENAÇÃO
VENTILACÀO BIBLIOGRAFIA
. Reconhecimento do ProbLema
. Sinâis Objetivos de Ventitação lnãdequadâ
OBJETIVOS
Após a l4itura deste capítulo e â compreensão dos tópicos de 5. Descreve. as técnicas parâ confirma. a adequaçâo
aprendizado do curso ATLS. você estará apto a: da ventllrção e dã oxiEenação, lnctuindo oximetrlâ
de pulso e monitoramento dê CO? expirádo.
l. ldentiflcar as sltuações cl,Ínlcas em que há o
comPrometlmento da úa aérea 6. Definir o termo "via aérea definitiva".
2. Reconhecer os slnâis e sintomas de obstruÉo Z Listar â3 lndicaçô€s parâ intubeção asslstida por
aguda da vla aérea drogas.
I oferta inadeouada de sangue oxigenado para o ftequentes da permeabüdade daúa aérea e da adequação
cérebro e outras estruturas vitais é a causa mais da ventilação.
f!l rápida de morte em doentes traumatizados. Durante a avaliaçáo inicial da via aérea, um "doente
Uma via aérea protegida e desobstruída e uma que fala" fornece garantia momentânea de que a via
ventilação adequada são fundamentais para prevenir aérea é patente e neo está comprometida. Portanto, a
a hipoxemia- De fato, a garantia de uma via aérea não medida inicial mais importante é conversar com o doente
comprometida, fornecimento adequado de oxigênio e estimular uma resposta verbal. Uma resposta verbal
e suporte à ventilaçáo têm prioridade na assistência e positiva e apropriada, com voz clara, indica que a via
sobre todas as outras condições. Oxigênio suplementar aérea do doente está patente, a ventilação está intacta
deve ser administrado a todos os doentes gravemente e a perfusão cerebral é suficiente. A falta de Íesposta
traumatizados. ou uma resposta inadequada sugere nível alterado de
As mortes precoces evitáveis devido a problemas na consciência que pode ser resultado de comprometimento
via aérea, geralmente resultam de: da via aérea ou da ventilação, ou de ambos.
Doentes com um nível alterado de consciência estào
Falha em avaliar adequadamente a via aérea em risco de comprometimento daüa aérea e geralmente
Falha em reconhecer a necessidade de uma requerem uma via aérea definitiva. Via aérea definitiva é
intervenção na via aérea definida como um tubo locado na traqueia, com o ba.lonete
Incapacidade de estabelecer uma via aérea insuflado abaüo das cordas vocais e conectãdo a umã
Incapacidade de reconhecer a necessidade de fonte de ventilação assistida enriquecida com oxigênio.
um plano alternativo no contexto de repetidas Doentes inconscientes com traumatismo craniencefálico,
tentativas de intubação malsucedidas doentes menos responsivos deúdo ao uso de álcool e/
Falha em reconhecer uma via aérea mal locada ou outras drogas e doentes com lesôes torácicas podem
ou em utilizar técnicas apropriadas para
garantir o posicionamento correto do tubo têr comprometimento da mecânica ventilatória. Nesses
doentes, a intubaçâo endoüaqueal serve para assegurar
Deslocamento de uma via anteriormente
estabelecida uma via aérea, fomecer oxigênio suplementar, auxiliar
Não reconlecer a necessidade de ventilação a ventilaçâo e prevenir a aspiração. A manutenção da
oúgenaçâo e a prevençào da hipercarbia são fundamentais
Existem muitas estratégias e €quipamentos para o no tratamento de doentes traumatizados, especialmente
manejo da via aérea em doentes traumatizados. É de naqueles que sofreram traumatismos cranianos.
fundamental importância levar em conta o contexto em Além disso, doentes com queimaduras faciais e
que o atendimento deste doente está acontecendo. Os com potencial lesão por inalaçáo correm risco de
equipamentos e as estratégias que têm sido associados comprometimento respiratório insidioso (. rtcum
a maior taxa de sucesso são aqueles que são bem z-r ). Por essa razão, deve-se considerar a intubaçâo
conhecidos eusados regularmente no cenário específico. precoce nesta situação.
Equipamentos de via aérea recentemente desenvoMdos Em qualquer doente traumatizado, é importante
podemteÍ um desempenào ruim em mãos destreinadas. antecipar a possibüdade de vômitos e saber como agir
VIA AEREA r
Os primeiros passos para identificar e detectar o
5
comprometimento da via aérea potencialmente fatal
são reconhecer sinais objetivos de obstrução da via
aérea e identiÍicàr qualquer trauma ou queimadura
envolvendo a face, o pescoço e a laringe.
RECONHECIMENTO DO PROBLEMA
caso isso ocorra. A presençâ de conteúdo gástrico na geral, sedação e relaxamento muscular podem levar à
orofaringe representa risco significativo de aspiraçào, obstrução daüaaéreapordimhúção ouausência de tônus
que pode ocorrer na próxima inspiraçáo do doente. Dessa muscular. A compreensão do tipo de trauma é mandatória
formâ, estão indicadasa aspiração imediata da orofaringe para proporcionar um manejo adequado da via aérea,
e a rotaÇão em bloco do doente para o decúbito lateral. antecipando-se os riscos. A intubação endotraqueaJ pode
ser necessária para manter a permeabüdade da via aérea.
ARMADILHA PREVENCÀO
Trauma Cervical .
1. Rouquidão
2. Enfisema subcutâneo
3. Fratura palpável
móvel). Esforço respiratório indica uma ameaça também pode ser usada em doentes intubados
iminente à ventilação do doente. para confirmar o correto posicionamento do
2. Ausculte o tórax bilateralmente. Diminuição tubo na via aérea do doente.
ou ausência de murmúrio vesicular em um
ou em ambos os lados do tórax deve alertar o
médico quanto à presença de lesâo torácica.
TRATAMENTO DA VIA AEREA
{Yer Capítulo 4:Troumo Torácico). Atente
para o aumento da frequência respiratória do A avaliação da permeabilidade da via aérea e da
doente - a taquipneia pode indicar insuficiência qualidade da ventilação deve serfeita de forma rápida e
respiratória. precisa. A oximetria de pulso e a medida do COrexpirado
3. Use o oxímetro de pulso para medir a saturação são fundamentais. Se alguma alteraçâo for identiÍicada
de oxigênio no sangue e a perfusão periférica, ou se houver supeita de comprometimento da viâ
mas observe que este dispositivo não garante aérea, medidas devem ser tomadas imediatamente
que a ventilação esteia adequada. AIém disso, para melhorar a oxigenação e reduzir o risco de piora
uma saturação baixa de oxigênio pode ser
do comprometimento ventilatório. Essas medidas
indicação de hipoperfusão ou choque.
incluem técnicas básicas para a manutenção da via
4. Use capnograÍia em doentes respirando áerea, medidas para instalação de via aérea definitiva
espontaneamente e intubados para avaliar (inclusive a via aérea ciúrgica) e métodos para fornecer
se a ventilãção está adequada. A capnografia
suporte ventilatório. Como todas essas medidas podem
ocasionar alguma movimentação no p€scoço do doente,
ARMADILHA PREVENCAO é importante a restrição do movimento da coluna em
todos os doentes traumatizados com risco de lesão
Fâ[hâ em Monitore a frequêncià respiratória
medular até que lesão vertebromedular tenha sido
reconhecer do doente e o esÍorco respiaatório excluída por medidas auxiliares radiológicas e avaliaçáo
Obtenhê gasometría arteriaL ou clínica.
ventitâçào
venosa A ofertâ de alto fluxo de oxigênio deve ser realizada
inadeqLrêda
. Obtenha capnografia contínuâ tanto antes como após a instituiçáo de medidas para o
controle daviaaérea. A sondade aspiração componta
,''l,i ot
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5
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FIGURA 2-3 Remoçáo do Càpa(ete. A remoção (orreta do (apacete deve seÍ rêêlizâda por duêr pessoa5. Enquênto uma pessoa íeâlizã o
alinhàmento manual da cabeça e do pescoço (Â), a outra pessoa "abíe" o (apã(ete lateralmente. Em seguida, d segunda pessoa rêmovê o
(apacete (B) com cuidado parô não ferir o naíi2 ê a regiào occipital. Uma vez removido o (apacete, à primeira pe5loa segura ê Gbeça do doente
(C), enquânto ê sêgunda pessoã reãliza ã restrição do movimento da (oluna (D).
28 CAPíTULO 2 r Tratamento da Via Aérea e da VentlLacào
rígida é fundamentale deve estar sempre disponível. . Trauma maxilofacial ou mandibular graves
Doentes com ftaturas faciais podem apresentàr fraturas . Abertura limitada da boca
da placa crivosa associadas e a introdução de sondas . Obesidade
através do nariz pode resultar na passagem da sonda
para o interior da caixa craniana.
. Vâriações anatômicas (p.ex.,micrognatismo,
prognatismo e pescoço curto)
Doentes usando capacete e que necessÍtem d€
abordagem da via aérea, precisam que sua cabeça e
. Doentes pediátricos
p€scoço sejam mantidos em posição neutÍa durante a Quando tais dificuldades são encontradas, médicos
remoção do capacete. (.
HGUnA 2-l;ver tambémvídeo de mais experientes devem auxiliar.
Renrada do Capacete no oplicativo MyATLS). Este é um O mnemônico LEMOM é uma ferramenta útil para
procedimento para duas pessoas: uma pessoa restringe avaliar o potencial de dificuldade da intubação. (r quagpg
o movimento da coluna cervical por baüo, enquanto 2{ ; vertambémAvoliaçôo LEMOMno oplicotivoMyATLS).
a segunda pessoa expande os lados do capacete e o LEMOM se mostrou útil na avaliação pré-anestésica e vários
remove porcima. Emseguida, os médicos restabelecema de seuscomponentes são particularmente relevantes no
restriçáo do movimento da coluna cervical e assegurama trauma (p. ex.,lesão da coluna cervical e abertura limitada
imobilizaçâo da cabeça e pescoço do doente comumcolaÍ da boca). Procure por eüdências de via aérea difícil (p.
cervical semirrígido, durante a abordagemdavia aérea. ex., boca ou mandíbula pequenas, micrognatismo,
Pode ser necessário usar um cortador de capacete parâ prognatismo ou trauma faciall. Qualquer obstruçáo
removê-lo enquanto se estabiliza a cabeça e o pescoço óbvia da üa aérea apresenta um desafio imediato e a
em doentes com lesão da coluna cervicâl diâgnosticada. restrição do movimento da coluna venebral cervica.l é
necessária na maioria dos doentes após úaumatismo
ANTECIPANDO A VIA AÉREA DIFíCIL contuso, aumentardo a dificuldade de se estabelecer uma
úa aérea. Confle no julgamento clínico e na experiência
Antes de tentar a intubação, deve-se avaliar a via aérea para determinaÍse a intubação assistida por drogas deve
do doente para prever a dificuldade do procedimento. ser utilüada imediaürmente.
Fatores que indicam possíveis dificuldades nas
manobras da úa aérea incluem: ESOUEMA DE DECISÃO DA VIA AÉREA
L . (Lool E*..n.tly) Olha Ext m.m.nt : Procure por Em doentes em decúbito do6aL o médico pode estimar
caractêrísticas que sâo conhêcidas por causar intubâcão à pontuaçáo de Matlâmpati pedlndo eo doênte perâ abrir
ou ventiláção difíciL (p. ex., bocê ou mandÍbulá pequenas, a boca comptêtamente e sobressâlr a tÍngua; a ll,z da
pro8nâtismo ou trâuma faciâl). lâringoscopiâ é di.ecionada de cima parâ â hipofâringe para
avatiar a extensão visível
E . (Ev.l,u.t l Av.tl. . LlÍ. permitir o
Para
'.l.2:
atinhâmento dos eixos farínteo, lrríngeo ê orâL e, portânto. O . Ob.truÉol Ouâl4uer condiçáo que leve à obst uÉo da úa
uma fácil intubação, observe as seguintês relâçôês: aéreô tornôé a tâÍingoscopia e a \rendlâÉo difícêis.
A distâôciâ entre os dentes incisavos dêve ser de pelo N . (N.cfMoblt tyl lticuUdrdo CrrúcrL Este é um
menos 3 dedos. {3) requisito vitát parô a intubâção bem-sucedida- Em um
Adistánciâ entre o osso hioade e o mento devê ser de pelo doênte com Lesôes não tÍâumáticas, os médicos podem
menos 3 dêdos. (3) avaliâr faciLmêntê a mobiudade pedindo ao doente para
Adistâôcia êntre a pÍoeminência tireoidea e o assoaLho da colocar o mento no peito e estênder o pescoco olhândo
boca dêve ser de pêLo menos 2 dedos. (2) para o teto. Os doentes quê necessitam de restriÉo do
movimênto dâ cotuna ve.tebral cervicaL obvaamente não
lí . il.lLmp.d: Certifique-se de quê e hipoÉârin8e apíêsêntam movimento do pescoço e, portânto, são mâis
seia âdêquadâmênte visuaLizada. Esse processo é fêito difíceis de serem intubados.
trádicionaLmentê peb cLssificação de Mal.Lâmpati.
Continua
TRATAMENTO DA VIAAÉREA 29
\ I \
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1
[,,r
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CLessificâção de Matlâmpati. E5sâ cLâssificôção é usâdâ para visualizâção da hipofaringe. CLaise l: pâláto moLe, úvuLa, fauces e
piláres iÍrteiramente visíveis; CLasse ll: pâlàto moLe, úvulá e fauces parciaLmênte visÍveis; Ctâsse lll: pal"ato moLe e base da úyuta
vigiveis;Ct sse lV apenas paláto duro visível-
Ert F PrGF..do
t ár*.ntaffid.É.üDqí..1!
Pra.ori!.r.
02 ,- d'spos.úvo botsã-vátvuLà-máscàrà +/-
. fIGURA 2-4 Esquema de De(irâo
ceo!la o.ofariô8ea./-cãnuLa nasofâringeà dê Via Aéreã. Ot médi(os usâm
esse algoritmo para determinar o
t
5tH
algoritmos detalhados. CettiÍique-se
de íevitar e aprcnder o padtão usado
Avàü€ àànàtom,a da via àérea
otFtctL pelas equipes em seu sistema de
Antecrpe â dÍrcuidâde da rôtubasão
FÁCIL
t
lntubacão àsrstdã poí d.ogas
Pe ..à àiudà. se poisivel
t
tNsucEsso
respiratório do doente estiver em risco, os médicos Viâ Aéreà. Os profls5ionais devem evitar hipêrextender o pee(oço ao
Em doentes com rebaixamento do nível de consciência, A cânula nasofarÍngea é inserida em uma narlna e
a base da Iíngua pode cair e obstruir a hipofaringe. Essa passada suavemente para a orofaringe posterior. Deve
forma de obstrução pode serprontamente cordgida pelas estar bem Iubrificada e ser inserida na narina que parece
manobras de elevação do mento etração da mandíbula. estar desobstruida. Se houver resistência durante a
A manutençâo da permeabilidade da via aérea pode inserção da cânula por possível obstrução, pare e
ser alcançada com uma cânula oro ou nasofaríngea. tente na outra narina. Este procedimento náo deve
Manobras empregadas para permeabilizar a via aérea ser realizado €m doentes com suspeita ou potencial
podem causar ou agravar lesões cervicais, portanto, fratura da placa cribiforme. {Ver Apêndice G: Estoçôo
a imobilização da coluna é fundamental durante a Prático A: Vía Aéreo e vídeo de Inserção de Via Aérea
execuçáo desses procedimentos. Nasoforíngea no aplicativo My ATLS.)
Etevação do Mento
Tração da MandíbuLa xi
Para realizar a manobra de tração da mandíbula (jaw
thÍust), segure os ângulos das mandÍbulas com uma
das mãos em cada lado e desloque-a para frente (r . FIGURA 2-6 lvlanobra de Tração da Mandíbula para Estabele<er
ttcuRA 2-6). Quando usada com a máscara facial de um uma Via Aérea. E! 1e estender o pesaoço do doenie
TRATAI.4ENTO DA VIAAÉREA 3I
I
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B
.ry'
. FIGURA 2-7 Té(nica Alternativa paÍa lnser(ão da Cânula
Orofaríngeâ. A. Nêsta té(.Ticã, â (ánulâ orofaringea é rnseridâ com
a curvatura voltada para (ima até quê se atinja o pa àto mole. B. O
dispositivo é êntão girado 180 graus, deslizândo'o sobre à lingua
Não use esta té(n ica e m (rian?s. Nata O navinenta da caluna cervcal
deve ser restnlo. na enlanlo a procedimenlo de reslriÇão da movjmento
da coluna náo está sendo demonslêdo na frgura para enfatpar a técnica
de inserçào da cânula orafaringeâ r rIGURA 2.8 Ex€mplo dê uma máscâra laringêa.
a) CAPíTULO 2 r Tratâmento da Via Aéreâ e da Ventilâcão
- ---7F l'
7
I FIGURA 2-9 Dispo5itivo 5upraglóti.o i-gel@. A ponta do . FIGURA 2-11 Exemplo de um tubo esoÍágico multilúmen
dispositivo deve estar lo<alizada na abertura supêrior do e5ôÍago. o
manguito deve estar localizado na "armaçào" laringea e 05 n(isivot com um balão e a outra via é usada para ventilar. Um
devem estar apoiados inteqralmente no bloco de mordida.
detector de CO, fornecerá evidências de ventilâção
da via aérea. O tubo esofágico multilúmen deve ser
removido e/ou uma via aérea definitiva providenciada
após avaliação apropriada. O CO, ao Íinal dâ expiração
deve ser monitorado pois fornece dados úteis sobre
ventilaçàoe perfusão.
r TABELA 2-1 descreve as indicaçóes para uma via aérea pode ser obtida. Entretanto, uma radiografia de perfil
definitiva. de coluna cervical normâl não exclui apossibilidade de
A urgência da condição do doente e as indicações para Iesáo da coluna cervical.
intervenção na via aérea determinam o caminho e o A intubação orotraqueal é a via preferida para
método apropriados a serem utilizados- A ventilação proteger avia aérea. Em algumas situações especíÍicas
assistida contínua é facilitada pelo uso de sedaçâo e dependendo da experiência do médico, a intubaçáo
suplementar, analgésicos ou relaxantes musculares, nasotraqueal pode seruma alternativa para doentes com
conforme indicação. A avaliação do quadro clínico respiração espontânea. Ambas as técnicas são seguras e
do doente e o uso do oxímetro de pulso podem ser eÍicazes quando realizadas adequadamente, embora a
úteis para determinar a necessidade de uma via aérea üaorotraqueal seiâ mais comumente utilizadae resulte
definitiva, a urgência desse procedimento e inferir em menos complicações naunidade de terapia intensiva
a eÍicácia da via aérea instâlada. A possibilidade de (UTI) (p. ex., sinusite e necrose por pressáo). Seodoente
haver lesão concomitante da coluna cervical é uma apresenta apneia, está indicadaa intubação orotraqueal.
das grandes preocupaçôes na avaliaçeo do doente que Fraturas de face, seio frontal, base de crânio e placa
necessitâ de intervenção sobre a via aérea. cribiforme são contraindicações relativas à intubaçáo
nasotraqueal. Evidência de fratura nasal, olhos de
lntubação EndotrâqueaI guaxinim (equimose periorbitária bilateral), sinal de
Battle (equimose retroauricular) e possíveis fístulas
Embora seja Ímportante estabelecer a presença ou Iiquóricas (rinorreia ou otorreia) são sinais dessas Iesões.
ausênciade uma fratura da colunavertebral, não obtenha Assim como naintubação orotraqueal, tome precauções
estudos radiológicos, como tomograÍia computadorizada para restringir o movimento da coluna cervical.
ou radiografias da coluna vertebral, até estabeleceruma Se os médicos decidirem realizar a intubação
via aérea defilitiva quando necessário. Doentes com orotraqueal, recomenda-se a técnica de três pessoas
escore na GCS de 8 ou menos, requerem intubação com restrição do movimento da coluna cervical (ver
imediata. Se não houver necessidade imediata de vídeo deYía Aéreo Avançodo no aplicativo MyATLS).
intubação, a avaliação radiológica da coluna cervical A pressão nacricoide durante a intubaçào endotÍaquêãl
pode reduziro risco deaspiração, emboratambém possa
TABELA 2-I INDICACÔES PARA reduzir aüsão dalaringe. A manipulação laríngeapela
VIA AÉ REA D E FIN ITIVA pressâo para trás, para cima e para a direita {BURP) na
cartilagem tireoide pode ajudar a üsualizar as cordas
]€CEs§IDADE DE NECESSIDADE DE VENNLA. vocais. Quando a adição de pressão cricoide comprometer
Piqr4Ão DAVTAAEREA çÃoouoxro.rlçÀo aüsão da laringe, essa manobra deve ser descontinuada
ou reajustada. Mãos adicionais são necessárias para
Fraturas mâxitof aciais Esfoço respiratório administrar drogas e realizar a malobra de BURP.
8ràves inedequado Ao longo dos anos, dispositivos alternativos de
. Risco de aspiração de . Taquipneià
sanSue e/ou vômitos . Hipóxra
intubação foram desenvolvidos para integrar técnicas
. Hipêrcarbia de vídeo e imagem óptica. Doentes traumatizados
. Caanose podem se beneficiar de seu uso por profissionais
. Combatividâde experientes €m circunstâncias específicas. É obrigatória
a avaliação cuidadosa da situação, a disponibüdade de
Trâume ceíYicâl eqúpamento e pessoa], e a existência de planos de resgàtê.
. Hematoma cervical Mudança prog.essiva . FIGURA 2-12 ilustra a intubaçáo através da máscara
. Lesôes de taringe ou Uso dâ muscuLaturâ
trâqueia àcessóriâ
laríngea de intubação. Uma vez que a máscara é
. Lesão por inâl-âção e Parâlisiâ dos múscuLos da introduzida, um tubo endotraqueal é inserido,
queimaduras de Êôcê respir-àçâo permitindo uma técnica de intubação às cegas.
. Estridor Respiração àbdominaL O introdutor de tubo traqueal Eschmann (ITTE),
. Alteràção dô voz também conhecido como bougie elástico {GEB), pode
ser usado quando a pessoa encontra uma via aérea
problemática (r rtcuRA 2-13). Os médicos usam o GEB
Trauma craniêncefáUco . Detel.ioràçào neuroLógicâ quando as cordas vocais de um doente nâo podem ser
.lnconciência ou herniãção visualizadas por laringoscopia direta. De fato, o uso
. Combâtividâde . Apnêia por perda de
do GEB permitiu a intubação rápida de quase 80oá dos
consciência ou paratisia
neuromuscu[ar doentes pré hospitalares nos quais a laringoscopia
direta era difícil.
34 CAPÍTULO 2 t Tratamento da V a Aérea e da Ventilacáo
ra 1
}}'
i.a
L.
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A
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B
B l'l
. FIGURA 2-.|2 lntubação através de umâ más(ara laríngea para
intubàção. A. Urna vez que a Ínáscarê laringeê é introduzidâ, B. um
tubo endotràqueal é insêíido, permitindo arsim uma técniaâ de
intubâção à5 "cegà5".
c
. tlGURA2J4 lnrerçáode um GEB para âjudãrem intubâções.A. O
GEB é lubrificado colo(ado na pârte de trás da epiglote com à ponta
e
in(Linada em dlreção à fÍente do pescoço. B- Deslize-o 5ob a epiglote
e mânobíe'o às cegâs pàra dentro da traqueia. C. A (olo<ação do GEB
na traqueiê pode 5êr detectâda pelos "(liques" à Ínedida que â sua
po,]ta pãrtã per05 daei! càrtilagrnosos dà t.aouêiê.
pres€nça de CO, no ar exalado indica que a via aérea 1. Tenha um plano que inclua a possibilidade de
foi obtida com sucesso, mas não garante a posiçáo realizar uma via aérea cirúrgica em caso de falha
correta do tubo endotraqueal dentro da traqueia (p. ex., do procedimento. Saiba onde seu equipamento
de via aérea de resgate está Iocalizado.
a intubação do tronco principal ainda é possível). Se
o CO, não for detectado, ocorreu intubação esofágica. 2. Certifique-se de que o aspirador e a pressão
O correto posicionamento do tubo dentro da traqueia positiva sejam funcionantes.
é melhor confirmado pela radiografia de tórax, uma 3. Preoxigene o doente com oxigênio a 100%.
vez excluída a possibilidade de intubaçâo esofágica. Os
4. Aplique pressão sobre a cartilagem cricoide.
indicadores colorimétricos de CO, náo são úteis para
monitoramento Íisiológico ou avaliação da adequação 5. Administre uma droga indutora (p. ex.,
etomidato, 0,3 mgÂg) ou sedativo, de acordo com
daventilação, o que requeranálise de gasometria arterial
o protocolo local.
ou analise contínua de dióxido de carbono expirado.
Depois de determinar a posição correta do tubo, 6. Administre 1a 2 mg/kg de succinilcolina
Íixe-o. Se o doente for movimentado, reavalie o intravenosa (a dose habituâl é de 100 mg).
posicionamento do tubo por meio de ausculta pulmonar Depois que o doente relaxar:
bilateral para a presença de murmúrios vesiculares
simétricos e reavalie o CO, exalado. 7. Intube o doente por via orotraqueal.
Se a intubaçáo orotraquealnão forbem-sucedida na 8. Insufle o balonete e conÍirme o correto
primeira tentativa, ou se a fenda glótica for difícil de posicionamento do tubo auscultando o tórax do
ser visualizada, use um GEB e inicie os preparativos doente e determinando a presença de CO, no ar
para a abordagem da via aérea difícil. exalado.
9. Libere a pressâo cricoide.
ARMADILHA PREVENCÃO 10. Ventile o doente
lnêb I dade
O etomidato nâo afeta negativamente a pressão
pa ra Utili2e drsposrtivos de resgate
intubâ. para aéíea
a via sanguÍnea ou a pressão intracraniana, mas pode
ReaLi?e umê cricotrreoideostomia diminuir a função adrenal e não está universalmente
por punção seBUida de via aérea disponível- Esta droga fornece sedação adequada, o
cirúrgicà que é vantajoso para esses doentes. Use etomidato e
Estabe[eça uma vrà àérea cirúlgicà
outros sedativos com bastante cuidado para evitar a
perda da via aérea à medida que o doente for sedado.
Fatha no Cheque frequentemente o
Em seguida, administre succinilcolina, que é uma droga
êqurpamento equipamento.
AsseSure-sê de que o de curta duração. Tem um início rápido (< 1 minuto) e
equipame.to esteja disponíveI duração de 5 minutos ou menos.
A complicação mais perigosa do uso de sedativos
e agentes bloqueadores neuromusculares é a
lntubação Assistidâ por Drotas (lAD) incapacidade de estabelecer uma via aérea. Se a
intubação endotraqueal não for bem-sucedida, o
Em alguns casos, a intubação é possÍvel e é segura sem doent€ deve ser ventilado com um dispositivo de
o uso de drogas. O uso de medicamentos anestésicos, bolsa-válvula-máscara até que a paralisia se resolva;
sedativos e bloqueadores neuromusculares para intubaçâo por esse motivo, drogas de açâo prolongada nâo são
endotraqueal em doentes traumatizados é potencialmente rotineiramente usadas na IAD- Devido ao potencial
perigoso- Todavia, ocasionalmente, a necessidade de de hÍpercalemia grave, a succinilcolina deve ser usada
uma via aérea justiÍica o risco de se administrar esses com cautela em doentes com lesóes poÍ esmagamento
medicamentos; por isso, é imponante conhecer sua graves, grandes queimaduras e lesões elétdcas. Extrema
farmacologia, ter habilidade nas técnicas de intubaçâo cautela é iustificada em doentes com insuÍiciência
endotraqu€al e ser capaz de garantir uma via aérea renal crônica preexistente, paralisia crônica e doença
cirúrgica, se necessário. A intubaçáo assistida por drogas neuromuscular crônica.
é indicada em doentes que precisam de controle da via Agentes indutores, como tiopental e sedativos, são
aérea, mas têmreflexo dovômito intacto, especialmente potencialmente perigosos em doentes traumatizados
aqueles que sofreram trauma craniencefálico. com hipovolemia. Padrôes de prática, preferências
por determinados medicamentos e procedimentos
Atécnicapara intubação assistidâpor drogas é a seguinte: específicos para o manejo da via aérea variam entre as
instituiçÕes. O princípio crítico é que o indivíduo que
usa essas técnicas deve conhecer os protocolos usados
56 CAPíTULO 2 t Tratamento da V a Aérea e da Vent Lacào
em sua instituição, precisa seÍ criterioso e habilidoso e a 15 L/min (40 a 50 psi) por meio de uma conexáo em
ser capaz de detectar e tratar as possíveis complicações. Y ou por meio de um tubo que apresente um orificio
cortado na lateral. A insuflação intermitente, um
Via Aérea Cirúrgica segundo sim e quatro segundos não, é realizada com o
posicionamento do polegar sobre a extremidade aberta
A impossibilidade de intubação da traqueia é uma do conectôr em Y ou sobre o orifício Iateral. (Ver víd€o
indicação clara para o uso do plano alternativo de da C'icoüreoid,ostomia no aplicatfuo MyATLS.)
abordagem davia aéreaque inclui a máscara Iaríngea, o O doente traumatizado pode ser oxigenado
tubo laríngeo e aüa aérea ciúrgica. Avia aéreacirúrgica adequadamente por 30 a 45 minutos usando-se essa
(p. ex., cricotireoidostomia ou traqueostomia) está técnica. Durante os quatro segundos em que o oxigênio
indicada qualdo hápresençade edema de glote, fratura náo é ofertado sob pressão, ocorre alguma expiração.
de laringe, hemorragia orofaríngea grave que obstrua a Como essa expiração nào é adequada, existe um
via aérea, ou quando o tubo endotraqueal não puderser acúmulo lento e gradativo de dióxido de carbono, o que
posicionado entre as cordas vocais. A cricôtüeoidostomia Iimita o uso desta técnica, especialmente em doentes
ciúrgica é preferível à traqueostomia para a maioriados com traumatismo craniencefálico.
doentes que necessitam de uma üa aérea cirúrgica, Use a oxigenação percutâneâ transtraquea.l com cautela
porque ela mais fácil de serrealizada, apresenta menor
é quando há suspeita de obstmção completa daárea da glote
sangramento associado e requer um tempo menor para por corpo estranho. A insuflaçáo a jato pode prôvocar
sua execuçáo do que uma trãqueostômia de emergência. barotrauma importante, incluindo ruptura pulmonar
com pneumotórax hipertensivo. Portanto, deve-se prestar
Cricotireoidostomia por Punção muita atençáo ao fluxo de entrada e saída de ar.
CONTROLE DE OXIGENACÃO
Ç.1
Proeminência da /
{r cartilagem tireor'de
Cartitagem tireoide
Entathe Membrana cricotireoidea
Cartjtagem cricoide
.---: Traqueia
F Fs'
áNr'
B c D
t FIGURA 2'16 Cricotireoidostomia CirúrgiG. A. Palpe a pÍoeminência da cartilagem lireoidea, o e5paço êntre a cartilagem tireoide e â
cri(oidê e a Íúrcula esternal para orientação. B. Façô uma incisão na pele tobre a membrànã (ricotireoidea e (uidadosamente inaise a membíana
transversalmente. C. lnsira umâ pinça hemostáticâ ou de bisturi na inai5ào e girê-a 90 grâu5 parâ âbrir a viâ âêreô. D. lnsira um tubo endotíaqueal
ou um tubo de traqueostomia de tamanho adequado nâ inci5áo dâ membrânâ (ricotirêoidea, dirê(ionando o tubo distalmênte para dêntro dâ
traqueiâ.
58 CAPíTULO 2 r Trôtâmento da Vta Aérea e da Vent Lacão
Como as alteraçóes da oxigenação ocorrem pessoâs, sempÍe que possível. {Vervídeo de Ventiloçõo
rapidamente e náo podem ser detectadas clinicamente, Bolsa-Válvula-Máscoro no aplicotivo MyATLS. )
deve-se utilizar sempre a oximetria de pulso. É A intubação do doente com hipoventilaçâo e/ou
inestimável quando são previstas diÍjculdades na em apneia pode não ser bem-sucedida inicialmente,
intubaçáo ou na ventilação, inclusive durante o e demandar múltiplas tentativas. O doente deve
transporte de doentes gravemente traumatizados. ser ventilado periodicãmente durante tentativas
A oximetria de pulso é um método não invasivo de prolongadas de intubação. Todos os esforços devem ser
medida contínua da saturaçáo de oxÍgênio do sangue feitos paraotimiz as condiçóes de intubação e assegurar
arterial. Não se trata de medida da pressào parcial de o sucesso do procedimento na primeira tentativa.
oxigênio (PaOr) e, dependendo da posiçâo da curva de Realizada a intubação traqueal, inicia-se ventilação
dissociação da oxihemoglobina, a PaO. pode variar assistida com pressão positiva. Dependendo da
amplamente (. TABELA 2-2). Entretanto, uma saturaçào disponibilidade de equipamento, pode ser empregado
maior ou igual a 95%, medida pela oxirnetria de pulso, um respirador a volume ou a pressão. O médico
é forte evidência que corrobora para uma oxigenaçào deve permanecer alerta para possíveis complicaçôes
arterial periférica adequada (PaO. > 70 mm Hg ou 9,3 KPa). secundánas a alteraçóes da pressão intratorácica, que
Aoximetriadepulsorequerperfusáoperifédcaintacta podem transformar um pneumotórax simples em
e não permite fazer a distinção entre oxihemoglobÍna, um pneumotórax hipertensivo ou, ainda, causar um
carboxihemoglobina ou metahemoglobina, o que limita pneumotórax secundário ao barotrauma.
sua aplicabi.lidade no doente com vasoconstrição intênsa Mantenhaa oxigenaçâo e a ventilaçâo antes, durante e
e no doente com intodcação por monóxido de carbono. A imediatamente após a obtenção da via aérea definitiva,
anemiaprofunda (hemoglobina< 5 g/dL),e ahipotermia Evite perÍodos prolongados ou ausentes de oxigenação
(< 30'C ou 86 "F) reduzem a confiabilidade do método. e ventilação.
Entretanto, na maioria dos doentês traumatizados, a
oximetria de pulso é útilcomo umamonitoração contínua
da saturação de oxigênio e oferece umaavaliação imediata ARMADILHAS PREVENCAO
das intervenções terapêuticas.
l',1á vêdàção dà máscàrà Cubra o espaço êntre as
bochechas e a Sengiva
TABELA 2-2 PaOz APROXTMADA VERSUS NtVEtS desdentado com gaze para meLhorar o
DE SATURAçAO DA HEMOGLOBTNA PELO O) ajuste da máscarê
27 mm He 50%
durante o transporte via aérea antês e durâôte a
taànsferência.
. Discuta â necessrdâde dê
controLe da via âéreâ com
o médico que irá receber o
TRATAIV ENTO DA VENTILACÀO
doente
. Considere a necessidade de
Assistência ventilatória pode ser necessária antes intubaçào precoce antes da
da intubação em doentes traumatizados. VentilaÇão transferência.
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cHoQUE
I FISIOPATOLOGIA DO CHOOUE
. FisioLogia CardÍaca Básica
. FisiopatoLogiâ da Perda Sanguíneâ
. Equiparação dà Pressão Arterial ao Débito Cardíaco
.ldadeAvançada
. Atletas
. Gestaçâo
AVALTAÇÃO rNrCrAL DO DOENTE .14edicamentos
. Reconhecimento do Choque . Hipotermia
. Diferenciação Ctinica das Causas do Choque . Presença de Marcapasso ou de Cârdlovêrsor
Desf ibriLadoÍ lmp[antávet
CHOOUE HEI"IORRÁGICO
. Definicão de Hemorragia REAVALIAçÃO DA RESPOSTA DO DOENÍE E
. CIassificaçãoFisiotógica PREVENÇÃO DE COMPLICAçõES
. Fatores de Confusão . Hemorra8iâ Contínuá
. ALteracóes HidroeLetroLíticâs Secundárias .lYonitoracáo
à Lesão de Partes MoLes . Reconhecimento de Outros ProbLemas
OBJETIVOS
Após a Leitura deste capítutio e a compreensão dos tópicos de 5- Descrever a abordaSem inacial adequada do choque
aprendiado do curso ATLS. você estrrá apto a: hemorrágicg nos doentes traumâtlzados.
43
44 CAPÍTULO 5 r Choque
,-. passo iniclal na abordagem do choque em associadas. O choque séptico é inftequente, entretantô
f lum doente üaumatizado é reconhecer a sua deve ser considerado nos doentes cuja chegada à sala de
\f pr"r"rrç".Umavez identificado o choque, inicie emergência tenha sido pôstergada por muitas horas. Nos
o tratamento baseado na provável causa. A deÍinição doentes idosos, a razào subjacente ou a causa precipitante
de choque - uma anormüdade do sistema circulatório da lesãotraumáücapode ser uma infecção nào reconhecida,
que resulta em perfusào orgânica e oxigenaçâo tecidual mais comumente uma infecção do trato urinário.
inadequadas - também guia a equipe de trauma para A responsabilidade do médico no atendimento do
seu diagnóstico e tratamento. O diagnóstico do choque doente se inicia com o reconhecimento dapresença do
no doente traumatizado é baseado em uma síntese de choque.Inicie o tratamento imediatamente e identiÍlquê
achados clínicos e exames laboratoriais. Nenhum sinal a sua causa provávei. Aresposta do doente ao tratamento
vital ou teste laborâtorial isolado é câpaz de diagnosticar inicial, associada aos achados das avaliações primária
o choque de forma deÍinitiva. e secundária, habitualmente fornece informaçôes
O segundo passo na abordagem do choque é identi-ficar a suficientes para determinâr a causa do choque. A
sraprovávelcausa e 4ustÀr o tr'atarnento adequadânente. hemorragia é a causa mais comum de choque nos
Nos doentes traumaüzados, esse processo está relacionado doentes traumatizados.
âo mêcanismo de trauma. Em sua maioria, os
traumatizados
em choque apresentam hipovolemia. PoderL entretanto,
FISIOPATOLOGIA DO CHOOUE
apresentar também choque cardiogênico, obstrutivo,
neurogênico e/ou, raramente, séptico. Como exemplo, o
pneumotórax hipertensivo pode reduzir o retomo venoso Umavisão geral da fisiologia cardÍaca e da fisiopatologiâ
e produzirchoque obstrutivo. O tamponamento cardíaco da perda sanguínea é essencial para a compreensão do
também produz choque ôbstrutivo, pois a presença de estado de choque.
sangue no hterior do saco pericárdico inibe a contratilidade
miocárdica e o débito cardiaco. Esses diagnósticos devem FISIOLOGIA CAR,DíACA BÁSICA
ser considerados pelos membros da equipe de trauma
principalmente nos doentescompotenciais lesôes acima do O débito cardíaco é deÍinido como o volume de sangue
diaftagma. O choque neurogênico resulta delesão extensa bombeado pelo coração a cada minuto. Esse valor é
da medula cervica.l ou torácica alta, causado pela perda determinado através da multiplicação da frequência
do tônus simpáüco e pela vasodilatação subsequente. O cardíaca pelo volume sistólico (a quantidade de sangue
choque náo resulta de trauma de crânio isolado, a menos ejetado a cada contraçáo cardíaca). Ovolume sistólico
que o tronco cerebrâ.1 esteia envolvido, apresentando, neste é classicamente determinado pela pré-carga, pela
caso, prognóstico reservado. AsvÍtimas de lesão medular contratilidade miocárdica e pela pós-carga (t F|GURA 3.í).
podemapresentar, inicialmente, choque porvasodilatação A pré-carga expressa o volume de retorno venoso para
e hipovolemia, especialmente se houvermütiplas lesôes o coraÇào e é determinada pela capacitância venosa,
Artérias Sistêmicas
AVALTAçAO rNtCrAL DO PACTENTE 45
pelo estado da volemia e pela diferença entre a pressão de compensação é limitado. A maneüa mais efetiva
venosa sistêmica média e a pressão do átrio direito. A de restaurar o débito cardíaco, a perfusão aos órgãos-
diferença entre estas pressões determina o fluxo venoso. alvo e a oxigenação tecidual, é o restabelecimento do
O sistema venoso pode ser considerado um resewatório retorno venoso ao normal, por meio da identificação e
ou um sistema de capacitância, dentro do qual ovolume da interrupção da fonte de sangramento. A reposição
sanguíneo é dividido em dois componentes: volêmica permitirá a recuperação do estado de choque
somente se o sangramento estiver contÍolado.
1. O primeiro componente representa o volume A nível celular, as células inadequadamente
de sangue que permaneceria no circuito de perfundidas e oxigenadas Íicam privadas de substratos
capacitância caso a pressâo do sistema fosse igual essenciais para o metabolismo aeróbico normal e para
a zero. Esse componente não contribui para a
a produçáo de energia. lnicialmente, a compensação
pressão venosa sistêmica média.
ocorre através da mudança para o metabolismo
2. O segundo componente representa o volume anaeróbico, o que resulta na formação de ácidolático e no
venoso que contribui para a pressào venosa desenvolvimento de acidose metabólica. Caso o choque
sistêmica média. Estima-se que cêrca de 70"/" do seja prolongado, pode resultar em dano subsequente
volume sanguíneo total esteia contido no circuito aos órgãos-alvo e em disfunção de múltiplos órgãos.
venoso. A complacência do sistema venoso
A administração de quantidades apropriadas de soluçôes
envolve uma relaçáo entre o volume venoso
e a pressão venosa. Esse gradiente de pressào
eletrolíticas isotônicas, de sangue e de hemoderivados
movÍmenta o fluxo venoso e, portanto, o volume ajuda a combater esse processo. O tratamento deve
de retorno venoso ao coração. A perda sanguínea ser focado na reversão do estado de choque através da
espolia esse componente de volume venoso e interrupção do sangramentoe dapromoção de oxigenação
reduz o gradiente de pressão; consequentemente, âdequada, ventilaçào e apropriada reanimaçâo volêmica.
o retorno venoso é reduzido. Acessos intravenosos devem ser obtidos rapidamente.
O conüole definitivo da hemorragia e a restauração
Ovolume de sanguevenoso que retornapara o coração do adequado volume circulante são os objetivos do
determina o comprimento das fibras musculares tratamento do choque hemorrágico. Vasopressores são
miocárdicas após o enchimento ventricular ao final da contraindicados como primeira linha de tratamento do
diástole. De acordo com a lei de Starling, o comprimento choque hemorrágico, pois pioram a perfusão tecidual.
das Íibras musculares está relacionado com as propriedades Monitore frequentemente os índices de perfusão do
contráteis do músculo cardíaco. A contratilidade doente, para que qualquer deterioração na sua condição
miocárdica éa bomba que movimenta o sistema. possa ser detectada de forma mais precoce possível,
A pós-carga, também conhecida como resistência tornando-se passível de reversão. A monitoração também
vascular periférica, é sistêmica. Simplificando, a pós- perrnite a avaliação darespostado doente ao tratam€nto.
carga é a resistência ao fluxo do sangue adiante. A reavaliação auxilia os médicos a distinguirem os
doentes em choque compensado daqueles que não
FISIOPATOLOGIA DA PERDA SANGUINEA atingem uma resposta compensatória antes que o colapso
circulatório ocorra.
As respostas circulatórias iniciais à perda sanguínea são A maioria dos doentes traumatizados que esteo
compensatórias e incluem a progressiva vasoconstriçào em choque hemorrágico exige intervenção cirúrgica
muscular e visceral para preservar
das circulaçôes cutânea, ou angioembolização precoces para que esse estado
o fluxo sanguíneo para os rins, o coração e o cérebro. A seja revertido. A presença de choque em um doente
resposta habitual à perda aguda de volume circulante ütima de trauma requer o envolvimento imediato de
se dá por meio de um aumento da frequência cardíaca, um cirurgiáo. Considere providenciar a transferência
na tentativa de preservar o débito cardíaco. Na maioria precoce destes doentes parà um cenEo de Eàuma quando
das vezes, a taquicardia representa o sinal circulatório eíiverem recebendo atendimento inicial em hospitais
mensurável mais precoce do choque. A liberaçáo de despreparados para o tratamento dessas lesões.
catecolaminas endógenas aumenta a resistência vascular
periférica, o que, por suavez, aumenta a pressão sanguínea AVALIACÀO INICIAL DO DOENTE
diastólica e reduz ã pressão de pulso. No entanto, esse
aumento dapressão não resulta em aumentos signiÍicativos
na perfusão orgânica e na oxigenação tecidual. Idealmente, deve-se reconhecer o estado de choque
Para os doentes nas fases iniciais do choque durante a avaliação iniciâ]. Parâtanto, é importante estar
hemorrágico, o retorno venoso é preservado até certo íamiliarizado com a diferenciação clÍnica das causas de
limite através do mecanismo compensatório da contraçào choque - principalmente as causas hemorrágicas e as
dovolume sanguÍneo no sistemavenoso. Esse mecanismo não hemorrágicas.
4.6 CAPÍTUIO 3 r Choque
A
t B
ffi
c D
I FIGURA 3-3 A ava lia(ào da circ! la(ào ncu ô determina(ào raplda da fonte de perdà sánguínêa. Em adiçàoà perdâsanguinêa extêma, osangue pode
ser proveniente de quatro outros lo(ais ("no chào eem mais quatro")rA, o tórax;8. oabdome;C. â pelvee o rêtroperitônêo; e D. ossos longos e partes moles.
torácicos contusos. Taquicardia, abafamento de bulhas efeito 6siopatológico da denenração simpática A apres€ntação
cardíacas, e veias do pescoço dilatadas e engugitadas clássica do choque neurogênico é a presença de hipotensão
(turgência jugular) com hipotensão e resposta insuÍiciente com ausência de taquicardia ou de rasoconstrição cutânea. Os
à reposição volêmica, sugerem tamponamento cardíaco. doentesportadoresdetraumatismomedul frequentemente
Entretanto, aausência desses sinais clássicos não exclui a âpresentam lesões concomitêntês no tronco; portanto, doentes
presença dessa condiçáo. com suspeita ou diagnóstico de choque neurogênico devem
O pneumotórax hipertensivo pode simular um ser tratados inicialmente comô portadores de hipovolemia.
tamponamento cardíaco, através de achados que são O insucesso no restabelecimento da perfusão orgânica e
comuns a ambos, como turgência jugular e desvio de da oxigenaçáo tecidual com a reposiçâo volêmica sugere a
traqueia. No entanto, a ausência de murmúrio vesicular presença de hemorragia contínua ou de choque neurogênico.
e o timpanismo à percussão não estão presêntes no A monitoração da pressão venosa cenEal pode auxiliar na
tamponamento cardíaco. O ecocardiograma pode ser útil abordagem desse problem4 mütas vezes complexo. (Ver
no diagnóstico do tamponamento cardíaco e de ruphrras Copítulo z: Traúma V ertebromedular.l
valvares, porém fiequentemente não é úável e não se
enconüa imediatamente disponível na sala de emergência. O ChoquG Séptitco
FAST realizado na sala de emergência é capaz de identiÍicar Choque causadopor infecção, imediatamente após o [aum4
um derrame pericárdico, o que sugere o tâmponamento é incomum. Enüetãnto, esse problema pode oconer caso a
caldíaco como causa do choque. O tamponamento cardíaco chegada do doente ao serviço de emergência demore aigumas
é mais bem trâtado âtravés de inte rvenção ciúrgica formal horas. O choque séptico pode ocorrer particularmênte
(toracotomia), pois a pericardiocentese é uma manobra em doentes com ferimentos penetrantes no abdome
apenas temporári4 quando a realização de cirurgia imediata com contaminação peritoneal por conteúdo entérico. Os
não for possÍvel. {Ver Copítulo + TrowtoTorácico.) doentes sépticos que estão hipotensos e afebris sao de dificil
diferenciação daqueles em choque hipovolêmico, pois ambos
Pncumotórax Hipcrtcnrivo os gn-tpos podem apresentar taquicardia, vasoconstriçáo
O pneumotórax hipertensivo uma verdadeira emergência
é cutânea" diminüção do débito urirüírio, diminüção dapressão
cirúrgica que requer diagnóstico e tratamento imediatos. EIe sistólica e diminuição da pressão de puJso. Na fase precoce
se desenvolve quando se forma um mecanismo de váhrr.la, do choque séptico, os doentes podem apresentar volume
que permite a enEadã de ar no espaço pleural, mas náo a sua cirarlante normal discreta taquicardi4 pele aquecid4 pressâo
saída. A pressáo inüapleural aumenta progressivamente, sistólica próxima da normalidade e ampla pressão de pulso.
causardo colapso total do pulrnâo e desvio do mediastino
para o lado oposto, resu.ltando em redução do retomo
venoso e do débito cardíaco. Os doentes que estão ventilando CHOOUE HEMORRÁGICO
espontaneamente, geÍalmente, manifestam extrema
taquipneia e "fome de âr", enquanto que os doentes que estão
em ventüção mecârica fÍequentemente apresentâÍn colapso A hemorragia é a causa mais comum de choque nos
hemodinâmico. A presença de insuficiência respüatória doentes traumatizados. A resposta do doente üaumatizado
aguda de en-fisema subcutâneo, de ausência de murmúrio à perda sanguínea toma-se mais complexa em úrt.trde
vesicular, de Umpamsmo à percussão e dê dewio da traqueia das transferências de fluidos entre os diferentes
corrobora com o diagnóstico de pneumotórax hiperte nsivo compartimentos do organismo, particularmente no
e exige a descompressão torácica imediata, sem esperarpor compartimento extracelular. Lesóes de partes moles,
uma conÍirmaçào radiológrca. A descompressâo por agulha mesmo que não apresentem hemorragia severa, podem
ou toracocentese resolve temporariamente essa condição resultar em transferências de fluidos ao compartimento
ameaçadora da úda. Na sequência, deve ser realizada a extracelular. A resposta à perda sanguinea deve ser
irserçáo de um dreno de tórax, utilizando técnica asséptica considerada no contexto dessas tÍansferências de fluidos.
apropriada, (Ver Âpándice G: Estação hótticaVetíloção e Devem ser consideradas, também, as alteraçôes associadas
o vídeo de ümogem Pbural rc opücatiw mfuel MyA7J§'.) ao estadode choque severo e prolongado, e aos resultados
fisiopatológicos inerentes àreanimação eà reperfusâo.
Choguc Neurogênico
lesões intra<raaianas isoladas não causam choque, a menos DEF|NTçÃO DE HEHOnRAGIA
que haja envolvimento do tronco ceróral- Entâo, a presença
de choque em um doente com trar]ma de crânio indica a A hemorragia é deÍinida como uma perda aguda de
necessidade de buscar outra causa de choque. lesoes na medula volume sanguíneo. Embora exista uma considerável
espirüal cervical ou toÉcica alta podem prcduzir hipotensâo variaçào individual, o volume sanguÍneo de um adulto
aüavés da perdâ do tônus simpático, o que agrava os efeitos da normal corresponde a aproximadamente 77ó do seu
hipovolemia Poroutro lado, ahipovolemiatâmMm acentuao peso corporal. Por exemplo, um indivíduo de 70 kg tem
CHOOUE HEMORRÁGICO 49
aproximadamente 5 litros de volume sarguíneo cüculante. . A hemorragia das-se III é um estado de hemorragia
complicado. no qual é necessária a reposiçào de-
O volume sanguíneo nos adultos obesos é calculado de
cristâioides e, poisivelmente, de sangue.
acordo com o seu peso corporal ideal, pois, se considerado
o peso real, seuvalorpoderia ser superestimado de modo
. A hemorragia dasse IV é considerada um evento
pré-terminal; a menos que medidas agressivas
significativo. Para criarças, o volume sanguíneo é calculado sejam adotadas, o doente entrará em óbito dentro
comodeS a97odo seupeso corporal (80 a90 rrúr/kg). (Ver de poucos minutos. A transfusão saÍrguÍnea é
Capítulo ro; Tmuma Pediáttico.) necessana.
crÁssE l cLASSE tV
PARÂMETRO ctASsE I CLASSE II (LEVE} fiODERÁDA (SEVERA)
Frequênciâ .espirâtóriâ
I r - tJ -l :./.1'.
Débito Uíinário II
E5câLâ de Comâ de
Gl-as8ow
.O lrcêrrô dc b3ic! é â qtránt'dad. d€ bâs.sIHCO3 -.mmEq/L)que catá âciín ou.b.ito d. t r. norm.t do or8àn'rmo. Um vâtor nê8âtivô é
dênomi..do de déÍicit de b.rêr . i,|drc. à.ido.ê mlt bóUc.
lnfornaçàa de Mutschtêr A, Nienabêr U. B.ockômp T. et aL A cític.l reappraisât of the ATLs ctâssification of hypovoLemic shock: does it.eaLl.y
.êf !ect cLinicó! rêatity? Resusc,táron 20ll.E:t:309-313
l) +) t'- ..-^. I
50 CAPÍTULo 3 r Choque
Os doentes com hemorragia classe III geralmente A classificaçâo fisiológica do choque é útil, entretanto
apresentam sinais clássicos de perfusão inadequada, vários fatores podem confundir e alterar profundamente a
incluindo taquicardia e taquipneia pronunciadas, clássica resposta hemodinâmica à perda aguda de volume
alteraçóes significativas do estado mental e uma sanguíneo circulante; todos os indivíduos envolvidos
queda mensurável da pressão arterial sistólica. Em um na abordagem e na reanimação inicial dos doentes
caso não complicado, esse é o menorvolume de perda traumatizados devem prontamente reconhecê-los:
sanguínea que causa uma queda consistente napressão
arterial sistólica. A prioridade da abordagem inicial é . Idade do doente
a interrupÇão da hemorragia, através de intervenção . Gravidade da lesão, particularmente o tipo de
cíúrgica ou de embolizaçào, se houver necessidade. A trauma e a localização anatômica da lesão
maioriados doentesincluídos nestacategoria necessitará . Reposição volêmica no pré-hospitalar
de transfusâo de concentrado de hemácias e de outros . Tempo decorrido entre a lesão eo início do
hemoderivados para reverter o seu estado de choque. tratamento
. Medicamentos utilizados para doenças crônicas
Hemorragia CLasse lV >4O% de perda do volrime
sânguíneo É perigoso aguardar que o doente traumatizado se
enquadre em uma classificação Íisiológica precisa
O grau de exsanguinação da hemorragia classe IV antes de iniciar a reanimaçào volêmica apropriada.
constitui uma ameaça imediata à vida. Os sintomas O controle da hemorragia e a reposição volêmica
incluem taquicardia acentuada, redução signiÍicativa da balanceada devem ser prontamente iniciados tão
pressão sistólica e presença de uma pressão de pulso muito logo haja suspeita ou presença de sinais e sintomas
estreitâ ou de uma pressão diastólica não mensurável precoces de perda sanguínea - e não quando a pressão
(a bradicardia pode se desenvolver nos doentes pré- arterial iá estiver em queda ou inaudível. Interrompa
terminais). O débito urinário é desprezível e o estado o sangramento,
de consciência está notadâmente deprimido. A pele
encontra-se fria e pálida. Os doentes com hemorragia
ABOROAGEM INICIAL DO CHOOUE HEMORRÁGICO 5I
e cuidadosamente examinado "da cabeça aos pés" zubdávia). (Ver Apândice G: Estaçõo Prática C: Ciratlação e
para a pesquisa de lesões associadas. Ao deryt o funtê, o vídeo Punçõo iníaóssea no oplicativo mrivel MyATXS.) A
a prorer@ da bip<termia é essencial, pois se u-ata de urna experiência e a pnítica do máiico são fatores determinantes
condiçfu qu€ pode €loceÍbâÍ a perda sanguinea anaves da para avaliaro procedimento ou a maneüa mais apropriada
picradacoagulopatiaedaridme ma:bólic: Paraprwenir de estabelecer os acessos venosos. O acesso intraósseo com
ahipotermia sempre devem serutilizadosflüdos aquecidos, eqúparnento especialmente desenvolüdo para esse âm é
bemcomotÁ:ricasdercaquecimento extemopassivoeativo. factível em todas as faixas e gmpos etários. Esse acesso pode
ser utilizado no hospital até que um acesso in[avenoso
Ditatacào Gástrica: Descompressào sejaobtido, devendo serdescontinuado quando não mais
necessário.
A dilatação giísüica ocorre ftequentemente no úauma, Assim que forem inseridos cateteres venosos, amosEas
especiaLnente em sianças, e pode ser car.rsa de hipotensão sanguíneas devem ser coletadas paratipagem sanguÍnea
inexplicada ou de arritmias caÍdÍacas, comumente e provas cruzadas, para exames laboratoriais adequados,
bradicardia emdecorrência do estímulo\râgal. Em doentes para estudos toicológicos e para teste de graúdez em
inconrientes, a di$ensão gástrica aumenta o risco de todas as mulheres em idade féúil. Nesse momento,
broncoa.ryinção de conteúdo gá*ico, uma complica@o pode ser coletado sangue para gasometria arterial-
potenciá.lrnente fãtâl Considere realizar a descompressáo Umaradiogrúa de tórax deve ser obtidâ após tentativa
gástrica através da introdução de uma sonda naso ou de cateterismo venoso central em veias jugulares ou
orogástrica e àsuaconer<ão a um eqr-ripammtode aspiração. subcláüas, para documentar o posicionamento do cateteÍ
Esteia atmto que, apesar do posicionamento adequado da e avaliar a presença de complicaçóes, como pneumotórax
sonda, esta não previne totalmente o risco de aspiraçâo. ou hemotórax. Em situações de emergência, o acesso
venoso central pode não ser inserido em condições
Sondagem Vesicai estritamente controladas e totalmente estéreis. Quando
isso ocorre, os acessos venosos devem ser substituídos
A sondagem vesica.l permite a avüação da presença de tão logo as condições ambientais e do doente permitam.
hemaúria, o que pode indicar o sistema genitourinário
como fonte de sangÍamento. A monitoração constante REPOSTçÃO VOLÊHrCA rNrCrÂL
do débito urinário permite a avaliação contínua da
perfusão renal. A presença de sangue no meato uretÍal A quanüdade de flüdo que seÉ necessáriapara a reanimaÉo
ou de hematomas/acerações perineais pode indicar uma volêmica do doente é difícil de ser estimadâ durante a
Iesão de uÍetr4 contrâindicando a inserção de uma sonda awa.liação inicia.l. Comece administrando um bolus inicial
trdnsureúalantes daconfirma$o radiológicadaintegridade de solução isotônica aquecida Adose habitual é de lütro pan
da uretra- (Ver Copítulo s:Trauma AMominal e Pétvico.l aduitos e de 20mlÂgparacriançaspesando menos de 40 kg.
O volume total de flúdos de reurimação deve ser baseado
ACESSO VASCULAR na resposta do doente à reposiçáo, tendo em mente que a
quantidade de flüdo inicial indü o volume adminis&ado
O acesso ao sistema rrasc{lar deve ser obüdo rapidamente. duÍante o atendimento pré-hospitalar. Av-dlie a resposta
A melhor forma de fazê-lo é através da inserção de dois do doente à reposição volêmica e identifique evidências de
catetêres intravenosos periféricos (calibre mínimo de 18). perftxão de órgãos-alvo e de oxigenação tecidual adequadas.
A taxa de fluxo é proporcionâI à quaÍta pôtência do raio do Observe a resposta do doente durante a administrâção inicial
cateter e inversâmente proporcional ao seu comprimento, de flüdos e tome como base essa resposta para as decisões
como descrito na [,ei de Poiseui]le. Portanto, cat€teres diagnósticas e teraÉuticas posteriores. A infusâo contimra
intravenosos perüéricos curtos e cübrosos são preferiveis de grandes volumes de flüdos e de sangue, na tentatin de
pananpiàinirão de fluidoq ao invés de cateteres longos atingi r u13 plgssão arterial nonnal rÉo srbstitui o conuole
e finos. t.tilize flüdos aquecidos e bombas de infusão ápida definitivo à hemorragia
na presença de hemorr:agias maciças e severà
de hipotensão . TÁIELÀ :l2 reflrne os protocolos gerais para estabelecer
Os Iocais mais adequados para os acessos vênosos a quantidade de fluidos e de sangue que são gera.lmente
periféricos no adulto são as veias do antebraço ou necessários durante a reanimação. Caso a quantidade
antecubitais. Isso pode ser desâfiador em crianças, idosos, de fluidos necessária para restauraÍ ou manter a
obesos e em usuários de drogas injetáveis. Carc um acesso perfusão orgânica e a oxigenação tecidual adequadas
venoso periférico não possa ser obtido, considere a punçáo exceda consideravelmente essas estimativas, r€âvüe
e a introdução de um acesso intÍaósseo como medida «ridadosamente a situação e procure por Iesôes ainda não
temporária. Se as circunstâncias náo permitüem o uso diagnosticadas ou outras causas de choque.
de veias periféricas, estará indicada a cateterização de um Oobjetivoüreanimagoé restaurarãperÂ.§ãoorgânicae a
acesso venoso cenEal (exemplos: veia femod jugr.t.lar ou oxigernçao tecidual o que é obüdo au-avés da adminis[-ação
ABORDAGEM INICIAL DO CHOOUE HEMORRÁGICO 53
RESFOSTA MíNI]íA
RESPOSTA RÁPIDA RESPOSTA TRÂNsITóRN OU ÂUSEMÍE
Pêrdâ sântuÍnea êstimadô Mínima {<15 Í} fffiâ ê pe.§*ntÊ (lsX-lOX) sêvero ('{OX)
de soluções de cristaloide e de hemoderivados para substituir Os mesmos sinais e sintomas de perfirsão inadequada
o volume inhrrâsculaÍ p€rdido. Entretanto, s€ a pressão utilizadmpanodiagnóstimdochoquesãouteispanarraiiara
arterial do doente aumentar rapidamente antes que a respostadodoenteaotratamento.AnomElizaÉodãpressão
hemorragia tenlra sido definitirramente conEolada, pode arterial, da pressão de pulso
e da frequência cardíaca são sinais
ocorrer mais sangramento. Poressa raáo, a administraÉo de que a perfi.rsão tamtÉm esteia retornando ao nomnl
excessirra de solução cristaloide pode ser prejudicial. enEetanto, essas obsenrações não fomecem inÍormaç5es
A reposição volêmica e a prevenção da hipotensão são a respeito d perfu§o orgânica e da oxigernção tecidual A
princípios importantes no maneio inicial dos do€ntes com melhorado eslado dovolumeintrarrascularéumaevidência
tÍaumatismos contusos, particularmente nos doentes importante de aumento da perfrr§o, mas s€ toma di§cil de
com traumatismo craniano associado. No traumatismo quantificar. )á o volume do débito urin ário é um indicador
peneEànte com hemorragi4 retardar a reposiÉo agessiva bastante sensÍvel da perfu§o renal diurese nonnal desde
de flüdos, até que o controle definitivo à hemorragia tenha quenão iníuenciaàpelaadministnçaodediuréticos, lesões
sido alcançado, pode prevenü a ocorrência de sangramento renâjs ou ac€ntuadâhiperglicemia implica gerâ.knente, em
adicional; hz-se necessária uma abordagem cuidadosa e fluxo sanguíneo renal satisfatório. Por essa raáo, o débito
balanceada através de rearraliaçôes ftequentes. A estratégia urinário éumdosprincipaisindicadoresparaamonitoração da
de reúzar o balanço do obietivo da perfusáo orgâlica e da reanimaÉo e paraarraliararespostado doente aotatamento.
54 CAPíTULO 3 r Choque
Dentro de certos limites, o débito urinário pode ser teciduais iaadequadas. Quando isso ocorre, avelocidade
utilizado para monitorar o fluxo sanguíneo renal. A de infusão pode ser reduzida para taxas de manutenção.
reposição adequadadevolume deve restabelecerumvalor Usualmente esses doentes apresentam uma perda menor
de débito urinário de aproximadamente 0,5 ml/kg/h do que 15% do seuvolume sanguíneo {hemorragia classe
no adulto, enquanto que, para os doentes pediátricos, I). Neste caso, náo está indicada a reposição adicional de
é adequado um débito urinário aproximado de I mU fluidos embolus oude transfusão sanguÍnea. Apesardisso,
kg/h. Para crianças abaixo de l ano de idade, devem ser sangue deüdamente tipado e com provas cruzadas deve ser
manüdos 2 mllkg,4r. A incapacidade de manter o débito mantido disponível. Durarte a avaliação e o tratamento
urinário nesses níveis ou o decréscimo do débito urinario iniciais dos respondedores rápidos, sáo indisp€nsáveis a
com aumento de densidade sugerem uma reanimaçào presença e a avaliação por um cirurgião, üsto que uma
inadequada. A presença dessa situação deve estimular o intervençáo cirúrgica pode ainda se tomar necessária.
médico a aumentar a reposiçáo volêmica € a continuar a
investigaçâo da causa do choque. Resposta Transitória
Os doentes em choque hipovolêmico inicial têm alcalose
respüatória deüdo à taquipnei+ seguida frequentemente Os doentes do segundo grupo, os "respondedores
por acidose metabólica leve, não requerendo trataÍnento. transitórios", respondem à reposição volêmica em bolus
Ertretanto, a acidose metabólica grave pode surgir quando inicial. Enüetanto, eles começam a demonstrar sinais
o choque é severo ou prolongado. A acidose metabólicã de deterioração dos índices de perfusão assim que a
decorre do metabolismo anaeróbio deüdo à perfusáo administração de fluidos inicial é reduzida para taxas
tecidual inadequada e à produçâo de ácido láctico. Sua de manutenção, o que pode indicar reposição volêmica
persistência reflete, habitualmente, uma reanimação inad equ ad-a ou a presença de sangramento ativo persistente.
inadequada ou a presençã de sangramento ativo. Em doentes A maiorparte desses doentes apresenta uma perda sanguínea
em estado de choque, a acidose metabólica é tratada através inicial estimada entre t5% a 40% do seu volume sanguÍneo
da reposiçào de fluidos e sangue, e de intewençôes para {hemorragias classes II ou III). A transfusão de sangue e de
controlaÍ a hemorragia. Os va.lores do lactato e/ou do déficit hemoderivados está indicada, porém o mais importante é
de bases podem ser úteis para determinar a presença e a identificar e reconhecer que esses doentes necessitam de
severidade do choque; a análise seriada desses parâmeEos controle cirúrgico ou angiográÍico da hemorragia. Uma
pode ser utilizada na avaliação da resposta ao trataÍnento. O respostâ Eansitória à administração de sangue idenüfica os
bicarbonato de sódio não deve ser utilizado para o b:-atamento doentes que persistem com sangramento ativo e que exigem
da acidose metabólica decorrente de choque hipovolêmico. rápida intervençâo ciúrgica. Considere também dar início
ão protocolo de transfusão maciça (PTM).
Padrôes de resposta do doente
Resposta Mínima ou Ausente
A resposta do doente à reposição inicial de fluidos é a
chave paÍa a determinàção do tratamento subsequente. A falta de resposta à administraçáo de cristaloide e de sangue
Estando estabelecidos um diagnóstico preLimilar e um na sala de emergência indica a necessidade de htervenção
planejamento terapêutico baseados na avaliação inicia.l, deÍinitira imediata (exemplo: cinugiaou angioembolização)
o médico pode modificar o plano de tratamento de para conüolar uma hemorragia exsanguinante. Em casos
acordo com a resposta de cada doente. A observação da muito raros, uma resposta inadequada pode ser deúda à
resposta do doente à reanimaçào inicial pode identiÍicar insuficiência da bomb4 resultante de traumatismo cardíaco
os doentes cuja perdasanguínea tenha sido maiordo que a fechado, de tamponamento cardiaco ou de pneumotórax
esúmada e aqueles com sangramento aúvo persistente que hipertensivo. O choque náo hemorrágico deve ser sempre
necessitarão de controle cirúrgico de hemorragiaintema. considerado no diagnóstico diferencial nesse grupo de
Os padrões de resposta à reposição volêmica inicial podem doentes {hemorragia classe IV). Técnicas de monitoração
ser diüdidos em três categorias: resposta rápida, resposta avançad4 como a ultrassonograÍia miocárdica são úteis na
üansitoria e resposta mÍntna ou aus€nte. Os sinais vitais e os identiÍicação da causa do choque. O protocolo de üansfusão
protocolos deâboÍdagemparaôs dôentes em cada uma das maciça deve ser iniciado nestes doentes (. aeuna r+).
câtegorias foram destacados preüamente (ver Ta.bela 3-2).
REPOSTÇÀO DE SANGUE
Resposta Rápida
Os doentes deste grupo, denominados "respondedores A decisão de iniciar a transfusão sanguínea baseia-se na
rápidos", respondem rapidamente à reposição volêmica resposta do doente, como descrito na seqão anterior. Os
inicial e se tornam hemodinamicamente normais, náo doentes respondedores transitórios ou não-respondedores
apresentândo mais sinais de perfusão e oxigenação necessitam de transfusào precoce de concentrado de
REPOSICÀO DE SANGUE 55
I
:âb/* AUTOTRANSFUSAO
{ts
ser considerada nos doentes que apresentarem
maciço. Esse sangue normalmente possuipequenos nÍveis
.t, de fatores de coagulação, o que faz com que atransfusão dê
t/ ', plasma e de plaquetas ainda possa ser necessária.
f FIGURA 3-4 Tran5fu5áo ma(iça de hemoderivados em om
doente trêumâtizado.
TRANSFUSÃO MACIçA
hemácias, plasma e plaquetas durante a reanimação Um pequeno gmpo de doentes em choque necessitará de
inicial. transfusão maciça, mais ftequentemente deÍinida como
a transfusão de mais de 10 unidades de concentrado de
SANGUE COM PROVAS CRUZADAS, TIPO hemácias dentro das primeiras 24 horas da admissáo
espEcírrco E TrPo o hospitalar, ou mais de 4 unidades dentro da primeira hora.
A administração precoce de concentrado de hemácias,
O objeüvo principal da b:-a-nsfusão sanguínea é restabelecer a de plasma e de plaquetas, em umaproporção balanceada
capacidade de transporte de oxigênio do volume intrarascular. para eütar a administração excessiva de cristaloides,
Para esse propósito, o sangue com todas as prol'as cmzadas é pode aumentar a taxa de sobrevivência dos doentes.
prefeível porém esse processo de cmzamento completo exige Essa abordagem tem sido denominada de reânimação
aproximadamente t hora na maioria dos bancos de sangue. "balanceada", "hemostática" ou "de controle de danos".
Para os doentes que estabilizam rapidamente, deve ser obtido Os esforços simultâneos para rapidamente controlar
e estar disponível sangue com todas âs provas cmzadas para o sangramento e minimizar os efeitos deletérios da
transfi.rsão, quando houver indicaçào. coagulopatia, da hipotermia e da acidose nesses doentes
Caso o sangue com todas as provas cruzadas não estêja sào extremamente importantes- Um PTM que inclua
disponível, sangue tipo O é indicadopara osdoentes com a disponibilidade imediata de sangue e de todos os
hemorragias exsanguinantes. Plasma tipo AB é utilizado hemoderivados deve estar estabelecido,paraproporcionar
quando plasma semprovas cruzadas for necessário. Para uma reanimação adequada para esses doent€s, pois vastos
, eütar sensibüàção e complicações futuras, sangue tipo O recursos são necessários para disponibilizar essas volumosas
negativo é preferível para mulheres em idade fértil. Assim quantidades de sangue. A administração apropriada de
quedisponível, o usode sangueüpo específico sem provas hemoderivados tem demonstrado melhorar o desfecho
cruzadas é preferível ao uso de sangue tipo O. Uma exceçâo nesse grupo de doentes. Pode ser um desúo identificar
a essâ regra ocoÍre quando várias ütimas não identificadas o pequeno grupo de doentes que irá se beneÍiciar desta
são atendidas simultaneamente, o que implicaem grande estratégia, portanto, vários escores têm sido desenvolvidos
risco de troca inadverlida de bolsas de sangue. para auxiliar o médico na decisão de dar inicio ao PTM,
apesar de nenhum deles ainda ter demonstrado completa
PREVENCÃO DA HIPOTERMIA acurácia. (Ver Escores de Trauma: Revisado e kdiritrico e
Protocolos de Tmnsfirsão Maciça no Tmuma do ÂCS TQIP. )
A hipotermia deve ser evitaà e revertida quando o doente
apresenta-se hipotérmico à admissão hospitalar. O uso de COAGULOPATIA
aquecedores de sangue impoÍtãnte, apesar da sua dificuldade-
é
IDADE AVANçADA
CONSIDERACÕES ESPECIAIS
No sistema cardiovascular, o processo de envelhecimento
Consideraçôes especiais no diagnóstico e tratamento produz uma relativa redução da atividade simpática.
do choque incluem considerar, de maneira equivocada, Acredita-se que isso se deva a um déficit na resposta
CONSIDERACÕESESPECIAIS 57
dos receptores às catecolaminas, ao invés daredução da o débito cardíaco pode aumentar até 6 vezes, o
produçào destâs. A complacência cardíaca diminui com volume de ejeçáo sistólica pode aumentar em 50olo e
a idade e, ao contrário dos doentes mais jovens, os idosos a ftequência cardíaca em estado de repouso peEnanêce,
são incapazes de aumentar a fÍequência cardíaca ou a em média, em torno de 5O bpm. Atietas altamente
eficiência da contração miocárdica quando submetidos treinados possuêm uma habilidade extraordinária
a uma perda de volume sanguÍneo. para compensar perdas sanguíneas e podem não
A doença vascular aterosclerótica oclusiva faz com manifestar as respostas habifuais à hipovolemia,
que muitos órgãos vitais se tomem extremamente mesmo apresentando perdas significativas de sangue.
sensíveis a reduções, mesmo insignificantes, do fluxo
sanguíneo. Muitos doentes idosos apresentam uma GESTACÃO
depleçáo de volume pré-existente, deüdo ao uso crônico
de diuréticos ou a um estado subclínico de desnutriçâo. Tendo em üsta a hipervolemia fisiológica da gestação,
Porestes motivos, o doente idoso tolera mal a hipotensão toma-se necerrária uma perda sanguínea maior para que
secundária à perda sanguÍnea. Por exemplo, umapressâo se manifeíem anormalidades de perfusão na mãe, as quâis
arterial sistólica de 100 mmHg pode repr€sentaÍ um estado tamtÉm podem se refleú na redução da perflxão fetal. [Ver
de choque em um doente idoso. O uso de bloqueadores Capítllo tz:Trauma na Gestonte e Violên cia Interconjtgal .l
beta-adrenérgicos pode mascarar a taquicardia como
indicador precoce do choque. Outros medicamentos MEDICAMENTOS
podem comprometer a resposta sistêmica ao trauma,
quardo não abloqueiam completamente. Tendo em üsta Medicamentos específicos podem afetar a resposta
aestreita faixa terapêutica para a reposição volêmica no do doente ao choque. Por exemplo, os bloqueadores
idoso, é prudente considerar precocemente a conveniência dos receptores beta-adrenérgicos e os bloqueadores
de uma monitoração hvasiva com o htuito de eütar uma dos canais de cálcio podem alterar signilicativamente
reposiçâo excessiva ou insuflciente de volume. a resposta hemodinâmica do doente à hemorragia. A
A reduçào da complacência pulmonar, a dirninuição da superdosagem de insulina pode ser responsável por uma
capacidade de difusão eaftaqueza geral da musculatura hipoglicemia e pode ter contribúdo para os eventos qu€
respiratória limitam a resposta do doente idoso ao resultaram no úaumatismo. O uso crônico de diuréücos
aumento da demanda de trocas gasosas imposta pelo pode explicar uma hipocalemia inesp€rada e os agentes
traumatismo. Tal fato compromete a hipóxia celular já anti-infl amatórios nâo-hormonais podem prejudicar a
prejudicada pela redução do aporte tocal de oxigênio. agregaçáo plaquetária e aumentaj o sangramento.
O envelhecimento glomerular e tubular dos rins reduz
a capacidade do idoso de preservar o volume como H IPOTE RM IA
resposta à liberaçáo de hormônios de fase aguda, tais
como a aldosterona, as catecolaminas, a vasopressina e o Os doêntes que apresêntam hipotermia e choque
cortisol. Os rins sáotambémmais susceptíveis aos efeitos hemorrágico não respondem como o esperado à
do hipofluxo;e a ação de agentes nefrotóxicos, tais como administração de sangue e hemoderivados e à reposiçáo
determinados medicamentos, contrastes radiológicos e de fluidos. Na hipotermia, a coagulopaüa pode aparecer
produtos tóxicos da destruiçáo celular, pode prejudicar ou piorar. A temperatura corporal é um sinal vital
ainda mais a função renal. importante a monitorado durante a reanimação inicial.
ser
Por todas essas razóes, as taxas de mortalidade e de A temperatura esofágica ou vesical é uma medida clínica
morbidade aumentam diretamente com a idade. Apesar acurada da temperatura central. Um doente vítima de
dos efeitos adversos do processo de envelhecimento, as trauma, sob influência de álcool e exposto a temperaturas
comorbidades decorrentes de doenças pré-existentes, baixas, é mais suscepúvel a apresentaÍ hipotermia em
e a redução geral da "reserva fisiológica" dos doentes resposta à vasodilatação. O rápido reaquecimento em
geriátricos, a maioria desses doentes podem se recuperar ambiente dotado de dispositivos de aquecimento extemo
e retornar ao seu estado pré-trauma. O tratamento d€ve apropriados - lâmpadas de aquecimento; cobertores
começar comuma rêanimação precoce e agressiva, bem térmicos; aquecimento de gases respiratórios, de
como com uma monitoração cuidadosa. (Ver Copítulo liquidos intravenosos e de sangue - g€ralm€nte corrige
tt: Traumo Ge'iátrico .) a hipotensão e a hipotermia leve a moderada. Técnicas de
reaquecimento central incluem a irrigação das cavidades
ATLETAS peritoneal ou torácica com soluçôes de cristaloides a
39 aC 1702,2 eF); para hipotermia severa, a circu.lação
As rotinas de treinam€nto atlético rigoroso alteram extracorpórea está indicada. O melhor tÍatamento para a
a dinâmica cardiovascular nesse grupo de doentes. hipotermia é a sua prevençáo. (Ver Apên dice B: Hipotetmia
O volume sanguíneo pode aumentar de 75 a 2Oo/", e ksões Prwocadas pelo Calor .l
58 CAPíTULO3 r Choque
5. O manejo do choque hemorrágico inclui uma patients with penetrating torso iniuries. N Engi
hemostasia rápida e uma reanimação balanceada J Med 199 a;331117 ): I I0 5 - 110 9.
com cristaloides e sangue. 6. Brohi K, Cohen MJ, Ganter MT, et al. Acute
coagulopathy of trauma: hypoperfusion induces
6. As classes de hemorragia e as respostas às systemic anticoagulation and hyperfi brinolysis.
intervençóes servem para guiar a reanirnaçào. I T r au m a 20 0 8 ; 6 4 15 ) :7271-7217 .
7. Bruns B, Lindsey M, Rowe K, et al. Hemoglobin
7. Consideraçôes especiais no diagnóstico e no drops within minutes of iniuries and predicts
tratamento do choque incluem diferenças nas need for an intervention to stop hemorrhage.,
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atletas, na Sestação, na hipolermia e nd presença 8. Bunn F, Roberts I, Tasker R, et al. Hypertonic
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TRAUMA TORACICO
INTRODUCAO
RESU MO DO CAPITULO
BIBLIOGRAFIA
OBJETIVOS
Após â t€itura dêste câpÍtuto e a compreensão dos tópicos de potenclalmente fatais durànte a âvatlôção
aprêndlzado do curso ATLS, você estaÉ apto a: sêcundária: pneumotórax slmpl,es, hemotóràx,
tórâx instávêl, contusão putrnonai lesão cardÍaca
ldentificar ê descrevêr o tratamento das contusa, ruptura aórtica trôumática, Lresão
[êsÕes quê ameâçam a vlda durante a avatiaÉo traumátlca do dlafragma e ruptura êsofágica contusa
prhária: obstrução da yia aérêa, lesão da árvore (trauma êchado).
traqueobrônquicâ, pnêumotórax hlpertensivo,
pneumotórâx abeÉo, hemotórax maciço e 5. Descrever a importãncia e tratamento do enfisema
tômponamento cardÍaco. subcutânêo, tesões toráclcâs por esmaSamento e
fraturas do êstêmo, costêlrs e cLavíçuLas.
2. ldentlftcár e descrever o tratâmento das Lesões
& CAPÍTULO 4r Trauma Torácico
I como efeito de cavitação. A intubaçáo pode provocarou doente enquanto o colar for retirado. Olhe, obsewe os
pioraÍ uma Iesão da traqueia ou dos brônquios proximais. moümentos respiÍatórios, veia se estão simétricos. Avalie
Os doentes gera-lmente apresentam hemoptise, enfis€ma se a ventilação está adequada. Escute o tórax avaliando os
subcutâneo cervical, pneumotórax hipertensivo e,/ou sons pulmonares e identifique ruídos adventícios que possam
cianose. A expansâo incompleta do pulmão e uma fístula indicar hemorragia e contusão prÍmonar. Palpe para localizar
aérea de alto débito após a drenagem torácica sugerem uma segmentos dolorosos, crepitaçóes ou deformidades-
lesão Faqumbrônqüc4 podendo ser necessário a colocação O aumento na ftequência respiratória e a mudança no
demais de um tubo toÉcico, para superar este vazamento de padrão dos moümentos da caixa torácica. especialmente
ar significaüvo. (Ver animação doTuboToró.cico no aplicativo a ocorrência de movimentos respiratórios cada vez mais
mwel MyATLS.) A broncoscopia conlirma o diagnóstico. superficiais, consütuem-se em eüdências, às vezes suú,
Se houver suspeita de Iesão traqueobrônquic4 solicite mas indicativos de lesó€s torácicas ou de hipóxia. A cianose
rapidamente a avaliâção de um cirurgião. é um sinal tardio de irsuÍiciência respiratória no doente
O tratam€nto imediato pode exigir a colocação de traurnatizado. A ausência de cianose, entretanto, não implica
uma via aérea definitiva. A intubação de doentes com necessariamente em oxigenaçào tecidual adequada ou em
lesões traqueobrônquicas é frequentemente dificil, via aérea pérvia. As principais lesões torácicas que afetam
devido à distorção anatômicaprovocada pelo hematoma a ventüação e que devem ser reconhecidas e abordadas na
paratraqueal, lesôes orofaringeas associadas e/ou a avaliação primária incluem o pneumotórax hipertensivo,
própria Iesão traqueobrônquica- Poderão ser necessárias pneumotórax aberto (ferida torácica aspüativa) e hemotórax
manobras avançadas da via aérea, como a colocaçáo de maciço. É imperativo que os médicos reconheçam e tratem
tubo endotraqueal com suporte de Íibra óptica após o local essas lesões durante a avaliação primária.
da lesão, ou intubaçáo seleüva do brônquio não afetado.
Nestes doentes, está indicada a abordagem ciúrgica Pneumotórax Hipertensivo
imediata. Em doentes mais estáveis, o tratamento cirúrgrco
daslesões traqueobrônquicas pode ser retardado até que O pneumotórax hipertensivo ocorre quando há a formação
a inflamação aguda e o edema regridam. de um mecanismo "vahrrlado unidirecional" de escape
de ar do pulmão para o espaço pleural (.
ncum+t).Oar
PROBLEMAS RESPIRATóRIOS entra pâra a caüdade pleural sem possibilidade de sair,
colapsando completament€ o pulmáo. O mediastino
O tórax e o pescoço do doente devem ser expostos é deslocado para o lado oposto, diminuindo o retorno
completamente para que se possa avaliar a ventilaçâo venoso e comprimindo o pulmão contralateral. O choque
e os vasos do pescoço. Esta avaliaçâo requer a abertura decorrente desta situação é consequente à acentuada
temporária do colar cervical, neste caso, a imobilização diminuição do retomo venoso determinando uma queda
da coluna cervica.l dever mantida segurando a cabeça do do débito cardíaco, e é denominado de choque obstrutivo.
{
Pulmáo cotabado
Pneumotórãx
I
? .:
fuga de ar de 'válvula unidire(ional' ocorre a partir
do pula-ào ou atíâves dà paÍede toÍáci(à e o dÍ é
Íorçàdo para dentro da (avidad€ toráaica, acabando
por colapsàr o pulmào a{êtâdo.
\reia
,
7 cava
66 CAPÍTULO 4r Trauma Torácico
Pulmáo colabado
Pneumotórax
Feridã torácica
aspirativa f FIGURA 4-3 Pneumotóràx Âbêno.
Ar a
impedindo a oxigenação e a ventilaçâo adequadas. de pulso. Os doentes com trauma fechado de tórax estâo
Procede-se com uma drenagem do tórax para melhorar em risco de disfunçâo miocárdica, o que é aumentado
a ventilâção e oxigenação e solicita-se uma consulta pela presença de hipoxia e acidose. As disritmias devem
rapidamente com um cirurgião, prosseguindo-se uma ser tratadas de acordo com os protocolos padrão.
reanimação apropriada. Um acúmulo agudo e maciço
de sangue causa hipotensâo e choque que será discutidô Hemotórar Maciço
adiante neste capÍtulo.
t Í48ÉLÂ +1 mostra as diferentes apresentaçôes do O hemotórax maciço resulta de um rápido acúmulo de
hemotórax hipertensivo e hemotórax maciço. mais de 1.500 ml de sangue, ou um terço ou mais do
volume sanguíneo do doente, na cavidade torácica (r
PROBLEMAS DE CTRCULAçÃO flGuRA +5). É causado, mais comumente, por ferimentos
penetrantes que comprometem os vasos sistêmicos
As principais Iesóes torácicas que comprometem a ou hilares. Contudo pode estar presente também no
circulação e que devem ser reconhecidas e abordadas trauma contuso.
durante a avaliaçâo primária são hemotórax maciço, No doente com hemotórax maciço asveias do pescoço
tamponamento cardÍaco e parada cardíaca por trauma. podem estar colapsadas devido à grave hipovolemia
A atividade elétrica sem pulsos (AISP)é manifestada ou distendidas quando existir um pneumotórax
por um eletrocardiograma (ECG) que mostrã um ritmo, hipertensivo concomitante. Em casos raros, os efeitos
enquanto o doente não possui pulso identificável. Este mecânicos de um hemotórax maciço podem deslocar
quadro pode estar presente no tamponamento cardíaco, o mediastino a ponto de causar a distensâo das veias
pneumotórax hipertensivo, ou hipovolemia profu nda. cervicais. Um hemotórax maciço é diagnosticado pela
Um trauma torácico contuso grave pode provocar associação de choque com ausência de murmúrio
a ruptura dos átrios ou dos ventrículos e a única vesicular e/ou macicez à percussão de um dos
manifestaçáo pode ser AESP. Outras causas de AESP hemitórax.
incluem hipovolemia, hipoxia, íon hidrogênio (acidose ), O hemotórax maciço é tratado inÍcialmente pela
hipocalemia,4eipercalemia, hipoglicemia, hipotermia, reposição do volume sanguíneo e descompressão da
toxinas, tamponamento cardiaco, pneumotórax cavidade torácica, realizadas simultaneamente. Após
hipertensivo e trombose (coronária ou pulmonar). conseguir rápido acesso venoso com cãteter calibÍoso,
Examine a coloração da pele para detectar manchas, inicia-se a infusão de cristaloide e, assim que possível,
cianose e palidez. As veias do pescoço devem ser avaliadas administra-se sangue tipo- e specífico. O sangue
quanto àdistensáo, emborapossam não estar distendidas removido através do dreno de tórax deve ser coletado
em doentes com hipovolemia concomitante. Ouça a em um dispositivo que permita a autotransfusâo.
regularidade e a qualidade dos batimentos cardíacos. Insere-se um único dreno de tórax (ne 28-32 French)
Avalie a frequência, amplitude e regularidade do pulso geralmente ao nível do mamilo, logo anteriormente à
central. Em doentes com hipovolemia, os pulsos distais linha axilar média, simultâneo à reposição rápida de
podem estar ausentes devido à depleçào do volume. volume à medida que se completa a descompressào da
Palpar a pele para avaliar a temperatura e determinar cavidade torácica.5e o volume drenado imediatamente
ou suada.
se está seca for de aproximadamente 1.500 ml, é muito provável
Mensure pressão sanguínea e apressão do pulso e
a que seja necessário uma toracotomia de urgência para
monitore o doente com eletrocardiografia e oximetria o doente.
srNArs FrStcoS
Pleura parietal
Pleura visceraI §
t .J
Alguns doentes que apresentam um débito iniciai causa.r o preenchimento do pericárdio com sangue dos
menorqu€ 1.500 mL, mas continuam sangrando, podem grandesvasos ou vasos epicárdicos do coração i. acuRA a.6).
necessitar toracotomÍa- A decisão não é baseada pelo O tamponamento cardÍaco pode desenvolver-se devagar,
volume de sangue que continua drenando por hora (200 permitindo uma avaliaçãô menos urgente, ou rapidamente,
mL/h poÍ 2 a 4 horas), mas sim no estado Íisiológico requerendo diagnóstico e tratamento rápidos. A tríade
do doente. A necessidade persistente de transfusões clínica clássica de sons cardíacos abafados, hipotensão
sanguíneas constitui-se em indicação de torâcotomia. e elevação da pressão venosa, não está uniformemente
Durante a reanimaçáo do doente, para o cálculo da presente emtodos os casos detamponamento cardÍaco. A
reposição total de fluidos: deve se contabilizar ovolume ausculta cardiaca abafada é difícil de se avaliar em uma sala
de sangue perdido imediatamente após a drenagem de reanimação ruidosa e as veias distendidas do pescoço
acrescida do volume que continua drenando a seguir. podem estar ausentes deüdo à hipovolemia. O sinal de
A coloração do sangue {arterial ou venoso) não é um Kussmaul (ou seja, um aumento da pressão venosà com
bom indicador para avaliar a necessidade ou não de inspiração ao respira-r espontaneamente) é uma verdadein
toracotomia. anormalidade de pressâo venosa paradoxal associada ao
Os ferimentos penetrantes da parede anterior do tamponamento. AESP pôde sugerir tãrnponamento cardíaco,
tórax, entre as linhas dos mamilos ou posteriores e porém pode ter outras causas, como explicado anteriormente.
mediais às escápulas devem alertar o médico para a O pneumotórax hipertensivo, particularmente no Iado
eventual necessidâde de toracotomia, pela possível esquerdo, pode imitar o tamponamento cardíaco. Devido
Iesão dos grandes vasos, das estruturas hilares e à semelharça em seussinais, o pneumotórax hipertensivo
do coraçâo, com risco potencial de tamponamento pode inicialmente ser confundido com o tamponamento
cardiaco. A toracotomia não dev€ ser indicada se não cardiaco. A presença de hiperresonância na percussào
houver um cirurgião qualificado presente. indica pneumotórax hipertensivo, enquanto apresença de
sors respiratórios bilateràis indica tamponÀmento cardíaco.
Tamponamcr*o Cardíaco A avaliação ultra-sonográfica orientadapara o trauma
(FAST) é um método rápido e preciso de imagem do
O tamponamento cardÍaco é acompressào docoraçãopor coração e pericárdio que pode efetivamente identificar
um acúmulo de líquido no saco pericárdico. Isso resulta tamponamento cardíâco.
em diminuição do débito cardíaco devido à diminuiçáo A acurácia do FASTvaria de 90-95% na identificação da
do fluxo de entrada para o coração. O saco pericárdico presença de líquido no saco pericárdico parao operador
humano é uma estrutura fibrosa fixa e uma quântidãdê experiente (VervÍdeo FÁ§Ino aplicativ o méNeIMyATIS).
relativamente pequena de sangue pode restringir a O hemotórax concomitante pode explicar os exames
atiüdade cardíaca e intederircomo enchimento caÍdíaco. falsos positivo e falsos negativo. Lembre-se de que o
O tamponamento cardÍaco mais comumente resulta tamponamento podese desenvolver a qualquer momento
de Iesões penetrantes, embora lesões conrusas possam durante a fase de reanimaçáo e repetir exames FAST
pode ser necessário. Médicos com experiência em
70 CAPíTULO 4 r Trauma Torácico
n r I
I I
3d 7d
Saco "
A BPericárdico C
a FIGURA4-6 Tamponamento Cârdiã(o. A. Cora(ão noí.ôê . B. Tamponàmento cardiaco pode ser(aUsado por fer mento penetrante e trô!rÍra (ontu50
do coraçào, vasos da ba5e e vatog peri(ardicog que permitem o saco peí (árdio se encher de sêngue. C, U trassom: mostràndo um tamponamenlc aardraco
ultra-sonografia também podem avaliar a disfunção cârdÍaco, herniaçào cardíaca e contusão miocárdica
miocárdica e o preenchimento v€ntricular. grave. Devemos considerar que um evento cardÍaco pode
Métodos adicionais de diagnóstico de tamponamento ter sido a causa e portanto preceder o evento traumático.
cardíaco incluem ecocardiografia e/ou janela A parada circulatória é diagnosticada pelos achados
pericárdica, o que pode ser particularmente útil quando clínicos (vítima inconsciente e sem pulso) e requer ação
FAST não está disponível ou é duvidoso. imediata. Cada segundo conta, e não deve haveratraso no
Quando o Líquido pericárdico ou o tamponamento monitoramento de ECG ou ecocardiografia. Evidências
sáo diagnosticados, a toracotomia de emergência ou recentes mostram que alguns doentes em parada
a esternotomia devem ser realizadas por um cirurgião circulatória traumática podem sobreviver (1,9%) se RCP
qualiÍicado o mais rápido possível. A administraçáo fechada e reanimação apropriada forem realizâdas. Nos
de volume aumentará a pressão venosa do doente e centros que utilizam a toracotomia de reanimação, foi
melhorará o débito cardíaco transitório, enquanto os relatada mais de 10% de sobrevivência em doentes com
preparativos são feitos para a intervenção cirúrgica. Se parâda ciÍculatória após trauma penetrante e contuso.
a cirurgia não for possível, a pericardiocentese pode Comece a RCP fechada simultaneamente com o
ser utilizadã como teÍapêutica, mas náo constitui um trâtâmento do ABC. Garânta uma via aérea deÍinitiva
tratamento definitivo para o tamponamento cardíaco com intubação orotraqueal (sem indução assistida por
Quando a pericardiocentese subxiíoide é utilizada drogas). Execute a ventilação mecânica com 100% de
como manobra temporizadora, é ideal o uso de um oxigênio. Para descomprimir um possível pneumotórax
cateter de tubo grande, ou da técnica de Seldinger, hipertensivo, realize toracostomias digitais ou drenagens
para inserção de um cateter flexível, mas a prioridade torácicas bilaterais. Nào é necessária anestesia local, pois
urgente é aspirar o sangue do saco pericárdico. Como o doente está inconsciente. Monitore continuamente
as complicações são comuns com técnicas de inserçáo o ECG e a saturaçào de oxigênio e comece a reposiçào
cega, a pericardiocentese deve representar uma medida volêmica rapidamente por veias de grande calibre ou
de salvamento de último recurso, em ambiente acesso intraósseo. Administre epinefrina (1 mg) e, se a
onde nenhum cirurgião qualiÍicado está disponÍvel fibrilação ventricular estiver presente, trate-a de âcordo
para realizar uma torâcotomia ou esternotomia. A com ôs protocolos de ACLS (Advanced Cardiac Life
orientação por ultrassom pode facilitar a inserçáo Support).
precisa do cateter de tubo grande no espaço pericárdico. Conforme a política Iocale a disponibilidade de uma
equipe cirúrgica habilitâdâ para tratar estas Iesões,
Parada C ircutatória Trâumática pode-se indicar a toracotomia de reanimação, caso não
ha,a retorno da circulação espontânea (RPE). Se não
Os doentes traumatizados que estáo inconscientes e houver cirurgião disponÍvel para realizar a toracotomia
não têm pulso, incluindo AESP (como observado em e o tamponamento cardÍâco for diagnosticado, ou
hipovolemiaextrema), Íibrilaçáoventricular e assistolia aindã altamente suspeito, pode ser realizada uma
(parada cardíaca verdadeira), são considerados em pericardiocentese de agulha descompressiva, de
parada circulatória. As causas da parada circulatória preferência guiada por ultrassom.
traumática incluem hipoxia grave, pneumotórax . FIGURA it-7 apresenta um algoritmo para o tratamento
hipertensivo, hipovolemia profu nda, tamponâmento da parada circulatória traumática.
AVALIACÀO PRIMÁRIA: LESÔEs COI'4 RISCO DE VIDA 7I
Íaatamêmo
u.rJaat
sem RCE
Dêscompresgào Drenos de
RCE
torácica bitâterà[ tórax
Sem RCE
.5 Íorecotômiâ ânterôlàterá[ ê
minutos peracàrdiotomiá verticaI
Parada cardÍaca
I FIGURA 4'7 Algoritmo para o lratâmênlo dá parâda (ir(ulátóriâ traumática. ECIú = massãgem cardiâca e)iterna; OTI = ntuba-cào
orotraqueal; IVL=linhê ntravenoSà; OL= inhà ntràósseà.
72 CAPíTULO 4r Trauma Torác co
Pneumotórax simples
AVALIACÀO SECUNDÁRIA
Hemotórax
A avaliação secundária em doentes com trauma torácico Tórax instável
envolve exame físico cuidadoso, monitoramento contínuo
Contusão pulmonar
do ECG e da oximetria de pulso, gasometia arterial,
radiografia de tórax em posição supina desde que nào haia Trauma cardiaco contuso
suspeita de instabilidade da colunavertebral e tomogrúa Ruptura traumática da aorta
computadorizada de tórax (CT)em doentes selecionados
com suspeita de lesão na aorta ou da colunâ vertebral. Lesáo traumática do diafragma
Na radiograÍia de tórax devemos avaliar a expansão Ruptura esofágica no trauma contuso
pulmonar, apresença de derrames, bem como a presença
de alargamento do mediastino, desvio da linha média
e perda de detalhes anatômicos. Fraturas de costelas Pneumotórax SimpLes
multiplas e particularmente as fraturas da primeüo ou
segundo arco costal sugerem que o tórax e os tecidos O pneumotórax resulta da entrada de ar no
adjacentes foram submetidos a uma força significativa. espaço virtual entre a pleura visceral e a parietal
Deve ser realizado exame doFASTestendido (eFAST)para (. FrcuRÂ +8). Normalmente, a cavidade torácica está
detectar pneumotórax e/ou hemotórax. Entretanto outJas completamente preenchida pelo pulmão, mantido em
Iesões potencialmente fatais não são bem úsualizadas pelo íntimo contato com a parede torácica por uma tênsâo
ultrassom, tomando a radiografia de tórax uma ferramenta superficial existente entre as superfícies pleurais. A
necessária na avaliação de um traumatizado (Ver Apêndice presença de ar no espaço pleural rompe a força de
G; Estaçôo Prática B Ventilaçôo ). âdesâo entre as pleuras visceral e parietal, permitÍndo
o colapso do pulmão. Isso resulta em alteração na
FERIMENTOS COM POTENCIAL RISCO À VIDA ventilação/perfusão, porque o sangue que perfunde
áreas não ventiladas não é oxigenado.
Ao contrário das condiçôes imediatamentê fatais Tanto o trauma penetrante como o contuso podem
que sâo reconhecidâs durante a avaliação primária, causar pneumotórax. A laceração pulmonar com
outras lesôes potencialmente letais geralmente não vazamento de ar é a causa mais comum de pneumotórax
são óbvias no exame físico inicial. O diagnóstico requer após um trauma contuso.
um alto índice de suspeita e o uso adequado de exames Realize um exame físico detalhado do tórax quanto a
complementares. Se não diagnosticadas podem ievar equimoses, laceraçôes e contusóes. Avalie o movimento
a complicaçôes importantes ou até a morte. da parede torácica e avalie e compare o murmúrio
As oito lesôes potencialmente letais que devem ser vesicular em ambos os lados. Na presença de um
identiÍicadas e tratadas durante a avaliação secundária pneumotórax, o murmúrio vesicular está diminuído no
são: Iado afetado e apercussão demonstra hipertimpanismo.
L
T
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I
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r+Jff,rÊ.lr
fl -,À.
I
rI visceral parietãt
I FIGURA 4-8 Pneumotórax simples. Resu tante da entÍada de aÍ no potencia espaço entre as pleurar visceral e parietâ|.
AVALIACÃOSECUNDÁRIA 73
O hipertimpanismo é muito difÍcil de ser observado em também serve de modo significativo como método de
sala de emergência movimentada. monitoraçào do sangrâmento. A drenagem de sangue
Uma radiografia de tórax ântero-p o ste rior, em ou líquidos contidos na pleura permite também uma
expiraçáo, pode auxiliar no diagnóstico. Doentes com avaliaçáo mais precisa de potenciais lesóes diafragmáticas.
tÍauma contuso não são candidatos para essa avaliação, Embora muitos fatores este.iam envolvidos na decisào
porém nos traumas penetrantes pode ser útil. de operar ou não um doente com hemotórax, os mais
Todopneumotórax é melhor tratado com a inserçào de importantes são o estado Íisiológico do doente e o
um dreno de tóraxno quarto ou quinto espaço intercostal, volume de sangue eliminado pelo dreno de tórax.
Iogo anteriormente àlinha axilar média. A observaçâo e Como conduta normativa, a exploração ciúrgica deve
a aspiração de um pneumotórax assintomático pode ser ser considerada sempre que a drenagem inicial for
apropriada, mas a escolha deve ser feita por um médico igual ou maior que 1.500 mL de sangue, ou quando a
qualificado;caso contrário deve ser realizadaa drenagem drenagem for maior que 200 mr,& durante 2 a 4 horas
torácica. Após a inserção de um dreno de tórax e sua ou quando há necessidade de transfusão contínua de
adaptação a um sistema de selo d'água com ou sem sangue. A decisão final para realizar uma toracotomia
aspiração, é necessário um novo raio-X de tórax para de emergência é o estado hemodinâmico do doente.
conÍirmar a re-expansão pulmonar. Os doentes vítimas
de pneumotórax traumático ou que tenham risco de
desenvolver um pneumotórax no trans-operatório, não
ARMADILHA PREVENCÀO
devemser submetidos a anestesia gêral ou aventilação
Hêmotórax retido Assegurar â colocação
mecânica com pressão positiva, até que tenham seu
àdequadê do tubo torácico
tórax drenado. Em casos selecionados, por exemplo,
ConsuLtar o ciruEião.
quando um "pneumotórax subclínico" (ou seja, oculto)
for diagnosticado, a equipe de trauma pode optar pela
observaçáo cuidadosa do doente quanto a sinais clínicos
de expançáo do pneumotórax. A abordagem mais segura Tórax lnstável" e Contusão Putmonar
é colocarum dreno torácico antes que um pneumotórax
hipertensivo possa se desenvolver. O tórax instávêl ôcorre quando um segmento da parede
Doentes com pneumotórax que necessitem de torácica não tem mais continuidade óssea com o resto
trãnsporte aéreo, também devem ser drenados da caixa torácica e geralmente é consequente a um
previamente, mesmo em cabines pressurizadas. traumâ que provoca múltiplas fraturas de costelas, ou
seja, duas ou mais fraturas em dois ou mais lugares,
Hemotórax embora também possa ocorrer quando háuma separação
costocondral de uma única costela do tórax {r 66t RÂ ç91.
Hemotórax é definido quando o derrame pleural tem Uma contusão pulmonar é uma Iesão no pulmào
sangue acumulado na cavidade pleural (<i.500 mL). A causada por um trauma torácico. Sangue e outros
causa mais comumde hemotórax é a laceração pulmonar fluidos acumulam-se no tecido pulmonar, interferindo
ou a mptura de umvâso intercostal ou da artéria mamária na ventilação e levando potencialmente à hipoxia. A
interna, consequente tanto ao trauma penetrante quanto contusão pulmonar pode ocorrer sem fratura de costela
ao trauma contuso, As fiaturas de coluna tôrácica também ou no tórax instável, particularmente em doentes
podem Ievar ao hemotórax. Geralmente este sangramento jovens sem costelas completamente ossificadas. As
é autolimitado e não necessita de tratamento cirúrgico. crianças tôm a parede do tórax muito mais flexivel do
Exponha as áreas cervicais e torácica e observe o que os adultos e podem sofrer contusôes e outras lesôes
movimento da paÍede torácica. Olhe porl€sôespenetrantes no tórax interno sem fraturas de costeia.
na parede torácica, incluindo a parte posterior do tórax. Nos adultos, as fraturas de costelas estão
Avalie e compare o murmurio vesicular em ambos os frequentemente associadas à contusão pulmonar, sendo
hemitóraces. Normalmente, é difícil ouúr
diferenciar e a causa potencialmente mais comum de letalidade.
o som claro pulmonar da percussáo no lado normal em A insuficiência respiratória resultante pode ser de
relação ao lado afetado, contralateral. Obtenha uma instalação insidiosa, desenvolvendo-se ao longo do
radiografia de tórax com o doente em posição supina. tempo, ao invés de ocolrer instantaneamente. A reserva
Uma pequena quantidade de sangue será identiÍicada ventilatória limitada pode predispor doentes idosos a
como uma opacidade homogênea no lado afetado. insufi ciência respiratória precoce.
O hemotóÍax agudo suÍiciente para aparecer no raio-X Um segmento instável da parede torácica pode não
de tórax deve sertratado com um dreno detóraxdegrosso estar aparente no exame físico inicial, particularmente
calibre (n" 28 ou 32 French). O dreno de tórax remove logo após o trauma. O esforço respiratório diminuído,
o sangue, diminui o risco de formação de coágulos e combinado com contusão e atelectasia, podem Iimitar
74 CAPíTULO 4t Trauma Toráclco
!
A B
As troponinas cardÍacas podem diagnosticar o infarto uma (aura comum de morte súbita apos acidente automobi{istico
do miocárdio. Entretanto, seu uso no diagnóstico de ou quedâ de grande altura. Manter um êlto índi(e de suspeita
lesão cardíaca contusa é inconclusivo e não oferece diante de uma higtóriÀ de desâcê1êràção brusca e (ôracterkticê9
informação adicional além daquela disponivel encontradas nês radiogÍafiar de tórax.
76 CAPÍTULO 4r Trauma Torácico
Sinais e sintomas específicos de ruPtura de aorta cimrgião de trauma pode orientar melhor quais os exames
estão ftequentemente ausentes. Além da forte suspeita diagnósticos são necessárrios para cada caso.
despertada pelacinética do trauma em que ocorrauma Os contÍoles da frequência cardíaca e da pressào arterial
desaceleração abrupta, associado ao âchado de sinais podem diminuir a probabüdade de ruptura. A dor deve
radiológicos, naradiografia simples de tórax, reforçam primeüaÍrente ser controlada com analgésicos. Se náo
a suspeita. Os achados radiológicos, que podem ou não existirem contra-indicações, recomenda-se o controle da
estarpresentes e apontam para a possibilidade da lesão fiequência cardíaca com um beta-bloqueador de ação orrta
aórtica, são: para marter a frequência cardíaca menor que 80 batimentos
por minuto (BPM ) e controle de pressão arteria.l média entre
. Alargamento do mediastino 60 a 70 mrn Hg, como meta. Caso o betabloqueador esmolol
. Obliteração do botáo aórtico não for suficiente ou contra indicado,pode-se utilizar uma
. Desvio da traqueia para a direita droga bloqueadora dos canais de cálcio (nicardipina); se
isso falhar, nitroglicerina ou nitroprussiato podem ser
. Rebaixamento do brônquio-fonte esquerdo
cuidadosamente adicionados. A hipotensão é uma contÍa
. Elevação do brônquio-fonte direito indicação óbvia a esses medicamentos.
. Obliteração do espaço entre a artéria pulmonal Um cirurgião qualincado e experiente deve acompanhar
e a aorta {apagamento da janela da artéria e assistir os doentes com lesão traumática da aorta e
pulmonar)
auxiliar no diagnóstico. O tratamento ciúrgico da lesão
. Desvio do esôfago (sonda nasogástrica) para a envolve ressecção e reparo do segmento lesado ou, em
direita casos selecionados o, reparo primário da lesão que é
. Alargamento da faixa paratraqueal pouco ftequente. O reparo endovascular é a opçáo mais
. Alargamento das interfaces para-espinhais comum para abordar a lesão aórtica e tem excelentes
. Presença de um derrame extrapleural apical resultados a curto prazo. Um acompanhamento criterioso
deve ser realizado após a a.lta do doente para identiÍicar
. Hemotórax à esquegda
complicaçôes ao longo prazo.
. Fratura do primeiro e segundo arcos costais ou A transferência dos doentes com suspeita de ruptura
da escápula
traumática da aorta não deve ser retardada, pois pode
Estes achados radiológicos podem se apresentar como ocorrer ruptura livre do hematoma contido e morte
informaçôes falso-positivas e/ou falso-negativas, porém rápida por exanguinação. Todos os doentes com
raramente {1% a 13%) náo serão encontrados achados mecanismo de lesãoe achados simples de raios X detórax
anormais nas radiografias simples de tórax na presença sugestivos de ruptura aórtica devem ser transferidos
de lesões de grandes vasos. Caso haja a mínima suspeita para uma instituição capaz de realizar o diagnóstico
de lesão traumática da âorta, o doente deve ser avaliado rápido e o tratamento desta Iesão potencialmente letâl.
em um ambiente onde existam condições de confirmar
o diagnóstico e tomar as medidas terapêuticas cabiveis. Ruptura Traumática do Diafragma
A tomografia computadorizada helicoidal do tórax
tem-se mostrado atualmente como um método de grande A ruptura traumática do diafragma é mais comumente
acurácia para triagem dos doentes com suspeita de lesào da diagnosticada do lado esquerdo, ta.lvez porque o fígado
aorta torácicâ. A tomografia computadorizada helicoidal oblitere o defeito ou proteja o lado direito do diaftagma,
do tórax é mandatória, porque os achados daradiografia enquanto podemos detectar a presença do intestino,
simples do tórax, especialmente em posição ortostática o estômago e a sonda nasogástrica com facilidade
náo são confiáveis. Quando os resultados datomogrúa no lado esquerdo do tórax. O trauma contuso produz
são duüdosos ou inconclusivos, deve ser reüzada uma rupturas radiais grandes que Ievam ahemiação (. FTGURA
aortograÍia. Habitualmente o doente qu€ se encontra +11). Enquanto o trauma peneüânte produz perfrrrações
hemodinamicamente anormal náo deve sersubmetido a pequenas que podem permanecer assimtomáticas por anos.
tomografia. A sensibilidade e especificidade da tomograÍia As lesões diafragmáticas, fiequentemente, náo sáo
helicoidal contrastada é de 100%, resultado dependente diagnosticadas inicialmente, face â interpr€taçóes
da tecnologia. Se a tomograÍia helicoidal do tórax não equivocadas dos achados da radiograÍia simples do
identificar presença de rupturade aoda e hematoma do tórax como elevação de cúpula diafragmática distensão
mediasüno, não é necessária nenhuma outra investigação gástrica agud4 hemopneumotórax loculado ou hematoma
de imagem subsequente. Caso atomografiaseia positiva subpulmonar. Se houver suspeita de uma ruptura do
para ruptura de aorta por úauma conruso, a extensâo hemidiafragrna esquerdo, deve-se inserir uma sonda
da lesão pode ser melhor avaliada pela aortografia. A nasogástrica. Quando a sonda nasogástrica aparece na
ecocardiogrúa úans-esofágica também parece ser útil cavidade torácica ao raio-X de tórarÇ toma-se desnecessá,rio
por ser uma ferramenta diagnôstica menos invasiva. O o estudo conüastado. Ocasionalmente o diagnóstico não é
AVALIACÃOSECUNDÁRIA 77
Putmão
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aMominaI
A
IFFrrr{{I r que deroram ate aros para desenvolver he,nras
diafíagmáticar. B. Ràdiogràíia de tórax.
feito pelo estudo radiográfico inicial ou CT. Se o diagnóstico diagnóstico, que ftequentemente pode ser confirmado
não estiver claro, deve-se realizar um estudo contrastado por estudos contrastados e/ou esofagoscopia.
do trato gastrointestinal. A saÍda, pelo dreno de tórax, do O tratamento indicado para ruptura de esôfago é a ampla
líqúdo usado na lavagem peritoneal, também conÍirma o drenagemdo espaço pleura] e do mediasüno com sutura
diagnóstico. Procedirnentos endoscópicos minimamente primária da lesão. Quando realizada nas primeiras horas
invasivos (toracoscopia) podem ser úteis na avaliação do após o tÍauma, aco[eção ciúrgicatem umprognóstico
diafragma quando persiste a dúüda diagnóstica. mais satisfatório.
Frequentemente a ruptura do diafragma é descoberta
durante uma intervenção motivada por outra lesão ouTRAS HANTFESTAçõES DE LESÕES
abdominal. O üatamento deve ser a sutura primária. Deve- TORACICAS
se tomarcuidado ao colocarum tubotorácico emdoentes
com suspeitade lesão no diafragm4 já que os tubos podem Durante a avaliação secundária, outras Iesões torácicas
inadvertidamente ferir o conteúdo abdominal que se significativas como: enfisema de subcutâneo, asÍixia
deslocou para a caüdade torácica. traumática, fraturas de costela, esterno, escápuladevem
ser diagnosticadas. Embora tais lesões possam não
Ruptura Esofágica no Trauma Contuso implicar em risco de vida imediato, podem resultar
em prejuÍzos consideráveis para o doente.
O tr-auma esofágico resulta, mds comumente, de lesôes
peneúantes. Embora râÍ4 ã lesao conhsa do esôhgo pode ser Enfisema de Subcutâneo
causada poruma expr lsão forçãíli do conteúdo gástrico pan
'
o esôhgo, decorrente de um golpe forte no aMome superior e O enf,sema subcutâneo pode ser o resultado de uma
pode ser fatal se nào reconhecida. Esta ejeção forçaà produz Iesão daüa aérea, de Iesão pulmonarou, raÍamente, de
laceraçóes Iineares no esôfago inêrior, permitindo o escape explosão. Embora o enfisema subcutâneo nâo necessite
parâ o mediastino. A mediastinite resrrltante e sua rupturã tratamento, as Iesões subjacentes devem ser investigadas.
imediataouta-rdia parao espaço pleural causamo empiema Se for necessáriaa utilização deventilação compressão
O quadro clÍnico é idêntico ao da ruptura esefágica pós- positiva, deve ser considerada a drenagem do tórax do
emética. Deve-se considerar uma possível lesãó esofágica mesmo lado do enfisema subcutâneo,pela possibilidade
em todo o doente que: apresenta um pneumotórax ou de desenvolver um pneumotórax hipertensivo.
hemotórax a esquerda sem fraturas de costela, foi vítima
de golpe em região estemal inferior ou no epigástrio e Lesões Toácicas por Esmatamênto
apresenta dor ou quadro de choque fora de proporção
com alesão aparentee elimina material suspeito através Os achados associados àlesão torácicapor esmagamento
do dreno de tórax quando o salgue começa a clarear. incluem pletora em tronco, face e membros superiores
A presença de ar no mediastino também sugere o além de petéquias secundárias à compressão aguda e
transitória daveia cava superior. Podem esta-rpresentes
78 CAPÍTULO 4 r Traumâ Torácico
edema maciço e até mesmo edema cerebrâI. As lesões A existência de fraturas dâs últimas costelas (10 a 12)
associadas devem ser tratadas. deve aumentâra suspeita de lesôes hepática e-esplênica.
Doentes com fraturas de costelas apresentam dor
FÊtuÉs de CosteLas, Esterno e Escápula localizada, com piora da dor à palpação e presença de
crepitaçãô. Uma deformidade palpável ouvisível sugere
As costelas são os componentes da caixa torácica mais Íiatura de costela. O raio-X de tórax deve ser solicitado
comumente lesados. De modo geral, as Iesões das costelas fu ndamentalrnente para descârtar ouüa Iesão intratorácica
são clinicamente significantes. A dor à movimentação e náo apenas para identficar fratura de costelas. As ftaturas
resulta em restrição dos movimentos respiratórios, o que da cartilagem anteriorou as disjunçôes costocondÍais têm
prejudicaaventilaçáo, aoigenaçãoe atosse. Aincidência de as mesmas implicaçôes das fraturas de costela, mas nâo
atelectasias e pneumonias aumenta, de modo significativo, serão üstas no raio-X de tórax. As técnicas radiológicas
napresença de doença pulmonar pré-existente. especiais para o estudo dos arcos côstais são onerosas
A escápula, o úmero e a clavícula, juntamente com e podem não detectâr todas as lesões das costelas, não
suas inserções musculares, atuam como umabarreira acrescentam nada ao tratamento, além de obrigaro doente
protetora para as costelas superiores {l a 3). As fraturas aadotarposições dolorosas e não têm utilidade.
da escápula, da primeira e segunda costela ou do Imobilizaçôes, ataduras, cintas costais e Íixação externa
esterno sugerem um trauma de alta intensidade, que são contraindicadas. O alívio da dor é importante para
frequentemente estão associadas a trauma d€ outros permitü uma ventilaçáo adequada. O bloqueio intercostâI,
segmentos como trauma de crânio, pescoço, coluna aanestesia epidural, ânalgésicos sistêmicos são eficazes e
vertebral, pulmôes e grandes vasos. Pela gravidade das podemser necessários. Os controles agressivos eprecoces
lesões associadas, a mortalidade pode chegar a 35%. dador, incluindo o uso de narcóticos sistêmicos e anestesia
As fÍaturas do esterno e escápulas resultam, geralÍnente, local ou regional, melhoram o resultado dos doentescom
de um impacto direto. As fraturas de esterno podem ftaturas de costelas, esterno e escápula.
ser acompanhadas de contusão pulmonar. Da mesma O uso crescente de TC resultou na identificação de Iesões
forma, devemos lembrar a possibilidade de lesáo náo diagnosticadas, como lesôes aórticas mínimas e
cardíaca contusa, sempre que existir lesão do esterno. pneumotórax oculto e hemotórax. O tratamento adequado
Ocasionalrnente pode estar indicada a correção ciúrgica dessas lesôes ocultas deve serdiscutido com o especialista.
de fraturas esternais ou escapulares. RaÍamente uma
Iuxaçâo posterior da articulação esterno'clavicular resulta
no deslocamento da extremidade medial daclaúculapara V TRABALHO EM EOUIPE
dentro do mediastino causardo uma obstruçáo da veia
cava superior. A redução imediata é obrigatória.
As costelas intermediárias (4 a 9) softem a maioria dos O 1íder da equipe deve
traumas contusos. A compressão ântero-posterior da
caixa torácica força as costelas para fora, fraturando-as Râpidamente estabelecer as competências dos
na sua porção média. A força aplicada diretamente sobre membros da equipe para a realização de técnicas
as costelastendeã ftaturá-las e adirecionaros segmentos de descompressáo por agulhae drenagem torácicâ.
ftaturados para dentro do tórax aumentando o risco de Considerar a necessidade potencial da drenagem
Iesôes intratorácicas, como pneumotórax. bilateral do tórax
e avaliar os recursos disponíveis.
Como regra geral, o doente iovem, apresenta a parede Acompadrar os doentes submetidos a
torácica mais elástica, com menorprobabüdade de softer procedimentos no pré-hospitalar, como
Íiaturas de costelas. Porconseguinte, a presença de fraturas descompressão porpunção ou drenagem do
múltiplas de costelas em doentes jovens implica em uma tórax, avaliar a resposta do doente e determinar a
transferência de força muito maior do que em doentes necessidade de intervenções adicionais.
mais velhos. Reconhecer quando a toracotomia beneficiâÍá
A osteopenia é comumemadultos maisvelhos; portanto, o doente e agüzar de forma rápida e segura a
váriaslesóes ósseas, incluindo fiaturas de costela, podem transferência do doente, quando indicado, para um
ocoIrer mesmo em trauma menor. Esta população pode serviço apropriado e qualiÍicado.
desenvolver hemotórax mais tardiamente e portanto
merece um acompanhamento màispróúmo. A presença
de fratura de costela em idosos deve provocar uma
RESUMO DO CAPíTULO
preocupação mais signúcativa, umavez que aincidência de
pneumonia e mortalidade é dobrada quando comparadas 1. O trauma torácico é comum nos doentes
adoentes mais jovens. {Ver @tr-rlo u: Trulrl'ageriâaico.) politraumatizados e condições que ameaçam a vida
do doente podem ser fatais se não identificadas e
BIBLIOGRAFIA 79
tratadas na avaliaçâo primária. Estes doentes podem aorta. ,l Thorac Cardiovasc Surg 2O06;131(3):
ser tratados, ou ter suâs condições controladas 594-600.
temporariamente, por medidas relativamente 7. Demetriades D, Velmahos GC, Scalea TM, et
simples como intubaçào, ventilaçáo, drenagem al. Diagnosis and treatment of blunt aortic
torácica e a reposiÇão volêmica. A capacidade de injuries: changing perspectives. J Trauma
reconhecer tais lesões e de realizaros procedimentos 2008;64:1415-1419.
necessários para corrigilas pode salvar a vida do 8. Demetriâdes D, Velmahos GC, Scalea TM, et à1.
doente. Na avaliaçào primária devemos identificar Operative repair or endovascular stent graft
e tratar a obstruçào da via aérea, trauma de laringe, in blunt traumatic thoracic aortic injuries:
lesáo da árvore traqueobrônquica, pneumotórax results of an American Association for thê
hipertensivo, pneumotórax aberto, hemotórax Surgery ofTrauma multicenter study.J Trauma
maciço, tamponamento cardíaco e parada 2008;64:567-571.
circulatória traumática. 9. Dulchavsky SA, Schwarz KL, Kirkpatrick AW, et
a1. Prospêctive evaluation of thoracic ultrasound
2. Na avaliaçáo secundária devemos identificar e in the detection of pneumothorax../ Tr ouma ZO07;
tratar potencial de vida como
as lesões com risco (s0):201-205.
pneumotóÍax simples, hemotórâx, contusão 10. Dunham CM, Barraco RD, Clark DE, et â1.
pulmonar, tórax instável, Iesão cardíaca contusa, Guidelines for emergency tracheal intubation
ruptura traumática da aortã, ruptura traumática immediately following traumatic injury: an EAST
do diafragma e ruptura esôfãgo, pâra tânto Practice Mânagement Guidelines Workgroup.,l
podemos utilizar de exames complementares T r auma 2003 :55 :162-17 9.
como radiografias de tórax, exames laboratoriâis 11. DyerDS, Moore EE,Ilke DN, et al. Thoracic aortic
e eletrocardiograma. injury: howpredictive is mechanismand is chest
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3. Muitas manifestações do trâumatismo torácico são A prospective study of 1,561 patients.
.l Troumo
acompanhados de alto risco de lesóes associadas, 2OOO;4814):673-82; discussion 682 683.
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TRAUMA ABDOMINAT
E PÉw|CO
Quando não controlado ou não reconhecido, a perda sanguínea decorrente de lesões d,a
cavidade abdominal e pélvica pode acarretar em morte evitável.
CAPíTULO 5 sUMÁRIo
OBJ ETIVOS TRABALHO EM EOUIPE
MECANISMO DE TRAUMA
. Contuso/Fechado
. Penetrâôtê
. Explosão
OBJETIVOS
Após a teitura deste capítuto e â comp.eensão dos tópicos de do cirurgião e possíveis intervenc,ões cirúrgicas e/ou
aprendizado do cursoATLS, você estará apto a: hemodínâmicas.
ldentificar as reSlôes anâtômicas do abdome que ,+. Usar os procedimentos diagnósticos apropriados
são críticâs na avatlação e atendimento iniciâis dê para determinar 5e um paclente tem uma
paclentes traumatizados. hemorratia em curso ou outEs lesôes que possam
ser causa tardía de morbidade e mortâtidade.
2. Reconhecer pacientes que estão em risco de lêsôês
abdominaI e pétvica bâseado no mecânismo de 5. Descrever o tratamento precoce de tesões
trauma. àbdominais e pé[vicas.
83
84 CAPÍTULO 5 r Trauma Abdominal e PéLvicô
Diafragma Estôma
Aorta a cava
abdominat
Região tanco
toraco- Âbdome
abdomi anterior
Cóton ndente
ascen Cavidade
pelvica
Linha no
axitar Bexiga
anterior or
Orqàos
T! \ ? reprodutivos
Reto
! FIGURA 5.Í Anatomia do Abdome A. Abdorne ãnteÍior e reg ão tóra(o abdomina B. F anco C. Dorso D. Cavidade pélvlca
MECANISMO DE TRAUI.4A 85
TRAUMA CONTUSO
Ferimentos por arma branca e projéteis de baixa Ferimentos por arma de fogo podem causarlesões intra-
velocidade causam danos aos tecidos por corte e abdominais adicionais em decorrência de suatraietória, do
laceração. Ferimentos por proiéteis de alta velocidade efeito de cavitação e da possível ftagmentação do projétil.
transferem mais energia cinéüca causando aumento do Os ferimentosporarma de fogo frequentemente acomêtem
dano ao redor do traieto do projétil devido à cavitação mais o intestino delgado (50%), o cólon (40%), o fígado
temporária. (30%) e as estruturas vasculares abdominais (25%). O
Ferimentos por armabranca atravessam as estruturas tipo de arma, o formato do cano e o tipo de munição
abdominais adjacentes e mais frequentemente envolvem sáo determinantes do grau de Iesão tecidual. As lesôes
o fÍgado (40%), o intestino delgado (30%), o diafragma decorrentes de arma do tipo escopeta ou espingarda
{20%) e o cólon (15%}. (. neuu +: ). dependem tambem dà distância entre a armâ eo paciente.
86 CAPÍTULO 5 r Trâumâ Abdominal e PéLvico
J AVALIACÀO E TRATAMENTO
(hematoma no escroto ou sângue rro meato uretral), Exame Uretral" Perineal. Retat, Vaginal. e Gúteo
de discrepância entreo comprimento dos membros ou
de uma deformidade rotacional da perna sem fratura A presença de sangue no meato uretral, sugere
óbvia. Nesses pacientes, a manipulação da pelve pode fortemente uma lesào uretral. Equimose ou hematoma
serprejudicial, uma vez que pode desalojarum coágulo no escroto e períneo também são sugestivos de lesáo
já formado, precipitândo assim hêmorragia adicional. uretral, embora estes achados possam estaÍ ausentes
A palpação cuidadosa do anel pélüco, em busca de dor precocemente- Em pacientes que sofreram trauma
pode fomecer informaçôes úteis sobreapresença de ftaturas contuso, os objetivos do exame retal são avaliar o tônus
pélvicas. A manobra de distração (girar a pelve htemaÍnente do esfíncter e integridade da mucosa retal e identÍÍicar
e em seguida externamenteida pelve não é recomendada quaisquer fraturas palpáveis da pelve. A palpação da
durante a avaliação precoce das lesões, porque pode piorar próstata não é um sinal conÍiável de lesão uretral. Nôs
ou gerar sangramento pélvico recorrente. pacientes com ferimentos penetrantes, o exame retal
A hemipelve instável migra cranialmente por causa é utilizado para avaliar o tônus do esfíncter e buscar a
das forças musculares e apresenta uma rotação externa presença de sangue na luzdo reto, o que pode indicar
secundariamenteaoefeitodagraüdadesobreahemipelve uma perfuração intestinàI. Não realize cateterismo
instável. A rotaçáo externa da pelve instável resulta em vesical em um paciente com hematoma perineal ou
um acréscimo significativo do volume pélvico que pode sangue no meato uretral, antes de uma avaliação
acomodar grandes volumes desangue. O uso de cinta deve deÍinitiva de possível Iesào da uretra.
ser centrado sobr€ os trocanteres maiores ao invés das cristas Fragmentos ósseos de fraturapélvica ou ferimentos
ilÍacas. A identiÍicaçeo dê anôrmalidades neurológicas penetrantes, podem lacerar a vagina. Realize um
distais ou feridas abenas no flarco, períneo, vagina ou reto exame vaginal na presença de lesões suspeitas, como
podem representar evidências de instabilidade do anel Iaceraçôes perineais complexas, fratura pélvica ou
pélüco. Uma radiografia anteroposterior (AP) da pelve é lesâo transfixante de pelve por projétil de arma de
um complemento útil pâra identiÍicaruma ftatura péMca, fogo. Em mulheres menstruadas, que não respondem
atendendo as limitaçõesdo exame c1ínico {VerApêndice ao comando verbal, examine a vagina em busca de
G: Estação Prática Circulaçâo). tampôes deixados no local, que podem ser foco tardio
de sepse em traumatizados.
A regiâo glútea se estende das cristas ilíacas até
ARMADILHAS PREVENCAO as pregas glúteas. As lesôes penetrantes nessa área
estão associadas a uma incidência de até 50% de Iesôes
ManipuLaçào repetrda Manipu[acào cL.ridadosa intra-abdominais significativas, incluindo Iesão do reto
da fraturâ péLv ca pode do àneL pétvico pode abaixo da reflexão peritoneal. Esses ferimentos exigem
agravar as hemorraSiàs fornecer informaçÕes uma busca por tais lesóes.
útejs sobre a presenca
das frâturas péLvrcas;
êvite exâmes repetidos MEDIDAS AUXILIARES AO EXAME FISICO
da pelve.
Use umà c,nta péLvicà Sondas gástricas e urinárias sáo fr€quentemente
corretamente para inseridas durante a fase de reanimação, à medida que
Limitar precocemente a
os problemas com a via aérea, ventilação e circulação
hemorragia
são diagnosticâdos ê trâtãdos.
suspeita de fratura de base de crânio, a sondã gástrica feito com FAST ou LPD. A única contraindicação para
deve ser inserida pela boca para impedir que atravesse realização desses exames é a indicaçáo de Iaparotomia.
a placa crivosa e penetre no cérebro. Pacientes com os seguintes achados requerem avaliação
A sondagem vesical durante a reanimação vai aliviar abdominal adicional para identificar ou excluir Iesões
retençôes, identificar sangramentos, monitorar o intra-abdominais:
débito urinário como índice de perfusão tissular e
descomprimir a bexiga antes da realização de LPD Sensório rebaixado
(quando indicado). Uma bexiga cheia facilitâ a obtenção
Sensibilidade alterada
de imagens no FAST. Portanto, se o FAST estiver
indicãdô, retarde o cateteÍismo vesical, até que o exame Lesões a estruturas adiacentes, como arcos
tenha sido concluído. Hematúria macroscópica é um costais inferiores, pelve e coluna Iombar
sinal de trauma do trato genitourinário, incluindo
Exame fÍsico nâo conÍiável
rins, ureteres e bexiga. A ausência de hematúria não
exclui [esões do trato geniturinário. Na incapacidade Perda prolongada de contato com o paciente
de urinar espontaneamente, na presença de fratura como anestesia geral para tratamento de 1esões
pélvica instável, de sangue no meato uretral, hematoma extra-abdominais ou estudos radiológicos
escrotal ou equimose perineal, a realização de demorados
uretrografia retrógrada é mandatória para confirmar
aintegridade da uretra ántes de inserira sondavesical. Sinal do cinto de segurança com suspeita de
A detecção de Iesão uretrãl durante âavaliação primária lesão intestinal
ou secundária pode necessitar da inserção de uma
sonda suprapúbica por um médico experiente. Quando uma lesão intra-abdominal é suspeitada,
uma série de exames pode fornecer informações
úteis. Entr€tanto, quando existirem indicaçóes para
ARMADILHAS PREVTNCAO
transferência, a realização destes exames, atrasando â
transferência, não deve ocorrer, inclusive tomografias.
Em paciêntes com frãturas
do terÇo médio dà face,
Evite sonda nasogástricê
em lesôes de terço
. ÍABELA 5-2 resume as indicações, vantagens e
desvantagens do uso da LPD, FAST e TC na avaliação
uma sonda nãsogástricâ médio da face; use a via
pode passar pe[os seios orogástrica
de Lraumas abdom inais contu sos.
da face âté â cãvldade
craniana. Radiograflas no Trauma AbdominaI
Pac entes ped átícos têrn Uma sonda nasogástíca Uma radiograÍia AP do tórax é recomendadana avaliação
nc dênclã êltá de distensão é útiL em pacientes de pacientes com trauma fechado multissistêmico.
gástrica águda após trauma pêdiátricos pa.a Pacientes hemodinamicamente instáveis com
reduzir r sco dê ferimentos penetrantes do abdome nâo necessitam
baoncoaspiracão e de triagem radiográfica na sala de emergência. Se o
estímuLo vêgàL pãciente está hemodinamicamente normal e tem um
trauma penetrante acima da cicatriz umbilical ou uma
A passaSem de uma Para evitar iatrogenia lesão toracoabdominal suspeita, a realização de uma
sonda gástr ca pode ser não force â passagem
radiografia de tórax em posição ortostática pode ser útil
impossiveI em pacientes de sondã nasogástrica
para excluirapresença de hemotórax oupneumotórax ou,
com hérniâ hiâta[ (mais após muitas tentativas
ainda, para documentâÍ apresença de ar intraperitoneal.
comum em idosos) EventuaImente será
Em pacientes hemodinamicamente normais, os orifícios
necessário o auxítio de
métodos râd ográficos de entrada e saída podem ser marcados com materiais
ou outros exarneS pâTa metálicos, como clipes ou moedas, para que aradiograÍia
sua inserçâo do abdome em posiçáo supina seja obtida com o intuito
de determinar o trajeto do projétil ou a presença de ar
retroperitoneal. A obtenção de duas incidências (AP e
Outrog Estudos lateral) pode permitiÍ a orientação espacial de corpos
estranhos. Uma radiografia AP pélvica pode ser útil
Com preparo e uma equipe organizada, o exame físico no estabelecimento da origem da perda de sangue em
pode ser realizado rapidamente. Em pacientes com pacientes com estado hemodinâmico instável e em
alterações hemodinâmicas, uma rápida exclusáo de pacientes com dor pélvica. O paciente acordado, alerta
sangramentos intra-abdominais é necessária e pode ser e sem dor, não necessita de uma radiografia pélvica.
90 CAPÍTULO 5 r Trauma AbdomlnaL e Pélvlco
LPD FAST TC
Ava[iação U[trassonogÉfica Direcionada para o O FAST inclui o exame de quatro regiões: o saco
Trauma pericárdico, o espaço hepatorrenal (Espaço de Morrisson),
espaço esplenorrenal e a pelve ou o fundo de saco de
Quando realizado por profissionais devidamente Douglas (r FTGURA 5-5A). Uma vez que o primeiro exame
treinados, o FAST é umaferramentaconsiderada aceitável, foi realizado, uma segunda série de imagens pode ser
rápida e executável para a identificação de fluidos obtida para detectar hemoperitônio progressivo (. FTGURA
intraperitoneais (. FTGURA 54). Tem a vantagem de poder s'sa). O FAST pode ser realüado à beira do leito, na sala de
ser repetida e poder detectar tamponamento cardíaco, reanimação ou simultaneamente a outros procedimentos
uma das causas náo hipovolêmicas de hipotensão. diagnósticos ou terapêuticos. Yer Apêndice G: Estação
Prátíca Circulaçõo, e vídeo FAST no aplicatívo móvel
ARMADILHA PREVENCAO MyATrS.
E.
4,.-'*\
f tIGURA 5-4 AvaliaGo Ultrâssonográfica Direcionada para o r FIGURA 5.6 [avado Perito neal d gnóstico (LPD). O LPD e um
ia
Tràuma (Fo(used Assessmênt with Sonography Íor Trauma - FAST). p Íoaedjmento invâsivo, rápldo que é senrivel pêra a detecçãô dê
No tAST ueâmoç tecnolog ê e ultra5som pêrã dete(tarmos a pre5enaâ h emopeíitónio.
de hemoperitôn o.
Tomograf ia Computadorizâda
.' I
A TC é um procedimento diagnóstico que requer o
!à-
transporte do paciente para o setor de radiologia
_a*:,+ (isto é, removendo o paciente da sala de reanimação),
*:r| i ç -4*-: administração de contrastes endovenosos, e expondo
o mesmo a radiação. A TC é um procedimento
demorado (embora menos demorado com scanners de
B tomógrafos mais modernos) que deve ser usado apenas
em pacientes hemodinâmicamente normais em que
f FIGURA 5-5 A. Loca i2ê(ôee do pÍobe. B. lmàqen de FASÍ no nào haja indicação inicial de uma laparotomia de
quadrante superior direito mostrando o Íigado, nín e lrquido livre
92 CAPÍTULO 5 I Trauma AbdomlnaL e Pélv co
emergência. Não realize TC se atrasar a transferência soluçáo é infundida na bexiga até que o fluxo pare, que
de um paciente para um centro de trauma. o paciente urine espontaneamente ou que o paciente
ATC fomece informâÇões sobre apres€nçae a extensão sinta desconforto. Isto é seguido pela instilação de 50
das lesôes de órgãos específicos epode identificar lesóes mr adicionais de contraste para assegurar a distensâo
de órgãos retroperitoneais e pélvicos, que são difíceis de da bexiga. Radiografias nas incidências AP antes do
avaliar com exame fisico, FAST e LPD. As contraindicações contraste, distendida e pós-miccional são essenciais
relativas para a realizaçáo da TC incluem a demora em para defi nitivamente excluir quaisquer Iesões vesicais.
se obter um tomógrafo, a falta de colaboraçâo de um A avaliaçào dabexiga e dapelve pelaTC (cistograÍia por
paciente que náo pode ser sedado com segurança e TC)é uma alternativa particularmente útil para fornecer
âlergia ao contraste. A TC pode deixar de diagnosticar informaçóes adicionais sobre os rins e os ossos pélvicos.
algumas alteraçôes gastrointestinais, diafragmáticas Suspeita de Iesôes do sistema urinário são avaliadas
e pancÍeáticas. Na ausência de lesões hepáticas ou melhor por TC com contraste. Se a TC não estiver
esplênicas, a presença de liquido livre na cavidade disponível a urograÍia excretorâ é uma alternativa.
abdominal sugere lesão no trato gastrointestinal e/ou Uma dose elevada e rápida de contraste é realizada com
no mesentério e muitos cirurgiões de trauma acreditam 200 mg de iodo,iKg de peso corporal. A visualização
que este fato sejauma i.ndicação para Iaparotomiaprecoce. radiográÍica dos cálices renais deverá aparecer 2
minutos após o término da infusão do contrâste. A não
Laparoscopia Diâgnóstica ou Toracoscopia visualização unilateral indica ausência de um dos rins,
I rombose, avulsào da a11ériâ renalou compromel imento
A uretrogrofia deve ser realizada antes da inserçào de Saber que os l'1anter âtto índice de
uma sonda vesical, quando houver susp€ita de lesào susperção por lesões
de uretra. O exame é realizado com uma sonda vesical complementàres, como abdominais ou ÉLvrcas
número 8 French fixada no meato uretral pelo balonete FAST ou RX. podêín nos pacientes obesos com
inflado càm 1,5 a 2 ml. Cerca de 30 a 35 mL de contraste estar comprometrdos mecênlsmo detrauma
sem diluição sáo instilados com uma Ieve pressão. nos pacientês obesos comPatí!€L
Nos homens a radiograÍia é obtida com uma projeção Reconhecer âs UmltacÕes dos
A espessura do flancoe dos músculos do dorso protege contraste. O acompânhamento ambulatorial precoce é
as vísceras subjacentes contra lesôes causadas por mandatório após um período de observação hospitalar
ferimentos por arma branca e alguns ferimentos por de 24 horas, por causa da apresentação sutil de ceftas
projétil de arma de fogo. Para aquelas Iesôes que não Iesões colônicas.
têm indicaçào de laparotomia imediata, as opçôes OLPDtambémpodeserusadonestespacientescomo
de diagnóstico menos invasivas incluem exame um teste de triagem precoce. O LPD positivo é indicaçáo
físico seriado {com ou sem o FAST), TC com duplo ou dê Iaparotomia de urgência. No entanto, o LPD pode
triplo contraste e LPD. Em pacientes com ferimentos não identificar lesóes do có10n retroperitoneal.
posteriores a linha axilar anterior, o exame físico
seriado na identificaçáo de peritonite é muito preciso na rNDrcAçÕES DE LAPAROTOMTA
detecçãodelesóesretroperiIoneaisou intraperitoneais.
A TC com duplo ou triplo contraste é um estudo Uma ãvaliação cirúrgica é necessário para determinar
demorado que pode avaliar mais completamente as o tempo e a necessidade de laparotomia (r 116up^ t-r1.
porções retroperitoneais do cólon, no lado da ferida. As seguintes indicaçôes são comumente usadâs para
A precisão é comparável à do exame físico seriado. No
entanto, a TC permite um diagnóstico precoce da Iesào facilitaro processo de tomada de decisão aeste respeito
quando ela for realizada corretamente. . Trauma abdominal fechado, com hipotensão,
Râramênte, as lesões retroperitoneais podem não com FAST positivo ou evidência clinica de
ser percebidas pelo exame fÍsico seriado ou TC com sangramento intraperitoneal, ou sem outra
fonte de hemorragia
Exptorâcào tardrê
nos Paoentes
hêmodinamicamente
instáveis com [esão
abdominaI por êrmê
Todos os pâcrentes com
instabitrdade hemodinâmicã
dêvem ser submetidos â
[àparotomiâ
Exâmê físico seriãdo
I t
Trauma abdominal fêchado ou penetrante outro lado, o nivel de amilase pode ser elelado por lesões não
com aspiração de conteúdo gastrointestinal, pancreáticas- ATC de duplo conüaste pode não identificar
Íibras vegetais ou bile no LPD, ou aspiraçào lesões pancreáticas signiÍicativas no peíodo Ímediato pós-
de l0 mL ou mais de sangue em pacientes üauma (até 8 horas). Pode ser repetido ou outras imagens
de estudo pancreático realizada se se suspeitar destas lesÕes.
hemodinâmicamente instáveis.
Caso os achados de imagem sejam inconclusivos, uma
exploração cirúrgrca do pâncreas é recomendada.
AVALTAçÃO DE OUTRAS LESõES ESPECíFTCAS
Lesões Geniturinárias
O fígado, o baço e os rins são órgâos predominantemente
envolvidos em trauma abdominal fechado, embora a Trauma no dorso ou nosflancos que resultam em contusões,
incidência relativa de perfuraçào de víscera oca e as hematomas ou equimoses são marcadores de possíveis
lesões de coluna vertebral lombar aumentem com o uso lesôes renais e exigem uma avaliação (TC ou urograÍia
inadequado do cinto de segurança (ver Tabela 5-1). O excretora)do trato urinário. A hemaúria macroscópicajá
diagnóstico de Iesões no diafragma, duodeno, pâncreas, é um indicativo de avaliação por imagem do trato urinário.
sistema geniturinário e intesüno delgado pode serdifícil. Hematúria macroscópica e microscópica em pacientes
A maioria das Iesôes penetrantes sâo diagnosticadàs na em choque são marcadores para aumento do risco de
laparotomia. Iesões renais. UmaTC abdome com contraste venoso pode
documentar a presença e a extensão de uma iesão renal
Lesões do Diaf ragma contusa, que pode sertratada de forma não-operatória. A
trombose daartédarenal e ampturado pedículo renalpor
Ç
r
!
+ +
+ + t
ú
Compressáo anteroposterior Compressào Iateral Cisathamento vertical
A (tjvro aberto) 15-20% dos casos B (íechâdâ) ó0'70% dos <asos c 5-15% dos càsos
I IIGURA 5-8 Fráturas Pélvicas. A. Fratura por compressáo. B. FratLrras poÍ compresrão lateral. C. tratura poí c sàlhanrento vertica
AVALIACÃO 97
Este cisalhamento rompe os ligamentos sacrotuberoso em hospitais sem recursos para tratar deÍinitivamente
e sacroespinhoso levando à instabilidade pélvica. Uma a hemorragia associada. Nesses casos, técnicâs simples
queda de altura superior a 3,66 metros geralmente resulta podem ser usadas para estabilizar a pelve, antes de
em uma lesão por cisalhamento vertical. transferiro pãciente. Como
as Iesões pélvicas associadas a
A mortalidade em pacientes com todos os tipos de grandes hemorragias rodam externamente a hemipelve,
ftaturas pélvicas é apÍoximadamente uma em cada seis a rotaçâo interna dos membros inferiores também
(variações de 5 a 30%). A mortalidade aumenta para pode reduzir o volume pélvico. Ao aplicar um suporte
cerca de um em cada quatro (variações de 10 a 42%) em diretamente a pelve do paciente é possível estabilizar
pacientes com fratura pélvica lechada e hipotensão. Em a pelve fraturada, reduzindo ainda mais o potencial de
paciêntes com fratura pélvica aberta a mortalidade é hemorragia pélvica. Um lençol, cinta pélvica ou outro
de aproximadamente 50%. A hemorragia é o principal dispositivo pode produzir uma Íixação temporária
fator potencialmente reversÍvel, que contribui para a eÍiciente para a pelve instável quando aplicãda ao nível
mortalidade. {VerApândíce G: Estaçõo kática Circulaçôo. ) dos trocânteres maiores dos fêmures (r TtGURA 5-9). (Ver
também vídeo Cinta Pélüco no aplicotivo mwel My ATLS.I
Tratâmento Nos casos de lesões por cisalhamento vertical, a tração
longitudinal aplicada através da pele ou do esqueleto
O tratamênto inicial de uma fratura pélvica grave também pode ajudar a proporcionar estabilidade. Isso
associada a choque hemorrágico requertanto o controle deve ser feito com a consultâ de um oaropedista.
do sangramento como a reposição volêmica. O controle da Cintas pélvicas externas sào um procedimento
hemorragia é obtido por meio de estabilizaçáo mecânica de emergência temporário. A aplicação adequada é
do anel pélvico e contrapressão extema. Os pacientes com obrigatória e os pacientes com cinta pélvica exigem
estas Iesôes podem ser avaliados e tratados inicialmente monitoramento cuidadoso. Clntas apeftadas ou as que
r-
r \lI \
lo B
C D
! ÍIGURA 5-9 Ertabiliza(ào Pélvi.a. A. Cinta pélvi(a. 8. Estabi!zacào pélvicê com lençol. C. Antes de apli(ar a (inta pélvica. D. Após a
aplicêção da (inta pélvicà.
98 CAPÍTULO 5 r Trauma Abdominal e Pé[vico
ARMADILHAS PREVENCÀO
rfrrl)
NÂo
I
Slta
sobre o trocânter após c nta péLvicà pãra evtar
â permênência dâ cinta úlceràs dê pressào
pétvica po. mais de 24 Dêsenvolva um plrno
horas têràpêutrco precoce parà o
controte da hemorragia t AntioSr.fi.
t I U TRABALHO EM EOUIPE
permaneceram na posição por períodos prolongado
podem causar lesôes na pele ou ulcerações sobre as
proeminências ósseas.
A equipe deve ser capaz de determinar as
Para o tratamento definitivo dôs pacientes com
prioridades de tratamento e identÍÍicar quais
alteraçôes hemodinâmicas relacionadas a uma ftatura
pélvica, é necessária uma equipe composta por um os procedimentos ou intervenções simultâneas
4.
BIBLIOGRAFIA
Os pacientes que necessitam de transferência para
um centro de trauma devem ser reconhecidos e
estabilizados precocemente sem realizar testes
diagnósticos não essenciais. 1- Agolini SF, Shah K, )affe J, et al. Arterial
embolization is a rapid and effective technique
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tenham transfixado a cavidade peritoneal ou áreas rectâl examination really help us? Injury
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diagnosticados pelo exame físico ou radiográÍico, 5. Ballard RB, Rozycki GS, Newman PG, et al. An
também necessitam de laparotomia. Pacientes algorithm to reduce the incidence of false-
assintomáticos com ferimentos por armabranca na negative FAST examinations in patients at
parede abdominaI anterior, que tenham penetrado high risk for occult injury. ,l Am Coll Surg
o peritônio naexploração local da ferida, requerem 1999;189(2):145-1s0.
uma avaliação mais completa, existindo diversas 6. BoulangerBR, Milzman D, Mitchêll K, et al.. Body
alternativas aceitáveis. habitus as a predictor ofiniury pattern afterblunt
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7. Os pacientes assintomáticos com ferimentos por 7. Boyle EM, Maier RV, SalazarJD, et al. Diagnosis of
arma branca nos flancos ou no dorso, que náo sáo injuries after stab wounds to the back and flank.
obviamente superÍiciais devem ser avaliados com J T r oumo 1 997 42 \21 :260 -265.
:
exame físico seriado ou TC com contraste. 8. Como Il, Bokhari F. Chiu WC, et al. Practice
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8. O tratâmento do trauma fechado ê penetrante do management of penetrating abdominal trauma.
abdome e da pelve inclui: ,l Trauma 2010Mar ;68131 :721.-733.
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repetindo-o em intervalos regulares
mechanism is key to pattern of organ injury,
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100 CAPÍTULO 5 r Trauma Abdominal e PéLvico
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TRAUMA CRANIENCEFÁtICO
OBJETIVOS
Desc.ever a anatomiã intracr-âniana básica e os princípios 4. Expl-icâr a importância da reanimação adequada para
fisiológicos da pressão inü'acianiana, a Douúina Monro- Limitar a lesão cerebràt sê€undária.
Keüie e o ff,uxo sanguíneo cerebral
5 ldenüficar as considerâc,ões para transfeÍência, admissáo,
2. Dscrever a avatiação primária ê a reânimêÉo do doente consutta, e alla do doeftte com b'auma cÍirnienceíálico.
com tÍauma craniencefático.
r03
l04 CAPÍTULO 6 r Trauma Cran encefél co
Vitosidâdes
aracnoides
I Seio reto
t.
Cerebelo
,iêsencéfato
EspaLo subaracnóide
cerebrat
qlaÍto
)
Ptexo coÍoidê canaL central
da medutâ
,áedula e6pinhat
f fIGURA 6-1 Visão GeraJ da Anatomia Craniana. As setas representam ã produção, c rcu açâo e Íêãbsorção do fluido cerêbroêspinhal.
Durà-mátêr: Crânio
Camàda periosteal
Camada meningea
Âràcnoide Espaço suMurat
Espaço
Subaracnoide
Pia-máter
Seio sagitâl
Cérebro:
tongitudina{)
t a pia_máter.
FIGuRA 6-2 As meninqes (obrem o cérebro e consistem em três camêdêsr a dura máter, a àracnoide
lfó CAPÍTULO ó r Trauma CraniencefáLico
que adere Íirmemente à superfície interna do crânio. funçóes da memória. O Iobo occipital é responsável
Em locais específicos, a dura-máter divide-se em duas pela visâo.
superfÍcies que envolvem grandes seios venosos que O tronco cerebral é constituído pelo mesencéfalo,
permitem a maior pârte da drenagem venosa cerebral. O ponte e bulbo. O mesencéfalo e à parte superior
seio sagital na Iinha média superior drenapara os seios da ponte contêm o sistema ativador reticular que
bilaterais transverso e sigmoide, que são ftequentemente é responsável pelo estado de alerta. No bulbo, que
maiores no Iado direito. Alaceraçâo desses seiosvenosos continua para formar a medula espinhal, alojam-se
pode resultar em hemorragia maciça. centros cardiorrespiratórios vitais. Mesmo pequenas
As artérias meningeas correm entre a dura-máter lesões no tronco cerebral podem ser acompanhadas
e a superfície interni do crânio no espaço epidural. de déÍice neurológico grave.
Fraturas cranianas acima dessas artérias podem O cerebelo, responsável principalmente
Iacerá-las e resultar em hematoma epidural. A artéria pela coordenação e pelo equilíbrio, projeta-se
meníngea média, que se encontra localizada sobre a posteriormente, na fossa posterior, e forma conexÕes
fossa temporal, é o vaso meníngeo Iesado com maior com a medula espinhal, o tronco cerebral e com os
frequência. Um hematoma em expansão, provocado hemisférios cerebrais.
pela laceração arterial nessa Iocalizaçáo pode causar
deterioração rápida e morte. Os hematomas epidurais SISTEMA VENTRICULAR
também podem resultar de lesôes dos seios durais e de
fÍaturas da calota craniâna, que tendem a expandir mais Os ventrículos são um sistema de espaços e aquedutos
lentamente, e provocam menorpressão sobre o cérebro preenchidos de LCR, localizados no interior do encéfalo.
subjacente. Entretanto, a maioria dos hematomas O LCR é produzido constantemente nos ventriculos e
epidurais representam uma emergência com risco de éabsorvido sobre a superfície do encéfalo. A presença
morte, devendo ser avaliados por um neurocirurgtào de sangue no LCR pode prejudicar a sua reabsorção,
tão Iogo quanto possível. produzindo aumento da pressào intrâcraniana. O
Abaixo da dura-máter situa-se a segunda meninge, a edema e as lesôes de massa (por exemplo, hematomas),
membrana aracnoide, que é fina e transparente. Como podem provocar obliteração ou desvio dos ventrÍculos
a dura-máter nào está aderida à aracnoide subjacente, que usualmente são simétricos. Tais alterações podem
existe um espaço potencial (o espaço subdural) ser facilmente identificadas na TC de crânio.
no qual podem ocorrer hemorragias. No trauma
craniencefálico, as veias que vão da superfície do COMPARTIMENTOS INTRACRANIANOS
cérebro para o seios venosos, no interior da dura (veias
em ponte), podem romper-se levando à formação de O encéfalo é separado em regióes por divisórias
hematoma subdural. de meninges bem resistentes. A tenda do cerebelo
A terceira meninge, a pia-máter, está firmemente ou tentório divide a cavidade intracraniana em
aderida à superfície do cérebro. O 1íquido compartimento supratentorial e infratentorial. O
cefalorraquidiano (LCR) preenche o espaço entre mesencéfalo passa através de uma abeftura no tentório
a aracnoide impermeável e a pia-máter (o espaço conhecida como incisura datenda do cerebelo. O nervo
subaracnoideo), acolchoando o cérebro e a medula oculomotor (IIl nervo craniano) passa ao longo da
espinhal. Hemorragia para dentro desse espaço margem da tenda do cerebelo, podendo ser comprimido
preenchido de líquido {hemorragia subaracnoidea) é contra ela durante uma heÍniação do lobo temporal.
frequentemente acompanhada por contusão cerebral Fibras parassimpáticas, que sáo constritoras dâs
ou trauma de grandes vasos na base do encéfalo. pupilas, estão na superfÍcie do III nervo craniano- A
compressào dessas Íibras durante a herniação causa
ENCÉFALO dilatação pupilar devida à atividade simpática sem
oposiçâo, frequentemente chamada de pupila dilatada
O encéfalo compreende cérebro, cerebelo e tronco (. HGURA 6-3).
cerebral. O cérebro é composto pelos hemisférios A região do cérebro que habitualmente hernia
direito e esquerdo, separados pela foice cerebral. O através da incisura tentorial é a parte medial do
hemisfério esquerdo côntém os centros da linguagem lobo temporal, conhecida como uncus (. nGURA 6-4).
em virtualmente todos os indivíduos destros e em mais Herniação do uncus também causa compressão do
de 85% dos indivÍduos canhotos. O lobo ftontal controla trato corticoespinhal (piramidal) do mesencófalo.
as funçóes de execução, as emoções, as funções motoras O trato motor cruza para o lado oposto no forame
e, no lado dominante, a expressão da fala (árêa motora magno, e a sua compressão resulta em défice motor
da fala). O Iobo parietal dirige a funçáo sensorial e a do Iado oposto do corpo {hemiplegia contralãteral). A
orientação espacial. O Iobo temporal regula certas dilataçào da pupila ipsilateral associada à hemiplegia
REVISÀO DA FISIOLOGIA IO7
OOUTRINA DE MONRO-KELLIE
í0
\
PRESSÃO INTRACRANIANA 5
Volume de ilarsa
A pressáo intracraniana (PIC) elevada pode reduzir a
perfusào cerebral e causar ou exacerbar a isquemia. A t FIGURA 6-5 Curva Volume-Pressão. O (onteúdo intÍa(raniano
PIC normal no estado de repouso é aproximadamente pode, inicià mênte, compensar a presen(a de umã nova massa
10 mmHg. PressÕes maiores do que 20 mmHg, rntÍêcranrana, (omo um hêmatoma 5ubdural ou epid!ral. lJma vez
especialmente se mantidas e refratárias ao tratamento, que o vo ume destà massâ atinjâ um limilê (ritico, Írequêntêmênte
ô(orre um aumêô1o rápido dâ prestão ntracraniana, que pode lêvar
são associadas a piorês resultados.
ã reducàô ou cesraçào do Í uxo sang!rneo (erebràl
l08 CAPÍTULO 6 r Traurnê Cran encefáLrco
75 mL 75 mL
! Eclri f; A Doutrina Monro-Kellie sobre a Compênsà(âo lntrà(râniêna pârâ MaStas em Ixpânsào. O voluÍne total do conteúdo
intracraniano p€rmane(e (onstante. 5e a adiçào de uma massa ta como um hematoma resultaí na saida Íorçada de um volume iqual de LCR
e sangue venoso para Íora do crânio, a PIC permanecê normâ1, Entrelânto, quândo e5ses mecànism05 dê (ompênsaçào 9ão esgotâdo5, o(orre
um aumento exponencial dà PIC mesmo para um pequeno aumento no volume do hemàtoma. (Adaptado com peÍmissão de Nârayan RKI
Head lnjury. ln: Grossman R6, Hamilton Wl eds., Pnnctples oÍ Neurosur.gery. New York, NY: Raven Pres9, 1991-)
Para efeitos clínicos, a pressão de perfusão cerebral por hipotensáo, hipóxia, hipercapnia ou por hipocapnia
(PPCI é definida como pressão sanguínea arterial média iatrogênicâ.
(PAM) menos a pressão intracraniana (PPC = PAM - PIC). Portanto, deve ser feito todo esforço para aurn€qLar
A PAM entre 50 e 150 mmHg é "auto-regulada" para a perfusào e fluro sanguÍneo cerebrais pela reduqâo
manter ô FSC constante {auto-regulação pressóricaf O ila pres§o intracraniala elevada, mantendo ovolume
trauma craniencefálico grave pode prejudicar a auto- intravascular e a PAM normais, e restaurando a
regulação pressórica de tal modo que o cérebro fica oxigenação e a ventilàção normais. Hematomas e
incapaz de compensar adequadamente as mudanças outras lesôes que aumentam o volume iatracraniano
na PPC. Assim, se a PAM for muito baixa pode ocorrer devem ser precocemente evacuados.A manutenção da
isquemia e infarto. Se a PAM for muito alta pode ocorrer PPC normal pode a;udar a melhorar o FSC; entretanto,
inchaço com aumento da PIC- a PPC não é igual nem assegura o FSC. Uma vez que os
O vasos cerebrais normalmente também se contraem mecanismos de compensação encontram-se esgotados
ou dilatam em resposta a alterações na pressão parcial e existe um aumento exponencial da PIC, a perfusão
de oxigênio (PaOr) ou na pressáo parcial de dióxido cerebral fica comprometida.
de carbono {PaCOr) do sangue (auto-regulação
química). Portanto, à lesào secundária pode ocorrer
cLAssrFrcAÇÀoDASLESÔESCRANTENCEFÁLtCAS t09
MORFOLOGIA
CLASSIFICACÀO OES LESÕES
CRANIENCEFÁLICAS O trauma craniencefálico pode incluir fraturas de
crânio e lesões intracranianas tais como contusões,
As Iesôes craniencefálicas são classiÍicadas de várias hematomas, lesôes difusas e inchaço resultante de
maneiras. Para efeitos práticos, a gravidade da lesão e edema/hiperemia.
a morfologia serão usadas neste capítulo (r uerul +t ).
(Ver também Class ificaçõo dos Lesões Craníencefôlicas Fraturas de CÉnio
no aplicatívo móvel MyATLS.)
As fraturas de,crânio podem ocorrer na calota ou na
GRAVIDADE DA LESÃO base do crânio. Elas podem ser lineares ou estreladas
e expostas ou fechadas. Para identificação das fraturas
O escore na Escala GCS é usado como medida clínica da base do crânio habitualmente é necessário o uso de
objetiva da gravidade do trauma craniencefálico (r tomograÍia computadorizada com "janela" para osso.
TABETA 6-2). (Ver também Ferramenta de cálculo do Os sinais clÍnicos de fratura de base de crânio incluem a
escore na Escola de Coma de Glosgow no aplicativo equimose periorbital (olhos de guaxinim), a equimose
móvel MyATLS. ) Um escore na GCS igual ou inferior retroauricular (sinal de Battle), fístula liquórica através
a I tornou-se a deÍinição geralmente aceita de coma do nariz {rinorreia)ou do ouvido (otorreia)e disfunção
ou trauma craniencefálico grave. Doentes com trauma dos sétimo e oitavo nervos cranianos (paralisia facial e
craniencefálico com escore na GCS de 9 a 12 são perda de audição)que podêm ocorrer imediatamente
classificados como "trauma moderado", e aqueles com ou poucos dias após a lesáo inicial. A presença desses
escore de 13 a 15 são designados como "trauma leve". sinais clínicos deve aumentar o índice de suspeita e
Ao avaliar o escore na GCS, quando existe assimetria ajudar na identificação das fraturas da base do crânio.
direita/esquerda ou superior/ínferior, é importante Fraturas da base do crânio que atrâvessâm os canais
que se use aoelhor resposta motora no cálculo do carotídeos podem lesar as artérias carótidas (dissecção,
escore porque esta é o preditor mais confiável do pseudo-aneurisma ou trombose). Nesses casos deve-se
resultado. Entretanto devem-se anotar as respostas considerar a realização de arteriografia cerebral (angio
efetivas em ambos lados do corpo, face, braços e pernas. TC IATC] ou por cateterismo arterial).
Fraturas de crânio ab€rtas ou cominutivas podem
estabelecer comunicaçáo direta entre a laceraçâo do
. D fusas Concussão
Contusões múttiplas
Lêsào hlpóxrca/isquêmica
Lesão A-xonaI
ForÍe: Adàptado com pe.mrssão de VaLadka AB. Nà.aya. RK Emergency .oom ma.a8êment of thê he.d-inju.ed patênt ln Nà.âyàn RK, Wil.bêr8ê. JE.
Povlrsho.k JT. eds Neúrctrauma New York NY llccràw'HrlL. 1996,120
llo CAPíTULo 6 r Trauma Cran encefél co
Esco.ê Gcs = (O [,íl + v [5] . 11 [6]); Melhor êscorê possivêt = Is; Pior êscor€ possrvet :
l
'Sê uma árêa não pode ser âvàlrâdâ. nênhum êscore é dâdo pàra àquetà regrão e é consrderãdà nào testávef Fôntê wwv gtãs8owcomàscãtê org
couro cabeludo e a superfície cerebÍal, se a dura-máter cérebro devido a choque prolongado ou apneia que
encontrâr-se rota. A importância da fratura de crânio ocorrem imediatamente após o trauma. Nesses casos, a
não deve ser subestimada pois para que ela ocorra é TC pode ser inicialmente normal ou o cérebro aparece
necessária a aplicação de força considerável. Uma com edemadifuso comperdada distinçào habitual entre
fraturalineardacalotacranianaemdoentesconscientes cinza e branco. Outro padrão difuso, frequentemente
aumeÍí-ta-eú.cerca de 400 vez€s a possibilidade de visto em impactos de alta velocidade ou em lesões por
ocorrência de hematoma intracraniano. desaceleração, pode produzir hemorragias pontil.hadas
em todos os hemisférios cerebrais, concentrando-se nos
Lesões lntracranianâs Iimites entre as substâncias cinzenta e branca, Essas
"lesôes por cisalhamento" mencionadas como Iesão
Lesôes intracranianas podem ser classiÍicadas como axonal difusa (LAD) e deÍinem uma síndrome clinica
focais ou difusas, embora as duas formas de lesão de Iesáo cerebral grave, com desfecho variável, mas
frequentemente coexistam. geralmente reservado.
Lesôes cerebrais difusas variam de concussões Ieves, As lesões focais incluem os hematomas epidurais, os
nas quais a TC de crânio é habitualmente normal, até hematomas subdurais, as contusóes e os hematomas
lesões hipóxicas isquêmicas graves. Nas concussóes, intracerebrais (. rtcunn o-z).
o doente tem um distúrbio neurológico não focal
transitório que frequentemente inclui perda de
consciência. Lesões difusas graves resultam mais
frequentemente de agressão hipóxica, isquêmica ao
PROTOCOLOS DE TRATAMENTO BASEADO EM EVIDÊNCIAS III
I,
I
cérebro. As contusôes podem, em um período de horas
ou dias, evoluir para formar um hematoma intracerebral
ou uma contusão coalescente com efeito de massa
suficiente parâ exigir evacuação cirúrgica imediata.
Isso ocorre em aproúmadamente 20% dos doentes que
apresentam contusão na TC de crânio inicia.l. Por esta
razão, doentes com contusão devem ser submetidos a
TC repetidas para avaliar as mudanças no padÉo da
c D
contusão nas 24 horas após a TC de crânio inicial.
I FIGURA 6-7 ÍC de Hematomas lntra(ranianos. A. Hematoma
epidural. B. Hematoma subdurâ1. C. Contutõe9 bilâterâis com
hêmorragia. D. Hemorragia intíaparenquimatosa direita, com
PROTOCOLOS DE TRATAI'4 ENTO
d€svio de linha media da direita para a e5queída e hemorragia5 BASEADOS EM EVIDÊNCIAS
biventriculare5 a55ociâdas.
Os protocolos baseados emevidência estão disponíveis
llemotomas Epidumis para o tratamento do TCE. A 4a edição das Diretrizes da
Broin Trauma Foundotion para oTratamento doTrauma
Hematomas epidurais são relativamente raros, Craniencefálico Grave foi publicada em setembro de
ocorrendo em 0,57o de todos os doentes com trauma 2016 e a sinopse impressa foi publicada no Journal of
craniencefálico e em 9oÁ dos doentes com lesão cerebral Neurosurgery em janeiro de 2017. As novas diretrizes
traumática que estâo em coma. Esses hematomas sâo diferentes em muitos aspectos das diretrizes antigas,
tipicamente adquirem a forma biconvêxa ou Ienticular Novos níveis de evidência são categorizâdos da mais
à medida em que empurram a dura aderente em alta qualidade para a mais baixa; níveis t,IIA, IIB e IIL
direção oposta à da tabua internâ do crânio. Estão As primeiras diretrizes abordando o TCE, Diretrizes
mais frequentemente localizados na regiáo temporal para o Tratamento do Trauma Craniencefálico Grave,
ou temporoparietal e habitualmente resultam da foram publicadas pelaBrain Troumo Foundation em 1995,
À!íúra da artéria meníngea média causada por uma revisadas em 2000 e atualizadas mais Íecentemente em
fratura. Esses coágulos em geral têm origem arterial; 2016. Desde então, revisões adicionais baseadas em
entretanto, podem também resultar de ruptura de um evidências foram publicadas a respeito do tratamento
seio venoso importante ou do sângramento da fratura pré-hospitalar doTCE; TCE grave em Iactêntes, crianças
de crânio. O intervalo lúcido entre o momento da lesão e adolescentes; indicadores prognósticos precoces em
e a deterioraçâo neurológica é a apresentação clássicâ TCE grave e TCE relacionado ao combate. As diretrizes
do hematoma epidural. do TCE da Broin Troumo Foundotion, mencionadas neste
capítulo, podem ser adquiridas no site da fundação:
Hematomas Subdurais http://www.braintrauma.org. AIém disso, o Programa
de Aprimoramento do Desempenho do Trauma do
Os hematomas subdurais são mais comuns que os Colégio Americano de Cirurgiões (TQIP) publicou uma
hematomas epidurais ocorrendo em aproximâdamente diretriz para o tratamento do TCE em 2015 {Ver ACS
- 30"/. dos traumas craniencefálicos graves. Eles TQIP Best Practic es in the Management of Troumotic
ocorrem mais frequentemente por dilaceração de Broin Injury, )
vasos5uperficiais pequenos ou vasos em ponte do Mesmo doentes com TCE aparentemente devastador
córtex cerebral. Contrastando com a forma Ienticular na avaliação inicial podem apresentar recuperação
do hematoma epidural à TC, os hematomas subdurais neurológica signiÍicativa. O tratamento vigoroso e a
ll2 CAPÍTULO 6 t Trauma CraniencefáLico
compreensão aprimorada da Íisiopatologia do TCE, doente com TCE leve que está consciente e falando
especialmente o papel da hipotensâo, hipóxia e perfusão pode referir história de desorientação, amnésia ou
cerebral, afetaram signifi cativamente os prognósticos perda momentânea de consciência. A história de
t
dos doentes. A ÍÂBELA 6-3 é uma visão geral do perda momentânea de consciência pode ser de difícil
tratamento do TCE. confirmação e muitas vezes o quadro Íica confuso pela
coexistência de abuso de álcool ou de outros tóxicos.
TRATAMENTO OO TNAUMA CR,ANIENCETÁLICO Nunca âtribua alterações do estado mental a fatores
LEVE (ESCORE NA GCS I5.I5I de confusão até quê a lesáo cerebral tenha sido
deÍinitivamente excluída. O tratamento do doente
Trauma craniencefálico leve é deÍinido por um escore com trauma craniencefálico Ieve está descrito na
de 13 a 15 na GCS após a reanimaçáo. Frequentemente, (r flGURÂ 6-8). (Ver também Algoritmo do Tratamento
estes doentes sofrem uma concussão com uma história doTCEleve no aplicotivo móvel MyÂTL5.)
de perda transitória da consciência após um TCE. Um
AvaLiôcão * AvôtiaçÕes +
AvâLiaçôês seriâdas * AvâLiacões neuroLó8icas
'AvaLiâçôes
SecLindária seriadas até GCS 15 seriôdas seriâdas frequentes com GCS
e doente nào teôha
perseverâçáo ou t Realizar TC dê * PâCO, 35-40 mmHE
déficê dê mêmórià contÍoLe se â 'ConsideÍâí
primeira tiver sido ÍC de r l.íanitoL, hipêrventilaçào
anormô[ ou sê GCs breve com PaCOr mínima
+ Descartar indicâção permanecer menor l2-lE horâs de 25 mmHS em casos de
paíâ TC (Tabetâ 6-,+) do que 15 dêteriorêçáo
* ResoLver adeqúàdamente as
Lesôe5 intrâcraniânâs
Hiitória
. Nome, idãde, sexo, raca, ocupaçào . Níve[ subsequente de alerta
. Mecanismo de trauma . Amnésia: retrógrada, anterógÍada
. Hora de ocorrência do traumô . Cefateia: [eve. moderada, grâve
. Perda de consciência imediatamente . Vômitos
após o t.auma
I FGURÂ &8 Algoritmo para o Írâtâmênto do Traumê Cranien(eíálico Lêve. (Adâptado com permissào de Válâdka AB, Nâráyôn RKr ÉÍnergency
roommanagementoÍthehead-njuredpatrent,inNarayanRK,WilbergerJE,PovishocklT(eds)Neurotraumâ,NewYork,[,4(Graw'Hi l, 1996.)
PROTOCOLOS DE TRATAMENTO BASEADO EM EVIDÊNCIAS II5
Countv
tÉnerol Orientaçôes de Atta e Sinajs de Alerta para
Hospitol Doentes com Trauma Craniencefático Leve
Nome do doente:
Data:
Assinatura do medico
f FIGURÀ 6-10 Alqoritmo paÍa Íratamênto do Trauma Craniencefálico Grave no oplicctivo móvel MyÁTLS).
CraniencêÍáli(o Moderado. (Adaptado com permissâo de Valadkâ
48, Nârâyan RK, Êmergency room managemênt oÍ the head,
injurêd patient. In: Narayan RK, Wilberger rE, Povlisho(k lT, eds.,
AVALIACAO PRIMARIA E
Neurclraumá. Nêw York, NY: McGraw-Hill, 1996.) REAN IM ACÀO
escore na GCS de
12 deteriôrâ pâra
Reavâ[iar o doente
frequentemente para detectàr
quâLquer dectínio no estado
doentes comtrauma craniencefálico grave. (Ver também
Apêndice G; Estaçôo Prático de DsÊrnçôo Neurológica.)
Avdiâçao . Trat.mcnto
. ABCDE . Reavatiâção nêurotógica: ! fIGURA 6-1'l Algoritmo pâÍa
. Avatiação primária e reanimação . GCS Íratamento lni.ial do Trauma
. Avaliação secundáriâ e história AMPLA - Abertura oculôr craniên(efáli.o Grave. (ModiÍicado
. Avatiaçào e tratamento - RêsPosta motora com licensa de Valadka AB,
. lnternação ou transferência para um - ResPosta verbat Naíayan RK, Emergency room
hospital com capacidade para tratamênto . Reação pupitar à luz management of the head-injured
neurocirúrgico defanitivo . Avatiaçào neurotó8ica focat patient. lnr Narayan RK, Wilbeíqeí
. ASentes terapêuticos (habituatmente lE, Povli5hock JT, ed5., Neur'olrauma
administrados após consutta com o New York, NY: M(Graw-Hill, 1996.)
neurocirur8ião)
- Manitol
- Evitar hiperventitação nas primeiras 24
horas a menos que haia sinais de herniação
- Sotução satina hipertônica
TC dc crânio
Todos os doêntes devem ser submêtidos à avãLiâçáo pâ.à à sâta dê operaçào (5O) para uma [aparotomaa.
primária, ade.índo às prioradâdês do ABCDE. Acesse Após â taparotomia, é íeâlizada TC de cránio Se houver
iniciâlmêntê a via aéÍea- Se o doente requer cohtrote evidência clÍnica d€ massa antracranaana. serão reatizadas
dâ via aérea, realize e documentê uma brêvê âvaLiação pêíurâçôes diagnósticas com broca ou cranaotomra na SO
neuroLó8aca antes de adminlstrâr drogâs pôra a intubação. enquanto sê reatiza â [âparotomia.
Avâ[iê em seguida a efetividadê da respiraçào e monitore a
4 Se apó6 a reânimêção â pressão ôrteÍiêl sistólica do doente
saturaçáo dê oxigênio.
é > 100 mmHS e o doente apresenta eüdênciâ cLínicâ de uma
2- Tão Logo a pressão artêria[ (PA)êstêjâ normôtizada, reâlize possível massa intracÍ?n,ana (pupabs desaguaas ou resposta
uma brevê avaliâção neuroLógicâ, incluindo escore na GCS motora assimétrica), a prameira prioridade é reaLizar uma
ê reâtividade pupila. Se a PA não puder ser normaLizâdô, TC de crânio. A LPD ou o FAST podem ser rcâlizados no DE,
continLre parâ a reaLizâção da àvatiâção neurotó8ica e Áa área da ÍC, ou na SO. mas a avatiação e o tràtamento
.egistre a hipotênsáo. neuroLó8lco do doente não devem ser retardados.
estado de agitação do doentepode colocá-lo em risco. Os alteraçáo no estado clinico do doente e rotineiramentê
agentes de curta duração disponíveis sãorecomendados dentro de 24 horas apósalesãoparadoentes comcontusoes
quandoparalisia farmacológica ou sedação breve forem intraparenquimatosas subfrontais/temporais, doentes
necessários para intubação endotraqueal segura, ou para que recebem terapia anticoâgulante, doentes com mais
a obtenção de resultados diagnósticos comboa qualidade. de 65 anose doentes comhemorragia intracraniana com
Quando o doente requerer intubação devido a umvolume > 10 mL.Yer Apêndice G:Medidos Auriliores.
comprometimento da via aérea, realize e registre Achados signiÍicativos daTC incluem inchaço no couro
uma breve avaliação neurológica antes de administrar cabeludoe hematomas subgaleais na regiáo do impacto.
qualquer sedativo ou relaxânte muscular. As ftaturas do crânio podem ser melhorüsualizadas nas
janelas ósseas, mas gerâlrnente são apârentes mesmo nas
ANESTÉSICOS, ANALGÉSICOS E SEDATIVOS janelas de tecidos moles. Os achados cruciais na TC são
hematoma intracraniano, contusões e desvio da linha
Anestésicos, analgésicos e sedativos devem ser usados média (efeito de massa) e obliteração das cisternas da
criteriosamente em doentes comlesão cerebral confirmada base. (Ver r FTGURA 6-7). Um desüo de 5 mm ou mais é
ou suspeita. O uso excessivo desses agentes pode causar frequentemente indicativo de necessidade de cirurgia
umatÍâso no reconhecimento daprogressão de uma Lesão para evacuar o coágulo ou contusâo causadores do desvio.
cerebral grave, prejudicar a respiração ou resultar em
tratamento desnecessário (p. ex., intubação endotraqueal).
Em vez disso, use agentes de curta duraçáo e fâciknente
TRATAMENTO CLíNICO DO
reversíveis na dose mais baüa necessária para efetivar o TRAUMA CRANI ENCEFÁLICO
alívio da dor e a sedação leve. Baixas doses de narcóticos
intravenosos podem ser administradas para ana]gesia e O objetivo principal dos protocolôs de cuidados
revertidas com naloxona, se necessário. Benzodiazapinas intênsivos é prevenir a lesào secundária em um
IV de ação curta, como midazolam (Midazolam), podem cérebro;á lesado. O princÍpio básico é que, se ao
ser usadas para sedaçáo e revertidas com flumazenil. tecido nervoso Iesado for oferecido um ambiente
ótimo para a recuperaçào, esta pode ser alcançada
Embora o diprovon (hopofol) seja recomendado para o e o neurônio pode recuperar sua funçào normal. O
controle da PIC, ele não é recomendado paro melhora d.o tratamento clínico do traumâ craniencefálico inclui
mortalidade ou resultodos em 6 meses. O diprovonpode líquidos intravenosos, correçào da anticoagulação,
red,uzir morbidade significativa qucndo usodo em oltas hiperventilaçáo temporária, manitol, solução salina
doses íIIBJ.
hipertônica, barbitúricos e anticonullsivantes.
CORRECÃO DA ANTICOAGULACÃO
PROCEDIMENTOS DIAGNOSTICOS
Tenha cuidado ao avaliar e tratar doentes com TCE
Para doentes com Iesão cerebral traumática moderada que estejam recebendo anticoagulação ou terapia
ou grave, deve-se obter uma TC de crânio o mais rápido antiplaquetária. Após a obtenção da razão normalizada
possível após a normalização hemodinâmica. A TC internacional (INR), deve-se obter prontamente uma
também deve ser repetidâ sempre que houver uma TC desses doentes, quando indicado. Geralmente é
TRATAMENTO CLÍNICO DO TRAUMA CRANIENCEFÁLICO I2I
necessária uma rápida normalização da anticoagulação hematoma intrâcraniano em expansão até que a
{. raarLA o-o ). craniotomia de emergência seja realizada.
HTPERVENTTLAçÃO MANITOL
A normocapnia é preferida na maioria dos doentes. A O manitol é usado para reduzir a pressâo intracraniana
hiperventilação age reduzindo a PaCO" e produzindo elevada. Utiliza-se, habitualmente, uma soluçáo a 20%
vasoconstricção cerebral. A hiperventilaçáo agressiva (20g de manitol por 100 mL de solução). O manitol
e prolongada pode resultar em isquemia cerebral no nào deve ser administrado a doentes hipotensos
cérebro já Iesionado, causando vasoconstrição cerebral porque não abaixa a PIC em situação de hipovolemia,
grave e, portanto, prejuízo na perfusão cerebral. além de ser um diurético osmótico potent€. Isso
Esse risco é particularmente verdadeiro quando se pode exacerbar â hipotensão e a isquemia cerebral.
permite que a PaCO, caia abaixo de 3! mmHg (4,0 A deterioraçáo neurológica aguda - como quando
kPa). A hipercarbia (PCO, > 45 mmHg) promoverá um doente em observação desenvolve uma pupila
vasodilatação e aumentaÍá a pressão intracraniana, dilâtâda, tem hemiparesia ou perde a consciência - é
devendo, portanto, ser evitada. uma forte indicaçáo para a administraçào de manitol
em um doente normovolêmico. Nessas condiçoes, o
Ahipeltentilaçõo profilática (pCO" < 25 mmHg) nõ,o manitol (1 g/kg) deve ser rapidamente (por 5 minutos)
é recomend.ada (IIB). administrdíoêrii bolus e o doente deve ser transportado
imediatamente para a realização de TC ou diretamente
Use a hiperventilaçào apenas com moderação e pelo para a sala de cirurgia no caso da Iesão causadora já ter
período mais Iimitado possível. Em geral é preferível sido identiÍicada. Se não houver disponibilidade de
manter a PaCO, em aproximadamente § mmHg {4,7 serviço cirúrgico, transferir o doente para o tratamento
kPa), o limite inferior do intervalo de normalidade (35 a definitivo.
45 mmHg). Curtos períodos de hiperventilação (PaCO,
de 25 a 30 mmHg [3,3 a 4,7 kPa]] podem ser necessários llse0,25-1 g/kg.paro controlor o PIC elevada;
para tratar o défice neurológico agudo, enquanto outras hipotensoo arteriol ípressôo orterialsistólica < 90
medidas terapêuticas são iniciadas. A hiperventilação mmHg) deve ser evitoda.
reduz a PIC em doentes que estão deteriorando com
Antiâg.egante plaquetário (p. ex PLaquetas Pode sêr necessáflo repetiri coôsrderar acetàto de
aspirinâ, ptavix) desmopressina (Deamino De[tâ-D-ArSinina Vasopressinô)
lnibidorês dirêtos dâ trombina ldârucizumab (Praxbind) Pode ser bêoefrciado pe[o concentrado de complexo
(Pradaxà) protrombÍnaco (p ex. Kcentra)
PFC, Plasma fresco côngetàdo; INR Pâdráo internác,onat de Normàtizâcão: TPP Tempo parc,àt de tromboptastrnâ
122 CAPíTULO 6 r Trauma Craniencefálico
Use com monitoroçdo da PIC, o menos que hajo absolutamente necessários. Atualmente, lqnitoína
evidência de hemiaçõo, mantenho Sosm <320 m0sm, {Hidantal) e fosfenitoína são os agentes habitualmente
montenha a normovolemia e use bolus emvez de , empregados na fase aguda. Para adultos, a dose habitual
gotejamento contínuo. de âtaque é de 1 g de fenit oína por via intravenosa.
âdministrâdâ a não mais que 50 mg/min. A dose de
manutenção usual é de 100 mg/8 horas, com a dose
SOLUCÃO SALINA HIPERTôNICA titulada para atingir os nÍveis séricos terapêuticos. O
diazepamou lorazepam são fÍequentemente usados além
A solução salina hipertônica também é usada para da fenitoína em doentes com con!'ulsões prolongadas,
reduzir a PIC elevada, em uma concentração de 3 a até a parada da convulsão. O controle de convulsoes
23,4%. A solução salina hipertônica pode ser o agente contínuas pode exigir anestesia geral. É imperativo
preferido para doentes hipotensosjá quenão age como que a convulsão seia controlâda tão logo que possível
diurético- Entretanto, não existe diferença entre o porque convulsões prolongadas {30 a 60 minutos)
manitol e a solução salina hipertônica em relação provavelmente causam Iesão cerebral secundária.
à redução da PIC, e nenhuma das duas diminui
adequadamente a PIC em doentes hipovolêmicos.. O uso profilático de fenitoína (Hidantol) ou valproato
(Depakene)nõo é recomendado paro prevenír
BARBITÚRICOS crises pós-troumáticcs Íordias. Recom enda-se a
fenitoína pora diminuir o incidência de crises pós-
Os barbitúricos são efetivos na redução da pressão traumáticas precoces (dentro de 7 dios opôs alesõo),
intracraniana refratária a outras medidas, embora quando se considera que o benefícío geral supera
não devam ser usadas na presença de hipotensão as complicações ossociodas o ess€ trqtomento. No
ou hipovolemia. Além disso, o uso de barbitúricos entanto, crises pós- traumáticas precoces nõo forom
frequentemente produz hipotensão, portanto não estão associadas o piores resultados (IIA,).
indicados na fase aguda da reanimação. A meia vida
longa da maioria dos barbitúricos também prolonga
o tempo para a determinação da morte encefálica, TRATAMENTO CIRÚRGICO
uma consideração importante em doentes com lesóes
devastadoras e provavelmente incompatíveis coma vida. O tratamento ciúrgico pode ser necessário para Iesões
de couro cabeludo, fraturas com afundamento de
Os borbitúricos nâo sõo recomendodos para índrzir crânio, Iesões intracranianas de massa e ferimentos
supressdo de crises medidas pelo EEG paraprevenir penetrantes.
o desenvolvimento de hipertensôo inrracraniana.
"A administroçõo de altas doses de baÍbitúrico LESõES DO COURO CABELUDO
é recomendod.a para controlar a PIC elevada
Íefratóna ao tratamento clíníco e cirúrgico padrõ.o. É importante limpar e inspecionar a ferida
A normalidade hemodinômico é essencial ontes e cuidadosamente antes da sutura. As causas mais
dlurante a terapia com borbitúricos íIIB)." comuns de infecçáo de feridas do couro cabeludo são
a limpeza e o desbridamento inadequados. As perdas
sanguíneas oriundas de ferimentos de couro cabeludo
ANTICONVULSIVANTES podem ser abundantes, especialmente em crianças e
idosos (r ncum e t2). A hemorragia do couro cabeludo
A epilepsia pós-traumática ocorre em cerca de 57" pode ser controlada aplicando-se pressáo direta, e
de todos os doentes admitidos no hospital cà-m cauterizando-se ou Iigando-se os vasos maiores, Podem
trauma crani€ncefálico fechados e em 15o% daqueles então ser aplicados suturas, clipes ou grampeadores
com trauma craniencefálico grave. Os três fatores apropriados. Deve-se inspecionar cuidadosamente a
principais ligados à alta incidência de epilepsia tardia ferida, sob visáo direta, à procura de sinais de fratura
são as convulsóes que ocorrem durante a primeira ou de corpos estranhos. A presença de fístula líquórica
semana, o hematoma intracraniano e a fratura com indica que existe laceração da dura-máter associada. O
afundamento de crânio. As conn-rlsões agudas podem neurocirurgião deve ser consultado em todos os casos
ser controladas com anticonvulsivantes, porém o uso com fratura exposta ou afundamento. Não raramente,
precoce de anticonvulsivantes não muda a evolução uma coleção de sangue subgalealpode ser interpretada
das convulsôes pós-traumáticas de longo prazo. Os como uma frat urâ de crânio. Em tais càsos, a presença
anticonvulsivantes tamtÉm podem üribü a recuperação de fratura pode ser confirmada ou excluída por uma
do cérebro, portanto eles só devem ser usados quando radiografia simples da regiâo e/ou uma TC.
TRATAI.4ENTOCIRURGICO 173
diagnóstico emergencial de hematomas acessíveis em considere fazeresse diagnósüco somente depoisque todos
doentes com deterÍoraçáo neurológica rápida localizados os parâmetros Íisiológicos estiverem normalizados e a
em regióes austeras ou remot as onde os neurocirurgroes e funçáo do sistemanervoso central não sejapotencialmente
imagens não estão prontamente disponÍveis, InfeLümente, afetâda por medicamentos. Como as crianças costumam
mesmo em mãos muito experientes, esses orifícios sào se recuperar de lesões cerebÍais extremamente graves,
feitos incoretamente e raÍaÍnente resu.ltam na drenagem considere comcuidado o diagnóstico de morte encefáüca
suÍiciente do hematoma para fazer a diferença clÍnica. nesses doentes. Se houveralguma dúúda, especialmente
Em doentes que precisam de drenagem do hematoma, emcrianças, avaliações sedadas com intervalos devárias
a craniotomia com retalho ósseo (versus um simples horas são úteis paÍa conlrmar a impressão clínica inicial.
orifício ) é o procedimento definitivo para sa.lvar üdas para NotiÍique as agências locais de aquisiçáo de órgáos sobre
descomprimü o cérebro. Os membros da equipe de trauma todos os doentes com diagnóstico oudiagnóslico iminente
devem fazer todos os esforços para que um profissional de morte encefálica antes de interromper as medidas
treinado e experiente na execução do procedimento o artiÍiciais de suporte à vida.
execute em tempo hábil.
2. Doentês com lesões craniencefálicas devem ser 5. Boyle A, Santarius L, Maimaris C. Evaluation
avaliados com eÍiciência. No doente comatoso, of the impact of the Canadian CT head rule
proteia mantenha avia aéreapor meio da intubação
e on British practice. Emerg Med J 2004;2714):
endotraqueal. Realize avaliação neurológica antes 426-428.
de paralisar o doente. Procure lesões associadas, e 6. Carney N, Totten AM, O'Reilly C, Ullman JS, et
relembre que a hipotensão pode afetar a avaliação al.: Guidelines for the Management of Severe
neurológica. Traumatic Brain Injury. Neurosurgery 2017;80:1
6-13.
3. Os membros da equipe de trauma devem 7. Carney N, GhaiarJ, ragoda A, et al. Concussion
familiarizar-se com a Escala de Coma de Glasgow guidelines step 1: systematic review ofprevalent
(GCS) e praticar seu uso, bem como a realização de indicators. Neurosurgery 2 014 Sep;75 (Supp I
avaliaçóes neurológicas rápidas e focadas. Reavalie 1):S3-S15.
ftequentemente o estado neurológico do doente. 8. Chestnut RM, Marshall LF, Klauber MR, et al. The
role of secondary brain injury in determining
4. A reanimação adequada é imponante para limitar a outcome from severe head injury. J Traumo
lesão cerebral secundária. Previna a hipovoiemia e a lAqa ?1 114-)22
hipoxemia. Trate âgÍessivamente o choqu€ e procure 9. Chibbaro S, Tacconi L. Orbito-cranial injuries
suascausas. Reanime com solução de Ringer lactato, soro caused by penetrating non-missile foreign bo-
fisiológico ou soluçôes isotônicas sâIinas equivalentes dies. Experience with eighteen patients. Acto
sem dexüose. Não usesoluções hipotônicas. O objetivo Neu rochir (Wien) 2006;148(9), 937-941; dis-
da reanimação do doente com ftauma craniencefálico cussion 941-942.
é prevenir a lesao cerebral secundária. 10. Clement CM, Stiell IG, Schull Ml, êt â1. Clinical
features ofhead iniury patients presenting with a
5. Determine a necessidade de transferência, Glasgow Coma Scale score of15 and who require
internação, consulta ou alta. Entre em contato o neurosurgical intervention. Ann Emerg Med
mais cedo possível com o neurocirurgião. Caso um 2Q06;4813):245-257 .
neurocirurgião não se encontre disponÍvel no seu 11. Eisenberg HM, Frankowski RF, Contant CR,
hospital, transfira todos os doentes com trauma et al. High-dose barbiturates control elevated
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TRAUMA
VERTEBROMEDUTAR
OBJETIVOS
Após â leltura deste capÍtu[o ê a compreênsão dos tópicos de de cohrna e seus aspectos radlogáficos que aludam a
âprendizâdo do curso ATLS, você estará apto a: idendflcár estas lrsões.
t29
130 CAPíTULO 7 r Traumâ Vertebromedu[ar
L. evemos sempre considerar uma lesáo da coluna prolongado que pacientes Íicam em umaprancha ígida
I ! venebral, com ou sem déÍicit neurológico, em e com um colar ceryical também pode ser perigoso. Além
Y oo"n,", aom traumas murrrplos. Lerca de 5.,o de causar muito desconforto em pacientes conscientes,
dos pacientes com trauma craniencefálico (TCE) podem ocorrer graves úlceras de pressâo e insuficiência
apresentam lesão associada na coluna, enquanto 25oZ respiratória, pelo uso prolongado destes equipamentos.
dos pacientes com trauma de coluna têm, pelo menos, Portanto, as pranchas rÍgidas devem ser usadas somente
umTCE moderado. Aproximadamente 55% das lesôes durante o transporte do paciente; todos os esforços devem
traumáticas da coluna ocorrem na região cervical, 15% ser feitos para removê-lo o mais rapidamente dela.
na região torácica, 157o na transição toracolombâr e
15% na região lombossacra. Até 10% dos doentes com
fratura da coluna cervical tem uma segunda fratura de ANATOMIA E FISIOLOGIA
coluna vertebral, nào contígua,
Em pacientes com suspeita de Iesão na colunavertebral,
a manipulaçáo excessiva e restrição inadequada do A revisão a seguir inclui a anatomia e fisiologia da
moümento da coluna pode causar danos neurológicos coluna vertebral e da medula, dermátomos, miótomos,
adicionais e piorar o desfecho clínico. Pelo menos 5% dos diferenças entre ô choque neurogênico e medular e os
pacientes com lesão da colunavertebral experimentam o efeitos da lesáo da coluna em outros sistemas.
início dossintomas neurológicos ou apiora dos sintomas
preedstentes após o atendimento no departamento de COLUNA VERTEBRAL
emergência {DE). Estas complicaçôes são deúdas à isquemia
ou progressão do edema da medula, mas tambémpodem A colunavertebral é formada por 7vénebras cervicais,12
resultar do movimento excessivo da colunavertebral. Desde torácicas e 5lombares além do sacro e do cóccix (. FTGURAT-1).
que a colunado paciente esteja devidâmente protegida, o Avértebratípica consiste em urn corpo vertebral na posiçâo
exame da colunae a exclusão de lesóes medulares podem anterior, que constitui a principal coluna de sustentaçáo. Os
ser adiados com segurança, especialmente na presença corpos vertebrais sáo separados pelos discos intewertebrais
de alguma instabilidade sistêmica, como, por exemplo, e são Íixados entre si, anteriormente e posteriormente, por
hipotensão ou insuficiência respirâtória. PaÍa proteger Iigamentos Iongrrudinais, respecdvamente, anter iores e
a coluna não é necessário que os pacientes fiquem horas postêriores. Póstero laterâlmente, 2 pedículos formam
sobre a prancha rigida; deixáJos deitados em posição os pilares sobre os quais se apoia a parte superior do
supina, sobre uma superfície lume e utilizar medidas de canal vertebral (constituído pelas lâminas). As facetas
proteção dacoluna quando se move é suÍiciente. articulares, os ligamentos intêrespinhosos e os músculos
A exclusão de Iesôes da coluna pode ser assegurada para vertebrais são estruturas que contribuem para dar
empacientes sem défcits neurológicos, ausência de dor estabüdade à coluna.
ou hipersensibilidade ao longo da coluna, evidência A coluna cervical, por causa de sua mobüdade e exposição,
de intoxicaçâo ou outras lesões dolorosas. Nesses é a parte mais rulnerável a lesões. O canal medular é do
casos, a ausência de dor ou a hipersensibilidade ao forame magno até a parte inferior de C-2. A maioria dos
longo da coluna exclui virtualmente a presença de doentes portadores deste tipo de lesão que sobrevive ao
uma lesão vertebral signiÍicativa. A possibilidade de trauma apresenta-se neuroLogicamente normal ao chegar
Iesões da coluna cervical pode ser eliminada através de ao hospital. Entretanto, cerca de um terço dos pacientes
ferramentas c1ínicas, descritas mais tarde nesse capítulo. com lesôes da parte superior da colunacerirical (acima de
No entanto, em outros pacientes, como aqueles que estão C3) morre no local do trauma em decorrência de apneia
comatosos ou têm um nível de consciência rebaixado, provocada por perda da inervação centraL dos nervos
o processo de avaliação da lesào da coluna vertebral é frênicos. Abaixo do nível de C-3, o diâmetro do canal
mais complicado. Nesse caso, o médico precisa obter a medular é bem menor em relação ao diâmetro da medula,
imagem radiográÍica apropriada para excluir uma lesão e lesóes da colunavertebralâ esse nível apresentam maior
na coluna vertebral. Se as imagens forem inconclusivas, probabilidade de provocar lesões medulares.
restrinja o movimento da colunavertebral até que sejam A coh.na cervica.l das crianças até 8 anos de idade tem
realizados testes adicionais. Lembre-se, a presença de algumas diferenças significathas em relação a colura cervical
um colarcervical e deumaprancha rígidapode fornecer dos adultos. Estas diferenças incluem maior fleibüdade
uma falsa sensação de segurança de que o movimento das cápsu-las articulares e dos ligamentos interespinhosos,
da coluna vertebral esteja restrito. Se o paciente não facetas articulares planas e corpos vertebrais que são em
êstiver coretamente fixado à prancha e o colarnão estiver cunha anteriormente e tendem a deslizar anteriormente
adequadamente colocado, o movimento ainda é possível. com a flexão. As diferenças vão diminuindo até os 12 anos
Embora osperigos do movimento excessivo dacoluna de idade quando a coluna cervical é mais parecida com a de
vertebral tenham sido bem documentados, o tempo um adulto (Ver Copítulo r o; Tro uma Pediátrico.)
ANATOI.lIA E FISIOLOGIA 13I
I
Curvatura E'í vértebra
cervicat cervicaL
B Processo espinhoso
CuTvatura Vértebra
lomba r lombar
t-
P
, Sacro
o
Curvatura
sacraI
cóccix
a ÍIGURA 7-1 A Coluna. A. A coluna vertebÍa , vl!ôes lâtera direita e porter or B. Uma véÍtebra torácicê tip (a, v sào superior
A mobilidade da coluna torácica é muito mais e as colunas dorsais. Estes tratos estão distribuídos aos
restrita do que a mobilidade da coluna cervical, além pares e as lesões podem ocorrer uni ou bilateralmente
de proteção adicional conferida pela caixa torácica. na medula espinhal. A localização na medula espinhal,
Assim, a incidência de fraturas torácicas é muito menor. função e os métodos para testar cada trato, são descritos
A maioria das fraturas da coluna torácica são fraturas de na. TAEELA 7-1.
compressào em cunha e não estão associadas à lesão da Quando um paciente não tem função sensitiva ou
medula. Entretanto, quando a lesáo vertebral ocorre por motora abaixo de um determinado nível, é dito ter uma
frâtura-luxação, quase sempre ocorre lesão da medula Iesáo completa da medula espinhal. A lesão incompleta
devido ao canal medular torácico ser relativamente é aquela em que permanece um certo grau de função
estreito. A iunção toracolombar é um fulcro entre a motora ou sensitiva; neste caso, o prognóstico para
região torácica inflexível e os níveis lombares mais recuperaçào é significativamente melhor que o de uma
móveis. Isso a torna mais vulnerável a lesões, 157o de lesão completa da medula espinhal.
todas as Iesôes na coluna vertebral ocorrem nesta região.
DERMÁTOMOS
ANATOMIA DA MEDULA ESPINHAL
Um dermátomo é a área da pele inervada pelos axônios
A medula espinhal origina'se na extremidade caudal sensoriais dentro de uma determinada raiz nervosa. O
da medula oblonga no forame magno. Em adultos, nÍvel sensitivo é o dermátomo mais caudal com função
geralmente termina na altura de Ll como cone medular. sensitiva normal e muitas vezes pode diferlr nos dois
Abaixo deste nível está a cauda eqüina, que é um pouco lados do corpo. Para Íins práticos, os dermátomos
mais resistente às lesões. Dos muitos tratos da medula cervicais superiores (C1 a C4) são um tanto variáveis em
espinhal, apenas três podem ser avaliados clinicamente: sua distribuição cutâneâ e não são comumente usados
o trato córtico-espinhal lateral, o trato espino-talâmico para localizar a lesão meduiar. No entanto, note que
132 CAPiTULO 7 r Trauma Vcrtebromedular
Côtunàs dôrsàrs Fôce pó5tero-media Paopfl ocepcão, vrbracào e Sensâção dâ posrcào dos dedos
medulê sensâçáo de toque suave do pé ou dà mào or.r peLa
c5
NiVEL MEDULÀR
M
Áreâ do dettoide
região pode confundir os examinadores, quando tentam
determinar o nível sensorial em pacientes com Iesões
cervicais mais baixas. Os pontos de referência em
termos de sensibilidade sâo descritos na. TABÉLA
7-2 e ilustrados na n FIGURa 7-2 (ver também
c6 Ie quirodáctito
Guio de Dermátomos no oplicativo móvel MyATLS).
As Diretrizes Internacionais para a Classificação
c7 3e quirodáctiio
Neurológica de Lesão Medular, publicado pelaAmericon
Spinol Injury Associotion (ASIA), podem ser utilizadas
c8 5! quirodácti[o para documentar o exame motor e sensitivo. Ela fornece
informações detalhadas sobre o exame neurológico do
T4 Mamito paciente. Os detalhes relativos ao exâme motor estâo
contidos no documento.
T8 Apêndice xifoide
MróroMos
Tr0 Cicatriz umbiLicaI
Cada raiz nervosa inerva mais deummúsculo e a maioria
Tt7 SÍnfise púbica dos músculos é inervada por mais de uma raiz neryosa
(geralmente duas). Entretanto, para simplificar o exame,
L4 Face mêdiaL da pànturrrLha certos músculos ou grupos musculares são identificados
como representando uma única raiz nervosa espinhal. Os
L5 EspâÇô intêrdiSità[ êntrê le ê
miótomos de referência sào mostrados na.
HGURA 7-3
pododáctiLo
(veÍtâmbémGuia de Miótomos de Nervos no aplicativo
2e
móvel MyATlSf . Os músculos de referência devem ser
testados quanto à força em ambos os lados e graduados
5 Face lâteral do pé
em uma escala de 6 pontos (0-5) da força normal à
paralisia (ver Guio de Clossificaçõo do Força Musculor
53 Tuberosjdâde ísquia
nooplicotivo mrÍvelMyATLS ). Além disso, o esfíncter anal
externo deve ser testado quanto à contraçâo voluntáÍia
54e55 Regrào per anà
durante o toque retal.
A documentação precoce e precisa do exame sensorial
e é essencial, para avaliar a melhora
motor do paciente
ANATOI"lIA E FISIOLOGIA 13]
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BíceOs
7C5
--C6 Extensor do punho
\ c7 Tríceps
Ftexores dos quirodactilos
\:cE
LT1 Abdutores dos quirodáctitos
L2 Ftexor do quadril
L3 Extensor do joetho
L4 Dorsiftêxão do pe
S1 Ftexor ptantar do
tornozeto
AR MAD IL HA PREVENCÀO
ou piora neuroLógicâ nos exames subsequentes
fisiológicos do choque neurogênico não são rev€rtidos dos nervos espinhais ocorrer através dos foramens e
com reposiçào volêmica isolada e a ressuscitaçào ascendem ou descem dentro do canal espinhal antes
maciça pode resultar em sobrecarga Iíquida e/ou edema de entrar na medula espinhal- Determinar o nível de
pulmonar. O uso criterioso de vasopressores pode ser lesão em ambos os lados é importante.
necessário após uma reposição volêmica moderada Além das medidas iniciais para estabilizar a lesão
e a atropina pode ser usada para tratâr a bradicardia óssea, todas as descrições subsequentes do nível de
hemodinamicamente significativa. lesão são baseadas no nível neurológico.
O Choque Medulor refere-se à flacidez (perda de
tônus muscular) e à perda de reflexos que ocorrem GRAVIDADE DO DÉFICIT NEUROLóGICO
imediatamente após a lesão da medula espinhal. Após
um período de tempo, ocorre espasticidade. Lesóes medulares podem ser classificadas como:
pressão profunda) sáo preservadas. Esta síndrome tem que as lesóes da coluna cervicai inferior. Além disso,
o piorprognóstico entre aslesões incompletase ocorre as díferenças anatômicas, o sofrimento emocional ea
mais comumente após a isquemia da medula. incapacidade de comunicação tornam a avaliação da
A síndrome d.e Brown-Séquard resulta de uma coluna ainda mais desafiadora nessa população, (Ver
hemissecção da medula, geralmente devido a umtÍauma Capítulo to: Trauma Pedíáttico .)
penetrante. Em sua forma pura, a síndrome consiste Os tipos específicos de lesôes traumáticas da coluna
em perda ipsilateral motora {trato corticoespinhal) e cervical sáo luxaçáo atlanto-occipital, fÍatura de atlas
da sensação de posição (coluna dorsal), associada à iCl), subluxaçâo por rotação em C1e fraturas do iáxis (C2).
perda contralateral de dor e sensação de temperatura,
começando de um a dois níveis abaixo do nível de Iesão Luxação Atl.anto-Occipitât
(trato espinotalâmico). Mesmo quando a síndrome é
causada por uma Iesáo penetrante direta à medula, As luxaçôes crânio-cervical sâo incomuns e resultam de
geralmente existe algum grau de recuperação. movimentos acentuados de flexão e tração, de natureza
traumática. A maioria dos pacientes com esta lesão
MORFOLOGIA morre por destruição do tronco encefálico e apneia, ou
apresenta Iesôes neurológicas extremamente graves
As lesões traumáticas dâ coluna veftebral podem ser (por exemplo, dependência do ventilador e tetraplegia).
descritas como fraturas, fraturâs-luxaçõês, lesóes Os pacientes podem sobreviver se forem prontamente
medularessemanormalidadesradiográÍicas (SCIWORA) ressuscitados na cena do trauma. A luxação atlanto-
e Iêsões penetrantes. Cada uma dessas categorias pôde occipital é uma causa comum de morte nos casos de
ser descrita como estável ou instável. No entanto, síndrome do bebê sacudido.
determinar a estabilidade de um tipo particular de
Iesão nem sempre é fácil e, mesmo entre os especialistas, Fratu râs do Atl"as (Cl)
pode haver discordância. Particularmente durante o
tratamento inicial, todos os pacientes com evidência O atlas é um anel ósseo delicado com superfÍcies
radiográfica de lesão e todos aqueles com déÍicits articulâres Iargas. As fraturas do atlas representam
neurológicos devem serconsiderados como tendo uma aproximadamente 5% das fraturas da coluna cervical
lesão na coluna vertebral instável. A movimentação da e até 4oyo das fraturas do atlas estão associadas a
coluna desses pacientes deve ser restrita, e a mudança fraturas do áxis (C2). A fratura C1 mais comum é uma
de decúbito e/ou reposicionamento requer pessoal fratura por explosáo da vértebra (fratura de Jefferson ).
treinado usando técnica de Íolamento em bloco até O mecanismo típico de lesão é o sobrecarga axial, que
a consulta com um especialista, tipicamente um ocorre quando um objeto pesado cai verticalmente na
neurocirurgião ou ortopedista. cabeça ou quando um paciente cai, batendo a sua cabeça
em uma posição relativamente neutra, As fraturas de
Jefferson consistem na ruptura anterior e posterior
TIPOS ESPECÍFICOS DE LESÃO do anelde C1, com subsequente deslocam€nto lateral
das massas laterais. A fraturâ é melhor visualizada
DA COLUNA em uma radiografia transoral (boca aberta) da região
Cl a C2 e pela tomografia computadorizada axial (TC)
As lesões da coluna vertebral de especial preocupaçáo (r ncuna r<i.
no contexto do trauma incluem fraturas da coluna Essas fraturas geralmente não estâo associadas a
cervical, fraturas da coluna torácica, fraturas da iunção Iesôes da medula espinhal;no entanto, elas sàoinstáveis
toracolombar, fraturas lombares, lesóes penetÍantes e e devem ser tratadas inicialmente com um colar cervical
Iesões contusas das artérias carótidas e vertebrais. rígido apropriado. As fraturas unilaterais ou de mâssa
lateral não são incomuns e tendem a seÍ lesÕes estáveis.
FRATURAS DA COLUNA CERVICAL No entanto, trate todas essas fraturas como instáveis
até que o paciente seja examinado por um especialista,
As Iesóes na coluna cervical podem resultar de um geralmente um neurocimrgião ou ortopedista.
ou de vários dos seguintes mecanismos de lesão:
compressão axial, flexão, extensão, rotaçáo, flexão Subl"uxacão por Rotacão em CÍ
lateral e tràção.
A lesão da coluna vertebral em crianças é um evento A subluxaçáo por rotaçâo em C1é mais frequentemente
relativamente raro, ocorrendo em menos de 1% dos vista em crianças. Pode ocorrer espontaneamente,
casos. Notâ-se que as lesões da coluna cervical superior após traumatismo de grande ou pequeno porte, com
em crianças (Cl - C4) sào quase duas vezes mais comuns infecçóes das vias áereas superiores ou acompanhando
TIPOS ESPECÍFICOS DE LESÃO NA COLUNA 137
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f FIGURA 7-4 Frâtura de iêíferson. Ràdiograf a tíantorô f EIGURA 7-5 Fraturas do Odontoide. TC evidên(iando Írãtura do
mo5trando uma ÍratLJíâ de leÍÍer5on. É95a fratura envo ve ã rupturâ odontoide do t po ll, que aconete sua base.
dos anéis ênteriorer e porterioíês de C1, com desloaamento laterâ
da mesma
a t
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A B I c
f fIGURA 7-6 Fratuía do EnÍorcado (setai). Rê(onslrução dê TC. A. Axial; B. Saqita paramed ânê; e c. 5agrtê na llnha med anê. Note ê
angula(ào anterior ê â di5tân(iã excesslva entre os pro(esr05 esp nhosos de Cl e C2 (9etês duplas).
Devido à rigidez da caixa torácica, a maioria dessas da coluna torácica geralmente resultam em déficits
fraturas sâo estáveis. neurológicos completos.
A lesão por explosõo é causada por compressào Fraturas de compressão simples geralmente são
vertical-axial. estáveis e muitas vezes tratadas com um colete rígido.
As froturas de Chance sãô fraturas transversas no corpo As fraturas por explosáo, as fraturas de Chance e as
vertebral (r rtcunn 7-7). Elas são causadas por flexão em fraturasJuxaçôes são extremamente instáveis e quase
tomo de colunavertebral {hiperflexão)
um eixo anterior à sempre requerem Íixação interna.
e sáo mais frequentemente observàdas após colisões
automobilísticas em que o paciente usava cinto de FRATURAS DA JUNCÃO TORACOLOMBAR
segurança de dois pontos e colocado inadequadamente. (rr l t-r)
As ftaturas de Chance podem estar associadas com lesôes
úscerais retroperitoneal e abdominal. As fraturas ao nÍvel dajunçáo toracolombar sào devidas
Devido à orientação das facetas articulares, as fraturas- à imobilidade da coluna torácica em comparaçào com
luxações são relativament€ incomuns na coluna torácica a coluna lombar. Como essas fraturas, na maioria das
e Iombar. Essas lesões quase sempre resultam de flexão vezes, resultam de uma combinação de hiperflexão e
extrema ou traumatismo contuso severo na coluna rotação, geralmente são instáveis. Dentre os pacientes
vertebÍal, o que provoca a ruptura dos elementos que correm um risco particular para este tipo de lesão,
posteriores (pedículos, facetas e lâmina) da vértebra. estão os que caem de grande altura e os motoristas
torácico da colunavertebral é estreito em relação
O canal usando cinto de segurança que, no momento do
à medula espinhal, de modo que as fraturas-luxações impacto, sofrem uma flexão severa com grande
transferência de energia cinética.
A medula espinhal termina como o cone medular
aproximadamente no nÍvel de L1. Lesôes nesta parte
da medula geralmente resultam em disfunção vesical
\ e intestinal, bem como diminuição da sensaçào e
força nos membros inferiores. Pacientes com fraturas
toracolombares são particularmente vulneráveis ao
movimento rotacional, por isso seja extremamente
cuidadoso ao fazer o rolamento em bloco. (Ver vídeo
Movimentoçôo em bloco no aplicatiuo móvel MyATLS. )
Í) FRATURAS LOMBARES
LESõES PENETRANTES
AVALIACÀO RADIOLOGICA
As lesôes penetrantes frequentemente resultam emum
déficit neurológico completo quando a medula está no O exame clínico cuidadoso e uma avaliação radiológica
caminho do agente envolüdo (na maioria das vezes, um completa são fundamentais na identificação de uma
projétil de arma de fogo ou arma branca). Esses déficits Iesão significativa de coluna.
também podem resultar da transferência de energia
associadaa um projétil de altavelocidade que passaperto COLUNA CERVICAL
da medulaao invés de atravessá-la. As lesões penetrantes
da coluna geralmente são estáveis, a menos que o projétil Muitos pacientes traumatizados têm um colar cervical
destrua uma porção signiÍicâtiva da vértebra. colocadopelos serviços médicos de emergência (EMS)na
cena. As diretrizes aluais pré-hospitalares da imobilização
LEsõEs coNTUSAS DAs ARTÉRIAS CARóTIDAS da coluna vertebral permitem maior flexibilidade no
E VERTEBRAIS uso de prancha longa e colar cervical. Com o uso de
ferramentas de decisão e triagem clínic4 como a Canadian
O traumatismo contuso do pescoço pode causar lesões C-Spine Rule (CCR;. nGURA 7€) e a National Emergency
arteriais carotídeas e vertebrais; o reconhecimento e X-Radiography Utilization Study {NEXUS. Fl6URA 7-e),
trâtamento precoce dessas lesôes podem reduzir o risco o colar cervical e imobilizadores Iaterais de cabeça
de acidente vascular cerebral do paciente. Indicações podem ser retirados em muitos desses pacientes sem
específicas para a pesquisa dessas lesões incluem a necessidade de imagens radiológicas.
fraturas de C1a C3, fraturas cervicais com subluxaçâo Existem duas opções para pacientes que necessitam
e fraturas envolvendo o forame transverso. de avaliação radiográfica da coluna cervical. Em locais
sllí
+
Conseguc rcdar o pctcoço
.tivâmênt. (45t ô dir.ita .
. êôqu.rd.)
5tM NÀO
? -.
s.ln r.diolr.ff. Rdlolr.fi.
l4O CAPÍTULO 7 r Trauma Vertebromedu[ar
usados no lugar das radiograÍias simples para avaliar lateral; entretanto, note que a MDCT possui sensibilidade
a coluna cervical. superior.
É possível que ospacientesteúamumalesão [gamentar Nas imagens em AP, observe o alinhamento vertical dos
ilcompleta isolada que resulte em ilstabildade sem ftatura pedículos e a distância entre os pedículos de cada vértebra.
associada e/ou subluxação. Paci€ntes com dor cervical e Fraturas instáveis geralmente causarn o aumento da
radiogúa normal devem ser ava.liados por imagem de distância entre os pedículos. As incidências laterais
ressonância magnética (RM)ouporimagens de raios-X em det€ctâm subluxações, ftaturas porcompressão e fraturas
flexão-extensão. Os raios-X de flexão-extensão da coluna de Chance.
cervical podem detectaÍ instabilidade oculta ou determinar A tomografia computadorizada é particularmente
a estabildade de uma frauracoúecida. Quando o paciente útil pâra detectar fraturas dos elementos posteriores
tiver que ser transferido, a pesquisa radiográfica da coluna (pedículos,lâmina e processos espinhososl e determinar
pode ser adiada para a o serviço que receberá o paciente, o grau de comprometimento do canal causado por
enquanto se mantém a imobilização da coluna vertebra.l. fraturas por explosão. As reconstruções sagitais e
Em nenhuma circunstância, os médicos deverão forçar coronais das imagens axiais devem ser realizadas.
o pescoço do paciente a uma posição que provoca dor. Assim como na coluna cervical, uma série completa
Todos os movimentos devem ser voluntários. Obtenha de radiogrúas de alta qualidade deve ser deüdamente
essas radiogrúas sob a supervisão direta e conEole de um interpÍetadâ e descaÍtâdas lesôes por um médico qualiÍicado,
médico experiente em sua interpretação. antes que as precauçôes de movimentação da coluna sejam
Em alguns pacientes com lesão significativa nos tecidos retiradas. No entanto, deüdo à possibilidade de úlceras
moles, o espasmo muscular para vertebral pode limitar por pressão, não espere â interpretaçáo radiográflca final
severamente o grau de flexão e extensão que o paciente antes de retirar o paciente da prancha ígida.
permite. A ressonância magnética pode ser a ferramenta
mais sensível para identiÍicar lesôes nos tecidos moles
se realizada dentro de 72 horas após alesão. No entanto,
ARMADILHA PREVENCÀO
os dados relativos à correlaçào da instabilidade da
Uma ava[iacão secundária Íenha cêrtezá de
coluna cervical com achados de MRI positiva àinda sáo
inadequadâ resulta nâ reàlizar uma avatiaçào
insuÍicientes.
fatha em reconhecer neuroLógica detathadê
Aproximadamente 10ol" dos pacientes com fratura uma tesáo meduLar. durante â avâUaçâo
cervical têm uma segundaftatura de colunavertebral não particuLârmente as secundária ou àpós o
contígua. Este fato iustifica uma varredura radiológica incompLetas. trâtamento das Lesôes
completa da coluna vertebral em pacientes com fratura ameaçadoras da vidâ
cervical.
Na presença de déficits neurológicos, recomenda-se a Há dificutdade em âval.iar Para estes pãcrentes
RM para detectar qualquer lesão compressiva de tecido à presençà de Lesào faca àva(iacões
mole que nãopossa serdetectadanas radiografias simples meduLar êm pâcientês detathadàs repetidàs
ou MDCT, como um hematoma epidural ou hérnia de com rebaixamento do âpós o tratâmênto das
disco traumática. A RM também pode detectar contusôes nível de consciência e Lêsões âmeaçâdoras dà
aqueLes que dão entrada vidê
ou rupturas da medula espinhal, lesões de partes moles
em êstado de choque.
e de ligamentos paravertebrais. No entanto, a RM nào é
üável em pacientes com instabilidade hemodinâmica.
Esses estudos especializados devem ser realizados a
critério de um especialista em cirurgia da coluna.
r euAoRo 7-, apresenta noÍrnas para a avaliaçáo de CONDUTA GERAL
pacientes traumatizados com suspeita de lesào na coluna
vertebral.
O tratamento básico das lesóes de coluna e medula
COLUNA TORÁCICA E LOMBAR espinhal inclui imobilização, reposição volêmica,
medicações e transferência, se indicado. {VerApêndice
As indicações para a radiograÍia da coluna torácica e G: Estoção Prática D Défrce Neurológico.)
lombar sáo essencialmente as mesmas para a coluna
cervical. Onde disponÍvel, a varredura por MDCT da rMoBtLtzAçÃo DA coLUNA VERTEBRAL
coluna torácica e lombar deve ser usada como o exame
de escolha. As imagens de reconstruções da MDCT do Os profissionais do atendimento pré-hospitalar
tórax/abdome/pelve podem ser usadas. Se o MDCT não costumam imobilizar o paciente antes de transportá-lo
estiver disponível, obtenha imagens radiográÍicas AP e para o Serviço de emergência. Sempre que se suspeite de
142 CAPÍTULO 7 r Trauma Vertebromedular
OUADRO 7-I NORMAS PARA A TRIAGEM DE PACIENTES COM SUSPEITA DE LESÔES NA COLUNA
Os pacientes traumâtizâdos podem ter lesôes mêduLârês nào Em crianças, a compLementâçâo com TC é opcionãt. Se
reconhecidas. certifiquê-se de restriflSir a movimentâçáo dâ toda à coLuna cervicàL pode seí visuâ[izada e encontra-se
co[una vertebrâ[ até que possam ser submetidos a exames normal, o cotar pode ser removido âpós â avàliação
ctínicos e de imagem âpropriados. ôpropriadâ por um médico habiLidoso no exame ê
tratamento de pacientes com LesÔes na coluna vertebraL.
SUSPEITAS DE LESõES DE COLUNA CERVICAL Libera. a coiunâ cervical é pârticuLa.mente rmportante
em pacientes que necessitâm de cuidados putmonaÍes ou
l. Apresença de pârâpGgia ou têtraptegiê é evidênciâ de abordâgens diversas que seriam comprometidâs pela
paesunti\rà de instâbitidade de cotunâ
incapacidadê de mobítizâr o paciente
2. Use furramentas de tomâda de decisão clínicas valrdadas,
5. Na dúvidà. mantenhâ o coLâr adequâdêmente
como â Canadian C-Spine RuLe (CCR)e NEXUS para ajudâr a posicionado.
determinar â necessidade de avaÜôcão rad@grá6cô e clinica
dâ coÚnâ cêrvical É extremamente imp.ováveLquê os
pacaêntês que estejam âcordados, aLertas, consoentes, exame SUSPEITA DE LESÃO DA COLUNA
neuroLógico normal" sêm dor cervical" ausêocaa de dor na TORACOLOHBAR
Linhâ média e sêm LesÕes dastrativas apresêntem fratura ou
instabitidade da coLuna cervicaL. Com o pâciente em posição L A presença de parâpLeSia ou perda de sênsibitidâde
supiôâ, rêmo\.â o cdsr cervjcàl ê patpe a coluna vertebral no tórax ou ôo àbdorne é evidência prêsuntavà de
Se náo howerdor significâtiva, pêca ao pâciente que movê instábiLidâde da cotuna.
voLuntariamente seu pêscoço dê um {,ado para o outro, fLexionê
2. Os pacientês que estão neurolosicamente ôormâis,
e estenda o pe{oço dete tluncâ foÍce o pescoço do pacienê.
àcordados, aLertàs e consciêntes, sem mecanismo de
Se nâo hower dot as râdio8rafias da coLunô cervicaL não sâo
trauma significativo e sem dor ou sensibiLjdade na Linhã
necessáriâs eo cotârpode serremovjdo com segurança
média postêrior na reSiào toracoLombar, provavetmente
3. Pacientes com dor no pescoço ou sensibiLidade nâ Linhô não apresentarão Lesáo instáveL. RadaoSraf ias
média requêrem pêsquisa ràdiográficê. Cabe ao médico toracoLombãÍes podem náo ser necessárias
excluir uma Lesào na coluna vertebral. Ouando a tomogÍafiâ
3. Os pacientes com dor ou sensibiLidade na patpaçào
estjver dÍsponÍvel, todos esses pacientes devem fazer MDCT
da coLuna, défic,ts neuroLógicos, nível de conscaênciâ
do occipítâL a Tlcom reconstruções sagitaL e coronal.
atterado ou mecanismo signrficâtivo de trêuma devem
Ouando a tomogaafia náo estiver disponível, os pacientes
ser submetidos à triâgem com MDCT. Se o MDCT nào
devem sêr submetidos a êxames de radiografaas da coluna
estiver disponívet, ôbtenhà radiografiàs AP e Laterâis de
cervcôL nas incidênciâs laterais. AP e tÊnsoraI para avatiâr
toda a cotunà torácica e [omban Todãs as imâgens devem
o odontoide. As árêas suspeitês ou inàdequadamente
ser de boâ quâLadade ê interprêtadas como normais
visuatizadas nas rêdiografias requerem l.íDCT. As imagens
por um médico quâtificado antes quê se removam ôs
radiog.áficas dê coLunâ cervical devem ser avàUâdas para:
imobiLizaçôês e proteçôes da coluna.
. Deformidadê ósseafratura dos processos ou coÍpo
4. ConsuLtar um médico experiente na avaLiaçáo e
vertebraL
. tratamento dâs Lesôes de coLuna, em todos os pacientes
DesaLinhamênto poste.ror do corpo vertebraL
quê se suspeite ou se detecte lêsáo de cotuna.
(invadindo à parte anterior do cânal vertebrâL)
. Aumento dà distância entre os processos espinhosos 5 Avâtiê rapidâmente pàcaentes com ou sem déficits
. Est.eitamento do cânaL vê.tebraL neuíoLógicos (por exempto, tetraptê8ia ou pârapLegia) e
. Aumento do espãço das pàrtes moLes pré-vertebrais remova-os dâ prancha rígada o mais íápido possíveL. Um
paciente que é deixado êm uma prancha rÍElda por mais
Se essâsaâdiogrâfias forem normâis, o colâr cêrvical pode
de 2 horas corre âtto risco dê úLceras poÍ pressão.
ser removido para obtêr imaSens em flerão e exteôsáo.
Um médico quaLificado podê obtêí íôdiogrôfiâs laterôis de 6. Pôcientes trêumatizâdos que necessitem de cirurgia
cotuna cervicâL com o paciente ftexionando e êstendendo de emer8ência àntes da avatiâção compteta dâ cotuna,
votuntariamêntê o pêscoço. Se â5 imaSens nào mostram devem ser cuidadosamente transportados. assumando
subluxacão, a coluna cêrvica[ do paciente pode ser que uma lesão instável na coLunâ está presente. O
considerada sem Lesâo e o colár retiíâdo. No entanto, se coLâr cervicaL deve ser mantído e utiLizê a técn,ca
atgumas dessas imagens forem suspeitas ou duvidosas, de roLamento em b[oco quando forem €otocados e
reapLaque o colár e consúttê um especiâListá em cotuna. retirados dô mesa de cirurgrâ. Não delxê o paciente sobre
umâ pranchâ .ígidá durânte a ciruBla. Aequipe cirúr8ica
4. Os pacientes que têm um nível de consciência âLterado
devê ter um cuidado especiêl em proteger o pescoço o
ou que Sejam iôcapazes de descrever seus sintomàs
máximo possíveL durante ê cirurgia. O anestesista deve
necessitam de imagens. ldeâtmente. obtenha MDCT do
ser informâdo sobre o estado da avatràcáo.
occipital a Tl com cortes axlars e reconstruções sagitat e
co.onàis- Ouando estâ tecnotogia nâo êstiver disponíveL,
as radio8rêfias em Latera[, AP ê transoraI para âvaLiâção
do odontoide com coínptementação de TC nas áreas
suspeitas ou maL vjsuatizadas 9ào suficrentes
CONDUTA GERAL I43
lesão de coluna, o paciente deve ser imobilizado desde conforto, como movimento da colunavertebral restrito.
acima até abaixo do local suspeito, até que alesáo tenha Da mesma forma, um colar cervical pode não encaixar
sido excluída. Isto é realizado simplesmente colocando empacientes obesos, então use imobilizadores de cabeça
o paciente em decúbito dorsal sem girar ou dobrar a e ataduras para imobilüâr o pescoço. O preenchimento
coluna vertebral, em uma superfície firme com um colar complementaré muitasvezes necessário. As tentativas de
cervical rígido e de tamanho apropriado. Lembre-se alinhar a coluna venebral para a imobilização em prancha
de manter a imobilização da coluna vertebral até que longa náo sáo recomendadas se elas causarem dor.
uma lesão seja excluída. Ocasionalmente, pacientes Um colar semirrígido não garante a restrição completa
chegam no ED sem colar cervical, situações essas em do movimento da coluna cervical. A complementação
que o médico deve seguir as diretrizes para tomada com tirantes e imobilizadores laterais de cabeça fixos à
de decisão para determinar a necessidade de imagem prancha longa é mais eÍicaz. Em alguns casos, o uso de
de coluna cervical e colocação de colar cervical rígido. pranchas rígidas é recomendado para a retirada rápida
Os médicos não devem tentar reduziruma deformidade no resgate do paciente (Ver EMS Spinol Precautions
óbvia. As crianças podem ter torcicolo e os pacientes ond the use ofthe Long Backboard: Position Statement
idosos podem ter uma doença degenerativa severa da by the Notionol Associotíon of EMS Physicions ond
coluna vertebrãI que faz com que eles tenham uma Amerícan College ofSurgeons Committee on Trauma).
deformidade cifótica não-traumática na coluna vertebra.l. A manobra do rolamento é realizada para avaliar
Esses pacientes devem ser deixados em uma posição de a coluna e remover a prancha longa, Iimitando a
I, I ( t
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*-. )-
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I FIGURA 7-10 Rolamento em Bloco (om Quâtro Pêssoas. Pelo mênos quatro pessoas são ne(essárias paÍâ o rolamênto do pâciente e
remoçâo da pran(ha ríqida e/ou exame do doíso. A. UÍrê persoê seguía a (abeça para o controlê dâ (olunâ cervi(al e outrâs duat Íi(âm
ao lado do paci€nte para <ontrolar o corpo e às ertremidàdes. B. À medida que o paciente é rolado, três pessoas mantêm o alinhamento
dà coluna cervi(ai enquâ11to C. a quarta pessoa remove a prancha e examina o dorso. D. Uma vez que a pran(ha é íemovida, três pessoês
recolocam o paciente em posição suplna enquanto mantêm o alinhamento da co una.
144 CAPÍTULO 7 r Trauma VertebromeduLar
Os pacientes com fÍaturas de coluna ou déficits 3. Documentar o histórico e exame fÍsico do paciente
neurológicos devem ser transferidos para um centro para estabeleceÍ uma base, parâmetro inicial
capaz de realizar o tratamento deÍinitivo (Ver Capítulo para qualquer altêração no estado neurológico
p: Transferência paro o Tratomento D€nnitivo € Critérios do paciente.
para Transferência Interhospitalar no oplicativo móvel
MyATLS.) O procedimento mais seguro consiste em 4. Obtenha imagens, quando indicado, assim que as
transferiÍ o pâciente depois do contato com o Iíder lesóes que ameaçam a vida sejam estâbillizadas.
da equipe de trauma e/ou o especialista em coluna.
Estabilize o paciente e aplique medidas necessárias para 5. As Iesões da medula espinhal podem ser completas
a sua imobilização, tais como talas, pranchas rígidas ou incompletas e podem envolver qualquer nível
e/ou colar semirrígido. Lembre-se de que as lesões da medula espinhal.
de coluna cervical acima de C6 podem resultar em
perda parcial ou total da funçào respiratória. Se existir 6. Quando necessário, transfira pacientes com
qualquer dúvida a respeito da eficiência da ventilaçâo, fraturas vertebrais ou Iesôes da medula espinhal
o paciente deve ser intubado antes de seÍ transferido. para um serviço capaz de fornecer cuidados
Demora desnecessária deve ser evitada. definitivos com segurança e o mais rápido possÍvel.
BIBLIOGRAFIA 145
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OBJETIVOS
Após a Leitur. deste câpítulio e a compíeensão dos tópicos de 4. Descrever os elementos chave da avatiação
aprendlzado do cu6o AÍLs, você estará apto a: secundária em doentês com trâuma
l. ExpLicar a lmpoÉiincia das tesões
muscutoesquetético, incüuindo histó.ia e exame
muscutoesqueléticas em doentes com múttipt-as fÍsico.
lesôes. 5. Descrever os princípios da avatiação iniclâ[ de
lesões que comprometem os membros.
2. Descrever as prioridades no atendimento
e reanimaçâo dos doentes com lesóes de 6. Explicar os princípios do atendimento inlciat
extremidades, distingulndo rapidamêntê [esÕes de doêntes com contusões, lâceraçóês. tesões
potencialmente fatais daquel2s menos ur8entes. artlcutares e [ltamentares, e fraturas.
3. ldentificar as medidas auxiliares necessárias no 7. Descrever os princípios da imobitização âdequada
t.atamento imediato de hemorragla potenciatmente de doentes com lesões musculoesquetéticas.
fatal causada por lesões de extremidades.
t49
l5O CAPÍTULO S t TTauma Musculoesquelét co
apresentam risco particular de hemorragia com risco o horário da aplicação do torniquete foi documentado-
à vida e podem requerer a aplicação de um torniquete. Nesses casos, é essencial uma avaliação imediata de
um cirurgião, devendo-se levar em consideração a
Avatiação transferência precoce ao centro de trauma.
Se o tempo para intervenção cirúrgica for superior a 1
Avalie todas as extremidades lesadas quanto à presença hora, uma única tentâtiva de desinsulflar o torniquete
de hemorragia âparente, perda de pulso palpável e pode ser considerada em um doente estável. Os riscos
mudanças na qualidade do pulso, alterações no Doppler do uso do torniquete aumentam com ô tempo; se o
e índicetornozelo/braquial. O índice tornozelo,6raquial torniquete precisar ser mantido no local por um tempo
é determinado mensurando-se o valor da pressão arterial prolongado para salvar a vida, a escolha da vida em
sistólica no tornozelo do membro inferior Iesionado e detrimento do membro deve ser feita.
diúdindo-se pela pressão aÍerial sistólica do membro OusodaarteÍiogrúaeoutrasfeIramentasdiagnósticas
superior não lesionado. Uma extremidade fria, pálida e é indicado apenas em doentes reanimâdos que não
sempulso indica a interrupção do suprimento sanguíneo possuam anormalidades hemodinâmicas; outros doentes
arterial. Um hematoma em rápida expansão sugere lesâo com Iesões vasculares evidentes requerem cirurgia
vascular signiÍicativa. imediata. Se houver suspeita ou confirmação de uma
lesão arterial grave, consulte imediatamente um cirurgião
Tratamênto especialista em trauma vascular e de extremidades.
A aplicação de clamp vascular em ferimentos abeÍos
Uma abordagem gradual para controlar a hemorragia com hemorragia ativa enquanto o doente está no
começa com a pressâo manual direta sobre o ferimento departamento de emergência não é recomendada,
(bleedingcontrol.org fornece treinamento pâra Ieigos em a menos que um vaso superficial seia claramente
controle de hemorragias). Um curativo compressivo é identiÍicado. Se houver uma fratura associada a um
então aplicado, uülizando-se umapilha de gaze mantidano ferimento aberto com hemorragia, realinhe e imobilize
Iocal poruma bandagem elástica para concentrara pressáo a fratura enquanto uma segunda pessoa aplica pressão
sobre a ferida. Se a hemorragia persistir, aplique pressão direta sobre oferimento. Se possível, asluxações devem
direta na artéria proximal à lesão. Caso a hemorragia ser reduzidas; se náo for possível reduzir a luxação, uma
continue,considereaaplicaçãodeumtomiquetemanual intewenção ortopédica de emergência deve sersolicitada.
(como um dispositivo de molinete) ou um torniquete A amputaçâo, uma forma grave de fratura exposta que
pneumático aplicado diretamente sobre a pele {r 66xçrq 8-2 I . resulta na perda de umaextremidade, é um evento traumático
Aperte o torniquete até que a hemorragia pare. Um paÍa o doente, tanto física como emocionaknente- Doentes
torniquete ãplicado corretamente deve ocluir o fluxo com amputação traumática podem se beneficiar do uso
arterial, pois a oclusão apenas do sistema venoso pode do torniquete. É necessária uma avaliação e intervenção
aumentara hemorragia e resultar em edema e cianose da de um cirurgiào. Certas mutilaçóes de extremidades com
extremidade. Um tomiquete pneumático pode exigiruma isquemia prolongada, lesão nervosa e danos musculares
pressâo superior a 250 mmHg nos membros superiores podem requerer uma amputaçâo. A arnputação pode salvar
e 400 mmHg nas extremidades inferiores. Assegure que aüda de um doente com anormalidades hemodinâmicas
decorrentes de lesão de extremidade.
Embora o potencial para reimplante deva ser
considerado nos membros superiores, deve-se levar em
{ consideração as outras lesões do doente.Um do€nte com
mütiplas Iesôes que necessita de reanimâçâo agressiva
e/ou cirurgia de emergência da extremidade ou ouEas
a Iesôes não éum candidato para reimplante. O reimplante
geralmente é realizado em doentes comlesão isoladade
§
.t extremidade. Para o tratamento e tomada de decisão,
- transporte os pacientes vítimâs de amputação traumáticâ
de extremidade superior para uma equipe cirúrgica
Doentes que apresentam fratura de fêmur bilateral lniciar infusão precoce e agressiva de fluidos intravenosos
possuem um risco significativamente maior de durantê â reanimação é fundamental para proteger
complicações e morte. Essas fraturas indicam que o os rins e prevenir a insuficiência renal em doentes
paciente foi submetido a uma força significativa e com rabdomiólise. A insuficiência renal induzida
devem alertar aos médicos sobre a possibilidade de pela mioglobina pode ser prevenida com a expansão
lesões associadas. Comparados com pacientes com fluídica intravascular, alcalinização da urinâ através
fratura de fêmur unilateral. esses doentes apresentam da administração de bicarbonato e diurese osmótica.
maior risco de perda sanguínea significatÍva, Iesôes
associadas graves, complicaçôes pulmonares, falência
múltipla de órgãos e morte. Esses doentes devem MEDIDAS AUXILIARES A
ser avaliados e tratados da mesma forma do que
aqueles com fratura de fêmur unilateral. Considere a
AVALIACÀO PRIMÁRIA
transferência precoce para um centro de trauma.
As medidas âuxiliares à avaliação primária de doentes
portadores de trauma musculoesquelético incluem
ARMADILHA PREVENCÀO
imobilização de fraturâs e estudos radiográficos,
quando a fratura é suspeita como sendo a causa do
Demora na Transf,ra doentes com
choque.
transferência parà um lesào vascu[êr e fratura
centro dê trauma concomrtantê para um
centro de trâuma coÍn
rMoBrLrzAçÃo DE FRATURAS
capacidade cirúr8ica
vascuLar e ortopédica O objetivo inicial da imobilização de fraturas é realinhar
Fratura brlaterà[ de fêmur a extremidade Iesionada o mais próximo possível da
resuLtâ em um significàtrvo posição anatômica e prevenir o excesso de movimento
âumento no risco de no local da fratura. Isso é feito aplicando-se uma tração
complicôçôes e mortel para realinhar a extremidade e mantendo a tração
esses doentes se bêneficiàm com um dispositivo de imobilizaçâo (r 6t6gpa s-31.
da transferência precoce A aplicação adequada da tração auxilia no controle
pàrâ um centro de trauma.
da hemorragia, reduz a dor e previne posterior
comprometimento neurovascular e de partes moles.
Se uma fratura exposta estiver presente, não alinhe o
SíNDROME DE CRUsH osso exposto para dentro do ferimento, pois as fraturas
Avatiacão
ri
A mioglobina produz urina de coloração âmbar escura §
positiva para hemoglobina. O exame de mioglobinapode
ser solicitado para confirmar sua presença. Urina de A B
coloraçâo âmbar na presença de creatinoquinase sérica
I FIGURA 8-3 O obiêtivo inicial da imobilizaçâo dê Íratuíà5 é
de 10.000 U/L ou mais é indicativo de rabdomiólise realinhar a extremidade lêgionada para o mâi5 próximo possívelda
quando os níveis de mioglobina na urina não estào pori(ãoãnalômi@ ê prevenií moviÍhentasão no lo(alda lrâtura. A.
disponíveis. A rabdomiólise pode levar à acidose Enaurtamenio e rotaçào externa dà pernê diíe tà em de<oíência
metabólica, hipercalemia, hipocalcemia e coagulação noteÍ(o médio doíêmurB. Aplicaçáo detraçãocom
de fràtura
intravascular disseminada. e(ãbi zação da perna em poslção anatôm cà norrnal.
AVALIACÀOSECUNDÁRIA I53
tl\
; l-
do doente.
EXAME FÍSICO
TABELA E-r DEFORMAçoES EM
Para um exame completo, o doente deveser LUXACÔES ARTIC U LAR ES MAIS COM U NS
completamente despido, tomando-se cuidado para
eütar a hipotermia. As Iesôes evidentes de extremidades ARTICU-
geralmente sáo imobilizadas antes que o doente chegue LAçÂO DIRECÂO DEFORMIDADE
ao departamento de emergência. A avaliação das
extremidades do doente traumatizado tem três objetivos; Ombro Assume umà forma
retangutâr
Avatiação da C ircu[ação \
! FIGURA 8-5 Pôlidez cutâneâ ê55ociada com íratura e luxàção irá
levâí rapidamente à ne(rose de pàrtes moles. o propós to da Íápida
Palpe os pulsos distais de cada extremidade e avalie o rêdução da lesão é prevenir â necrose por pressão das pôrtes moles
têmpo de reenchimento capilar dos dedos. Quando a dà Íêgião lêteral do tornozelo.
hipotensão diÍiculta a paipação do pulso, pode-se utilizar
um Doppler para detectar o fluxo sanguÍneo de uma Caso haja demora naobtenção dos estudos radiográÍicos,
extremidade. O sinal do Doppler deve ser trifásico para deve-se realizar redução ou realinhamento imediatos
assegurar que não exista qualquerlesão proximal. A perda da extremidade, a fim de restabelecer o suprimento
da sensibiiidade de distribuição "em luva ou meia" pode sanguíneo anerial, bem como reduzir a pressáo sobre
ser um sinal precoce de comprometimento vascular. a pele. O alinhamento pode ser mantido por meio da
Em doentes hemodinamicamênte normais, discrepâncias utilização de técnicas de imobilizaçáo adequadas.
entre pulsos, pele fria, palidez, paÍestesia e até mesmo
anormalidades motoras são sinais sugestivos de Iesào
arterial. Ferimentos abertos e ftaturas nas proximidades LESÔES OUE COLOCAM O
dê artérias podem ser indícios da presença de lesão arteria.l.
A h.rxação de joelho pode reduzir-se espontaneamente e
MEMBRO EM RISCO
pode apresentar-se sem nenhuma anormüdade exema
grosseira ou alteraçôes radiográÍicas até que o exame fÍsico Lesões de extremidade que podem comprometer o
da articulação seja realizado e a irxta.büdade seia detectada membro incluem fraturas expostas e lesões articulares,
clinicamente. Um índice tomozelo-braquialmenor do que lesôes vasculares, síndrome compartimental e Iesões
o,9 indica a presença de fluxo arterial anorma.l secundário neurológicas secundárias à fratura ou luxaçâo.
à lesão ou doença vascular periférica. Hematomas em
expansão e hemorragias pulsáteis provenientes de um FRÂTURAS E LESõES ARTICULARES EXPOSTAS
ferimento aberto também são indicativos de lesáo arterial.
As ftaturas e Iesões articulares expostas representâm
Estudo Radiotráfico uma comunicação entre o ambiente externo e o osso ou
articulaçáo (. FlGuRAa+). Para que isso ocorra, o músculo
O exame clínico de doêntes com Iesôes e a pele devem estaÍ lesionados e o grau de Iesâo das
musculoesqueléticas geralmente sugerem a necessidade pârtes moles é pÍoporcional à energia aplicada. Essa lesão,
de estudos radiográficos. Sensibilidade associada a iuntamente com a contaminação bacteriana, torna as
deformidade óssea frequentemente corresponde a fraturas expostas propensas a desenvolver infecçôes,
uma fratura. Se o doente estiver hemodinamicamente problemas de cicatnzaçào e de funçào.
normal, obtenha um estudo radiográfico. Apresença de
coleções líquidas, sensibilidade anormal ou deformidade Aval,iação
nas articulações sugere lesão articular ou luxaçáo que
deve ser estudada por meio de estudos radiográficos. A A presença de uma fratura exposta ou um ferimento
única razão para não se realizar um estudo radiográfico aberto da articulação deve ser imediatamente identiÍicada.
antes de rea.lizar a redução de uma luxaçào ou fratura é O diagnóstico de uma Ítatura expostabaseia-se no exame
a presença de comprometimento vascular ou de ruptura fisico da extremidade que apresenta, necessariamente,
iminente dapele. Essa condição é comumentevista em um ferimento aberto no mesmo segmento do membro
fraturas-luxação do tornozelo (. rteuna e-s). com uma fÍatura. Não se deve explorar a ferida-
LESÔES OUE COLOCAIY O MEI.4BRO EM RISCO 157
r ,
T ARMADILHA PREVENCAO
ijL
,l Fâlhâ em ãdministrar
antibioticoterapia
Reconhêcer a infêcção
como um risco PotenciaL
precoce em doêntês êm doentês portâdores de
com fraturâs expostas
:-'4.'lÍ, fraturas expostas,
Administrêr doses
adêquadas de antibróticos
apropriêdos, de acordo com
o peso, â§sim quê houver
suspeita de frâtu ra exposta.
f fIGURA 8-6 Exemplo de íratura exposta. tratuÍa9 expostat
e luxaçôes são lesôe5 propensas a problêmâ9 como infe(Cào,
diÍi(uldade de ci<atrizaçào e disíunÇão do membro.
LESOES VASCULARES
A documentaçáo dâs feridas abertas inicia-se na fase
pré-hospitalaÍ com adescrição inicial da lesão e qua-lquer Deve-se suspeitar fortemente da presença de lesão
tratamento realizado na cena. Quando há uma ferida vascular sempre que for constatada a existência de
aberta sobre uma articulação ou nas proximidades desta, insuficiência vascular de um membro após um trauma,
deve-se presumir que êssa iesào está em conexão com a seia ele contuso, penetrante, aberto, fechado, por
articulaçáo ou nelapenetra. Apresença de uma lesâo aberta esmagamento ou por torção.
de articulação pode ser identificada utilizando-se a TC.
Se aTC indicar apresença de ar no interior da aniculação Avaliação
na extremidade afetada é um forte indício de uma lesão
aberta. Se aTC não estiverdisponível, considerara infusão O membro pode parecer inicialmente viável, pois muitas
de solução salina ou coÍante na ar|iculação paÍa determinar vezes a extremidade possui alguma circulação colateral
se a caüdade articular se comunica com aferida. Se houver que garante um fluxo sanguÍneo suÍiciente. Uma lesão
suspeita de uma lesão articular aberta, deve-se solicitar vascular parcial faz com que, distalmente à lesão, o
a avaliação de um ortopedista, uma vez que exploraçào membro apresente reduçào da tempeÍatura e que haia
ciúrgica e desbddamento podem ser indicados. alongamento do tempo de enchimento capilar, bem
como diminuição do pulso periférico e alteração do índice
Tratamento tomozelo,õraqulal. Quando eúste a interrupção completa
do fluxo sanguíneo, o segmento distal da extremidade
As decisôes de tratamento devem ser baseadas na torna-se frio e píido e nâo há pulsos palpáveis.
história completa do incidente e avaliação dalesão.Trate
com antibiótico, o mais precocemente possível, todos Trâtamento
os doentes com fratuÍas exposta§. As cefalosporÍnas de
primeirageraçáo sáo necessárias paratodos os doentes A intemrpção do aporte sârguíneo
a lrma extremidade deve
com fraturas expostas {. TABELA 8-2). Uma demora ser reconhecida prontamente e as medidas terapêuticas
maior do que 3 horas pâra iniciar a administração de cabíveis devem ser tomadas em caráter de emergência.
antibióticos aumenta o risco de infecçoes. A revascularização cirúrgica precoce é necessária
Remova toda a contaminação grosseira e partÍculâs para restaurar o fluxo arterial de uma extremidade
de sujeira do ferimento o mais brevemente possÍvel isquêmica. A necrose muscular inicia quando existe
e cubra o ferimento com curativo umedecido estéril. uma interrupção do fluxo arterial por mais de 6 horas.
Aplique imobilização adequada após descrever Os nervos são mais sensíveis àanóxia. Se houverfratura
detalhadamente o ferimento e determinar se existe associada, corrija-a tracionando gentilmente o membro,
algum comprometimento circulatório, neurológico e realinhando-o e mantendo a extremidade imobilizada.
de partes moles. É necessária a pronta avaliação de um Essa manobra geralmente é suficiente para restabelecer
cirurgião. O doente deve ser adequadamente reanimado ofluxo sanguÍneo a umaextremidade isquêmicaquando
e, se possível, estabilizado hemodinamicamente. A existe uma oclusão arterial causada por deformidade ou
seguir, procede-se ao desbridamento cirúrgico das encurtamento do membro emdecorrência de uma frarura.
feridas, à estabilização das frâturas e à confirmaçáo dos
158 CAPíTULO 8 ! Trauma 14uscuLoesquelético
SE ALERGIA A
PENICILINA(NO
CEFATOSPORôIAS DE LUGAR DE alítNoGLtcosÍDEo PIPERACILINA/
PiJr'íEnacBAçÃo CEFALOSPORINAS (COBERTURA GRAIí- ÍAZOBACTAM
(COSETÍURÂGRÁ}1- DE PRIMEIR.A NEGÂTIVA) (COBERTURA DE
POSITIVA GERAçÃOI AMPLO ESPECTRO
FRATURAS GRAM-POSITIVO E
EXPOSTAS CEFAZOUNA CLINDAMICINÂ GENTAMICINA NEGATIVO}
peniciLina, consultar
o departâmento de
doenças infecciosas
ou fâímâcêutico.
Fonte, sch hitt 5K. sêxton DJ. Bàron EL T.êâtmêõt ã^d Prevenion of Osteo myêtitis FoLtow rng Í.auma n Ad! tts U pÍo Datê http //ww. uptodâte . om/
,
contents/t.êatment-ànd-prevêntion-of-ostêoFyetitis-foltowr^8-trâuma-rn-âdults. O.tobêr 29. 2015: O B.ien CL. l'4enon l'4. Jomhà NH. Controvêrsrês in
the management of openfrcctutê.. Open Orthap J 20l,tr8 178-184.
Quando houver Iesão arterial concomitante com uma Portanto, é necessário realizai e documentar a avaliação
luxação, o médico deve se atentarpara reüzarmanobras neurovascularda extremidade antes e após a imobilizaçâo.
de redução suaves. Caso contrárrio, ele deve simplesmente O comprometimento vascularpode ser identificado pela
imobilizar a articulaçào lesionada e consultar um perda ou alteração do pulso distal, mas a dor excessiva
cirurgiâo. Uma angiotomograÍia pode ser realizadâ para após a imobüzaçãô deve ser investigada. Doentes com
avaliar a extremidâde, mas tal procedimento não deve talas também podem ter comprometimento vascular.
retardaro restabelecimento do fluxo arterial e é indicado AÍrouxe imediatamente imobilüadores, talas gessadas
apenas após a avaliação de um cirurgião. e curativos circunferenciais se houver qualquer sinal d€
O potenciai para comprometimento vascular existe comprometimento vasculare então reavalie a circulação.
mesmo quando a extremidade Iesionada é imobilizada.
IESÔES OUE COLOCAM O MEMBRO EI.í RISCO I59
,l t
§
,t
t,1
t \
A B
I tIGURA 8-8 Ías(iôtomiâ para Íratamento da Síndrome Solnpartimental. A. Foto do intraoperatôrio mostrândo fas(iotomià do antebraço
de(orrente de 5indrome de Crush. B. Foto pôs-cirúrglca mostrando umê nc rão mediêl da pêrna pàrà descompressào da síndrome.
OUTRAS LESÕES DOS MEMBROS 16I
l"lediano dlstat Contração com oposição tênar Dedo indicâdor Lesào do puôho
Rad al Extensão do polêgat dos dedos Face dorsàL da máo CoLo drstaL do úmero, Luxação
entre o poLegàr ê do metâcêrpo entre le e 2e dedos ânterior do ombro
Fibu[ar p.ofundo Dorsif lexáo do tornozeLo/hátux Face do.soLrterat do É €írEe Fratura do coLo da fíbuLâ,
o há!.lx e o seSundo dedo síndrome compartimentaL
GLúteo infe.ior É(tensão do quâdril pdo 8üitÊo rnàiií Porcão inferaor da nádega Frâturà dê â.êtábuLo
|62 CAPÍTULO 8 r Trauma l'4uscuLoesqueLétlco
A síndrome de Crush e o desluvamento intemo devem a uma posição próxima à anatômica após a lesào e
ser suspeitados de acordo com o mecanismo de trauma. podem não s€r facilmente identiÍicadas. Em doentes
A síndrome de Crush pode ter inicio súbito e causar com múltiplas lesóes ligamentares de joelho, aluxação
dewascularização e nêcrose muscular. A avulsão de pode estar presente e colocar o membro em risco para
partes mol€s pode desconectar a pele da fáscia profirnda, lesão neurovascular. Geralmente é necessáriaa avaliaçào
permitindo o acúmulo de quantidades significativas de de um cirurgiâo para estabilização da articulação.
sangue na caúdade resultante (p. ex., Iesão de MoreLlava.llée ),
Altemaüvamente, a pele pode ter seu suprimento sanguíneo FRATURAS
interrompido e apresentar necrose após algurs dix. Essa área
pode âpresentaÍ abrasões sobrepostx oulesões de pele que As fraturas são deÍinidas como soluqôes de continuidade
podem ser indícios de uma Iesão muscular grave e potencial do córtex ósseo. Podem estar associadas a mobilidade
parasíndromedeCrush. Essas lesóes de partes moles podem anormal, lesão de partes moles, crepitação óssea e dor.
ser avaliadas melhor quando se tem conhecimento do As fraturas podem ser abertas ou fechadas.
meca-nismo de trauma e palpando-se esped.ficaÍnente a areâ
lesada. Considere obter a ava.liaçào de um cirurgião, pois a AvaLiação
drenagem ou o desbridamento podem ser necessários.
Orisco de tétanoaumenta em ferimentos que ocorreram O exame da extremidade geralmente revela a existência
há mais de 6 horas, apresentam contusões e/ouabrasóes, de dor, edema, deformidade, hiperestesia, crepltaçáo e
apr€sentam profurdidade superior a 1cm, produzidos por mobilídade anormal no local da fratura. A mobilizaçào
projéteis de altavelocidade, causados por queimaduras de do foco da fratura àprocurade crepitaçôes ou mobilidade
calor ou frio, e apresentam contaminaçáo significativa, anormal é dolorosa e pode âumentar a lesão das partes
particularmenteferimentoscomtecidosdesnervadosou moles. Essas manobras raramente são necessárias para
isquêmicos (Ver Imunizaçõo Anrttel,f,nica.] realizar o diagnóstico e não devem ser realizadas de forma
rotineira ou repetida. Reavalie periodicamente o estado
LESõES ARTICULARES E DE LIGAMENTOS neurovascular do membro fraturado, principalmente se
um dispositivo de imobilização estiver sendo utilizado.
Quando a articulação apresentâ uma lesão significativa, Estudos radiográficos em ângulos retos entre si confrmam
porém sem resultar em luxação, geralmente não representâ a história e os achados fuicos d€ fratura {. PGURÂ e9).
um risco para a vitalidade do membro. Entretanto, o Dependendo do estado hemodinâmico do doente, o estudo
diagnóstico e tratamento precoce sáo importantes para radiográfico pode precisar ser adiado âté que o doente esteja
que não haja comprometimento dâ funçáo do membro. estabilizâdo. Os estudos radiográficos do provável foco de
ô,'atura devem incluir as articulaçÕes proximais e distais, a fim
Aval"iacão de descartar luxaçôes ocultâs e oub:às lesões concomitantes.
A Ímobilização deve incluir as articulaçôes acimâ e Imobilize as frâturas de tíbia para diminuir a dor e
abaixo da fratura. Após a imobilização, os estados lesões de partes moles subsequentes e reduzir o risco
neurológico e vascular do membro devem ser de sÍndrome cômpartimental. Caso prontamente
reavaliados. É necessária a avaliação de um cirurgião disponíveis, podem ser utilizados aparelhos gessados,
caso se planeje qualquer tratamento posterior. para imobiiizaraperna, o joelho e o tornozelo.
FRATURAS DE TORNOZELO
PRINCIPIOS DA IMOBILIZACAO
As fraturas de tornozelo podem ser imobilizadas com
talas acolchoadas a fim de diminuir a dor e evitar a
A menos que esteiam associadas a Iesões que ponham pressão sobre proeminências ósseas (. FTGURA B-10).
em risco a vida do doente, as l€sões de extÍemidades
podem ser imobilizadâs durante a avaliação secundária.
ARMAD IL HA PREVE N CAO
Entretanto, essas lesôes devem ser imobilizadas
antes que o doente seia transportado. Avalie o estado
Apticaçào de tração Evite o uso de traçào em
neurovascular do membro antes e após imobilização
em uma êxtrernrdâdê ertrêmidades com fratuíôs
ou realinhamento da fratura.
com fratura de tíbra/ de fêmur e tíbra/fibuLa
fíbuLa associada pode combinadas.
FRATURAS DO FÊMUR
resuttar êm lesáo Utitize umâ imobiLizaçào
posterior longa com
As fraturas de fêmur podem ser imobilizadas àssociaçào de tata gessadâ na
temporariamente com talas de traçáo (ver r rtcuaa a-:;
êxtrêmidâde inferior
ver tambémvídeo Imobilização comTraçõo no aplicotivo
móvel MyATLS). A força de tração exercida pelo
dispositivo é aplicada distalmente, no nível do tornozelo
ou na superfície da pele. Na sua porçào proximal, a tala LEsõEs DE EXTREMIDADE SUPERIOR E MÃO
é empurrada contra a coxa e o quadril por meio de um
anel que se apoia nas nádegas, no perÍneo e na viriiha. A mão pode ser temporariamente imobilizada em
Uma tração excessiva pode provocar lesão da pele do posição anatômica e funcional, com o punho em Iigeira
pé, do tornozelo ou do períneo. Devido ao risco de flexáo dorsal e dedos gentilmente fletidôs em 45 graus
comprometimento neurovascular após a aplicação da no nível das articulações metacarpofalangeanas.
tala de traçâo, deve-se realizar a avaliação dos estados Essa posição geralmente pode ser obtida por meio da
neurológico e vascular do membro antes e após a suâ imobilizaçâo da mào sobre um rolo grande de gaze,
aplicação. Não aplique a tala de tração em doentes que utilizando-se uma pequena tala de antebraço.
apresentam fratura de tíbia ipsilateral. As fÍaturâs de O antebraço e o punho são imobilizados estendidos
quadrilpodem ser imobilizadas de maneira semelhante sobre talas acolchoadas. O cotovelo é imobilizado em
com um dispositivo de traçáo, mas é mais conveniente posição fletida, utilizando-se talas acolchoadas ou
que sejam imobilizadas por meio de trâção na pele ou imobilizando-o contra o corpo por meio de uma tipoia.
em uma bota de tração feita de espuma, posicionando O braço costuma ser imobilizado apoiado contra o
o joelho em ligeira flexão. Uma forma simples de corpo ou utilizando-se tipoia ou faixas que podem ser
imobilizar um membro inferior é enfaixando-o junto aplÍcadas como uma bandagem toracoabdominal. As
ao membro contralateral. lesões do ombro sáo tratadas com tipoia e faüas ou por
um curativo feito à moda de Velpeau.
LESôES DE JOELHO
Êr
r- I
ns /I
A B
! FIGURA t-ro lmobilizasâo de frâtura de Íornozelo. Observê o uso exten!ivo do aparê ho 9e9sãdo e tala gê9sadâ posterior. A. Tala 9êssada
potterior Íixadê no local (om bãndagem elastica. B. Aparelho gesrãdo completo.
articulaÍ ou fratura. Os doentes que não âparentâm t€r TABELA 8-5 LESOES MUSCULOESOUELETICAS:
dor e desconforto signiÍicativos na presença de uma COMUMENTE DESPERCEBIDAS OU LESõES ASSOCIADAS
grande fratura podem ter outras Iesões âssociadas as
quais interferem na percepção sensorial (p. ex., lesâo LF,!§Ào assoclaDA/
intracraniana ou medular) ou estar sob a influência de LESAO NÂO IDENTIFICADA
álcool e/ou drogas.
O al.ívio efetivo da dor requer a administração de Fratura dê clavícu[à Lêsào torácrca gràve,
associadas a uma segunda lesão que náo é aparente Fratura do platô tibiaI
de imediato ou pode até mesmo passar despercebida
(. ÍaBElâ &5). 70% de incrdência de lesões
.
' secundária. A história completa do trauma e
um exame físico minucioso, incluindo despir
Lesões musculoesqueléticas, em especial fraturas
completamente o doente, são fundamentais para
expostas, ftequentemente possuem aparência
identlfi car lesões musculoesqueléticas.
dramática e podem distrair os membros da
equipe de condutas de reanimação prioritárias. O 4 E essencial reconhecer e tratar as lesÕes arteriais, a
líder da equipe deve asseguÍar que os membros síndrome compartimental, ft aturas expostas, Iêsôes
priorizem as Iesõ€s que causam risco à úda. por esmagamento e luxaçôes em tempo adequado.
166 CAPÍTULO 8 r Trauma lYusculoesqueLétlco
5. O conhecimento do mecanismo de lesão e a história 10. Kobbe P, Micansky F, Lichte P, et al. Increased
do evento podem guiar os médicos na busca de morbidity and mortality after bilateral femoral
lesões potenciais associadas- shaft fractures: myth or reality in the era of
damage control? Injury 2 013 Fe b;4 4 (2):221.-225.
6- A imobilizaçâo precoce de fraturas e luxaçôes 11. Konda SR, Davidovich RI, Egol KA. Computed
podem prevenir complicações e sequelas tardias. tomography scanto detecttÍaumatic arthrotomies
Uma avaliação neurovascular minuciosa deve ser and identilr periarticular wounds not requiring
realizada antes e após a aplicação de imobilização surgical intervention: an improvement over the
ou dispositivos de tração. saline load test.,l Tr ouma 2073:27l9J:498-504.
12. Kostler W, Strohm PC, Sudkamp NP. Acute
Agradecimento especial o Julie Gebhart, PA-C, Lead compaÍtment syndrome of the limb. Inlury
Orthopedic Physicion Assistant, e Renn Crichlow, MD, 20 0 4 :r221-t227.
;35 112)
Orthopedic Trcuma Surgeon, Ortholndy e St. Vincent 13. Lakstein D, Blumenfeld A, Sokolov T, et al.
Trouma Center,por toda ajuda e colaboraçdo neste projeto, Tourniquets for hemorrhage control on the
assim como fornecendo gronde parte das fotos usodos battleÍield: a 4-year accumulated experience..l
neste cap[tulo. Traumc 2003;54(5 Suppl):S221-S225.
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o tESÕES TÉRMICAS
OBJETIVOS
t69
I7O CAPÍTULO 9 t LesÕes TérmiCaS
I esões térmicas sáo umà das principais causas INTERROMPER O PROCESSO DE OUEIMADURA
I de morbidade e mortalidade, mas a aciesáo aos
Lpr,n.,pro, Dasrcos da reantmaçâo oo tlaumà Remover completamente toda roupa do doente para
inicial e a oportuna aplicaçâo de medidas simples de interromper o processo de queimadura; no entanto a
emergência pode ajudar a minimizar seu impacto. roupa aderida à pele não deve ser arrancada. Tecidos
Os maiores princípios da abordagem da Iesào sintéticos podem irúlamar e queimar rapidamente em a.ltas
térmica incluem manter um alto Índice de suspeita temperaturas derretem formando resíduos aquecidos
e
da presença de comprometimento da via aérea após que continuam a queÍmar o doente. Ao mesmo tempo,
inalação de fumaçae o consequente edema causadopela tome cuidado para eútar a hipotermia. Reconhecer que as
queimadura; identificar e abordar as Iesões mecânicas tentativas realizadas no local do atendimento para apagar
associadas; manter a normalidade hemodinâmica com o fogo (por exemplo, "Parar, molhar e rolar"), embora
reposição de volume; controlar atemperatura;e remover necessário, pode levar a contaminação da queimadura
o doente do ambiente hostil. Os médicos também devem com resíduos ou água contaminada.
tomar medidas para prevenir e tratar as potenciais Tenha cuidado ao remover qualquer roupa que esteja
complicações específi cas causadas pelas queimaduras. contaminada porprodutos químicos. Escove qualquer pó
Por exemplo, rabdomiólise e aritmias cardíacas, que químico seco da ferida. Os cuidadores também podem
podem estar associadas com queimaduras elétricas; ser feridos e devemevitaro contato düeto com o produto
desenvolvimento de síndrome compartimental abdominal químico. Depois de retirar o pó, descontamine as áreas
e de extremidades, que podem ocorrer após excessÍvas de queimadura enxaguando com irrigação abundante
reposições volêmicas decorrentes da queimadura; e ocultar com soluçáo salina mornaou Iavagemembanho quente,
Iesôes oculares devido a fogo ou explosôes. quando as instalaçóes estão disponíveis e o doente é
A diferença mais signiÍicativa entre queimâdurâs e capaz de ajudar.
outras lesôes é que as consequências das queimaduras Uma vez que o processo de queimadura foi
estáo diretamente relacionadas com a extensáo da interrompido, cubra o doente com lençol quente,limpo
resposta inflamatória para a Iesão. Quanto maior e mais e seco pâra prevenir a hipotermia.
profunda a queimadura, pior a inflamaçào. Dependendo
da causa, a energia transferida e o edema resultante PROVIDENCIAR CONTROLE DA VIA AÉREA
podem não ser evidentes imediatamente; por exemplo,
lesão causada por fogo é mais rapidamente evidente do A via aéreapode ficar obstruÍda náo só da Iesão direta (por
que os ferimentos causados por substâncias quÍmicas exemplo, lesão por inalação), mas também pelo edema
um fator importante no tratâmento das lesóes maciço resultante da Iesão causada pela queimadura.
-causadas por queimadura. Monitorar de perto os acessos Edemanormalmente nãoestápresente imediatamente,
intravenosos pâra garantir que eles não se percampelo e sinais de obstrução podem inicialmente ser sutis, até
aumento do edema nas áreas queimadas do doente. que o doente piore. É essencial a avaliação inicial para
Regularmente veriÍicar as fixações do tubo orotrâqueâl determinâr a necessidade de intubaçâo endotraqueal.
e sonda nasogástrica para garantir que eles não esteiam
L
muito apertados e que as etiquetas de identificação
este,am soltas e náo circunferencialmente colocadas.
Nota: Lesões causadas pelo calor, incluindo a
T
exaustão e a insolação, serão discutidas no Apêndice -q
B: Hipotermio e Ferimentos causodos pelo calor.
Í--)
Fatores que aumentamo risco de obstrução daviaaérea prolongado, intube o doente ântes do transporte. Estridor
superior são o profundidade das queimaduras,
tamanho e pode ocorrertardiamente e indica a necessidade imediata
queimaduras localizadas na cabeça e face, lesão por de intubação. Queimaduras circunferenciais do pescoço
inalaçáo, trauma local, queimaduras localizadas no podem levar a inchaço dos tecidos ao redor da üa aérea;
interior da boca (r Et6uRA 9-í ). Queimaduras localizadas portanto, intubaÇão precoce também está indicada para
na face e boca causam edema Iocalizâdo e apresentam queimaduras de espessura total circunferencial do pescoço.
um risco maior de comprometimento da via aérea. Por
terem aviaaérea menor, as crianças têm um risco maior
de problemas de obstrução da via aérea.
História de queimadura com confinamento em um
ARMADILHA PREVENCÀO
ambiente fechado ou sinais de lesão de vias aéreas na chegada
ao departamento da emergência (ED) garantem a obtenção de
V a aérea obstruídâ . Reconhecer â inatâção dê
fumaça como urna causa
úas aéreas defiIitiva do doente. l€sões térmicas da faringe lesão térmica pode potenciàL de obstrução da via
podem produzir edema acentuado da via aérea superior, nào estar presente aéTea decorrentês de Lesão
sêndo a proteçáo precoce da üa aérea firndamental. As por partículrs e substânciâs
A coloraçàovermelho-cereja dapele é rara e pode ocorrer lesào inalatória. Panículas de fumaça se instalam nos
somente no doente moribundo. A grande afinidade do bronquíolos distais,levaado a danos e morte das células da
CO pela hemoglobina {240 vezes a do oxigênio), faz com mucosâ. O dano das üas respiratórias leva a uma resposta
que ele desloque o oxigênio damolécula de hemoglobina inflamatória aumentada, que por suavez l€va ao aumento
e desvie a curva de dissociaçào da oxihemoglobina para a de extravasamento capilar, resultando em aumento da
esquerda. OCO dissocia-se muito lentamente e sua meia- necessidade de infusão delíquidos eproblemas na difusão
üda é de 4 horas se o doente respira ar amb iente. Em razão de oxigênio. AIém disso, as células necróticâs tendem a
da meia-úda de HbCO poder ser reduzida a 40 minutos morrer e obstruir a üa aérea. Clearance diminuído da
pela inalaçáo de oxigênio a 100%, qualquer doente que via aérea produz obstruçoes que resultam em um risco
podetersido exposto ao CO deve receber oxigênio de alto aumentado de pneumonia. Não apenas o cuidado dos
fluxo {100%) através de uma máscara de nâo-reinalação. doentes com Iesáo de inalação é mais complexo, mas a
É importante colocar um tubo endotraqueal (ETT) mortalidade é o dobro quando comparadô com outros
de tamanho adequado para a realizaçáo de ventilação, indivÍduos queimados que náo sofreram inalação,
limpeza de secreções e broncoscopia- Devem ser A Associação Americana de Queimadura definiu dois
utilizados tubos endotraqueais de pelo menos 7,5 mm critérios para o diagnóstico da lesão por inaiação por fumaça:
ou maior em adultos e 4.5 mm em crianças. (l ) exposiçào a um agente combustível, e (2) sirnis de exposÍçâo
Determinações de gasometria arteria.l devem ser obtidas à fumaça na üa aérea inferior, abaüo das cordas vocais,
comouma liúa de base para avaliar a condiçâo pulmonar visualizados pela broncoscopia. A possibüdade de lesão
do doente. No entanto, medida de PaO, arterial não por inalaçào por fumaça é múto maior se a quelnadura
conÍiável sugere envenenamento por CO, porque uma oconeu em um lugarfechado. Exposiçáoprolongada tamLÉm
pressão parcial de CO de apenas 1mm Hg resulta em aum€nta a probabüdade de iesao por inalaçâo por fumaça.
um nivel de HbCO de 40% ou maior. Portanto, medidas Como uma linha de base para avaliar o estadopulmonar
basais de HbCO devem ser obtidas e 100% de oxigênio de um doente com Iesão por inalação de fumaça, o
deve ser administrado. Se a dosagem de tIbCO não está médico atendente deve obteruma radiografia de tórax e
disponível e o doente esteve envolvido em incêndio determinaçào de gasometria aÍterial. Esses valores podem
em um ambiente fechado, o tratamento empírico com deteriorar-se ao longo do tempo; valores normais na
oxigênio a100%durante 4 a 6 horas é razoável como um admissão não excluemlesâo porinalação. O trâtamento da
ftatamento eÍicaz para a intoicâçâo pelo CO e compoucas lesâo porinalação de fumaça é favorável, Umdoente com
dewartagens. Umaexceção é o doenteportador de doença uma alta probabilidade de lesâo por inalação de fumaça,
pulmonar obstrutiva crônica, que deve sermonitorizâdo associado a uma queimadura significativa {ou seja, maior
atentamente quando é administrado oxigênio a 100%. que 20% de área de superfície corporal total IASCT] em
Oximetria de pulso náo pode ser utüzada como regra um adulto, ou superior a 109/o ASCT em doentes com
em envenenamento por monóxido de carbono, porque menos de 10 anos ou maiores que 50 anos de idade)deve
a maioria dos oxímetros náo consegue distinguir a ser intubado. Se a condição hemodinâmica do doente e
oxihemoglobina da carboxyhemoglobina. Em um lesão na colunavertebral foramexcluÍdas, eleve a cabeça
doente com intoxicação pelo CO, o oímetro pode ler e o tórax do doente a 30 graus para ajudar a reduzir o
saturação de 987o a 100% e que não reflete a saturação edemade parede do pescoçoe tórâx. Seuma queimadura
deoxigênio realdo doente, que deve ser obtida a partir de de espessura total da parede torácica anterior e lateral
gâsômêüia arterial. Uma discrepância entre a gâsometía levaa severa restrição de moümento deparede dotórax,
arterial e o oxímetro pode ser explicada pela presença de mesmo na ausência de uma queimadura circunferencial,
carboxihemoglobina ou umâ amostravenosa inadvertida. a escaÍotomia na parede to:ácica pode ser necessária.
Pode ocorrer Inalação de cianeto, apartir dos produtos
de combustão emqueimaduras que ocorrem em espaços TRÂTAMENTO DA CIRCULACÃO COM A
confinados €, nesse caso o médico atendente devê REANTMACÃO DO CHOOUE'CIUSIOO peLA
consultar um centro de queimados ou de controle de OUEIMADURA
veneno. Um sinal de potencial toxicidade do cianeto é sua
persistente e inexplicável profunda acidose metabólica, Em doentes gravemente queimados,
a avaliação do volume
Náo há nenhum papel para a terapia de oxigênio sanguÍneo circulante costuma ser difícil. Além disso,
hiperbárico na reanimação primária de umdoente com doentes gravemente queimados podem ser portadores de
lesào crÍtica por queimadura. Uma vez que os princípros outras lesoes que também causem choque hipovolêmico.
do ATLS são seguidos paraestabilizar o doente, consulte O choque deve ser tratado segundo os princípios de
ocentro de queimados localpâra outras orientaçôes se a reanimação conforme )á assinalado anteriormente. Ver
oxigenoterâpia hiperbárica poderá beneficiar o doente. Capítulo 3: Choque. A rearrimação com fluidos para o
Produtos de combustáo, incluindo pãrtículas de tratamento dâ queimadura tamlrém deve ser reüzada. Em
carbono e vapores tóxicos, são causas importantes de contraste com a reanimação para ouüos tipos de tÍauma
AVALIACÃO INICIAL E REANIMACÂO DE DOENTES COM QUEIMADURAS t73
os médicos assistentes devem fomecer líquidos para intravenosos e tempo parâ desenvolve.
reanimação de doentes comqueimaduras parcial profunda tubo endotrâqueâ[ Use cêtêtêíês Longos
podem mobiLizar intrâvenosos pârâ compensêí o
e de espessura total maior que 20% SCT, tomando cuidado
após a reanimàçào. edema íneviúveL que ocorrcrá
para nào exagerar na reanimação (TEGURÂ92). Não co.ta. tubos endotraqueôis
Após estabelecer a permeabilidade da via aérea e avaüar rêgulármente seu
e identiÍicar e tratar as lesões que implicam em risco posicionamento.
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iminente de vida, devem ser providenciados acessos .'.',.,'
venosos. Para tanto, devem-se estabelecer imediatamente Americãna de Queimados para refletir preocupaçôes
âcessosvenosos com cateter de grande calibre (no mínimo sobreexcessode reanimação quando é utilizadaa fórmula
# 16G) introduzido em veia periférica. Se a extensão dâ de Parkland tradicional. As diretrizes do consenso atual
queimadura não permitir a introduçáo do cateter através orientam que areânimação com fluidos deve seriniciada
de pele íntegra, faça apunção através da pele queimada. com2mLde Ringer lactato xpeso do corpo do doente emkg
Tendo em vista a alta incidência de flebites e flebites x%. ASCQpara queimaduras de segundo e terceiro graus.
sépticas nas veias safenas, os membros superiores são O volume de Iiquido estimado é entào oferecido da
preferÍveis aos inferiores para o acesso venoso. Se acessos seguinte maneira: metade do volume total estimado é
venosos periféricos não podem ser obtidos, considere o administÍado nas primeiras 8 horas após a queimadura. Por
acesso venoso centra.l ou infusão intraóssea. exemplo umhomemdel00 Kgcom 80% deASCIqueimada
Deve-se iniciar a infusão com solução cristalóide necessita de 2 x 80 x 100 = 16.000 mI em 24 h. Metade
isotônica, preferencialrnente com solução de Ringer Iâctato. dessevolume calculado (8.000 mL)deve ser infundido nas
Esteia ciente de que o edema resultante pode desalojar primeiras 8 horas, portarto o doente deve receber 1.000 a
linhas intravenosa periféricas. Considere a colocaçâo de 2.000 mL ,4rora. O restante deve ser administrado nas 16
câteteres mais longos em queimaduras maiores. horas seguintes.
Aferiçôes da pressáo arterial podem ser dficeis de obter É importante entender que qualquer fórmula de reposiçáo
e podem não ser coniáveis em doentes com queimaduras serve âpenas para uma estimativa da necessidade inicial.
graves. Inserü um cateter urinário permãnente em todos Após essa quantidade idcial a reposição volêmica oferecida
os doentes que estão recebendo flúdos de reanimação de deve ser ajustada e baseada no debito uriniíno de O,sml,&g,lh
queimados e monitore a saída de urina para araliar a perfusão. em adultos e 1ml/kg/h para crianças menores de 30 Kg.
Diurese osmóüca {por exemplo, glicosúria ou uso de manitol) A taxa real de volume que um doente necessita depende
pode aumentar o débito urinário superestinândo a perfr.rsão. da gravidade da queimadur4 porque queimaduras maiores
A infusâo inicial de fluidos utilizada anteriormente para e mais profundas edgem proporciona.lmente mais volume.
reanimação do queimado foi atualizada pela Associaçâo L€são por inalaçáo também aumenta a quantidâd€ de
volume necessária. Se a taxa de infusáo inicial de fluidos
fa.lharem produzirum débito uriruirio adequado, âumente a
reposiçáo até que a metâ de pÍoduçáo de urina seja alcançada.
I No entÀrto, úo diminua vertiginosârnente a taxa de infusão
.tl venosa pela metade nas primeiras 8 horas; pelo contrário,
a redução na taxa de infusáo IV deve ser baseada no débito
urináío. Bolus de Íluido devem ser eütados a menos que
o doente esteja hipotenso. Débito urinário baixo é melhor
tratado com infusão de mais volume-
Reanimação de doentes pediátricos com queimaduras
(r neuu ç:) deve iniciar com 3 mllkg/% ASCq isto
equilibra uma exigência maior de volume de reanimaçáo
deüdo à maior área de superfÍcie por unidade de massa
..*.*, corpórea com o menorvolume intravascular, aumentando
o risco de sobrecarga de volume. Crianças muito pequenas
t r ARMADILHA PREVENCAO
,ll r
urinário.
Reconhecêr os fatores que
àLteram a reposição voLêmica
e o débito urinário. como as
Oueimâdurô eLétrica Todas as idades ,+ mL RL x lq x ASCQ .é dluÍes€ clara l-1,5 mL/Kt/íh até diurêse
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.r,sj -.4.5.
I FIGURA $4 Regía dor Nove. Estê guia
\ prático é utilizado parâ âvaliar a gravidade dàs
quêimaduras e determinar a quântidade de
volume a 5er admini5trâdo. O corpo do adulto
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9% 9%
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176 CAPíÍULO 9 r LesÕes Térmrcês
9%,ou mütiplos de 9%, da superfície colporaltotal. A área com aspecto decera. A superfície éindolore geralmente
de zuperfÍcie corporal (ASC ) da criança é consideravelmente seca e pode ser vermelha e não mudar de cor à compressâo
diferente daquela do adúo. Na criança, a cüeça corresponde local. Há pouco edema no tecido com queimadura de
auma porcentagem maior e os membros irúeriores a uma espessura total, no entanto â area ao redor da queimadura
porcentagem menor do que no adulto. A porcentagem pode lpresentar um edema significativo.
da superfície corporal total que corresponde à cabeça de
uma criança é duasvezes maior que a do adulto normal. A AVALIAçAO SECUNDARIA E
palma da mão do doente (incluindo os dedos) representa
aproximadamente 1"/" de sua superfície corporalÁ regra
MEDIDAS AUXILIARES
dos nove ajuda a avaliar a extensão das queimaduras
com distribuição irregulare é a ferramenta preferencial Aspectos fundamentais da avaliação secundáriae medidas
para calcular e documentar a extensão da queimadura. auxiliares incluem exame físico; documentação; exames
básicos, incluindo exames laboratoriais e radiograÍias;
manutenção dâ circulação periférica em queimaduras
ARMADILHA PREVENCAO
circunferenciais de extremidades; sondagem gástrica;
narcóticos, analgésicose sedativos; cuidados com aferida;
Estrmar â Nào inclui. áreas de LesÕes
ant ibióticos: e Imunização antitetânica.
queimadura a supeírciais nâ estimatrva do
mars ou a mênot tâmanho da área queimadô
Lhii.rze a ,.e8.à dos no\€ DOCUMENTAçÃO
reconhecendo que as criônças
possuem cabeça proporcionatrneôte
Logo após a admissào do doente no depârtamento de
riêior que os adutos
Para cálcuto de área quêimada
emergência, deve ser iniciado o preenchimento de
irrêguLar utiljze a paLma dâ mào do uma folha de registro, descrevendo o tratamento que
doente junto com os dedos que lhe foi ministrado, incluindo a quantidade de fluidos
representam l% de áreâ corpórea administrados e um diagrama mostrando a área e a
queimada
profundidade das queimaduras. Esta folha de registro
Lêmbre-se de rodar o doente para
deve acompanhar o doente quando for transferido para
avaLiar seu dorso
uma unidade de queimados.
Aprofundidade da queimadura é importante paraavaliar Deve-se obter amostras para hemograma, tipagem
sua gravidade, para planejar o tratamento da ferida e sanguínea e provas cruzadas, HbCO (carboxihemoglobina),
para prever os resultados funcionais e cosméticos finais. glicemia, eletrólitos e teste de gravidez em todas as
Queimcduros d.e primeiro grau ou superftciais (p. ex.: mulheres em idade fértil. Umaamostrade sangue anerial
queimadura solar), são carâctêrizadâs por eritema, dor também deve ser reúadapara determinação da gasometria
e ausência de bolhas. Elas não determinam risco de vida e dosagem de HbCO. Deve ser realizada uma radiograÍia
e geralmente não necessitam reposição endovenosa de de tóÍax nos doentes intubados ou com suspeita de Iesão
fluidos. A discussão deste tipo de queimadura nào seÍá por inalação de fumaça, que pode ser repetida conforme
aprofundada neste capítulo. a necessidade. Outras radiograÍias podem ser solicitadas
Queimoduros de seg undo grau ou de espessura parciol são para avaliar lesôes associadas.
caracterizadas pela aparência vermelha ou mosqueada e
presençade edema e bolhas. Podem serde espessuraparcial MANUTENçÃO DA CTRCULAçÃO
superficial ou espessura parcial profunda. Queimaduras de PERIFERICA EM OUEIMADURAS
espessura parcial supeúciais são úmidas, dolorosamente CIRCUNFERENCIAIS DE EXTREMIDADES
hipersensíveis (mesmo à corrente de ar), caracterizadas
pela aparência rósea e dolorosas ao toque {r 56gp;q 95 O objetivo da avaliação da cüculação periférica no doente
a ê 8). Queimaduras de espessura parcial profunda são queimado é excluir a síndrome compartimental. A sÍnd-rome
mais secas, menos dolorosas, combolhas, avermelhadas compartimenta.l é causada pelo aumento da pressão dentro
ou manchadas na aparência e menos dolorosas ao toque do compartimento musculaJ, o que interfere na peúrsáo das
(r rrcue.a *s c). estruturas dentrodesse compa.rtimento. Emqueimaduras,
Queimaduros d.e terceiro grau ou d.e espessura total esta condição resulta da combinação da diminüção de
costumam ser escuras e ter aparência de couro (r ttGURÂ elasticidade da pele e do aumento do edema dos tecidos
$5 D). A pele também pode apresentar-se translúcida, ou moles. A perfusáo da muscr atura do compartimento é a
AVALTAÇÀO SECUNDÁR|O E MEDTDAS AUX|L|ARE§ 177
t Espessura parcral.
Epiderme
u ,r.-l
. Bolhas
. DoloÍosa
. Supeíicie umida
ou "la.rimejante"
A r
k
=-"\
Ep
Espessura total
terceiro gràu
Derrne <
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Tecido
1
lL..
Subcutâneo
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Esbrànquiçadà orl
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. Íecrdo morto
. Ceralmente indotor
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I tIGURA 9-5 PÍoíuôdidade dâ Quêimadura. A. Queimaduía de espessura par(iêl superÍi(ial. B. Quermadura de erpêtsurà parcial
C. Queimadurã de espessura parcial profLJnda 0. Queimadura de espegsura total em membro ruper or e dorso.
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f trcURA 9-7 Queimadura Elétri(â. Umô mâo contraida com um
pequeno oriÍrc o de entrada elétrica deve alertar o médico âtendente
que a esão de tecidos Ínoles proÍundor é provàvelmente rnuito môi!
f FIGURA 9-6 Queimâdura Química. Remova imediatêmente o produto extensa do que é vi5ivel a olho nu. Estê doente prêcisou de uÍna
quimico utilizândo grande quantidade de âgua, durante pelo menos 20
Íar(iotomla vo âr do êntêbraço pôÍa descompÍimir o mü5(ulo.
a 30 minutos.
I8O CAPÍTULO 9 r LêSÕeS Térm cas
O atendimento imediato de um doente com queimadura piche derretidopode ser muito alta até 232" C quando
- -
retirado do caldeirão. Um fator complicador é a adesão do
elétrica grave inclui a atenção à via aérea e à respiraçâo, o
estabelecimento de acesso venoso em membro que não teúa piche quente à pele e infiltração das roupas, resultando
sido afetado, a monitoração eletrocardiográÍica e a sondagem em contÍnua transferência de calor. Tratamento inclui
vesical de demora da bexiga. A eletricidade pode causar reftigeração rápidado piche e cuidado para evitar trauma
arritrnias cardíacas que podem evoluir para parada cardâca. adicional ao remover o piche. Vários métodos são descritos
Monitorizâção prolongada é indicada para doentes que na literatura; o mais simples é o uso de óleo mineral para
demonstram a lesáo da queimadura, perda de consciência, dissolver o piche. O óleo é inerte, seguro napele Lesada e
exposição a a.lta tensão ( > 1.000 volts ) ou anormalidades do disponível em grandes quantidades.
ritmo cardíaco ou arritmias na ava-liação inicial.
Como a eletricidade causa contrãções forçadas dos PADR,õES DE OUBMADURA OUE INDICÁI.í ABUSO
músculos, o médico deve examinar o doente para
procurâr lesões musculoesqueléticas associadas, É importante para o máiico atendente ter a consciência
incluindo apossibilidade de Iesóes vertebrom€dulares. A de que o ferimento de queimadura intencional pode
rabdomiólise decorrente da p ropagação elétrica através do o(orrer tanto em crianças como em adultos. Os doentes
músculo provoca liberação de mioglobina que pode causar que são incapazes de controlar seu ambiente, tais como
insuficiência renal aguda. Nestas circunstâncias, não cabe os muito iovens e os muito velhos, são particularmente
esperar a confirmação laboratorial antes de instituir a rulneráveis ao abuso e negligência. Queimaduras ctculares
terapiapara mioglobinúria. Se a urina estiver escura, deve- e queimaduras com bordas claras e padrões únicos devem
se considerar a presença de hemocromógenos. Segundo levantar suspeitas; elas podem indicar que um cigarro ou
ãs diretrizes do consenso da Associação Americana outro objeto quente {porexemplo, o ferro de engomar)foi
de Queimaduras (American Bum Ássociotion - ABA) a colocado em contato com apele do doente. Queimaduras
fórmula para iniciar a reanimação por ferimentos de nas solas dos pés da criança geralmente sugeÍem que a
queimaduras elétricas é 4 mL / kg / % ASCQpara garantir criançafoicolocadaempénabanheirâcomáguaquente.
uma produçào urinária de 100 mI/ h em adultos e 1-1,5 Por outro lado, derramar água quente sobre ele ou ela,
mL/ kg /h em crianças com menos de 30 kg. Umavez que com contato dos pés na barheira Íiia pode protegeÍ a parte
a urina se torna clara de pigmentação, diminuir a infrrsão inferior do pé. Queimadura localizada na face posterior
de fluidos IV para garantir um débito urinário padrão de das pemas e nádegas pode indicar que um doente idoso
0.Sml/kg/h. Consultar uma unidade de queimados do foicolocado sentado em umabanheira com água quente.
local antes de iniciar infusão de bicarbonato ou manitol. Lesôes antigas causadas por queimaduras em um cenário
de umanova lesáo traumáüca, como umaftatura, também
OUEIHADURA POR, PICHE OUENTE devem levântar a suspeita de abuso. Acima de tudo, o
mecanismo eo padrão das lesões devem coincidir com a
Em ambientes industriais, indiúduos podem sofrer lesões história da l"$o.
secundárias porpiche quente ou asfalto. A temperatura do
TRANSFERÊNCIA DE DOENTES
5. QueÍmaduras quÍmicas.
6. Lesões por inalaçào. ARMADILHA PREVENCAO
7. Queimaduras em doentes com doenças prévias
que podem complicar o atendimento, prolongar Doente "perde" ã ReavaUar frequentemente â
e por hipotermia grave a temperafl[a cenüal abaixo de 32 "C 2. Medidas salvadoras para doentes com queimaduras
incluem interromper o processo de queimadura,
reconhecendo a lesão por inalação ê gãrantindo
ARMADILHA PREVENCAO uma via aérea pérvia, oxigenação e ventilaÇão
adequadas e rapidamente conseguir um acesso
Doente se tornâ Lembae-se, a termorregulaçào é venoso e iniciar a reposiçáo volêmica.
hipotérmico. difÍcit em doentês portadores de
[esào por quêimadurâs. 3. Reanimação volêmica é necessária para manter a
Se for irrigar as queimadu.às utiLize perfusão decorrente da perda de fluidos causadas
soLuçào sàtana àquecrda pela inflamaçâo. A resposta inflamatória que conduz
Aqueçâ o ambiente. as necessidades circulatórias está diretamente
Utitize tâmpadâs de aquecimento relacionada ao tamanho e profundidade da
e cobertores paaà reaquecer o queimadura. Apenas queimaduras de segundo
doente e terceiro graus são incluídas no cálculo da
Use ftuidos EV aquecidos
reposição volêmica. A "regra dos nove" é uma
184 CAPÍTULO 9 r LesÕes Term cas
regra prática e útil para determinar a extensão 4. Cancio LC. Initial assessment and fluid re-
da queimadura. A área de superfície corporal da suscitation ofburn patients. Surg CIin North Am
criança é consideravelmente diferente. Nâ crianç4, 2074 Argt9 4 l4l :7 4l-7 54.
a cabeça corresponde a uma percentagem maior e 5. Cancio LC, Lundy JB, Sheridan RL. Evolving
os membros inferioÍes a umapercentagem menor changes in the management ofburns and envi-
do que no adulto. ronmental injuries. Surg CIin North Am 2Ol2
Aug;92(4):959-986, Íx.
4. Deve-se ter atenção especial aos problemas próprios 6. Carta T, Gawaziuk l, Liu S, et al. Use of mineral
das queÍmaduras. A Íntoxicação por monóxido oil Fleet enema for the removal of a large tar
de carbono deve ser suspeitada e diagnosticadã. burn: a case report,,f Burns, 2015 Mar;41(2):
Queimaduras circunferenciais podem necessitar e11-4.
de escarotomia. 7. Gentilello LM, Cobean RA, Offner Pr, et al.
Continuous arteriovenous rewarming: rapid
5. Outras causas de queimaduras devem ser reversal ofhypothermia in critically ill patients.
reconhecidas e iniciado o tratamento adequado. J Trou mo 1992:3213) :376-327.
Queimaduras quÍmicas requerem retirada imediata 8. Gonzaga T, Jenebzadeh K, Anderson CP,
das roupas e irrigação com grande quantidade Mohr Wl, Endorf FW, Ahrenholz DH. Use of
de água para evitar mais Iesão. Queimaduras intraarterial thrombolytic therapy for acute
elétricas podem estar associadas com grandes treâtment offrostbite in 62 patients with review
IesÔes ocultas. Doentes com queimaduras têm of thrombolytic therapy in frostbite. J BurnCare
um risco aumentado de hipotermia. A analgesia Res,2015.
adequada náo pode ser subestimada. 9. Halebian P, Robinson N, Barie P, et al. Whole
body oxygen utilization during carbon monoxide
6. A Associaçào Americana de Queimaduras poisoning and isocapneic nitrogen hypoxia.,l
identificou os tipos de queimaduras que geralmente Troumo 1986;26:110-117.
necessitam transferência para um centro de 10. )urkovich GJ. Hypothermia in the trauma patient.
queimados. Os princípios de transferência sào In: MaullKI, Cleveland HC, Strauch GO, et al., eds.
semelhantes aos doentes não queimados, mas Advcnces in Troumo. Vol. 4. Chicago, IL:Yearbook;
incluem uma avaliação precisa da profundidade 1989:11-140.
e extensão da queimadura. 11. jurkovich G), Greiser W, Luterman A, et al. Hy-
pothermia in trauma victims: an ominous
7. O tratamento inicial dos doentes com Iesôes por predictor of survival. ) Trauma 7987:27:
frio inclui realizar o ABCDEs da reanimação, 1019-1024.
reconhecer o tipo e extensão da lesào por frio, 12. Latenser BA. Critical care of the buÍn patiênt:
medir a temperatura central do doente, iniciar um the first 48 hours. Crit Care Med 2009 Oct;37
Íegistro de tratamento, e iniciar precocemente as (10)r2819-2826.
técnicas de reaquecimento. 13. Moss ). Accidental severe hypothermia. Surg
Gynecol Obstet 198 6;162:501-513.
14. Mozingo DW, Smith AA, McManus WF,
et al. Chemical burns. ,l Trauma 1988;28:
BIBLIOGRAFIA 642-647 .
19. Saffle lR, Crandall A, Warden GD. Cataracts: a 22. Sheridan RL, Chang P. Acute burn procedures.
long-term complication of electrical iniury. ,l Surg Clin North Am 2014 A19;94141:755-7 64.
Trauma 7985:25:17-21. 23. Stratta RJ, SameIR, Kravitz M, et al. Management
20. Schaller M, Fischer A, Perret C. of tar and asphalt injuries. Am ,l Surg 1983;146:
Hyperkalemia: a prognostic factor during 766-769.
acute severe hypo-thermia. IAMA 1990;264: 24. Vercruysse GA, Ingram WL, Feliciano DV. The
t842-7845. demographics of modern burn care: should most
21. SheehyTW, Navari RM. Hypothermia. Ala,lMed burns be cared forbythe non-burn surgeon? Ám
Sci 1984;21(4):374-381. ,l Surg 2011;201:91-96.
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10 TRAUMA PEDIATRICO
Traumotismos oinda são a causc mais comum de óbitos e sequelas nainfôncia. Amorbidaile
e mortalidade ultrapassam todas as principais doenças da cianço e do adulto jovem, sendo o
trauma o maior problema de saúde pública e de atendimento nesta população-
CAPíTULO IO SUMÁRIO
OBJETIVOS TRAUT4A ABOOMINAL
. AvaLiacão
INTRODUÇÀO . f1étodos DiagnósticosAuxiLiâres
. AbordaSem Não Operatória
TIPOS E PADRÕES DÊ LESÕES . Lesõês Visce.ais EspecÍficas
TRAUMA TORÁCICO
OBJETIVOS
Após a teitura destê capítuto e â compreensâo dos tópicos de aos doentes pediátricos, ãs diferenças ônatômicas e
aprendizado do curso ATLS, você estará apto a: flsiotógicas que afetâm a ressuscltãção e a diferençâ
dos equipamentos quando comparados ao trauma
l. ldentificar as características próprias da criança de ãduttos.
como doente traumatizado, inctuindo os tipos
e padrõês de lesão, diferenças anatômicas ê 3. ldentificar padróes de lesão âssociados a môus
fisiotó8icas da criança, em comparação ao adulto e tratos nã infância e descrever os etementos que
os efeitos a longo prazo das lesões. Levam à suspeita desta condiçâo.
t87
188 CAPÍTULO l0 r -'eun â f,ed at- co
SCORE
COMPONENTE +7 rl -l
Pressão ArteriaI >90 mm HB; puLsos e 50-90 mm Hg; puGos cârotídeos .50 mm Hg; pulsos f.ácos ou
SistóLica perfusáo periférica ou femorais pâtpáveis
TotàL
Folrte: Adàptâdo com pêrmissão deÍepàs JJ. Mol.titt DL.Tatbe.t iL. et al The pediatric t.àuma scorê âsa predictor of njurysevêrity in the injurêd
chi,Ld Joümal of Pedtatnc Surgery t9E7 ) 22(t)t5
TAMANHO, FORMA E SUPERFÍCIE CORPORÂL ossos contíguos às respeclivas lesões. Porexemplo, fraturas
de arcos costais sâo incomuns nas crianças, ao conrrário
Como a criança tem menor massa corpórea, o impacto das contusões pulmonares, quesão muito comuns. Outros
da energia, por exemplo, de parâlamãs, para-choques tecidos moles do tórax, coração e mediastino também
e de quedas resulta em maior força aplicada por podem ter Iesões signiÍicativas sem evidência de fraturas.
unidade de área corporal. Essa energia mais intensa é A identiÍicação de ftaturas de crânio e de arcos costãis em
transmitida para um corpo que possui menos gordura, crianças sugere üansferência maciça de energia e associaçào
tecido conjuntivo e maior proximidade entre os órgàos. de lesôes de órgáos próximos aelas, como lesóes cerebrais
Esses fatores explicam a alta incidêncía de lesões e contusões pulmonares, que devem ser suspeitadas.
múltiplas observadas na população pediátrica. Além
disso, a cabeça é proporcionalmente maior em crianças STATUS PSICOLÓGICO
mais novas, causando alta incidência de lesões cerebrais
contusas nesta faixa etária. Há muitas ramiÍicações psicológicas significantes dos
A relação entre sup€rfície corpórea e volume corporal rraumâtismos em criançàs. Em crianças pequends, a
é maior ao nascimento e diminui com o crescimento instabilidade emocional frequentemente leva a um
da criança. Como consequência, a perda de calor é um comportamento regredido, quando estresse, dor e outras
fator de estresse impoftànte êm criançâs. A hipotermia ameaças percebidas interferem no ambiente da criança.
pode se instalar rapidamente e complicar o tratamento A capacidade de interação da criança com pessoas
do doente pediátrico com hipotensáo. desconhecidas e em situaçôes difÍceis é limitada, o que toma
difícil coletar dados da história, assim como ter cooperação
ESOUELETO nas manipulaçôes, especialmente se causarem dor.
Médicos que entendam essas caracteísticas e que tenhaÍr
O esqueieto pediátrico tem calcificação incompletâ, contém a útenção de persuadir e acalmar uma criança traumatizada
múltiplos centros de crescimento ósseo ativos e é mais têm maiorpossibüdade de estabelecerumbom contâto, o
flexívelque o do adulto. Poressasrazôes, hácomftequência que facüita a avaliaçào e compreensáo das iesões físicas e
Iesôes de órgãos intemos sem associaçâo com fraturas de psicológicas da criança. Além disso, a presença de pais ou
l9O CAPÍTULO l0 r Trauma Pediátrico
responsáveis durante a avaliaçãô e ftatamento, inclusive atrasará a transferência de doentes que precisam de
durante a reanimação, pode ajudar o médico no tÍatamento estrutura de maior complexidade.
inicial da criançatraumatizada, minimizando os medos e Não obstante, a qualidade de úda a longo prazo de
ansiedades naturais da criança traumatizada. crianças traumatizadas é surpreendentemente robusta,
mesmo que em muitos casos eles tenham que lidar com
EFEITOS A LONGO PRAZO desaÍios físicos por toda a vida. A maioriadesses doentes
reportam uma boa ou excelente qualidade de vida e
Uma importante consideração ao s€ tratar de crianças conseguem empregos ebons salários como adultos, o que
traumatizadas é o efeito que a lesão pode ter no justifica as iniciativas de reanimaçào agressiva, mesmo
crescimento e desenvolvimento subsequentes. Ao para doentes pediátricos cuio status Íisiológico inicia.l,
contrário dos adultos, as crianças devem não só se por exemplo, a escala de coma de Glasgow sugerisse o
recuperar dos efeitos do evento traumático, mas contrádo.
também continuar o processo normal de crescimento e
desenvolvimento. Os efeitos fisiológicos e psicológicos EOUIPAMENTO
da lesão neste processo não devem ser subestimados,
especialmente em casos que envolvem função a longo Equipamento adequado imediatamente disponível é
prazo, deformidade de crescimento ou desenvolvimento essencialpara noatendimento inicial da criança
o sucesso
subsequente anormal. Crianças com uma lesão menor traumatizada (t TABELA 1o-3; ver também Equipomento
podem ter períodos prolongados de disfunção cerebral, Pediátricono oplicotivo mwel MyATLS). Uma fitabaseada
ajustamento psicológico ou do sistema orgânico. no comprimento, como aBroselow@ Pediatric Emergency
Algumas evidências sugerem que aproximadamente Tape, é uma ferramenta idealpara a rápida determinação
60% das crianças quê tiveram traumatismo do peso, baseado no comprimento, para volumes
multissistêmico têm alteraçôes de personalidade de reposição volêmica apropriados, dose de drogas e
residuais um ano após a alta hospitalar e 50% têm tamanhos dos equipamentos. Através da aferição da altura
limitações cognitivas e físicas. Disfunçôes sociais, da criança, o seu peso estimado pode ser determinado
afetivas e de aprendizado estào presentes em metade prontamente. Umlado da fitaprovê as drogas e suas doses
das crianças que tiveram lesôes graves. AIém disso, os recomendadas para doentes pediátricos, através do peso.
traumatismos na infância têm impacto signiÍicativo na Ooutro lado identifica os equipamentos necessários para
família, com distúrbios emocionais e de personalidade os doentes pediátricos combase no seu comprimento (.
em dois terços dos irmãos de crianças traumatizadas. FIGURA 1o-1). Os médicos devem familiarizar-se com âs
Frequentemente, o trauma da criança impÔe tensôes Íitas de reanimaçào, assim como no seu uso.
no casamento dos pais, inclusive problemas Íinanceiros
e também de emprego. O trauma náo afeta apenas a
ARMADILHA PREVENCÀO
sobrevida da criança, mâs também a qualidade de vida
da criança nos anos a seguir.
Administracão Reconhecer a necêssidâdê
Deve-se atentar para frâturas e lesôes de vísceras
incorreta de doses de dose pelo peso e o uso dà
parenquimatosas: lesões que afetem a placa de
de soLuçôes e fita para estimar o peso.
crescimento podem resultar em crescimento anormal
do osso fraturado. Se o osso for o fêmur, pode resultar medicamêntos
em alteração do comprimento da perna, causando
incapacidade permanente para andar e correr. Se a Desenvotvimento de Reconhecer a rmportância
ftatura ocorrer através da placa de crescimento de uma hipotermia da superfície corporal
ou mais vértebras torácicas, pode causar escoliose, dà criânça, controLar o
cifose ou até uma giba. Uma lesão grave do baço pode àmbiente e aquecer a
necessitar de esplenectomia. A perda do baço predispõe criança
ao risco de sepse pós-esplenectomia e de morte por
tempo prolongado.
A radiação ionizante, comumente usâda para avaliaçâo VIA AÉREA
de doentes traumatizados, aumenta o risco de algumas
neoplasias e deve ser usada somente nas seguintes O "A" do ABCDE do atendimento inicial éo mesmo em
circunstâncias: quando a informaçáo necessária não crianças em adulLos. Esrabelecer via aérea segura para
e
pode ser obtida de forma prática ou rápida por outros garantir adequada oxigenação tecidual é o primeiro
meios; a informação obtida mudará o tratamento do objetivo. A causa mais comum de parada cardíaca em
doente;a informação é obtida com o minimo de radiação crianças é a falha em se obtervia aérea e,/ou mantê-la,
possível para o doente; a obtenção da informaçáo não associada à falta de oxigenaçáo. Portanto, via aérea na
VIA AÉREA I9I
VIAÂÉREÂ E RESPIRACÃO
SONDA SONDA
IDADE E MÁSCÂRÂ oRo- EOLSA LARIN. TUEO ASPIRÂ-
PESO DEO TRAOUEAL MÁSCARA GOSCóPlO ET GUIA çÃo
RNPT RNPT, RN Lôctente 0 reto 2.5-3.0 s/ 6Ft 6-8 F.
lkg bãLonete
CATE.
TER
PESO E CATETER TUBO DRENO URINÁ. COLAR
IDADE MANGUITO EV OG'NG TóRAx Rto CERVICAL
BED PUBPT a
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A ,rrI
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(r+riard lnri.)rIn- í{. .l.a
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l{atE5.
'ir.rÍrüÊiq,
f IIGURA 10-1 Fita dê Reanima(ão, A. A lita de reanima(ão bareôda no comprimento (omo a Broselowo Pediâtric Emergen(y Tôpe, é ideal
paaô determinôr rapidamentê o peto, as5im como volumes, doset de drogas etamanho! de equrpômêntos.B, Detêlhe demonstrando doses e
equipamentos recomendàdos pára doentês pediátricos bateadot em reu pe5o.
A:Via Aérea.)
ANATOMIA
a visualização da laringe. A laringe da criança tem e 9uâ Íâ(e, promove á ôntêriorizaçáo da faringe posterioÍ. O oa(ipicio
alarqado, (ausa umã pâ§5 velílêxão da coluna cervical.
forma de funil, o que propicia o acúmulo de secreçôes
B. Pogi(ionamento apropriado dô criança para manutençào de suê
na retÍofâringe. A Iaringe e as cordas vocais têm posição
via aérea. A flexào pasliva da coluna é evitadà, mantendo o plano
mais altas e mais anteriorizada no pescoço. As cordas
da ía(e paralêlo à .oluôa. em uma neutra posiçào, ao (ontrário da
vocais são mais difíceis de visualizar quando a cabeça "posi(âo do cheirador" Erse plano e alinhêmento neutro ê possivel
da criança está em posiçâo supina, normal e anatômica (orn o po5i(ionamento de um <ox m de 2,5 cín que compreenda todo
durânte a intubação do que quando em posição ótima o tron(o do recém-na5(ido ou làctente.
para proteção da coluna cervical.
A trâqueia do lactente tem aproximadamente 5 cm de
comprimento e cresce até 7 cm por volta dos 18 meses do tubo de intubaçào e/ou barotrauma. A ponta do
de idade. A falta de cuidado com o fato de a traqueia ser tubo deve progredir (em cm) três vezes o tâmanho
curta pode resultar em intubaçào seletiva do brônquio adequado do tubo. Por exemplo, um tubo 4.0 deve ser
direito, ventilaçào inadequada, deslocamento acidental posicionado a 12 cm da gengiva.
VIA AÉREA I93
VENILAçÃO E RESPTRAçÃO
CIRCULACAO E CHOOUE
A frequência respiratóriã em crianças diminui com o
crescimento. Um lactente tem fiequência respiratória de Fatores chave para a avaliação e trâtamento da
30 a 40 vezes por minuto, €nquanto uma criança maior circulação em doentes pediátricos traumatizados
tem ftequência respiratória de 15 a 20 vezes poÍ minuto. são: o reconhecimento de alteraçôes circulatórias;
O volume corrente espontâneo varia de 4 a 6 ml/kg determinação acurada do peso e da volemia do doente;
para lactentes e crianças, embora possam ser necessários reposição volêmica com cristaloides e com sangue;
volumes maiores duÍante a ventilação assistida de 6 a acessos venosos e avaliação da resposta à reanimação,
8 ml/kg e, ocasionalmente, até 10 ml/kg. Apesar do como diurese e controle dâ temperatura.
fâto de que a maioria dos dispositivos bolsa-máscara
usados em doentes pediátricos serem desenhados para RECONHECTMENTO DA ALTERAçÃO
limitar a pressão exercida manualmente na via aéÍea CIRCULATóRIA
da criança, volumes ou pressões excessivâs durante
a ventilação assistida aumentam substancialmente o As lesôes em crianças podem causar perda sanguínea
potencial de baroüaumaiatrogênico deüdo à imaturidade significativa. A criança tem maior reserva funcional,
e fragilidade da árvore respiratória e dos alvéolos. Se que permite amanutenção dapressão arterial sistólica
for usado um dispositivo bolsa-máscara de adulto para em nÍveis normais, mesmo na presença de choque. (r
ventilar uma criança, há aumento significativo do risco rlcuRA 10.4). A criança precisa perder mais de 30% da
de barotrauma. O uso de dispositivo bolsa-máscara volemia para que manifeste diminuição na pressào
pediátrico é recomendado para crianças menores de 30 kg. arterial sistólica e isso pode confundir os médicos
Hipóxia é a causa mais comum de parada cardÍaca em que não estão familiarizados com as sutilezas das
crianças. Entretanto, antes que haja parada cardíaca, alteraçôes fisiológicas manlfestas em crianças
a hipoventilação causa acidose respiratória, que é a
alteração maiscomum do equilíbrio ácido-básico durante Rêpêr.6rá. f trir!jga(.: Attnàçer H.nadinámi6
em choque. Taquicardia e diminuição da perfusão (sinais vitais normais por faixa etária estão demostrados
periférÍca frequentemente são as únicas chaves para na . TABELA Ío-5. ) A hipotensão na criança representa
o reconhecimento precoce da hipovolemia e início um estado de choque descompensado e indica perda
precoce da reanimação volêmica. Assim que possível, a sanguínea de mais de 45% da volemia. A taquicardia
avaliação de um cirurgião é essencialpara o tratamento muda para bradicardia na hipotensão e esta mudanÇa
adequado da criança traumatizada. pode ocorrer de Íepente em lactentes. As alterações
A resposta mais precoce da criança à hipovolemia é a fisiológicas devem ser tratadas com a infusão rápida
taquicardia, que tambémpode ser causada por dor, medo de cristaloide isotônico e sangue.
e estrêsse psicológico. Outros sinais mais sutis de perda
sanguínea em crianças sào:a diminuiçào progressiva
dos pulsos periféricos; pinçamento da pressão de pulso ARMADILHA PREVE N CAO
em menos de 20 mm Hg; diminuição do turgor da
pele {que substitui sudorese em Iactentes e crianças Nào reconhecer o choque Reconhecer que a
'Podê-sê obs.rvâí a dlminulçto dâ rêspostâ à dor n.ste nívêL dê perd.3àn8uínc. F03-a5*) por diminuição dâ rcaçao à dor qu.ndo d. punçào
de ôcêssos venôsos peíiféílcos.
b
Âpós êsvâ"1âmênto iniciât d. bêxr8â petâ sondô vesi.âL Limlte inferior de noím.tid.dê é 2 mt/rdh (t ctênte), 1.5 mqrgh {criânç. Pequênâ},
I mL/kg/h (cÍiâôcá malo.), e 0.5 mvrg/h (àdotêicêntê). Contrastê lV podê aumcôtrÍ . dlur.se írts.mentô.
crRcuLAçÀo E cHoouE t97
Lâctentê 00 .r60
'60
.60 2.0
0-12 meses
3-5 anos
ACESSO VENOSO
pode realizâr uma dissecção venosa com segurança. restrito de cristaloides e naadministração mais rápida
Entretanto, esta alternativa deve ser o último recurso, e balanceada de concentrado de hemácias, plasma
pois esse procedimento raramente é realizado em fresco congelado e plaquetas. Essa alternativa parece
menos de 10 minutos, mesmo em mãos experientes, ser mais eÍicaz contra a tríade letal da hipotermia,
enquanto apunção intraósseapode ter acesso à medula acidose e coagulopatia induzida pelo trauma e tem
em menos de 1 minuto, mesmo por proÍissionais com sido associado com melhores resultados no adulto
habilidade e expertis€ limitados. (Ver Ápêndice G: gravemente traumatizado.
Estoçâo Prático Circulaçôo. ) Há um movimento em centros de trauma pediátricos
Locais preferenciais para acessos venosos em crianças: americanos no sentido de restringir a infusão de
cristaloide e favorecer a reanimação balanceada
. Punção periférica (duas tentativas)-Fossa em hemocomponentes com evidência de choque
antecubital, veia(sl safena(s) no tornozelo hemorrágico, apesar de haver ainda poucos estudos
. que suportam esse tratamento. A estratégia básica
Punção inraóssea-(1) Tíbia anteromedial, {2)
desse tratamento seria a infusão inicial de um bolus
fêmur distal. Complicações desse procedimento
de 20 mL/ kg de cristaloides, seguido de uma infusão
incluem celulite, osteomielite, síndrome
de 10-20 mL/Kg de concentrado de hemácias e 10-20
compârtimentar e fratura iatrogênica. O Iocal
preferido para punção intraóssea é a tibia mlr&g de plasma fresco congelado, além de plaquetas,
proximal, abaixo da tuberosidade da tíbia. Um tipicamente como parte do protocolo pediátrico de
Iocal alternativo é o fêmur distal, apesar de a
transfusão maciça. Um número limitado de trabalhos
lem avaliado essa estratégia em crianças e as pesquisas
tÍbia proximal contralateral ser preferida. A
punção lntraóssea não deve ser realizada em ainda não demonstraram um aumento da sobrevida.
Para estabelecimentos que carecem de banco de sangue,
uma extremidade com suspeita de fratura.
a reanimação com cristaloides é umâ alternativa
. Punção de veia profunda-Veia(s) Femoral(is) apropriada até a transferência do doente para um
. Punção de Veia cervical-Veia(s) centro maior-
Jugular(es)Externa{s) ou Subclávias (só para Deve-se monitorizar a criança traumatizada para
especialistas pediátricos, não usar se houver resposta aô tratamento volêmico. O retorno da
comprometimento da via aérea ou se a criança normalidade hemodinâmica será indicado quando
estiver com colar cervical) houver:
R EAN IM AÇAO
Coorultar o clrurt|Io
CAR D IO PU LMO NA R
20 otÂf dt rctrr§ro d. Rlryrr lrsttto .m botur
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em procedimento prolongado de reanimação (RCP), os
Operar esforços de reanimaçáo prolongados não são benéficos.
Apenas 8% das lesões em crianças incluem o tórax.
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Observar Operôr Obsetuer Operar
TRAUMA TORACICO
trauma e a anatomia do tórax infantil são diretamente estimular uma conversacalma com a criança, questionar
responsáveis pelo espectro de lesões observado. se há dor abdominal e fazer a palpação abdominal
A maioria das lesôes torácicas em crianças são causadas superficial gentilmente, para avaliar se há resistência da
por mecanismos íechados, principalmente por veículos musculatura abdominal. Apalpação profunda e dolorosa
automotores. A flexibilidade e complacência da parede do abdome deve ser evitada no primeiro contato, para
torácica faz com que as forças transmitidas no trauma evitar a resistência voluntária, que pode mascaraÍ os
atinjam o parênquima pulmonar subiacente, causando achados do exame abdominal .
contusôes puknonares. Fraturas de arcos costais e Iesóes Grande parte das crianças estressadas e que estáo
de mediastino não são frequentes, mas, se presentes, chorando engolem grandes quantidades de ar. Se o
indicam grande transferência de energia. As Iesões êpigástrio estiver distendido, a inserçào de uma sonda
torácicas específicas sáo similares às encontradas em gástrica para descompressão do estômago deve ser
adultos, divergindo apenas em ftequência. realizada. A sonda orogástrica deve ser preferida em
A mobilidade das estruturas mediastinais faz comquea lactentês. A distensão diminui com a descompressão
criança seia mais suscetivel ao p neumotórax hipertensivo, gástrica e facilita o exame mais cuidadoso e torna o
que é a lesão de risco iminente de üda mais frequente exame fisico mais conÍiável.
na infância. O pneumomediastino é raro e benigno na A presença da marca do cinto se segurança aumenta a
maioria dos casos. A ruptura traumática do diaftagma, possibilidade de lesôes intra-abdominais, especialmente
a rupturâ traumática da aortâ, a transecçáo da aorta, se associada à fratura lombar,líquido livre nacavidade
grandes rupturas de brônquios principais, tóraxinstável peritoneal ou frequência cardíaca >120.
e contusões miocárdicas são raramente encontradas O exame abdominal em doentes inconscientes não
na infância. Quando identificadas, o seu tratamento é varia muito com a idade. A sondagem vesical facilita
o mesmo do adulto. Lesôes graves raramênte ôcorrêm a avaliaqào do abdome. Como as distensões gástrica e
isoladamenteesãofiequentementeumdoscomponentes vesical podem causar resistência e dorabdominal, estes
dotraumatismo multissistêmico grave. achados devem ser interpretados com cautela até que
A incidência de traumatismos torácicos penetrantes esses órgãos possam ser esvaziados através de sondas.
aumenta após os 10 anos de idade e eles devem ser
tratados da mesma forma que nos adultos.
Diferentemente de doentes adultos, amaioria das lesôes MÉToDos DIAGNóSTICOS AUxILIARES
torácicas nas crianças podem ser diagnosticadas com
radiograÍias de tórax. Tomografia de tórax raramente Os métodos auxiliares de diagnóstico para o
é necessária na avaliação das lesóes contusas e deve ser trauma abdominal em crianças sáo a tomografia
reservada para casos cujos achados iniciais náo podem computadorizada (TC), o FAST e alavagemperitoneal
ser justificados apenas pela radiograÍia padrào. diagnóstica (LPD).
A maioria dos traumatismos torácicos pediátricos
são tratados com a combinação de drenagem pleural
e monitorização. Toracotomia, normalmente, não é Tomograf ia Computadorizada
necessária na criança. {Ver também Copítulo 4; Trauma
Torácico e Apêndice B,Estação kótico B: Respiraçõo. ) O âdvento da tomografia helicoidal permite
avaliação e identificação rápidas e precisas das lesoes.
A TC é frequentemente utilizada para avaliar crianças
TRAUMA ABDOMINAL com traumatismos fechados do abdome, que têm
estabilidade hemodinâmica. ATC deve estar disponível
A maioria das Iesões abdominais sáo decorrentes de imediatamente, deve ser realizada precocemenl e e nào
mecanismos fechados relacionados a acidentes com deve atrasar o tratamento. A TC de abdome deve ser
veículos automotorese quedas. Lesoes grâves requerem rotineiramente realizada com contrastes endovenosos
o pronto envolvimento de um cirurgiào e criançàs em de acordo com a prática local.
choque hemorrágico, com traumatismos fechados ou A identiÍicâçáo de lesões abdominais àTC em doentes
penetrantes, devem ser operadas prontamente. pediátricos estáveis hemodinamicamente permite a
realização de tratamento não operatório. A avaliação
precoce do cirurgião é essencial para estabelecer a base
AvALTAçÃo e definir se e quando o tratamentô ciúrgico pode ser
indicado. Em centros que não possuem equipe ciúrgica
Lactentes e crianças pequenas, normalmente, estáo e que váo transferir a criança traumatizada, éjustificável
muito assustadas ao chegar na sala de emergência, realizar a TC antes do transporte desde que a criança
o que pode diÍicultar o exame abdominal. Deve-se
TRAUMAABDOMINAL 20I
esteja estável, que não vá atrasar a transferência e que Lavado PeritoneaI Diagnóstico
seja necessário.
Crianças traumatizadas que necessitam de avaliaçâo A Lavagem peritoneal diagnóstica (DPL) pode ser
tomográfica, fiequentemente precisam de sedação para utilizada para detecção de sangramento intra-abdominal
eútar movimentos durante o exâme afrm de eütar aftefatos. em crianças com instabilidade hemodinâmica que não
Portanto, a criança que precisa de reanimaçào e sedação podem ser transpofiadas para a TC com segurança ou
para aTC deve seracomparhada porum médico experiente quando a TC ou o FAST nào estiverem imediatamente
no manejo da úa aérea pediátrica e em acessos venosos. disponíveis e a presença de sangue indicará tratamento
Entretanto, a TC nâo é isenta de risco. Há previsão de cirúrgico imediato. Esta situação raramente ocorre. A
desenvolvimento de cârceres fatais na proporçào de até 1 maioria dos doentes pediátricos tem lesões abdominais
em cada 1.000 doentes pediátricos que foraln submetidos cor.r.t hemorragia autolimitâda e não tem instabilidade
àTC quando crianças. Assim, a necessidade do diagnóstico hemodinâmica. Portanto, o achado de sangue à LPD
preciso das lesôes intemas deveserba.lanceada como risco de rráo indica cirurgia neressariamente em umà cndnçà
neoplasia taÍdio. Certamente todo esforço deve ser feito para estável hemodinamÍcamente.
evitarTC antes datransferênciaparao centro de üaumâque Deve-se utilizar soluçào cristalóide aquecida, 10 ml7&g
proveÍá o [âtamento definiüvo e também pa-ra eütar repetü (máximo de 1.000 nú)paraaLPD. Como aparede abdominal
âTC no cenüo de trauma, a nâo serque seja absolutamente da criança é relativamente Íina quando comparada à do
necêssário. Quando a avaliação tomográfica for necessária, adulto é prcciso cuidado à abeftura da cavidade, para
deve-se manter a radiação em níveis mínimos (As I"ow evltar lesôes iatrogênicas a visceras abdominais, mesmo
As Reasonabiy fuhievoble ' Ar AIL{). Para limitar a doses quando utilizando a técnica aberta. A LPD é útil apenas
mínimas, a TC deve ser realizada aperus quando necessário e para diagnóstico de Iesões de úsceras intra-abdominais,
quando os resultados determinarem mudanças na conduta; pois os órgãos retroperitoneais não sãoavaliados de forma
deve-se cortar apenas as áreas de interess€ e usar a menor conJiávelpor esta técnica. A avaliaçào do lÍquido efluente
dose de radiaçáo possível. da LPD é a mesma em crialças e em adultos.
A LPD só deve ser realizada pelo cirurgião que fará o
tratamento deÍinitivo da criança, pois a LPD pode interferir
Aval,iação Uttrassonográf ica Direcionada para nas avaliaçôes abdominais subsequentes ao exame físico
Trauma (FAST) ou nos exames de imagem, que são abase para a decisão
sobre a necessidade de cirurgia.
Apesar do fato de que o FAST está disponível desde os anos 90
para avaliação do Íauma abdoninal em crianças, a eficácia
do seu uso em crianças com lesóes abdominais tem apenas TRATAMENTO NÃO OPERAÍóRIO
modesta sensibüdade para detecção do hemoperitônio em
criarças pequenas, quando os estudos com metodologia Na maioria dos centros de trauma, especialmente nos
mais rigorosa sào anúsados. Entretanto, o seu uso como pediátricos, realize-se o tratamento seleüvo náo operatório
extensão do exane abdominal ern crialÇas traumatizadas de lesôes de órgàos parenquimatosos em crianças
estáse dêsenvolvendo rapidamente etem avantagêm de que cstáveis hemodinamicamente. A presença de líquido
o exame pode ser repetido. Alguns autores dernonstra-rarn intraperitoneal àTC ou FAST, o grau da lesão ou a presença
que o FAST pode detectar pequenas quantidades de sangue de extravasamenlo de contraste não necessariamente
intra-abdominal em doentes pediátricos traumaúados, um indicarn a laparotomia. Foi bem demonstrado que o
achado que diicilmente está associado a lesôes graves. Se o sangramenlo de lesóes esplênicas, hepáticas ou renais
achado for de grande quantidade de sangue, a probabil idade de normalmente é autolimitado. Portanto, a TC ou FAST
haver alguma lesão significadva é maior. EnÍetanto, mesmo positivos para sangue nào indica laparotomia em crianças
nesses doentes, a indicaçáo cirurgica é baseada nào apenas na estáveis ou que estabilizam rapidamente com a reposição
quantidade de sangue intraperitoneal encontrado, mas pela r.'olênica inicial. Se a criança não recuperar a condição
instabüdade hemodinâmica e sua resposta âo tratamento. hemodinâmica e um procedimento diagnóstico rea.lizado
O FAST pode nào jdenuÊcar lesóes irtra-parenquimatosas for positivo para sangue, deve-se indicar a laparotomia
isoladas, que são responsáveis por um terço das lesões de prontamente para controle da hemorragia.
órgãos parenquimatosos em crianças. Em resumo. nâo Quando for escolhido o tratamento não operatório,
se deve confiar no FAST para excluir a presença de lesôes a criança deve ser observada em um ambiente que
iatra-abdominais. Se uma pequena quantidade de lÍqúdo renha cu idados pediat rrcos rnrensivos e a supervisào
livre no abdome for obseruada e a criança estiver estável continuada de um cirurgião especializado no
hemodinamicamente, deve-se proceder à 'fC. tratamento de crranças traumatizadas. Nos locais com
poucos recursos, deve-se considerar a cirurgia.
202 CAPÍTULO l0 r T:auma Ded át. co
A angioembolização para o tratamento de órgãos Crianças restringidas apenas com cinto de segurança
sólidos em crianças é uma opçâo, mas deve ser realizada de duas pontas têm risco aumentado de lesôes de a1ças
soment€ emcentros com experiência em procedimentos intestinais especialmente quando houver marca do ciIlto
invasivos pediátrico e que contam com centro cirúrgico. de segurança na parede do abdome ou quando houver
O tratamento não operatório de uma lesão uma fratura lombar de flexão {fraturade Chance}. Todo
parenquimatosaconfirmadaé umadecisão docirurgião, doente que tiver este mecanismo e esses achados deve ser
assim como a decisão de operar o doente. Portanto, o considerado como tendo alto risco dapresença de Iesão
cirurgião deve supervisionar o tratamento de doentes do trato gastrointestinal, até que se provê o contrário.
pediátricos traumatizados. Lesôes que penetram o peritônio podem ocorrer
em quedas sobre obietos proeminentes devido à
proximidade do peritônio do períneo. A ruptura de
LESõES VISCERAIS ESPECíFICAS uma víscera oca sempre requer cirurgia imediata. (Ver
também Copítulo 5: Trauma Abdomindl e Pélvico.)
Várias lesôes de vÍsceras abdominais são mais
comuns em crianças que em adultos. Lesóes causadas
pelo guidão da bicicleta ou a contusão do cotovelo TRAUMA CRANI ENCEFÁLICO
no quadrante superior da criança ou mecanismos
associados à marca do cinto de segurànça sào comuns
e nelas há compressão das vísceras entre a parede As informações dadas no Capítulo 6; Troumo
abdominal anterior e a coluna posteriormente. Este tipo Craníencefálíco também se aplicam aos doentes
de lesão também pode ser decorrente de maus tratos. pediátricos. Esta seção enfatiza pontos adicionais
Traumatismo contuso do pâncreas ocorre com específicos da criança.
mecanismos similares e seu tratamento depende A maioria dos traumatismos craniencefálicos na
da extensâo da lesão. Lesôes de alça de delgado população pediátrica sáo causados porcolisôes de veículos
próximas ao ligamento de Treitz são mais frequentes automotores, maus tratos, acidentes com bicicletas e
em crianças que em adultos, assim como as Iesões quedas. Dados do registro nâcionalde trauma pediátrico
mesentéricas e avulsões de alças de delgado. Estas indicam que é imperativo o entendimento da interação
lesões têm diagnóstico tardio, frequentemente devido do SNC com lesóes extracranianas, pois a hipotensão
à sintomatologia inicial ser inespecífica. Rupturas de ea hipóxia das lesões associadas têm efeito deletério
bexiga também sào mais comuns em crianças que em sobre o prognóstico das lesões intracranianas. A falta
adultos, porque a bacia da criança é mais rasa. de atenção aos ABCDEs e à lesões associadas aumenta
de forma significativa a mortalidade decorrent€ dâ Iesão
cranioencefálica. Assim como nos adultos, é raro que
ARMADILHA PREVENCÀO a hipotensão seja causada por TCE isolado e deve-se
investigar de forma agressiva as outras causas pàra a
Dêmora pàra Reconheça que a criança quê irá hipotensâo.
transferir para ser trênsferidô, normatmênte O cérebro da criança é anatomicamente diferente do
reâLização de TC não se beneficiará da rmagem adulto. Ele dobra de tamanho nos primeiros 6 meses
reaLizadâ no primelro hospitat.
de vida e atinge 80% do tamanho do cérebro do adulto
por volta dos 2 anos de idade. O espaço subaracnoide é
Demorà êm . Reco^heça qúe o risco dêssa
relativamente menor e portanto oferece menor proteçào
ao cérebro devido ao menor amortecimento existente.
reconhecer tesào de Lesão é baseêdo no mecônismo
Assim, é maior a probabilidade de lesáo estruturâl do
víscera ocà de trâuma
parênquima cerebral. O fluxo cerebral normal aumenta
. Reavaliações contÍnuas devem
progressivamente até próximo de duas vezes os níveis
ser reà[rzâdas
do adulto perto da idade de 5 anos e depois diminui. Isso
. Reconheça a necêssidãde promove maior susceptibilidade do cérebro da criança
de envolver o críurgiào à hipóxia e hipercarbia em casos de choque.
precocêmente
G4l{4qrontrs.ir.ir dà 6t
do
stM
I L 6e Lrânto
nqllllóflcc {*rrao ou freara da recomendada
crlrfc pdn*rd 13,9% da população
4 4% risco de LCT
NAO
I FIGURA t0'7 Rede de Pesquisa Aplicadà d cuidados de Emergência (PECARN) Ctilérios pãra TC dê Cránio. Alqoritíno sugerldo para rea lizaçáo
de TC em crLàn-(ar rrenores do que 2 ànos (A) e pârã aque es (om 2 ou â firãrs anos (B) (om ECG de 14 -15 ôpós TCE.'
GCs=Glasgow Coma Scaie- TCE Trauma de cránro PDC=perda de (ons(iêô(ra.
* Dôdos obtidor de der vaçào (ombinadas e popu a(ões vô dãda5.
i Outro5 rinai5 de altera!õet do estado rnêntôl: ôgitacão, 50noléncia, questronamentos repetitivot ou re5porta lenta à comunicação veíbã1.
t lúecaoirrno de trâuÍna signrf (alivos: àcidente autoÍnobrLr5ti(o com ejeção, morte de outro passageiro, ôtropelamento; pedestres oü cicli5tat
tern cêpàcete atingidos por unr veiculo êutomotor; quedà9 ínaiores do que 0,9 m (3 pé, (ou maiores do que 1,5 m [5 pet por tuperíl(ie B);
(oIsão dã (àbe(a aoín obleto de alto mpà<to
§ Doente5 com (erto9 achàdo, rso ado5 (r.e., sem outros à(hados diàgnôsti(os de TCE), (omo perda de contciênc;a isolada, ceÍaleia, vômitos
e certos tipos de (êfêlohematornas em (r ança5 maiores do que I mere5, po5s!em rirco minimo de lesão rôtraparenquirnatosa significêtrva,
menor do que o'0.1
Í O ris(o de lesão intrapaqÍenqulmato,a normâlmênte e menor do qLre o firco d€ ma ignidade por Íc. assim sendo a Tc nào é íe.omendada
pêra a maioía dos doentes desse gr!po.
(Reimpresso (om permistão de Kupermàn N, Holrner lÊ Dayàn P5, et à1. ldentifi(ation ol (hrldíen at very low risk oí (linically important braiÍl
injuíiês âíteí head tíàumar a píospective (ohort study Lan(et 374i 2009; 1160-1170.)
TRAUMARAOUIMEDULAR 205
rMoBrLrzAçAo DE FRATURAS
ANAMNESE
A simples imobilização de extremidades Íiaturadas em
A história do doente é de importância vital. Em crianças normalmente é suÍiciente até que a avaliação
crianças pequenas, o diagnóstico radiográÍico de ortopédica seja realizada. Fraturas com evidências de lesóes
fraturas e deslocamentos é difícil, devido à falta de vasculares requerem avaliaçào de emergência para evitar
calcificaçáo ao redor da epífise e da presença da Íise sequelas da isquemiâ. Uma única tentativa de reduçáoda
(placa de crescimento). Informações sobre a magnitude, fraturapara restauraro fluxo sanguÍnêa deve sertentada,
mecanismo e tempo do trauma facilitam a correlaçáo seguida da imobilizaçâo ou tração da extremidade.
com os achados de exame físico e radiográficos. (Ver também Capítulo 8: Trauma Musculoesquelético e
Evidências radiográÍicas de fraturas em diferentes Apêndice G: Estaçôo Prática Dsftrnçôo Neuroló9ica.)
fases de consolidaçâo devem alertar o médico para a
possibilidade de maus tratos, assim como fraturas de
membros inferiores em crianÇas pequenas que ainda ARMADILHA PREVENCÀO
não deambulam.
Dificuldade êm rdentificàr Reconhece as
fTaturas [imitaçóês dos exames
PERDA SANGUíNEA radioló8icos, sobretudo
nã área de cíêscimêntô
A perda sanguínea associada a fraturas de ossos longos Usê a ônamnese,
e pelve e proporcionalmente menor em criânças que comPortàmento,
em adultos. A perda sanguínea relativa a uma fratura mecãnismo de trôumâ
fechada de fêmur tratada adequadamente é associadã e exàme físico para
à queda de 4% do hematócrito, o que não é suficiente
aumentar a sLrspeição.
para causar choque. Instabilidade hemodinâmica
na presença de uma fratura isolada de fêmur deve flaus trãtos Susperte quârrdo o
indicar avaliaçào de outras fontes de sangramento, despercebidos mecansmoeaLesào
frequentemente no abdome.
nào se corretacronam
MAUS TRATOS 207
Em muitos países, os médicos são obrigados por O tratamento de crianças vÍtimas de trauma é
lei a reportar incidentes de maus tratos na infância um desafio quer requer uma equipe coordenada.
às autoridades governamentais, mesmo em casos Idealmen\e, as crianças deveriam sertratadas emlocais
apenas suspeitos. Crianças vÍtimas de maus tratos estão com proÍissionais especializados (médicos, enfermeiros
em risco de vida e ninguém é beneÍiciado quando o e equipe) qu€ tenham experiência no tratamento de
incidente não é reportado. O sistemaprotege osmédicos trauma pediátrico.
da responsabilidade de identificaçào conflrmada ou Deve-s€ orientar pÍeviamente as funçóes de cada um
suspeita de casos de maus tratos. da equipe, durante a reanimaçáo do doente, a fim de
Embora os procedimentos de denúncia possam variar, assegurar a sequência correta do atendimento.
normalmenle sáo conduzido: por serviços sociais ou No entanto, na realidade, a maioria das crianças
departamentos de direitos humanos. O processo de serão tratadas em locais com recursos pediátricos
denúncia de maus tratos em crianÇas ganha importância limitados. Nesses locais uma equipe de adultos terá a
quando se sabe que 33% das crianças vítimas de maus responsabilidade de atender a criança traumatizada e
tratos que morreram ou chegam moftas ao hospital, devem possuir:
nos Estados Unidos e no Reino Unido, tinham história
de episódios prévios de maus tratos que não foram Um IÍder em trauma que tenha experiência
reporLados ou nào Íoram Ievados a sério. no tratamento de doentes criLicos e que sejà
[ami]iar com os recursos pediátricos para
PREVENCAO atender as crianças.
Proflssronal com habrlidades básicas no
tratamento da via aérea.
Amaiorarmadilha do trauma pediátrico é nâo prevenir
o trauma antes de ter ocorÍido. Mais de 807. dos ProÍissional com habilidades no tratamento dâ
traumatismos da infância poderiam ser prevenidos via aérea difícil.
com a aplicação de estratégias simples em casa e na Habilidade de obtenção de acesso vascular, seja
comunidade. Os ABCDEs da prevenção do trauma foram
ele percutâneo ou via intraósseo.
descritos e precisam de atenção em uma populaçâo em
Conhecimento sobre reanimaçáo volêmica.
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TRAUMA NO IDOSO
1
OBJETIVOS
Após a leltura deste capÍtuLo ê a comprêensâo dos tóplcos de 4. Discutir as câracterísticas únicâs de tipos
âprendizâdo do curso ATLS, você estaÉ apto a: êspecíficos de lesão visto em idosos, tais como
fraturas de costeLas, traumatlsmo craniencefátlco
Expticar as altêrações flslológicas que ocorÍem com e fraturas pétvicas.
o envelhecimento e como elás âfetam âs lesôes
geriátricas ê a respostâ do doentê idoso ao trauma. 5. ldentificar as causÉs e sinais de maus-trirtos môis
comuns e formuLar uma estratétla Paía a gestão de
2. ldentlflcar os mêcanlsmos de lesão comumente situaçóes de abuso no idoso.
encontrados em doentes idosos.
2t5
116 CAPíTULO ll r Trauma no doso
todos desempenham um papel que coloca os idosos um quarto dos indiúduos com idade superior a 65 aros,
ütimas de trauma em maior risco. Maus-tratos, abuso possüa uma dessas cinco CPEs. Doentes comumaou mais
de substâncias e depressão são fatores adicionais a serem dessas condições eram quase duasvezes maispropensos a
cor»iderados, e a triagem pode ser realizada por meio de morrerdo que aqueles sem CPEs. Os mesmos pesquisadores
várias ferramentas. Resultados aceitáveis dependem da relataram sobre a interação entre a lesào € fatores do
Homens Mulheres
É
! 0.5 3+ condiçoes ! 0.5 3* condições
1-2 condições = 'l'2 condiço.§
- 0 condiçoes
t - 0 condiç6es
E 0.4 - E o.4 -
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t 0.3 -. 30X risco- - - c 0.3 -'30Í ris.o------.
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0.1 0.1
20304050@708090 2030,()$«)7OEO90
l.h.r! Oor décda) ldrde (por décàda)
A B
I tIGURA ,1-1 Ris(o de mortalidêde associada a compli.açôês geriátÍicas ou morte, por idade e número de (ondiçõês pré-existentês para a.
homenr e B. mulhere5. Nota-se que o risco de morte aumênta com um número (res(eÔte de (ondiçôe5 prê-existenter e a idade. Fonter Adaptado
(om permirsão de Min L, 8urrus5, 5, lúorley E. ê1 ã1. A simple (lini.al rirk nomogram'to predi(t mortality-âsro(iated geriatric (ompli(átion5 in
severêly injured geriatri( patients. J rrarma Ácute care Surg 2013:74(4):1125-1132. Copyright @ 2013 Lippincott William5 & Wilkinr.
AVALIACÃO tNtCtAL COM REANTMAÇÂO 2t7
hospedeiro, que incluíam a idade, gênero e CPEs (r Rcua,q descobriramque os idosos estão particularmente em risco
1ií). Embora a gravidade da lesão tenha sido a principal por causa da diminuiçáo do tempo de reação, audição e
determinante da mortalidade, outros fatores do hospedeiro üsão prejudicadas e a incapacidade de escapar do local em
também desempenharam um papel significativo. chamas. Uquidos quentes d€ramâdôs na pema que, em um
doentejovem, pode reepitalizar mais rapidamente devido
aum número adequado de foliculos pilosos, resultará em
MECANISII4O DE TRAUMA uma queimadura de espessura total em doentes idosos
deúdo à escassez desses folÍculos pilosos. O envelhecimento
Mecanismos comuns de trauma encontrados em doentes dos sistemas orgârLicos dos doentes idosos útimas de
idosos incluem quedas, acidentes automobilísticos, queimadura tem um grande impacto sobre os resultados;
queimaduras e ferimentos penetrantes. alteraçôes na pele dos idosos são óbüas, e a incapacidade
deste doente para atender as demandas fisiológicas
OUEDAS associadas às queimaduras provavelmente tem grande
influência no resultado e sobreüda.
O risco de queda aumenta com a idade, e as quedas são o
mecaaismo mais comumde ferimento fatal na população LESõES PENETRANTES
idosa. Quedas náo fatais são mais comuns emmulheres, e as
ftaturas são mais comuns em mulheres que caem. As quedas De longe, o traumatismo náôpenetrante é omecanismo
sáo a causa mais comum de traumatismo craniencefáIico predominante de lesão em adultos idosos; no entanto,
(TCE)emidosos. Quase metade das mortes associadas com um número signiÍicativo de pessoas com idade superiora
quedas da própria altura é resu.ltado de TCE. Metade dos 65 anos é vítima de ferimentos penetrantes. Na verdade,
doentes idosos que softemumafratura de quadril já não será Iesão penetrante é a quarta causâ mais comum de morte
capaz de üver de forma independente. Fatores de risco pan tÍaumática em individuos de 65 anos ou mais. Muitas
as quedas incluem idade avançad4 deficiência fi;ica, história mortes associadas a ferimentos por projétil de arma de
de queda anterior, uso de medicação, demência, marcha fogo estão relacionadas a automutilação ou suicÍdio.
instável e deficiências visuais, cognitivas e neurológicas.
FatoÍes âmbientais, tais como tapetes soltos, iluminação
AVALIACÃO INICIAL COM
insuficientee superfícies escorregadias ou irregulares,
contribuem para aumentar o úco de queda. REANIMACÃO
de sequência rápida, reduzir as doses de barbitúricos, como hemodinamicamente normal. Mesmo que o doente
benzodiazepínicos e outros sedativos para entre 2oyo e idoso possa teruma ftequência cardíaca e débito cardíaco
40v"para minimizaro risco de depressão cardiovascular. Íixos, em resposta à hipovolemia, isso implicará em
Principais alterações fisiológicas e considerações aumento dâ resistência vascular sistêmica. AIém disso,
para o manejo e abordagem na avaliaçáo da via aérea uma vez que muitos doentes idosos têmhipertensão pré-
sáo listadas na r IABELA 1t-2. existente, umapressãoarterialaparentemente aceitável
pode verdadeiramente refletir um estado relativo de
RESPIRACAO hipotensão. Uma recente pesquisa identifica uma
pressão arterial sistólica de 110 mm Hg a ser utilizada
Mudanças na conformidade dos pulmões e parede como limite para a identificação de hipotensão arterial
torácica resultam em maiortrabalho da respiração com em adultos com mais de 65 anos de idade.
o envelhecimento. Estaalteração coloca o doente idoso É crítico identificar doentes comhipoperfusão tecidual
em alto risco para insuÍiciência respiratória. Devido ao slgnificativa. Várias metodologias têm sido empregadas
fato de que o envelhecimento provoca uma resposta e continuamâ serusadaspara fazereste diagnóstico. Elas
cardÍaca reprimida à hipóxia, a insuficiência respiratória incluemdosagemde déficit debase e lactato no soro, índice
pode se apresentar insidiosamente em adultos idosos. de choque e pontos de extremidade de têcido-espêcífic4.
A interpretação clínica e laboratorial das informações Reanimação de doentes geriátricos com hipoperfusão é
pode ser difÍcil devido apresença de doença respiratória a mesma que paratodos os outros doentes e baseia-se na
pré-existente ou alteraçôes não patológicâs naventilação admilistração apropriada de fluido e sangue.
associadas com a idade. Frequentemente, as decisões O doente idoso com evidência de insuficiência
paraproteger aviaaérea do doente idoso eprovidenciar circulatória, até que sejaprovado o contrário, deve estar
a ventilaçáo mecânica podem e devem ser feitas antes sangrando. Considere o uso precoce de monitoraçào
do agravamento da função respiratória. avançada (por exemplo, pressão venosa central
Principais alteraçôes Íisiológicas e consideraçôes IPVC], ecocardiografia e ultrassonograÍia) para guiar
para o manejo e abordagem na avaliação da respiraçáo a ressuscitação ideal, dado o potencial para a doença
e ventilação são listâdas na r TABELA 11-3. cardiovascular pré'existente. Além disso, os médicos
precisam reconhecer que um evento fisiológico (por
crRcuLAçÃo exemplo, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio,
arritmia)podeterprovocadooincidente,levandoalesão.
AIteraçôes relacionadas com envelhecimento do sistema
o Principais alterações Íisiológicas e considerações para
cardiovascular colocam o doente idoso traumatizado em o manejo e abordagem na avaliação da circulação são
risco signÍficativo para ser categorizado erroneamente Iistadâs na r ÍABELA 11-4.
osteoporose também aumenta Iinearmente; a maioriâ Muitas vezes, vários tipos de abusos ocorrem
dos indivíduos acima de 60 anos t€m algum grau de simultaneamente. Multifacetada em causas, os maus-
osteoporose. A mortalidade de ftatura pélüca é quatro §atos em idosos, muitasvezes não são reconhecidos e são
vezes maior em doentes mais idosos do que em doentes subnotificados. Sinais de maus-tÍatospodem ser sutis {por
mais jovens. A necessidade de transfusáo de sangue, exemplo, falta de higiene e desifuataçáo)e podem passar
até mesmo para fraturas aparentemente estáveis, é despercebidos. Maus-tratos físicos ocorrem em até 14% de
signiÍicativament€ maior do que a observada em uma admissôes em trauma geriátrico, resultando emuma maior
população mais jovem. Adultos maisvelhos tambémtêm morta.lidade quando comparada com doentes ma.is jovens.
uma permanência hospitalar muito maior e são menos Achados fÍsicos, sugerindo maus-tratos no idoso sáo
propensos a voltar a um estilo de vida independente listados no. euaDRo 11-1.
após a alta. Prevenção de queda é o ponto fundamental A presença de achados físicos sugestivos de maus-
para reduzira mortalidade associadaa ftaturas pélvicas. tratos merece um histórico detalhado. Se a históriaentra
em conflito com os achados físicos ou revela um atraso
intencional no tratamento, imediatamente, as âutoridades
CIRCUNSTÂNCIAS ESPECIAIS competentes devem ser comunicadas para investigaçào
futura. Se asuspeitade maus-tratos se confirma, tome as
Circunstâncias especiais que requerem maiorâtenção no medidas adequadas, incluindo a Íemoção do doente idoso
tratamento de doentes idosos incluem medicamentos, dasituação abusiva.De acordo com oCentro Nacional de
maus-tratos e estabelecimento de metas de âtendimento. Abuso ao Idoso nos EstadosUnidos daAmérica (Notionol
Centeron ElderAbuse), mais do 1em cadâ 10 adultos idosos
MEDICAMENTOS podem experimentar algum tipo de maus-tratos, mas
apenas I em cada 5 ou menos desses casos são relatados.
Betabloqueadores são usados em aproximadamente 20% Uma abordagem multidisciplinar é necessária para
dos doentes idosos com doença arterial coronariana e em abordar os componentes de cuidados para as vítimas
10olo dos doentes com hipertensâo arterial. O bloqueio idosas de maus-tratos.
fisiológico inerente da resposta esperada à hipovolemia
pode fornecer obstáculos de triagem e tÍatamento. ESTABELECENDO METAS DE CUIDAOO
Anticoàgulação, antiagregantes plaquetários e uso
de inibidores diretos da trombina causam problemas Trãuma é a quinta causa principal de morte em doentes
significativos para o doente com hemorragia. A rápida acima de 65 anos. Entre os doentes de trauma, os idosos
identificação do tipo de droga e o uso de um agente para compreendem apenas 127o da população total; mas,
sua reversão (se disponível)podem salvar aüda do doente. surpreendentemente, eles representam quase 30uÁ
das mortes causadas por traumà. Sem dúvida, idade ser úteis no cuidado de doentes em situações
avançada contribui para o aumento da morbidade e difíceis.
mortalidade. Doenças médicas pré-existentes podem
!
acompanhar a fisiologia do envelhecimento. Uma
I abordagem centrada nô doente deve incluir discussões
RESUMO DO CAPiTULO
i
iniciais com o doente e sua família sobre metas de
cuidado e de tràtamento. No cenário de trauma, é 1. Adultos idosos sáo atualmente o segmento de mais
importante inicialmente ter um diálogo aberto para rápido crescimento da populaçáo. Frovedores de
encora)ar a comunicação. Muito doentes já discutiram tÍaumaverào um número crescente de idosos feridos.
seus desejos em relação a terapias para manutençào
da vida antês de ocorrer um evento agudo. A consulta 2. O doente idoso apresenta desafiosúnicosparaaequipe
precoce com os serviços de cuidados paliativos pode de trauma. A influência de alteraçóes na anatomia e
serútil na determinação de Iimitaçóes no atendimento, fisiologia, bem como o impacto decondições médicas
bem como abordagens paliativas efetivas para aliviar pré-existentes, influenciará nos resultados.
os sintomas do doente.
3. Mecanismos comuns de lesão incluem quedas,
acidentes de automóvel, queimaduras e ferimentos
I Y TRABALHO EM EOUIPE penetrantes.
Equipes de trauma estão cada vez mais 4. A sequência de avaliaçào inicial ea reanimação são
participando do manejo do trâuma na as mesmas para adultos mais jovens; no entanto,
população idosa. ã exclusiva anâtomia e Íisiologia dos doentês mais
desafiador. Uma equÍpe de trauma com uma traumatismo craniencefálico e fraturas pélvicas.
compreensão das mudanças anatômicas e A compreensâo do impacto do envelhecimento e
fi siológicas relacionadas ao envelhecimento
as influências sobre as armadilhas vistas com estas
pode ter um impacto positivo no resultado final Iesôes resultará em melhores resultados.
identifying major depression in older people.,l and 2001-2005. MMWR Morb Mortai Wkly Rep
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TRAUMA NA GESTANTE
2 VIOLÊNCtA CONJUGAT
E
GRAVIDADE DO TRAUMA
OBJETIVOS
Após ô Leitura deste côpítuLo e a compreensão dos tópicos de métodos de âvatiação que se aplicam a ambos os
aprendizado do curso ATLS. você estará apto a: doeôtes (mãe e feto).
727
228 CAPÍTULO 12 r Trauma na Gestante e Violência Conjugal
5ínfise
l I
Parede do útero
Ptacenta
Cordão umbiticaI
Feto Saco amniótico
Uretra I
I
i I
Vagin a -------------E l, ó t 4l II
Períneo
A nus
f fIGURA 12-2 Feto a Íêrmo em Apresentação CeÍáli(â. As viscerêt abdominãis são desio(adas e comprimida5 em direçào à região tuperior do
abdomê. lsto resulta na sua proteção relâtiva contra lesões.ontusàs, porém aumenta o rls(o de lesão intettlnâl (omplexa êm decoíên(ia de
lesão penetrante no abdome tuperior. A elevaçào do diaíragma podê requerer o posr(ioôamento do dreno de tórax em um erpà(o intêrcostal
màis êlevado.
que é elástico, aplacenta possui elasücidade reduzida- Esta O número de glôbulos brancos aumenta durante a
falta de elasticidade dos tecidos placentários resultã em gravidez. Não é incomum que se detectem leucitoses de
umamlnerabilidade às forças de cisalhamento na interface 15.000/mm3 durante a gravidez e que esse númeroalcance
útero-placentária, que podem levar ao descolamento da 25.000/mmr durante o trabalho de parto. Os níveis séricosde
placenta. Embora se encontrem muitô dilatados durânte fibrinogênio e de muitos outros fatores de coâgulação estâo
a gestação, os vasos placentários são pârticularmente discretamente elevados. O tempo de proüombina e otempo
sensíveis à estimulação por catecolaminas. A redução de tromboplastina parcial ativada podem estâr diminúdos,
abrupta do volume circulante da mãe pode resultar mas os tempos de sangramento e coagulaçáo não se alteram.
em profundo aumento na resistência vascular uterina, t TABET-Â t2-l Apresenta os valores laboratoriais normais
reduzindo a oxigenação fetai a despeito dos sinais ütais na graúdez compa.rados com os valores da paciente nâo
da máe se manterem normais. gráüda. (Ver tamb ém Valores Laboratoriais Normais no
Gravid.ez no aplícativo matel MyATtS.)
voLUME E COMPOSTçÃO DO SANGUE
HEMODINÂMICA
O volume plasmático aumenta progressivamente durante
a gestação, alcanÇando o nível mais elevado em torno da Os fatores hemodinâmicos importantes para serem
34'semana. O aumento do volume de células vermelhas considerados na grávida traumatizada são o débito
é proporcionalmente menor, o que resulta em redução cardíaco, frequência cardíaca, pressão sanguínea, e
do hematócrito (anemia fisiológica da gravidez). No final alteraçôes no eletrocardiograma.
da gestação, um valor de hematócrito entre 31 e 35% é
normal. Doentes gestantes saudáveis podem perder Débito Cerdíeco
1.200 a 1.500 ml de seu volume sanguíneo, antes que se
percebam sinais e sintomas de hipovolemia. Entretanto, Depois da 10q semana de gestaçào, o débito cardiaco
estâ perda sanguÍneapode resultar em sofrimento fetal que aumenta em 1,0 a 1,5litros por minuto como decorrência
é evidenciado por uma frequência cardíaca fetal anormal. do aumento do volume plasmático e da redução da
230 CAPÍTULO 12 r Trauma na Gestante e VioLêncla Conlugal
manutenção de uma oxigenação arterial adequada na O sistema venoso da pelve que envolve o útero
reanimação da gestante traumatizada. gravídico encontra aumentado e engurgitado pode
e se
A diminuição do volume residual parece ser devida desencadear uma hemorragia retÍoperitoneal maciça
a alteraçóes anatômicas na cavidade torácica e está após um trauma contuso associado a fratura de pelve.
associada à elevação diafragmática e a alterações
pulmonares, parenquimatosas e vasculares, visíveis SISTEMA NEUROLóGICO
na radiografia de tórax. Sendo assim, é importante a
manutençào de uma oxigenação arterial adequada na A eclâmpsia é uma complicaçào do final da gravidez que
reanimaçáo da gestante traumatizada- pode simular trauma craniano. Ela deve serconsiderada
quando ocorrem convulsôes acompanhadas por
hipertensão, hiperreflexia, proteinúria e edema
SISTEMA GASTROINTESTI NAL periférico. A interconsulta com um neurologista
e um obstetÍa costuma ser de grande ajuda para o
O tempo de esvaziamento gástrico é prolongado diagnóstico diferencial entre eclampsia e outras causas
durante a gravidez, desta maneira a descompressão de convulsões.
gástrica precoce e particularmente importante para
evitar a aspiraçâo de conteúdo gástricô. Os intestinos
ARMADILHA PREVENCAO
são deslocados para a parte superior do abdome e
podem estar protegidos pelo útero. A posiçâo do baço
Confundir êctâmpsia Obtêr umê tomografia
e do fígado na gestação não se altera.
com traumà de crânio pâra excluir
hemorragia iôtracranitsna
craniencefá[rco.
SISTEMA URINÁRIO Mântêr átto níveI de
suspêrta pãra â ectâmpsia
A filtração glomerular e o fluxo plasmático renal quâôdo as convuLsões
aumentam durante a gravidez ênquânto que níveis forem âcompanhadas dê
plasmáticos de uréia e creatinina caem à metade dos hipertênsào, proteinúria
valores normais observados antes da gravidez. A ê edema peíférico em
glicosúria é comum na gestâção. pacrêntes de traLrma Erávidas
SISTEMA MUSCULOESOUELÉTICO
t'IECANISMO PERCENTAGEM
0r.redas 15
Agrêssào 8
Ouermaduras
I FIGURA 12-3 RâdiograÍ a mo5trando a cabeça do íeto en(aixadâ
na pelve (om uma rinÍ]5ê púbicã normal e art (ulaçào sacroi iaca Forlê Chsmes l'1C Peãrtmãn MD Í.aumá dúr ôg pre8nàncy: ôutcomes
direita levemente à àrgada. and c!nrcat mànagement Cr, Obslet Gyrecoi 2008 51 398
232 CAPITULO 12 r Trauma na Gestante e V olêncra ConlugaL
GRAVIDADE DA LESAO
A gravidade das 1esóes maternas determina o prognóstico
tanto materno quanto fetal. Consequentemente otipo de
tratamento a seradotado deve serditado pela gravidade
dâs lesôes maternas. Todâs as gestantes com traumas
graves devem ser internadas em serviços que possuem
recursos cirúrgicos e obstétricos. Mesmo gestantes com
traumas leves devem ser observadas cuidadosamente,
pois ocasionalmente mesmo trâumatismos de pequena
I tIGURA 12.4 ContLrsõe5 e e!.or â(ôe! externar nà parede monta podem estâr associados a descolamento de
abdomlnal sáo 5lnair de possive trauma íechêdo u1êrino placenta e morte fetal.
AVALIACÂOETRATAMENTO 233
A compressão da veia cava pelo útero pode reduzir o ctinicamente estâr grávidas
em umê doente
(segundo e tercerro trimestre,
retomo venoso ao coraçáo, diminuindo o débito cardíaco grávida hipotensa
elevando. o bdo di.eito em
e agravando o choque. O útero deve ser deslocado
10-15.m
mânuâlrnente pâra a esquerda a fim de aliviar a pressão sobre
a veia cava inferior. Se a doente precisar ficar imobilizada
em posição supina, ela ou a pralcha podem ser rodadas Fêto
em bloco 15 graus para seu lado esquerdo e apoiada com
um coxim, consequentemente mantendo as precauçóes O exame do abdome na gestante trãumatizada revêste-
coma colunae descomprimhdo aveiacava (r Rcuan tz-s; se de importância cítica pois, a identificaçáo rápida de
ver também Imobilíz.ação l*lcryada da Do€nt€ G€stantc no Iesões maternas graves e a determinação da viabilidade
oplicativo mórl MyATIJ.) fetaldependemde um exame bem conduzido. Aprincipal
Em vimlde do aumento de seu volume intravascu.lâr, a causa de morte fetal é o choque materno e a morte da
gestante pode perder urna parte significaüva de seu volume mãe. A segunda causa de óbito fetal é o descolamento de
cücul,ante antes que ocorram taquicardi4 hipotensão e placenta. O descolamento de placentapode ser sugerido
outÍos silrÀis de hipovolemia- Desta feita o feto pode estar por hemorragiavaginal (70% dos.casos), pordoràpalpaçáo
em sofrimento e aplacentapriuadâd€ perfrsãoútal, enquanto uterina, por contrações uterinas ftequentes, poÍ tetania
as condiçóes da mãe e os sinais ütÂis pârecem estar estávejs. A uterina ou por irritabüdade do útero (que se conüai quando
reanimação com cri§aloides e a reposÍção precoce de sangue tocado);.FIGURA 12{A. Trinta por cento dos descolamentos
de placenta após trauma pôdem não exibir hemorragia
vaginal. A ultrassonografia uterina pode mostrar a lesão,
porém oteste nãoé definiüvo. A tomogrúa também pode
demonstrar o descolamento de placenta (r tIGURA 126A e
ll FJ c). No final dagestaçáo, o descolamento da placenta pode
ocorrer após lesões relativamente pequenas.
r:l A ruptura utêrina é umalesão rara, sugerida pelo achado
I. de dor aMomina.l, de defes4 de rigidez, ou de descompressão
AbruPti0 plâcentae
0 a
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A B c
f tIGURA 12-5 De5colamento premàturo de placenta. A. ô(orre o de5(oiamento da plâ(entê do uteío. B. 5ecçào axiàl e C. Corona do abdome
ê pêlvê dêrnonstíêndo degcolamento premâturo da pla(entô.
Na maioria dos casos de ruptura uterina ou de viabüdade fetal. Os batimentos cardíacos fetais devem
descolamento de placenta, a doente queixa-se de dor ser monitorados em toda mulher gráüda traumatizada.
abdominal ou de cólicas. Sinais de hipovolemia podem O exame intermitente e repetido com Doppler pode ser
estarpresentes em ambas as situações acima mencionadas. usado para detectar batimentos cardÍacos fetais após 10
Os batimentos cardíacos fetais podem ser ouvidos semanâs de gestaçào. A monitoração feta.l contínua com
com um Doppler (gestação a partir da 10! semâna). A um tocodinamômetro cardíaco é útil após 20 a24 semanas
monitoração fetal contínua deve ser feita após 20 a 24 de gestação. A ftequência cardíaca norma.l para o feto situa-
semanas d€ gestaçáo. As doentes que não apresentam se entÍe 120 a 160 batimentos por minuto. Sempre que
fatores de risco para perda fetal devem ficar com se constatam oscilaçôes da ftequência cardíaca do feto,
monitoração contínua por 6 horas, enquanto as com quando êxistem desacelerações repetidas, quando há
fatores de risco para perda fetal ou descolamento de ausência de aceleraçâo, quando há variabüdade de um
placenta devem ficar monitorâdâs par 24 horas. Os batimento para outro, ou quando as conüações uterinas se
fatores de risco materno são Íiequência cardíaca >110, tomâm ftequentes, deve'se suspeitarda iminência de uma
índice de gravidade de lesão (lSS) >9, evidência de descompensação feta.l e ou matema {por exemplo, hipóia
descolamento de placenta, frequência cardíaca fetal e/ou acidose) e providenciar de imediato umainterconsulta
>160 ou < 120, se foi ejetada para fora do veículo em uma obstétrica.
colisão de auto, atropelamento ou colisão de motocicleta. Os exames radiológicos iadicados devem ser realizados
porque cenamente os beneticros serào maioresque os riscos
MEOTDAS AUXTLTARES NA A_VALTAçÃO potenciais para o f€to. Enüetanto, deve ser eütada a repetição
PRIMÁRIA E NA REANIMAçÃO desnecessária de radiograÍias.
Sepossível, após o exame fÍsico, a doente deve ser monitorada A avaliação secundária deve seguir os mesmos padrôes
em decúbito latera.l esquerdo. A monitorâçào da resposta adotados na doente nào-grávida. Ver Capitulo 1:Avaliação
da PVC à reposição volêmica pode ser extremamente útil e tratamento inicial. As indicações para tomograÍia
para manter a hipervolemia necessária na graúdez. A computadorizada abdominal, LPD e FAST são as mesmas.
morritoração matema deve incluir a oximetriade pulso e Entretanto, se a LPD for realizada, o catéter deve ser
a determinação da gasometria artêrial. Lembre-se que o posicionado acima da cicatriz umbilical utilizando-se a
bica-Íbonato matemo costrma ser baixo durante a gestaçeo. técnica aberta. Deve-se prestar atençào para a presença
de contraçóes uterinas, que sugerem um trabalho de
Fêtais partoprematuro, ou de contrações tetânicas do útero que
sugerem o descolamento prematuro de umaplacenta.
A consulta a um obstetra deve ser feitajá que o sofrimento Aavaliaçào do peíneodeve incluirumexame pélvico de
fetalpode ocorrer em qualquer momento e sem qualquer acordo com ospadrôes habituais, de maneira ideal realüada
advertência. Os batimentos fetais são um hdicador sensÍvel por um médico tÍeinado para atendimento obstétrico. A
do estado volêmico sanguÍneo materno bem como da presença de líquido amniótico navagina, eüdenciado por
VIOLÊNCIADOMÉSTICA 255
um pH maior que 4,5, sugere ruptura da bolsa. Durânte o exclui graus de hemorragia menores, mas ainda capazes
exame, devem ser avüadas a presença de apagamento e de sersibilizar a mãe Rh-negatirra. Todas as gestantes Rh-
dilatação do colo uterino, a apresentaçâo feta-l e a relação negatilas uaumatizadas devemsff cúnsidendas candidatas
entle a apresentaçáo fetal e as espinhas isquiáticas. para a terapêutica com imunoglobulina R[ a menos que o
ViÍo que a hemorragiavagual no terceiÍo trimesüe pode trauma seja longe do útero (por exemplo, uma lesao distal
indicar descolamento de placenta e morte iminente do feto, isolada de exuemidade). Aterap,êutica com imunoglobulina
toma-se frrndamental um exaÍne !ãginal Deve-se eútar deve ser irutituida rus primeiras 72 horas após o tÍauma.
exames !?giruris repetidos. A decisão pela cesariana deve ser . ÍÂBELA 12.4 resume os cuidados à doente gestante útirrE
tomada em coniunto com o obsteüa. A dose de radiação em de traumà-
umatomogrúa abdome/pélvis aproxima-se a 25mGy e,
de
radiações fetais menores que 50mcy não estão associadas a
malformações fetais ou risco maior de perda fetal. CESARIANA '' Peri MORTEM''
A intemação hospitalaré obrigatória quando há hemorragia
vaginal, irritabüdade uterin4 dor, sensibiüdade ou cólicas Poucas são as eüdências de literatura a favor da cesariana
abdominais, eüdência de hipovolemia, alteração ou "post mort€m" em gestantes útimas de traurnas e que sofrem
ausência de batimentos fetais ou perda de )iquido amniótico. parada cardíaca por hipovolemia. Lembre, o sofrimento
A intemação deve ser realizada em unidade que possua fetal pode existir quando a mãe nãô tem alteraÇóes
recursos para propiciar monitoràçáo e tràtâmento âdequado hemodinâmicas, e à medida que progride, a instabüdade
feta.l e matemo. O feto pode estar correndo riscos mesmo materna compromete a sobreüda do feto. Quando a mãe
quando o traumatismo matemo é aparentemente leve. apresentaparada cardíaca por hipovolemia, o feto já softeu
um prolongado perÍodo de hipóxia. Quando a parada
TRATAMENTO DEFINITIVO cardÍaca da mãeocore por outras causas, a cesariana "peri
mortem " pode ser bem sucedida, desde que seja realizada
Deve-se consultar o obstetra sempre que se constatem ou dentro de 4 a5 miautos após a parada cardiaca-
sejam suspeitados problemas específicos envolvendo o útero.
No descolamento placentário extenso ou na embolia por
liquido amnióüco, pode ocorrer a coagulação intravascular VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
dissemirnd4 causando depleção do fibrinogênio, de ouhos
fatores de coagulação e de plaquetas. Essa coagulopatia de A violência doméstica é uma causa signiÍicativa de
consumo pode ocorrer e evoluürapidamente. Na presença traumatismos em mulheres durante â coabitação, o
de embolia por líquido amniótico, que implica em risco casamento e a gestaçáo, independente da origem étnica,
de úda e/ou de coagu.lação intravascuJar disseminada, a infl uência cultura.l ou estado sócio-econômico. Dezessete
evacuação uterina deve ser feita em caráter de urgênci4 por cento de doentes gráüdas traumatizadas foram
juntamente com a reposição de plaquetas, de fibrinogênio útimas do trauma provocado por outrapessoa e sessenta
e de outros fatores de coaguiação, quando necessário. por cento delas softem episódios repetidos deüolência
As consequências da hemorragia feto-matemâ incluêm doméstica. Segundo estimativas do Departamento de
não apenas a anemia feta.l e a morte, mas também a Justiça dos Estados Unidos daAmérica do Norte, dois a
isoimunizaçào quando a mãe é Rh-negatil'a- Jáque pequenas quatro milhões de mulherespor ano e aproximadamente
quanüdades como 0,01 mL de salgue Rh-positivo podem metade de todas as mulheres durante a sua existência,
sensibüzar 70% dâs doentes Rh-negati\ras, a presença de sofrem alguma forma de abuso. Mundialmente,
hemorragia feto-matema numa mãe Rh-negativa justifica aproximadamente 10-69% das mulheres relatamiá ter
a terapêutica com imunoglobulina Rh. Embora o teste de sido ütima de violência doméstica.
Kleüauer-Betke {esftegaço de sangue matemo capaz de A suspeita de üolência doméstica deve serdocumentada
permitir a detecção de hemácias fetais na circulação matema) e comunicada. Estas agressôes podem resultar em
indique hemorragia feto-rÍrateÍá, um teste negativo não incapacidades e morte. Elas representam um grande
número de atendimentos na unidade de emergência.
ARMADILHA PREVENCAO Apesar da maioria das vítimas ser composta por mulheres,
40% de todos os casos de violência doméstica identificados
Fatha em reconhecer Administrôr tel^àpia nos Estados Unidos daAmérica são relatados porhomens.
Locâ[
â Lesào seja
remoto dô útero {ê.g,
. Lesóes desproporcionais à história referida
mãe Rh negâtivâ.
extremidade distaL isotâdâ) . Redução da auto estima, depressão e tentativas
de suicídio
236 CAPÍTULO 12 r Trauma na Gestante e VloLêncra ConlugaI
SINAIS VITAIS
Hipertensào Crltér os: >140 srstólica. >90 drastótrca Trate: >160 sistól.rcô, >ll0 diâstóLica
San8ramento Vâ8rnâ[ T.ate hipotensâo como acrma. consulta obstétrrcâ, Rh negàtivo recebe imunogtouLina Rh
Hemogrãma Hematócr to ba ro
Solicitar nas memas ndicacões Berâis corno em pac entes não grávrdàs.
Ern âcordo com radiolo8ista e considere substrtuir o Rx peto Uttrãssom quâôdo possíveL
ProtêBer abdome, peLve e pescoço quando possÍveL
Fl.uídos EV Pacientes Íequerem màiores voLumes quando hipotenss; evite soro BLicosado
lntubac;o € rnduÉo em sêquência nápida lndicação para os pro.edimentos, Beràlmente similares a não 8rávidas.
metocLoprãmidã 5-10 mg EV ou lM
ondasentronô 4-6 m8 EV
Antibióticos IBEV
Canlilua
TRABALHO DE EOUIPE 237
TABELA r2-,+ TRAUMA NA PACTENTE OBSTÉTRTCA: UMA FERRAMENTA À BEIRÂ DO LE|ÍO (ContinltaÇão)
Rêônimaçào ACLS >20 sem Paciente em decúbito LateraL esquerdo 5e nào houver o retorno de circuLacào expontânea
após 4 minutos de reanimacào, considererôr parto cesáreo em feto viáveI
CONDUTA
Âdaptado <om permrssào dêAmericàn Cottegê of Emer8ency Physicrâns Ctinicàt and Prâctice Maoágement Resourcês. Irauma tn the Obstehc Patient
Á Beds/de 7bol. http]/wlv.acêp.org. Âccessed Mây 16, 2016
Auto âbuso
OUADRO I2-I PERGUNTAS DE TRIAGEM PARA Consultas frequentes a serviços de emergência
AVALIAçÃO DA SEGURANçA IMEDIATA ou a consultórios médicos
Sintomas sugestivos de uso de drogas
l. Você está em perigo imediato? Auto acusação pelas lesões apresentadas
2. Sêu côniuge encontra-se nesta institúição â8orã? O parceiro insiste em estar presente durante a
avaliação clÍnica e o exame físico e monopoliza
J. Você quer (ou tem que ir)para casa com seu cônju8e? a discussão
4. Você tem âL8um tugar seguro parâ onde ir? Estes indicadores apenas levantam a suspeita de possivel
violência doméstica e devem servir para iniciar uma
5. Houve ameàçâ ou abuso direto dos seus fithos {caso ete/a
investigação mais profunda. As perguntas do. QUADRo
tênha fil.hos)? 12-1, quando são feitas de forma não acusatória e sem a
6. Você teme que sua vida possâ êstar em periSo? presença do companheiÍo, detectam 65 ã 70%das vítimas
de violência doméstica. Quando há suspeitade üolência
Z Avio[êncrà tornou-se pior ou mais assustadorâ? Está se doméstica, devem ser mobilizados os serviços sociais ou
tornândo mâis fÍequente? os órgáos públicos comp€tentes.
. O grupo deve ter em mente que, embora sejam 6. A presença de indicadores que sugerem violência
dois pacientes, a missáo prioritária é garantir doméstica pode servir para iniciar futuras
uma reanimaçâo efetiva da máe. investigações e proteger a vítima.
2. Aparede abdominal, miométrio uterino e o líquido 1 ACEP Clinical Policies Committee and Clinical
amniótico agem como amortecedor de um trauma Policies Subcommittee on Early Pregnancy.
direto no f€to em um trauma fechado. A medida American College of Emergency Physicians.
que o útero gravídico aumenta de tamanho, o Clinical policy: critical issues in the initial
restantedasüscerasabdominaissão r€lativamente evaluation and management of patients
protegidas num trauma penetrante, enquanto a presenting to the emergency department in early
probabilidade da lesão uterina aumenta. pregnanry. Ann Emerg Med 2003;47l]22-133.
2. Adler G, Duchinski T, Jasinska A, et al. Fibrinogen
3. A reposição de lÍquidos e sangue deve ser agressiva, fÍactions in the üird trimester ofpregnancy and
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màe e do feto. Avaliar e reanimar primeiro a màe, a 3. American College of Emergency Physiciâns.
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o TRANSFERÊNCIA PARA O
\-v_, TRATAMENTO DEFINITIVO
r.4ODOS DE ÍRANSPORTE
OBJETIVOS
Após a leiturâ deste capítulo e ô compreensão dos tópicos de comunicacão médico-médico, documentâção e
aprendizado do curso ATLS, você esta.á apto a: determlnação do modo de trànsporte.
ldentificar os doentês tràumatizados que necessitam 3. ldentificâr os doentês que precisam de mais exames
de transferência de umâ lnstituição de cuidados de imagem e/ou estabitizacão antes da transferênciã
prlmários paia outra dê nível mais avançado.
4. Reconhecer a necessidade de fornecêr cuidados
2 Descrever as responsabl[idadês dos médicos contínuos durante a trànsferência para garantir quê
que encaminha e que recebe o doente durantê o doente cheSue ao hospital de dêstino na metho.
o procêsso de transferêhcia pâra um hospitaI de condição possÍve[.
níve[ mais etevado de atendimento, inctuindo
24t
24i2 CAPÍTULO 15 r Trânsferência para o Tratamento Definitivo
Guídelines for Trauma System Development and Traumo Doentes estáveis com Eauma abdomiÍIal contuso e
Cmter Veríficatíon Processes and Stondards. lesões hepáticas ou esplênicas documentadas podem
O princípio fundamental do tratamento do traumatizado ser candidatos a tratamento não-operatório, exigindo
é não causar dano adicional. De fato, o nível de a disponibüdade imediata de sala operatória e equipe
compleidade do atendimento do doente traumatizado ciúrgica qualiÍicada. Um cinugião geral ou de trauma deve
deve melhorar de forma consistente a cada etapâ, desde supervisionar o manejo não operatório, independentemente
acenado incidente até a instituição que possa oferecer o da idade do doente. Se a instituição não estiver p repâÍada
que o doente necessita e o tratamento apropriado. para intervençào ciúrgica de urgência, esses doentes
devem ser transferidos paIa um cenüo de üauma.
Doentes com lesões específicas, combinação de lesões
DETERMINACÃO ON ruECTSSIDADE (particularmente as que envolvem o cérebro) e/ou história
DE TRANSFERÊruCIN OO DOENTE indicando lesão por alta transferência de energia podem
estar em risco de morte e são candidatos a transferência
A grande maioria dos doentes recebe o tratamento
completo no hospital local e, nestes casos, suâ transferência
torna-se desnecessária. É essencial que os médicos í
avaliem suas próprias capacidades e limitâções, b€m t t
como as de sua instituifo, para permitir a diferenciação 1
pÍecoce entÍe doent€s que podem ser atendidos com ,
segurança no hospital local e aqueles que necessÍtam
de tra-nsferência para cuidados definitivos- §
4+.
tl
\
FATOR,ES DE TR.ANSFERÊNCIA 1
?
,\
Os doentes que necessitam de transferência imediata
podem ser prontamente idenüficados com base em
dados fisiológicos, lesões específicas identiÍicadas l-
e mecanismo de trauma. Doentes com trauma T
craniencefálico grave (escore na G{S de 8 ou menos) e
hipotensão são facilmente reconhecidos e necessitam
I HGURÂ l3-1 As êquipes de tÍàuma avâliam rapidâmente ot
doênte5 paía dêterminâr â ôe(esridâde de transíeaência para nivel
de transferência urgente. No entanto, a necessidade de mãior (omplexidade de atêndimênto.
DETERMINACÀO DA NECESSIDADE DE TRANSFERÊNCIA DO DOENTE ?43
CON5lDÉRAR
avaLr4ÇÁo INTÊRVENÇÕES E MEDIDAS AUXILIARÉ5 A TRANSFE.
PRIMARIÀ ACHADOS SEREM REALIZADOS NO HOSPITAL LOCÂL RÊNcra?
Hipóxiâ/hipoventiLação lntubàção S
DistênsàoâbdominaL/peritonrte FAsÍ' S
CONSIDERÁR
AVALIACÃO INTERVENçõES E MEDIDAS AUXILIARE§ A I TRÁNSFE-
SECUNDARIA ACHADOS SEREM REALIZADOs NO HOSPITAL LOCAL ] RENCIÂ?
CONSIDERÂR
avauacÃo INTERVENCôES E IíEDIOAS AUXILIARES A TR.ANSFE-
SECUNDARI,A ACHADOS SEREM REÀLEADOS NO HOSPITAT LOCÀL RENCIA?
,aú: Ay.tk e íÚr',5,. && hffi ,6 pri,,,ú!! 15-n rr*fitb. ú crtgú do rtdar & q@a.rêí'ã//rÊ.
a, lrdraar ?aírr5 rê ffir oa daaL& da trÍ#.Íli
b. Do.tü coírl .6@r. n GCS H pod.íi Ê$r.íÉ. iiürb.çao. d.p.nd.ido drs dÍürírÍlnd.! cünlê.r . d. dB.Gtão côm o írédlco gu. r.c.b..
C. Rad.Laa $ín.rrte gr aro.aÊGl ffilílrtic.ír.ne norrnalr not quab oa rúrlrrdor rfuo a dadlao da tÍâírrfêÍiÍ ôo o cüidado pr$tado
ütã dr ü"anrfcíhda-
precoceparaumcenEo de üauma. Doentes idôsos devemser A morte de outro indiúduo envolvido no incidente
considerados para transferência mesmo com lesóes menos traumático sugere a possibilidade de lesão ocultagrave nos
graves {por exemplo, multiplas fraturas de costelâs e doentes sobreüventes. Nestes casos é obrigatória uma cuidadosa
anticoagulados) deúdo a sua reserva fisiológica Limitada e avaliação do doente, mesmo quando não há sinais evidentes
risco potencial para doenças relacionadas à comorbidades. de lesão grave.
Doentes obesos raramente necessitam de transferência
especiÍicamente por causa de seu peso, exceto em casos TEMPO DE TRANSFERÊNCIA
extremos em que atomografia computadorizada não pode
serobtidadeüdo aotamânho do doente ounecessidade de O desfecho do doente está dÍrêtamente relacionado ao
equipamento especial para um procedimento ciúrgico. tempo decorrido entre o tÍauÍna e o tratamento definitivo
Aüa aérea difÍcil, ftequentemente associada à obesidade, realizado adequadamente. Em instituiçôes sem coberlura
pode exigir a intubâçào precoce antes da transferência, de emergência em tempo integral, a pontualidade da
quando houver risco de que o estado mental ou o estado transferência depende, €m parte, da rapidez com que
respiratório se deteriorem durante o transporte. o médico de sobreaviso chega no Departamento de
O abuso de álcool e/ou outras üogas é comum a todas Emergência (DE). Consequentemente, as equipes de
as formas de trauma e é particularmente importante ser trauma devem desenvolver uma comunicação eficaz
idenb-Êcado já que essas substâncias podem alterar a percepção com o sistema pré-hospitalar para identiÍicaros doentes
da dor e mascarar achados flsicos signiÍcativos. Alterações na que precisam que um médico esteja presente no DE no
resposta do do€nte podem estar relacionadas ao álcool e/ou momento da chegada (r neuRA rt
,. rém disso, o médico
drogas, mas a Iesào cerebral nurca deve ser exclúda como assistente deve comprometer-se a responder ao DE antes
uma possível causa de mudança no estado mental, mesmo da chegada de doentes gravemente traumatizados.
na presença dos mesmos. Se o médico examinadornão tiver A cronologia da transferência inter-hospitalar varia
certez4 a transferência para uma instinriçáo de nível superior de acordo com a distância entre as instituiçôes, com
de complexidade pode ser apropriada. os recursos disponíveis para a transferência, com as
TRATAMENTOANTESDATRANSFERÊNCIA 745
Ít
í um atraso natransferência parao tratamento definitivo.
á
TRATAMENTO ANTES DA
I EIGURA 13-2 Uma comunicà(áo eíicàz (om o sistema pré-hospitàlar
TRANSFERÊNC IA
deve ser desênvolvida para identificaÍ doentes que neceesltâm dâ
prerença de um médico no DE no momênto da sLrà chegada. O doente deve ser reanimado e tentativas paÍa
estabilizá-lo da melhor maneira possível devem ser
caracteísticas dainstiluição Iocal e com os procedimentos feitas, baseando-se no esquema sugerido abaixo:
necessários antes que o doente possa ser transferido
com segurança. Se houver recursos disponíveis e os 1. Via aérea
procedimentos necessários puderem ser executados a. Inseriruma üa aérea ou um tubo endotraqueal,
rapidamente,lesões com risco àüda devem ser tratadas se necessário. Estabelecer um limiar baixo para
antes do úansporte do doente. Esse tratamento pode intubar doentes com GCS alterado, mesmo
acima de 8, quando houver preocupaçáo com
exigir intervenção ciúrgica para garanú que o doente
uma possíveI deterioração e discutir essa
estejana melhor condição possível para atransferência. decisão com o médico que receberá o doente.
Intervenção antes da transferência requer iulgamento.
b. Realizar aspiração.
Depois de reconhecer a necessidade de transferência,
agilize os preparativos. Não realize procedimentos c. lrserir uma sonda sástrica em todos os doentes
inrubados naqueÉs nào intubados com
e
diagnósticos (por exemplo, lavagem peritoneal diagnóstica eüdência de distensào gástrica. Como esse
ILPD] ou tomograÍia computadorizada [TC]) que não procedimento pode induzir o vômito e provocar
alteremoplano de cuidados. No entanto, procedimentos aspiração, usar o bom julgamento clinico quando
que tratam ou estabilizam uma condiçáo imediatamente os doentes estiverem agitados ou intoxicados.
fatal podem ser rapidamente realizados. 2. Respiração
Apesar do princípio de que a transferência não deve ser
a. Determinar a frequência respiratória e
atrasada para procedimentos diagnósticos, uma parcela administrar oxigênio suplementar.
signiÍicativa das vítimâs de trauma transferidas para b. Providenciar ventilação mecânica, quando
centros de trauma regionais é submetida à tomograÍia necessarlo.
computadorizada no hospital primário, levando a um
c. Realizar a drenagem torácica, se necessário.
aumento no tempo de permanênciaantes datransferência. Doentes com pnãumotórax diagnosticâdo ou
suspeito devem ter o tórax drenado quando
ARMADILHA PREVENCÀO sâo transportados por via aérea.
3. Circulação
Atrasar a transferêncrã Considerãr a transferência a. Controlâr o sanqlamento externo, observando
de um doênte para o precocementê no processo o tempo de coloiaçào do torniquete quando
tratamento definitlvo de avaLiôçào este é usado.
Determiôar rapidamente
as necessidades do doentê b. Estabelecer dois acessos venosos de grosso
e às capacidâdes da
calibre e iniciar a infusão de solução
rnstituicão. cristaloide.
Solicitar apenas exames c. Restaurâr âs perdas de volume sanguíneo
que identifiquem Lesôes usando cristaloide e sangue para obter uma
potencaaImentê fatais reanimação balanceada (ver Copítulo 3: Choque )
qse Possam sêr trâtadàs e manter a reposiçáo durante a transferência.
ou estabitizadas antes da
transferência. d. Inserir uma sonda vesical de demora para
monitorar o débito urinário.
246 CAPíTULO 13 r Transferência para o Tratamento Defin tlvo
doente e estar completamente familiarizado com o sistema informações ütais sejam comunicadas. A omissão de
de transporte, com sua capacidade, e com os preparativos Ínformaçóes pode retardar a identiÍicação de lesões e o
pâra o tratamento do do€nte durânte o Eansporte. Dentro atendimento, hfluenciaro resultado do doente.
o que pode
das capacidades de sua instÍtuição, o médico de referência O SBAR (Situaçâo, Histórico, Avaliação e Recomendação)
deve estabilizar a condiçáo do doente antes de transferi-lo é uma ferramenta de transferência comumente usada
parà ouüa instituição. O processo de transferência é iniciado para melhorar a segurança do doente, facilitando a
enquanto os esforços da reanimação estão em andamento. comunicação de informaçóes especíÍicas do mesmo. A
A transferência entre hospitais é acelerada por meio . TABELA 13-2 descreve um modelo de instrumento ABC
do estabelecimento de acordos de transferência. EIes SBAR para trãnsferência de doentes traumatizados.
proporcionam um movimento consistente e eficiente Quando não houver uma equipe de atendimento
de doentes entre instituições. Além disso, esses acordos especÍficae adequadapara transferir o doente, certifique-
permitem o feedback ao hospital de referêncÍa e se de que uma enfermeira ou um médico acompanhe o
âumentâm a eficiência e a qualidade do tratamento do doente. Todo o monitoramento e tratâmento prestados
doente durante esse processo. durante o transporte são cuidadosamente documentados.
Fornecer um resumo completo e sucinto do doente Doentes pediátricos necessitam de cuidados
usando um modelo padronizado é útil para garantirque especializados e frequentemente é indicada a transferência
CircuLãção
ARMADILHA PREVENCAO
I
do doente os curdàdos
recebídos a resposta do
doente aos cuidados e o
môtrvo dã trànsfêrência.
t FIGURA 13.3 Equipe de trêurna, re(ebendo o doente tíansÍeíido
para uma instituição de tratarnento pediátrico. Dependendo por transporte aéreo.
O médico que recebe deve serconsultado para garartir que específico ou tempo dependente, que não esteja
ÉRNf,ÉÚE ÀIUN§FERÉrcU
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! EGUTA 1:}..aModêlo de Formulário de trangfêrênria. Êste Íorfiulário in(lui todas âr informa(óes que dêvem ser enviâdas com o doente
parã a instituiçào de destino.
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too long: a consequencê ofan immature trauma
system. Ann Surg 241(6):961-968.
APEN DICES
OBJETIVOS
Nu'u**nilit'**i*""':;:'"t;
emergência médica. Embora o atendimento médico de
outros íons. O segmento posteÍior do globo está entre
o
-
cristalinoearetina,eépreenchidocomhumorvítreo
uma substância clara e gelatinosa. O nervo óptico está
emergência ren ha mudado com o tempo, esse conceito na parte de trás do olho; viaja através do cone muscular,
ainda é válido. O olho é realmente importante, mas através da órbita e depois para o cérebro. TFIGURAA-1
noÍmalmente não é avaliado até que o doente seia fornece uma revisão da anatomia do olho.
considerado estável. O globo inclui os anexos dos músculos extraoculares
Pequenas abrasôes e laceraçôes no olho e nas à esclera. A esclera e os músculos sáo cobertos por um
pálpebras são comuns em doentes politraumatizados. epitélio chamado coniuntiva, que se estende daiunção
Este apêndice tem como escopo descrever as poucas córnea-esclera sobre a esclera e depois sevoltapara cobrir
lesôes oculares que podem cegar um doente se náo forêm o interior das pálpebras. Os músculos extraoculares
tratadas nas primeiras horas após o trauma. Entender se juntam para formar um "cone", que é coberto por
os fundamentos do exame oftalmológico após a lesão uma bainha semelhante à da fáscia chamada cápsula
começa com uma revisão da anatomia básica do olho. de Tenon. Essa cobertura por fáscia minimamente
distensível Iimita a capacidade de expansão desses
músculos; assim, a hemorragia nessa área pode produzir
REVISÀO DA ANATOMIA uma síndrome compartimental.
O complexo globo-cone-muscular situa-se na órbita do
A córnea é a camada transparente que forma o olho, que é uma cavidade emforma de pera formada por
Iimite anterior do espaço conhecido como câmara ossos que separam o compartimentô orbital do tecido
anteÍior, e é contígua à êsclera. O interior do globo é dos seios da face e do cérebro. As pálpebras têm anexos
dividido em segn1entos anteriores e posteriores pelo tendinosos (tendões cantais) medial e temporalmente
cristalino. O segmento anterior inclui a córnea, esclera, na órbita óssea, que impedem que o globo avance. Esse
conjuntiva, íris e cristalino. O espaço entre a córnea e arranio criâ outro espaço com expansão Iimitadâ, onde
a íris é chamado de câmara anterior e está preenchido a síndrome do compãrtimento tâmbém pode ocorrer.
257
258 APÊNDICE A r TraUma OcULar
Esctera
Tendáo
CantaL Fórnlx
Mú3cuLor
cxtG9cu[rrc! ConJuntlva
taácub
Fóvea
Ossos da
órblta Írls
Pu pil.a
Nervo
ótlco
Câma ra
anterior
Retlna
do nervo óptico relacionada ao trauma, consulte um medindo a partir da parede lateral da órbita até o nariz
oftalmologista para um exame detalhado. de cada lado e, em seguida, determinândo quanto do
globo se proieta para além dessa linha imaginária.
Pressão lntraocuLar Em um exame normal, quando você empurra
suavemente o olho através da pálpebra, você s€ntirá
Dispositivos portáteis de tonom€tia, como o Tono-pen, que o globo ocular se deslocapouco em direção posterior.
estão agora disponíveis em muitas salas de emergência. Quando isso não ocorre, há resistência à retropulsão,
Esses medidores melhoraram a capacidade do médico de indicando a possibilidade de aumento da pressão atrás
veriÍicar pressões ocrÍares em diversas situações do doente. do olho, como na hemorragia retrobulbar. Outro sinal
Ao usar dispositivos de tonometria de mão, abra a de hemorragia retrobulbar é quando o globo empurraas
pálpebra tomando cuidado para não empurrar o globo pálpebras, criando uma pressão tal que a pálpebra fica
ocular, pois isso pode elevar falsamente a pressão do tensa e não pode serafastada do olho. Por fim, ao avaliar
olho. Certifique-se de que os dedos que retraem as as feridas da periórbita, sempre inspecione aslaceraçôes
pálpebras estejam apoiados na órbita óssea e não no paragarantirque não tenham espessura tôtal e elimine a
globo. Obtenha sempre 2-3 medições de cada olho, com possibilidade da presença de corpos estranhos ocultos.
a maior percentagem de confiabilidade no Tono-Pen (a Mesmo que o globo pareça não ser afetado, qualquer
pressão ocular normal é entre 8 e 21mmHg). A Ieitura corpo estraÍüo penetrando na órbita exige um exame
de "dados" ou "%" na caneta indica a probabilidade de oftalmológico imediato para determinar se o globo
que essa leitura seja precisa. É importânte notar que as está aberto.
leituras podem variar com a ventilação mecânica, as Músculos extraoculares: para doentes que podem
manobras de Valsalva e a pr€ssão acidental no globo obedecer a comandos, peçaque sigam o dedo para cima,
ocular durante a abertura dos olhos. Quando possível, para baixo e para os lados. Movimento ocularrestrito pode
anest€siar o olho com gotas oftáImicas de ânestésico ser decorrente da presença de pressão intraorbital elevada,
tópico (por exemplo, proparacaina) se o doente não de fraturas orbitárias, ou de Iesão muscular ou nervosa.
êstivertotalmente sedado. Caso contrário, o doentepode Pálpebras, cílios e bolsa lacrimal: Examine as
piscar excessivamente ou apertaÍ as pálpebras quando pálpebras para procurar por lacerações e observe se
â ponta do instrumento tocar o olho. elas sáo de espessuÍa total ou parcial. A porçáo nasal
Sem um tonômetro, você pode de maneira grosseira das pálpebras superior e inferiorcontém as cavidâdes
estimara pressão do olho pressionando delicadamente e canalículos superiores e inferiores, que drenam as
comos dois dedos indicadores em cada lado do olho com lágrimas da superfície ocular. As lágrimas correm pela
as pálpebras fechadas. Se você não tem cêrteza do quê puncta, depois pelos canalículos até o saco lacrimal e
é normal, pressione o seu próprio olho ou o olho não depois pelo ducto nasolacrimal ãté o nâriz.
afetado do doente da mesma maneira e comparar. O Laceraçóes de espessura total requerem um reparo
mais importante, avaliar se o doente tem um olho mais ciúrgicoporumcirurgiãofamüarizado comaanatomia
firme no lado lesionado. de drenagem da pálpebra e canal lacrimal. Embora este
Se houver suspeita de Iesão aberta de globo ocular, procedimento não precise acontecer imediatamente,
não verifique a pressão no olho, porque você pode o reparo dentro de 72 horas após a Iesão aumenta a
conduzir ainda mais para o interior da cavidade o probabilidade de sucesso. Se o sistema de ducto
conteúdo intraocular do olho. Nesses casos, veriÍicar a nasolacrimal estiver envolüdo, é ideal que o reparo
acuidade visual e realizar uma inspeção visual apenas. ocorra antes do inÍcio do edema tecidual, portanto é
necessário que um especialistâ seja consultado assim
Exame Anterior que identificar o problema. Esteja especialmente atento
àslaceraçôes pa.lpebrais que se alinham com as Iacerações
O exame anterior abordavários aspectos da anatomia do conjuntivais ou comeanas, porque elas são frequentemente
olho: a periórbita, músculos extraoculares, pálpebras, associadas a lesóes abertas do globo ocular.
cílios, sacos lacrimais, coniuntiva, esclera, córnea, íris, Coniuntiva, esclera e córnea: Observe quanto a
câmara anterior e cristalino. presença de qualquer hemorragia subconjuntival e
Periórbita: Observe quanto à presença de qualquer sua extensão; quanto mais extensas forem, maior a
equimose ou lacerações ao redordo olho. Avalie a presença probabilidade de o próprio globo ter sofrido ferimentos
de eventual prorusão do globo ocular.Issopode ser feito substanciais. Se a coniuntiva estiver lacerada, preste
com aspalpebras abertas oufechadas, olhando parabaüo muita atenção à esclera subiacente, que também
enquanto o doente está deitado e determinando se um pode estar lesada. Mais umà vê2, uma lesão como
olho está mais anteriorizado que o outro. Isso também essa pode indicar lesões abertas do globo ocular.
pode ser avaliado radiograficamente usando o corte VeriÍique também se há laceraçóes ou escoriaçóes da
axial de uma tomografia de crânio através das órbitas, coniuntiva, esclera e córnea, observando sua relação
260 APÊNDICE A r Trauma Ocu[ar
com as laceraçôes das pálpebras. Para veriÍicar se há sangue na parte inferior se a gravidade tiver deslocado
Iesões sutis da conjuntiva e/ou da córnea, realizar o as células do sangue para baüo. Um hifema pode Ievar
tesre de colol,rçào com fluoresceÍna: a uma pressão intraocular drastÍcamente elevada e
pode indjcar um trauma significativo para o globo. E
1. Anestesie o olhô com gotas anestésicas tópicas. importante consultar um oft almologista imediatamente
2. Usando uma tira de fluoresceína úmida, coloque se esse diagnóstico for feito.
algumas gotas de fluoresceÍna no olho. (O Cristalino: O cristalino é tipicamente claro em pessoas
doente pode precisar piscar para distribuir ,ovens ou aparece em vários tons de amarelo em doentes com
completamente o corante. ) mais de 40 anos (porexemplo, indicando umacatarata). O
3. Utilize uma luz azul (lâmpada de Wood ou cristalino está envolto em uma cápsula transparente e firme.
oftalmoscópio) no olho- Se a cápsula é violada, o cristalino fica branco, muitas vezes
inchando com o tempo. Essa lesão pode induzir irÍlamação
4. O corante irá fluoÍescer no espectro verde e
intraocular signficativa e pressão intraocular elevada, a
realçar a área do epitélio que foi lesada.
menos que haja uma lesáo concomitante grande no globo.
As abrasôes da córnea ou conjuntiva podem ser Se o exame indicar uma cápsula de cristalino üolada, é
tratadas com pomada oftálmica simples. As laceraçôes provável que haja uma Iêsão abertâ do globo ocular e o olho
da córnea ou da esclera são mais preocupantes porque, possa conter um corpo estÍanho.
quando têm espessura total, indicam Iesóes abertas
do globo ocular. Esta Iesão requer consulta imediata Exeme Posterior
com um oftalmolôgista para posterior avaliaçào. Por
último, sevocê notar que o doente está usando lentesde O exame ocular do segmento posterÍor pode ser difÍcil,
contato; removâ as mesmas, umavez que o uso de lentes especialmente se a pupila for pequena deüdo a sedativos
de contato por um longo período dê tempo aumenta ou analgésicos. Normalmente você pode observar a
muito o risco de úlceras de córnea infectadas. O teste presença de um reflexovermelho (ou seja, reflexo laranja
de coloração com fluoresceína também pode seÍ útil na avermelhado daluz da retina)no mínimo. Se apupila for
identiÍicação de úlceras de córnea infectadas e lesões maior, você pode usar um oftalmoscópio para visualizar
abertas do globo ocular. o nervo óptico e/ou a retina posterior, o que ainda assim
Íris: A íris é um músculo espon;oso e distensível que náoé umexame completo. Caso nàopossa avaliara parte
geralmente é redondo e reativo à luz. Se a pupila for posterior do olho, não poderá excluir a possibilidade de
redondae reativaàluz,mas ligeiramente maior que a pupila hemorragia vÍtrea, descolamento de retina ou outra
do olho não afetado, o doente provavelmente terá uma patologia. Ao contrário dos descolamentos de retina
ruptura do esfíncterpupilar. Este tipo de lesáo geralmente espontâneos, os descolamentos de retina traumáticos ou
ocorre com trauma contuso no globo. No entanto, se a outras patologias posteriores geraknente não são tratados
pupila não forredonda, exames complementaÍ€s passam com cirurgia de emergência. No entanto, certifique se
a ser necessários. Com ferimentos menores no globo, de notificar o oftalmologista quanto aos achados, pois
o mesmo pode manter sua forma, entretanto a pupiia a hemorragia vítrea causada por trauma geralmente é
terá uma apârência irregular "pontiaguda". Olhe para resultado de uma força significativa e com isto, o olho core
a íris ocluindo o orifício no globo ou saindo da esclera o risco de apresentar Iesoes mais graves concomitanles.
ou córnea na direção em que a pupila está apontando:
este é o local onde a lesão de espessura total da córnea LESÕES OCULARES ESPECÍFICAS
ou laceração escleral deve ser observada.
Câmara anterior: a câmara anterior deve ser
relativamente profunda; isto é, a íris deve ser plana Doentes politraumatizados apresentam alto risco para
com um ângulo de aproximadamente 45 graus entre o muitas lesóes oculares. Esta seção descreve alguns dos
plano da íris e a curva da córnea, e estarcheia de humor ferimentôsmâis sensíveis aotempoe de maiorrisco para
vítreo claro. Quando a íris está perto da córnea, ou a perda de visão que os membros da equipe de trauma
câmara anterior é "superficial", o humorútreo pode estar podem encontrar.
vazando devido a umalesão âbertado globo ocular. Olhe
atentamente paraapresença de Iiquido de aspecto turvo, FRATURAS OE óRBITA E HEMORRAGIAS
o que pode indicar a presença de glóbulos vermelhos. RETROBU LSARES
O sangue na câmara anterior, conhecido como hifema,
apresenta duas formas: (1) disperso, com glóbulos As fraturas da órbita podem causar sangramento no
vermelhos flutuando no humorvítreo, tornando avisão cone muscular ou ao Íedor dele. Estes compartimentos
do do€nte e sua visão do olho vaga; (2) em camadas, são Iimitados pelâ inserçào dos tendôes da pálpebra
com sangue no topo da íris; ou em camadas, com o aos anexos ósseos dos cantis medial e lateral. Se o
APÊNDICE A r Trauma Ocular 261
sângramento for significativo o suficiente, pode de irrigação e colocá-la sobre a ponte do nariz, para que
desenvolver uma síndrome compartimental que seja drenada nos dois olhos. Náo deixe de chamar o
obstrua o suprimento de sangue para o nervo óptico especialista oftalmológico para notiÍicá-lo da situação.
e globo. Os sinais de hemorragia retrobulbar com Ao Iavar o olho do doente, obtenha detalhes sobre o
síndrome compartimental incluem reduçào da acuidade produto químico. Por exemplo, se o produto é ácido ou
visual, pressão ocular elevada, proptose assimétrica base, é líquido, pó ou outro material sólido? Soluções
(bulbo ocular), resistência à retropulsão e pálpebras alcalinas são geralmente mais preiudiciais ao olho e
tensas contra o globo ("olho duro como pedra"). muitas vezes exigem mais irrigação para normalizar o
A tomografia computadorizada pode revelar pH (- 7,0). Os pós têm pequenos grânulos que podem
hemorragia retrobulbar, mas somente o exame clínico facilmente ficar presos nos fórnices superiores e
determinará se esse sangramento está causando uma inferiores do olho. Esta situaçáo, por vezes, requer
síndrome compartimental e requer tratamento. Aperda a inversão das pálpebras e lavagem direta com soro
davisão pode ocorrer após cerca de uma hora e meia de Íisiológico utilizando-se uma seringa de 10 cc para
suprimento de sangue prejudicado, com isto o tratamento desalojar os grânulos.
imediato é imperativo. Caso suspeite da presença uma Após cada litro de solução, ou a cada 30 minutos,
hemorragia retrobulbar causando uma síndrome pare a irrigação, espere 5 a 10 minutos e veriÍique o pH
compartimental, entre em contato imediatamente das lágrimas. Enquânto aguarda. considera-se ideal
com um profissional que tenha a capacidade de começar o exame oftalmológico. Quando o pH é neutro
realizar cantotomia e cantólise. A cantotomia isolada (- 7.0), você pode parar de irrigar o olho. Se o pH não for
(isto é, seccionando somente a derme) não melhora a neutro, continue estê ciclo de irrigâção, libere o fórnice
sÍndrome do compartimento retrobulbar- É a cantólise e veriÍique o pH até que as lágrimas Íiquem neutras.
que aumenta o tamanho do compartimento orbital, o Este pÍocesso pode exigirvárias horas e litros de solução
que equivale a realizar uma fasciotomia. salina, ponanto, paciência e perseverança são cruciais,
Não retardar o tratamento com cantotomia e cantólise, Se tiver dúvidas sobre se todo o produto químico foi
obtendo uma tomografia computadorizada para removido dosolhos, côntinue a lavar âté o oftalmologista
comprovação ad icional de hemorragia. chegar para examinar o doente. Com base no exame
Fraturas orbitais também podem resultar no oftalmológico, o tratamento provavelmente incluirá
encarceramento dos músculos extraoculares no local pomadas antibióticas, analgésicos orais e colírios para
da fratura óssea. O reparo dentro de 48 horas após o inflamação e pressâo ocular elevada.
trauma é recomendado para evitar isquemia muscular
e danos permanentes; assim, solicite o parecer de um RUPTURA DO GLOBO OCULAR
especialista para avaliar essa condição. Fraturas maiores
com signiÍicativo deslocamento ósseo têm menor As rupturas do globo ocular incluem as Iesões que têm
probabilidade de causar dano muscular e isquemia. penetração de espessura total através da esclera ou
Fraturas maiores geralmente ocorrem em adultos; córnea. O tamanho ea extensão das Iesões penetrantes
encarceramento e fraturas menores são mais comuns variam consideravelmente. Algumas lesões são tão
em crianças, cujos ossos são menos frágeis. pequenas que um microscópio é necessário para o
diagnóstico; outros envolvem corpos estranhos visíveis
OUEIMADURAS OUíMICAS aindaalojados no olho. Sinaisdeumglobo aberto incluem
uma pupila pontiaguda, câmara anterior rasa,laceração
Queimaduras químicas são verdadeiras emergências da córnea ou esclera, tecido pigmentado anormal que
oftalmológicas e devem ser tÍatadas assim que o doente empurra através da esclera ou córnea, e a presença de
chegar. Otratamento inicial envolve irrigaçào abundânte numerosos glóbulos vermelhos ou brancos flutuântes
do olho afetado e requer poucos equipamentos. (vistos no exam€ de Iâmpada de fenda)no humorvítreo.
ldealmente, um ].itro de soro fisiológico ou Ringerlactâtô Um teste de Seidel pode localizar pequenos
normal (use água da tornêira somente quando soluçóes vazamentos de humor vítreo da câmara anterior. Para
estéreis náo estão disponíveis) é conectado a uma lente realizar um teste de Seidel, anestesie o olho, molhe a
Morgan. Coloque a lente no olho e incline a cabeça do tira de fluoresceína ê limpe a tira sobre a área suspeita
doente para que o fluido escorra na direção da têmpora enquanto o doente náo pisca. A fluoresceínanáo diluída
(e não no outro olho). Se uma lente Morgan não estiver aparece Iaranja escuro na Iuz normal; mas se houver
disponível, corte umpedaço de tubo IVpara maximizar o vazamento, ele ficará Iaranja ou verde claro quando
fluxo. Quando possível, o doente pode seguraraponta do visto sob luz azul.
rubo no aspecto nasal do olho para que o liquido irrigado Embora muitos escores para avaliação do trauma
escorra do local. Quando ambos os olhos precisam de ocular tenham sido desenvolvidos para determinar
irrigaçáo,você pode conectaruma cânula nasal ao fluido o grau e o prognóstico da lesâo do globo ocular, o
262 APÊNDICE A r Trauma Ocular
tratamento inicial de todos os casos de ruptura é o 6. Solicit€ uma tomografia computadorizada (somente
se odoente for ser tratado em sua instituição)
mesmo. Uma vez identiÍicada a condição, consulte
imediatamente um especialista e descreva a situação. com cortes Íinos aüavés das órbitas para avaliar
apresença de corpo estraÍúo ou outras lesôes
Prepararo doente paracirurgia ou transferência, porque
oculares. Cada hospital tem um protocolo orbita.l
as rupturas do globo ocular são emergências cirúrgicas
quê requerem intervenção imediata em doentes ligeüamente diferente paÍa isso, mas g€ralmente
os cortes são de 1 mm ou menos. Para tanto náo é
hemodinamicamente estáveis. Enquanto aguarda a
necessário o uso de contraste endovenoso.
transferência do doente ou consulta especializada, as
seguintes medidas devem ser adotadas: Quando você suspeitar que há uma ruptura do globo
ocular, chame o oftalmologista para exame imediato
1. Cubra o olho afetado com um protetor rígido. Se a fim de obter um diagnóstico definitivo. Essas lesões
um corpo estranho estiver saindo do olho, corte devem sertratadas imediatamente após o diagnóstico.
uma espuma ou um copo de papel para acomodar
o corpo estranho. Nunca coloque um curativo
sob pressão, gaze ou outro material macio sob
RESUMO
a proteção rÍgida, pois a pressáo pode forçar o
conteúdo para fora do olho Além disso, gazes ou 1. Um exame ocular completo no exame secundário
curativos para olho podem aderir à íris ou outros pode identificar lesões oculares sutis que
conteúdos oculares expostos, que podem então podem ameaçar a perda de visào se não forem
ser retirados do olho ao remover tais curativos. tratadas imediatamente. Nesses casos, consulte
2. Utilize antibióticos IV. As fluoroquinolonas são
imediatamente um oftalmologista.
aúnica classe de antibióticos que penetram no
útreo em concentraçôes terapêuticas quando 2. Outras preocupaçôes relacionadas ao olho podem
OBJETIVOS
l. ldentiflcar os problemas encontrôdos nas lesões 4. Definir os dols nÍvels de üesão petro caüor.
Por exposição ao ambiente.
5. DescÍever o trôtamento adequado parâ hipotermia e
2. ExpLicar os mecanismos ê riscos causados peta [êsõês peüo calor.
hipotermia e lesõês peto calor aos doentes
trôumâtizados.
?65
266 APÊNDICE B r Hipotermla e LesÕes pelo Calor
SINTOMAS TEMPERÂTURA
ESTADIO cLíNrcos CEhITRAL íHCA- TRATAMENTO
Tremores conscientes 35'C a 32'C Roupôs e ambiente âquecido, bebidas doces e quentes, e
movimentos ativos (se possíveL)
3 lnconscientes e sêm . 28'C a ?,+'C Tratàmentô como no estêdio 2, manejo de vias aéreas,
tremores, sinais vitaiS ECMO ou CPB em casos de instâbiLidâde càrdíâca
prêsentes refratária ao tratamênto mêdicamentoso
I Ausência de sinais vitais .74"C Ír&mêÍlto como no estadio 3. RCP e âte 3 doses de
epinefrina (l m8)e desfibritaÉo, €om doses âdicionais
basêâdas na Íespostâ ctÍnicá; reaquecimefito com ECMO oÚ
CPB (se disponíveL) ou RCP com rêaquecimerÊo externo aüvo
ou interno altermativo
Adaptâdo com permissào de: Erown DJA. BruSger H. Boyd J, P.ôt P Accidêntat hypothe.mi. New EngtÀnd Journal of Medtcine7Ot7.367: t930-8.
maior superfície corpórea e fontes de energia Iimitadas. perda de habilidades motoras Íinas. Na hipotermia
Ambas as populações estão mais suscetíveis devido a grave os pacientes têm as pupilas fixas e dilatadas,
capacidade Iimitada de se remover do ambiente frio bradicardia, hipotensão, edema pulmonar, apneia ou
devido a limitaçóes de resistência e mobilidade. Parada cardíaca.
O risco de hipotermiâ é uma preocupação especial Frequência cardiaca e pressão arterial são variáveis,
no paciente traumatizado porque ele é exposto para ea ausência de atividade respiratória ou cardÍaca não
exames, recebem fluidos em temperatura ambiente, é incomum em pacientes que se recuperam. Como a
e recebem medicamentos que interferem na sua hipotermia pode deprimir gravemente as frequências
capacidade de mantera temperatura corpórea, tal como respiratória e cardíaca, os pacientes devem ser
os bloqueadores neuromusculares. cuidadosamente monitorados.
Hipotermia está presente em até 1/3 dos pacientes
com traumagrave. ProÍissionais de saúde podem limitar EFEITOS FISIOLóGICOS
ainda mais a perda de temperatura administrando
fluidos e sangue aquecidos, e mantendo o ambiente O débito cardÍaco cai proporcionalmente ao gÍau da
aquecIdo. Determinar a temperatura central é essencial hipotermia, e arritmias cardÍacas iniciam próximos
para o diagnóstico, e termômetros especiais capazes aos 33"C. Os achados de ECG são inespecÍÍicos e podem
de registrar temperaturas baixas são necessários em incluir as ondas J de Osborn. Estas aparêcem como
pacientes com suspeita de hipotermia severa ou grave uma deflexão para cima após o complexo QRS. A
fibrilação ventricular começa a ficar muito comum em
SINAIS temperaturas abaixo de 28'C, e pode ocorrer assistolia
com temperâtura abaixo de 25'C. Os medicamentos
Tremor está presente em pacientes levemente cardiológicos e a desfibrilação não são normalmente
hipotérmicos. A pele é fria ao toque devido a efetivos na presença de acidose, hipóxia e hipotermia.
vasoconstrição. Hipotermia moderada resulta em Em geral, esses métodos de tratamento devem ser
confusão mental, amnésia, apatia, fala arrastada e postergados até que o doente esteja aquecido até pelo
APÊNDICE B r Hipotermia e Lesôes pelo Cator 267
de aquecimento para pacientes com trauma após a Adaptãdo com permrssâo de Spen.e R Cotd lnjury ln Cameron
chegada ao hospital, baseado no grau de hipotermia. JL.êditor Cur.eDt5u.9,.át Thê.apy 7th ed. 5t. Louis, l'1O: l'1osby. 2001
Av.U.çio Horpít tr
Ctld.dc.ffi
. Obter tempêratura
. ldentiÍlcar 3inais de hipoteímia
(treíÍroíEs, v.6oco@. a&êraÉo do fiíwLde consdênclô)
. RêmoveÍ roupas mothadà9. aquêcimento do âmbaêntê
. Ftúidos EV e cobertoíês aquecidog
. Afêrlr temperatuÍa a cãde 15 minutos
['.
Protocoto AÍLS,
.G$u3cit çao
estàbilir.çio
.
@
@
AyaIâçao coôtínua da tarnpq..tu r.
37'C
32'C !2'C . ló'C 36'C
ou mala
I fIGURA B-1 E'tratégiôr de aquecimenlo no trauma. Um algoritmo pêra terapia preao(e em pô.ienter (om hipotermla no tíaumâ
Adaptêdo com a permissão de Per mân R, Câllum J, LâÍ âmmel C, Tien H, Nôscimento I, Bê.kett A, & A am A. (2016). A recommended ear y
goal'directed management quideline for the prevention oí hypothermiê'íelêted transfus on, morbidity, and mortã ity in severely rnjured
trauma patients, Crití(a I C a re, 20:10-l
D€terminar a morte pode ser difícil em pacientes apr€sente pulso central ou respiração, ou um potássio
com hipotermia grave. Em pacientes que parecem ter superior a 10 mmot/L. Outra exceção é o paciente
sofrido umã paradâ cardÍaca ou morte como resultado hipotérmico que âpresenta uma lesâo fatal (ferimento
da hipotermia, não os declare mortos até que tenham trânscerebral por tiro, exanguinação completa, etc.).
feito todos os esforÇos para reaquecê-los. Lembre-
se do axioma: "Você não está morto até que você
estejaquentee morto" Umaexceçãoaessaregraéum
paciente com hipotermia que tenha softido um evento
anóxico enquanto ainda está normotérmico e náo
APÊNDICE B . Hlpotermia e Lesôes pelo Calor 269
TABELA B-3 ACHADOS FíSICOS EM DOENTES COM EXAUSTÃO POR CALOR E INSOLACÀO
Sintômas Dor de cabeçâ, náuseas, Dor de câbeçâ, náuseâs, vômitos, tontura, mât estâr, mialgiâ,
vômitos, tontuíâ. mâL estàr confusão mentâ1, irritâbiLidâde, desorientàçáo, cônvutsão, comâ
e miâ[8iâ
4. Dunne B, Christou E, Duff O, et al. 2. Yeo TP. Heat stroke: a comprehensive review
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Prob Surg 201-4:51:477 -437. Mosby,200I.
OBJETIVOS
l. Descrever como os eventos com vítimãs em massa 6. Rever os princípios de cuidados de vÍümas em ambientes
geram um padrão de atendimento à população táticos Cfactical Com bat Casua§ Care - TCCC).
afêtada.
Z Descrever o conceito de Suporte de Vida Avançado
2. Descrever as fer.amentas para o tratamento de no Trauma em Ambiente Operâciona[ (ATLS-OE) -
vítimas em massa. currícuto compLemêntâr-
3. Listâ. as prioridâdes de tratamento dê um indivíduo 8. Definir os princÍpios do manejo de incidentes com
massa.
A :**:*,x*'j;I:,.l11,i,-il :I :I'i::ff i;
desastres ou outros ambientes austeros, pode variar
desastre não é usua.l;requer umapadronização de atitudes
diferentes que reconhece a necessidade do atendimento
das ütimas e garante a segurança dos proÍissionais de
muito. No pior dos cenários, o tratamento adequado pode saúde. "Adapte-see resolva" é o slogan a ser considerado.
estar disponível apenas por meio do enüo de recursos O ATIS teve sua origem no Nebraska, após a queda
externos para o local do conflito ou desastre. Os muitos de um aviào em que as útimas receberam atendimento
desafios associados ao bom funcionamento do manejo do inadequado em um ambiente hostil. Emboracomumente
desastre ou conflito úá afetar todos os escalões ounÍveisde visto como algo para ser utilizado em situações ideais, o
cuidados, desde olocalda lesão âté atransferência davítima ATLS promove uma base estruturada para o tratamento
para um centro de trâuma terciário (quando possÍvel). de ütimas em massa, em ambientes hostis e com recursos
Todos os provedores de saúde nestes ambientes devem limitados.Informaçôes adicionais e mais profundas podem
compreender essas Iimitaçôes e como elâs impactarão de serencontradas no curso de Gerenciamento de Desastrese
forma signficativa no cuidado às vítimas, bem como as Preparaçáo paraEmergências (DisasterManagement and
estratégias disponíveis para reduzir essas barreiras. Um EmergencyPreparedness - DMEP) do Colégio Americano
amplo conhecimento da situaçào é de exüema importância de Cirurgiões (ACS).
nesses cenários.
Os desastres ocorrem globalmente, em decorrência
TRATAMENTO DAS VÍTIMAS EM MASSA
de causas naturais, tecnológicas e conflitos humanos.
Nenhuma comunidade está imune. Mesmo os hospitais
mais sofisticados podem se tornar um local hostil após Um eventocomútimas em massãexiste quando o número
um desastre, deüdo a limitação de recursos disponíveis de ütimas excede os recursos para prestar os cuidados
e número de vÍtimas que superam a capacidade de individuais completos, tipicamente em uma situaçáo
775
276 APÊNDICE C r Incidentes com Vítimâs em l'4assa Trauma ern Ambientes Hostis e Conflitos Armados
horas ou mais da mobilizaçáo completa em eventos e reposição de fluidos e eletrólitos (ver Capítulo 9: Lesões
mútas regulamentações de atençáo à saúde. As instituições bom humor, pausas e tranquilidade podem elevar o moral.
devem se planejar para aceitar ütimas de trauma mesmo
que não sejam um cenüo de fiauma- Similarmente, ütimas
de queimaduras e doentes pediátricos poderão ser tratados
DESAFIOS EM AMBIENTES
inicialmente em centros não especializados. A perda ou TÁTICoS, HOSTIS E COM
evacuaçâo de irutihriçôes pode ocasionaÍ uma demanda exüa RESTRICÃO DE RECURSOS
em unidades de diá[se, venti]adores mecânicos e farmácias.
Trenós de evacuaçáo e macas devem estar disponíveis para Embora o ATLS tenha criado fundamentos críticos
auxüar na remoçào de doentes obesos. para o cuidado de doêntes nos ambientes civil e militar
Lesões mr.rltidimensionais sáo lesoes complexas, que moderno, a experiência durante conflitos extensos
não costumam ser ústês na prática diária e que podem no Iraque e Afeganistâo também ditou modificaçôes
ocorrer em um desastre. Tais Iesóes podem ser resultantes militares específicas nos principios e práticas padrÕes
da alta energia provenientes de armas de fogo e explosivos. ATIS em decorrência dos multiplos desâÍios e aspectos
Os ferimenlos porprojétilde arma de fogo de altaenergia, patciculares em prover cuidados ao doente traumatizado
como rifles, resultam de energialinear e cavitaçáo (radial), nesses âmbientes com restriçõ€s severas de recursos.
o que provoca dewitalizaçáo dotecido e destruiçào aiém do Fatores adicionais incluem realizar procedimentôs em
trajeto. Explosoescomaltaenergia,comoaquelascausadas meio a conflitos armados, equipamentosbásicos e recursos
pelo uso de explosivos comerciais ou müt es e dispositivos especializados limitados, limitaçôes de suprimentos e
improvisados, câusâm destruição multidimencional reabastecimento, ausência da ampla gama de modernos
em decorrência de quatro mecanismos: lesào primária equipamentos diagnósticos e terapêuticos (p. ex.,
devido à onda de pressão supersônica, Iesáo secundária tomograÍia, angiografia) e inftaestrutura local para cuidados
causada pelos fragmentos, Iesào terciária provocada significativamente danificada ou até mesmo inexistente.
pelo impacto de objetos presentes no ambiente ou lesôes O ambiente tático ou hostil apresenta uma amplavariedade
peneuantes causadas porestes, e Iesôes quatemárias como de ameaças, lesões, recursos humanos e disponibüdade de
queimaduras, esmagamentos ou infecções. mateías médicos que devem ser considerados durante o
Um padráo proêminente de lesões inclui múltiplas planejamento e execução de cuidados. Além disso, muitos
amputaçôes traumáticas e lesão cerebral traumática. desses mesmos desúos podem ser aplicáveis aos cuidados
Explosivos de baixa energia, como bombas de pólvora em ambientes civis remotos, embora geralrnente em menor
oupanelas de pressão, tendem aproduzir Iesão secundária grau. A r 149g1,4 ç-t compara os fatores que impactam
devido a Íiagmentos em um raio menor; entretanto, nos cuidados ao doente traumatizdo nos ambientes civis
individuos próximos a essas explosões podem apresentar urbano, rural e tático /desastÍes.
Iesões extensas e amputação. O üatamento dos ferimentos
inclui o controle do sangramento e o desbddamento do SEGURANçA E COMUNTCAçÃO
tecido desvitalizado, alem da avaliaçâo do trajeto e pesquisa
de fragmentos de ossos nâs partes moles. Podem ocorrer Uma situaçào tática em qualquer ambiente restrito é
áreas de tecido üável em meio ao tecido desvitüzado. a.ltamente dinâmic4 resultando em vários graus de ameaças.
Aperdade infraestrutura e ambientes hosüspodem levar Tanto as preocupações intemas quanto extemas a respeito
à desidratação, problemas na regulaçào da temperatura de segurança devem ser consideradas para proteção da
corporal e Iesões por calor, incluindo câimbras, exaustão eqúpe edos doentes. As medidas podem precisar inclúr a
e intermação tanto nas vítimas quanto nos profissionais presença de seguranças armados ou policiais, dependendo
de saúde. A prevenção dessas lesões incluem aclimataçáo da situação e do ambiente, bemcomo restrições deacessoao
por 3-5 dias, ciclos de trabalho com períodos de descanso Iocal, revistas e verificação de documentos de identificação
APÊNDICE C r lncidentes com Vítimas em l'1assa Trauma em Ambientes Hostis e Conflitos Armados 279
NíveL de ameaça
DisponibiLidade de imêdiatamente disponível dlgponlvêL, poíém o têmpo muito variávê[, pode não ter
transÍêrencia de trânsportê é píolongado opção dê transferência
da equipe, doentes e visitantes, e revista de veículos e pessoas velocidade, se comparadas a ferimentos encontrados em
em busca de armas. Dependendo do ambiente, consideraçôes ambientes civis. Apesardo fato de dispositivos explosivos
chave de irúaestmtura, como energia elétric4 iluminação e improvisados serem mais frequentemente encontrados
comunicaçáo, também podem irúluenciar dmsticaÍnente na emcenáriosde guerra, seu uso está crescendo como arma
segurança do local. Embora essas necessidades de segurança de escolha em eventos de vítimas em massa intencionais
geralmente sejam mais eüdentes em conÍlitos armados, nacionais e intemacionais. Essas armas altamente letais
medidas devem ser tomadas para asseguar que os plalos e incapacitantes produzem um complexo ferimento
operacionais de cada insün-rição atendam totalmente a multidimensional que pode incluir componentes de
ouüos cenários, como quando a instituição atinge sua lesôes pênetrantes, contusas, pressão de explosão primária,
capacidade máxima de atendimento ou foi incapacitada esmagamento e queimaduras. A morbidade depende da
deúdo a um desasüe nahrral, hrmulto ou evento de ütimas distância emque se enconEavao dispositivo, extensão da
em massa intenciona.l. fuea de cobertura e qualquer dispositivo de proteçào que
Da mesma forma, as comunicaçóes intema e exlema possa ter sido colocado. As equipes de tÍauma devem ser
confiáveis continuam a ser um desafio. A falta de treinadas a procuraÍ por ferimentos intemos, incluindo
interopenbüdade do sistema e dependência da infraestrutura lesôesvasculares, uma vez que os doentes fiequentemente
nativa, como lbhas telefônicas fixas ur.lneráveis, redes de apresentam umâ complexa combinação de ferimentos,
computadores e sistemas de telefonia móvel são frequentes variando desde amputações traumáticas a pequenos
timita@es da comunicação. InÍelizmente, falhas e intempçôes ferimentos penetrantes multiplos com grandes variações
na comunicação continuam sendo problemas comuru em de profundidade e trajetos que são extremamente difíceis
ambientes ruIais, táticos e desashes; entretãnto, planos de de avaliar sem o auxfio de exames de imagem,
contingência devem ser estabelecidos previamente.
CUIDADOS AO DOENTE TRAUMATIZADO
FERIMENTOS DE GUERRÂ NO AMBIENTE MILITAR
encontrâdo nos exemplares dos livros Suporte de Vida üa aérea e respiração.Essa abordagem é baseada em
ao Trauma no Ambiente Pré-Hospitalar {Prehospital achados consistentes de que a maior causa de morte
Trauma Life Suport - PHTLS) e Cuidado de Feridos em potencialmente evitável nos campos de batalha
CombateTático (TaticalCombat Casualty Care - TCCC). modernos (mais de 90%)são decorrentes de hemorragias
Incialmente desenvolvido como um treinamento para o não contidas. Outras intervenÇôes enfatizadas nessa
Comando de Operaçôes Especiais dos EstadosUnidos, o fase incluem estabelecer uma via aérea definitiva,
TCCC tem sido implementado nos campos de batalha e se necessário, descompressão de pneumotórax
é o padrâo de cuidados pré-hospitalares em combates. hipertensivo, reanimação balanceada utilizando
Uma edição militardo livro Suporte deVida aoTrauma hipotensão permissiva, controle da dor, administÍação
no Ambiente Pré-Hospitalar foi desenvolvida para dar de antibióticos, se indicado, e preparo para o transporte
suporte a este treinamento. para a próxima fase de cuidados.
A amplaimplementação e üeinamento de todo o pessoal
de combate como primeiros socorristas habilitados Cuidados Táticos de Retirada
tem resultado na diminuição de mortes preveníveis em
combate. Atualmente, oTCCC e o PF{TLS representamum Os cuidados táticos de retirada sáo realizados uma vez
enorme sucessodo esforço colaborativo entre o Comitê do que a vÍtima tenha sido colocada em uma plataforma
Departamento de Defesados Estados Unidos no Cuidado médica de retirada {Medical Evacuation Plataform -
de Feridos em Combate Tático, o Comitê de Trauma do MEDEVAC). Isso inclui os cuidados prestados desde
Colégio Americano de Cirurgiões e aAssociação Nacional o local da lesào e durante o transporte para o local de
de Técnicos de Emergências Médicas. cuidados médicosde maior nível indicado. Os cuidados
O TCCC divide os pontos de cuidados da Iesào em três durante esta fase têm como foco a continuidade das
fases: (1) Cuidados sob fogo crrrzado, (2) Cuidados Táticos intervençôes realizadas previamente na fase de cuidados
em Campo e {3) Retirada Tática. táticos em campo, avâliação e tratamento de qualquer
Iesáo adicional que ameace a vida ou o membro e
Cuidados Sob Fogo Cruzado iniciar a reanimação com fluidos, controle da dor e
antibioticoterapia se esta ainda não tiver sido iniciada.
A fase de Cuidados Sob Fogo Cruzado envolve os Uma avaliação mais detalhada e melhores opções de
cuidados prestados por algum companheiro de intervenção sáo indicadas nessa fase de cuidados.
batalha ou pela unidade médica ou soldado na cena O pensamento nesta fase é minimizar intervenções
do incidente enquanto o primeiro socorrista e a vítima desnecessárias e não urgentes e focar no transportê
ainda estão sobfogo cruzado direto ou indireto. O foco rápido para um nível mais alto de cuidados.
primário desta fase de cuidados médicos em campo
é a superioridade tática e a supressão dos ataques. A ATLS NO AMBIENTE OPERÂCIONAL (ITLS.OE)
única intervenção médica nesta fase é o controle de
sangramentos ativos, geralmente por meio da aplicação AssimcomooTCCC éparao PHTLS, oATLS no Ambiente
de torniquetes e/ou curativos hemostáticos. Esses Operacional (ATLS-OE)é um curso de instrução que
itens podem ser autoaplicados ou realizados por um enfatiza a importância em manter a consciência da
companheiro de combate ou médico combatente. situação enquanto presta cuidados em um ambiente
potencialmente hostil, com restÍiÇão de recursos e
Cuidados Táticos em Campo recursos humanos Iimitados. A situaçáo diferenciada
e fatores ambientais em cenários operacionais
Na segunda fase, os cuidados são realizados peio médico frequentemente incluem recursos ou cadeia de
ou soldado uma vez que já náo estejãm mais sob fogo suprimentos severamente restritos, capacidade de
cruzado. Os cuidados táticos em campo podem ser comunicaçâo variável, opçóes de transporte limitadas,
a-ltamente variáveis dependendo daconfiguração da cena, situaçôes climáticas extremas e mudanças dinâmicas
mas todos os esforços devem serrealizados para minimizar da segurança do ambiente. Além disso, o número de
o tempo entre a Iesào e a chegada a uma instituição de vítimas, gravidade e tipos de lesão, e mecanismos de
cuidados médicos comcapacidade ciúrgica. Além disso, traumavistos em combates modernos ou até mesmo em
o reengaiamento com o inimigo pode acontecer e essa desastÍes de Iarga escala podem ser consideraveLmente
possibilidade deve ser sempre considerada. diferentes quando comparados com os padrões de
Nesta fase, os cuidados pré-hospitalares críticos e trauma civis.
a avaliação e tratâmento do doente traumatizado O ambiente operacional ou de combate envolve desafios
devem ser conduzidos. Em contraste com a abordagem específicos que exigem que os provedores de saúde estejâm
ABCDE enÍatizada nos padrões ATLS, o TCCC enfatiza sempre atentos. Esses desafios raramente apresentam
o controle de hemorragias (o C) primelro, seguido pela umproblema no ambiente civil estável, apesarde alguns
APÊNDICE C r lncidentes com Vítimas em lt4assa, Trauma em Ambientes Hostis e Conflitos Armados 281
desses conceitos serem também aplicáveis no ambiente preparação para uma retirada segura para o próximo
rural. Os provedores de saúde que prestam cuidados em nível de cuidados (avaliação quaternária). A . FIGURA
ambientes remotos precisam não apenas realüar cüdados c-1 demonstra os componentes do ATLS-OE.
de alta qualidade como também com equipe, suprimentos
e tecnologias paÍa realização de exames restritos. OAru- Avatiação Zero
OE enfatiza o grande desafio, como descritoanteriormente,
e drsponrbiliza aos alunos iníormaçóes que são essenciais O curso ATl§ aborda brevemente o preparo para receber
para o sucesso no atendimento nesses ambientes. doentes vítimas de trauma conforme eles fluem do
O ATI,S-OE incorpora esse assunto adicional de duas âmbiente pré-hospitalar para o ambiente hospitalar.
maneiras; (l) mediante a adição/suplementação de A avaliaçáo zero é implícita, mas não é caracterizada
informações militares relevantes nas principais aulas do especificamente ou formalizada como uma avaliaçào
Aru ou estações práticase (2)por meio da adiçáo de aulas nomeada separadamente. O ATLS-OE formaliza essa
especÍÍicas de conteúdo mütarao programa. Porexemplo, preparaçào para receber as víümas como um conceilo
novos tópicos como consciência do ambiente, controle de críüco parao aluno. Embora esse preparo seia fundamental
danos e dinâmica de grupo têm sido adicionados. para qualquer doente gravemente ferido, é absolutamente
Enquanto os cursos ATLS padrão ensinam aavaliaçâo crítico como um primeiro passo realizar uma triagem
primária e secundária, o ATLS-OE também reforça adequadano cenário com mu1üplas ütimas. Esse processo
a importância da avaliaçáo terciária. Uma vez que o enfâlüa a importância de uma análise precisa dos recursos
doente tenha alcançado o tratamento deÍinitivo, a locais, da equipe, da experiência e das condições ambientais
avaliação terciária é realizada para assegurar que todas e operacionais e qualquer desafio potencial ou preústo na
as lesões foram identiÍicadas e nenhuma foi "esquecida". preparação para a chegada de uma ou mais vítimas.
Umabase fundamental do ATLS-OE é a adição de dois A avaliaçáo zero identifica problemas com a equipe
componentes que devem ser incorporados na avaliaçâo e/ou sistemas que possam não ter sido identificados
do trauma; a avolioçõo zero e a avoliaçõo qaaternória. ou minimizados até o momento e que podem afetar
Os cuidados iniciais ao trauma em ambientes hostis significativamente as decisões durante a avaliação
requerem uma consideração cuidadosa das capacidades inicial. São fatores e problemas que o aluno pode nâo ter
internas e fatores externos (avaliação zero). Ademais, considerado, mas que podem ser tão ou mais imporl anl es
os doentes costumam ser rapidamente transportados que as lesões do doente ou intervenções necessárias. A
para diversas instituiçóes e requerem atenção na avaliação zero orienta como os doentes são triados e
OE AYaUação ZGro
. Situação
. Êquipê
tática
Prêparo .nte3 dô dreg.d.
. Rêcursos dê rêtiaada
. NúÍheío de potenciais vítimôs
. Logtutica/supíimentos disponíveis . Capacidade pô.4 cúldados crítico
AvaLlaçio Prlmárir . Capacidade dê retenÉo . Capacidáde de íeanimaÉo
. SeguÍânçâ cirúrgicâ
ldantiftcar r tratâr tasóct quê amaaçlm â
vidô
X Hêmorrá8ias Srave
(uso do tornlquete)
JF
Vla Aérêa
B RespiÍaçào AVAUAçÃO OUAÍERNÁru.A
C Circutaçâo Àvdlrçlo Soorndtrh Prçparo pôrâ Trântfarancla
D Disfunção ldlnüf lc.. tod.r .3 [.!õGr
NeuroLógica . EstabiLidade para tÍânsfeíênciô
. ReaIIaôr erôme íÍslco x necessidade de culdados de
E Exposação
compteto da cabêçà aos pés outro nÍveL
. Mêdides .uxlliâaes . Necessidade de trônsporte
. Cãpâcidade da instituição que
AY.tLÉo Tarclárà receberá o doente
. Necessidade de cuidados
-t/
I
püa ldêntificâÍ têsóês quê
Rcavát ar crÍtacos
tàthôm psaado drapêrcGbidrs . Tempo pára retiíâda/método
.. Rever todos os exames de ima8em . Atrasos na retirada (fatores
.. FocaÍ em tesôes muscutoesqueLéticas ctimáticos/tátacos/etc.)
.. Avaliar a eficácia dâ reanimâCão . Reanimaçào em andâmento?
r FIGURA C-l 0 ATLS OE incorpora o uso do toÍniquete na avaliaçào primária (X) e as novas avaliações zero e quaternária
-
282 APÊNDICE C r lnctdentes ccm Vítimas em ,'4assâ TraurÍrê em Ambientes Host se Conflitos Armadôs
priorizados, que tipos ou padrôes de lesào excedem as A avaliação quaternária formaliza esse preparo
capacidades locais ou habilidades disponíveis, e quais pârâ â transferência. Esse preparo deve ser repetido a
recursos estão se €sgotando ou estão indisponiveis. cada transferência na cadeia de retirada. No ambiente
Esses fatores incluem o seguinte: operacional, o tempo de transporte pode variar de
alguns minutos até algumas horas. Essa incerteza deve
Quantos e quais são os tipos de profissionais de ser considerada não apenas no pÍeparo para o transporte
saúde disponíveis? como também na prontidão deste. As capacidades de
cirúrgicas estão cuidados durante o transportê tâmbém devem ser
Quais especialidades médicas e
consideradas em vista da probabilidade de variaçôes
disponíveis?
dâs instalaçôes de tÍansporte, proÍissionais disponíveis
Qual a quantidade e qual a tipagem de no percurso, equipamentos, suprimentos, medicaçôes,
componentes sanguíneos disponíveis? ambiente e potencial para ameaças externas.
Existe escassez de algum suprimento? Quais? Avaliar a resposta do doente à reanimaçào é
fundamental. O potencial para alcançar os resultados
A reposiçâo de suprimentos, inclusive de
de reanimaçào desejados versus os recursos disponíveis
componentes sanguíneos, está disponível?
para alcançar esses resultados são consideraçôes
Existe a necessidade de realizar a transfusão de importantes. Embora seja desejável que o doente
sangue total? gravemente ferido esteja clinicamente estável, tenha
Quais os disposrtivos para oxigenação tido umâ avaliação completa com todas as lesões
disponÍveis e qual a disponibilidade? identificadas e tenha sido reanimado de acordo com
os padróes para alcançar os objêtivos finais, isso
A comunicação direta para a transferência do geralmente não é possÍvel no ambiente operacional.
doente está disponíve[, caso seja necessário? Os suprim€ntos limitados de recursos críticos como
Qual a situação tática? A segurança do Iocal é cômponentes sanguíneos e a capacidade Iimitada da
adequada? maioria das instalaçôes de tratamento (como equipe
cirúrgica avançada) fazem com que tratamentos
A instabilidade e o caos inerentes a ambientes hostis prolongados e transfusôes maciças seiam praticamente
reforçam a importância da prática da avaliação zero. impossiveis. Assim, frequentemente a escolha entre a
As decisões de triagem e prioridades da avaliaçâo melhor das duas sÍtuaçôes quase ideais deve ser feita
inicial podem mudar rapidamente confoÍme fatores e o doente deve ser encaminhado para transferência o
situacionais e capacidade de cuidados evoluem com o mais breve possível ou em uma fase de reanimaçâo mais
tempo entre os eventos. Nesses ambientes em que os tênue que geralmente é realizada no ambiente civil,
recursos humanos físicos se tornam mais limitados, A seguir estão algumas considerações adicionais
as decisões de triagem ficam cada vez mais difíceis de sobre o preparo dos doentes para transporte no
serem tomadas. ambiente operacional:
Atualmente, o ATLS-OE é oferecido a todos os novos Dada a alta volatilidade dos eventos com atiradores,
oficiais militares, por intermédio do Instituto de o primeiro passo mais importante é a supressâo de
Treinamento de Defesa Médica de Prontidão e da ameaças atravésdas autoridades públicas. Entretanto, as
Universidade de Serviço Uniformizado, e embreve estará prioridades imediatas do controle rápido de hemorragia
disponÍvel para todos os programas militares do ATLS. de extremidades realizado por socorristas treinados e o
transporte rápido daqueles com hemorragias internas
nâo compressÍveis devem ser considerados.
AUMENTANDO A SOBREVIÊNCIA EM Eventos críticos em uma resposta integrada a um €vento
INCIDENTES COM ATIRADORES ATIVOS com atirador sào representados pela sigla THREAT:
E EVENTOS COM VíTIMAS EM MASSA
PROVOCADOS INTENCIONALMENTE Threat suppression - supressão de ameaças
Hemorrhage control - controle de hemorragias
No perÍodo de 2000 a 2013, houve nos Estados Unidos Rapid Extrication - retirada rápida
160 eventos com atiradores ativos, com 1.043 vítimas
Assessment by medical providers - avaliação
e 486 mortes. Similarmente, durante o perÍodo de
por proÍissionais da saúdê
1983 a2002, houve mais de 36.000 incidentes com
explosivos com 6.000 vÍtimas e aproximadamente Transport to deÍinitive care - transporte pâra o
700 moftes. O mais preocupante é que os eventos com tratamento definitivo
atiradores ativos têm aumentado nos úitimos anos, e a
alta Letalidade desses eventos não pode ser ignorada. Utilizando lições aprendidas na experiência militar
as
com controle de hemorragia externa precoce
o TCCC, o
O CONSENSO DE HARTFORD deve ser de responsabilidade da pessoa que estiver mais
próximadavÍtima na cena e as autoridadespúblicas devem
Com esses eventos em mente, na sequência do trágico ser treinadas e equipadas para controlar hemorragias
tiroteio da escola de ensino fundamental Sandy Hook, com o uso de torniquetes ê âgentes hemostáticos. Da
em Connecticut, em 2012, e aexplosâo na Maratonad€ mesma forma, as equipes de emergências médicas e o
Boston, em2013, oComitê Conjunto de Desenvolvimento corpo de bombeiros devem aiterar as táticas operacionais
de Políticas NacionaisparaAumentar a Sobrevivência a e desenvolver novos paradigmas de coordenação de
Atiradores Ativos e Eventos Intencionais com VÍtimas gerencràmento de emergências para avançar em apoio
em Massa foi estabelecido pelo Colégio Americano de à rápida retirada de vítimas.
Cirurgiões em colaboração com os Iíderes de diversas
instituiçôes federais, incluindo o Conselho de S€gurança CAMPANHA PARE O SANGRAMENTO
Nacional, as agências policiais e federais dos Estados
Unidos, o corpo de bombeiros e as organizações médicas Em resposta a essas recomendaçôes, a Casa Branca
de emergência e diversas organizações chaves de saúde. lançou a iniciativa "Pare o Sangramento" em outubro
Os esforços do comitê têm sido um apelo à nação para de 2015, com o obietivo de prover às pessoas que
aumentar a capacidade de sobrevivência a esses eventos testemunham situaçôes de emergênciãs as ferramentas
e para treinar socorristas e o público Ieigo no controle e o conhecimento para conter sangramentos que
dahemorragia. As recomendaçôes do comitê se referem ameacem a vida. Em um mandado de saúde pública,
ao Consenso de Hartford, e atualmente consistem em semelhànte ao ensino de reanimação cardiopulmonar
quatro relatórios: (RCP) e à manobra de Heimlich, o público leigo deve
ser treinado no controle imediatô de hemorragias ou
. Consenso de Hartford I: aumentar a "curativo amigo". Os êquipamentos apropriados para
sobrevivência a Eventos com Atiradores Ativos controle de sangramentos (luvas, torniquetes, curativos
(1 de junho de 2013)
hemostáticos ) devem estar prontamente disponíveis
. Consenso de Hartford II: Atiradores Ativos e para toda a equipe de emergência em "kits de controle
Eventos Intencionais com Vítimas em Massa (1 de hemorragia" acessíveis ao público e tão identificávêis
de setembro de 2013) quanto os desfibriladores €xternos automáticos (DEA).
Por fim, o treinamento por si só não é suÍiciente, o
. Consenso de Hartford III: Implementaçáo do
público leigo deve ser encorajado a agir em situações
Controle de Hemorragias (1 de julho de 2015) de emergência (r FtGURA c-2).
?84 APÊNDICE C ! ncidentes com Vít mas em Massa Trauma êm Amb entes Hosi s e Conf I tos Ar''r ados
PARE
O SANGRAMENTO
3 APLreuE ToRNTQUETE
\
.a\
ENVOLVA GIRE TRAVE HORA
LIGUE 192t193
f FIGURA C-2 Campanha Pàre o Sangramento encoràja o público leigo a ag r
APÊNDICE C r lncidentes com Vitimas em l"1assa, Trauma em Ambientes Hostis e Conflitos Armados 285
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Apên d ceD
CONDUTA EM DESASTRES E PRONTIDAO PARA
EMERGÊNCIAS (AUtA OPCIONAT)
OBJETIVOS
l. Definir os termos lncldentes com múttipLas vÍtimas 5. Descrever o sistema de comôndo de incldentes (SCl)
(lMV) e eventos com vítimas em massa (EVM). correspondênte quê foi adot do na sua á.ea de
prática êspêcÍflcâ.
2. Exp[icar as diferenças entre IMV e EVM
6. Descrevêr o papel dos princípios do ATLS no
3. Descrever a.bordagem "todos os peritos" e sua terenciamento de desastres.
importáncia no gerenciamento de desastres.
789
290 APÊNDICE D ! Conduta em Desastres e Prontidào para Emergênc as
Culdrdcr Agudor O atendimeôto pÍecoce de vítimas de Ey!Írtot da lrÍtftD!. .m lírax íEVDí| Evento que causa
desastres é fornecido no campo e/ou ôo hospitaL por umgrande número de vítamas suficientemênte Srande pal.a
êquipês muttidiscipLanares de trâuma. interrompeí os serviços de sêúde da comunidâde/região afetada
Állr dc Og.nçôcr A subdivasão geogÍáficà estabelecida em l'rdd.nt . d. i'fiíthL. VÍdmo (lXV) Uma circunstância
torno de úm Loca[ de desàstrej apenas pessoat qua[ificâdo na quâ[ os íecursos de atendimênto ao doente estào
paÍa resposta a desastres tem permissão parã entíar. sobrecâr re8ados, mas nào inguf icrentes.
Ponto d. CoLt dc Acldcntor (PCC) Um Local seguro Cuidrdot iílnlÍtltrl.nt! Acaiúvrla O nívet mais baixo
dentro do pêrímetro êxterno dê área de operaçôes onde os apropriado de intervencões médacas e cirúrgicas que salvam
doentes sáo submetidos à triagem e, se possívet, reênamêcáo vidês (curdàdos de gêrencràmento de crises)fornecidas na
iniciaL. fâse aguda do dêsastre.
OBRNE Acíônimo de ageôtes químicos, biolóeicos. |ílütaçao Ativldades que os estabelecimentos e profissionais
râdiológicos, nucleares e explosivos {inctuindo incendiáÍios). de saúde reêtizâm na tentêtiva de diminuir ê gravidade
CoÍador da DGrcontâmlnrçao Umâ instaLação fixa e o impacto de um desàstre potenciat. lsso inc[ui o
ou impLêntávêL pâra descontaminaçào de doentes estabeLêcimento de Locais âLternâtivos para o atêndimento
contaminados. O LocaI de descontaminaçào é organizàdo em de vítimês em mâssa, locais de triagem fora do hospital e
três zonôs: a zonâ quente, â zonâ morna e a zonã friâ. procedimentos àntes de um desastre para a transferência de
Dalartrt Um incidente ou antrópico, seia ele
natL.rràL doêntes estáveis pâíê outrâs instalaçôes médicas permjtiôdo
interno (oriSinâdo dentro do hospatãt)ou extêrôo (oriSinado o àtêndimento de vítimâs de desastres
fora do hospitat) no quaL ês ôecessidâdes dos doentes Equlp.m.nto d. PFot çao lndt ldu.l, (EPll Roupâs e
sobrecarreSam os recursos necessárjos para cuidar deles êquipamentos espêciais usados pelo pessoôl dê resposta a
Sêrvlçor l.ládlco. dG Em.rlaôcla (SlíEl Profissionais de desastres pârà evitar a autocontãminação por HAZMATS.
saúde incluindo socorristas, enfermerros e médicos, que Prêparaçac Íócnlc! Atividãdes que os estabelecimentos
prestam cuidados pré hospitaLares como parte de umê de saúde e provedoaes compromêtem-se a desenvotver
resposta oígânizadê a emergências médicas capacidade e identificar recursos que podern seí usados
C..rtro d. Oplr.çõêr d. Em.r!âncl. (COE) Sede da Central caso ocorÍa um desastre
Comando (CC), um centro de coordenâcào para as múLtip[as Rêauparaçao Atividades projetâdâs para auxatiâr as unidades
agências/organizaçôes ou.jurisdiçôes envotvidas nã Íespostô a de sàúde e profissionârs à rêtomarem as opêraçôes normais
desastres. O COE é estabelecido em um loca[ seguro fora da após a sotução de umê situàção dê desastrê.
área de operaçôes, gerâLmente em um locaL fixo. e composto Rdpotta Atividades que os estabetecimentos e
por representantes das priôcipais organrzacões envotvidas na profissionais de saúde reaLizam nà prestacão de cuidâdos
aesposta a dêsastres de gerenciamento de crises ôos doentes nã fase aguda do
Produto. P.rlto.o. {HAZMATT} Ouatquer mâtêriâ[ (químico, desastre
biotógico. radioativo ou e)(plosivo) que represente riscos Equlpr. da lu.c. . 1..!.t (3Al) Especiatistôs médjcos e
potenciais à vida, saúde, bem-estàr e seSuÍança humanê. nâo-médicos treinados pàra tocâtizâr, resSatar e aealizar a
Anatlt. d. vulâ.r.bllrd.d. d. Rlrco (HvA] Uma ânáLise estabitizacào médica iniciàL de vÍtimâs de desàstres p.esãs
da píobabil.idâde e gravadade dos riscos cotocados à saúde e em êspacos confinâdos.
segurançô de uma comunidàde por vários mâteriais periSosos Capacldada da Sob Garll Os recursos extras (pessoal e
(lntercoÍrêôcias andustrrais, dêsastres nâtuÍáis e ctimáticos) equipêmento) que podem ser impLantados êm um dêsâstÍe
slrt ttr. d. Conr.Êdo d. lôcld.it . Hoftt l,.Ít. (SClHl (por exempLo, ventiLadores com equipe de cuidados
Uma modificacào do 5Cl paÍa hospita,s. IHospitais intensivos adequados para cuidar de doentes).
normâLmente adotam suàs pÍóprias versôes destê sistêmâ ) Câpâcidada Estrutur.l Os recursos extras (equipêmentos)
Comrâdo d. lncldantt cu CoÊr.Âdanta do ln.ld.nt! (Cl) A que reatmente possam seí usados em desastre (por
autoÍidâde finâ[ que estabeLece objêtivos e prioridades para êxempto, vêntitâdores extras sem equipe de cuidados
a Tesposta ô dêsâstres e maôtém â responsabitidade geraL intensivos àdêquados paÍa cuidâr de doentes)
pe[o incidente. Cantrat da Comaíido (CC) Uma estrutura de comando dê
Po|Êo dt Colnaltdo da lôcldanta Sede parâ o comando 'rncrdente únrcà que permrte que todàs às or8ànrzacóes que
do incidente no LocaI do desàstre, estabetecrdo em locais respondem ao desastre trabalhem sob uma única estrutura
seSuros dentro dã áreâ de operàçõês. de comando
Sl.tarn da Com|ndo d. lnddantar (SO, Uma estrutu.a AÍ|n.i da D..trulçto .rrt t1.... (ADth, Materiais perigosos
organazaciorrâl que fornece orientação geràL pâra o usâdos, ou destinados â serem usâdos, com o propósito
Eerencramênto dà resposta à desastres. exptícato dê prejudicàr ou destruir a vidà humanâ.
APÊNDICE D r Conduta em Desastres e Prontidão para Emergências 291
. A descontaminação bruta consiste em remover Lesóes por explosão envolvem, portânto, trauma
as roupas e jóias do doente e, se possível, irrigar contuso e penetrante. Por fim, o colapso estrutural
todo o corpo do doente com água. As vÍtimas pode resultar em Iesôes por esmãgamento, detritos
podem ser enxaguadas com mangueiras de significativos que induzem problemas respiratórios
e nas vias respiratórias, e incêndio que pode resultar
água e sprays.
em lesão térmica. O conhecimento das diretrizes do
. A descontaminação total é mais demorada ATLS para o manejo de l€sóes traumáticas é essencial
e cara. Muitos hospitais usam tendas de para os profissionais que estão no tratamento de tais
descontaminaçáo portáteis para este fim. lesões complexas.
instaLação, levàndo que necessrtam de dos efeitos diretos da onda de choque e que afetam
à
Os sintomas da exposição do agente nervoso após vesicantes incluem eritema e vesículas, coniuntivite,
grande exposição a líquidos ou vapores incluem perda dor e desconforto respiratório superior.
de consciência, convulsões, apneia e paralisia flácida. Agentes antimotim, como cloroacetofenona (CN)
Asfiriantes são substâncias químicas que interferem e clorobenzalmalononitrila (CS), são gases lacrimais
com a capacidade do corpo de realizar o metabolismo ou lacrimatórios. Os sintomas da exposição incluem
aeróbico. Um exemplo é o cianeto de hidrogênio, um ardor nos olhos e na pele, desconforto respiratório e
veneno mortal quê causa â morte em poucos minutos. broncoespasmo.
Os sintomas de uma grande exposição a um asfixiante Consideraçóes especiais no cuidado de lesôes
incluem perda de consciência, convulsôes, apneia e quÍmicas são delineadas nos. QuADRos D-3 E D-4.
parada cardíaca.
Agentes pulmonares sào substâncias que causâm LESõES RADIOATIVAS E DOENCAS
edema, tal como fosgio e cloro.
Os agentes vesicontes são substâncias que causam Existem dois tipos principais de radiação ionizante:
eritema (vermelhidão) e vesículas (bolhas) na pele,
bem como lesões nos olhos, vias aéreas e outros órgáos. 1. Radiação elêtromagnética (radiação externa: raios
Mostarda de enxofre e Lewisite sáo exemplos de gama e raios-x).-tecido, irradiando vítimas, mas
agentes vesicantes. Os sintomas de exposiçâo a agentes náo deixando radioâtividade para trás.
Erpo.lçao . A!.itâ. .rvo.o. (Slrt m. Murc.rínlco) Erpc.iça. .or Siírtom.. do At.nt! N.rvo.o (sl.t m.
Nlcoúnico)
SLUDGE'} DUMBELS*
MTw(t)HF^
tàtrvàçào, Diarréia,
Lêcrimejâmento Urina. micçào Mid.íase
Urina, micção líiose ÍaqL,icardia
Defêcaçào lradacâídiâ, Broôcoíreiã, BÍoncoespasmo W frâqueza (muscular)
Gastroenterite Emese (t)Hipertensão, hipergticemia
Emese Lacrimêjômento Facacu[açôes
SaLivação. SecreÇÕês, Sudoresê
^ Ffêitos Ni.otínicôs
' Efêitos muscãrínicos trâtâdos com atropinâ
298 APÊNDICE D t Conduta em Desastres ê Prontidão para Emergêncras
2. Radiaçâo de partÍculas {panículas alfa e beta) ' Nào Princípios da gestão de emergência de vítimas de
penetra facilmente nos tecidos. (A quantidade radiação incluem:
de radiação absorvida pelas células é medida em
Grays (Gy) ou novo padrão int€rnacional de dose Aderir aos princípios convencionais da triagem
de radiação, o rad 1Gy = 1gg ,u6.1 de traumas, porque os efeitos da radiação são
retardados.
A exposição à radiação pode consistirem
contaminação €xterna, corpo inteiro ou localizado Realize a descontâminação antes, durante ou
ou contaminação interna. Com contaminâção após a estabilização inicial, dependendo da
externa, detritos radioativos são depositâdos no corpo gravidade da lesão.
e na roupa. Com contaminaÇão interna, os detritos Reconheça que os detectores de radiação têm
radioativos são inalados, ingeridos ou absorvidos. limitações específicas e muitos detectorês
Assuma a contaminação externa e interna ao responder
medem apenas radiação beta e gama.
a desastres envolvendo agentes radioativos.
A cirurgia de emergência e o fechamento
Gêrenciamênto de Emergência de Vítimas de de feridas cirúrgicas devem ser realizados
Radiação pÍecocemente em vítimas de exposição à
radiação.
Os efeitos médicos da radiação incluem dano tecidual
focal e necrose, síndrome de radiação aguda (ARS, I Os reatores nucleares contêm uma mistura
QUADRo D-5), e efeitos a longo prazo que podempersistir específi ca de elementos radioativos.
semanas a décadas, como câncer de tireoide, leucemia Comprimidos de iodo são eÍicazes apenas
e catarata. contra os efeitos do iodo radioativo na tireoide.
nessê oídêm.
combt stíveL nuctear dêrreta
. Ouânto maioí â exposição, mêis cedo âparêceião os
. Deve ocorrer faLhâ de confinamento, Liberando mâteriais
râdioativos no ambieôte
sintomas e pior seíá o paognóstico.
lIr Írcdémlcr ON.Fr|lo d. frd.Éo (à.íüà. r*l
. Sintomas - náuseas. vômitos, diaÍreia, fadiSa
. b(pLo5ivo convencionaI projetado pârà espathar mâteriaL
Fax Latürta
. Duração dâ variável de fâse dependendo do nível de
. Nenhuma expLosào nucLeâr
exposição DLf-.bf*lóth. hfa..
. Sintomas e sinaas - retativamente assíntomáticos, fadiga
. Dispositivo radioativo simpLes que emitê radioatividade
depíessão da meduta óssea sêm exptosào
. Umô contagem reduzada de [infócitos pode ocorrer
dentro de 4E horôs e é um indicador cLÍnico da
gravidade dâ radiação.
Dcüre. l.hnlG.etr ARMADILHAS
. Sintomas - sintomas ctínicos associados a lesões no
sistema principat (meduLa. intestinal, nêurovascutar)
!L.t ort â+.ãçlc As quatro armadilhas comuns na resposta médica
a desastres são sempre as mesmas - segurança,
comunicaçôes, erros de triagem, e recursos em excesso.
APÊNDICE D r Conduta em Desastrês e Prontidâo para Emêrgênciâs 299
Sub-triagern Use pessoaL treinôdo em lflàgem 1. Ahmed H, Ahmed M, et al. Syrian revolution:
rápidà parê exêcutar êssa tarefâ. a field hospital under attack. Am,l Disoster Med
Aptrque os ABCDs dentro dâ 2ot3;814); 2s9 -265 .
estrutura de fazer maior bem para 2- American Academy of Pediatrics (Foltin GL,
u o maior número de doentes. Schonfeld Dl, Shannon MW, eds.). Pediatric
Terrorism ond Disaster Preparedness: A Resource
Capacidadê Lembre-se que capacidade não é a for Ped.iatricians. AHRQ Publication No. 06-
inádequadô mesma coisa que comPetência. 0056-EF. Rockville, MD: Agency for Healthcare
pâra Serenciar Fôçâ provisõês pàra a obtênção Research and Quality; 2006. http://www.ahrq.
do pessoaI e eqLripamento org/research/pedprep/resource.htm. Accessed
doentes- necessáfl os pêra atinhar February 26, 2008.
câpacrdade ê competêncrê. 3. Bartal C, Zeller L, Miskin I, et al. Crush syndrome:
saving more Iives in disasters, Iessons Iearned
from the early-response phase in Haiti. Arch
As lições aprendidas com os desastres anteriores sâo Inter n Me d. 207lil7 ll7 l :69 4- 69 6.
inestimáveis para nos ensinar como nos preparar 4. Born C, Briggs SM, Ciraulo DL, et al. Disasters and
melhor para elas. mass casualties: II. Explosive, biologic, chemical,
and nuclear agents..l Am Acad of Orthop Surg
20Q7;158:461-473.
RESUMO 5. Briggs, SM. Advanced Disoster Medicai Response,
Manualfor Províders.2nd ed. Woodbury, CT: Cine-
Med; 2014.
Uma abordagem consistente de desastres por pafte de 6. Committee on Trauma, American College of
todas as organizaçôes, incluindo hospitais, com base Surgeons. Disoster Monogement and Emergency
na compreensão de suas características comuns e da Preparedness Course. Chicago, IL: American
resposta que elas exigem, está se tornando a prática College of Surgeons; 2009.
aceita em todo o mundo. O principal objetivo em um 7. Gutierrez de Ceballos JP, Turegano-Fuentes
evento é reduziramortalidade e amorbidade causadas F, Perez-Diaz D, et â1. 11 March 2004: the
pelo desastre. O curso ATLS é um ativo importante para terrorist bomb explosions in Madrid, Spain-
atingir esses obietivos. an analysis of the logistics, injuries sustained
As diretrizes do ATLS para o gerenciamento de and clinical management of casualties treated
lesões traumáticas são aplicáveis a todas as situações at the closest hospital. Crit Care 2005;9:
de desastre. Todos os prestadores de serviços 104 111.
300 APÊNDICE D r Conduta em Desastres e Prontldão para Emergênclas
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E
Apên llCe
ATIS E EQUIPE DE TRAUMA
MANEJO DE RECURSOS
OBJETIVOS
l. Dêscrever a confiSuração da Equipe dê Trauma 5. Descrever como uma êquipê pode efeüvamente
(rEAM). rea[izar o protocoüo ATLS.
3. Discutir as qua[idades de uma [iderânça eficaz. 7 Descrevêr áreâs de conftito em potencial dentro
de uma equipe de trauma e os princípios gerais de
4. Listar os pâpéis e responsabitidades. tesülo.
I pesar dos avanÇos no atendlmento ao trauma, as treinado no pode funcionar com outras pessoas
ATLS@
para oferecer um excelente atendimento de equipe com
Ai:::r";:ifl ::r:il"',",-Jlrit'i#"*""lfi"r um objetivo comum. No mundo da saúde de hoje, muitas
quebra de comunicação. No dinâmico e único ambiente equipes têmpoucachance de preparar ou praticar iuntos;
do departamento de emergência (DE), o tratamento no entanto, o conhecimento do TEAM pela equipe de
complexo do trauma requer um trabalho em equipe trauma oferece atodos os membros meios parâ otimizar
multiprofissional e um gerenciamento de recursos o desempenho.
excelentes. O sucesso requer não apenas competência Este apêndice também abordacomo o modelo ATLS@
individual em Suporte Avançado de Vida no Trauma se aiusta confortavelmente ao TEAM, descreve as
(ATLS@), mas também uma equipe de trauma bem qualidades de um llder de equipe eficaz, sugere maneiras
coordenada. de integÍar membros da equipe de trauma a novas equipes
Este apêndice descreve osprincípios de gerenciamento e descreve a comunicaçào eficaz nesse cenário. Para
de recursos da equipe destinados a fazer o melhor uso os propósitos deste apêndice, "lider" em um contexto
do pessoal, recursos e informações disponíveis. O de ATLS é entendido como r€presentando a pessoa
gerenciamento de recursos da equipe é um con,unto que gerencia, lidera ou assume o papel dominante na
de estratégias e planos para fazer o melhor uso dos ressuscitação de uma útima de trauma multissistêmico.
recursos, informações, equipam€ntos e pessoas
disponíveis. Historicamente, o ATLS@ conc€ntrou-
CONFIGURACÀO DA EOUIPE DE TRAUMA
se nas melhores práticas de avaliação e tratamento
para um único médico que atende vítimas de traumas
multissistêmicos. Na verdade, as equipes geralmente Asequipesde traumaseo compostas idealrnênte porum
prestam assistência ao trauma; portanto, o trabalho em grupo de pessoas que trabalham exclusivamente com os
equipe é uma parte fundamentaldo protocolo do ATLS6. doentes de trauma. No entanto, na maioria das instituiçôes
Para funcionar bem como parte de uma equipe, o isso nào é possível, portanto, as equipes precisam ser
indiúduo deve estar familiarizado com todas as etapas flexíveis e adaptar-se aos recursos disponíveis.
indiúduais necessárias para aJcançar o melhor resultado Uma equipe de traumadeve, no mínimo, sercomposta
possíveI. Este apêndice demonstra como um médico por:
303
504 APÊNDICE E I ATLS e Equipe de Trauma l'lanejo de Recursos
Apresentar a equipe e âtribuir papéis. Vêrificar os rêsultâdos das iôvestigâcôes reaLizadas com
râpidez e precisão.
ldentifique o secretário.
Explique como ô equipe irá se comunicãí e usar os Certifique-se de qtre os famitiares estão cientes do que
está acontecendo.
intervâLos de têmpo.
Priorizar o atêôdimênto do doênte durante a àvaliação Verifique se a documentâcão êstá completa pa.a a
píimária. tÉnsferência.
Discutir com a equipe.
SoLicitar intervençÕes diâ8nósticas e procedimentos
clrnacos âdêquados, âssegurar que eles seiàm Íeâlizâdos
com rapidez e p.ecisão.
Apíesente-se ê garantâ que todos os membros saibam Enfàtize quê informaçôês importântes sobrê â ôvatiação
que você é o líder da equipe. primária dêvem ser comunicadas diÍetamente â você, Líder
dâ equipe.
Pecâ âos membros da equipe pâÍa se aprêsêntârêm à você
e àos outaos mêmbros quando etes chegarem. Dê rnstruçôes ctaras sobre quaisquer procedimentos
necessários du.ante a âvatiâção pnmária ê estabeleça à
Estãbê[êçâ os nÍveis dê habiLidâde dos membros dâ prioridâdê dessâs medidas.
equipe, especiaLmente sua competêncjâ parâ executâr
procedimentos pÍáticos e atribuir funções de foíma Exptique quê "intervàLos de tempo" ocoÍrem êm
adequada- Estabeteçà que os auxitiares de enfermagem âproximadàmente 2, 5 e l0 minutos. Estes dão a
estejam fàmitiaÍizados com o âmbiente, particuLârmente oportunidàdê de rever a condição do doente ê pLânejar
com a loca[izôção dos equipamêntos. reanimação adicionà1.
Atribuir o papeL de secretário a um membro âdequado da Enfatize quê os membros da equipe que prêcisam de
equipe e garaôtir quê a documentaçào adêquadâ seja feita Suporte, equipâmênto, medicamentos ou recursos
adicionais dêvem se comunicar diíetamente com você, o
Assegure-se de que os menbros dà equipe usem as líder da equipe
precauções unaveÍsais pàra se prote8er adequadâmente
.lê doen.âs iôfêcciosãs Cumprimentê todos os membros adacionâis que
chegãm parâ ajudar â êquipe, mesmo que sua ajudâ
ExpLique o procedimento dâ passaSem de caso dâ equipê nào sejâ imediatameôte necessária. Atribuir funçÔes e
pré-hospitatar responsabiLidades quando apropíiâdo. Por êxêmpLo.
um neurocjrur8ião pode não ser necessário duaante a
GãTântirqL.re os membros dâ equipe saibàm como avataaçào paimáraâ. màs pode ser necessário ao decidir se
comunicar achâdos pos,tavos ê ne8atavos importantes um doente necessrta de crâniotomia e/ou monitoramento
durante a âvaLiàção iniciaL, especialmênte quando a da prêssào intracràniana.
condição do doente se deteriorar
Os processos de transferência podem variar de paÍs O lÍder dá instruções claras sobre os procedimentos,
para país e entre instituiçõês de saúde e municípios; garante que eles sejam executados com segurançâ
no entanto, existem duas opçôes prrncipais: e de acordo com os princípios do ATLS@. EIe ou ela
toma decisôes sobre as medidas auxiliares à avaliaçào
1. A equipe pré-hospitalar passa o caso para o primária, orienta a reavaliaçâo quando apropriada e
líder da equipe, enquanto a equipe de trauma determina como responder a quaisquer complicações
transfere o doente para a sala de emergência e inesperadas, como falha na intubaçâo ou acesso
continuâ a ressuscitaçâo. O Iíder da equipe, em vascular, orientando os membros da equipe sobre o que
seguida, relaciona as informaçôes importantes à fazer a seguir ou solicitando recursos adicionais. O líder
sua equipe durânte a avaliação primária. da equipe também providencia os cuidados definitivos
2. A equipe pré-hospitalar passa o caso para toda apropriados, garante que a transferência seja realizada
com sêgurança e rapidez, também faz o contato com
a equipe na chegada à sala de emergência. Esse
processo exige um breve período de silêncio
o médÍco que realizará os cuidados deÍinitivos- O
enquanto a equipe escuta as informações.
acrônimo SBAR fornece um modelo padrão para
garantir a inclusão de todas as informaçoes pertinentes
Qualquer opção é aceitável desde que a informaçáo ao se comunicar com as instalações de referência ou
se;a entregue de forma clara e concisa (rquaonor-l). de recebimento (ver CapÍtulo 13, Transferência para
Pode ser útil para a equipe pré'hospitalar registraÍ Tratamentos Definitivos).
os dados em um quadro branco ao qual a equipe e
seu líder podem se referir. Essas informaçÕes podem DISCUSSÃO COM A EOUIPE
incluir um histórico AMPTA (ver Capitulo 1: Avaliação
e Atendimento Iniciais). A discussão com a equipe oferece uma oportunidade
paraos membros da equipe refletirem sobre os cuidados
DIRECIONANDO A EOUIPE E RESPONDENDO prestados ao doente. Areas de sucesso e áreas que
À rrronmaçÃo requerem melhorias podem ser identiÍicadas, o que pode
melhorar o desempenho futuro. Idealmente, a discussáo
O líder da equipe é responsável por coordenar a equipe com a equipe ocorre imediatamente ou tão logo possivel
e responder às informaçôes durãnte o atendimento ao após o evento e incluitodos os membros da equipe. Siga
doente. Como ele ou elã deve manter a supervisâo geral um protocolo reconhecido que inclua perguntas como:
em todos os momentos e responder rãpidamente às
informaçôes da equipe, o líder da equipe não se envolve O que foi bem?
na realização de procedimentos clínicos. O que poderÍamos ter feito diferente?
O que aprendemos para a próxima vez?
Há algumas ações que precisamos fazeÍ
OUADRO E-3 PASSAGEM DO CASO PELA antesaa próxima vez (por exemplo, receber
EOUIPE PRÉ-H OSPIÍALAR treinamento especial, solicitar recursos ou
equipamentos adicionais)?
. Peça si[êncio à equipe
. Asse8urôa que uma pessoa falê de cada vez FALANDO COM FAMíL|A/AM|GOS DO
DOENTE
. Garantir quê não sejâ necêssário um procedimento
imediâto (poÍ exempLo, tratamento dô via aérea O líder da equipe de trauma é responsável por
obstíuÍda)- comunicar-se com a família/amigos do doente sobre
as lesões e oscuidados imediatos do doente. Poftanto, o
. Use ferramentas como MIST e AMPLA pârâ garant r que
líder da equipe deve ser um indivÍduo com experlência
informacôês comptetàs sejam coLetadês
em conversar com doentes e pârentes sobre situações
. Conceôtrê-se nosABCDES e estabeLeça quêis intervençôes
difíceis. Se necessário, os IÍderes de equipe podem
Íoram reatizâdas e como o doente respondeu. buscar treinamento adicional nessas habilidades.
Falar sobre os doentes gravemente traumâtizados é
. Anote os intervâlos de tempo crlticos, como o tempo uma das áreas mais difÍceis de comunicação entre
para extíicâcão e transporte. médicos e famílias. O líder da equipe deve assegurâr
que as Iinhas de comunicaçáo com os parentes seiam
. Registíe as informãções de contato da famítiâ / amigos do mantidas em todos os momentos, enquanto continua
doente a liderar a equipe e garantir o melhor atendimento
APÊNDICE E r ATLS ê Equipê de Trauma Í\,1anejo de Recursos 307
traumapodem aiudar a garantirque os recém-chegados vez, pode afetar a participaçáo social nas equipes.
ao ATLS@ sejam integrados da forma mais positiva Respostas emocionais e os significados qu€ atribuímos
possível, náo apenas para o cuidado ideal do doente, a experiências altamente estressantes podem
mas também para contribuir para o desenvolvimento desempenhar um papel na formação da identidade de
continuo da prestação de cuidados através do trabalho um integrante e determinarcomo ele ou ela firncionano
em equipe do ATLS@. trabalho em equipe futura. Os efeitos adversos podem
resultar das experiências dos novatos em novas equipes,
O ME]'IBRO DA EOUIPE ATLSA poÍ isso toda a equipe se beneficia de garantir que os
recém-chegados esteiam bem integrados à equÍpe.
É importante que os membros da equipe do ATLS@
compreendam o que uma equipe ATLS@ faz, o papel do RESPONSABILIDADES DOS MEMBROS DA EOUIPE
lÍder da equipe, as funçóes dos membros da equipe, a
estrutura da equipe, a aplicação do ATLS@ na equipe, Os membros individuais da equipe são responsáveis por
estratégias de comunicação eficazes e armadilhas estarem disponíveis para responder a uma solicitaÇão de
comuns de trabalho em equipe. uma equipe de trauma. As principais responsabilidades
dos membros da equipe ATLS@ incluem preparação,
As diretrizes gerais para os membros da equipe ATLS@ recebimento do caso do doente, avaliação e tratamento
incluem: do doente e participação na avaliaçáo pós-ação,
r TABELA E-1 apresenta exemplos de critérios para treinado para colocaruma máscara laríngea (LMA) ou
ativação da equipe de trauma, embora estes possam tubo endotraqueal usando drogas apropriadas quando
variar em cada instituição. necessário para o doente
O lÍder da equipe recebe o caso, garante que todas as Quando houver suspeitâ de lesão da coluna cervical,
informações importantês seiâm transferidas rapidamente o médico estabelecerá a via aérea enquanto restringe o
para os membros daequipe e estabelece os aspectos mais movimento da coluna cervical. Este procedimento requer
importantes da passagem do caso usando a abordagem um assistente para estabilizar o pescoço e restringir o
ABCDE para priorizar as lesões identiÍicadas pelos movimento da coluna vertebral durante a intubação.
socoristas pré-hospitãlares. Em algum momento uma O assistente da via aérea ajuda o médico A, fornecendo
história AMPLA deve ser obtida, embora informações equipamento apropriado e drogas para intubação.
completas sobre o doente podem não estar disponíveis O médico A, encarregado davia aérea, informa o líder
nessa passagem de caso. da equipe, em intervalos regulares, sobre as medidas
tomadas para proteger as vias aéreas. Se em algum
CoNTROLE DA VrA AÉREA E RESTRTçÃO DO momento a via aérea se tomar difícil de estabelecer, o
MOVIMENTO DA COLUNA CERVICAL Médico A deve informar o Iíderdaequipe imediatamente.
f
êquipe e garante que ele ouviu com clareza. Se um lr
doente apresentar Iesôes torácicas com risco de mort€,
o médico Bpoderá terque realizar urgentemente uma
toracostomia com agulha, ou drenagem de tórax.
li
clRcuLAçÃo coM coNTRoLE oE ./)
HEMORRAG IAS
podem contribuir para umâ comunicação deficiente. A . Decidir o uso apropriado de reanimação
formação proÍissional coniunta e as reuniôes regulares balanceada versus reanimação volêmica
facütam a comunicação para equipes multiproÍissionais. tradicional.
Além disso, diferentes profissões podemter problemas . Determinar obietivos e metas da reanimação.
na comunicaçào relacionados a variações em como as
informaçôes são processadas, analiticamente versus . Decidir se deve ativar o protocolo de transfusão
intuitivamente. Além disso, há uma maior valorização maciça.
da informação entre os membros do mesmo grupo . Determinar quando parar de reanimar um
proÍissional e os estereótipos podem ocorrer entre doente traumatizado porque medidas adicionais
membros de diferentes proÍissôes. Para reduzir tais de reanimação poderiam ser inúteis.
vieses, expectativas claras devem ser deflnidas para a
equipe de trauma. Todas essas situaçôes são difíceis de abordar ao lidar
No contexto de uma equipe atendendo traumas com uma vítima de traumatismo grave e as maneilas
multissistêmicos: pelas quais elas são tratadas variam de acordo com os
padrôes e recursos locais. É impossível fornecer uma
A comunicação entre um membro e um líder de solução única para cada um desses exemplos, mas as
equipe deve ser direta e bidirecional. diretrizes gerais para Iidar com conflitos sáo úteis.
Lembre-se de que todos os membros da equipe devem
O membro da equipe deve passar as informaçôes
ter a oportunidade de dar sugestões sobre o atendimento
e o líder da equipe deve conÍirmar se ouviu e
do doente (durante os intervalos de tempo). Nô entanto,
compreendeu as informaçôes.
o líder da equipe tem responsabilidade Íinal pelo
Os intervalos de tempo d€ 2, 5 e 10 minutos podem gerenciamento do doente. Todas as açÕes que afetam
permiú a discussão ou reüsão dos achados. o doente devem ser feitas no melhor interesse dele.
Toda a comunicação deve ocorrer em tom de voz Muitos conflitos e confrontos sobre o atendimento
normal. de doentes com traumas surgem porque os médicos
não têm certeza de suas próprias competências e
A comunicação não deve se tornar uma
não querem ou relutam em dizê-lo. Se os médicos
discussão extênsiva sobre o doente. Decisões
não tiverem a experiência para atender um doente
complexas podem exigir discussão entre os
traumatizado e discordarem entre si, devem envolver
membros da equipe, mas devem sempre ser
imediâtamente um médico mâis experiente, que pode
conduzidas com calma e profissionalmente.
ajudar a resolver a situaçáo e ter um resultado positivo
Faça essas discussôes um pouco distante do
tanto para o doente quanto para a equipe. Os lÍderes de
doente, especialmente se ele ou ela estiver
equipe de traumâ tendem a sermédicos mais expedentes,
consciente.
mas, dependendo dos recursos, outÍos médicos podem
estar âtuando como lÍderes de equipe de trauma. Nesta
situação, é vital ter um médico mais experiente disponível
RESOLVENDO CONFLITOS para apoio na tomada de decisões desaÍiadoras.
Discussões entre médicos podem se tornar mais
difíceis de resolver quando os médicos acreditam
A equipe de trauma deve funcionar como uma firmemente que suâs condutas são as que deve ser
unidade coesiva que avalia e trata o doente para o seguidas. Nesses casos, pode ser útil envolver até
melhor resultado possível. Na maioria dos casos, todos mesmo o diretor médico do trauma. Eles podem ajudar
os membros da equipe atendem o doente da melhor nas decisões, particularmente onde os protocolos ou
maneira possível. Infelizmente, como em qualquer diretrizes hospitalares estâo disponíveis.
campo de assistência médica, surgem controvérsias Dilemas éticos também podem causar conflitos entre
e conflitos. Exemplos de fontes de conflito incluem: os membros da equipe de trauma. Os exemplos podem
incluir a decisão de interromper a reanimação de um
Tomar uma decisão dificil sobre se um doente doente gravemente ferido ou de reanimar doentes
requer uma tomograÍia computadorizada com sangue ou hemoderivados quando as opinióes
urgente ou uma laparotomia imediata. religiosas do doente não permitem tal açâo. Lembre-se
de que o aconselhamento especializado está disponível
Determinar o melhor tratamento para o
sobre esses assuntos. O IÍder da equipe de trauma ou um
sangramento de uma fratura pélvi.ca: radiologia
intervencionista ou tamponamento pélvico representante designado pode buscar mais informaçôes
pré-peritoneal. ou apoio que possa ajudar na melhor decisão para o
doente.
APÊNDICE E r ATLS e Equipe de Trauma I'4ane1o de Recursôs lÍ3
A grande maioria das equipes de trâuma trabalha 7. Burke CS, Stagl KC, Klein C, et al- What rype of
bem em conjunto e obtém resultados positivos para leadership behaviors are functional in teams? A
seus doentes. Quàndo surgem controvérsias, elas são meta-analysis. Leodership Q 2006;17 :288-307.
tratadas profissional e calmamente, se possível,longe 8. Cant S, Killoran A. Team tactics: a study ofnurse
do doente que está sendo reanimado. Muito pode ser collaboration in general practice. Health Ed J
aprendido nas discussôes sobre os desafios de lidar 1993;s214):203-208 .
com vítimas de trauma. Quanto mais doentes a equipe 9. Chowdhury S. The role ofaffect- and cognition-
tràtar, mais experientes os membros se tornam e mais based trust in complex knowledge sharing. .l
claras essas situações serão abordadas. Os membros da Mcnageriol Issues 2005;17(3):310-327.
equipe de trauma podem se preparar para o seu papel 10. Collins I. Good to Great. London, UK: Random
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Onde os recursos permitem, o melhor atendimento Developing expert medical teams: towards an
de uma vítima de trauma é por uma equipe de trauma evidence based approach- Acod Emerg Med 2008
treinada com um lÍder de equipe competente e Nov;15:11;1025-10 36.
qualiÍicado. Os princípios do ATLSo são fundamentais 13. Field R, West MA. Teamwork in primary
para o funcionamento da equipe de trauma. Todos health care, 2: Perspectives from practices.,l
os membros devem ser treinados no ATLS@ e com Interprofessionol Care 1995;9{2) :123-130.
experiência na sala de reanimaçâo. Os líderes de 14. Goleman D, Boyatzis R, McKee A. Primal
€quipe de trauma exigem habilidades e competências Leadership: Unleoshing the Power of Emotioaal
especÍficas, bem como uma experiência considerável Intelligence. Boston, MA: Harvard Business Press;
na prestação de cuidados de trauma, de acordo com 2013.
os padrôes ATLS@. Os membros da equipe podem se 15. Helmich E, Bolhuis S, Laan R, et al. Ent€ring
preparar para o tratamento do trâuma e aprender com medical practice for the very Íirst time: emotional
suas experiências em diferentes equipes de trauma. talk, meaning and identiry development. Med
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CENÁRIOS DE TRIAGEM
OBJETIVOS
317
318 APÊNDICE F r Cenárlos de Trlagem
as capacidades médicas que estão imediatamente local do incidente. Assim que os socorristas chegarem
disponíveis para prestar o atendimento usual e rotineiro. ao local eles falarão diretamente com o comandante da
cena. Para eventos de vítimas em massa um comandante
TOMANDO UMA DECISÃO OPORTUNA médico hospitalardo incidente é o responsávelpor dirigir
a resposta do hospital.
Tempo é essencial durante a triagem. O aspecto mais
difíci1 deste processo é tomar a decisão médicâ sem as PLANEJAMENTO E TREINAMENTO
informações completas. Aquele que realiza atriagem (ou
oficial de triagem)deve ser capaz de avaliar rapidamente A triagem deve serplanejadae treinada sempre que possível.
a cena e o número de vítimas, deter-se em doentes Eventos que possuemgrande probabilidade de ocorrer na
individuais por curtos períodos e realizar determinaçôes área local sáo umbom ponto de parlida para o planejamento
imediatas de triagem para cada doente. Decisôes de e treinamento do atendimento de vÍtimas em massa. Por
tÍiâgem são normalmente realizadas decidindo quais exemplo, simule um evento de ütimas em massa de uma
lesões dos doentes constituem o maior risco imediato queda de aviâo caso a instituição Íique próximo a um
à vida. Assim, as prioridades de via aérea, respiração, grande aeroporto, derramamento químico se próxima a
circulação e estado neurológico do ATLS são as mesmas uma ferroüa movimentada, ou de umte[emoto se em uma
prioridades usadas para tomãda de decisão na triâgem. regiâo de üemores de terra. O ensaio especÍÍico para cada
Desta forma, geralmente, problemas davia aérea são mais tipodedesastre náo épossível, mas o planeiamento geral e
rapidamente letais do que problemas da respiração, que uma afinação precisa da resposta institucional baseada na
porsuavez são mais rapidamente letais do queproblemas prática de exercÍcios sào possíveis e necessários.
da circulaçáo, os quais são mais rapidamente letais do que
lesões neurológicas. Todas as informações disponíveis, DETERMINE OS TIPOS DE CATEGORIA DE
incluindo os sinais vitais, quando disponíveis, devem ser TRIAG EM
usadas para tomar cada decisão de triagem.
O título e a cor de cada categoria de triagem devem ser
A TRIAGEM OCORRE EM MÚLTIPLOS NíVEIS determinados no nivel de um sistema abrangente como
parte do planelamento e treinamento. Várias opções são
Triagem não é um evento ou uma decisão de uma únicavez utilizadas ao redordo mundo. Um método simples e comum
nem de um único lugar. Triagem ocorre primeüamente na é usar etiquetas com as cores do semáforo: vermelho,
cena ou local do evento quando as decisões são tomadas amarelo e verde. Vermelho indica lesão com risco de vidâ
em relação a qual doente tratar primeiro e a sequência que requer intervençáo imediata e/ou cirurgia- Amarelo
em que os doentes serão evacuados. A triagem ocorre indicalesões que podemse tomarcompromêtedoras da vida
normalmente forado hospitalpara determinar para onde ou de um membro, caso o atendimento seja retardado por
os doentes seráo transportados dentro da instituição (ex. várias horas. Doentesverdes são os feridos que camürham e
emergência, sala de cirurgia, unidade de terapia intensiva sofreram apenas trâumatismos Ieves. Estes doentes podem,
ou enfermaria). A triagem ocorre novamente na área pré- àsvezes, serusados para auxiliar seu próprio atendimento
operatória quando decisôes sãotomadas sobre a sequência e o cuidado de outros. Preto é frequentemente usado pâra
em que os doentes serão operados. As condições dos marcar os doentes mortos.
doentes podem melhorar ou piorar com as intervenções e Muitos sistemas acrescentamoutn cor como a azul ou cinza
como tempo, assim são realizadas triagens diversasvezes. paÍa doentes "expectantes" - aqueles que apresentâm Iesôes
tão graves que, diante do número de víümas que necessitam
CONHECA E ENTENDA OS RECURSOS atendimento, a decisão é tomada para apenas oferecer-lhes
DISPONíüEIS tratamento paliativo enquanto se atende primariamente os
doentes vermelhos (e talvez alguns amarelos). Doentes que
Decisões de triagem ideais sâo feitas com conhecimento são classificados como expectantes devido à gravidade de suas
e entendimento dos recursos disponiveis em cada nivel iesôes seriam normalmente a primeira prioridade em situações
ou estágio do atendimento do doente. O oficial de triagem onde existem apenas duas ou três vítimas necessitando
também deve estar imediatamente alerta das modificações atendimento imediâto. Entretanto, as regras, protocolos e
dos recursos, tanto para mais como paÍa menos. padrões de atendimento mudam diante do evento de vítimas
Um cirurgiâo com conhecimento do sistema de saúde em massa. Lembre-se: "realize o melhor para o maior número
Iocal pode ser o OÍicial de triagem intra-hospitalar de doentes utilizando os recursos disponíveis". (Veja também
ideal porque ele compreende todos os componentes informação de triagem em Apêndice C: Atendimento ao
do funcionamento do hospital, incluindo as salas de Trauma com Vítimas Múltiplas, em Ambientes Hostis e
cirurgia. Este arranio não funcionará em situações com Conflitos Militares e Apêndice D: Preparação e Resposta a
um número limitado de cirurgiôes e nâo se aplica ao Desastres.
APÊNDICE F r Cenér os de Triagem 519
CENARIO DE TR]AGEM I
Tiroteio em Massa em um Shopping Center
CENÁRIO
Você é avisado de que em uma área seguTa de um shopping center 6 pessoas são feridas em um tiroteio em massa. O
atirador matou-se. Você .apidamente examina a situaçào e determina que as condições dos doentes são as seguintes:
DOENTE A-Um homem jovem gritando. "Por favor ajude-me, minha perna está me matando"
DOENTE B-Uma muLher jovem com cianose e taquipneia e está respirando ruidosamente.
DOENTE C-Um homem idoso deitado em uma poça de sangue com a perna esquerda da ca[ça encharcada
em sân8ue.
DOENTE D-Um homem jovem está deitado de bíucos e imóve[.
DOENTE E-Um homem jovem está xingando e gritando que aLguém deveria ajudá-to ou elechamará seu advogado.
DOENTE F-Uma adoLescente deitada no chão chorando e segurando o abdome.
DOENTE A-Um homem jovem Sritando. "Por favor ajude-me. minha perna está me matando"
PossíveI Lesâo/Probtema
DOENTE B-Uma muLher jovem com cianose e taquipneia e está respirando ruidosamente
PossÍveI Lesão/Probiema
DOENTE C-Um homem idoso deitado em uma poca de sanBUe com a perna esquerda da calça encharcada
em sanSue.
Possível tesáo/Probtema
DOENTE E-Um homem jovê.ô está xingãndo e Sritando que alguém deverla ajudá-[o ou eLe chàmêrá seLJ advoSado
Posslvet tesào/ProbIema:
(continua)
l?0 APÊNDICE F r Cenárros de ii-iagem
2. Estabeteça as prioridades para avaliação posterioí colocando um número (1 a6 onde lé a prioridade màror
e 6 a menor) no espaço próximo de cada Letra do doente.
Doente A
Doente B
Doente C
Doente D
Doente E
Doente F
4. Brevemente descreva as manobras de suporte básico de vida e/ou técnicas adicionais de avaLiaçào quê você
usaria para posteriormente avaLiar o pÍob[ema.
6
APÊNDICE F r Cenár os de Tr agem 32t
CENÁRIO DE TRIAGEM II
Tiroteio em Massa em um Shopping Center (cont.)
l. Ca.acterize os doentes de acordo para que recebam cuidados de Suporte Básico de Vida (BLS)e/ou Suporte
Avançado de Vida (ALS), e descreva qual esse cuidado deveria ser. (Doentes estão Listados em ordem de
praoridade como identificãdos no Cenário de Triagem l).
BL5 ALS
8LS ALS
BLS ALS
BL5 ALS
BLS ALS
BLS AL5
2. Priorize a tra.rsferência dos doentes e identifique o destrno Forneca um breve raciocí.io paTa suê escolha de destino
DESTINO
3. Em sÍtuaçôes envotvendo múLtipLos doentes, que critério você usaria para identificar e priorizar o tratamento
destes doentes?
(cônt,n ua)
122 APÊNDICE F r Cenários de Triagem
4. Oue pistas você pode extrai. de qualquer doente que possa ajudar na triagem?
5. Ouais Lesões ou sintomas dos doentes devem recebertratamento na cena, antes do pessoa[ pré-hospitalar chegar?
6. Após o pessoaL do Pré-hospitaLar chegar, que tràtamentos devem ser instituídos e que princípios governam
a ordem de início de tais tratamentos?
7. Em situações de traumas múLtiptos, quais doentes devem ser transportados? Ouais devem ser transportados
mais tarde?
8. Ouàis doentes podem ter tratamento retardado e serem transportado mais tarde?
APÊNDICE F r Cenários de Triagem 323
CENÁRIO
A Políciô estava conduzindo umê blitz de um trailer suspeito dê ter um Laboratório de droga ilícita,
metanfetamina, quando ocorreu uma explosão e o trailer foi tomado em chamas. Você recebeu notificaçào
de que 2 ambuLâncias com 5 doentes da cenà estào na entrada do HospitaL: um poLiciaL e quatro pessoas que
estavam no trêiLer, inctuindo uma criancã. Eles fo.am trazidos para seu pequeno hospita[, no departamento
de emer8ência, com a coLunâ tmobi[izada com prancha Longa e com colar cervicaL.
Os doentes feridos são os seguintes:
DOENTE A
Um homem de 45 anos, policiaL, que entTou no trailer para retirar a criênça, está tossindo e expectorando
materíaL carbonáceo. Apresenta chamuscamento dos pelos da fêce e do cabelo. A voz está no.maL, eLe se
queixa dê dor nas mãos que apresentam eritema e bolhas em formacão.
Sinais vitâis são: PAS=120 mmHB, FC=100 bpm, e FR-30 irpm.
DOENTE B
Uma menina de 6 anos que foi carreSada parô fora do traiLer pelo Doente A está assustadà ê chorosa. Oueixa-
se de dor nas queimaduràs (eritema/bolhas) que acometem às costas, as nádegas e a porção posterior de
ambas as pernas.
Sinais vitâis são: PA=ll0X70 mmHg, FC=100 bpm, e FR=25 irpm.
DOENTE C
Um homem de 62 anos está tossindo, chiando e expectorando cataTro com partícuLas de carvào. Sua voz está
Touca ê responde apenas a êstímuLo doLoroso. Há eritema, boLhãs, e a peLe está càrbonizada na face e pescoço,
parede anterior do tórax e do abdome, queimâduras circuôferenciais nas quatro extremidades poupando os
vincos da viriLha e genitais.
Sinais vitais são: PA"80Xa0 mmHg, FC=140 bpm e FR=35 irpm.
DOENTE D
Uma muLher de 23 anos está obnubiLada, mas responde à dor, à movimentação do úmero e da perna direitas
Não há deformidade óbvia do braço e a coxa está edemaciada imobiLizadã no dispositivo de trâção.
Sinais vitais são: PA=la0x90 mmHg, FC=ll0 bpm e FR=32 irpm.
DOENTE E
Um homem dê 30 anos está aterta, páLido e queixa-se de dor nê pelve. Existe evidência clínica de fratura, com
distensão e dor abdominal à palpaçào Na face anterior do tórax, abdome e coxas há eritema e bothas. ELe
também apresenta umê Laceração na fronte. E[e tem um LÍquido oLeoso e pungente nos braços e ôo peito.
Sinais vitâis são: PA=ll0x90 mmHg: FC=90 bpm e FR=25 irpm.
(contrnuà)
324 APÊNDICE F r Cenár os dê Tr age.n
O atendimento das prioridades deste cenário pode ter como base as informacões obtidâs por examê feito a
distância. Embora exista dúvida sobre quaL doente é o mais grave, uma decisão deve ser tomada para prosseSurr
com as melhores informaÇôes disponíveis no moÍnento.
l. OuaL(is) doente{s) tem traúma associado e/ou lesào por inàLacão, a[ém das queimaduras da superfície corpórea?
LEsõES ASSOCT/ÀDAS
(serr{Âo)
PRtOfiF PRloRI.
DADE DE DADE D€
TRAÍA- LESÃO TRÂNS.
I.ENTO PC'R ot EF. % Fil.ô.roa
DOENTE ú-5) NATACÃO TRÂUMA ]*IADURÂ sco 0-5)
3. Descreva as precaucÔes necessáriâs que os 5t4ff5 necessitâm tomar para avaLiar e tratar estes doentes
tendo em vista a produção de metanfetamina.
APÊNDICE F r Cenários de Triagem 325
CENÁRIO DE TRIAGEM IV
Lesão por Frio
CENÁRIO
Você esú no hospitaLquando recebe umtelefonema relâtando quecinco membros da famítia de um médicoestavam
passeando emveÍculos motorizados para neve sobre a superfície de um bgo. quando o geto partiu. Ouatro memb.os
da famfua caíram no lago. O médico não caiu no lago e foi em busca de socorro. O tempo de resposta do socorro
básico e avançadofoide 15 minutos- Quando as unidades de suporte básico e avançado de vida chegaram, uma vítima
conseguiu sairdo Lago e retirou outrã vÍtima da água. Dois indivíduos permaneceram submersos, foram encontrados,
resgatados e removidos do bgo por merguLhadores. A equipe d€ resgàstê deu a seguinte informação da cena:
DOENTE A-O menino de l0 anos de idade, neto do médaco, foi removido do tago pela equipe de resgate.
O monito. do ECG mostra àssistoLia.
DOENTE B-A muLher de 65 anos de idade, esposa do médico, foi removida do Lago pe[a equipe de resgate.
O monitor do ECG mostra assistoLia.
DOENTE C-A muLher de 35 anos dê idade, fitha do médico, quê estava no lago e foi retirâda com a ajuda
de sua cunhada, apresenta abrasÕes na parede anterior do tórax PAS=90 mmHg.
DOENTE D-A muLhêr de 35 anos de idade, nora do médico, que estava submersà e conseBUiu sâir do Lago,
não apresenta sinais de trauma. PAs=ll0 mmHg.
DOENTE E- O médico, com 76 anos, aposentado, que não caiu na água, não apresenta queixas a nào ser
frio nôs mãos e nos pés.
l. EstabeLeça as prioridades para transpo.te da cena para a sata de emerSência e dê uma breve expLicaçào
para as suas decisões.
PRIORIDÂDE
DE TRÂNS-
PORÍE DOENTE JUSTIFICATIVA
2- Ao chegar à sata de emergência. a temperatura corpórea central deve seT med ida em todos os doentes As
temperaturas corporais centrais dos doentes são:
DOENTE Ar 29"C
DOENTE B: 34"C
DOENTE Cr 33'C
DOENTE D: 35"C
DOENTE E:
(contin!a)
326 APÊNDICE F r Cenáros de Triagem
Descreva brevemente suas razÕes pàra o restante da avatiaÇào primár a reanimação e avaliêçào secundárla
de cada doente.
5
APÊNDICE F r Cenáriôs de Trragem 327
CENÁRIO DE TRIAGEM V
Col.isào de Ônibus
CENÁRIO
Você é o único médico no Pronto-Socorro de um hospital comunitário de 100 Leitos. Conta com a ajuda de uma
enfermeíra e de uma auxiLiar de enfermagem. Há l0 minutos você foi comunicado por rádio que ambutâncias
vão chegar com vítimas de colisão de um único ônibus de passa8eiros. O ônibus aparentemente perdeu
controLê, sàiu da rodovia, e capotou diversas vezes Foi reportado que a vetocidade a.rtes do acidente erã de
104 Km/h. Náo há mâis informações além de que dois dos passageiros do ônibus morreram na cena. Chegam
duas ambulâncias trâzendo cinco dôentes que eram os ocupantês do ônibus. Os doentes são:
DOENTE A
Homem de 57 anos, motorista do ônibus. Aparentemênte sofreu um trauma torácico. Com o impacto, foi
jogado contra o para-brisa Chega eÍn franca insuficiência respiratória. A [esôes inctuem: matériô que aparenta
ser mêssa encefáLica no seu cabeLo sobre uma fratura de crâneo paIpáveL, deformidâde anguLada no antebrâço
esquerdo, e múLtipLas escoriações nô face anterior do tórôx.
Os sinais vitais são; PA=88X60 mmHg, FC=150 bpm, FR=40 Ípm e escore GCS=4.
DOENTE B
14uLher de 45 anos, passageira, aparentemente nào estava usando cinto de seSurança No impacto eLa foiejetada
do ôôibus. A admissào está em franca insuficiência respiratória. A equipê do pré-hospitataa fez uma ava[iaçào
pretiminar e passê-lhe as informaçôes a seBUir, Lesóes: (l)trauma maxiLofaciaL grave com hemorraSia do nariz
e da boca, (2)fratura de antebraço esquerdo, com desvio e (3) múttipLas escoriaÇôes na face anterior do tórax.
Os sinais vitais são: PA=i50X80 mmHg, FC=120 bpm, FR=40 irpm e escore GC5=8.
DOENTE C
l'lomem de 48 anos, passagelro, achádo debâixo do ônibus. Dizem-Lhe que chegou confuso, respondendo com
Lentldâo a estímulos verbars Tem múLtipLas escoriacões de face tórax e abdome. O murmúrio vesicuLar está
abolldo à esquerda e tem muita dor à palpâcão do abdome.
Os sinais vitals sàor PA=90X50 mmHg FC=140 bpm. FR=35 irpm e escore GCS=12.
DOENTE D
líuLher de 25 anos, retirada do banco de trás do ôôibus. Grávida de 8 meses, com comportamento histérico,
queixa-se de dor abdominaL. Tem múLtipLas escoriações na face e no abdome. lnformam-no que tem muita
dor à patpaçào do abdome. Está em trabalho de parto.
Os sinais vitais são: PA=120X80 mmHg, FC=100 bpm e FR=25 irpm.
DOENTE E
Menino de 6 anos, retirado dos bancos traseiros do ônibus. No [ocaL estava acordado e faLando. Agora responde
a estÍmuLos doLorosos apenas com choro. Tem escoriaçôes múLtiptas e deformidade na pernâ direita. Apresenta
ainda sangue seco ao redor do nariz e da bocà.
Os sinais vitais: PA=ll0X70 mmHg, F€=180 bpm, FR=35 irpm.
{contrnua)
32E APÊNDICE F . Cenários de Triagem
l. Descreva os passos que devem ser seguidos para triar estes cinco doentes
2. EstabeLeça as prio.idades para seus doentes, coloca nd o u m número (l a 5, sendo I a prioridade mais eLevada
e 5 a menor) no espaço antes da Letra de cada doente.
Doênte A Doênte D
Doente B Doente E
Doente C
4. Resumidamente descreva as manobras de suporte básico de vida e/ou técnacàs de diagnóstico que você
utiLizaria para progredir no cuidado destes doentes.
5
APÊNDICE F r Cenários de Triagem 329
CENÁRIO DE TRIAGEM VI
Terremoto e Tsunami
CENÁRIO
Em uma cidade costeirâ de 15.000 habitantes ocorTêu um terremoto de magnitude 7,2, seguido de um tsunami
que avançou 4 Km para o iôterior Na sequência houve úmà expLosào e incêndio em um reatoT de energia
nucLear próximo- M! itas estruturas coLabaram, aLgumas vítimas ficaram presas no seu interior. Out.as podem
ter sido "carre8adas" para o mar. ALgumas das estrâdas de saída da região estào bLoqueadas por ênchentes ou
desLizamentos de teíra Os serviços Loca is como etetricidade e rede de água estào interrompidos. A temperatura
êtual é de 13'C, e está começando a chover; o por do sol será em 2h.
Os bombeiros e paramédicos encoôtrãram a seguinte cena:
VÍTIMAS
. O primeiro tem 40% de SCO com queimaduras de segundo e terceiro graus. f4edição com o contador
Geiger mostra que e[e está contaminado com materiaI rêdioativo.
. A segunda técnica nào apresenta queimaduras, está confusa e vomita continuêmente. Também apresenta
radioatividade em suas vestes.
FALECIDOS
Peto menos 6 técnicos da planta nuctear e cinco residentes da áreê estào mortos, inctuindo um Lactente
com umà Lesào craniencefálica fataL f4uitas outras pessoas estão desaparecidàs.
Foram chamêdas duas companhias de bombeiros e duas ambuLâncias adicionais- O hospitaL da comunidade
LocaL possui 26 Leitos vagos,5 p.ofissionais de atendimento primário.2 cirurgiôes, ldos quais se encontra em
férias- O centro de trauma mais próximo encontra-se a 120 km dê distância, e o centro de queimados mais
próximo encontra-se a mais de 320 km de distância.
I Deve-se iniciar o pLano de desastre da comunidade? Por que, ou por que não?
2. Caso seja declarado um evento de vítimas em massa, quem deve ser o comandante médico do incidente?
(continuâ)
550 APÊNDICE F r Cenáros de Trlêgem
5. Ouais considerêções devem ser levadas em contà nas operaçôes médicas na cena?
7. OuaL o significado das cateSorias de triagem vermelhà, amâreLô, verde, azuI e preta?
L Designêdas as categorias da questão 7, quais os doentes que devem ser removidos para o hospitaL; por qual
meio de transporte; e em quaL ordem?
9. Ouais os esforços que devem ser feitos pelo comandante médico do incidente para auxiLiar nô resposta e
na recuperação?
APÊNDICE F r Cenários de Triagem 33r
CENÁRIO
Uma explosão de bomba suicida foi comunicada em um comício político à noite. A região fica a 30 minutos do
seu centro de trauma nível ll. Você é convocado paTa a cena como um dos oficiais de triagem. O reLato iniciaL
reveLa 12 óbitos e 40 feridos. f4uitês equipes de regate estão ocupadas com a evacuação.
Você chega a uma áreê onde você encontra 3 corpos e 6 doentes feridos. As condições dos 6 doentes feridos
são as seguintesi
DOENTE A
Um rapaz, consciente e aLerta, possui uma pequena ferida penetrante no pescoço, Logo à esquerda da traquera,
com edema Leve do pescoço, rouquidão, sem sangramento ativo.
DOENTE B
Um rapa2 está encharcado em san8ue, pálido e Letár8ico, porém responsivo a comandos verbais. Ambas as
pernas estão deformadas e Ligadas àpenas por peLe e tecido muscu[ar de[gado abaixo dos joeLhos.
DOENTE C
Uma moça está recLamando de fatta de ar, com taquipneia, cianose e múLtiplas pequenas feridas penetrantes
no tórax à esquerda.
DOENTE D
Um homem de meia-idade possui múLtiplas feridas penetrantes no Lado esquerdo do abdome e f!ânco
esquerdo, apresentando-se páLido e queixando-se de dor abdominal intensà. Oueimaduras de segundo e
terceiro graus são visíveis no abdome inferior-
DOENTE E
Um idoso, com faLta de ar e expectorando escarro hemoptoico, encontra-se desorientado e tem múttiplas
equimosês e Lacerações na parte superior do tronco.
DOENTE F
Um rapaz tem uma ferida na face anterior da perna direita, com fragmento ósseo visÍve[ projetando peLa ferida,
e está recLamando de dor intensa. Não apresenta sangramento ativo.
(cont nuà)
332 APÊNDICE F r Cenários de Triagem
2. Ouais manobras de supoÍte de vida iniciais podem ser prestadas antes de transportar para um centro de
trauma (assumindo quê há equipamento pré-hospitaLar típico disponÍveL neste momento)?
3. Oue outras consaderações você deve ter em mente durante a t.iâgem na cena deste incidente?
APÊNDICE F r Cenár os de Tr agem l3l
4. Descreva a transferência para o centro de traumâ dê cada doente em ordem de prioridade com seus motivos
(l sendo o mais prioritário e 6 o menos)
DOENTE I JUSTIFICATIVA
5. Ouais deveriam ser suas principais consideraçóes de atendimento na chegada dos doentes no centro de
tra u ma?
I
ESTAçÕES PRÁTTCAS
335
Estacão Prática A
VIA AEREA
PARTE I: MANOBRAS BÁSICAS PARTE 3: VIA AÉREA INFANTIL E
. lnsercào da Cânuta Nasofaríngea CRICOTIREOIDOSTOMIA
. Uso SeguÍo do Aspirador . lntubação EndotraqueaL lnfantiI
. lnserçâo da Cânu[a Orofaríngea (GuedeL) . Cricotireoidostomia com Agutha
. Ventitâção com Botsâ-Máscâra com Umâ Pessoa . CricotiÍeoidostomia Ciíúrgica
. Ventilação com Bolsa-Máscara com Duas Pessoas
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
2. Apucar uma máscara não re-inaLante para maxlmizar 2. Cttâr as indicôçôês para uma yla aérea definitiva.
a oxitenação.
3. TGntar â intubação orotraqueal em um manequim.
3. Apticar um oxÍmetro d€ putso.
PÉ. YbAar. lnÉírtl. Olí,üffi
4. Rea[izar a trâção de mandíbuLa em um manêquim '
parô obter uma vla aérea adequada. l. Rêver o manejo básico da via aérêá podlátrlca.
337
338 APÊNDICE G r EstaçÕes Práticas
\-
PARTE I: ESTAÇAO PRATICA DAS MANOBRAS BASICAS DA VIA AEREA
'
TREINAMENTOS INCLUSOS USO SEGURO DA ASPIRACÀO
NESTA ESTACÀO PRÁTICA
PASSO l. Ligar o vácuo, selecionando um ponto médio
Inserção da cânula nasofaríngea (150 mmHg)ao invés devácuo total (300 mm
Uso seguro do aspirador Hg)
PASSO 3. Untar a cânula nasofaríngea com um PASSO 3, Inserir um abaixador de língua sobre a língua
lubrificante hidrossolúvel ou com água. do doentê, o mais posteriormente possível,
para abaixáJa adequadamente, tomando
PASSO4. Com a cabeça do doente em posição neutra, cuidado para não provocar náusea.
fique ao lado do mesmo. Segurando o
CNF como um lápis, insira gentilmente a PASSO 4. Inserir o tubo posteriormente, deslizando-o
ponta da cânula na narina e direcione-a gentilmente sobre a curvatura da língua, até
posteriormente em direção ao ouvido. que a aba do tubo se apoie sobre os lábios
do doente. O tubo não deve empurrar a
PASSO 5. Inserir gentilmênte a cânula nasofarÍngea Iíngua para trás levando à obstrução da via
através da narina na hipofaringe com um aérea. Uma Iécnica allernativa de inserção,
ligeiro movimento de rotação, até que a denominada método de rotaçáo, envolve
falange repouse contra a narina. Se durante a inserir a cânula de ponta-cabeÇa de modo
inserçâo a CNFencontrar alguma resistência, qu€ sua ponta fique voltada para o céu da
remova-a e tente inserí-la do outro lado. boca do doente. A medida que se insere a
Se a CNF fizer com que o doente tussa ou cânula, ela é girada 180 graus até que a aba
engasgue, retire a levêmente pãra aliviar a pare nos lábios e/ou nos dentes do doente.
tosse ou o engasgo e prossiga. Esto manobrq nôo deve ser usodo em cricnços.
PASSO 6. Reavaliar o doente para garantir que agora PASSO 5, Remover o abaixador de língua
a via aérea é patente.
PASSO 6, Reavaliar o doente garantindo que a via aérea
esteia agora patente.
APÊNDICE G I ESTACÕES PrátiCAS 339
PASSOl, Selecionar o tamanho adequado da máscara PASSO L Selecionar o tamanho adequado da máscara
para ajustar-se à face do doente. A máscara deve para ajustar-se à face do doente.
se estender da metâde proximal do nariz até o
queixo. PASSO 2. Conectar uma fonte de oxigênio ao dispositivo
de ventilação e aiustar o fluxo de oxigênio
PASSO2. Conectar uma fonte de oxigênioao dispositivo para l5 L/minuto.
de ventilação e aiustar o fluxo de oxigênio
para 15 L/minuto. PASSO 3. Certificar-se que a via aérea do doente esteja
PASSO3. CertiÍicar-se que avia aérea do do€nte esteia patente {uma cânula orofaríngea iráprevenir
patente (uma cânula orofaríngea irá prevenir d obstrução da Iínguà).
a obstrução da Iíngua).
Inserção da Máscara Laríngea (ML) PASSO 3, Verificar se a Ml está estéril e não tenhâ dano
visÍvel; checar se o Iúmen está limpo.
Inserção do Tubo Laríngeo {TL)
Intubação Orotraqueal PASSO 4, Insuflar o balão da ML para certiÍicar-se de
que náo há vazamento.
e a abertura da máscara orientada sobre a PASSO 9. Rodar o tubo de volta para a linha média logo
língua. que a ponta atingir a parede posterior da faringe.
PASSO 8. Passar a Máscara por trás dos incisivos superiores PASSOlO. Sem forçar excessivamente, avançar o tubo
com o cabo paralelo ao tórax do doente e o até a base do conector alinhar-se com os
indicador apontando para quem está intubaldo. dentes e a gengiva.
PASSO 9. Empurrar a ML lubrificada para a posição, PASSOIL Insuflar os balões com o volume mÍnimo
ao longo da curva palato-faringea com o necessário para vedar a via aérea no pico de
indicador mantendo pressão e guiando o tubo. pressão ventilatória.
PASSOÍL Insuflar o balão com o volume indicado no PASSO12. Ao mesmo tempo que ventila delicadamente
cabo. o doente para avaliar a ventilação, retire o
tubo até que aventilação fique fácil com fluxo
PASSOIL Checar o posicionamento ventilando com de ar livre (o maior volume corrente com a
máscara e balão. menor pressão na via aérea).
PASSO12 Confirmar o posicionamento correto pela PASSO B" Existem marcas de referência na extremidade
ausculta, movimento do tórax e idealmente proximal do tubo que quando alinhadas com
pela verificaçâo do CO, com a capnografia. os dentes superiores indicam a profundidade
da inserção.
PASSO f. Certificar-se de que aventilaçáo e a oxigenação PASSO15. Reajustar a insuflação dos balôes para vedar
utilizadas são adequadâs e que há um o sistema.
aspirador imediâtamente disponível na
eventualidade do doente vomitar. PA§Of6. Fixe o tubo laríngeo ao doente com Íitas
adesivas ou outros dispositivos. Aindapodem
PASSO 2. Escolher tamanho adequado dê TL. ser utilizados bloqueadores de mordida.
PASSO 7. Umassistente deve imobilizar manualmente PASSOB. Uma vez que a intubação tenha ocorrido,
o pescoço ea cabeça. O pescoço do doente nâo ventilar com a bolsa. Insuflar o balão com
deve ser hiperextendido nem hiperfletido ar suficiente para fornecer uma vedação
durante este procedimento. adequada. Não hiperinsuflar o balão.
PASSO 8. Segurar o laringoscópio com a mão esquerda PASSO14 Observar visualmente os movimentos da
(mesmo que não seja a mão dominante do caixa torácica durante a ventilaçáo.
operador).
PASSOIS Auscultar o tórax e o abdome com
PA§SO 9, Inserir o laringoscópio no lado direito da estetoscópio para conferir a posição do tubo.
boca do doente, deslocando a língua para
esquerda. PASSO1ô Confirmar a correta posição do tubo pela
presença de COr. Um RX de tórax é útil para
PASSOIO. Identificar visualmente a epiglote e a seguir, avaliar a profundidade da inserção do tubo
as cordas vocais. A mãnipulação externa da (p.ex. intubação seletiva)mas, ele não exclui
laringe paratrás, para cima, para a direita e a intubação esofágica.
com pressão (BURP) pode ajudar a melhorar
a visualização. PASSOIT. Fixar o tubo. Se o doente for transportado,
a posição do tubo deve ser reavaliada.
PASSOfL Inserir delicadamente o tubo endotraqueal
na traqueia sem aplicar pressão sobre os PASSOl& Se ainda não foi feito, conectarum oxímetÍo
dentes e as partes moles da boca. de pulso a um dos dedos do doente (a perfu são
periférica deve estar preservada) para medir
PASSO12. Se aintubação endotraqueal não forrealizada e monitoraro nível de saturação de oxigênio
antes que a SatO2 caia abaixo de 90%,ventile do doente e fornecer uma avaliaçào imediata
com um dispositivo bolsa-máscara e mude de intervençóes terapêuticas.
a abordagem utilizando o GEB.
TREI NAN4 ENTOS INCLUSOS PASSOZ Selecionar o tubo sem balão e de tamanho
apropriado, que deve ter o mesmo diâmetro
NESTA ESTACÀO PRÁTICA da narina ou do quinto dedo da mão da
criança. Conectar a lâmina do laringoscópio
. ao cabo e veriÍicar a intensidade da luz.
Intubação Endotraqueal Infantil
. Cricotireoidostomia com Agulha PASSO3. Um assistente deve imobilizar manualmente
. CricotireoidostomiaCirúrgica o pescoço ea cabeça. Opescoço do doente náo
deve ser hiperextendido nem hiperfletido
durante este procedimento.
INTUBAçÀO TRAOUEAL
PASSO4 Segurar o Iaringoscôpio com a mão esquerda
INFANTIL (mesmo que não seja a máo dominante do
operador).
PASSO L Certificar-se que a ventilação e a oxigenação
são adequadas e que o equipamento de PASSO5. Inserir o laringoscópio nô Iado direito da
aspiraçâo está prontamente disponivel no boca do doente, deslocando a língua para
caso do doente vomitar. esquerda.
342 APÊNDICE Gt EStaCÕeS Prát caS
PASSO 6 . ldentificar visualmente a epiglote ea segut, as PASSOZ Colocar o doente na posição supina. Um
cordas vocais. A manipulação extema da laringe assistente deve imobilizar manualmente o
para trás, paÍa cima, para a direita e com pressão pescoço e a cabeça.
(BURP) pode ajudar a melhorar a visualização.
PASSO3. Montar um cateter agulhado de calibre
PASSO 7. lnserir o tubo endotraqueal nâo mais que 2 número 12G ou 14G, de 8,5 cm, em uma
cm (após as cordas vocais). seringa de 5 a 10 mL.
PASSO 8. Checar cuidadosamente o posicionamento PASSOzL Preparar o pescoço para a cirurgia, usando
do tubo, ventilando com dispositivo bolsa- esponjas com antisséptir os.
válvula-máscara, observando se a insuflação
dos pulmôes e auscultando o tórax e o PASSOS. Palpar a membrana cricotireoidea
abdome com um estetoscópio. ConÍirmar anteriormente, entre a cãrtilagem tireoide
o correto posicionamento do tubo pela ea cartilagem cricoide. Estabilizar a traqueia
presença de COr. Um R-x de tórax é útil para comopolegare o indicador de uma das mãos
avaliar a profundidade da inserçào do tubo para evitar movimento lateral dâ trâqueia
(i.e., intubação do brônquio-fonte) mas, ele durante o procedimento.
náo exclui a intubação esofágica.
PASSO6, funcionar apele nalinha médiacom a agulha
PASSO 9. Se náo conseguir a intubaçâô endotraqueal número 12G ou 14G, conectada à seringa,
em 30 segundos ou no mesmo tempo que o diretamente sobre a membrana cricotireoidea.
operadorprenda a respiraÇãô, inl erromper as
tentativas, ventilar o doente com dispositivo PASSOT. Direcionar a agulha em ângulo de 45a drstal-
bolsa-máscara antes de tentar novamente. mente, aplicando pressão negativa na seringa.
PASSOfO. Fixar o tubo. Se o doente for trãnsportado, PASSO 8. lnserir cuidadosamente a agulha através da
a posição do tubo deve ser reavaliada. metade inferior da membrana cricotireoidea,
aspirando-a à medida que a agulha avança. A
PASSOfL lnstalar um detector de CO, no tubo adição de 2-3 mLde soiuçâo salinaà seringa
endotraqueal entre o âdaptador e o ajudará a reconhecer a entrada de ar.
dispositivo de ventilação para confirmar
se o tubo endotraqueal está na traqueia. PASSO9. Aspiração de ar significa penetração na luz
da traqueia.
PASSOIZ Conectarum oxímetro de pulso a um dos dedos
do doente (a perfusão perüérica deve estar PASSOfO, Remover a seringa e retirar a agulha ao
preservada) para medir e monitorar o nível de mesmo tempo que se avança o cateter para
saturação de oxigênio. O oximeno de pulso é úül baixo, tomando cuidado para náo perfurar
para monitorar de forma contínua os níveis de a parede posterior da traqueia.
sâhrração de oxigênio e fomece uma âvüação
imediatâ das intervençôes terapêuticas, PASSOIL Conectar o equipamento de insuflação a
jato âo cateter ou conectar a seringâ de 3 mL
com um conector de tubo endotraqueal 7.5
CRICOTIREOIDOSTOMIA POR PUNCAO e fixar o cateter ao pescoço do doente.
PASSO T Montar e prepãrar o tubo de oxigênio fazendo PASSO12. A ventilação intermitente pode ser provi-
um orifício perto de uma das extremidades denciada com o equipamento de insuflaçâo
do tubo. Conectar a outra extremidade a jato conectado ao cateter tampando-se o
do tubo a uma fonte de oxigênio, capaz orifício do tubo de oxigênio com o polegarpor
de fornecer 50 psi - libras por polegada 1 segundo e destampando-o por 4 segundos.
quadrada - ou mais no registro de saÍda e Após retirar o polegar do orifício do tubo,
providenciar que o oxigênio flua livremente ocorre expiração passiva ou com umdisposiüvo
através do tubo. Alternativamente, conectar bolsa-va.lltla-máscara cone«ado a serir ga com
uma bolsa máscara a uma seringa de 3 mL, conector. Noto: A PaO, pode ser manüda em
sem êmbolo a um conector de um tubo níveis adequados por openas 30 a 45 minuto1 e o
endotraqueal de 7.5 mm. acúmulo de CO rpode ocorrer mais rapid.amente.
APÊNDICE G! EStaCÔêS Prát CaS 343
PASSO 13. Continuar observando a insuflação dos PASSOfO. Observar as insuflações pulmonares e
pulmões e auscultar o tórax para veriÍicar auscultar o tórax paraverificar se aventilação
se a ventilação está adequada. Prestar se faz adequadamente. Confirmar a presença
muita atenção a saída de ar para evitar de C0, e obter um R-X de tórax.
um barotrauma, que poderá causar
um pneumotórax. É possível auxiliar PâSSOfL Fixar o tubo endotraqueal ou o tubo de
esta exalaçáo aplicando-se pressão, traqueostomia ao doente para evitar
cuidadosamente, ao tórax nâo se observar
se deslocamentos.
a saída de ar dos pulmóes na ausência de uma
lesão grave do tórax.
LINKS PARA APRENDIZADO FUTURO
CRICOTI REOIDOSTOMIA CI RURGICA
Problemas na via aérea e ventilação podem ser
confundidos. É de vital importância ter a capacidade
PA§1. Colocar o doente na posição supina. Um de avaliar rapidamente onde está o com p rom eti mento.
assistente deve imobilizar manualmente o A suplementaçáo de oxigênio é um dos primeiros passos
pescoço e a cabeça. no tratamento de doentes traumatizados. A avaliação
da via aérea é o primeiro passo e requer reavaliaçâo
PASSO 2. Palpar a cartilagem tireoide, cricoide e a frequentemente e em coniunto com qualquer
fúrcula esternal para orientação anatômica. deterioração do doente. A falta de habilidades básicas
para manter a oxigenação e ventilação adequadas
PASSO 3. Preparar o equipamento necessário geralmente indica a necessidade de usar habilidades
mais avançadas. A falha em obter umavia aérea usando
PASSO 4. Preparar o local para a cirurgia e anestesia, habilidades avançadas pode exigir a obtenção de uma
se o doentc estiver consciente. via aérea por punção ou cirúrgica.
PASSO 8. Inserir um tubo endotraqueal ou um tubo Gaufberg SV and Workman TP. Needle
de traqueostomia de tamanho apropriado cÍicothyroidotomy set up. Am / Emerg Me d.2004;22lll:
(usualmente número 5 ou 6), com 37-39.
balão, através da incisão da membrana
cricotireoideana, direcionando o tubo Nota: Videos das atividades práticas estão disponíveis
distalmente para dentro da trâqueia. Caso no aplicativo móvel MyATLS.
se utilize um tubo endotraqueal, inserir
somente até a não visualizaçâo do "cuffl'â
fim de evitar intubação do brônquio-fonte.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
145
3+6 APÊNDICE G T ESTACÕES PrátiCAS
PASSO4 A-Via aérea e mediastino. Procurar por PASSOT. Retirar a seringa e ouvir a fuga de ar quando a
sinais de ruptura da aorta: mediastino agulha entrar no espaço pleural para indicar
alargado, borramento do botão aórtico, alívio do pneumotórax hipertensivo. Avance
desvio da traqueia para a direita, tampa o cateter para o espaço pleural.
pleural, elevação e desvio para a direita do
brônquio fonte direito, perda dajanela aorto- PASSO& Estabilizar o cateter e preparar-se para a
pulmonar, depressão do brônquio principal inserçào do dreno torácico.
esquerdo e desvio do esôfago parâ a direita.
Procure por ar no mediastino.
TORACOSTOMIA DIGITAL E
PASSOí B-Respiração, campos pulmonares, DRNAGEM DE TORAX
pneumotórax, consolidação (contusão
pulmonar), lesões cavitárias
PASSOL Reunir suprimentos, campos estéreis e kit de
PASSO6. C-Circulaçào, tamanho do coração, formato antissepsia para dÍenagem de tórax {bandeja)
das bordas da posição, faixâ aórticâ e dreno torácico de tamanho adequado (28-32
F). Prepare o selo d'água e o coletor.
PASSOT, D-Forma do diafragma, ângulos, bolha
gástrica, ar subdiafragmático PASSO2. Posicionar o doente com o braço ipsilateral
estendido acima e flexionado no cotovelo (a
PASSO& E-Extras: tubo endotraqueal, monitor de menos que seja impedido por outras lesões).
pressão venosa central, sonda nasogástrica, Usar um assistente para manter o braço
eletrodos de ECG, dreno torácico, marca passos nessa posiçáo
em vigor, usar o dreno de tórax para medir PASSO13. Obter uma radiograÍia do tórax.
a profundidade da inserção. Pré-avaliar a
profundidade estimada do dreno torácico, PASSOIIL Reavaliar o doente.
colocando a ponta perto da clavícula com
umâ curya suave do tubo para a incisâo.
Avaliar a marcação no dreno do tórax que USO DA FITA DE
se correlaciona com a incisâo, garantindo
que o orifício sentinela esteja no espaço
REANIMACÀO PEDIÁTRICA
pleural. Muitas vezes, as marcas no dreno
dotórax serão de 10a 14 napele, dependendo PASSOL Desdobre a fita de reanimaçáo pediátrica.
da quantidade de tecido subcutâneo (poÍ
exemplo, doentes obesos). PASSO 2, Coloque a Íita ao Iongo da lateral do instrutor
de tarefa de tubo torácico para estimar o peso
PASSO6. Fazer uma incisão de 2 a 3 cm paralela às e anotar a zona de cor.
costelas no Iocal predeterminado, e dissecar
os tecidos subcutâneos logo acima da costela. PASSO 3. Leia o tamanho do equipamento a ser usado
com o paciente, anotando o tamanho do
PASSOT. Perfurar a pleura parietal com a ponta da dreno torácico.
pinça hemostática enquanto segura-se o
instrumento perto da ponta para evitar a LINKS PARA APRENDIZADO FUTURO
inserção súbita e profunda do instrumento e
a lesão das estruturas sublacentes. Avançar
a pinça sobre a costela e abra-a para alargar Reavaliar a respiração com frequência durante a
a abertura pleural. Tome cuidado para avaliação primária e a reanimaçáo. Revise o aplicativo
não penetrar demais a pinça na cavidade móvel MyATLS para demonstrações em vídeo de
torácica, pois, o alargamento do orifício procedimentos. Além disso, www-trauma.org fornece
será Íneficaz. Confirmar a saída de ar ou descriçôes do manejo de uma variedade de lesões
fluido. Com um dedo enluvado e esterilizado, torácicas em doentes traumatizados.
faça uma var redura para limpar quaisquer
aderências e coágulos {ou seja, realizar uma Após o ATLS-Pratique usando uma abordagem
toracostomia digital). estruturada para a Ieitura do RX de tórax antes de
observar a interpretação do radiologista para melhorar
PÂSSO& Colocar uma pinça hemostática na sua proficiência. Revise a demonstração em vÍdeo
extremidade distal do dreno e outra pinça na MyATLS da inserção do dreno torácico antes de realizar
extremidade proximal do mesmo usando-a o procedimento para reforçar etapas do processo.
como um guia e avançar a inserção do
dreno no espaço pleural até a profundidade
desejada.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
149
350 APÊNDICE G r Estaçôcs Práticas
PASSOA Se o sangramento for controlado, prenda PASSOT. Bloqueie a haste do torniquete no lugar
as comprêssas de gaze com uma atadura no clipe de corda de vento. O sangramento
elástica ou náo ou uma mecha auto-aderente agora está controlado.
(3M Cobar"). Consulte cirurgião de trauma,
lasculaÍ ou ortopedisê combase no üpo de leúo. PASSOS. Cole a faixa auto-aderente restante sobre
grampo do torniquete e
a haste, através do
PASSO5. Se o sangramento não for controlado continue em volta do braço ou da perna do
e houver uma cavidade, use um dedo doente o máximo possível.
enluvado ou uma pinça para col.ocar a gaze
na ferida, garantindo que a gaze alcance a PASSO9. Prenda a haste e a pulseira com a alça do
base da ferida. Coloque mais gaze até que molinete. Segure a alça, aperte'a e côle-a
a ferida esteja bem embalada. Mantenha no gancho oposto ao clipe do torniquete.
a pressão por mais 3 minutos e reavalie.
Pode ser usada gaze impregnada com um PASSOlO.Anote a hora em que o torniquete foi
agente hemostático tópico, se disponívei. aplicado. Se você tem um marcador, pode
A gaze sem um agente hemostático pode escrevê-lo diretamente no torniquete.
ser tão eÍicaz pâra o empâcotâmento da
ferida quanto a gaze tratada com um PASSOfL Se o sangramento não for interrompido com
agente hemostático. Feridas grandes podem um torniquete e for tão apertado quanto
exigir vários pensos de gaze para embalar possível, coloque um segundo, se disponível,
totalmente a ferida. Embale com o máximo logo acÍma do primeiro. Aperte-o como antes.
de gaze que couber na ferida e empurre
ainda mais, se puder. Se esses passos não
controlarem o sangramento, prossiga com APLICACÀO DA TALA DE
a colocação do torniquete ênquanto aguarda TRACÀO
a consulta cirúrgica.
PASSO4 Cole a faixa ao redor da extremidade. Nâo PASSO5. Depois de obter o realinhamento, levante
adira a faixa após o clipe. suavemente â perna para permitir que o
assist€nte desiize a tala sob a extremidade,
PASSOS. Torça a haste do torniquete até que o de modo que a porção acolchoada da tala
sangramento pâre. fique encostada na tuberosidade isquiática.
PASSOS. Posicione a cinta do tornozelo ao redor do em crianças. {Ao usar uma agulha lisa, sem uma
mesmo e do pé do doente, e enquanto um broca, oriente a agulha perpendicularmente ao
assistente mantém a tração manual napema. A local de entrada e apliquepressão em conjunto
cinta inferior deve ser Iigeiramente mais curta comum movimento de torção até que se sinta
que, ou pelo menos do mesmo comprimento, uma "perda de resistência", e, a agulha entraÍ
e as duas tiras cruzadas superiormente. na caüdade medular.)
PASSO 9. Prenda a cinta do tomozelo ao gancho de tração PASSOô Segure o dispositivo no lugar e aperte o
enquanto o assist€nte mantémaEaçãoe apoio gatilho firmemente. Continue a segurar o
manual. Aplique tração gradativamente, hub da agulha enquanto gira o estilete para
utilizando o manopla da catraca até que a fora do eixo com rotaçôes no sentido ânti-
extremidade pareça estável ou até que a dor horário. A agulha deve estar firmemente
e o espasmo muscular sejam aliviados. assentada no osso (primeira confirmação
da colocação). Coloque o estilete em um
PASSO 10. Verifique novamente o pulso após aplicar a recipiente para objetos cortantes.
tração. Se a perfusão da extremidade distal
à Iesão parecer pior, solte-a gradualmente. PASSOT. Coloque o curativo Ez-Stabilizer sobre o
hub. Conecte um coniunto de extensão EZ-
PASSOIL Prenda as correias restantes Connect" preparado ao hub, Íirmemente
seguro, torcendo-o no sentido horário. Puxe
PASSO12 Reavaliar frequentemente o estado as abas do curativo EZ-Stabilizer para expor
neurovascular da extremidade. Documente o adesivo e aplique-o na pele.
o estado neurovascular do paciente após
cada manipulaçâo da extremidade. PASSO & Aspirar para confirmar a saÍda de sangue
/medula óssea (segunda confirmação da
colocação).
PUNçÃO/TNFUSÀO TNTRAoSSEA
PELO UMERO PASSO9. Prenda o braço no lugar através do abdome
PASSOZ Use o(s) seu(s) polegar(es)para deslizar para PUNCÀO/tN FUSÀO I NTRAÓSSre
cima o eixo anterior do úmero até sentir vrA rNSERÇÀO PROXTMAL DA
o tubérculo maior, cerca de i cm (i/3 pol)
TíBIA
acima do colo ciúrgico.
PASSO 3. Prepare o Iocal usando uma solução antisséptica. PASSO L Coloque o doente em decúbito dorsal. Selecione
uma extremidâde inferior náo lesionada,
PA§SO4 Remova a tampa da agulha e aponte apontãpara coloque um acolchoamento suÍiciente sob o
baixoemumângulode45 grausemrelaçâoao joelho para efetuar uma flexão aproximada
plano horizontal. O ângulo correto resultará no de 30 graus do joelho e deixe o calcanhar
eixo da agulha perpendicular àpele. Empurre do paciente repousar confortavelmente no
a ponta da agulha através da pele até que a colchonete ou na maca.
ponta alcance o osso. A marca de 5 mm deve
estar úsível acima da pele para confirmação PASSOZ ldentifique o Iocal da punçáo - a superfície ântero-
do comprimento adequado da agulha. medial da tíbia proximal, aproximadamente
um dedo (1a 3 cm) abaixo do tubérculo.
PASSO5. Perfuresuavementeoúmeroa2cm(3/4pol)ou
até que aborda do dispositivo atinja a pele de um PASSO3. Limpe a pele ao redor do local da punção e
adr-rlto. Pare quando você sentir o "pop " ou "give" cubra a área.
352 APÊNDICE G r EsraçÕes Práticâs
PASSO/| Se o doente estiver acordado, use um anestésico ser limitada à ressuscitaçâo de emergência
Iocal no local da punçâo. dopacientee descontinuada assim que outro
acesso venoso tenha sido obtido.
PASSOII Inicialmente, em um ângüo de 90 graus,
introduzir uma agulha de aspiração de medula
óssea curta {roscada ou lisa}, de grande calibre, APLICACAO DA CINTA PELVICA
(ou uma agulha espinhal de ca-Libre 18 curta OU OUTRO DISPOSITIVO DE
com estilete) na pele e no periósteo, com o ESTABILIZACÀO PELVICA
bisel da agulha dirigido para o pé e afastado
da placa epiÍisária.
PÂSSOL Selecionar o dispositivo adequado de
PASSOô Depois de localizar o osso, direcione a agulha estabilizaçáo pélvica.
a uma distância de 45 a 60 graus da placa
epifisária. Usando um movimento suave de PASSOZ [dentificar os pontos de referência para
torção ouperfuração, avance aagulha através aplicação, conc€ntrando-se nos trocânteres
do córtex ósseo e na medula óssea. maiores.
PASSOT. Retire o estilete e coloque na agulha uma PASSO9, Gire internamente e se oponhaaos tornozelos,
seringa de 10 mL com aproximadamente 6 pés ou dedôes usando fita adesiva ou gaze
mL de solução salina estéril. Delicadamente, de rolo.
pegue o êmbolo da seringa. A aspiraçáo da
medula óssea na seringa signiflca a entrada PASSO{ Deslize o dispositivo dos pés para cabeça,
na cavidade medular. centralizando-o sobre os trocânteres maiores.
Duas pessoas em lados opostos seguram o
PASSOS. lnjete a solução sa-Lina na agulha para expelir dispositivo na pârte inferior e superior
qualquer coágulo que possaobstruü a agulha. e o colocam proximalmente na posição.
Se a solução salina passar facilmente pela Alternativamente, ou coloque o dispositivo sob
agulha e não houver eüdência de inchaço, a odoente, restringindo o movimento da coluna
agulha provavelmente está localizada no local vertebral e com o mÍnimo de manipulação
apropriado. Se a medula óssea não foi aspirada, da pelve, girando o doente lateralmente.
conforme descrito no PASSO 7, mas a agulha Coloque o dispositivo dobrado embaüo do
é liberada facilmente ao injetar a solução doente, alcançando amenor distância possível
sünae nãohá evidênciade inchaço, a agulha do doente. Gire em outra direção e puxe a
provavelmente está no local apropriado. Além extremidade do dispositivo completamente.
disso, a colocaçáo correta da agulha é indicada Se estiver usando um lençol, cmze os membros
se a agulha permanecer ereta sem suporte € e prendacom grampos ou grampo de toalha.
a solução intravenosa fluir livremente sem
eüdência de in.filtração subcutânea. PASSO5, Role o doênte de voltapara o supino e prenda
o dispositivo anteriormente. Certifi que-se
PASttO 9. Conecte a agulha ão tubo intravenoso de grande de que o dispositivo esteia adequadamente
calibre e inicie ainfusao flúà. Cüdadosamente preso com tensáo adequada, observando a
aparafuse a agulha na caüdade medular até rotação interna dos membros inferiores, o
que o cento da agulha repouse sobre a pele que indica o fechamento pélvico.
do paciente e o fluxo Liwe continue. Se uma
agulha lisa for usada, ela deve ser estabilizada
em um ângulo de 45 a 60 graus em relação à
L AVADO PERITONEAL DIAGNÓSTICO
superfície ântero medial da pema do doente. (rpo) - PRATTcA oPCToNAL
PASSO4 Injetar anestésico local com epine{iina na linha Noto: A tácnico asséptica deve ser usc daao executar este
média, logo abaixo do umbigo, até o nível da procedimento.
fáscia. Permita que o tempo tenhâ efeito.
PASSOL Colocar o doente em decúbito dorsal.
PASSOS. Fazer uma incisão vertical da pele e tecido
subcutâneo até a fáscia. PÁSSOZ Limpar a pele ao redor do local da punção
venosaecobriraárea.
PASSO6. Afastar as bordas fasciais com afastadores e
elevar e incisar a fáscia até o peritônio. Faça PÂSSO 3, Localizar a veia femoral palpando-se a artéria
PASSO3. Se o doente estiver acordado, use um PASSO15. Colar a Íita intravenosa no Iugar.
anestésico local no local da punção venosa.
PASSO1ôObter um R-X de tórax para confirmar a
PASSO4 Introduzir uma agulha de grosso calibre, posição da linhâ intravenosa e identÍficar
acoplada a uma seringa de 10 mL com 0,5 um possível pneumotórax.
a 1 mL de soro fisiológico, 1 cm abaixo da
junçào do terço médio e medial da clavícula.
FLEBOTOMIA - PRATICA
PASSOT Após transpor a pele, com o bisel da agulha
para cima, expelir o plugue da pele que pode OPCIONAL
ocluir a agulha.
PASSOô Segure a agulha e a seringa paralelamente PASSO L Limpar a pele ao redor do Iocal escolhido
ao plano frontal. paraa incisão e prepare a área para cirurgia.
PASSOT. Direcionar a agulha medialmente, levemente PASSO2. Se o doente estiver acordado, usar um
cefálica e posteriormente abaixo da anestésico local no local da punçâo venosa.
APÊNDICE G! EStacÕCS PrátiCaS ]55
PASSO3. Fazer uma incisão cutânea transversal de PASSOô Avaliar o doente para verificar se ocorreu
espessura total através da área anestesiada algum deslocamento mediastinal, que pode
até um comprimento de 2,5 cm (l polegada). ter causado um deslocamênto significativo
do coração.
PASSO4 Por dissecação romba, usando uma pinça
hemostática curva, identificar a veia e PASSOT. Puncionar a pele 1a 2 cm abaixo e à esquerda
dissecá-la, isoladamente. dajunção xifocondral, com uma angulação
de 450 em relação à pele.
PASSO5. Elevar e dissecar a veia por uma distância de
aproximadamente 2 cm 13/4 de polegada) PASSOS" Avançar a agulha com cuidado, em sentido
para liberá-la de seu leito. cranial, apontando-a para a ponta inferior
da escápula esquerda. Seguir a agulha com
PASSO6. Ligar aveia distalmente, deixando a sutura o ultrassom-
no lugar para usá-la pàra I ração.
PAS§)9. Avançar o catêter agulhado. Remover a
PASSOT. Passar um Íio ao redor da veia em uma agulha.
direção cefálica.
PASSO 10. Quando a ponta da agulha penetrar no saco
PASSOS. Fazer uma venotomia pequena e transversal pericárdico cheio de sangue, retirar, tanto
e dilatar suavemente a veia com a ponta de sangue incoagulável quanto possível-
uma pinça hemostática fechada.
PASSOIL Após completada a aspiração, remover a
PASSO9. Introduzir uma sonda plástica através da seringa e adaptar uma torneirinha de três
venotomia e prendê-la no lugar amarrando vias, deixando-a fechada. O cateter pode ser
a ligadura superior ao redor da veia e da suturado ou fixado comfita no local e coberto
cânula. Para evitar a saída, inserir a cânula com umpequeno curativo para permitir nova
a uma distância adequada da veia. descompressáo a caminho da cirurgia ou
transferido para um outro hospital.
PASSO 10. Conectar o tubo intravenoso à sonda e fechar
a incisão com suturas separadas. PASSO12 Se persistirem sinais de tamponamento,
a torneirinha deve ser aberta e o saco
PASSOIL Aplicar um curativo estéril. pericárdico aspirado novamente. Este
processo pode ser repetido se os sinais
de tamponamento persistirem, antes do
tratamento definitivo.
PERICARDIOCENTESE COM
ULTRA-SOM - PRÁTICA
O PC IO NAL LINKS PARA APRENDIZADO FUTURO
PASSOL Monitorar os sinais vitais do doente e o O choque pode se desenvolver ao longo do t€mpo,
eletrocardiograma (ECG) antes, durante e portanto é necessária uma reavaliação frequente-
após o procedimento. Hemorragia é a causa mais comum de choque no doente
tÍaumatizado, mas outras causas podem ocorrer e
PASSOZ Usar ultrassom para identiÍicar o derrame devem ser investigadas. O aplicativo móvel MyATLS
fornece demonstrações em vídeo da maioria dos
PASSO3. Preparar cirurgicamente a região xifoidea procedimentos. Visite também www.bleedingcontrol.
e subxifoidea, se o tempo o permitir- org para mais informaçóes sobre controle de
hemorragia externa. Visite https://www.youtube.
PASSO4 Anestesiar o ponto de punção, se necessário. com/ watch?v=Wu- KVibUGNM para ver um vídeo
demonstrando a abordagem intraóssea do úmero e
PASSOT Adaptar uma seringa vazia de 50 mL com https://www.youtube. com /watch? v = OwLoAHrdpJA
uma torneirinha de três vias, â um catéter para ver o vídeo da abordagem guiada por ultrassom
agulhado de 15 cm ou mais, calibre 16 a 18 G. para pericardiocentese.
EstaÇão Prática D
OÉrIcE NEURotocIco
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
L Fazer um breve exame neurotógico, inctuindo bl,oco do doente, removendo a piancha e revendo as
o cá[cuLo da poôtuação da Escab de Coma de imagens dô colxna cervicât êTC dê crânio.
Gl.asgow (GCS), .eatizando um exame pupi[ar e
examinando o doente para sinais de lrtêralização. 5. ldentificaros sinais, sintomas e tratamento do
choque neurogênico.
2. ldentificar a utitidade e as [imitâções das
ferramentôs de decisão de TC de crânio. 6. Demonstrar técnica adequada de remoçâo de
çapâcete.
3. ldentificar a utitidade e as limitações das
fêrrâmentâs de dêcisão dê imagens da couina 7 ldentificar os sinais e sintomas de lesão medular em
cervica[. um doente simuládo.
4. ReâLizd r uma avatiação adequada da coLuna enquanto 8. Demonstrar a transferência de um doênte com
restrlnge o movimento da cotuna vertebral inct!indo nêurotrauma pal.a outra instituição ou médico.
a avatiação da coluna vertebial a movimentôção em
357
358 APÊNDICE G . EstaÇÕes Práticas
A. Observar os fatores que interferem na PASSOtL Pedir ao doente para virar cuidadosamente a
comunicação, capacidade de responder e cabeça de um lado para o outro. Observar se
outras Iesóes. há dor ou se ocorre qualquer parestesia. Se
não, vá paraPASSO 5. Se sim, pare, reaplicar
B. Observar os movimentos dos lados direito e o colar cervical e obter imagens.
esquerdo do corpo.
PÂSSOA Pedir ao doente para estender e flexionar
C. Se aresposta nâo for espontânea, estimular o pescoço (por exemplo, "olhe para trás e
o doente falando ou gritando. depois encoste o queixo no peito"). Obsewar
se há dorou se ocone qualquer parestesia. Se
D. Se nãohouver resposta, aplique pressão na não, e o doente não estiver comprometido,
ponta do dedo, trapézio ou entalhe supra- cabeça lesionada ou em outra categoria de
orbitai (se não for contraindicado pela lesão). alto risco, conforme deÍinido pelo NEXUS
Criteria ou pela Canadian C-Spine Rule (CCR),
E. Classificar a resposta em uma esca-la de NT, 1-6. interromper o uso do colar cervical. Se sim,
reaplicar o colar cervical e obter imagens.
PASSO6. Calcular a pontuaçáo total do GCS e registre
seus component€s individuais.
COMUNICACÀO DE TRANSFERÊNCIA
AVALIAR PARA OUALOUER EVIDÊNCIA DE
srNArs DE LATERALTZAçÃO PASSOL Usar o método ABC SBAR para garan-tir a
comunicação completa.
PASSOT. Avaliar o movimento das extremidades
superiores. A. Via Aérea
PASSOZ A segunda pessoa corta ou aftouxa a alça do PASSO3, Realizar um exame de nervo craniano com
capacete nos anéis-D. os olhos do doente abertos e fechados; mova
os olhos para a direita, para a esquerda,
PASSO3. A segunda pessoa coloca uma mão na para cima e para baixo; sorria largamente;
mandíbula no ângulo, posicionando o estenda a lingua; e encolha os ombros.
polegar de um lado e os dedos do outro. A
outra mão apLica pressão debaüo da cabeça PASS)4 Examinar os dermátomos para sensação
na região occipital- Essa manobra transfere a de toque leve, observando áreas onde há
responsabilidade de restringir o moümento perda sensorial. Examinar essas áreas para
cervical à segunda pessoa. sensibilidade apicada, obsersaro nível mais
baixo onde há sensibilidade-
PASSO4 A primeira pessoa então expande o capacete
lateralment€ para limpar as orelhas e remove PASSO5. Examinar os miótomos para o movimento
cuidadosamente o capacete. Se o capacete ativo e avalie a força (0-5) do movimento,
tiver uma cobertura de rosto, remova este observando se limitado pela dor.
360 APÊNDICE Gt EStacÕeS PrátJCaS
Flexiona o antebraço - bíceps, C6 PASSO3. Remover todos os blocos, Íitas e tiras que
Estende o antebraço - tríceps, C7 prendem o doente à prancha, se ainda náo o
tiverem feito. Os membros inferiores podem
Flexiona o pulso e os dedos, C8 ser temporariâmente protegidos iuntamente
Espalha os dedos, T1 com gaze ou fita para facilitar o movimento.
Flexiona o quadril - iliopsoas, L2 PASSO4 Todo o pessoal assume seus papéis: O gerente
Estende o joelho - quadríceps, L3 a L4 de cabeça e pescoço coloca as mãos sob os
ombros do doente, com as palmas para cima,
Flexiona ojoelho - isquiotibiais, L4 - L5 a 51
os cotovelos e os antebraços paralelos ao
Dedão do Dorsiflexo - extensor longo do pescoço para impedir o movimento da coluna
hálux, L5 vertebral cervical. O cuidador do tronco coloca
as mãos no ombro e na parte superior da
Plantar flexiona o tornozelo -
pélvis do doente, atravessando o doente. A
gastrocnêmio, S1 terceira pessoacruza a mão da segunda pessoa,
colocando uma das mâos na pélvis e a outra
PASSOô Idealmente, teste os reflexos do doente nos nas extremidades inferiores. {Nota: Se o doente
cotovelos, joelhos e tornozelos (este passo é tiver fraturas, talvez seja necessário atribuir
menos informativo no cenário de emergência). uma quinta pessoa a esse membro.)
B. Examinar as facetas
362 APÊNDICE G I Estacôes Práticas
. NEXUS criteria: Hoffman JR, Woifson AB, Todd C Spine Rule by triage nurses in the emergency
K, Mower WR (1998). "Selective cervical spine department. CMA,I. 2010 Aug 10. 182(11):1173-9.
radiography in blunt trauma: methodology of
the Nationai Emergency X-RadiogÍaphy Utilization Após o ATLS - Avaliar quais procedimentos existem
Study (NEXUS).". Ann EmergMed.32 \4):467-9. em seu ambi€nte de prática para avaliar rapidamente
os do€ntes com trauma craniencefálico (TCE). Sua
Canadian C spine rules: cônfiguraçáo de prática tem um protocolo parâ
prevenção de lesão cerebral secundária quando o TCE
Stiell lG, Wells GA, Vandemheen KL, Clement é diagnosticado?Avaliartambém quaisprocedimentos
CM, Lesiuk H, De Maio VJ, et al. The Canadian existem em seu ambiente de práticaparaa imobilização
C-spine rule for radiography in alert and da coluna. Todos os membros da equipe que lidam com
stable trauma patients..IAMA. 2001 Oct 17. doentes traumatizados são educados adequadamente
nesses procedimentos? Avaliar seu ambiente de prática
286(15):1841-8.
sobre como a coluna cervical é avaliada e depurada (se
Stiell IG, Clement CM, O'Connor A, Davies apropriado). Todos os membros da equipe que avaliam
B, Leclair C, Sheehan P. et al. Multicentre do€ntes traumatizados são adequadamente educados
prospective validation ofuse ofthe Canadian
EXAMES AUXITIARES
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
TREINAMENTOS INCLUSOS
NESTA ESTACÀO PRÁTICA
I
J
Realizar um Exame FAST e Posicionar
Adequadamente os Probes \r-
Realizar um Exame eFAST e Posicionar
Adequadamente os Probes
ldentiÍicar um eFAST Anormal em Imagens
Estáticas ou de Vídeo
365
166 APÊNDICEG ! EstaçÕes Práticas
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I ÍIGUÂA 6.2 I FIGURA G.3
A
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I TIGURA G.4 . FIGURA G.5
PASSO3. Examinar o quadrânte superior esquerdo. deslizar o probe caudalmente (. ttGURA 6-7).
Posicionar o marcador do probe em direção Examinar 2 ou 3 espaços. Incluindo mais
à cabeça no plano coronal (r TIGURA G-3). espaços aumenta a sensibilidade.
Começar a deslizar em direção mais cefálica
do que à direita e mais posterior. Começar PASSOZ Avaliar os diaftagmas direito e esquerdo
nalinha axilar média. Giraro probe obliqua- usando a mesma posição do probe para
mente e visualizar o diafragma, baço e rim. a avaliação do espaço peri-hepático e
periesplênico (. FrcuRÂ H), deslizando o probe
PASSO4 (Idealmente, a bexiga está cheia.)Colocar em um espaço costal cefálico {. Fl6URA G-9).
o probe acima da pube com o marcador do
probe apontando para a direita (. rtcual IDENTIFICAR E-FAST ANORMAL
e+). Procurar fluido, que aparece como uma OU EM IMAGENS DE VIDEO
faixa escura. Girar o probe 90 graus paraque
o marcador aponte para a cabeça (. rtcuaa
G-s). Procurar por fluido. PASSOL Procurar por um deslizamento do pulmão.
Se você não encontrar nenhum, procurar
REALIZAR UM EXAME EFAST E por pulso de pulmáo.
DEMONSTRAR O POSICIONAMENTO
PASSO1 Procurar por caudas de cometa.
ADEOUADO DA SONDA
PASSO3, Procurar por sinal de beira-mar, código de
PASSOL Colocar o probe no segundo ou terceiro barras ou estratosfera no modo M. Código
espaço intercostal na linhaclavicular média de barras e sinais da estratosfera indicam
em uma orientaçáo sagital (. Fl6uRA c-6), e pneumotórax.
APÊNDICE Gr EStaCÕeS PrátiCaS 367
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T FIGURA G.8 r FIGURA G.9
AVATIACAO SECUNDARIA
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
B. Reavaliar as pupilas
REALTZAR AVALTAÇÀO
SECUNDÁRIA EM UM DOENTE C. Reavaliaroníveldeconsciênciaeapontuação
TRAU MATIZADO SIM U LADO da Escala de Coma de Glasgow (GCS).
371
372 APÊNDICE G r EStaCÔeS PrátiCaS
PASSOL Assegurar-se de que os ABCDEs foram PASSOIL Pedir a outro médico para restringir o
avaliados e os problemas com risco de vida movimento da coluna cervical do doente,
foram resolvidos. ficando de pé na cabeceira da cama e
segurando cada lado da cabeça.
PASSO 2. Expor completamente a extremidade e retirar
toda a roupa. PASSOS. Deslizar a parte posterior do colar atrás do
pescoço do doente, tomando cuidado para
PASSO 3, Limpar e cobrir as feridas abertas não mover o pescoço.
PASSOô As pressôes dos compartimentos podem Após o ATLS - Reconhecer que a avaliação secundária
ser medidas, mas o diagnóstico é clínico. é semelhante ao exame íísico abrangente aprendido na
Medições de pressão podem ser úteis em faculdade de medicina. Incorpora a história AMPLE e
doentes inconscientes ou com problemas leva em conta o mecanismo do trauma. É fácil. portanto,
neurológicos. encontrar oportunidades no ambiente de prática pâra
continuar a praticar as habilidades aprendidas nesta
PASSOT. Reavaliar frequentemente o doente, estação pÍática de avaliação secundária.
porquê a sÍndrome compartimental pode
se desenvolver com o tempo.