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O abandono e a evasão são fenômenos que desafiam a comunidade escolar.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) de 2020, informam que
naquele ano de início da pandemia, 7% com idade ente 15 e 17 anos estão fora da
escola, e os motivos são muitos, mas a falta de conexão ente o conteúdo das disciplinas
e a realidade social do alunado, que por necessidade socioeconomica, são precocemente
impulsionados a execução de atividade laboral remunerada. O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 20% das 50 milhões de pessoas de 14 a 29
anos não tinham concluído algumas das etapas da educação básica, revelando um
cenário de desigualdade devastador, visto que a maior parte destes são negros de baixa
renda. Para a gestora escolar Macaé Evaristo envolver os discentes em projetos que os
permitam expressar as inquietações e contradições típicas desta fazer do
desenvolvimento, assim como acontece nas universidades em seus projetos de
pesquisas, contribui para a redução deste e outros indicadores. Mas, que tipo de projetos
podem ser desenvolvidos da educação infantil ao ensino médio? Quais projetos têm
obtidos bons resultados em outros países, o que eles tem em comum e quais poderiam
ser realizados no Brasil?
Aproveitando a visibilidade gerada pela Copa do Mundo de 1988, a Rússia colocou
em prática um projeto que uniu esporte, turismo e educação. A Equal Opportunities foi
uma competição entre escolas, que visava pontuar propostas com base em critérios
previamente definidos, e o ranking apresentado em trilhas eram disponibilizados na
internet, permitindo o acompanhamento pela comunidade escolar e demais interessados.
Ao final todos ganhavam, uns mais outros menos, já que a pontuação era convertida em
valores a serem repassados para investimento na própria unidade. Diversas empresas
participaram do projeto, garantindo a receita para pagamento dos prêmios, em troca de
visibilidades das marcas em peças publicitárias distribuídas pela cidade durante o
mundia da Fifa.
Finalista do Wise Awards 2016, o Sports for Sharing (S4S) é um programa que
integra esporte e pedagogia para desencadear a cidadania ativa através de ações cujo
público-alvo são crianças de 6 a 15 anos. A abordagem socioconstrutivista, o Esporte
para Compartilhar do México, aborda diversos desafios que acomete a infância e
adolescência, a exemplo do bullying, promovendo o protagonismo destes na
apresentação de soluções.
A convite da Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Não
Governamental, Viva Rio, desembarcou no Haiti com a experiência na mediação de
conflitos nas comunidades do Rio de Janeiro, para implementar ações para promoção da
paz e redução da violência. A Minustah (Missão das nações unidas para a Estabilização
do Haiti) levou a ONG a unir ajuda humanitária, esporte, cultura e educação ao longo
dos seus 17 anos de atuação naquele país.
Já em terras brasucas, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, assim como a Rússia,
criou projeto que faz da atividade esportiva um instrumento de construção do
conhecimento, tornando-se aliado do processo de aprendizagem proposto pela escola
convencional e suas disciplinas curriculares. Já os Núcleos Estaduais de Orquestras
Juvenis e Infantis da Bahia o Neojiba, utiliza a música para despertar o interesse pela
educação. Com o lema “aprende quem ensina”, inspirado por Paulo Freire, o maestro
Ricardo Castro idealizou o projeto que promove intercâmbio entre alunos de diversos
países, reunindo sob seu guarda-chuvas: cultura, turismo e amor pela música clássica
no berço da Axé Music.
Estes projetos e programas tem em comum a utilização de instrumentos
acessíveis para aulistas de todas as classes sociais, tornando a escola mais atrativa,
como proposto pela gestora Evaristo. Trabalhar as disciplinas regulares integrada a
outras propostas, contempla os interesses dos educandos, e torna a escola um espaço
mais inclusivo, eficaz e eficiente, substituindo os resultados negativos apresentados pelo
Brasil até aqui.

Referências:

LOPES, Mariana e OLIVEIRA, Vinicius. Conheça projetos educacionais inovadoras


em 32 países. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/11854/conheca-
experiencias-educacionais-inovadoras-nos-32-paises-que-disputam-a-copa-do-mundo .
Acesso em 04 jan. 2022.

FERREIRA, Anna Rachel. Ana Moser fala sobre Olimpíadas e esporte na escola.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/371/ana-moser-fala-sobre-olimpiadas-
esporte-escola . Acesso em 04 jan. 2022.

Viva Rio Haiti. Disponível em: http://vivario.org.br/viva_haiti/. Acesso em 10 jan. 2022.

Instituto Unibanco. Macaé Evaristo: Abandono e evasão escolar. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=eYLi_4p7b2E . Acesso em 10 jan. 2022.

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