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Introdução á Biologia Celular e do

Desenvolvimento

PADRÕES CLÁSSICOS E NÃO


CLÁSSICOS DE HERANÇA
GENÉTICA
Profª Me. Bárbara Nanni
E-mail: barbara.nanni@educadores.net.br
Erros Inatos do Metabolismo (EIM)
EIM: distúrbios genéticos que correspondem a um defeito em uma enzima (proteína
específica) produzida pelo organismo, gerando a interrupção de alguma via metabólica,
prejudicando a degradação, síntese, transporte ou armazenamento de moléculas em nosso
organismo.
✓ Considerados a causa de doenças metabólicas
hereditárias (DMH), os EIM representam
aproximadamente 10% das doenças genéticas
existentes;

✓ As DMH são doenças que podem se manifestar em


qualquer idade, afetando todo o organismo;

✓ As DMH são causadas por mutações em genes,


responsáveis por um determinado processo metabólico,
geralmente são de herança autossômica recessiva.
Erros Inatos do Metabolismo (EIM)
• Erros inatos do metabolismo é um grupo heterogêneo de doenças genéticas caracterizadas
por uma alteração enzimática. As enzimas são proteínas que catalisam reações no nosso corpo,
em outras palavras, ajudam a transformar uma substância em outra.
• Amiloidose ATTR hereditária (hATTR)
• Biotinidase.
• Cistinose.
• Cushing.
• Doença de Pompe.
• Fenilcetonúria.
• Fibrose Cística.
Erros Inatos do Metabolismo (EIM)
Os erros inatos do metabolismo têm várias classificações, a de maior aplicação clínica
adotada é a classificação em duas categorias:

✓ Categoria 1: alterações que afetam apenas um órgão ou um sistema orgânico, os


sintomas são uniformes e o diagnóstico é um pouco mais fácil;

✓ Categoria 2: engloba grande diversidade, são as doenças cujo defeito bioquímico


acaba comprometendo uma via metabólica utilizada por diversos órgãos (doenças
lisossomais) ou restrita a um único órgão (hiperamonemia), com manifestações
humorais e sistêmicas;

O controle geralmente é por meio de dietas, e em alguns casos é necessário transplante de


medula óssea ou reposição de enzimas.
Genética do Câncer
Uma das doenças genômicas com maior causa de mortes no mundo é o câncer, ocasionada
por uma sucessão de alterações no material genético das células normais que, como
consequência das transformações sofridas, se tornam malignas.

A reação carcinogênica pode ser resultado de múltiplas etapas, envolvendo diversos genes,
podendo estar relacionado com:

✓ mutações gênicas e cromossômicas;


✓ quebras;
✓ deleções;
✓ duplicações,
✓ translocações;
✓ instabilidade genômica
Genética do Câncer
Nossas células estão programadas para se desenvolver, crescer, se diferenciar e morrer,
recebendo estímulos e sinais internos e externos, e qualquer evento que cause o
desequilíbrio deste processo pode levar ao desenvolvimento de um câncer.

✓ A genética do câncer pode ainda ser hereditária, são afecções genéticas que se tornam
mais comuns em indivíduos da mesma família.
Genética dos grupos sanguíneos “ABO”
O sistema ABO, composto pelos diferentes tipos sanguíneos humanos, são de grande
importância para a medicina, pois permitiu compreender os princípios para a transfusão de
sangue, auxiliando no salvamento de inúmeras vidas

✓ Os tipos sanguíneos humano são codificados por três alelos múltiplos (IA, IB e i), que
podem se combinar de seis diferentes tipos, determinando o tipo sanguíneo;

Fenótipo Genótipo Antígeno Anticorpo


AA A
A I I eI i a Anti-b
BB B
B I I eI i b Anti-a
AB
AB I I aeb -
O ii - Anti-a e Anti-
b
Genética dos grupos sanguíneos “ABO”
Cada fenótipo de um grupo sanguíneo é caracterizado pela ausência ou presença de
aglutinogênio (antígeno) e aglutinina (anticorpo)

✓ Um indivíduo com fenótipo A, possui aglutinogênio (proteínas presentes na membrana


plasmática das hemácias) a, e aglutinina (anticorpo presente no plasma) anti-b;

✓ Um indivíduo com fenótipo B, possui aglutinogênio (proteínas presentes na membrana


plasmática das hemácias) b, e aglutinina (anticorpo presente no plasma) anti-a;

✓ Um indivíduo tipo O, não possui aglutinogênio e possui anticorpo anti-a e anti-b;

✓ Um indivíduo tipo AB, possui os 2 aglutinogênios e nenhum anticorpo;

✓ O tipo sanguíneo considerado receptor universal é o tipo AB, e o doador universal é o


tipo sanguíneo O.
Genética dos grupos sanguíneos “ABO”
E o sistema Rh, determinado por um par de alelos R (dominante) e r (recessivo), com
dominância completa.

✓ Os indivíduos que não possuem antígeno Rh, são consideradas com fator Rh- (negativo), e
os indivíduos que possuem hemácias que se aglutinam, com antígeno Rh, são
considerados com fator Rh+ (positivo);

✓ O fator Rh também é importante ser considerado nas transfusões sanguíneas, uma vez
que pode haver incompatibilidade;

✓ O tipo O- (negativo) pode ser doado para todos os tipos de sangue, no entanto só
pode receber do mesmo tipo que o seu.

✓ Já o tipo AB+ (positivo) pode receber todos os tipos de sangue, mas só pode doar
para o mesmo tipo que o seu.
Genética dos grupos sanguíneos “ABO”

Tipo sanguíneo Pode doar para Pode receber de

A+ AB+ e A+ A+, A-, O+ e O-


A- A+, A-, AB+ e AB- A- e O-
B+ B+ e AB+ B+, B-, O+ e O-
B- B+, B-, AB+ e AB- B- e O-
AB+ AB+ Todos
AB- AB+ e AB- A-, B-, O- e AB-
O+ A+, B+, O+ e AB+ O+ e O-
O- Todos O-
Padrões de herança monogênica
Os padrões clássicos da herança monogênica podem ser autossômicas ou ligadas ao
cromossomo X, dominantes ou recessivas. Seguem a lei da segregação mendeliana, sempre
em proporções fixas, e são expressos geralmente por heredogramas.

✓ Herança autossômica dominante: o fenótipo é notado em


todas as gerações de uma família e todo indivíduo afetado
possui um genitor afetado;

✓ O risco de um filho de um genitor afetado herdar o


fenótipo e ser afetado é de 50%, independente do sexo
dos genitores ou dos filhos, e de 50% do filho não
receber o gene mutado;
Padrões de herança monogênica
Os padrões clássicos da herança monogênica podem ser autossômicas ou ligadas ao
cromossomo X, dominantes ou recessivas. Seguem a lei da segregação mendeliana, sempre
em proporções fixas, e são expressos geralmente por heredogramas.

✓ Herança autossômica recessiva é caracterizada pela


anomalia afetar na mesma proporção os indivíduos de
ambos os sexos;

✓ Os genitores de um indivíduo afetado têm 25% de


probabilidade de gerar outro filho afetado, 50% gerar
um filho portador do gene, sem ser afetado pela
doença, e outros 25% de o filho não receber genes
mutados;

✓ Um casal afetado gera somente filhos afetados, já


casais compostos por um afetado e um não afetado,
geralmente geram filhos não afetados.
Padrões de herança monogênica
Os padrões clássicos da herança monogênica podem ser autossômicas ou ligadas ao
cromossomo X, dominantes ou recessivas. Seguem a lei da segregação mendeliana, sempre
em proporções fixas, e são expressos geralmente por heredogramas.

✓ Heranças monogênicas ligadas ao


sexo também podem ser dominantes ou
recessivas;

✓ Este padrão de herança é mais complexo,


porque tanto o sexo dos pais quanto dos
filhos influencia na transmissão da doença.
Padrões de herança monogênica
✓ Dominante: quando a mulher é afetada e o homem não afetado, os filhos do casal têm
50% de chance de herdar o fenótipo da doença.

✓ Já no caso do homem afetado e a mulher não afetada não geram filhos homens
afetados, e as filhas são afetadas.

✓ Recessiva: o cruzamento entre um homem afetado e uma mulher não afetada, o homem
transmite o cromossomo X afetado para todas as suas filhas mulheres, que serão
portadoras. Já os filhos homens serão todos não afetados.

✓ Cruzamento de um casal em que o homem é não afetado e a mulher portadora, a


probabilidade é de 50% de chance de os filhos homens serem afetados e as filhas
mulheres serem portadoras.
Padrões de herança monogênica
Padrões de herança monogênica
✓ Herança restrita ao sexo: relacionadas ao cromossomo Y, conhecidas também por
genes holândricos;

✓ Os genes holândricos são herdados de pai para filho, como a hipertricose (doença que
apresenta pelos longos e grossos na orelha masculina).
Padrões não clássicos
✓ Genes letais: variações em que os genes possuem alelos que impedem a sobrevivência
do indivíduo homozigoto ou heterozigoto. No caso do nanismo, quando os genes
aparecem em homozigose dominante, ocorre a morte do embrião antes mesmo do
nascimento.

Acondroplasia ou nanismo
Padrões não clássicos
✓ Pleiotropia: várias características diferentes são afetadas por um par de alelos (gene),
diferenciando das interações gênicas em que, em geral, vários genes determinam uma
única característica.

Fenilcetonúria – um caso de pleiotropia


Aconselhamento genético
O processo que avalia os riscos, a ocorrência ou recorrência de doenças genéticas em uma
família é realizado por especialistas em genética clínica por meio do aconselhamento
genético

✓ O profissional que acompanha a pessoa ou casal que pretende ter filhos solicita vários exames, com
o intuito de verificar a probabilidade de ocorrência de uma doença genética na família.

✓ É possível verificar as possibilidades de os pais transmitirem alguma malformação ou patologia


para o futuro bebê.

✓ Além dos exames solicitados, é feito um levantamento do histórico familiar, para verificar a
herança de uma doença genética e a probabilidade de ela ocorrer.

O aconselhamento genético é indicado em algumas situações como por casais


consanguíneos ou casais com histórico familiar de doenças genéticas, suspeitas de câncer
hereditário, em casos de repetidos abortos ou infertilidade.
✓ Síndrome de Down: também conhecida como trissomia do 21, é causada pela presença de um
cromossomo extra no par 21;

✓ Esta condição genética pode ocorrer com indivíduos 100% saudáveis em qualquer idade, é
originada a partir de erros no processo de divisão celular;

✓ É difícil predizer a probabilidade de um futuro filho do casal ser afetado novamente pela
síndrome. Para isso, são necessários outros exames e dar continuidade ao acompanhamento de
especialistas durante a gestação.

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