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Capítulo XXI - decisão de ampliação Hereditariedade Humana Capítulo XXI - decisão de ampliação

Tipo de Herança
- Através das arvores genealógicas, podemos descobrir se determinada
característica é autossómica ou ligada ao sexo;
Herança Autossómica
- Afeta igualmente ambos os sexos. Nesse caso, os genes condicionantes
de tal herança são encontrados nos autossomas (cromossomas não
sexuais);
- Pode ser dominante ou recessiva;
Albinismo(autossómico recessivo)
 Resulta da presença de um alelo mutante que não é capaz de
codificar uma enzima necessária para a produção de melanina.
 Os olhos surgem vermelhos, pois, devido á ausência de melanina na
íris, esta torna-se transparente, permitindo ver o fundo do olho.
 Progenitores normais podem originar descendentes de ambos os
sexos que manifestam o albinismo- trata-se de uma característica
autossómica recessiva.
 O gene responsável pelo albinismo encontra-se num autossoma;
 o alelo mutante estabelece uma relação de recessividade com o
alelo normal
Doença de Huntington(autossómico dominante)
 Trata-se de uma doença degenerativa do sistema nervoso central,
causada pela perda de células numa parte do cérebro (gânglios da
base). Esta falta afeta a capacidade cognitiva, o equilíbrio emocional
e a motricidade.
 Homens e mulheres têm a mesma probabilidade de herdar o gene
de um dos progenitores afetados. Aqueles que não herdam o gene
não irão desenvolver a doença, nem a poderão passar aos seus
filhos e outros descendentes; a DH habitualmente não salta uma
geração”,
Hereditariedade ligada aos grupos sanguíneos
Os diferentes tipos de sangue são caracterizados pela presença na
superfície da membrana das hemácias de glicoproteínas globalmente
chamadas antigénios(aglutinogénios).
No plasma podem ainda estar presentes proteínas muito relacionadas com
os antigénios das hemácias a que se chamam anticorpos(aglutininas).

Nota:
- se os dois tipos de anticorpos de um individuo encaixarem os indivíduos
podem morrer por coagulação
Sangue do tipo A- as hemácias possuem aglutinogénios A nas suas
membranas e o plasma contém aglutininas anti-B;
Sangue do tipo B- as hemácias possuem aglutinogénios B e o plasma
aglutininas anti-A;
Sangue do tipo AB (recetor universal)- as hemácias possuem dois
aglutinogénios A e B e o plasma não contém aglutininas;
Sangue do tipo O (dador universal)- as hemácias não possuem os
aglutinogénios considerados e o plasma possui aglutininas anti-A e anti-B;

EXTENSÕES DA GENÉTICA MENDELIANA :


 Interações génicas;
 Genes letais;
 Genes alelos;
Interações Génicas
- Ocorrem quando as características herdadas são controladas por mais
que um gene que se pode localizar num diferente locus dentro do mesmo
cromossoma ou mesmo em cromossomas diferentes.
- Um exemplo disto é a cor dos olhos do humano.
-É um tipo de herança em que a interação génica ocorre entre diferentes
genes não alélicos. Acontece quando dois ou mais genes influenciam uma
característica e um deles apresenta um efeito bloqueador no fenótipo. Os
genes inibidores dos demais são designados epistáticos, o processo
genético epistasia

-Basta que um dos loci apresente os alelos recessivos para a característica


não se manifeste, mesmo que o outro locus tenha o alelo dominante,
porque só se forma uma enzima funcional quando são necessárias duas.
-Dois genes controlam uma única característica.
-Há casos em que um só gene intervém na expressão fenotípica de várias
características.
Genes letais
 Todas as espécies incluem no seu genoma alguns genes letais.
 Alguns genes dominantes manifestam-se nos heterozigóticos(Aa)
(ex:ratos) não provocando a morte destes o que permite a sua
manutenção na população
 Outros, também dominantes, não se manifestam porque a sua
presença, no genótipo, provoca a morte do indivíduo (Aa)
 Quando o gene letal é recessivo ele só provoca a morte dos
indivíduo sem homozigotia(aa), os indivíduos heterozigóticos que
transportam o gene letal sobrevivem e,assim, o gene é mantido na
população.
 Os seus efeitos podem manifestar-se logo no desenvolvimento
embrionário ou após o nascimento, mais ou menos tardiamente.
Alelos Múltiplos
 De facto cada indivíduo só pode possuir 2 formas alélicas.
 Mas numa população podem existir mais do que duas formas
alélicas concorrentes para um determinado locus, esse locus tem
alelos múltiplos ou polialelos.
 Na espécie humana temos como ex. de alelos múltiplos os grupos
sanguíneos ABO

Sistema Rhesus
Experiencia de Landsteiner e wiener
A técnica usada pelos cientistas foi a de injetar o sangue dos macacos nos
coelhos. Eles notaram, assim, que os coelhos passavam a produzir
anticorpos para combater as hemácias estranhas e o sangue aglutinava.
Os anticorpos, por sua vez, foram nomeados anti-Rh.

Posteriormente, os testes foram feitos em sangue humano, com a


aplicação das amostras  aglutinadas dos coelhos. Foi observado que 85%
das reações também era de aglutinação. Estas foram chamadas de Rh
positivo (Rh+) e as que não possuíam o fator Rh nas hemácias, de Rh
negativo (Rh-).

 As pessoas com sangue Rh+ só podem receber sangue Rh+;


 As pessoas com sangue Rh- só podem receber sangue Rh-.
 Rh+ não possui anti-Rh enquanto Rh- produzirá

Eritroblastose fetal

A eritroblastose fetal é uma situação em que o corpo da mulher produz


anticorpos contra as hemácias do bebé.

Ocorre apenas quando a mãe é (Rh-) e o feto é (Rh+).

 No decurso da 1ª gravidez, o Rh+ do feto passa do seu sangue para


o sangue Rh negativo da mãe. Esta elabora a aglutinina anti-Rh que,
em quantidade insuficiente não actua sobre o feto. O recém-
nascido é são.
 Ocasionalmente as hemácias Rh+ do filho passam para a circulação
sanguínea materna através da placenta.
 No decurso da 2ª gravidez, o teor de aglutinina anti-Rh maternal
aumenta, provocando acidentes ou até a morte do recém-nascido.
 O recém-nascido terá as suas hemácias destruídas apresentando
um quadro de anemia grave , icterícia e em alguns casos, lesões no
sistema nervoso.

Transmissão genética de genes localizados no cromossoma X

Genes localizados no cromossoma X e Y

Espécie humana – os cromossomas sexuais ou heterossomas apresentam


um reduzido grau de homologia.
A maior parte dos genes localizados no cromossoma Y não são activos
nem possuem alelos correspondentes no cromossoma X.

Hereditariedade ligada aos cromossomas sexuais; afecta mais os ♂do que


as ♀,porque só possuem um cromossoma X. Os ♂que só têm um
cromossoma X se tiverem o gene da doença manifestam a doença,
enquanto que as mulheres são portadoras.

Daltonismo

 Este problema está geneticamente ligado ao cromossoma X, por


essa razão, ocorre mais frequentemente entre os homens (no caso
das mulheres, será necessário que os dois cromossomas X
contenham o gene anómalo).
 O daltonismo é a percepção confusa de algumas cores.
 Incapacidade de distinguir algumas cores primárias. Por ex. um
daltónico vê castanho quando a real percepção deveria ser verde
ou vermelho(troca mais comum).

Perceção da cor

Visão a preto e branco- ausência total de visão(acromatopsia)

Defeito dos cones vermelhos- protanopia

Defeito dos cones verdes- deuteranopia 3 tipos de daltonismo

Defeito dos cones azuis- tritanopia

 O daltonismo é uma anomalia determinada por um gene recessivo


podendo representar-se esse gene por d e o gene normal por D.
 Uma mulher daltónica é necessariamente homozigótica recessiva.
Hemofilia

 A hemofilia é uma anomalia resultante de uma alteração num gene


que comanda a síntese de uma proteína sanguínea necessária á
sequencia de reações que ocorrem na coagulação
 De transmissão genética, ligada ao cromossoma X, aparece quase
exclusivamente nos indivíduos do sexo masculino
 É reconhecido que 30% dos casos esporádicos são provocados por
mutações génicas e 70% são hereditários
 Pode representar-se o gene hemofilia por h e o gene normal por H

Mutações (ocorrem na etapa de duplicação de DNA)


Mutações cromossómicas estruturais
 Deleção- Representa uma perda de material cromossómico
 Translocação- A transferência de uma porção de um cromossoma,
ou mesmo de um cromossoma inteiro, para outro não homólogo
designa-se por translocação simples; As translocações mais comuns
são as translocações reciprocas, havendo troca de segmentos entre
cromossomas não homólogos.
 Duplicação- Caracteriza-se pela repetição de uma porção de
cromossoma
 Inversão- Ocorre uma inversão quando um segmento cromossómico
experimenta uma rotação de 180º em relação á posição normal,
sem alterar a sua localização no cromossoma
Mutações cromossómicas numéricas
- Durante a meiose pode haver quer uma disjunção de cromossomas
homólogos na divisão I, quer uma não disjunção de cromatídios na divisão
II
-De ambos os casos resultam células com excesso ou com défice de
cromossomas
-Exemplo: Trissomia e Monossomia
 Euploide- cariótipo que apresenta o número normal de
cromossomas;
 Aneuploidia- os erros na separação dos cromossomas envolvem
apenas um determinado par de homólogos.
 Poliploidia- multiplicação do conjunto de todos os cromossomas
devido a erros que ocorreram na meiose.
-resulta de uma falha na separação dos cromossomas durante a meiose,
podendo, em casos mais raros, resultar da união de mais do que 2
gâmetas;
- pode originar indivíduos triploides 3n (cujas células possuem 3 cópias
de cada cromossoma) ou tetraploide 4n (4 cópias);
- na espécie humana é letal, mas em algumas plantas pode conduzir à
formação de novas espécies.
- Um outro processo que conduz á poliploidia, e que é muito frequente
nas plantas, é o que inclui o cruzamento entre indivíduos de espécies
diferentes. Não há emparelhamento durante a meiose.
Efeitos da poliploidia
-A poliploidia pode conduzir à formação de novas espécies
-As espécies poliplóides apresentam vários conjuntos cromossómicos
das espécies de onde provieram, apresentando vantagens adaptativas
Cancro
Mutações- Podem ocorrer espontaneamente na Natureza.
-Podem ser induzidas por algumas substâncias ou radiações.
Causam alteração do
DNA

Agente Mutagénico- Qualquer substancia capaz de causar uma mutação


Mutagénese- Processo que leva ao aparecimento de mutações
Genética do cancro
As células podem reparar os danos causados ao DNA:
 DNA polimerase–“Vigia” o emparelhamento correcto dos
nucleótidos durante a replicação do DNA.
 Outras enzimas – fazem a excisão de bases/ nucleótidos estranhos.
 Mas por vezes o equilíbrio entre mutagénese e reparação dos danos
sofridos pelo DNA rompe-se- Surge o CANCRO/TUMOR
MALIGNO/NEOPLASIA MALIGNA.
 (neo = novo + plasia = proliferação, tecido) – conjunto de doenças
muito heterogénio e multifactorial que têm em comum o facto de
apresentarem sempre o crescimento de um tecido neoformado.
 O aparecimento do cancro-Alterações dos mecanismos que regulam
a divisão celular (ciclo celular).
Cada ser pluricelular é o resultado do equilíbrio que se estabelece entre:

Proliferação celular Morte celular


programada- Apoptose

Quando este equilíbrio se rompe surge o CANCRO

Necrose –falta nutrientes à célula ou substâncias tóxicas. Há inflamação


devido ao rebentamento da célula; o núcleo fica intacto.
Apoptose–Fenómeno programado geneticamente quando as células
apresentam anomalias no DNA ou quando as células já não são
necessárias.
A célula isola-se, citoplasma e cromatina compacta-se ,endonucleases
fragmentam o DNA e finalmente toda a célula se fragmenta .

O cancro/neoplasia têm uma origem genética: São alterações mais ou


menos complexas doDNA (translocações de um gene,duplicação de um
gene,substituição de nucleótidos ...)

 Proto-oncogenes –Genes envolvidos na síntese de proteínas que


estimulam a divisão celular; estão inativos em células que não se
dividem. Quando sofrem uma mutação passam a estar ativos,
causando o cancro e designam-se por oncogenes.
 Genes supressores tumorais ou anti-oncogenes –Produzem proteínas
que bloqueiam a divisão celular, ou seja, inibem os proto-
oncogenes. Quando sofrem uma mutação perdem a capacidade de
realizar este controlo e a divisão celular realiza-se de forma
descontrolada.
NOTA:
Uma diferença entre oncogenes e genes supressores tumorais:
 Os oncogenes resultam da ativação de proto-oncogenes;
 os genes supressores do tumor provocam cancro quando são
inativados
 Actualmente, estão identificados mais de 100 oncogenes e 15
genes supressores tumorais.

Fig.1-Acumulações de mutações no desenvolvimento de uma célula cancerosa

Na maioria dos casos, uma célula torna-se maligna devido a combinações


de vários erros, isto é, quando mutações conduzem à ativação de
oncogenes e à inativação de genes supressores tumorais.

Todos os cancros são genéticos(alterações do DNA)


 Cancros hereditários-(raros) (Todas as células do indivíduo têm a
mutação – a mutação ocorreu nas células sexuais (gâmetas) –
manifesta-se cedo.)
 Cancros esporádicos-(95%)(Resultam de mutações somáticas
devido à interação do genoma com o ambiente(agentes
mutagénicos – vírus, bactérias, tabaco, poluição ,químicos ,
radiações u.v....)
- Assim deve-se:
 Evitar fatores de risco(ex: tabaco, sol…)
 Vigilância cuidada(diagnóstico e tratamento precoce)

Em alguns casos as células cancerosas podem deslocar-se através da


corrente sanguínea ou linfática e desenvolver-se noutras partes do corpo,
este processo designa-se por metastização, e o tumor com nova
localização metástase

Engenharia Genética
 Enzimas de restrição;
 rDNA;
 cDNA;
 DNA fingerprint;
 PCR;
Engenharia Genética- A engenharia genética baseia-se num conjunto de
técnicas e ferramentas que permitem a intervenção no genoma de um
organismo construindo novos genomas por recombinação de segmentos
genómicos de um mesmo ou de diferentes cromossomas.
Enzimas de Restrição
 O maior problema para manipular o DNA era o isolamento de
genes– só foi possível com a descoberta das enzimas de restrição:
estão na base da engenharia genética

 Como funcionam as enzimas de restrição?


- O DNA do vírus entra na célula;
- A enzima de restrição cinde o DNA do vírus em zonas especificas-
as zonas de restrição;
-Outras enzimas degradam o DNA do vírus em fragmentos menores;

 Ficam pequenos fragmentos de DNA (hélice dupla) mas com uma


extensão em cada extremidade de DNA de cadeia simples –
extremidade coesivas.

 As extremidades coesivas do DNA deixadas livres como resultado da


atuação das enzimas de restrição podem ligar-se por
complementaridade a outro DNA. Neste processo intervêm outras
enzimas chamadas ligases do DNA que permitem que os
fragmentos se voltem a ligar
 Para realizar a transferência de genes de uma molécula de DNA
para outra só faltava um vetor, isto é, uma entidade que pudesse
levar o material genético do genoma de onde foi retirado para o
genoma que o fosse receber. Um dos vetores é os plasmídeos das
bactérias
rDNA ou DNA recombinante
1º- Isola-se o DNA de 2 organismos(célula humana e plasmídeo de uma
bactéria)
2º- O DNA de cada organismo é fragmentado pela mesma enzima de
restrição
3º- A porção de DNA humano e o DNA do plasmídeo, com as
extremidades livres, são postos em contacto
4º- Adicionam-se ligases do DNA
5º- O plasmídeo com DNA recombinante entra para algumas bactérias
6º- As bactérias crescem num meio seletivo
7º- As bactérias têm cada uma delas cópias do gene humano
Aplicações do rDNA

cDNA ou DNA complementar


 A Engenharia Genética pôs em causa este dogma ao descobrir
nos retrovírus (vírus com RNA) a enzima transcriptase reversa.
 Como se forma o cDNA?
- Uma molécula de mRNA é posta em contacto com a enzima
transcriptase reversa;
- A enzima transcriptase reversa vai catalisar a formação de uma
cadeia simples de DNA a partir do mRNA
-Quando a síntese da cadeia simples de DNA se completa, o
mRNA é removido, degradando-se
-Promove-se a replicação do DNA

COMO ISOLAR O GENE QUE SE QUER CLONAR?


-Temos que obter os genes sem os intrões;
-Recorremos ao mRNA (expressão dos genes) existente no
citoplasma, e com a enzima transcriptase reversa convertemos o
mRNA em DNA (o gene pretendido);
-Esta porção de DNA (gene) será incorporado num plasmídio de
uma bactéria (técnica do rDNA) e passará a ser produzida a
proteína pretendida.
-Há necessidade de retirar os intrões porque os procariontes não
têm mecanismos de maturação do mRNA.

DNA Fingerprint
 Esta técnica (anos 80 – séc. XX) baseia-se na aplicação de
enzimas de restrição que atuam em locais onde existem
sequência sde bases repetidas e que correspondem a zonas de
restrição.
 Produzem-se fragmentos de DNA que variam de tamanho de
indivíduo para indivíduo.
 Estes fragmentos de DNA são sujeitos a um campo eléctrico,
separando-se de acordo com as suas dimensões.
PCR
 Com esta técnica amplifica-se uma determinada porção de DNA:
-Aquecem o DNA para separar as 2 cadeias, numa solução
tampão (mantém o pH);
-Adicionam nucleótidos(primers) e a enzima DNA-polimerase
para que a dupla hélice se reponha a partir de cada uma das
cadeias simples
-Repetem o procedimento até obterem cópias suficientes do
DNA em estudo

Aplicações da engenharia genética


 Microrganismos “fábrica” geneticamente modificados –produzem
substâncias de interesse humano (ex:insulina, vacinas ...);
 Terapia génica somática – substituição de genes que provocam
doenças hereditárias num indivíduo adulto
 Terapia génica germinal (em embriões) – reprovada pelos comités
de bioética; selecionam-se embriões isentos de determinados genes
na reprodução assistida;
 OGM - com genoma alterado onde foram incorporados genes
vantajosos (plantas com genes que fixam o N atmosférico, genes
que defendem as plantas de parasitas, etc...)

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