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Bases Biológicas do

comportamento

Aula 06. Anomalias genéticas,


metabolismo e distúrbios
mentais e comportamentais
Prof° - Adriana Alves
E-mail – adriana.malves@kroton.com.br
Seção 2.1: Padrões de transmissão
gênica I
 Vocabulário:
• Cromossomos – molécula de DNA associado
a proteínas; carregam a informação
genética entre as gerações.

• Cromossomos homólogos (tem o mesmo


tamanho e a mesma forma)– cromossomos
de origem materna e paterna que
apresentam a mesma sequência de genes.
Estão presentes nas células somáticas.
Seção 2.1: Padrões de transmissão
gênica I
Vocabulário:
• Genes – trecho do DNA
responsável por codificar uma
determinada característica.

• Genes alelos – genes que


codificam a mesma característica
e estão localizados na mesma
região (locus) no par de
cromossomos homólogos.
Seção 2.1: Padrões de transmissão
gênica I
Vocabulário:
• Genótipo - constituição
genética de um indivíduo.

• Fenótipo - manifestação do
genótipo mais a ação do
ambiente.

• Heredograma – é a
representação gráfica das
características genéticas de
uma família.
HEREDOGRAMAS

Normal – não possui


alelos para a
característica

Portador – usado no caso de


doença recessiva, possui
alelos para a característica
mas não manifesta porque o
mesmo está em heterozigose

Afetado - possui os alelos


para a característica e
manifesta a doença
Herança Autossômica
 Ser humano - células somáticas - 46
cromossomos.
 44 são autossomos e 2 são cromossomos
sexuais.
 Presentes: homens e mulheres
 Se distribuem igualmente entre os sexos
 Uma alteração genética em um
autossomo
 Se distribui igualmente entre homens e
mulheres
 Não havendo prevalência da
característica entre os dois sexos.
Herança Ligada ao Sexo
 Os cromossomos sexuais não têm
esse mesmo padrão de
distribuição
 Mulheres: XX.
 Homens: XY.
 A herança ligada ao sexo refere-
se a genes presentes no
cromossomo X
 Pode ser chamada também de
"herança ligada ao X".
Herança Dominante Herança Recessiva
 A herança dominante é  A herança recessiva só
expressa no fenótipo se manifesta no fenótipo

 Mesmo quando apenas um


alelo do par esteja presente
 Os alelos recessivos só se
 Mesmo quando o indivíduo for manifestam em
heterozigoto (Exemplo: Aa). homozigose.(Exemplo:
aa).

 Basta que um dos genitores


apresente a característica
para que o filho tenha 50% de
chances de apresentá-la.
Herança Autossômica Dominante

 O alelo responsável por tal característica está


localizado em um cromossomo autossomo

 Para que a característica se manifeste no fenótipo,


basta a presença de um alelo.

 A característica irá se manifestar tanto nos


indivíduos homozigotos (AA) como nos
heterozigotos (Aa).
Herança Autossômica Dominante
Heredograma:
• Se manifesta na mesma proporção
em homens e mulheres.

• Geralmente, é possível encontrar


indivíduos afetados em todas as
gerações.

• Os indivíduos afetados têm pelo


menos um dos pais afetado.

• Em média, metade dos filhos de um


indivíduo afetado também serão
afetados.
Herança Autossômica Dominante

 Polidactilia, que é a presença de mais de cinco dedos


nas mãos e/ou nos pés.

 Acondroplasia, que é a forma mais comum de nanismo.

 Neurofibromatose, um tipo de tumor externo. (Cérebro,


medula espinhal e nos nervos)
Herança Autossômica Recessiva

 Significa que o alelo responsável por tal característica


está localizado em um autossomo.

 E que para que a característica se manifeste no fenótipo,


é necessário a presença dos dois alelos.

 Dessa maneira, a característica irá se manifestar apenas


nos indivíduos homozigotos recessivos(aa).
Herança Autossômica Recessiva
 Heredograma:
 Se manifesta na mesma proporção
em homens e mulheres.
 Indivíduos afetados geralmente
têm pais normais portadores,
heterozigotos (Aa)
 Há “pulo” de gerações
 Pais heterozigotos têm 25% de
probabilidade de ter filhos
afetados.
 É frequente em casos de
casamentos consanguíneos.
Herança Autossômica Recessiva

Albinismo, que é a ausência de pigmentação


da pele, cabelos e olhos.

Fibrose cística, também conhecida como


mucoviscosidose, há a produção excessiva de
secreção brônquica.
Seção 2.2: Padrões de transmissão
gênica II
 Herança ligada ao sexo: Está localizado no cromossomo X e
por isso também é chamada de "herança ligada ao X".

 Os cromossomos X e Y são responsáveis pela determinação


do sexo.

 Mulher: XX e Homem: XY.

 A herança ligada ao sexo pode ser dominante ou recessiva.


Inativação do Cromossomo X (Hipótese de Lyon)
 Todas as fêmeas de mamíferos têm, em suas células somáticas, apenas
um cromossomo X ativo e o segundo cromossomo X está inativo.

 Essa inativação ocorre no início do desenvolvimento embrionário.

 Um dos cromossomos X de origem materna ou paterna é inativado


aleatoriamente.

 Uma vez inativado, o cromossomo jamais se tornará ativo.

 Todas as células que forem descendentes desta terão o mesmo


cromossomo X inativo.
Herança Ligada ao X Dominante
 Na herança ligada ao sexo o alelo está localizado no
cromossomo X.

 Homens afetados casados com mulheres normais


transmitem a característica para todas as suas filhas, mas
para nenhum filho.

 Para os meninos é enviado o cromossomo Y.

 E o alelo responsável pela característica ligada ao sexo está


no cromossomo X.
Herança Ligada ao X Dominante
Herança Recessiva Ligada ao Cromossomo X
 Característica recessiva presente: deve ter os dois alelos
recessivos, um vindo do pai e outro da mãe.

 O homem apresenta apenas um cromossomo X.


Basta que esse cromossomo carregue o alelo recessivo
para que a característica se manifeste (Xd Y).

 As mulheres, elas apresentam dois cromossomos X.


Para que a característica se manifeste, os dois alelos
recessivos precisam estar presentes (Xd Xd).
Herança Recessiva Ligada ao Cromossomo X
 Maior incidência: sexo masculino.
 Homem afetado:
 transmite o alelo recessivo para todas as suas filhas.
 nunca transmite para seus filhos do sexo masculino.
 Mulheres normais, heterozigotas (XD Xd), casadas com
homens normais:
 podem ter filhos do sexo masculino, tanto normais como
afetados, dependendo do alelo (XD ou Xd) que é transmitido
aos filhos.
Suas filhas serão sempre normais, 50% carregarão o alelo em
seu genoma, podendo transmiti-lo aos seus descendentes, mas
não manifestarão a característica.
Herança Recessiva Ligada ao
Cromossomo X
Herança Recessiva Ligada ao
Cromossomo X
 Hemofilia: é um distúrbio no qual o sangue não coagula
normalmente devido à deficiência do fator VIII, uma proteína da
cascata de coagulação;

 Distrofia muscular de Duchenne: uma doença degenerativa


neuromuscular caracterizada pela perda de massa e fraqueza
muscular;

 Daltonismo: um tipo de deficiência visual na qual o portador não


é capaz de identificar certas cores.
Seção 2.3: Bases bioquímicas das
doenças genéticas
 Erros inatos do metabolismo são distúrbios bioquímicos
hereditários, determinados geneticamente.

 Proteínas desempenham diferentes tipos de funções no


organismo.

 O metabolismo humano envolve uma série de reações


que são catalisadas por uma enzima específica.
Bases bioquímicas das doenças
genéticas
 Mutações que ocorrem em proteínas podem originar, uma
enzima inativa.

 A via metabólica pode ser bloqueada em qualquer etapa


ocasionando doenças genéticas.

 O diagnóstico precoce é fundamental para assegurar o


tratamento.

 E possibilitar um desenvolvimento normal.


Fenilcetonúria

 Doença autossômica recessiva


 Caracterizada pela ausência da fenilalanina hidroxilase
Catalisa o processo de conversão da fenilalanina em tirosina
Fenilcetonúria

 Afetado
 Acúmulo de fenilalanina
Vômito, convulsões e deficiência no
crescimento
graves lesões no cérebro e retardo
mental
Fenilcetonúria

 Tratamento
 Detecção

 Evitar alimentos contendo fenilalanina

 Ingestão da quantidade de fenilalanina necessária para o


crescimento
Adrenoleucodistrofia Ligada ao X
 Doença recessiva ligada ao X, afeta
geralmente meninos.

 Caracterizada pelo distúrbio no metabolismo


dos ácidos graxos.

 O acúmulo dos ácidos graxos de cadeia muito


longa

 Danos progressivos ao cérebro

 E às glândulas adrenais
Adrenoleucodistrofia Ligada ao X

É mais comum entre os 5 e 10 anos de idade.


Manifestando-se com a diminuição das habilidades
intelectuais;
Mudanças de comportamento;
Prejuízos neurológicos progressivos;
Perda de controle muscular;
Convulsões;
Espasticidade.
Expectativa de Vida

 Metade dos portadores desenvolvem também


insuficiência adrenocortical.

 A maioria dos meninos afetados morre entre os 2 ou 3


anos de vida.

 Os que sobrevivem tornam-se incapazes.

 Há perda de todas as habilidades.


Galactosemia
• Desnutrição
• Retardo mental severo
• Catarata
• Fígado dilata
• Quando não tratada, geralmente a criança
morre.
Seção 2.4: Genética clínica aplicada
 Consultoria genética, ou aconselhamento genético.

 Objetivo: é a estimativa do cálculo dos riscos de repetição de uma


determinada doença genética na prole de um casal.

 Apoio psicológico a essa família no sentido de auxiliá-la a adotar uma atitude


racional é indispensável.

 O atendimento é direcionado para indivíduos afetados por doenças


genéticas e suas famílias.

 Para pessoas sem histórico familiar de doença genética, mas que possuam
risco de que seus descendentes apresentem alguma dessas doenças.
Indicações
 Casais consanguíneos.

 Abortos repetidos ou infertilidade.

 História familiar de uma condição hereditária.

 Idade materna avançada (35 anos existe risco de prole afetada)


ou malformação no feto.

 Exposição durante a gestação, tal como drogas, medicamentos


e álcool.
Indicações
 Exposição à radiação ionizante ou drogas mutagênicas em dose elevada
(como em casos de tratamento de câncer).

 Doenças infectocontagiosas durante a gestação (sífilis, rubéola,


citomegalovirose) podem produzir defeitos graves no embrião ou feto.

 Anomalia ou condição genética recém-diagnosticada.

 Filho anterior com múltiplas anomalias congênitas, deficiência mental ou má


formação isolada, tal como defeito de tubo neural, fenda labial e palatina.

 Casais em que um dos cônjuges é afetado por alteração genética.


Etapas da Consultoria Genética
 Determinação do padrão de herança –correta estimativa dos
riscos de ocorrência da doença na família.

 Exames – além do exame físico, pode ser necessária a realização


de exames laboratoriais e exames genéticos específicos.

 Levantamento da história familiar e construção do


heredograma, estabelecimento do padrão de herança, mesmo
quando não é possível estabelecer um diagnóstico específico.
Etapas da Consultoria Genética
 O exame clínico de outros membros afetados da família para a
confirmação da hipótese diagnóstica, podem apresentar sinais
clínicos semelhantes ao do propósito, auxiliando na confirmação
da hipótese diagnóstica.

 Avaliação dos exames clínicos e genéticos já realizados e


indicação de outros exames, se necessário.

 Cálculo dos riscos – a partir dos dados obtidos nas etapas


anteriores, calcula-se o risco de o indivíduo nascer afetado.

 Sessão de consultoria genética


Diagnóstico Pré-natal

 Acompanhar a evolução da gravidez.

 Programar o parto.

 Antever complicações no parto.

 Antever complicações no recém-nascido.

 Descobrir condições dos pais que possa


afetar a gravidez presente ou futura.
Diagnóstico Pré-natal
Ultrassonografia: método não invasivo. Em geral, quando
realizada a partir da 11ª semana de gestação, possibilita a
visualização da maioria (80%) das malformações que geralmente
são confirmadas por meio de outros exames de coleta de
material do concepto. A ultrassonografia também é usada no
monitoramento de exames invasivos, como a biópsia de
vilosidades coriônicas, amniocentese e cordocentese.
Diagnóstico Pré-natal

 Biópsia de vilosidades coriônicas:


permite o estudo do cariótipo
(cromossomos).
 Identificação do sexo do embrião.
 Realizado entre a 11ª e a 17ª
semana de gestação por meio de
punção transabdominal das
vilosidades coriônicas
 material embrionário que dará
origem à placenta.
 Monitorada pela ultrassonografia.
Diagnóstico Pré-natal
 Amniocentese: realizado a partir da 17ª
semana contada a partir da última
menstruação.
 Permite o estudo do cariótipo e a
identificação do sexo.
 É feito por meio da punção
transabdominal da cavidade amniótica
com o objetivo de colher líquido
amniótico ou células de origem
embrionária que se encontram em
suspensão no líquido.
 A técnica é monitorada por
ultrassonografia.
 A taxa de alterações cromossômicas
detectada por meio da biópsia de
vilosidades coriônicas é
significativamente maior do que a
observada na amniocentese.
Diagnóstico Pré-natal
 Cordocentese: realizada a partir da
18ª semana.

 É feita a punção da veia umbilical


do feto, na região mais próxima à
placenta.

 Com o sangue colhido, pode-se


realizar o estudo do cariótipo, a
determinação de anticorpos em
casos de suspeita de infecções,
além de testes bioquímicos e
moleculares.
Diagnóstico Pré-natal
 Fetoscopia: inserção de um catéter com fibra
óptica na cavidade amniótica por via
transabdominal para a inspeção visual direta
do feto
 Durante o exame é possível colher amostras de
tecidos fetais.
 Permite diagnosticar defeitos externos e
afecções congênitas da pele.
 Geralmente são diagnosticados defeitos
craniofaciais, de extremidades e até do
tegumento.
 Com a análise do tecido colhido, permite
diagnosticar alterações cromossômicas,
hemoglobinopatias, defeitos de coagulação,
erros inatos do metabolismo e diversas
afecções.

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