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Sem nunca ter tido esta nota antes

Os resumos e o SEGREDO
Índice

Introdução – os segredos ...............................................................................3


Poesia trovadoresca .......................................................................................5
Gil Vicente - farsa de Inês Pereira .................................................................6
Camões, rimas ..............................................................................................9
Os Lusíadas ................................................................................................ 11
Sermão de Santo António aos peixes ........................................................... 12
Freí Luís de Sousa....................................................................................... 15
Amor de perdição........................................................................................ 18
Os Maias ..................................................................................................... 19
Antero de Quental ....................................................................................... 20
Cesário Verde .............................................................................................. 21
Fernando Pessoa ortónimo .......................................................................... 23
Fernando Pessoa - Heterónimos .................................................................. 24
Mensagem................................................................................................... 25
Ano da morte de Ricardo Reis .................................................................... 25
Introdução – os segredos

Olá, daqui é a Dica! Fico muito feliz em te ter por aqui. Juntos, vamos rumo
à tua melhor nota no exame de português.
Neste documento encontras os meus apontamentos digitais que serviram de
auxilio ao meu estudo. Porém, é muito importante que os concilies com os
teus próprios apontamentos.
Antes de passarmos para os resumos, quero então revelar-te o meu segredo.
O que me fez tirar 19 no exame de português, quando nunca fui essa aluna.
Bem, como já deves ter percebido, nem sempre apenas estudar é suficiente.
A forma como estudamos tem todo um impacto nos nossos resultados. Para
o exame eu utilizei um método que nunca antes tinha utilizado. Vou
descrevê-lo para ti, espero muito que resulte contigo, mas se ao praticares
notares quer não está a dar certo, troca para outro! Não somos todos iguais.

Método que utilizei:


É importante que este processo que agora te vou descrever seja feito de um
tema de cada vez. Ou seja, só no fim de entenderes um tema na totalidade é
que passas para o seguinte.
Aquilo que eu fiz em primeiro foi, com base nestes resumos e apontamentos
de aula, criar mapas mentais de uma única página para cada matéria (detalhe,
considerei cada heterónimo de forma individual, 3 mapas e não apenas um).
Se não sabes o que é um mapa mental tens um exemplo no drive que te
enviei, no caso, o meu mapa mental de toda a gramática!
O objetivo de um mapa mental não é colocar toda a matéria, mas sim colocar
os tópicos ou palavras-chave que quando lês te lembra tudo o que já sabes
sobre isso. Então, se ainda não dominas o tema, primeiro lê os resumos e
apontamentos e só depois fazes o mapa mental resumido com o auxílio dos
mesmos.
O próximo passo, e sem dúvida o mais importante, foi pegar em folhas
brancas e sem qualquer tipo de consulta refazer os mapas mentais.
Naturalmente que, sendo que não estou a consultar nada, no começo eles
ficavam muito vazios comparativamente aos originais e até com erros. Então,
feito o mapa mental de treino sem consulta, eu pegava o original e via o que
errei. Feita esta reflexão, eu dava uma pausa de 20 minutos mais ao menos,
para garantir que o conhecimento que eu estava a adquirir não era de curto
prazo. Porque é óbvio que se eu acabo de ver onde errei e faço novamente, já
não vou errar, mas isto assim não iria garantir que realmente aprendi. Após a
pausa, e novamente sem consulta, faço mais um mapa mental. Repito este
processo sucessivamente até conseguir fazer um mapa mental sem consulta
totalmente completo e sem erros! Estou pronta para fazer exercícios.
Este foi o segredo relativo ao método de estudo. Porém, deixo aqui alguns
segredos que fazem com que mesmo não sendo tão bom a português evites
perder pontos! É um post meu, aqui está o link:
https://www.instagram.com/p/CCJwANejSGc/
10º ano

Poesia trovadoresca

Cantigas de amigo

O trovador expressa pela boca de uma donzela, os sentimentos que presume


que a mesma sente em relação ao amado, bem como os estados emocionais
da mesma - coita (desgosto) de amor.

Cantigas de amor

O poeta exprime os seus sentimentos por uma dama, um amor infeliz na


maioria das vezes, incompreendido. Perante a “senhor” o poeta presta
vassalo.

Cantigas de escárnio e maldizer


Trata-se de um género satírico. Nas cantigas de maldizer, o trovador troça
das pessoas ou das ações de determinados indivíduos, de forma direta, nas
cantigas de escárnio o poeta recorre ao duplo sentido das palavras.
Gil Vicente - farsa de Inês Pereira

Gil Vicente foi acusado de plagiar obras do teatro espanhol. Desse modo,
pediu para que aqueles que o acusavam dessem um tema para ele escrever
uma peça. Deram-lhe o seguinte ditado popular como tema: “Mais vale asno
que me leve que cavalo que me derrube”.

No auge de sua carreira dramática, sobre este tema, Gil Vicente criou A
Farsa de Inês Pereira, respondendo assim àqueles que o acusavam de plágio.
A peça foi apresentada pela primeira vez para o rei D. João III, em 1523.

A Farsa de Inês Pereira é considerada a peça mais divertida, complexa e


humanista de Gil Vicente. O aspeto humanístico da obra vê-se pelo fato de
que a protagonista trai o marido e não recebe por isso nenhuma punição ou
censura, diferentemente de personagens de O Auto da Barca do Inferno e O
Velho da Horta, que são castigadas por fatos moralmente parecidos.

A Farsa de Inês Pereira é composta de três partes:

1. Inês fantasiosa

2. mal-maridada

3. Inês quite e desforrada

Personagens:
Inês Pereira: jovem esperta que se aborrece com o trabalho doméstico.
Deseja ter liberdade e se divertir. Sonha casar-se com um marido que queira
também aproveitar a vida.

Mãe de Inês: mulher de boa condição econômica, que sonha casar Inês com
um homem de posses.

Leonor Vaz: fofoqueira, encarregava-se normalmente em arranjar


casamentos e encontros amorosos.

Pero Marques: primeiro pretendente de Inês rejeitado por ser grosseiro e


simplório, apesar da boa condição financeira. Foi seu segundo marido.

Latão e Vidal: judeus casamenteiros, assim como Leonor.

Brás da Mata: escudeiro, índole má, primeiro marido de Inês.

Moço: criado de Brás.

Ermitão: antigo pretendente de Inês e amante depois de seu casamento com


Pero.

Fernando e Luzia: amigos e vizinhos da mãe de Inês.

Resumo:
Inês Pereira é uma jovem solteira que sofre a pressão constante do
casamento, e reclama da sorte por estar presa em casa, aos serviços
domésticos, cansando-se deles. Imagina Inês casar-se com um homem que
ao mesmo tempo seja alegre, bem-humorado, galante e que goste de dançar e
cantar, o que já se percebe na primeira conversa que estabelece com sua mãe
e Leonor Vaz. Essas duas têm uma visão mais prática do matrimônio: o que
importa é que o marido cumpra suas obrigações financeiras.

O primeiro candidato, apresentado por Leonor Vaz, é Pero Marques,


camponês de posses, o que satisfazia a ideia de marido na visão de sua mãe,
mas era extremamente simplório e desajeitado, fatos que desagradam Inês.
Por isso Pero Marques é descartado pela moça.

Aceita então a proposta de dois judeus casamenteiros divertidíssimos, Latão


e Vidal, que somente se interessam no dinheiro que o casamento arranjado
pode lhes render, não dando importância ao bem-estar da moça. Então lhe
apresentam Brás da Mata, um escudeiro, que se apresenta exatamente do
jeito que Inês esperava, apesar das desconfianças de sua mãe.

Eles se casam. No entanto, consumado o casamento, Brás, seu marido,


mostra ser tirano, proibindo-a de tudo, até de ir à janela. Chegava a pregar as
janelas para que Inês não olhasse para a rua. Proibia Inês de cantar dentro de
casa, pois queria uma mulher obediente e discreta.

Encarcerada em sua própria casa, Inês encontra sua desgraça. Mas a


desventura dura pouco pois Brás torna-se cavaleiro e é chamado para a
guerra, onde morre nas mãos de um mouro quando fugia de forma covarde.

Viúva e mais experiente, fingindo tristeza pela morte do marido tirano, Inês
aceita casar-se com Pero Marques, seu antigo pretendente. Aproveitando-se
da ingenuidade de Pero, o trai descaradamente quando é procurada por um
ermitão que tinha sido um antigo apaixonado seu. Marcam um encontro na
ermida e Inês exige que Pero, seu marido, a leve ao encontro do ermitão. Ele
obedece colocando-a montada em suas costas e levando Inês ao encontro do
amante.

Consuma-se assim o tema, que era um ditado popular de que "é melhor um
asno que nos carregue do que um cavalo que nos derrube".
Camões, rimas

Características Gerais da Poesia Camoniana

Características da corrente tradicional

As formas poéticas tradicionais: cantigas, vilancetes, esparsas, endechas,


trovas...
Uso da medida velha: redondilha menor e maior.
Temas tradicionais e populares: a menina que vai à fonte; o verde dos
campos e dos olhos; o amor simples e natural; a saudade e o sofrimento; a
dor e a mágoa; o ambiente cortesão com as suas “cousas de folgar” e as
futilidades; a exaltação da beleza de uma mulher de condição servil, de olhos
pretos e tez morena (a “Barbara, escrava”); a infelicidade presente e a
felicidade passada.

Características da corrente renascentista

O estilo novo: soneto, canção, écloga, ode, entre outros.


Medida nova: decassílabos.
O amor surge, à maneira petrarquista, como fonte de contradições, entre a
vida e a morte, a água e o fogo, a esperança e o desengano;
A concepção da mulher, outro tema essencial da lírica camoniana, em íntima
ligação com a temática amorosa e com o tratamento dado à Natureza (“locus
amenus”), oscila igualmente entre o pólo platónico (ideal de beleza física,
espelho da beleza interior), representado pelo modelo de Laura e o modelo
renascentista de Vénus.
Camões traz-nos uma conjunção dessas duas correntes, de uma maneira bem
subtil, que quase não conseguimos notar.
O soneto clássico (que é o que Camões segue) segue a forma de duas
quadras e dois tercetos, e nestes, a chave do poema geralmente se encontra
no último verso do segundo terceto. Os versos são decassílabos e a rima
segue o esquema abba / abab. Camões seguiu esta forma e adicionou certos
aspectos que verificamos em vários dos seus sonetos. Ele usa nas duas
primeiras quadras o exemplo da natureza, dando um exemplo concreto, e
logo depois, nos dois tercetos ele interioriza (para o eu lírico) os sentimentos
implícitos nas quadras. Usando muitas figuras de estilo, ele finaliza o soneto,
classicamente, com a chave de ouro.

Recursos Estilísticos Utilizados por Camões


Anáfora: Repetição intencional de uma palavra ou palavras no início de
frases ou versos seguintes, para destacar o que se repete.
Antítese: Consiste no contraste entre dois elementos ou ideias.
Comparação: Consiste em estabelecer uma relação de semelhança através de
uma palavra, ou expressão comparativa, ou de verbos a ela equivalentes.
Enumeração: Consiste na apresentação sucessiva de vários elementos
(frequentemente da mesma classe gramatical)
Eufemismo: Consiste em transmitir de forma atenuada uma ideia ou
realidade que é desagradável
Hipérbole: Consiste no emprego de uma expressão que exagera o
pensamento para dar mais ênfase ao discurso.
Ironia: Consiste em atribuir às palavras um significado diferente daquele que
na realidade têm.
Metáfora: Consiste em designar um objecto ou uma ideia por uma palavra
(ou palavras) de outro campo semântico, associando-as por analogia. Se, no
contexto, essa analogia é por vezes fácil de identificar, outras vezes permite
interpretações diversificadas...
Paradoxo: Expressa uma contradição, através da simultaneidade de
elementos contrários.
Perífrase: Consiste em dizer por várias palavras o que poderia ser dito por
algumas ou apenas uma.
Personificação: Consiste na atribuição de propriedades humanas a animais
irracionais ou a seres inanimados.

Os Lusíadas

Resumo dos Cantos

1 – Proposição (Canto I, estrofes de 1 a 3): Camões apresenta o que irá


cantar: os feitios das navegações portuguesas com foco na esquadra de Vasco
da Gama, junto da narração da história do povo português.

2 – Invocação (Canto I, estrofes 4 e 5): Ele faz a invocação das musas do rio
Tejo para ajudá-lo.

3 – Dedicatória (Canto I, estrofes 6 a 18): A quem o poema é dedicado? Ao


rei de Portugal, D. Sebastião, em quem era depositada a esperança da
expansão da fé católica e ampliação das conquistas portuguesas mundo.

4 – Narração (Canto I, estrofe 19 ao canto X, estrofe 144): Aqui sim entra de


fato a matéria do poema em si. Neste longo período é narrada a viagem de
Vasco da Gama e a história da glória portuguesa.

5 – Epílogo (Canto X, estrofes 145 a 156 – Fim da Epopéia): Lê-se o grande


lamento do poeta, que considera sua voz rouca, que não é ouvida com tanta
atenção. Ele deixa o tom épico e passa a se lamentar do como Portugal se
encontra depois de tantos grandes atos de heroísmo.

Narração da viagem de Vasco da Gama


Fazer o resumo de Os Lusíadas é fazer o resumo dessa viagem. Vasco da
Gama pretendia chegar com sua frota no Cabo da Boa Esperança. De lá
alcançaria a Índia pelo mar.

Principais episódios a reler:


Ilha dos amores
Velho do restelo
Inês de Castro
Adamastor

11º ano

Sermão de Santo António aos peixes

Estrutura externa do sermão


Exórdio - capítulo I - apresentação do tema que vai ser tratado no sermão, a
partir do conceito predicável (vós sois o sal da terra) e das ideias a defender
e que, geralmente, termina com uma breve oração, invocando a Virgem. Esta
parte reveste-se de grande importância dado que é o primeiro passo para
captar a atenção e benevolência dos ouvintes.

Exposição e confirmação - capítulos II a V - Retoma a explicitação do


assunto, com uma breve explicação da organização do discurso;
desenvolvimento e enumeração dos argumentos, contra-argumentos,
seguidos de exemplos e/ou citações. A exposição situa-se desde o início do
capítulo II até … Santo António abria a sua [boca] contra os que não se
queriam lavar. , no capítulo III; e a confirmação começa a partir de Ah
moradores do Maranhão, enquanto eu vos pudera agora dizer neste caso! e
termina no final do capítulo V.

Peroração/epílogo - capítulo VI - conclusão do raciocínio com destaque para


os argumentos mais importantes. Saliente-se que esta é a parte que a
memória dos ouvintes melhor retém, pelo que deverá conter os aspetos
principais desenvolvidos no sermão, de modo a deixar clara a mensagem
veiculada e a levar os ouvintes a pôr em prática os seus ensinamentos.

Estrutura interna do sermão

Exórdio - o Padre António Vieira apresenta o conceito predicável, “Vós sois


o sal da Terra” e explica as razões pelas quais a terra está tão corrupta. Ou a
culpa está no sal (pregadores), ou na terra (ouvintes). Se a culpa está no sal,
é porque os pregadores não pregam a verdadeira doutrina, ou porque dizem
uma coisa e fazem outra ou porque se pregam a si e não a Cristo. Se a culpa
está na terra, é porque os ouvintes não querem receber a doutrina, ou antes
imitam os pregadores e não o que eles dizem, ou porque servem os seus
apetites e não os de Cristo.

Exposição e confirmação
Capítulo II - contempla os louvores aos peixes de carácter geral, que for
antítese, são os defeitos dos homens.

 ouvem e não falam;


 foram os primeiros seres que Deus criou;
 são melhores que os homens;
 existem em maior número;
 revelam obediência;
 revelam respeito e devoção;
 não se deixam domesticar;

Capítulo III – contempla igualmente os louvores aos peixes, mas agora de


carácter particular e apenas dos seguintes peixes. Estes louvores são
antíteses aos defeitos dos homens.

 peixe de tobias: cura a cegueira e seu coração expulsa os demónios;

 da rémora: é pequena no corpo mas grande na força e no poder;

 do torpedo: faz descargas elétricas (faz tremer) para se defender e,


consequentemente, faz passar o bom e a virgindade do Espírito Santo;

 do quatro-olhos: vê para cima e para baixo – dois olhos voltados para


cima para vigiarem as aves e dois olhos voltados para baixo para
vigiarem os peixes – e representa a capacidade de distinguir o bem do
mal (céu/inferno).

Capítulo IV – repreensão dos peixes em geral:

 comem-se uns aos outros;


Capítulo V – repreensão em particular

 dos roncadores: embora tão pequenos, roncam bastante, simbolizando


assim os arrogantes;

 dos pegadores: sendo pequenos, pregam-se nos maiores, não os


largando mais e simbolizando os oportunistas e os parasitas;

 dos voadores: sendo peixes, também se metem a ser aves,


simbolizando os vaidosos;

 dos polvos: tem uma aparência de santo e manso e um ar inofensivo,


mas na essência é traiçoeiro, maldoso e hipócrita e faz-se de amigo
dos outros e no fim, representando assim os traidores e os hipócritas
“abraça-os”.

Peroração - o orador retoma os pregadores de que falava no conceito


predicável, servindo-se dele próprio como exemplo alegando que não estava
a cumprir a sua função. Alega também que ele (homens) e os peixes, nunca
vão chegar ao sacrifício final, uma vez que os peixes já vão mortos e os
homens vão mortos de espírito. Padre António Vieira diz que a
irracionalidade, a inconsciência e o instinto dos peixes, são melhores do que
a racionalidade, o livre arbítrio, a consciência, o entendimento e a vontade
do homem.

Conclui-se assim, fazendo um apelo aos ouvintes e louvando-se a Deus,


tornando esta última parte do sermão um pouco mais familiar, para que se
estabeleça de novo a proximidade entre os ouvintes e o orador.

Recursos estilísticos predominantes


O Sermão de Santo António aos peixes é uma alegoria, na medida em que os
peixes são a personificação dos homens.

Este sermão teve como ouvintes os colonos do Maranhão e tem grande


coesão e coerência textual graças à utilização de recursos estilísticos,
nomeadamente: a anadiplose, a antítese, a apóstrofe, a comparação, o
paralelismo, a anáfora, a enumeração, a exclamação retórica, a gradação
crescente, a interrogação retórica, a ironia, a metáfora, o paradoxo, o
quiasmo e o trocadilho.

Freí Luís de Sousa


Primeiro ato - decorre no palácio de D. Manuel de Sousa Coutinho.
- O ambiente leve e exótico revela o estado de espírito da família (feliz no
geral);
- Inicia-se com um excerto d’Os Lusíadas, mas precisamente o excerto de
Inês de Castro, em que afirma que o amor cega e condena a alma ao
sofrimento. Este excerto é lido por D. Madalena de Vilhena, mulher de
Manuel de Sousa Coutinho;
- Telmo, o fiel escudeiro da família, entra em cena e ambos discutem sobre
Maria, filha de D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho;
- Os medos de D. Madalena em relação ao regresso do ex-marido (D.João de
Portugal, que nunca regressou da batalha de Alcácer-Quibir) refletem-se na
proteção da sua filha em relação ao Sebastianismo (se D. Sebastião voltasse,
o seu ex-marido também podia), um tema na altura muito discutido;
- Maria é considerada muito frágil (doente, possui tuberculose não
diagnosticada), e Telmo, que já fora escudeiro de D. João, incentiva-a a
acreditar no Sebastianismo, o que ela abraça fortemente apesar do o
desaprovar sua mãe;
- Por fim chega com D. Manuel, um cavaleiro da nobreza, que informa as
personagens da necessidade de movimentação daquela casa, porque os
“governantes” (na altura Portugal estava sob o domínio espanhol) viriam e
desejavam instalar-se em sua casa;
- O ato acaba com D. Manuel a incendiar a sua própria casa, como símbolo
de patriotismo, incendiando também um retrato seu (simboliza o inicio da
destruição da família), movendo-se a família para o palácio de D. João de
Portugal (apesar dos agouros de D. Madalena).

Segundo Ato - decorre no palácio de D. João de Portugal


- O ambiente fechado, sem janelas, com os quadros grandes das figuras de D.
João, Camões e D. Sebastião revelam uma presença indesejada e uma
família mais abatida (algo está para vir);
- D. Madalena apresenta-se muito fraca;
- Com a chegada de D. Manuel (que teve de fugir devido à afronta aos
governantes) e a indicação de que estes o tinham perdoado, D. Madalena fica
mais descansada, mas ao saber por Frei Jorge, um frei do convento dos
Domínicos, que este terá que partir para Lisboa para se apresentar, fica de
novo desassossegada;
- D. Manuel parte para Lisboa na companhia de Maria e Telmo, deixando em
casa D. Madalena e Frei Jorge;
- Aparece um Romeiro que não se quer identificar ao princípio, mas dá
indícios de ser D. João de Portugal, que voltaria exatamente 21 anos depois
da batalha de Alcácer-Quibir (7 para procurar o corpo + 14 casamento de D.
Madalena e D. Manuel);

Terceiro Ato - decorre na parte baixa do palácio de D. João de Portugal


- Um ambiente muito fechado, representando a falta de saída da família que,
caso o romeiro fosse D. João, estaria perante um casamento (D. Madalena e
D. Manuel) e uma filha (D. Maria) ilegítimos (a morte era a única forma de
“divórcio”);
- O Romeiro encontra-se a sós com Telmo (que, entretanto, volta com Maria
e D. Manuel) e este imediatamente reconhece o antigo amo, mas a sua
lealdade não é certa (entre D. João e Maria, a sua nova ama apesar de ter
criado ambos);
- O Romeiro pede-lhe que minta por ele, que diga que é um impostor, que
salve a família (momento em que a audiência acredita que possa haver
salvação);
- Telmo vai pedir conselhos a Frei Jorge, que lhe diz que, se tem a certeza ser
D. João, a verdade não deve ser escondida (mostra uma faceta obediente e
inflexível desta personagem);
- Por fim, não tendo outra salvação, Maria morre de desgosto (de ser filha
ilegítima; de tuberculose) e os pais (D. Madalena e D. Manuel) vão para um
convento (a religião como consolação), tornando-se D. Manuel, Frei Luís de
Sousa.

Temas de Frei Luís de Sousa


- Amor - como algo que cega; impossível de se sair feliz do amor; percetível
da primeira cena; e ainda o amor entre Telmo e Maria e D. João, na
fidelidade do escudeiro fiel;
- Religião - apresenta-se como uma consolação, salvação;
- Sebastianismo - o culto, quase religião, do mito sebastianismo, neste drama
anunciado pelas bocas de Telmo e Maria, contra a vontade de D. Madalena;
- Patriotismo - espelhado nas personagens de D. Manuel (“Há de saber-se
que ainda há um português em Portugal”) e D. João de Portugal (que lutou
pelo país ao lado do jovem rei);
- Liberdade Individual - principalmente na personagem de D. Manuel, esta
característica romântica (do período romântico) pode ser encontrada nas suas
ações como o facto de ter incendiado a sua própria casa, não subversivo ao
regime da época; independentemente do plano político ou social, o homem
faz o que deseja, toma as suas próprias decisões.

O Romantismo vs. Tragédia Clássica


Na obra Frei Luís de Sousa, existem dois estilos facilmente identificáveis
que convergem, o romantismo, do que são característicos os “dramas”, que
se opõe ao realismo; e a tragédia clássica, que é trazida deste o tempo dos
gregos, cuja principal característica se prende no facto de, sobre alguém que
não tem culpa (não fez nada) cair uma tragédia (desgraça) de forma a que o
público sinta o efeito de catarse.

Características da Tragédia Clássica na obra


- A família condenada apesar de não ter culpa;
- O erro de D. Manuel e D. Madalena em casar (sem saber se D. João estava
morto), que se chama Hybris;
- A catarse no fim, ou seja, a sensação da audiência que a sua vida pessoal
não é tão má assim;
- Os ambientes que mudam o estado de espírito que uma forma um tanto
subtil;
- Poucos espaços e personagens;
- Os conflitos interiores de Madalena e Telmo, que se chama agón;
- O reconhecimento de D. João de Portugal no Romeiro, que se chama
anagnórisis;
- O aparecimento de D. João e as suas consequências (casamento e filha
ilegítimos), a que se chama peripécia;
- O clímax, quando se reconhece o Romeiro (que também corresponde à
anagnórisis);
- O sofrimento das personagens ou o pathos, muito evidente em D.
Madalena;
- A catástrofe, que é a dissolução da família e a morte de Maria.
Amor de perdição

Influências do Romantismo
O Romantismo é um movimento marcado pela subjetividade.

Amor de perdição faz parte da segunda fase do romantismo, ou


ultrarromantismo. Por isso, a obra tem um tom extremamente trágico,
dramático, recheado de mortes motivadas pelo sentimento.

Assim, as personagens são sempre postas à prova, enfrentando inúmeros


obstáculos, fazendo com que adquiram um aspeto heroico.

Além disso, as personagens femininas são marcadas pela passividade,


docilidade, sentimentalismo; enquanto os masculinos são obstinados, bravos,
sanguinários e impetuosos; demonstrando correspondência com os padrões
românticos.
Os Maias

Ver: https://pt.slideshare.net/kevesemedo/os-maiasresumoeanalise-61289910
Antero de Quental

Antero de Quental faz parte da chamada geração de 70, que, na segunda


metade do século XIX, foi uma influência não só literária, mas também
política em Portugal. Essa geração, de característica antirromântica, foi a
introdutora do realismo no país. No entanto, alguns estudiosos apontam
marcas do romantismo na poesia de Quental.

Assim, o poeta apresenta a utopia romântica, que evolui para um realismo


político e se encerra na introspeção filosófica. Por isso, em suas obras, é
possível identificar a busca pela forma perfeita do soneto, mas também o
pessimismo, a melancolia e a obsessão pela morte. Além disso, o autor
possui poesias marcadas por idealização amorosa e misticismo, mas,
também, dispõe de uma produção caracterizada pela crítica sociopolítica.
Cesário Verde

- Parnasianismo: Tendência artística que procura a confeção perfeita


através da poesia descritiva. Preocupação com a perfeição, o rigor formal, a
regularidade métrica, estrófica e rimática. Retorno ao racionalismo e às
formas poéticas clássicas. Busca da impessoalidade e da impassibilidade.

- Impressionismo: acumula pormenores das sensações captadas e recorre às


sinestesias; as palavras antecipam;

- Poeta-pintor: capta as impressões da realidade que o cerca com grande


objetividade; transmite as perceções sensoriais.

- Pintura literária e rítmica de temas comuns e realidades comezinhas,


escolhendo as palavras que melhor os refletem;

- Não canta motivos idealistas, mas coisas que observa a cada instante;
descreve ambientes que nada têm de poético;

- Não dá a conhecer-se, nem dá a conhecer o que sente;

- Recorre raramente à subjetividade - imaginação transfiguradora

- Poesia do quotidiano: nasce da impressão que o “fora” deixa no “dentro”


do poeta.
- Interesse pelo conflito social do campo e da cidade.

- Nível morfossintático: expressividade verbal, adjetivação abundade, rica e


expressiva (hipálage), precisão vocabular, colorido da linguagem, frases
curtas e acumulativas, quadras em versos dicassilábicos ou alexandrinos.

- Cidade: deambulação do poeta; melancolia; monotonia; “desejo absurdo


de viver”; vícios; fantasias mórbidas; miséria; sofrimento; poluição; cheiro
nauseabundo, seres humanos dúbios e exploradores; ricos pretenciosos que
desprezam os humildes; incomoda o poeta e os trabalhadores que nela
procuram melhores condições de vida.

Subjetividade do tempo e a morte: cidade = certeza para a morte.

- Campo: vida rústica de canseiras, vitalidade, saúde, liberdade,


rejuvenescimento, vida, fertilidade, identificação do poeta com o povo
campesino, local de trabalho onde acontece alegrias e tristezas (oposto ao
local paradisiaco defendido por poetas anteriores).

Subjetividade do tempo e a morte: Salvação para a vida.


12º ano

Fernando Pessoa ortónimo

As temáticas de Fernando Pessoa:


•Fingimento artístico
•A dor de pensar
•A nostalgia da infância mítica
•A fragmentação do ‘’eu’’- O tédio existencial Binómios
•Consciência/ Inconsciência
•Pensar/ Sentir
• Realidade/Sonho
Fernando Pessoa - Heterónimos

Alberto Caeiro
É o mestre dos heterônimos.
Caeiro valoriza a simplicidade e demonstra o seu gosto pela natureza. Para
ele, mais importante do que pensar é sentir, delegando todo o conhecimento
à experiência sensorial.
A linguagem da sua poesia é simples.

Ricardo Reis
Tal como Caeiro valoriza a simplicidade, Ricardo Reis gosta do que é
simples, mas num sentido de oposição ao que é moderno.
Tradicional, para ele, a modernidade é uma mostra de decadência. Sua
linguagem é clássica e seu vocabulário, erudito.

Álvaro de Campos
Álvaro de Campos valoriza a modernidade e é um pessimista, pois apesar do
gosto pelo progresso, o tempo presente o angustia.
Seu estilo pode ser definido em três fases: decadentista, progressista e
pessimista.
Mensagem
Ver: https://pt.slideshare.net/sebentadigital/a-mensagem-de-f-pessoa

Ano da morte de Ricardo Reis

Ver:
https://ciberjornal.files.wordpress.com/2019/05/resumo-o-ano-da-morte-de-r
icardo-reis-de-saramago.pdf

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