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GETTY IMAGES
James Gallagher
Repórter de Saúde da BBC
20 junho 2023
Encontrar um tempo para uma soneca todos os dias é bom para o nosso cérebro e ajuda a mantê-
lo maior por mais tempo, dizem pesquisadores da Universidade College London, no Reino Unido.
A equipe mostrou que os cérebros dos indivíduos que cochilam regularmente é 15 centímetros
cúbicos maiores — o que é equivalente a retardar o envelhecimento entre três e seis anos.
No entanto, os cientistas recomendam manter o tempo de soneca em menos de meia hora por dia.
Os especialistas ponderam que dormir durante o dia pode ser difícil em muitas carreiras, com uma
cultura de trabalho que frequentemente desaprova a prática.
"Estamos sugerindo que todos poderiam experimentar algum benefício com a soneca", diz a
psicóloga Victoria Garfield. Ela descreveu as descobertas como "bem novas e emocionantes".
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conhece sabe a minha idade'
O ato de cochilar é algo fundamental para o desenvolvimento quando somos bebês, mas torna-se
menos comum à medida que envelhecemos — e ressurge com força após a aposentadoria. Cerca
de um quarto das pessoas com mais de 65 anos relatam tirar uma soneca durante o dia.
Garfield diz que iniciar esse hábito de dormir alguns minutos é "algo muito fácil" de fazer em
comparação com esforços para perder peso e fazer exercícios físicos, que são "difíceis para muitas
pessoas".
O cérebro encolhe naturalmente com a idade. Agora, os cientistas querem entender se os cochilos
podem ajudar a prevenir doenças como o Alzheimer. Esse é um assunto que ainda carece de mais
pesquisas.
A saúde geral do cérebro é importante para nos proteger contra a demência. Essa condição,
marcada por falhas de memória e raciocínio, está ligada a perturbações no sono.
Os pesquisadores sugerem que a baixa qualidade do descanso noturno danifica o cérebro ao longo
do tempo, causando inflamação e afetando as conexões entre as células nervosas.
No entanto, a própria Victoria Garfield diz não estar disposta a encontrar um lugar confortável
para tirar uma soneca no trabalho e prefere investir em outras formas de cuidar do próprio
cérebro.
"Honestamente, prefiro passar 30 minutos me exercitando do que cochilando. Mas provavelmente
vou recomendar que minha mãe faça isso [tire as sonecas]."
As sonecas podem melhorar a saúde, mas o inverso também é verdadeiro — ou seja, não cuidar da
saúde pode deixar um indivíduo tão cansado que ele precisa descansar por mais tempo.
Assim, os pesquisadores resolveram testar uma técnica diferente para provar que o cochilho pode
ser algo benéfico.
Eles usaram um gigantesco experimento natural baseado no DNA — o código genético — com o
qual nascemos. Estudos anteriores identificaram 97 trechos do genoma que nos tornam mais
propensos a dormir ou a passar o dia acordados.
Assim, a equipe pegou dados de 35 mil pessoas de 40 a 69 anos, que participaram do projeto UK
Biobank e simplesmente comparou a genética dos "cochiladores" e dos "despertos".
"Gosto de cochilos curtos nos fins de semana, e este estudo me convenceu que não devo me sentir
preguiçosa ao fazer isso, pois posso até estar protegendo meu cérebro", confessou a professora
Tara Spires-Jones, da Universidade de Edimburgo e presidente da Associação Britânica de
Neurociências.
Ela disse que o estudo traz descobertas "interessantes" ao mostrar um "aumento pequeno, mas
significativo, no volume do cérebro" e "acrescenta dados que indicam a importância do sono para a
saúde do cérebro".
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